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1 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 1 SAÚDE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE 2 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 2 SUMÁRIO SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA ...................................................................... 2 SEMIOLOGIA DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL ................................................................................................... 41 ALEITAMENTO MATERNO .................................................................... 59 TRIAGEM NEONATAL............................................................................. 78 SEPSE NEONATAL ................................................................................... 88 ICTERÍCIA NEONATAL ......................................................................... 107 IMUNIZAÇÕES ........................................................................................ 121 DOENÇAS EXANTEMÁTICAS DA INFÂNCIA .................................. 142 IVAS EM PEDIATRIA ............................................................................. 167 ASMA ........................................................................................................ 187 ASSISTÊNCIA AO RN EM SALA DE PARTO ..................................... 208 ITU EM CRIANÇAS ................................................................................. 219 DESNUTRIÇÃO E OBESIDADE ............................................................ 234 SEMIOLOGIA PEDIÁTRICA Nome do paciente: Idade: 3 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 3 Nome do Acompanhante: Idade: Raça/Etnia: Proveniente de: Natural de: Data de nascimento: QP: (RN: incluir peso e meses de idade) HDA: duração, início (súbito? Insidioso?) e evolução, localização, irradiação, intensidade, qualidade, frequência (quantidade de episódios, quando, qual parte do dia) sinais e sintomas associados, fatores desencadeantes, fatores agravantes, fatores de melhora, tratamentos realizados, exames feitos, diagnósticos prévios. Incluir pessoas doentes no convívio; viagens recentes Interrogatório Sintomatológico: GERAIS: astenia, fraqueza, tonturas, alterações de humor, peso, temperatura, sono. PELE: alterações em fâneros, ardência, cianose, coloração anormal, equimoses, lesões, palidez, petéquias, prurido, xerose. SUBCUTÂNEO: edema, nódulos, linfadenopatias MÚSCULO ESQUELÉTICO: dor, calor, rubor em articulações ou músculos, parestesias, paralisias. CABEÇA: cefaleia, alterações na acuidade visual, dor nos olhos, lacrimejamento, uso de lente corretiva, vermelhidão nos olhos, visão dupla, audição, otalgia, otorreia, zumbidos, condições dos dentes e gengiva. RESPIRATÓRIO: dor torácica, dispneia, epistaxe, espirros, hemoptise, obstrução nasal, prurido nasal, rinorreia, rouquidão, tosse, sibilância. CV: alterações de ritmo cardíaco, cianose, dispneia, palpitações, sopros. DIGESTIVO: vômito, regurgitação, disfagia, halitose, sirose, dor abominal, constipação, diarreia, eliminação de vermes, encoprese, sangramento digestivo, tenesmo. Antecedentes Pessoais: gestação e evolução (infecções, tabagismo, uso de drogas, medicamentos), condições de parto (normal ou cesárea? De quantos meses? Complicações? Bebê ficou internado? Irmãos? Amamentação? Fez uso de alguma fórmula?), peso, estatura, perímetro cefálico, IG ao 4 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 4 nascimento, peso da alta, APGAR, necessidade de reanimação, icterícia, anemia, convulsões, internações prévias, cirurgias, alergias, histórico vacinal, rotina de vida (sono, estado de humor, hábitos intestinais, hábitos urinários, disciplina e rendimento escolar. Teste do pezinho, olhinho, linguinha DNPM: - Segura objetos? (2-4m) - Emite sons (gugu dada)? (2-4m) - Fica de bruço apoiando-se nos antebraços? (2-4m) - Leva objetos a boca? (3-6m) - Consegue rolar? (4-6m) - Brinca de esconde-achou? (6-9m) - Fala papa, dada? – duplica sílabas (6-9m) - Senta-se sem apoio? (6-9m) - Consegue “dar tchau?” – imitar gestos (9-12m) - Anda com apoio? (9-12m) - Fala uma palavra? (12-15m) - Anda sem apoio? (12-15m) - Usa colher ou garfo? (15-18m) - Fala 3 palavras? (15-18m) - Tira a roupa? (18-24m) - Chuta a bola? (18-24m) - Veste-se com supervisão? (24-30m) - Pula com ambos os pés? (24-30m) - Brinca com outras crianças? (30-36m) - Arremessa bola? (30-36m) 5 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 5 Histórico Familiar: DCV, pulmonares, diabetes, convulsões, alergias, doenças hereditárias e contagiosas. Diário alimentar: História Social: animais domésticos, recolhimento de lixo, acesso a água e esgoto, número de pessoas na casa, estado marital dos pais, escolaridade dos pais, vida profissional, renda familiar, numero de irmãos, uso de álcool ou drogas pela mãe, idade dos irmãos. História de Vida: sono, estado de humor, hábitos intestinais, hábitos urinários, disciplina e rendimento escolar. Quantos banhos por dia, quantas fraldas por dia (de que tipo?), dentes, higiene bucal, uso de Televisão (quanto tempo?), com quem mora, onde dorme, com quem dorme, uso de vitaminas Exame físico: Classificação do nível de consciência: ativo/hipoativo (interage com o meio ambiente) e reativo/hipo- reativo (reação a estímulos, como ao EF). Estado Geral (BEG, REG, MEG), Estado de Hidratação, Cor (normocorada ou hipocorada; anictérico ou ictérico; cianótico ou acianótico) Sinais vitais: temperatura, FR, FC Reflexos: Moro - “abraço” (4-6m), tônico cervical assimétrico (Magnus de Kleijn) – “sinal da esgrima” (3-4m); preensão palmar (3-4m), preensão plantar (15m), marcha (2m), sucção (vigília aos 3m, sono aos 6m), procura ( Exame físico craniocaudal: Crânio: INSPEÇÃO (simetria, bossaserosanguinolenta ou cefalohematoma, macro ou microcefalia, lesões, PALPAÇÃO: fontanelas anterior/bregmática (até 14-18m, 2-3 cm) e posterior/lambdoidea (0,5-0,7 cm, até 2m): fontanelas normotensas/tensas/abauladas/deprimidas. Palpar suturas cranianas. Fácies típica ou atípica. 6 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 6 RN: craniotabes (ossos do crânio amolecidos), bossa serossanguinolenta (trauma em região de crânio, ligado ao couro cabeludo. Hematoma que não respeita as suturas), cefalohematoma (ligada ao trauma do parto, respeita as suturas do crânio), craniossinostose (fechamento precoce da fontanela anterior → assimetria facial) Avaliar cavidade oral (cáries, abscessos, malformações, fenda palatina, lesões, queilite, úvula, amígdalas, dentição (incisivos centrais aos 5-7m; incisivos laterais aos 8m; caninos aos 16-20m; 1º molar 12-16m; 2º molar 20-30m). Perda dentária aos 6-7 anos, respeitando ordem de aparecimento. PT PA Estatura Peso → avaliar estado nutricional - OTOSCOPIA: inspeção de ouvido, pavilhão auditivo, região retroauricular, membrana timpânica (côncava, translucida, brilhante, coloração perolada) - OLHOS: inspeção, malformações, teste do reflexo vermelho (até 2 anos de idade) RN: hemorragias subconjuntivais e retinianas; conjuntivite (química – nitrato de prata 1% em cada olho pode causar conjuntivite química, que aparece nas primeiras horas de vida; Gonocócica – mais precoce que a de clamídia e mais grave, aparece entre 2º e 5º dia de vida; Clamídia – conjuntivite tardia, entre final da 1ª semana até 2ª semana de vida) Teste do olhinho (reflexo vermelho): exame de triagem → se alterado, encaminhar para oftalmo. Teste do coraçãozinho: Oximetria de pulso de MSD e MI. Fazer com pelo menos 48h de vida. Triagem para cardiopatia congênita ducto-dependente. Normal se MSD maior ou igual a 94% e diferença menor que 3% em relação ao MI. 7 Acadêmica: Isabella Dutra– 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 7 - PESCOÇO: formato, malformações, abaulamentos, etc. - LINFONODOS: occipitais, retroauriculares, pré-auriculares, cervicais, supraclaviculares, trocleares, inguinais. Avaliar tamanho, consistência (fibroelástico, pétreo, endurecido), mobilidade (móvel ou aderido a planos profundos), dor, fístulas, localizada ou generalizada, aguda (até 6 semanas) ou crônica. - ACV: inspeção do tórax (atípico, pectus escavatum ou pectus carinatum), palpação do ictus (RN entre 3º e 4º EI, lateral a linha HC; aos 3m no 4º EI; aos 9m no 5º EI, aos 7 aos 5º EI linha hemiclavicular) Ausculta: sopro inocente (suave, sem estalido, sem irradiação, muda de intensidade conforme a posição) - AR: verificar padrão respiratório (abdominal ou torácico), FR, taquipneia ou dispneia - AB: RN: presença de coto umbilical (2 artérias e 1 veia), gastrosquise (herniação livre da cavidade abdominal), onfalocele (herniação do conteúdo abdominal dentro do cordão umbilical) 8 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 8 - Genital masculino: palpação de testículos (descida até 3m, procurar criptorquidia), bolsa escrotal (procurar hidrocele), examinar pênis, prepúcio, fimose (até 3 anos), parafimose, balanopostite, saída da uretra (hipospádia ou epispádia), avaliar corpo do pênis. - Genital feminino: verificar sinéquias, vulvovaginites, corrimentos. - Região anal: saída do ânus, fissuras, fístulas, dermatites (de fralda – fazer uso de óxido de zinco com ou sem nistatina) - Membros: simetria, edema, malformações, genu varo (pernas arqueadas – até 2 anos) ou genu valgo (joelho tesoura – até 8 anos) RN: displasia de quadril (Manobras de Barlow e de Ortolani). Teste do pezinho: realizado na 1ª semana de vida (entre 3 e 5 dias de vida) → triagem para fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, anemia falciforme, fibrose cística, hiperplasia congênita de suprarrenal, deficiente de Biotinidase. - Estadiamento de Tanner: M1: mama pré-pubere, não começou a se desenvolver. M2: telarca (aparecimento do broto mamário). Marca o início da puberdade na menina. M3: aumento da mama + aumento da aréola e da papila, mantendo o mesmo contorno da mama M4: aumento da mama, com papila e aréola projetando-se pra fora, formando contorno diferente. Quando ocorre menarca. M5: mama adulta. 9 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 9 P1: ausência de pelos, fase pré-pubere P2: pubarca (aparecimento dos pelos), começando escassos, pouco pigmentados, finos e lisos, ou pouco encaracolados. Ocupam os grandes lábios. P3: aumento dos pelos, mais pigmentados, espessos e encaracolados, chegando ate a sínfise púbica P4: pelos pubianos de aspecto adulto, sem atingir a raiz da coxa. P5: pelos de aspecto adulto, atingindo a raiz da coxa. G1: pré-pubere. Tem testículo, bolsa escrotal e pênis com tamanho e forma infantil G2: início do aumento testicular, com volume de 4 mls. Bolsa escrotal com coloração avermelhada. O pênis não sofre alteração até agora, ou alteração mínima. G3: aumento da bolsa escrotal e do testículo, cerca de 10 ml. Aumento do pênis, inicialmente aumento do comprimento. G4: aumento do testículo e bolsa escrotal para cerca de 18 ml, com bolsa com maior pigmentação. Pênis com crescimento em diâmetro, e também desenvolvimento da glande. G5: genitália adulta. Obs: Em 70% dos casos o esperado é que o estadiamento de mama e genitália sejam o mesmo dos pelos pubianos. Podemos admitir uma diferença de até 2 estadiamentos sem ser considerado patológico. FAIXAS ETÁRIAS • Neonato/RN: até 28d de vida • Pós-nato: 29d - 1 ano de idade • Lactente: 1m – 2 anos de idade 10 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 10 • Pré-escolar: 2 a 6 anos de idade • Escolar: 6 a 10 anos • Adolescente: 10 a 19 anos (OMS); 12 aos 18 anos (ECA). ESCALA DE APGAR Deve ser feita de 1 a 5 minutos após o nascimento da criança. Classifica a recuperação neurológica do RN e sua adaptação imediata à vida extrauterina. Obs: a partir de 2019 a recomendação da OMS é a de que crianças menores que 2 anos não devem passar NENHUMA HORA na frente de telas. Entre os 2 e 5 anos o tempo máximo é de 1 hora. Objetivo: menor sedentarismo, melhor desenvolvimento de atividades motoras, melhor qualidade de sono. 11 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 11 EXAME FÍSICO PEDIÁTRICO Exame físico completo SEMPRE. Iluminação adequada do ambiente, aquecimento adequado. Verificar estado geral, fáscies, atitude espontânea, postura, malformações grosseiras, choro, padrão respiratório, ritmo, profundidade, tiragens, gemência, sinais vitais. Ectoscopia, orofaringe, medidas antropométricas, etc. o exame físico deve começar assim que a criança entra no consultório, durante a coleta da anamnese (como a criança está se comportando, postura específica, fascies dolorosa, etc.). - Exame físico craniocaudal. Não segue essa ordem com tanta rigidez, deixamos as partes dolorosas para o final. - FR contar enquanto ela está no colo da mãe. 12 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 12 - Orofaringe e ectoscopia são muito incômodos, por isso geralmente deixamos para o final do EF. MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS - Peso: em menores de 2 anos usamos a balança pediátrica. Nas maiores de 2 anos ou que conseguem ficar em pé sem apoio utilizar a balança de adultos. No caso de neuropatas pode ser necessário pesar a criança no colo da mãe e pesar a mãe sozinha, mesmo se a criança tiver mais de 2 anos, por não conseguir ficar em pé por causa da neuropatia. - Estatura: nos menores de 2 anos tiramos o comprimento com estadiâmetro horizontal, sempre deixando a haste fixa na cabeça e a haste móvel no pé, que deve estar a 90 graus. Podemos pedir que a mãe segura a cabeça enquanto seguramos o joelho e esticamos a perna para colocar o pé na parte móvel. Nos maiores de 2 anos fazemos a altura com o paciente em pé (criança ereta, pes paralelos, calcanhar, glúteo e dorso apoiados no anteparo vertical. Fazer a medida 2x, se houver diferença maior que 1cm devemos realizar novamente o procedimento. *Obs: comprimento = medição deitada; estatura = medição em pé - Perímetro cefálico: medir pelo menos até os 2 anos de idade. Usar uma fita métrica, começando na proeminência occipital da cabeça, chegando até a glabela. Nunca pegar o pavilhão auricular (feito acima das orelhas). Nos primeiros 3 meses, o PC aumenta cerca de 6 cm, diminuindo a intensidade de seu aumento até o final do primeiro ano. PC do RN, em média, é de 35 cm. O crescimento médio do crânio é de 2 cm/mês no primeiro trimestre, 1 cm/mês no segundo trimestre e 0,5 cm/mês no terceiro e quarto trimestre. Isto confere uma média de crescimento de 12 cm/ano ao final do primeiro ano. Após esses dados vamos usar os gráficos de crescimento na pediatria. - Perímetro torácico: é feito na altura dos mamilos. - Circunferência Abdominal: realizada na altura do coto umbilical. 13 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 13 ASPECTOS GERAIS - Classificação do nível de consciência: ativa (que brinca, interage com o ambiente) ou reativa (durante o EF ela reage, não quer ser examinada, interage com o médico). Se a criança está ativa e reativa isso significa nível de consciência preservado. A criança pode estar hipoativa (prostrada, com dor), mas durante o EF reage. Isso pode acontecer também com a criança internada, ou sonolenta. Criança hipoativa e hiporeativa seria um motivo de alerta. ESTADO GERAL - Bom Estado Geral - Regular Estado Geral - Mau Estado Geral É muito importante na pediatria para avaliar a conduta. Criança com febre pode ficar prostrada,mas quando passa ela deve voltar ao normal. Se a criança realmente fica prostrada independentemente de febre pode ser um sinal de que não está em bom estado geral. HIDRATAÇÃO Avaliar olhos (normal ou fundo), lágrimas (indica hidratação), boca (quantidade de saliva), sinal de prega (usar polegar e indicador e fazer prega cutânea no abdome da criança. Se a prega voltar rápido a criança está hidratada, se demorar tem algum grau de desidratação), fontanelas (em lactentes. RNs com fontanela deprimida indicam desidratação). 14 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 14 COR Normocorada x Hipocorada → anemia ferropriva na pediatria é muito comum Anictérico x Ictérico → nas crianças mais velhas usar a mesma graduação que a dos adultos (1+/4+). RN a classificação é feita baseado nas Zonas de Kramer. Dividir o paciente em 5 zonas. 1 – somente cabeça e pescoço 2 – até tronco e umbigo 3 – atinge também hipogástrico e coxas 4 – braços, antebraços e pernas 5 – mãos e pés Acianótica x Cianótica → por ex, por cardiopatia congênita ainda não diagnosticada. A cianose central acomete lábios, e a periférica, extremidades. PULSOS Avaliar simetria, amplitude. Sempre aferir nos 4 membros, sempre medir pulso femoral, pois uma diferença de mmss para mmii pode indicar coarctação de aorta. Avaliar perfusão capilar periférica → elevar o membro da criança acima do nível do coração e apertar a polpa digital por 5 segundos. Avaliar se o tempo de perfusão por menor ou igual a 2 segundos significa que está normal. Se esse tempo está aumentado dizemos que está lentificado. ATITUDE Se adota atitude especifica, dor, se está encolhida, posição de cócoras (cardiopatias), condições de higiene, sinais de abuso e de negligencia. 15 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 15 ESTADO NUTRICIONAL Sobrepeso, eutrofica, magreza ou desnutrição. SINAIS VITAIS - Temperatura Axilar, oral e retal. Pode ter também a auricular ou na testa. O que é considerado febre na pediatria: temperatura maior ou igual a 37,8º C. antes disso é um estado subfebril, e o medicamento para febre só é indicado quando já é considerado febre, próximo dos 38 graus. Se os pais fizerem o antitérmico antes do pico febril pode mascarar o quadro da criança. Ela poderia ceder antes de ter febre, ou poderia realmente ter pico febril. A febre na pediatria é importante sinal de gravidade (melhora, espaçamento dos picos, etc). - Frequência respiratória Sempre contar até 1 minuto, não contar 15 segundos e multiplicar. Especialmente em RN, por apresentarem respiração periódica (ocorrem pausas respiratórias durante a respiração). - Frequência cardíaca 16 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 16 - Pressão arterial Aferir anualmente a partir dos 3 anos de idade, com exceção de pacientes com comorbidades (obesidade, uso de medicamentos que aumentam a PA – corticoides, cardiopatas, sabidamente com PA aumentada). Técnica: criança sentada com braço estendido. Nos bebês é feito em decúbito dorsal. Sempre usar o braço direito, com manguito 2-3cm acima da fosse cubital. O tamanho do manguito deve ser apropriado pro paciente. Manguito pequeno falseiam pra mais, e grandes falseiam pra menos. O comprimento da bolsa de borracha deve envolver 80% do braço da criança, e a largura 40% do braço. 17 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 17 CABEÇA E PESCOÇO - Crânio Inspeção: simetria, presença de bossa serossanguinolenta ou cefalohematoma, tamanho (macro ou microcefalia), presença de lesões (fúngicas, pediculose, alopecia, etc). Palpação: palpar consistência. Dos RN pode haver craniotabes fisiológica (área de amolecimento do osso parietal, de resolução espontânea). Também temos a craniotabes adquirida, que pode ser o primeiro sintoma do raquitismo. Aparece geralmente no final do primeiro trimestre e acomete principalmente o osso occipital. Exame das fontanelas: principalmente anterior (bregmática – união dos ossos parietais e osso frontal – tem forma de losango, medindo cerca de 2cm, e se fecha em torno dos 18 meses de idade) e a fontanela posterior (lambdoidea – união dos ossos parietais e occipital – mede cerca de 0,5 cm, com formato triangular. Pode nascer fechada ou fechar até 2 meses de idade). Algumas patologias podem cursar com fontanelas amplas e de fechamento tardio, como no hipotireoidismo e rubéola congênita. Outras podem cursar com fontanelas pequenas, como microcefalia, craniossinostose e hipertireoidismo. Avaliar ainda a tensão da fontanela: normotensa, tensa/abaulada (indica aumento da pressão intracraniana, pode ser por infecção, por tumor, etc), deprimida (sinal de desidratação). 18 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 18 Palpar suturas cranianas, se existe cavalgamento das suturas e se existe craniossinostose (fechamento prematuro de uma ou mais suturas). Pescoço - Torcicolo congênito: contratura do músculo ECM na 2 semana de vida, resolução espontânea. Cuidado com assimetrias, posição viciosa da cabeça 19 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 19 - Teratoma cervical: grande tumoração cervical na parte mediana do pescoço, pode malignizar, pode causar obstrução respiratória - Higroma cístico: tumoração cística de tamanho variado, região cervical lateral/posterior, cresce rápido. Invade o assoalho da boca, mediastino, axila, causa obstrução respiratória. - Bócio congênito: idiopático ou se a mãe recebe iodo na gestação, consistência elástica. Em forma de colar cervical, pouco móvel e pode causar obstrução respiratória - Fáscies: atípica (normal) ou típica (ex. síndrome genética). CAVIDADE ORAL Avaliação de dentes (se são bem conservados ou não, se existe cáries, abscessos, sempre orientar a higiene bucal e o acompanhamento com dentista. Crianças que apresentam carie em dentes primários tem maior risco de caries em dentes definitivos). Avaliar malformações localizadas ou gerais. 20 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 20 RN: Alterações comuns e transitórias: língua relativamente grande com frênulo curto (anquiloglossia); pérolas de Epstein (pequenos nódulos brancos no palato ou gengiva, representando grupamentos de células epiteliais); aftas de Bednar (úlceras aftosas simétricas no palato); dentes neonatais (geralmente um ou dois incisivos inferiores, que tendem a cair espontaneamente). Avaliação da dentição: a arcada inferior em geral nasce antes da superior. Os incisivos centrais aparecem por volta dos 4 meses, os incisivos laterais, aos 8 meses, caninos, entre 16-20 meses, primeiro molar pode aparecer antes dos caninos, entre 12-16 meses, segundo molar, 20-30 meses É importante saber para saber se a criança apresenta atraso global da dentição, que pode ser uma característica familiar, ou pode ser uma alteração sistêmica. O atraso pode ser também local da dentição, nesse caso geralmente é consequente de um defeito local, como dente extranumerário ou mal posicionado. A perda dentária começa por volta dos 6-7 anos, respeitando a ordem de aparecimento dos dentes. Sempre pesquisar na cavidade oral a presença de lesões típicas, como a candidíase oral (placas esbranquiçadas em língua e mucosa jugal), avaliar presença de fenda labial e de quelite (machucado no canto da boca, associado a deficiência nutricional). 21 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 21 Ainda na orofaringe avaliar o palato em busca de fenda palatina (pode ou não estar associada a fenda labial). Avaliar úvula, procurar malformações oudesvio de úvula, avaliar as amígdalas, presença de placas purulentas, petéquias, hiperemia, hipertrofia, etc. Nas crianças pequenas deixar em decúbito e segurar os braços, usando lanterna e abaixador de língua. Podemos solicitar ajuda dos pais. Em crianças maiores e colaborativas realizar com a criança sentada. - Ouvido: inspeção do ouvido, do pavilhão auricular, região retroauricular (possibilidade de masteoidite). Palpação de região retroauricular, verificar se é dolorosa à movimentação do pavilhão. Alterações na forma e implantação da orelha se relacionam a agenesia renal. Realizar otoscopia. Em lactentes em decúbito ou no colo da mãe. Em crianças maiores, sentada. Algumas manobras podem ser usadas, em lactentes tracionar inferiormente o pavilhão auditivo. Em crianças maiores tracionar o pavilhão póstero-superiormente para retificar o canal. Membrana timpânica: côncava, translucida (cabo do martelo visível), brilhante (triangulo luminoso visível), coloração perolada, mobilidade caso esteja usando otoscopio pneumático. Crianças muito chorosas durante a otoscopia podem apresentar hiperemia de membrana sem relação com nenhuma patologia. RNs podem apresentar algum grau de opacificação fisiológica da membrana. - Olhos: fazer inspeção, procurar malformações, conjuntivite, obstrução de ducto lacrimal, etc. fazer teste do reflexo vermelho (realizar até os 2 anos de idade). Incide-se luz no olho do bebê com um oftalmoscópio e veja se tem um reflexo vermelho/alaranjado/amarelado, indicando que não existe obstrução da luz até a retina. Se houver reflexo branco o paciente deve ser encaminhado ao oftalmologista. Estrabismo é comum e pode persistir até os 3-6 meses, quando a coordenação dos movimentos oculares se desenvolve. Em relação ao pescoço avaliar formato, malformações (pescoço alado, por ex), abaulamentos, etc. 22 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 22 LINFONODOS • Localização: fazer palpação crânio-caudal. Começando pelos occipitais, retroauriculares, pre- auriculares, cervicais, supraclaviculares, trocleares, inguinais e poplíteos. • Características: tamanho (em geral, aumentado se estiver maior que 1 cm. Algumas exceções: axilares e epitrocleares são aumentados quando maiores que 0,5 cm. Os inguinais são aumentados quando maiores que 1,5 cms. Os supraclaviculares são sempre alterados caso sejam palpáveis). Avaliar consistência (fibroelastico, pétreo, endureci), mobilidade (móvel ou aderido a planos profundos), dor (doloroso ou não à palpação), presença de fístulas em direção à pele. Localizada x Generalizada Aguda x Crônica → aumentado de forma aguda é de menos que 6 semanas, o crônico tem aumento por mais de 6 semanas Na maioria dos casos os linfonodos são reacionais a processos infecciosos, em crianças é comum, por terem muitas infecções de vias aéreas superiores. • SINAIS DE ALERTA: - Endurecido, aderido a planos profundos, não doloroso à palpação - Localização supraclavicular é sempre patológico - Tamanho: linfonodo aumentando de tamanho - Sintomas associados: sintomas sistêmicos, como febre, perda ponderal e sudorese noturna. PELE Na criança prematura a pele é mais fina e mais lisa. 23 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 23 Lanugem: pelos finos, macios e imaturos, encontrados nos prematuros. Nos lactentes e a termos, ela é substituída por pelos. Tufos de pelos na coluna lombossacra sugerem anomalias, como espinha bífida oculta, fístula ou tumor. Cor de Arlequim: divisão do corpo da região frontal ao púbis em metades vermelha e pálida. É uma alteração vasomotora transitória, não significa doença. Vérnix ou verniz caseoso: substância graxenta, branco-amarelada (sebo e debris de queratinócitos), que recobre a superfície cutânea das dobras. Pérolas de Epstein: são acúmulos temporários de células epiteliais no palato duro, desaparecendo espontaneamente algumas semanas após o nascimento. Manchas mongólicas: representadas por pigmentação cinza-azulada no dorso e nas nádegas, não possuem nenhuma importância clínica. Decorrem da presença de melanócitos na derme que ainda não migraram para epiderme e tendem a desaparecer no primeiro ano. Observada em 80% dos RN de raça negra e descendentes asiáticos, tendendo ao desaparecimento ou clareamento após o primeiro ano de vida Hemangiomas: os hemangiomas capilares maculares transitórios são comuns em pálpebras e pescoço, também são achados físicos normais em recém-nascidos. 24 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 24 Manchas Salmão: manchas róseas ou vermelhas, que se exacerbam durante o choro, presentes na região da nuca, pálpebras ou glabela, decorrentes de ectasia capilar. São observadas em 30- 40% dos RN e desaparecem em 1-2 anos. Petéquias e Equimoses: podem estar presentes na cabeça do RN por aumento da pressão durante o parto, especialmente no parto a fórcipe. Desaparecem em dias. Eritema tóxico: é uma erupção cutânea composta de pápulas ou lesões vesicopustulosas que surgem de um a três dias após o nascimento, sendo localizado na face, no tronco e nos membros. É classificado como um exantema benigno, desaparecendo em uma semana. Melanose Pustulosa: Erupção cutânea pustulosa autolimitada, de causa desconhecida, observada em 2-5% dos RN da raça negra e apenas 0,6% da raça branca. Pode estar presente ao nascimento, caracterizando-se por grupamentos de pústulas estéreis de 2-3 mm (ricas em neutrófilos e eosinófilos), predominando na fronte, abaixo do mento, região retroauricular e cervical, dorso, mãos e pés (incluindo região palmoplantar). Após 2-3 dias, as pústulas desaparecem, deixando tipicamente pequenas máculas hipercrômicas com um colarete de escamas brancas. As manchas hiperpigmentadas permanecem por cerca de três meses. Milium sebáceo: são pápulas amarelo-esbranquiçadas que aparecem na fronte, nas asas do nariz e na genitália, correspondendo a pequenos cistos queratogênicos, causados por obstrução dos folículos pilossebáceos. 25 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 25 Miliária: pequeninas vesicopápulas que representam a obstrução ductal das glândulas sudoríparas écrinas, ocorrendo aproximadamente sete dias após o nascimento, em decorrência da sudorese excessiva (clima quente, roupas em excesso, febre). Dois tipos principais: Miliária cristalina: a oclusão ductal se dá no nível da córnea; são vesículas tipo “gotas de orvalho” localizadas na fronte do RN; Miliária rubra ou “brotoeja”: A oclusão ductal é intraepidérmica; a rotura do ducto sudoríparo leva ao extravasamento do suor para o tecido circunjacente, provocando inflamação. São pequenas pápulas ou vesicopápulas eritematosas, pruriginosas, eventualmente com pústula central, com predileção pela fronte, região cervical e axilar, por obstrução sudorípara intraepidérmica. A miliária desaparece rapidamente pela aplicação de compressas frias e resfriamento do ambiente. Acne Neonatal: acomete 20% dos RN, ocorrendo a partir de 7-14 dias de vida. Surgem comedões (pápulas com centro branco ou preto), pápulas eritematosas e pústulas, localizando-se preferencialmente na face e por vezes também no tronco superior e região proximal dos braços. As lesões desaparecem após semanas. APARELHO CARDIOVASCULAR • INSPEÇÃO Avaliar estado geral. Pode indicar cardiopatia congênita. Diante de criança com baixo peso, com dificuldade de ganho ponderal, pode indicar cardiopatia. Avaliar malformações do tórax, se tem pectus escavatum (depressão no meio, comum da sd de Marphan) ou pectus carinatum (peito de pombo). A parede torácica da criança é mais elástica, por isso é mais propensa a ter abaulamentos, principalmente em acometimento de VD. 26 Acadêmica: Isabella Dutra– 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 26 • PALPAÇÃO Palpação do ictus com as polpas digitais, verificar tamanho do ictus, a propulsão (se tem propulsão normal ou aumentada) e a localização do ictus (o ictus depende da faixa etária. No RN espera-se encontrar entre 3º e 4º EI, lateralmente a linha hemiclavicular esquerda. Por volta dos 3 meses o ictus chega ao 4º EI. Por volta dos 9 meses chega ao 5º EI, mas ainda lateral a linha hemiclavicular esquerda. Por volta dos 7 anos assume posição semelhante à de adulto, no 5º EI, na linha hemiclavicular esquerda. Avaliar frêmitos, sua localização, etapa do ciclo cardíaco e intensidade. Avaliar pulsos nos 4 membros: comparação, sincronia, ritmo e intensidade • AUSCULTA A técnica é a igual à do adulto. Existem alguns achados diferentes: - Arritmia respiratório/sinusal: durante a inspiração ocorre aumento da FC, e na expiração, redução da FC. Pode ser mais intensa em crianças com algum grau de hipóxia. - Sopro inocente: não associado a patologias. O sopro inocente difere do patológico, ele é sempre sistólico, suave, sem estalidos, sem galope, de curta duração, de baixa intensidade (não supera 2 ou 3 cruzes), não irradia para outros lugares, além de mudar de intensidade com a mudança de posição da criança, sendo mais intenso quando a criança está em posição supina. - Sopro transitório: comum nos RN por conta do fechamento do canal arterial (ligação entre aorta e a. pulmonares, presente da vida fetal. Conforme a criança nasce o canal passa a se fechar, mas pode demorar alguns dias para se fechar). - Extra-sístoles ventriculares isoladas: são comuns em adolescentes, e para saber se são patológicas ou não elas somem com a atividade física. Pede-se o paciente para fazer esforço e faz a ausculta de novo. Se desaparecerem, a origem é benigna. Pressão arterial Rotineiramente: braço direito e perna direita ; bebê sem choro e tranquilo Manguito neonatal ( largura 40% perímetro braquial ) - PAS= 75-80 MMHG 27 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 27 - PAD= 50-55 MMHG Convergentes: falência miocárdica ou colapso pulmonar Divergentes: malformação AV, troncus arterius, PCA APARELHO RESPIRATÓRIO • Inspeção: padrão respiratório → crianças costumam ter muitas afecções respiratórias. Sempre verificar se está taquipneico ou dispneico (esforço respiratório). Os pais podem referir “filho cansado”. Na pediatria se conta a FR durante 1 minuto inteiro, porque podem ter respiração periódica, principalmente RNs. A apneia difere da pausa respiratória, já que a apneia vem acompanhada de alteração da FC e cianose. Clavículas: aplasia de clavícula Disostose cleidocraniana: doença autossômica dominante, aplasia clavicular + atraso de fechamento fontanelas + atraso ossificação + dentes alterados Fraturas: maioria tipo galho verde, podem causar pseudoparalisia do plexo braquial. CONDUTA: conservadora Retrações supraclaviculares= SÃO PATOLÓGICAS!!! O padrão respiratório é abdominal/diafragmático (durante a inspiração o tórax se retrai e o abdome se expande) e o ritmo respiratório é periódico, isto é, irregular e intercalado por pausas breves de duração < 10 segundos. Sinais de esforço respiratório: tiragem intercostal ou subcostal (retração estre as costelas ou abaixo do gradil costal), retração de fúrcula esternal, BAN (batimento de aleta nasal), gemência (sinal de esforço respiratório mais grave). 28 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 28 O esforço respiratório pode ser avaliado pelo boletim de Silverman-Andersen 1-5 pontos: desconforto respiratório moderado 6 pontos: desconforto respiratório grave A técnica da ausculta é a mesma dos adultos, com uso de escala grega. Faz-se no dorso e na parte anterior do tórax. - Estridor: não é um som auscultado, é um som escutado sem uso do esteto. Apresenta obstrução de via aérea alta, como nos casos de laringomalácia e infecções como laringotraqueobronquite. Pode melhorar no repouso e piorar quando a criança fica agitada. - Roncos: sons rudes, contínuos, ouvidos na inspiração e expiração, podem ser alterados pela tosse. Representam secreção em brônquios de maior calibre. - Sibilos: muito comuns na faixa etária pediátrica, é um som agudo auscultado tanto na inspiração quanto na expiração, decorrente de secreção, edema ou espasmos de brônquios de menor calibre. Pode até chegar a escutar o som quando for mais intenso. - Estertores: podem ser finos (no final da inspiração), preenchimento do alvéolo com secreção, ou grossos. 29 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 29 ABDOME Inspeção: - Forma: globoso, abaulamento infra umbilical, distensão de bexiga e graves CRIU - Circulação colateral e ondas peristálticas - Escavado: hérnia diafragmática, cirurgia - Abaulamento supra-umbilical: atresia duodenal, distensão gástrica - Hérnias Inguinais indiretas, da infância, encarceram AVALIAÇÃO CIPE Umbilicais RN P< 2500g, feminino, negros, 1-5cm, desaparecem <4 anos. -Onfalocele: Defeito de parede abdominal com exteriorização de vísceras recobertas por âmnio, cordão e peritônio parietal - Grastrosquise: Defeito da parede abdominal com exteriorização e exposição de alças e vísceras, à direita do cordão umbilical - Coto umbilical: Exsudato purulento; Granuloma Ausculta: nos 4 quadrantes, com presença de RHA. Ausência de RHA sugere íleo paralítico. Palpação: - Diástase de mm reto-abdominais: desaparece nos primeiros anos de vida - Ascite, aumento do fígado (>2cm RCD), baço, rins e bexiga - Distensão: ascite, VCM, gases Em RNs O fígado costuma ser palpável até 2 cm abaixo da margem costal. O sistema glicuroniltransferase não está completamente maduro, dando origem à icterícia fisiológica do RN (início com 48h e pico no terceiro dia, desaparecendo no final da primeira semana). O baço geralmente não é palpável. - Massas abdominais 50% de origem geniturinária 30 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 30 Rins: hidronefrose, nefroblastoma, cisto solidário, rins policísticos, trombose veia renal Fígado: hematoma, hemangioma, cisto hepático, colédoco, ovário TGI: duplicação de duodeno/jejuno/íleo/volvo/teratoma/neuroblastoma Coto umbilical: mumificação e queda entre 7º e 10º dia. Cordão umbilical: precisa conter 2 artérias e 1 veia. Artéria umbilical única sugere malformações congênitas, principalmente renais. GENITAL E MEMBROS Primeiramente diferenciar se é feminina, masculina ou com alterações que possam indicar genitália ambígua. MASCULINA - Testículos: tentar palpar dentro da bolsa escrotal. Se não for palpável, ver onde é palpável. Em 80% dos casos é palpável em outro lugar quando está fora da bolsa escrotal. Onde? Intra-canaliculares (no canal inguinal. A descida do testículo pode ocorrer até os 3 meses de vida). Ectópicos (não chega na bolsa escrotal). Procurar alterações no testículo Criptorquidia: ausência do testículo na bolsa escrotal após os 3 meses de vida. Mais comum nos prematuros, geralmente é unilateral, principalmente à direita. O tto cirúrgico sempre é indicado, e realizado entre 6 e 12 meses de vida, sem ultrapassar 18 meses de vida, porque pode causar transformação maligna do testículo ou evoluir com infertilidade Testículos ascendentes: eram previamente tópicos, mas migraram cranialmente. Geralmente ocorre por volta dos 8 a 10 anos de idade. Esse menino geralmente teve criptorquidia com resolução espontânea ou presença de testículo retrátil (de mobilidade aumentada. Geralmente são palpáveis na raiz da bolsa escrotal, mas são facilmente levados pra base da bolsa com palpação. Adotar conduta expectante, e o tto cirúrgico só é indicado com os testículos retrateis que evoluem para testículos ascendentes ou no caso de houver reduçãodo diâmetro do testículo) 31 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 31 - Bolsa escrotal: verificar presença de hidrocele. A hidrocele é o acúmulo de líquido na bolsa escrotal (bolsa escrotal encontra-se aumentada). Ela pode ser comunicante (com comunicação com cavidade intraperitoneal. A bolsa escrotal pode variar nesse caso por causa da comunicação) ou não comunicante (o tamanho não fica variando). Na grande maioria das vezes tem resolução espontânea ate 1 ano de vida. Tto cirúrgico só depois de 1 ano de vida. Durante a palpação podem sentir a bolsa com liquido dentro ou fazer exame de transiluminação (jogar uma luz na bolsa escrotal para poder ver a sombra do testículo e do cordão espermático). - Pênis: examinar prepúcio, observar presença de fimose (95% dos meninos nascem com fimose, que em geral resolve até os 3 anos de idade. A fimose só é patológica quando se prolonga além disso. Pode tentar tto tópico com uso de cremes, se não resolver indica-se cirurgia). Procurar por parafimose (ocorre quando fazemos retração forçada do prepúcio e ele não volta para a posição original, pode levar a estrangulamento e edema da glande, sendo considerada uma situação de emergência). Procurar balanopostite (infecção, inflamação da glande e do prepúcio). Seguindo o exame do pênis avaliar a saída da uretra. Podemos ter hipospádia (uretra na face ventral do pênis) ou epispádia (uretra saindo na face dorsal do pênis) Classificações de hipospádia - Corpo do pênis: pode ser membranoso (quando a pele da bolsa escrotal se estende sobre o ventre do pênis), pode ser embutido (quando fica escondido no coxim gorduroso da sínfise púbica, podendo ser congênito ou com meninos com obesidade ou sobrepeso. Em geral não precisa de tratamento), ou incluso (fica dentro da sínfise púbica, como resultado de uma cirurgia de circuncisão) 32 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 32 GENITÁLIA FEMININA - Verificar sinéquias (junções dos pequenos lábios), geralmente associadas com história de má higiene e de vulvovaginites. Geralmente pai ou mãe observa sinéquia na troca de fralda. Pode associar com prurido, infecções de repetição, etc. na maioria das vezes espera-se a resolução espontânea, e quando vem com sintomas associados pode ser feito tto tópico com corticoides ou cremes esteroides. Em caso de não melhora podemos fazer a separação mecânica. - Avaliar presença de vulvovaginites: pode ter hiperemia, corrimento, prurido, pode estar associado a má higiene ou irritantes químicos. - Avaliar presença de corrimentos: em RNs é comum corrimentos e até sangramentos nos primeiros dias de vida, decorrente dos hormônios maternos. Em meninas em fase pré-puberal podemos ter corrimento esbranquiçado fisiológico. REGIÃO ANAL - Avaliar saída do ânus, fissuras, plicomas, fístulas, etc. - Avaliar se existe dermatites (Ex. dermatite da fralda). Sempre orientar os pais a não deixar a criança com fralda suja, além de uso de óxido de zinco. Se tiver cândida associada usar também nistatina. Eliminação do mecônio: entre 10 e 12h do nascimento (até 24h). Fezes escuras preto-esverdeadas, pegajosas, compostas por muco, bile, líquido amniótico, lanugo/pelos. Causas de atraso na eliminação: obstrução intestinal, Doença de Hirschsprung/ Megacólon congênito, etc. 33 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 33 MEMBROS - Simetria - Edema: de 1 a 4 cruzes - Malformações Genu varo x Genu Valgo → genu valgo é o joelho tesoura, e o genu varo são as pernas arqueadas O genu varo é fisiológico até os 2 anos de idade. O genu valgo é fisiológico até os 8 anos de idade. Fazer manobras de Barlow e Ortolani para displasia de quadril (manobras devem ser feitas nas primeiras consultas, antes dos 2 meses de idade). FR: sexo feminino, HF de displasia congênita do quadril, parto com apresentação pélvica. - Artrogripose (imobilidade articular) Congênita: déficits musculares, compressão fetal (oligodrâmnio) Distúrbios neurológicos: meningomielocele, deficiência de células motoras da medula anterior, anencefalia/hidranencefalia/ holoprosencefalia - Prega palmar única (prega simiesca): Unilateral / bilateral 34 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 34 - Osteocondrodisplasia: Encurtamento dos membros (nanismo distrófico) - Espinha bífida: Falha no fechamento dos ossos coluna lombossacra, com exposição do tecido nervoso: meningo/mielomeningocele. Investigar se fossetas ou hipertricose local Meningocele: Lesão cística: LCR, meninges e pele. Causas maternas: deficiência de ácido fólico; álcool Mielomeningocele: Lesão da linha média: LCR,meninges, elementos da medula Aberta ou rota: tecido nervoso exposto Fechada: tecido nervoso coberto por membranas meníngeas /pele 35 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 35 - Teratoma sacrococcígeo: Tumoração arredondada, tamanho variado, recoberto por pele íntegra. Pode malignizar SEMIOLOGIA DO ADOLESCENTE - Adolescência: mudanças biológicas + psicossociais. - Puberdade: mudanças biológicas, tanto de maturação sexual quanto de crescimento. ADOLESCÊNCIA: faixa etária definida: OMS: entre 10-19 anos MS: 10-20 incompletos ECA: 12-18 anos PUBERDADE: Meninas: 8-13 anos Meninos: 9-14 anos ESTADIAMENTO DE TANNER Meninas: - Mamas (M) - Pelos Pubianos (P) 36 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 36 Meninos - Genitália (G) - Pelos pubianos (P) MAMAS M1: mama pré-pubere, não começou a se desenvolver. M2: telarca (aparecimento do broto mamário). Marca o início da puberdade na menina. M3: aumento da mama + aumento da aréola e da papila, mantendo o mesmo contorno da mama M4: aumento da mama, com papila e aréola projetando-se pra fora, formando contorno diferente. Quando ocorre menarca. M5: mama adulta. P1: ausência de pelos, fase pré-pubere P2: pubarca (aparecimento dos pelos), começando escassos, pouco pigmentados, finos e lisos, ou pouco encaracolados. Ocupam os grandes lábios. P3: aumento dos pelos, mais pigmentados, espessos e encaracolados, chegando até a sínfise púbica P4: pelos pubianos de aspecto adulto, sem atingir a raiz da coxa. P5: pelos de aspecto adulto, atingindo a raiz da coxa. 37 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 37 G1: pré-pubere. Tem testículo, bolsa escrotal e pênis com tamanho e forma infantil G2: início do aumento testicular, com volume de 4 mls. Bolsa escrotal com coloração avermelhada. O pênis não sofre alteração até agora, ou alteração mínima. G3: aumento da bolsa escrotal e do testículo, cerca de 10 ml. Aumento do pênis, inicialmente aumento do comprimento. G4: aumento do testículo e bolsa escrotal para cerca de 18 ml, com bolsa com maior pigmentação. Pênis com crecimento em diâmetro, e também desenvolvimento da glande. G5: genitália adulta. P1: ausência de pelos pubianos. P2: pubarca (aparecimento dos pelos) escassos, pouco pigmentados, finos e lisos, ocupando a base do pênis. P3: aumento da quantidade de pelos pubianos, tornando-se espessos, mais pigmentados e encaracolados, chegando até a sínfise púbica. P4: pelos parecidos com adultos, sem atingir raiz da coxa. P5: pelos adultos, chegando até a raiz da coxa. Em 70% dos casos o esperado é que o estadiamento de mama e genitália sejam o mesmo dos pelos pubianos. Podemos admitir uma diferença de até 2 estadiamentos sem ser considerado patológico. 38 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 38 CRESCIMENTO PUBERAL Ocorre distalmente, ou seja, primeiro ocorre aumento de mãos e pés, depois braços e pernas e por último aumento do tronco.- Estirão puberal: Meninas: início da puberdade, em M2, chegando no pico em M3. Em média de 8,3 cm ao ano no pico. A desaceleração ocorre em M4, durante a menarca (“depois que a menina menstrua ela não cresce mais”, a menarca ocorre em M4) Meninos: aumento da velocidade de crescimento chega ao pico 2-3 anos após as meninas, por volta de G4. A velocidade máxima chega a cerca de 9,5cm por ano. CONSULTA COM O ADOLESCENTE É feita em 3 tempos: - 1º tempo: família + adolescente - 2º tempo: adolescente - 3º tempo: família + adolescente Antes da consulta explicar a dinâmica da consulta. Quando sozinho, explicar que não vai contar o que foi dito pra família. Princípios da privacidade e confidencialidade (sigilo medico, art. 103 do código de ética medica) e da autonomia. Situações de quebra de sigilo: em situações de risco para o adolescente ou para terceiros. Caso de ideação suicida, gravidez sem pré-natal adequado ou abuso de drogas ilícitas. 39 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 39 1º tempo: - QP - HDA Avaliar se é o adolescente que se refere ou se são os pais. Se são os pais, como o paciente se comporta enquanto os pais contam - HPP: doenças na infância, internações, cirurgias, alergias, etc. - HGPN: gestacional, parto e neonatal. Se fez pre-natal, qual tipo de parto, termo, peso de nascimento, período neonatal (quantos dias internado na maternidade? Icterícia? Hipoglicemia neonatal?) - H. alimentar: principalmente pregresso. Até quando foi amamentado? Fez uso de fórmula? Quando iniciou introdução alimentar? Como foi feita? - H. desenvolvimento: se atingiu os marcos do desenvolvimento na época apropriada. - H. vacinal: calendário infantil e do adolescente. HPV meninas: 9-14 anos HPV meninos: 11-14 anos - H. familiar: se pais são saudáveis, se irmãos são saudáveis, histórico de neoplasias, diabetes, HAS - H. fisiológica: como é o sono, função intestinal. Em meninas, sempre perguntar sobre o ciclo menstrual (se já teve a menarca, se ainda não, perguntar pra mãe quando foi a dela, pois existe relação). Se já teve a menarca investigar se o ciclo é regular (o normal é de 21-45 dias, média de 28 dias). Nos primeiros anos após a menarca é normal ter ciclos anovolatórios, é normal o ciclo ser irregular, demora de 2 a 2,5 anos pra regular. As meninas que demoram mais pra ter a menarca podem demorar mais pra ajustar o ciclo menstrual. Verificar as variações da menstruação Polimenorreia: ciclo menor que 21 dias Oligomenorreia: ciclo maior que 45 dias Irregular: ocorre entre 21 e 45 dias, mas não tem uma regularidade, vem com intervalos diferentes 40 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 40 Amenorreia: diferenciar a primaria (ausência de menstruação após 16 anos) ou secundária (menina que menstruou e depois parou de menstruar por tempo maior que 3 meses) Hipomenorreia: quantidade reduzida Hipermenorreia: quantidade aumentada Dismenorreia (cólica menstrual): primária (não associada a nenhuma comorbidade ou patologia uterina) ou secundária (secundária a patologia, como malformação estrutural, presença de endometriose, etc.) Atividade física: pesquisar risco da morte súbita (forma inesperada durante a atv física, geralmente por cardiopatia oculta, não diagnosticada. Geralmente é uma miocardiopatia hipertrófica). Pesquisar pela anamnese se teve parente com IAM ou por causa cardiológica antes dos 50 anos. Perguntar se já teve sincope ou pré-sincope durante atv física, presença de palpitação, dispneia ou dor torácica. No EF procurar alterações no ACV (pulsos, sopro, extrassistole, HAS, etc). exames complementares não são indicados de rotina. 41 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 41 SEMIOLOGIA DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL A pediatria 1 está relacionada aos problemas gerais de ambulatório. Crescimento, desenvolvimento, vacinações, doenças respiratórias, reanimação neonatal e infecções urinarias. O crescimento e desenvolvimento não é feito no “olhometro”. Existem referencias para que se chegue à conclusão do grau de desenvolvimento da criança. Podem haver problemas que podem interferir no desenvolvimento das crianças como: fatores alimentares, problemas hormonais (atuam mais na fase da puberdade), prematuridade, vacinações. Portanto, mudanças externas e fatores genéticos estão associados ao desenvolvimento. Alvo genético: é feito para saber a estimativa da estatura que essa criança vai ter. Assim, será possível avaliar se está crescendo adequadamente. A fase em que há maior crescimento ocorre, principalmente, na fase intrauterina. Os primeiros 1000 dias das crianças são os mais importantes (0 a 2 anos), caso seja negligenciada, pode haver um déficit de crescimento irreversível. O crescimento e desenvolvimento é determinado por um aumento linear das estruturas que o compõe. Apresenta-se de forma contínua e não constante, resulta de interação de fatores genéticos, ambientais, nutricionais, socioeconômicos e emocionais. Obs: o crescimento e continuo e não é constante, pois temos fases de estirão por exemplo e que ocorre, principalmente, na puberdade. Na puberdade há ação principalmente do GH (hormônio do crescimento). Toda criança tem um potencial para crescer e se desenvolver, porem dependem de diversos fatores mencionados anteriormente. Logo, para se ter adultos saudáveis é preciso ter crianças saudáveis. PUERICULTURA Consulta médica periódica de uma criança saudável, com enfoque em prevenção e educação em saúde, pois a criança é parte de uma comunidade. - Lactente: 0 a 2 anos de idade 42 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 42 - Pré-escolar: 2 aos 6 anos - Escolar: 6 a 10 anos - Adolescente: 10 a 19 anos (OMS); 12 aos 18 anos (ECA). Tipos de crescimento Os tipos de crescimento são: tipo geral (peso e estatura que é rápido da primeira infância e maior na puberdade), neural (maior nos primeiros anos e que se mantem, posteriormente. Está associado ao perímetro cefálico), tipo linfoide (tecido linfoide com desenvolvimento maior na puberdade) e crescimento genital (órgãos sexuais e caracteres secundários, também comuns na puberdade). OBS: o perímetro cefálico é fundamental nos primeiros meses dias de vida. As fontanelas permitem o crescimento neural nessa fase. Importante para determinar micro e macrocefalia. Fases do crescimento - 1ª Fase: vida intrauterina até os 2 anos (crescimento rápido - nutrição) - 2 Anos até a puberdade: crescimento regular 2 a 3kg/ano e 5 a 6cm/ano. - 2ª Fase: crescimento rápido devido aos hormônios, principalmente, GH- período em que ocorre o estirão da puberdade e desenvolvimento dos órgãos genitais. OBS: Em recém-nascido geralmente a cabeça é maior e, conforme vai crescendo, o desenvolvimento tende a ficar mais simétrico. O que mais mata criança nessa fase é o traumatismo cranioencefalico. A definição de puberdade e os crescimentos de órgãos genitais são baseados nos estágios de Tanner. 43 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 43 A menina começa a puberdade na M II- início do broto mamário. O menino inicia a puberdade no estágio G II- onde há aumento da bolsa escrotal e o pênis continua com característica infantil. A Menstruação ocorre no estágio M IV, geralmente. Antropometria A antropometria consiste no peso, comprimento estatura, perímetro cefálico, IMC, envergadura e pregas cutânea. O IMC deve ser realizado principalmente a partir dos 10 anos de idade. OBS: Balança infantil é usada até quando acriança pesar 15 kg. Geralmente, acima de 2 anos usa-se a balança de adulto. Para medir o comprimento é utilizado o infantômetro sendo necessário retirar o sapato da criançasempre a fim de obter medidas fidedignas. Perímetro cefálico é utilizado para avaliar o desenvolvimento cefálico e é realizado da região occipital até a glabela. Para avaliar as pregas cutâneas é utilizado o adipômetro. 44 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 44 Cadeirantes: Mede o comprimento do fêmur e há uma tabela especial para essa criança. Vale a pena ressaltar que crianças portadoras de necessidades especiais geralmente tem uma dificuldade nutricional que pode evoluir para desnutrição. Avaliação do crescimento Avalie SEMPRE as curvas de crescimento. Pode ser utilizada através de percentis ou ZSCORE (são semelhantes). Avaliar zonas de curva. Avaliar parâmetros de normalidade e anormalidade. Avaliar canal de crescimento. - Peso de nascimento: 3000g - Perde 10% na 1ª semana de vida - Recupera peso de nascimento após 10 dias - Comprimento ao nascer: 50 cm MASCULINO 49cm FEMININO - Acompanhamento mensal de peso, comprimento, perímetro cefálico Curvas OMS: projeto em 6 cidades de 6 países, com acompanhamento longitudinal de crianças até 2 anos de idade, em condições ideais (aleitamento materno exclusivo até 6 meses, mãe não tabagistas, etc). 45 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 45 - Escore Z: é uma distribuição normal, como uma curva de Gauss. Zero é o pico, a média, mediana e moda da população, e os valores normais estão entre +2 e -2, que é o desvio-padrão. - Percentil: como se colocássemos todos em uma fila, e quem tem peso percentil 3 significa que ela tem um peso semelhante a 3% de todas as crianças daquela fila, se ela está no percentil 50, quer dizer que 50% de crianças daquela fila sem esse peso. Curvas disponíveis: - Crescimento: estatura/idade - Estado nutricional: • Peso/idade: até os 10 anos → o primeiro sinal da desnutrição é a redução do PESO. Na desnutrição aguda o primeiro a reduzir é o peso, e com o passar do tempo irá afetar a ESTATURA. • Peso/estatura: até os 5 anos → “IMC” até 5 anos. Acima de 3 = obesidade; entre 3 e 2 = sobrepeso, entre 2 e 1 = risco para sobrepeso; entre 1 e -2 = eutrofia. Magreza entre -2 e -3; abaixo de -3 = magreza acentuada. • IMC/Idade → disponível até os 19 anos. Acima de 3 = obesidade grave; entre 3 e 2 = obesidade; entre 2 e 1 = sobrepeso; entre 1 e -2 = eutrofia. Entre -2 e -3 = magreza; abaixo de -3 = magreza acentuada/extrema. O maior crescimento ocorre nos primeiros anos de vida. Perda de peso do RN pode variar até o 3º e 4º dia. Cerca de 3 a 10% no peso de nascimento podendo chegar até 15% em prematuro. 1º trimestre-ganho ponderal/dia- 25 a 30g 2º trimestre- ganho ponderal/dia-20-25g 3º e 4º trimestre- ganho ponderal/dia- 15g/dia Bebê dobra de peso até os 6 meses/ triplica o peso até 1 ano e quadruplica até os 3 anos. Comprimento 1º trimestre- 3,5 cm/mês Comprimento 2º trimestre- 2cm/mês 46 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 46 Comprimento 2º semestre-1,5 cm/mês Em geral o bebê cresce cerda de 25 cm no primeiro ano de vida. Cresce em média 8cm aos 2 anos e 7 cm aos 3 anos. Com 4 anos, a criança atinge mais ou menos 1m. O perímetro cefálico (PC) deve ser medido até os 36 meses. Até os 6 meses tem relação direta com o crescimento cerebral. Logo, pé necessário acompanhar mensalmente durante o 1º ano e trimestral até o 2º ano. PC ao nascer normalmente é de 34 a 36 cm. No 1º trimestre é de 2cm/mês 2º trimestre: 1cm/mês 2º semestre: 0,5 cm/mês. Totalizando 12 cm, aproximadamente ao ano. OBS: O que pode causar macrocefalia na criança? Hidrocefalia. Microcefalia corresponde a um desvio padrão acima de 2. Desenvolvimento motor grosseiro Ao nascimento o padrão motor é muito imaturo. Há hipotonia da musculatura paravertebral com predomínio dos tônus flexores dos membros. Durante os primeiros meses, há uma diminuição progressiva dos tônus flexores, com predomínio dos tônus extensores. O sentido do desenvolvimento é sempre craniocaudal. Alvo Genético Meninos: estatura do pai + estatura da mãe +13 cm dividido por 2 Meninas: estatura da mãe + estatura do pai -13 dividido por 2. Desvio padrão normal é de + ou - 10cm. 47 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 47 Obs: na puberdade há fechamento das epífises ósseas, portanto essa medida não é utilizada. Maturação óssea Maturação óssea e erupção dentaria complementam a avaliação do crescimento da criança. Placa de crescimento epifisária – Ela serve para ter uma noção se está dentro da curva de crescimento normal ou não e corresponde a idade óssea da criança. Se não há fusão da epífise óssea, não há crescimento. Desenvolvimento dentário inclui a mineralização, a erupção e a queda. Erupção dentária ocorre dos 6 aos 8 meses e a mudança dos dentes decíduos para permanentes iniciam-se por volta dos 6 anos. DNPM • Fatores de risco: - Ausência de pré-natal/gestação não desejada - Intercorrências durante a gestação → uso de álcool, drogas, infecções, depressão materna - Intercorrências durante o parto e neonatais - Baixo peso ao nascer - Prematuridade Recém-Nascido: - Tônus flexor dos membros - Hipotonia de musculatura paravertebral - Movimentos reflexos 48 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 48 SEQUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO - Craniocaudal - Proximal → distal - Mais simples → mais complexas Compreende a habilidade de aquisição de novas habilidades motoras, linguísticas, cognitivas e sociais pela criança. Capacidade do indivíduo de realizar funções cada vez mais complexas. O desenvolvimento apresentado por uma criança depende muito do estimulo que ela recebe. Observa-se a parte social para detectar autismos É influenciado pelo meio. Logo, vai depender dos estímulos que ela recebe. Avalia-se os marcos de desenvolvimento O desenvolvimento é dividido segundo alguns domínios de funções: sensorial, motor, linguagem, cognitivo e psicossocial. Desenvolvimento sensorial (órgãos e sentidos): - Audição- está presente desde o 5 mês da vida intrauterina. - Visão- acuidade visual próxima ao adulto aos 7 ou 8 meses. Mas aos 2m já consegue distinguir um pouco de cores. - Paladar e olfato- Bem desenvolvidos desde o nascimento. Entretanto, não distinguem doce e salgado. - Tato- associado entre toque e imagem ocorre rudimentarmente no 1º mês e mais sedimentada aos 4 meses. 49 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 49 Desenvolvimento Motor Grosseiro Desenvolvimento motor grosseiro é imaturo no nascimento. Nessa fase há intensa hipotonia da musculatura paravertebral com predomínio dos tônus flexores dos membros. Durante os primeiros meses, há diminuição progressiva desse tônus flexor ocorrendo predomínio do padrão extensor. OBS: Reflexo de moro- reflexo assustado. Há presença de reflexos primitivos como: Moro, preensão palmar, preensão plantar, reflexo tônico cervical assimétrico e Babinski. - Reflexos primitivos → respostas automáticas a estímulos externos • Reflexo da marcha (0-2 meses): suspende a criança e apoia em superfície plana com leve inclinação anterior do corpo. • Reflexo de placing (colocação – 0-2 meses): suspende verticalmente a criança e toca-se dorso do pé na borda de uma mesa ou maca, a criança “tenta subir o degrau”. • Reflexo Tônico cervical assimétrico – Magnus Klein (“do esgrimista” – 0-4 meses) • Reflexo da sucção (0-5 meses): pode ser testado com a introdução do dedo entre os lábios (com luva) • Reflexo da busca (0-2 meses): pode ser testado com estímulo leve na comissura labial. • Reflexo de Moro (“do abraço” – 0-6 meses): possui duas fases, a primeira é a abdução dos membros superiores, com extensão dos dedos. A segunda fase é a adução dos membros.• Preensão palmar (0-4 meses) • Preensão plantar (0-10 meses) 50 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 50 Desenvolvimento motor fino Escala de Denver - Movimento de pinça: corresponde a habilidade de manusear ferramentas - Desenvolvimento de habilidades manuais. 51 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 51 Desenvolvimento da linguagem Há presença de habilidades receptivas como a compreensão da comunicação, habilidades expressivas que estão relacionadas a habilidade de produzir comunicação. Entretanto, a criança está familiarizada com os sons desde a vida intrauterina. - 3 a 4 meses: vira-se na direção do som - Durante o 2º semestre: reconhece seu nome - Final do 1º ano entendem comandos de uma só ordem - 18 a 24 meses: sabe apontar figuras - Ao final do segundo ano: identifica objetos pelo seu uso. - Primeiros meses: mímicas faciais e choro - 2 a 3 meses: inicia emissões de barulhos 52 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 52 - 6 meses: balbucia e emite bilabiais - 9 a 12 meses: balbucios com padrão semelhante a linguagem de seu meio cultural. - 12 meses: surgem as primeiras palavras/frases com significado. - 18 meses: frases simples. - 18 a 24 meses: maior vocabulário (200 a 300 palavras). Obs: geralmente as meninas aprender a falar mais rápido. Já o desenvolvimento motor dos meninos é mais rápido. Desenvolvimento cognitivo (está relacionado a questão de habilidades) Cognição: é o ato de conhecer ou o processo de adquirir conhecimento como atenção, memorização, simbolização e planejamento. A criança tem neuroplasticidade: o cérebro se adapta facilmente. É como se a criança fosse uma esponja. Quanto mais estimulo, maior a aprendizagem. -Desenvolvimento psicossocial: carinho, afeto, cuidado, etc. 53 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 53 MARCOS DO DESENVOLVIMENTO RN (até 28 dias) • 1 mês • 2 meses: segue um objeto por 180º; sorri no contato social, presta atenção a vozes, de bruços, consegue levantar a cabeça; faz “barulhos” entre 2 e 3 meses. • 3 meses (fase cervical) 54 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 54 • 4 meses: sorri espontaneamente, ri alto, balbucia de forma mais estruturada. Equilibra bem a cabeça na posição de bruços, pode conseguir rolar de barriga pra cima e pra baixo. Consegue pegar objetos com a mão e levar em direção à boca • 6-7 meses (fase troncular): criança consegue se sentar sem apoio por pouco tempo, consegue rolar, consegue transferir objetos entre as mãos, faz preensão palmar (pegar objetos com a palma da mão), faz “gugu dada” (replicação de sílabas), lalação inespecífica. • 9-10 meses: consegue bater palmas, falar “mama”, “papa” (9m- 12m), consegue sentar e levantar, faz pinça do polegar com o indicador, consegue apontar para coisas que a criança quer. Tem medo de estranhos. Pode conseguir engatinhar (é um ponto facultativo, nem todas engatinham), ela consegue se mover, se locomover. CUIDADO COM ACIDENTES NESSA FASE! Brinca de “cadê” (noção de permanência de objetos. Antes disso se algum objeto saísse do campo de visão da criança a criança achava que aquilo não existia mais). 55 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 55 • 12 meses: pode caminhar com ou sem apoio durante alguns passos, consegue dar objetos para outras pessoas mediante solicitação, brinca com bola, Fala cerca de 3 palavras. • 18 meses: consegue comer sozinha com colher, consegue colocar o próprio sapato, sobe escadas, consegue correr, construir torres de cubos, fala mais de 10 palavras, identifica partes do corpo. Consegue fazer algumas brincadeiras, como brincar de boneca. • 2 anos: corre sozinho, sobe nos móveis (cuidado com acidentes), salta e pula de um lugar para outro, rabisca círculos. Conseguem juntar 3 palavras (ex. “eu quero água”), consegue ouvir histórias, ajuda a se despir, copia o que os adultos fazem. 56 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 56 AVALIAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO Na anamnese deve-se perguntar sobre o contexto familiar e social, o momento em que a família estava quando a criança foi gerada, rotina de vida, intercorrências maternas durante a gravidez, se houve uso de drogas na gestação, peso da criança ao nascer, idade gestacional, intercorrências perinatais, comorbidades, dados relacionados a aquisições de habilidades e a opinião da mãe e de outro a respeito do desenvolvimento da criança. É importante perguntar sempre sobre o comportamento da criança em casa. Desse modo, é possível diagnosticar patologias de forma precoce como o autismo. O autismo é difícil de ser diagnosticado antes dos 3 anos. A criança apresenta os seguintes sinais: não olha nos olhos, apresenta estereotipias (movimentos repetitivos), sensibilidade a ruídos, você chama e a criança não corresponde. Portanto, essa criança tende a apresentar atrasos em alguns marcos do desenvolvimento. 57 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 57 Frequência das consultas Deve ser realizada uma consulta pré-natal com o pediatra para avaliação de dados. De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, as consultas pediátricas deverão ocorrer com a seguinte periodicidade: 1ª semana de vida, 1 mês, 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 12 meses, 18 meses e 24 meses. Após os 2 anos de vida, as consultas da puericultura poderão ser feitas anualmente. Estratégias de Interação - Ter empatia - Chamar as pessoas pelo nome - Não usar jargão médico - Valorizar preocupações dos pais e dos pacientes - Dar informações claras - Criar uma parceria com a família Consulta completa - Queixas - Avaliação do desenvolvimento - Alimentação e comportamento alimentar - Antecedentes familiares - Antecedentes de parto e neonatais - Aleitamento materno - Função auditiva e visual 58 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 58 - Saúde bucal - Sono - Sexualidade - Desempenho escolar - Atividade física - Exposição à mídia → tem relação com a atividade física e a exposição a conteúdos que podem ser expostos precocemente DIAGNÓSTICOS DE NORMALIDADE NA PUERICULTURA - Crescimento - Estado nutricional - Vacinação - Alimentação - DNPM - Ambiente físico e emocional → comportamentos de risco? Tabagismo, drogas, álcool? 59 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 59 ALEITAMENTO MATERNO O leite materno e o alimento capaz de suprir toda a nutrição e desenvolvimento na vida extrauterina até que possa se adaptar as condições alimentares imposta a sua espécie. Aos 180 dias de vida, a probabilidade de AME fica em torno de 10%. O aleitamento materno exclusivo está diminuindo. Essa redução pode ocorrer devido ao tempo de licença maternidade que é de 4 meses e muitas vezes as mães não ficam nem esse tempo de licença. Infelizmente, há evidencias que profissionais de saúde também estão incentivando esse desmame precoce. Estimativa de duração mediana de AME em dias foi de 54,11 (1,8 meses). Profissionais de saúde devem incentivar e orientar sobre as dificuldades da fase inicial da lactação e como solucioná-las. Problemas de amamentação: má deglutição, sucção (principalmente os prematuros antes das 37 semanas), mastites, pouca produção de leite, bico do peito invertido (o bebê não tem espaço para sugar. Lembrando que nem sempre choro da criança nem sempre é fome. Como provar isso? Ao analisar a curva de crescimento você provaque a criança está crescendo corretamente, caso contrário, não estaria. Pediatras devem conhecer benefícios e vantagens da adoção do aleitamento materno para os lactantes, saber comentar sobre a mudança da frequência e duração das mamadas, reconhecer a pega correta e mamada satisfatória, ordenha manual e armazenamento de leite materno, como superar as crises transitórias da lactação, das irregularidades das mamadas ao fim do dia, choro noturno e cólicas. Primeira consulta recomenda-se que coloque o bebê para mamar para analisar a “pega” da criança. Se a mãe precisar voltar a trabalhar antes dos 6 meses, recomenda-se a retirada do leite e orientar sobre o armazenamento. Legislação da mãe: direito a dois períodos de 30 min para amamentação, um de manhã e um à tarde. ✓ Mamogênese: crescimento mamário ✓ Lactogênese: produção de leite ✓ Galactopoiese: manutenção da secreção láctea. Essa secreção que requer um meio hormonal adequado, sucção periódica e remoção regular do leite. A sucção é fundamental para produzir o leite, caso contrário, deve-se ordenhar. ✓ Translactação: indicada quando o bebê não está ganhando peso, mãe não está produzindo leite, mães adotivas, cirurgias que reduzem a produção e saída do leite e mesmo assim a mãe 60 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 60 deseja amamentar. A relactação é feita com leite artificial, enquanto a translactação é feita com leite materno. Pode ser usada uma mamadeira com bico, passar um relactador dentro do bico do recipiente contendo o leite, uma das pontas da sonda fica dentro do recipiente com leite, e a outra ponta no mamilo da mãe, fixada com uma fita adesiva. O bebê, assim, fará estímulo de sucção do seio da mãe, que levará ao estímulo da produção do leite na mãe. É uma técnica usada para minimizar a desistência ao aleitamento materno. ✓ Apojadura: processo de descida do leite. Caso o bebê mame numa mama toda e ingerir o apenas da metade do leite da outra mama, será necessário retirar o leite da mama toda ou, na próxima mamada, vou começar pela mama que ele bebeu menos. Caso o leite que “sobrou” não seja removido, haverá ingurgitamento mamário, mastite e outros fatores podendo haver redução dessa produção. - Exclusivo nos primeiros 6 meses de vida, iniciando ainda nos primeiros minutos de vida, dentro da primeira hora de vida. - Aleitamento Predominante: quando o bebê recebe também água, chá ou sucos. - Aleitamento Complementado: além do leite materno, alimentos sólidos na forma de papas de fruta e papas principais (“salgadas” – idealmente preparadas sem sal). A introdução geralmente é feita com papas de frutas e posteriormente as principais, em forma semi-sólida sólida em pequenos pedaços, introduzidos a partir dos 6 meses de idade. - Aleitamento Misto/parcial: além do leite materno, recebe leite de fórmula infantil ou de outra origem (ex. de vaca) O recomendado é que o aleitamento materno seja complementado de 6 meses até 2 anos de vida. Não existe idade máxima para amamentar, a recomendação da OMS é que ofereça leite materno até pelo menos 2 anos de idade. 61 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 61 • Benefícios para o lactente: - Evita mortes infantis → evita 13% das mortes em menores de 5 anos, por evitarem diarreias graves. - Evita diarreias - Evita infecções respiratórias (até 2 anos de vida), como pneumonia, otite e bronquiolite → benefício maior quanto maior a escolaridade materna. - Reduz risco de alergias → principalmente à proteína do leite da vaca, porque a exposição precoce ao leite de vaca (cuidado, a fórmula infantil também é leite de vaca) se associa a maior incidência de alergias a proteína do leite de vaca. Reduz risco de rinite, dermatite, asma, sibilância, etc. - Reduz risco de HAS, dislipidemia e diabetes - Reduz risco de obesidade → o bebê amamentado tem melhor programação metabólica e autorregulação de ingestão de alimentos. - Nutricionalmente completo nos primeiros 6 meses de vida - Efeito positivo na inteligência - Melhor desenvolvimento da cavidade bucal → o exercício de mamar propicia melhor formação do palato e alinhamento correto dos dentes, com boa oclusão bucal. • Benefícios para a lactante: - Proteção contra CA de mama → cerca de 4% menos riscos a cada 12 meses de amamentação somados. Outros cânceres ginecológicos também podem ter chance reduzida com o aleitamento materno. - Evita nova gravidez → nos primeiros 6 meses, e se ainda estiver em amenorreia. Taxa de sucesso de mais de 90% se o aleitamento for exclusivo. - Promoção do vínculo afetivo mãe e filho - Menor custo financeiro (barato) - Involução uterina → ocitocina provoca contração uterina, diminui o risco de hemorragia pós-parto e o tamanho do útero 62 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 62 - Perda ponderal mais evidente - Melhor qualidade de vida → bebê fica menos doente PRODUÇÃO DO LEITE MATERNO • Lactogênese: - Fase 1: durante a gravidez → o estrogênio promove a ramificação dos ductos lactíferos, o progestogênio ajuda na formação dos lóbulos mamários e o lactogênio placentário inibe a secreção de leite. - Fase 2 (após o parto): descida do leite → acontece entre 3º e 4º dia de vida do bebê, e é independente de sucção. Quando o bebê nasce a placenta sai e a progesterona cai, e com isso começa a produção de prolactina pela hipófise anterior (produção de leite – hormônio produzido no SNC que estimula a glândula mamária a produzir leite) e ocitocina pela hipófise posterior (expulsão do leite – contração da m. lisa nas glândulas mamárias). A ocitocina atua nas células mioepiteliais ao redor dos alvéolos mamários. - Fase 3 (galactopoiese): dependente da produção de prolactina e de ocitocina. Alguns fatores estimulam a produção de ocitocina: como a sucção do bebê, o contato com o bebê e o esvaziamento da mama (quando a mama fica cheia existem fatores mecânicos e químicos que “avisam” que a mama está muito cheia e que a produção de leite precisa diminuir). Alguns fatores inibem essa produção, como estresse, falta de confiança, “medo”, dor, cansaço, ansiedade. A adrenalina inibe o processo de produção e liberação do leite, por ser um potente antagonista da ocitocina. O leite passa a não ser ejetado e, por feedback negativo, passa a não ser mais produzido, o leite “seca”. COMPOSIÇÃO DO LEITE MATERNO - Fatores protetores: imunoglobulinas (principalmente IgA ambiente-específica – protetora de mucosas; IgM e IgG – memórias de imunização da mãe), lisozima (lisa parede bacteriana), lactoferrina (quelante do ferro no intestino do bebê, provocando aumenta da biodisponibilidade do ferro. O ferro deixa de ser alimento para bactérias patogênicas, portanto, tem fator bacteriostático indireto), fator bífido (diminui a proliferação de bactérias patogênicas, por ser um prebiótico para bactérias não patogênicas no intestino), macrófagos (tratamento de possíveis infecções para o bebê), linfócitos. 63 Acadêmica: Isabella Dutra – 7º período Turma XXVI – ITPAC Porto 63 - Semelhante em todas as mulheres, entretanto, depende de fatores hormonais e da amamentação. Por essa razão não é aconselhada a amamentação cruzada. Ainda existe a possibilidade de transmissão de doenças através do leite, por isso também não se recomenda essa prática. - Colostro: leite dos primeiros 3 a 5 dias do bebê. Rico em proteínas e em fatores de proteção. - Leite “maduro”: tem mais gorduras e mais calorias que o colostro. O leite do prematuro tem mais calorias, mais proteínas e mais gorduras. Existe ainda diferença entre o leite do início da mamada e do final da mamada. No início é mais rico em água, proteínas e fatores de proteção. O leite posterior é mais viscoso, amarelado, rico em gordura, por isso é importante o bebê esvaziar a mama sempre,
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