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Inervação do pescoço, considerações clinicas

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INERVAÇÃO DO PESCOÇO – CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
Nervo de Hering
Tem um nervo de grande importância e de tão fino que ele é, só em uma dissecção muito isolada, com um instrumental delicado e com consciência de que vai ter que encontrá-lo, que é ramo do glossofaríngeo, chamado de Nervo de Hering. Esse nervo é também chamado de Ramo do Bulbo Carotídico. O bulbo carotídico, a a. carotída comum se dilata antes de se bifurcar e como toda artéria do corpo, ela termina ou porque se bifurca, ou porque passa por um acidente anatômico que a faz mudar o nome. Mas, quando ela se bifurca, ela vai emitir impulsos nervosos (dependendo da artéria é ramos diferentes), no caso da a. carótida, antes da sua bifurcação, no bulbo carotídico, é o nervo de Hering que vai transmitir uma informação do sistema nervoso sobre a pressão arterial. Nesse caso há uma relevância maior porque ele está medindo, percebendo a pressão (quem sente isso são os barorreceptores, estruturas mais ou menos arredondadas que quando aumenta a pressão, expande o tecido e gera um potencial de ação). 
Essa área é nobre porque determina a pressão do fluxo de sangue que vai, através da a. carótida interna, para o cérebro. É muito facilmente percebida pelas pessoas, principalmente mais velhas (pelo controle de pressão mais difícil), quando está deitado e senta rápido e dá uma tontura, a gravidade diminui a força do sangue pra cima e essa redução da pressão do sangue pra cima, é percebida pelo nervo de Hering – nervo sensitivo visceral - e essa aferência visceral é transmitida do SNC e o SNC retorna com estímulos simpáticos, através do gânglio cervical superior (fibras ganglionares cervicais superiores). 
Lesão do nervo acessório
Geralmente, pessoas com câncer, principalmente de cabeça e pescoço precisa fazer o esvaziamento dos linfonodos (dependendo do grau de comprometimento e tipo de câncer) porque os carcinomas tem uma tendência de disseminar via sistema linfático e os sarcomas, de tecido mesenquimal (osso, tecido conjuntivo) tem tendência de disseminar via sanguínea. Nesse esvaziamento a pessoa pode causar lesões de nervos, p. ex. do n. acessório, então fica simples de entender que o trapézio e o ECOM irão ficar hipotônicos, compromete o palato mole, então a fala muda, além de causar ronquidão e comprometer a deglutição.
Nervo terceiro occipital
Quem se interessa por estudar esse nervo terceiro occipital, são os cirurgiões plásticos, ou dermatologistas, para implante de cabelo, pois é preciso, geralmente, tirar os pontos capilares da região occipital, que são mais resistentes, e transplantar pra região mais frontal, onde geralmente há perda de cabelo. Há estudos também sobre a localização, profundidade e risco de atingir para não causar parestesia, porque tanto inerva fibras motoras, como sensitivas (são mistas).
Nevo auricular magno
Pode-se dizer que percebe-se comumente o auricular magno interferindo na inervação do vestíbulo bucal, da região de molares inferiores. Quem inerva essa região é o ramo bucal do nervo trigêmeo. Então anestesia-se o n. trigêmeo, mexe na gengiva para o lado vestibular e o paciente sente dor, precisa dar então um complemento no fundo do vestíbulo para acabar com a dor. O que participa dessa inervação pode participar com grande frequência, é o auricular magno (um nervo cervical), porque ele se “mete” por baixo da mandíbula, e dependendo do alcance dele, pode contribuir para inervar o vestíbulo bucal. 
Lesão associada ao plexo braquial
A síndrome do túnel do carpo acomete pessoas que trabalham, principalmente, com trabalhos mais delicados, com as mãos: quem digita muito, quem trabalha com artesanato e quem trabalha com a posição viciada de pescoço. Geralmente, a dormência, como um dos primeiros sinais, é a dormência dos três últimos dedos das mãos (médio, anelar e mínimo). Se estiver relacionado a posição da cabeça, pode, com o movimento da cabeça, pinçar o nervo (por conta da saída de um desses cinco) e essa pinçada, parar de levar informação sensitiva. Motricidade perde mais tardiamente, mas a sensibilidade é mais rápida. 
Lesão de nervos laríngeos
Como o nervo laríngeo inferior, a continuação do nervo laríngeo recorrente, inerva os músculos que movimentam a prega vocal, a lesão dos nervos laríngeos causa paralisia da prega vocal. Inicialmente a voz é insatisfatória, pois não há adução da prega vocal paralisada para encontrar a prega vocal normal. Em semanas, a prega contralateral cruza a linha mediana quando há compensação pela ação muscular. Na paralisia bilateral das pregas vocais a voz está quase ausente, pois as pregas vocais estão imóveis em uma posição um pouco mais estreita do que a posição respiratória geralmente neutra. Não podem ser aduzidas para fonação, nem podem ser abduzidas para aumentar a respiração, o que resulta em estridor (respiração ruidosa aguda), amiúde acompanhado por ansiedade semelhante à associada a um episódio de asma.
Nas lesões progressivas do nervo laríngeo recorrente, há perda da abdução dos ligamentos vocais antes da adução; por outro lado, durante a recuperação, a adução retorna antes da abdução. A rouquidão é o sinal comum de distúrbios graves da laringe, como o carcinoma das pregas vocais.
A paralisia do nervo laríngeo superior causa anestesia da mucosa laríngea superior. Logo, há inatividade do mecanismo protetor destinado a evitar a entrada de corpos estranhos na laringe, e corpos estranhos podem entrar na laringe com facilidade. A lesão do ramo externo do nervo laríngeo superior ocasiona voz monótona, porque o músculo cricotireóideo paralisado suprido por ele não consegue variar o comprimento e a tensão da prega vocal. Essa lesão pode não ser notada nas pessoas que não costumam variar muito o tom da fala, mas é crucial para cantores ou pessoas que falam em público.
Para evitar lesão do ramo externo do nervo laríngeo superior (p. ex., durante tireoidectomia), a artéria tireóidea superior é ligada e seccionada em posição superior à glândula, onde não está tão próxima do nervo. Como o aumento da glândula tireoide (bócio) pode comprometer a inervação da laringe por compressão dos nervos laríngeos, as pregas vocais são examinadas por laringoscopia antes de uma cirurgia nessa área. Desse modo, a lesão da laringe ou de seus nervos em um acidente cirúrgico pode ser distinguida de uma lesão preexistente causada pela compressão do nervo.
Lesão dos nervos laríngeos recorrentes
Sempre há risco de lesão dos nervos laríngeos recorrentes durante uma cirurgia do pescoço. Perto do polo inferior da glândula tireoide, o nervo laríngeo recorrente direito está muito próximo da artéria tireóidea inferior e de seus ramos. Esse nervo pode cruzar anterior ou posteriormente aos ramos da artéria, ou passar entre eles. Em face dessa proximidade, a artéria tireóidea inferior é ligada em local um pouco lateral à glândula tireoide, onde não está próxima do nervo. Embora o risco de lesão do nervo laríngeo recorrente esquerdo durante a cirurgia não seja tão grande em razão de sua ascensão mais vertical a partir do mediastino superior, também há íntima associação entre a artéria e o nervo perto do polo inferior da glândula tireoide. Rouquidão é o sinal habitual de lesão unilateral do nervo recorrente; entretanto, pode haver afonia temporária ou distúrbio da fonação e espasmo laríngeo. De modo geral, esses sinais resultam da lesão dos nervos laríngeos recorrentes durante cirurgia ou da pressão causada pelo acúmulo de sangue e exsudato seroso após a cirurgia.
Lesão do tronco simpático cervical
A lesão de um tronco simpático no pescoço provoca um distúrbio simpático denominado síndrome de Horner e caracterizado por:
· Contração da pupila (miose), resultante de paralisia do músculo dilatador da pupila;
· Queda da pálpebra superior (ptose), resultante de paralisia do músculo liso (tarsal) mesclado ao músculo estriado do levantador da pálpebra superior;
· Afundamento do olho (enoftalmia), possivelmente causado por paralisia do músculo liso (orbital) no assoalho da órbita;
· Vasodilatação e ausência de sudorese naface e no pescoço (anidrose), causada por ausência de inervação simpática (vasoconstritora) dos vasos sanguíneos e glândulas sudoríferas.

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