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Fisiologia veterinária avançada

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Fisiologia veterinária 
avançada 
 
mmorenacg@gmail.com 
 
 
1 
Sumário 
Sistema reprodutor ....................................................................................... 2 
Masculino .......................................................................................................................... 2 
Túnicas ................................................................................................................................................................................... 2 
Órgão copulador ................................................................................................................................................................. 2 
Testículo ................................................................................................................................................................................. 2 
Hormônios ............................................................................................................................................................................ 3 
Feminino ........................................................................................................................... 4 
Ciclo reprodutivo ................................................................................................................................................................. 5 
Puberdade ............................................................................................................................................................................. 6 
Fotoperíodo ........................................................................................................................................................................... 6 
Gestação e parto ................................................................................................................................................................ 7 
Sistema digestivo ........................................................................................... 8 
Cavidade oral ................................................................................................................... 8 
Esôfago ............................................................................................................................. 9 
Regurgitação versus vômito............................................................................................................................................. 9 
Estômago .......................................................................................................................... 9 
Intestino .......................................................................................................................... 10 
Estômago poligástrico ................................................................................................... 11 
TGI de aves .................................................................................................................... 11 
Sistema circulatório ..................................................................................... 11 
Coração .......................................................................................................................... 12 
Sistema renina-angiotensina-aldosterona ................................................................................................................. 12 
Eletrocardiograma ............................................................................................................................................................ 13 
Sangue ............................................................................................................................ 14 
Sistema respiratório .................................................................................... 15 
Sistema renal ................................................................................................ 15 
Sistema renina-angiotensina-aldosterona .................................................................... 16 
Filtração e reabsorção ................................................................................................... 16 
 
 
 
2 
Sistema reprodutor 
Masculino 
➢ Gônodas pares (testículos) – sem 
conexão. Separados pela túnica 
albugínea 
➢ Sistemas pares de canalização 
gonodal – epidídimo e ducto 
deferente 
➢ Glândulas acessórias – próstata, 
vesícula seminal e glândulas 
bulbouretrais 
➢ Pênis 
A principal função é produzir 
células germinativas (espermatozoides) 
que transmitem os genes do macho 
para seus filhos. Além disso, produz 
andrógenos que dão características 
comportamentais e sexuais ao macho. 
Túnicas 
➢ Vaginal - parte do revestimento 
peritoneal que desceu junto com 
o testículo durante a sua 
migração para a bolsa escrotal 
➢ Albugínea - tecido conjuntivo 
espesso e resistente que envolve 
a massa testicular e envia septos 
para o seu interior dividindo o 
testículo em compartimentos ou 
lojas 
Órgão copulador 
➢ Pênis fibroelástico – composto 
por muito tecido fibroelástico e 
pequenos espaços sanguíneos. 
Necessita de pouco sangue para 
ocorrer a ereção. Tem um 
formato de S que estica no 
momento da monta. Ex: 
ruminantes e suínos. 
➢ Pênis musculocarvenoso – tem 
espaços sanguíneos maiores, com 
uma necessidade de muita 
irrigação sanguínea para ocorrer a 
ereção. Ex: cão e equinos. 
Testículo 
A descida de cada um é 
independente. Não há conexão entre 
eles. No momento da descida a túnica 
albugínea forma septos no interior que 
geram compartimentos. Esses 
compartimentos são formados por 
túbulos seminíferos que produzem o 
espermatozoide e liberam no 
mediastino testicular, que armazena até 
o momento em que o epidídimo é 
esvaziado. Quando o epidídimo é 
esvaziado, no ato da ejaculação, os 
espermatozoides seguem do mediastino 
para lá serem armazenados. 
Obs: O tamanho do mediastino 
indica a sua capacidade de 
armazenamento e, portanto, a 
capacidade de produção de 
espermatozoide daquele indivíduo. 
Desse modo, mede-se o mediastino 
por ultrassom e o tamanho indica se 
aquele animal é um bom reprodutor. 
Os túbulos seminíferos são 
revestidos por uma camada conjuntiva 
e contêm em seu interior um epitélio 
constituído basicamente por dois tipos 
celulares: epitélio germinativo (células 
que estão se diferenciando para formar 
espermatozoides) e células de Sertoli 
(com funções de nutrição e sustentação 
dos espermatozoides). 
Além do seu papel na maturação 
de células germinativas, as células de 
Sertoli têm outras funções importantes: 
➢ Barreira hemato-testicular 
➢ Fagocitose de células germinativas 
danificadas 
➢ Função secretória e endócrina – 
converte a testosterona 
produzida pelas células de Leydig 
em estrogênios; sintetiza a 
 
3 
proteína ligadora de andrógeno; 
secreta inibina, que tem ação 
inibitória sobre a secreção de 
FSH na hipófise. 
Outra célula presente no testículo 
que merece destaque é a célula de 
Leydig, que se localiza entre os túbulos 
seminíferos e é a principal responsável 
pela secreção de andrógenos. Tanto as 
células de Sertoli como as de Leydig 
parecem interagir de modo parócrino 
(envia hormônios para as células 
vizinhas). 
 
Hormônios 
A principal função da testosterona 
é o desenvolvimento e manutenção da 
espermatogênese, além de estimular 
características masculinas. É o segundo 
esteroide sexual de importância a ser 
formado, após a progesterona e antes 
da estrona e estradiol. A produção 
desse hormônio é controlada pela 
gonodotrofina (LH), que se liga nas 
membranas das células de Leydig e ativa 
a AMC (adenosina monofosfato cíclica). 
A ligação do LH estimula a conversão 
de colesterol em testosterona. Os 
andrógenos caem no sangue e na linfa e 
se ligam a ABP (proteínas ligadoras de 
andrógeno), produzido pelas células de 
Sertoli. A ABPpromove o acúmulo de 
testosterona e di-hidrotestosterona no 
interior dos túbulos seminíferos e no 
interstício. Além disso, as ABPs 
facilitam o transporte de andrógenos 
do testículo para o epidídimo, onde 
esses hormônios influenciam no 
trânsito epididimal e a posterior 
maturação dos espermatozoides. 
O FSH é um hormônio folículo 
estimulantes que tem como alvo 
específico receptores das células de 
Sertoli dentro dos túbulos seminíferos. 
Assim como a testosterona, é 
responsável por estimular várias 
funções, como a síntese e secreção de 
ABP, inibina e estrógenos. A inibina, 
juntamente com a testosterona, está 
envolvida na complexa regulação por 
feedback, agindo como um potente 
inibidor da secreção de FSH pela 
hipófise. 
 
 
ABP + 
ANDRÓGENOS
EPIDÍDIMO
TRÂNSITO 
EPIDIDIMAL E 
MATURAÇÃO DE 
ESPERMATOZÓI
DES
Sertolioma: Tumor das células de 
Sertoli. Não faz metástase 
justamente por haver a barreira 
hemato-testicular. 
Testosterona (caso fique baixo o 
macho terá problemas de reprodução) 
Progesterona 
Estrogênio (caso aumentado 
desestimula a reprodução e 
incentiva o acúmulo de gordura). 
 
 
4 
Feminino 
➢ Ovários – produção de gametas e 
de hormônios 
➢ Tubas uterinas 
➢ Útero (dois cornos, corpo e colo 
– cérvix) – cão e gato: Fino e 
comprido para abrigar vários 
filhotes; porca: comprido e 
sinuoso 
➢ Vagina – quando o animal tem 
muitos filhotes ou filhotes 
grandes, pode ser que no parto 
faça muito esforço e leve a um 
prolapso vaginal 
➢ Vestíbulo da vagina 
➢ Vulva 
Os ovários dos mamíferos são 
dependentes da liberação de FSH 
(hormônio folículo estimulante), para o 
crescimento e maturação dos folículos, 
e LH (hormônio luteinizante) para a 
síntese de estrógeno, ovulação e 
crescimento inicial do corpo lúteo. 
Essas são as chamadas gonadotrofinas, 
que têm como característica uma 
liberação basal com aumento em 
pulsos. 
O corpo lúteo é formado após a 
ovulação e é composto de células 
luteais que secretam grande quantidade 
de progesterona, quando estimulados 
pelo LH. A luteólise, que é a regressão 
do corpo lúteo, é dependente do 
aumento de pulsos de prostaglandinas 
(PGF2). Além disso, é responsável por 
secretar ocitocina, que age nas células 
glandulares do endométrio que 
estimulam a secreção dessas 
prostaglandinas. 
Hiperplasia endometrial cística: o 
aumento da progesterona leva a 
hiperplasia uterina (condição fisiológica 
de preparo para a implementação do 
zigoto). Quando esse aumento é 
prolongado ou há um aumento anormal 
desse hormônio, pode ser formado um 
cisto. Esse cisto estimula os hormônios 
simulando uma gravidez. Desse modo, 
o cérvix fica ligeiramente aumentado, 
propiciando a entrada de bactérias da 
microbiota do trato gastrointestinal 
(p.ex. E. coli), levando a uma infecção 
uterina. Como consequência dessa 
infecção há a produção de pus, 
configurando piometra. 
Uma das principais funções do 
ovário é a endócrina, onde este é 
responsável pela produção de 
estrogênio, progesterona, inibina, 
ocitocina e relaxina. A inibina tem um 
importante papel na regulação 
endócrina sobre o FSH. Por sua vez, a 
ocitocina participa do processo de 
involução do corpo lúteo. Por último, a 
relaxina facilita a passagem do feto pelo 
canal do parto. 
Antes da ovulação ocorre uma 
onda de hormônio luteinizante (LH), 
levando a mudanças críticas no folículo 
que resultam na liberação do oócito. 
Essa onda ocorre aproximadamente 
24h antes da ovulação em cabras, 
porcas, vacas, cadelas e ovelhas. O 
efeito dessa onda de LH na granulosa é 
permitir o processo de luteinização, o 
qual transforma as células secretoras de 
estrogênio para as células secretoras de 
progesterona. 
Depois que ocorre a ovulação é 
formado o corpo lúteo (CL). Sua 
principal função é secreção de 
progesterona, que prepara o útero para 
o inicio e manutenção da gestação. O 
corpo lúteo é formado por células da 
granulosa mais as células da Teca 
(resquícios do folículo). Na maioria das 
espécies domesticas, a significativa 
produção de progesterona pelo CL 
inicia-se no intervalo de 24h após a 
ovulação. 
 
5 
Em animais que requerem a cópula 
para ovular, o ciclo ovariano ocorre em 
apenas uma fase, a folicular. Ex: gato, 
coelho, furão, camelos, lhamas e 
alpacas. 
Obs: Na fêmea a testosterona está 
sempre baixa. 
Ciclo reprodutivo 
Nos animais domésticos que 
apresentam períodos definidos de estro 
(receptividade sexual), o termo 
utilizado é ciclo estral e o início do 
proestro determina o início do ciclo. 
Como definição, o ciclo estral é o 
período compreendido entre dois 
estros de duração variável, 
apresentando fases bastante evidentes e 
caracterizado por modificações da 
genitália tanto interna quanto externa, 
assim como no comportamento da 
fêmea. 
Pode ser dividido em duas fases: 
folicular e luteínica. A fase folicular é 
chamada também de estrogênica ou 
proliferativa, enquanto a luteínica é 
chamada de progesterônica ou 
secretora. 
Em muitas espécies, o primeiro dia 
do ciclo tem início logo após a fase 
lútea. Na cadela, um período normal 
de anestro separa o diestro e o 
proestro. Assim como na cadela, a 
porca também é uma excessão, com o 
proestro em cadelas atrasado pela fase 
anestra (dois a três meses) e o 
proestro da porca não ocorrendo por 
cinco a seis dias. 
➢ Proestro – período de 
desenvolvimento folicular, 
ocorrendo subsequente à 
regressão lútea e terminando no 
estro. 
➢ Estro – Período de receptividade 
sexual. 
➢ Metaestro – Período de 
desenvolvimento inicial do CL. 
➢ Diestro – Período da fase madura 
do CL. 
➢ Anestro – período sem hormônio. 
Estrógeno Progesterona FSH LH 
Produzido pelas 
células da 
membrana 
granulosa 
Produzido pelas 
células do corpo 
lúteo 
Liberado 
pela adeno-
hipófise 
Liberado em 
pulsos pela 
adeno-hipófise 
Sofre influência 
do FSH 
Colabora com 
estrógeno na 
expressão do 
comportamento 
sexual 
característico 
associado ao 
estro 
Estimula o 
crescimento 
e 
maturação 
dos 
folículos 
ovarianos 
Estimula a 
ruptura dos 
folículos 
ovarianos, a 
ovulação e 
desenvolvimento 
do corpo lúteo 
Desenvolvimento 
das 
características 
sexuais 
secundárias da 
fêmea 
Desenvolvimento 
das glândulas 
uterinas 
 
Desenvolvimento 
da glândula 
mamária 
Manutenção da 
gravidez 
 
Desenvolvimento 
e funções 
normais do trato 
reprodutor 
feminino 
Estimula a 
glândula mamária 
 
Quando 
aumentada a 
fêmea se torna 
mais receptiva ao 
macho 
Quando 
aumentada a 
fêmea se torna 
menos receptiva 
ao macho 
 
 
6 
 
Puberdade 
É a época no qual o animal libera 
pela primeira vez as células 
germinativas maduras, ou seja, está 
relacionado com a capacidade de 
liberar gametas e de manifestar uma 
sequência completa de comportamento 
sexual. 
Depende da raça, alimentação e 
genética do animal. Em bovinos e 
ovinos o peso está diretamente ligado, 
onde em bovinos o ideal é 275kg e em 
ovinos 40kg. 
Ocorre o ajuste gradual entre a 
crescente atividade gonadotrófica e a 
habilidade das gônodas 
(esteirodogênese e gametogênese). 
➢ Ovinos, caprinos e suínos – 6 a 7 
meses 
➢ Bovinos – 12 meses 
➢ Equinos – 15 a 18 meses 
➢ Cães e gatos – acima de 6 meses 
Fotoperíodo 
Controla a ocorrência de ciclos 
reprodutivos em determinadas espécies 
domésticas (felinos, caprinos, equinos e 
ovinos). Como resultado, essas 
espécies possuem uma fase do ano na 
qual apresentam uma atividade contínua 
(cíclica) e outro período sem atividade 
(anestro). 
➢ Felinos e equinos: influência + 
pelo aumento de luminosidade. 
➢ Caprinos e ovinos: influência + 
pela baixa do fotoperíodo. 
 
A glândula pineal é a responsável 
pela tradução do fotoperíodo. Como 
resposta ao período escuro, produz 
melatonina, hormônio derivado da 
serotonina. 
Os efeitossupressivos do 
fotoperíodo podem ser superados por 
meio de regimes de exposição à 
luminosidade artificial (pelo menos 12h 
por dia). Se for permitido que éguas 
entrem em anestro no outono, pode 
levar no mínimo dois meses de 
exposição à luminosidade aumentada 
para o retorno da atividade ovariana. 
Normalmente não é possível manter 
ovelhas e cabras em instalações escuras 
visando aumentar a exposição destes 
animais à escuridão para superar os 
efeitos supressivos do aumento da 
luminosidade. Recentemente vem 
sendo administrado por via oral ou 
sistêmica a melatonina, que parece 
 
7 
funcionar em ovelhas dando início a 
precoce atividade ovariana. 
Gestação e parto 
O tempo de sobrevida do corpo 
lúteo em espécies domésticas de 
grande porte e gatos é essencial para a 
manutenção da gestação. Em bovinos, 
caprinos, equinos, suínos e ovinos a 
atividade lútea é controlada pelo útero, 
assim a modificação na síntese e 
liberação da PGF2 é fundamental para 
estabelecer a gestação. O embrião 
aparentemente produz substâncias que 
modificam a produção uterina de 
PGF2, em vacas há a supressão de 
produção. 
Em gatas o corpo lúteo se mantém 
por 35-40 dias após a ovulação, 
independente da presença de gestação, 
desta maneira uma modificação inicial 
da atividade lútea não é essencial para o 
estabelecimento da gestação. 
As cadelas não estendem a sua fase 
lútea durante a gestação; a fase lútea 
em animais não gestantes 
frequentemente é um pouco maior do 
que em animais gestantes (70 dias). No 
entanto, o aumento da atividade lútea 
ocorre através de uma luteotrofina, 
provavelmente a relaxina, com o 
aumento da secreção de progesterona 
iniciando-se por volta do 20 dia de 
gestação ou pouco após a 
implementação. Na fase lútea inicial, a 
função lútea em cadelas provavelmente 
é autônoma. Durante a segunda metade 
da fase lútea, o LH e a prolactina são 
luteotróficas. 
Além do papel essencial de 
fornecer nutrientes e o oxigênio para o 
metabolismo fetal, a placenta funciona 
como um órgão endócrino e é 
responsável pela liberação de 
progesterona. 
O cortisol fetal inicia o trabalho de 
parto através do aumento da secreção 
de estrógeno e de PGF2. Durante a 
parte final da gestação, o estrógeno 
começa a influenciar o músculo uterino 
pelo estímulo da proteína contrátil e a 
formação de junções comunicantes; a 
primeira aumenta o potencial contrátil 
do útero e a última facilita o processo 
contrátil mediante o aumento da 
comunicação entre as células muscular 
lisas. 
Em animais domésticos a 
maturação do feto traz mudanças que 
iniciam o processo do parto. O 
principal sistema do feto responsável 
por iniciar o processo é o córtex 
suprarrenal fetal, com o hipotálamo e a 
adeno-hipófise desempenhando 
importante papel de suporte. 
Como resposta ao estresse fetal, é 
liberado o hormônio de liberação de 
corticotrofina (CRH), que age na 
hipófise e estimula as células 
corticotróficas para liberar o hormônio 
adrenocorticotrófico (ACTH). O 
ACTH age na adrenal do feto, 
resultando em um aumento de cortisol 
na circulação. 
Mudanças críticas na secreção de 
cortisol pelo feto resultam na síntese e 
liberação de PGF2 do útero, o que 
produz contração muscular e 
 
8 
relaxamento do cérvix. A secreção do 
estrógeno resulta na secreção de 
PGF2, o hormônio central no começo 
do parto; uma vez iniciada sua 
secreção, a fase aguda do parto é 
iniciada. 
Em alguns animais, como a vaca, 
cabra, cadela e gata, a síntese e a 
liberação de PGF2 inicia a regressão 
do corpo lúteo, de 24h a 36h antes do 
parto, com a remoção completa da 
progesterona ocorrendo de 12h a 24h 
antes do parto. Embora seja essencial 
para o parto nestas espécies, a 
remoção de progesterona em si não 
inicia o parto; é a liberação de PGF2 
que causa tanto a luteólise quanto as 
contrações do miométrio. 
A ocitocina também é importante 
para o processo do parto. O estrógeno 
induz a formação do receptor para 
ocitocina no miométrio. Dados 
recentes indicam que quantidades 
significativas de ocitocina são liberadas 
com a entrada do feto no canal de 
parto. A ocitocina é sinérgica a PGF2 
na indução da contração uterina. 
o Lactogênese 
É o início da secreção de leite. A 
prolactina desencadeia um papel 
importante na síntese de leite. O fator 
de liberação da prolactina (PRF), junto 
com o ACTH e os estrógenos iniciam a 
lactação. Por sua vez, a progesterona 
tem o papel de inibir a lactação. 
o Puerpério 
É o período que vai desde o parto 
até o aparecimento do primeiro estro 
no qual uma nova gestação pode ser 
estabelecida. Implica na completa 
involução uterina e retorno da 
atividade endócrina que permita o 
crescimento folicular, estro, ovulação, 
concepção, desenvolvimento do corpo 
lúteo e gestação. 
Sistema digestivo 
O trato digestivo é 
composto por uma estrutura 
tubular que tem como objetivo 
fracionar o alimente em partes 
menores para que seja absorvido. Essa 
quebra do alimento pode ocorrer por 
processos físicos, como a mastigação, 
ou químicos, como o suco gástrico. 
A digestão é o processo de divisão, 
degradação e absorção dos alimentos 
pelo organismo, onde o processo de 
absorção consiste na passagem pelo 
epitélio intestinal. 
➢ Cavidade oral - boca, dentes e 
língua 
➢ Faringe - comum ao aparelho 
digestivo e ao aparelho 
respiratório 
➢ Esôfago 
➢ Estômago 
➢ Intestino delgado 
➢ Intestino grosso 
➢ Ânus 
Cavidade oral 
É o local onde é recebido o 
alimento. Tem como função a redução 
do tamanho das partículas de alimento 
e formação do bolo alimentar. Animais 
com tártaro, gengivite e outros 
problemas bucais podem apresentar 
perda de peso, pois o processo de 
alimentação torna-se doloroso. 
As glândulas salivares podem ser 
representadas por três pares: parótidas 
(células serosas), submandibulares 
(células serosas e mucosa) e sublinguais. 
A principal função da saliva é a 
facilitação da mastigação e deglutição. 
Em cães e gatos também age como um 
termo regulador e em ruminantes é 
essencial para a digestão microbiana no 
Acessórios: 
Pâncreas, fígado e 
glândulas salivares 
 
9 
rúmen. Além disso, nos ruminantes é a 
única glândula secretória do TGI. 
Em ruminantes a saliva é 
constantemente isotônica, enquanto em 
carnívoros é variável, dependendo da 
taxa de fluxo. Em ambos não há a 
enzima amilase, encontrada apenas em 
suínos é responsável pela quebra de 
amidos. 
A atividade antibacteriana da saliva 
é decorrente da presença de lisozima, 
uma enzima com propriedades 
bactericidas. 
Ao contrário de outras glândulas, 
as salivares não são submetidas a 
regulação endócrina. A sua regulação é 
feita através de uma resposta 
parassimpática de ação colinérgica, que 
aumenta o fluxo e diminui a liberação 
de proteínas. 
Esôfago 
Anatomicamente começa no 
músculo constrictor inferior da faringe, 
que também é denominado de esfíncter 
esofagiano superior. É um tubo longo 
composto de musculatura estriada que 
realiza o movimento peristáltico do 
bolo alimentar. Em gatos a musculatura 
inicial é estriada e de 30-50% da 
musculatura inferior é lisa. Isso é 
importante para que ele tenha o 
controle da deglutição e coloque as 
bolas de pelo para fora. Além disso, o 
esôfago é composto por um epitélio 
escamoso que produz muco. 
➢ Disfagia: dificuldade de deglutir; 
ânsia de vomito; salivação e perda 
de alimento ou líquido – sugestivo 
de causa oral. 
A deglutição é dividida em fase oral 
e esofágica. A fase oral inicia-se quando 
a língua força o bolo alimentar para 
trás, em direção a faringe (movimento 
voluntário). A fase esofágica é 
controlada pelo reflexo da deglutição e 
pelo sistema nervoso entérico. 
Regurgitação versus vômito 
Regurgitação é o ato do bolo 
alimentar voltar do esôfago para a 
cavidade oral. Pode ser precoce, 
comum em doençasesofágicas 
obstrutivas, ou tardia, como em casos 
de megaesôfago (acúmulo por tempo 
maior). 
Regurgitação Vômito 
Processo passivo Processo ativo 
Sem esforço 
abdominal 
Com esforço 
abdominal 
Presença de saliva 
Presença de suco 
gástrico 
Pouco provável 
haver sangue* 
Presença ou não 
de sangue* 
*Se ocorrer sangramento esofágico, 
este é digerido e sai em forma de 
Melena 
**Hematêmese: vômito com sangue 
Carnívoros e onívoros vomitam 
com facilidade, enquanto ruminantes 
não vomitam. Nestes a ejeção do 
conteúdo abomasal vai para o pré-
estômago. Além disso, é extremamente 
raro cavalos vomitarem, pois tem um 
marcado tônus do estíncter esofagiano 
inferior. 
Em casos de ânsia de vomito 
ocorre a movimentação do conteúdo 
gástrico para frente e para trás por 
contração dos músculos respiratórios. 
O vômito em si é ativado por impulsos 
aferentes viscerais que podem partir de 
qualquer ponto do TGI. São conduzidos 
impulsos simpáticos e vagais para o 
centro de vômito. 
Estômago 
A principal função do estômago é a 
mistura e armazenamento dos 
alimentos ingeridos, além de ser o 
início da digestão de proteínas e 
 
10 
gorduras. É dividido em três porções 
com distintas funcionalidades: 
➢ Fundo – recepção e 
armazenamento do conteúdo 
➢ Corpo – tanque para mistura do 
alimento com o suco gástrico 
➢ Antro – Bomba gástrica 
(propulsão do alimento para o 
duodeno) 
 
Quando o estômago está cheio os 
receptores mecânicos parietais são 
ativados, levando a um aumento do 
tônus vagal. 
O controle inibitório do 
esvaziamento gástrico é realizado pelo 
reflexo enterogástrico (mecânico 
neural) e hormonal. Os hormônios 
envolvidos são a colecistocinina e a 
gastrina. Ainda que sejam responsáveis 
pelo aumento da motilidade gástrica, 
inibem o esvaziamento do estômago 
por ação constritora sobre o esfíncter 
pilórico. 
Diferentes glândulas estão 
envolvidas no processo de digestão no 
estômago: 
➢ Região glandular cárdica – 
produção de muco 
➢ Região glandular fúndica – 
Secreções gástricas; diferentes 
células produzem diferentes 
moléculas (cél. parietais – HCl e 
fator intrínseco; cél. mucosas – 
muco; cél. principais – 
pepsinogênio e lipase gástrica) 
➢ Região glandular pilórica – muco 
e gastrina (cél. G) 
 
Cada secreção liberada tem uma 
função específica. O HCl é responsável 
por acidificar o conteúdo gástrico. Essa 
acidificação converte o pepsinogênio 
em pepsina, que é a enzima ativa 
responsável pelo início da digestão das 
proteínas e tem o seu pH ótimo de 
atividade entre 1,8 a 3,5. Além disso, a 
acidez desnatura proteínas mais 
sensíveis a hidrólise, tendo ação 
bactericida. 
A Gastrina é liberada pelas células 
G do piloro gástrico, antro gástrico e 
duodeno como resposta a presença de 
proteínas e distensão gástrica. Sua 
principal função é aumentar a secreção 
de HCl. Existem três tipos de gastrina: 
G-17, G-34 e gastrina II. 
Por sua vez, a somatostatina é 
secretada pelas células D do antro, 
intestino e pâncreas. Sua regulação é 
feita pelos altos níveis de glicose, 
aminoácidos e glucagon e a sua função 
é interferir diretamente na regulagem 
da glicemia e modular a secreção de 
insulina e glucagon. 
Intestino 
A principal função do intestino 
delgado é a digestão e absorção de 
nutrientes, bem como misturar o 
quimo (alimento parcialmente digerido) 
 
11 
com as enzimas digestivas e secreções 
pancreáticas e biliares, expondo os 
nutrientes à mucosa intestinal para que 
ocorra a absorção. As porções do 
duodeno e do jejuno são as 
responsáveis pela maior parte da 
digestão e absorção, pois o duodeno 
tem conexão com o pâncreas e a 
vesícula biliar e as células no jejuno têm 
microvilosidades. 
Um dos hormônios que auxilia 
nessa função é a Secretina, que é 
secretado pelas células S do duodeno e 
jejuno superior em resposta aos ácidos 
gástricos e biliares e à gordura. Ele 
estimula a secreção de bicarbonato, de 
pepsina e diminui a acidez gástrica. No 
intestino o hormônio colecistocinina 
(cck) estimula a liberação de secreções 
pancreáticas, o aumento do 
bicarbonato, contração da vesícula 
biliar, dá a sensação de saciedade e 
desacelera o esvaziamento do 
estômago. 
Por sua vez, o hormônio 
aldosterona, secretado pela zona 
glomerulosa da adrenal, é responsável 
pela reabsorção de sódio e água, 
especialmente no cólon proximal, 
enquanto diminui no cólon distal. 
A motilidade no intestino é 
responsável pela mistura do conteúdo 
com as enzimas digestivas; redução e 
solubilização adicional das partículas; 
Maior exposição dos nutrientes à 
superfície absortiva; e propulsão do 
conteúdo. 
Estômago poligástrico 
É o compartimento digestivo de 
bovinos, sendo dividido em rúmen, 
retículo, omaso e abomaso. É no 
rúmen, ou pré-estômago, que ocorre o 
processo fermentativo. As paredes do 
rúmen apresentam pequenas 
vilosidades, as papilas. As principais 
funções do rúmen são: produção de 
gases, produção de ácidos graxos 
voláteis (ác. acético, ác. propiônico e 
ác. butírico) e produção de massa 
microbiana. A massa microbiana é 
importante para a digestão da celulose 
presente na alimentação dos 
ruminantes. 
TGI de aves 
Ligeiramente diferente de 
mamíferos, é composto por boca, 
esôfago, papo, pró ventrículo, moela, 
intestino, fígado, pâncreas e cloaca. Os 
dentes estão ausentes e suas funções 
são realizadas pelo bico, havendo uma 
variedade de adaptações. Assim como 
em mamíferos, há presença de glândulas 
salivares e papilas gustativas. 
O estômago das aves consiste em 
um pró ventrículo glandular e o 
ventrículo muscular (moela). O pró 
ventrículo é responsável pela digestão 
química dos alimentos, sendo também 
chamado de estômago químico. Por sua 
vez, a moela é um órgão triturador 
altamente muscular. 
O intestino consiste em duodeno, 
jejuno, íleo e intestino grosso, assim 
como em mamíferos. A extremidade 
terminal do intestino grosso se junta a 
cloaca. 
Sistema 
circulatório 
O sistema circulatório é do tipo 
fechado, pois o sangue circula dentro 
de vasos sanguíneos; É do tipo dupla, 
porque o sangue passa duas vezes pelo 
o coração, uma como venoso e outra 
como arterial; e é uma circulação 
completa, uma vez que o sangue 
 
12 
arterial e o venoso circulam pelo corpo 
sem se misturar. 
Coração 
Pode ser descrito como uma 
bomba dupla, que move o sangue 
sequencialmente por uma circulação 
pulmonar (“coração direito”) e uma 
circulação sistêmica (“coração 
esquerdo”). Apresenta quatro 
importantes valvas, sendo duas entre 
átrios e ventrículos (denominadas 
valvas atrioventriculares) e duas nas 
vias de saída dos ventrículos 
(denominadas valvas pulmonar e 
aórtica). A abertura das valvas 
atrioventriculares permite o fluxo de 
sangue dos átrios aos respectivos 
ventrículos, durante a fase de 
relaxamento ventricular (diástole); o 
fechamento das valvas 
atrioventriculares ocorre durante a fase 
de contração ventricular (sístole). 
No coração existem dois tipos de 
sistema especializado, o excitatório 
(composto de fibras capazes de se 
auto-excitar e de promover a 
contração ritmada do músculo 
cardíaco) e o condutor (composto de 
fibras capazes de levar rapidamente 
esses impulsos para todo o coração). 
Normalmente, a excitação cardíaca 
começa no nó sinoatrial (SA), 
localizado na parede do átrio direito. O 
potencial de ação surge 
espontaneamente no nó SA e depois é 
conduzido no interior de ambos os 
átrios, por meio de junções 
comunicantes. Sendo conduzido ao 
longo das fibras musculares atriais, o 
potencial de ação também chega ao nó 
atrioventricular (AV), localizado no 
septo interatrial. 
Quando o impulso chega no nó 
AV, o átrio se contrai e o potencial de 
ação desacelera consideravelmente, 
devido ao fato de existirem menos 
junções do tipo gap, proporcionando 
tempo para os átrios drenarem oseu 
sangue nos ventrículos. Do nó AV, o 
potencial de ação entra no feixe de 
Hiss, que é o único local em que os 
potenciais de ação podem ser 
conduzidos dos átrios para os 
ventrículos. 
Após a condução ao longo do feixe 
de Hiss, o potencial de ação entra 
então em ambos os ramos direito e 
esquerdo do feixe de Hiss, que correm 
ao longo do septo intraventricular em 
direção ao ápice do coração. 
Finalmente, as fibras de Purkinje 
conduzem rapidamente o potencial de 
ação, primeiramente ao ápice dos 
ventrículos depois, em direção 
ascendente, ao restante do miocárdio 
ventricular. Então uma fração de 
segundo depois que os átrios se 
contraíram, os ventrículos entram em 
contração. 
O nó SA estabelece o ritmo para a 
contração cardíaca (é o marca-passo do 
coração). Vários hormônios e 
neurotransmissores podem acelerar ou 
desacelerar o ritmo cardíaco por meio 
de fibras do nó SA, portanto eles não 
interferem na geração do impulso, 
apenas podem alterar a frequência. Se o 
nó SA tornar-se doente ou danificado, 
as fibras mais lentas do nó AV podem 
transformar-se no marca-passo. Com o 
ritmo do nó AV, entretanto, a 
frequência cardíaca é mais lenta. 
Sistema renina-angiotensina-
aldosterona 
Controlado pelo eixo hipotálamo-
hipófise-adrenal, quando o hipotálamo é 
estimulado pelo estresse (cortisol) há 
liberação de CRH, que por sua vez 
estimula a hipófise a produzir ACTH. O 
 
13 
ACTH age na adrenal estimulando a 
produção de glicocorticoides. Quando 
o volume sanguíneo diminui 
(hipovolemia) há redução de NaCl na 
musculatura densa, que estimula a 
liberação da renina. Esta age no ficado 
estimulando a conversão de 
angiotensinogênio em angiotensina I, 
que é vasopressora. A angiotensina I é 
convertida em angiotensina II, uma 
substancia vasoconstrictora que 
estimula a produção de aldosterona. 
Desse modo, há a retenção de líquido, 
pois a aldosterona age no rim 
estimulando a retenção de Na+, o que 
irá resultar em um aumento do volume 
cardíaco e, portanto, um aumento da 
pressão arterial. 
A pressão arterial pode ser 
controlada também por outros 
hormônios, como: 
➢ Epinefrina: vasodilatação dos 
músculos cardíacos e 
esqueléticos; 
➢ Norepinefrina: Vasoconstrição 
das arteríolas e das veias na pele 
e órgãos abdominais. Aumenta o 
débito cardíaco, frequência e 
força de contração; 
➢ Antidiurético (ADH): é produzido 
pelo hipotálamo e liberado pela 
hipófise posterior. Controla 
níveis baixos de P.A. pela 
retenção hídrica e osmolaridade 
(retenção eletrolítica). 
Eletrocardiograma 
A condução de potenciais de ação 
no coração gera as correntes elétricas 
que podem ser captadas por eletrodos 
colocados na pele. Três ondas 
claramente reconhecíveis acompanham 
cada batimento cardíaco. A primeira, 
chamada de onda P, representa a 
despolarização atrial, ou seja, fase 
despolarizante do potencial de ação 
cardíaco quando ele se propaga do nó 
SA aos dois átrios. A despolarização 
causa a contração. Assim, uma fração 
de segundo depois que a onda P se 
inicia, os átrios se contraem. A segunda 
onda, chamada de complexo ou onda 
QRS, representa o início da 
despolarização ventricular. Pouco 
depois do início do complexo QRS, os 
ventrículos começam a contrair. A 
terceira onda, chamada onda T, indica a 
repolarização ventricular e ocorre um 
pouco antes que os ventrículos 
comecem a relaxar. A repolarização 
dos átrios em geral não é evidente em 
um ECG, porque é mascarada pelo 
grande complexo QRS. 
 
Pode ser dividido em três fases: 
Relaxamento (diástole); sístole 
(contração) atrial; e sístole ventricular. 
1º. Período de relaxamento: 
Começa no fim de um ciclo 
cardíaco, quando os ventrículos 
começam a relaxar e as quatro 
câmaras estão em diástole, A 
 
14 
repolarização das fibras 
musculares ventriculares (onda T 
no ECG) inicia o relaxamento. À 
medida que os ventrículos 
relaxam, a pressão em seu 
interior cai. Quando a pressão 
ventricular cai abaixo da pressão 
arterial, as valvas AV se abrem e 
os ventrículos começam a se 
encher de sangue. 
2º. Sístole atrial (contração): Um 
potencial de ação do nó SA causa 
a despolarização atrial, observada 
como a onda P, no ECG. A 
sístole atrial segue-se à onda P, 
que marca o final do período de 
relaxamento. À medida que os 
átrios se contraem forçam os 
últimos 25% de sangue a encher 
os ventrículos. As valvas AV ainda 
estão abertas e as valvas 
semilunares ainda estão fechadas. 
3º. Sístole ventricular 
(contração): O complexo QRS, 
no ECG, indica a despolarização 
ventricular, que leva à contração 
dos ventrículos. A contração 
ventricular impulsiona o sangue 
contra as valvas AV, forçando o 
seu fechamento. À medida que a 
contração ventricular continua, a 
pressão dentro das câmaras 
aumenta rapidamente. Quando a 
pressão ventricular esquerda fica 
acima da pressão na aorta e a 
pressão ventricular direita fica 
acima da pressão na tronco-
pulmonar, ambas as valvas 
semilunares se abrem e começa a 
ejeção de sangue do coração. 
Quando os ventrículos começam 
a relaxar, a pressão ventricular 
cai, as valvas semilunares fecham 
e um novo período de 
relaxamento se inicia. 
Bulhas ou sons cardíacos 
Podem ser auscultados dois sons 
emitidos a partir do fechamento das 
valvas do coração. O primeiro som, ou 
primeira bulha (S1-B1), é gerada a 
partir do fechamento passivo das 
válvulas atrioventriculares (tricúspide e 
mitral), assim correspondendo a sístole 
atrial. As válvulas esquerdas se fecham 
um pouco antes que as direitas, dando 
dois sons desdobrados. O segundo 
som, ou segunda bulha (S2-B2), se dá 
pelo fechamento passivo das válvulas 
seminulares (aórtica e pulmonar), 
correspondendo a diástole ventricular. 
O sopro cardíaco é um som 
anormal que frequentemente indica 
anomalia cardíaca. Pode ser um 
exagero da bulha normal ou bulhas 
adicionais. 
Sangue 
Composto por parte líquida e 
elementos celulares (eritrócitos, 
plaquetas e leucócitos). O conjunto dos 
dois é denominado plasma. Quando o 
sangue coagula, pode ser separado em 
parte líquida (soro) e os elementos 
celulares se mantém agregados em um 
coágulo. 
Tem como função o transporte de 
O2 dos pulmões aos vários tecidos e de 
CO2 destes de volta aos pulmões, além 
de transportar nutrientes, metabólitos, 
vitaminas, hormônios e outros; A 
defesa contra agentes patogênicos 
requer a interação de leucócitos tanto 
com vasos sanguíneos como linfáticos. 
A imunidade do corpo pode ser 
classificada como inata (natural) ou 
adaptativa. As substâncias que podem 
ser reconhecidas pela imunidade inata 
são limitadas. O único linfócito que 
participada desse tipo de imunidade é o 
NK, ademais temos os eosinófilos, 
basófilos, neutrófilos e monócito. A 
 
15 
imunidade adaptativa, por outro lado, é 
a que gera memória imunológica, ou 
seja, são geradas células de memória e 
são liberados anticorpos específicos. 
Sistema respiratório 
 
Realiza a troca gasosa (hematose - 
captação de O2 para distribuir às células 
do corpo e eliminação do CO2 
produzido pelas mesmas), ajuda a 
regular o pH sanguíneo e contem 
receptores para o sentido do olfato; 
filtra, aquece e umedece o ar inspirado; 
produz sons; e elimina um pouco de 
água e calor. É composto por: 
Nariz/narinas; nasofaringe; laringe; 
traqueia; pulmão – brônquios e 
bronquíolos. 
A inspiração consiste na contração 
dos músculos intercostais e diafragma, 
resultando em diminuição da pressão 
interna e aumento do volume 
pulmonar. Por sua vez, a expiração 
consiste no relaxamento dos músculos 
intercostais e diafragma, resultando no 
aumento da pressão interna e 
diminuição do volume pulmonar. 
O transporte de O2 ocorre com o 
auxílio da hemácia. A hemoglobina 
presente na hemácia é responsável por 
se ligar ao oxigênio, onde uma 
hemoglobina consegue carrear 4 
oxigênios.A diferença de pressão entre 
o ambiente externo (atmosfera) e 
interno (pulmonar) é que estimula a 
difusão de oxigênio e, portanto, a troca 
gasosa. O volume de cada respiração é 
chamado também de volume corrente. 
Sistema renal 
Os rins são responsáveis por 
eliminar substâncias indesejáveis como 
a amônia e a uréia, provenientes da 
degradação de aminoácidos, a 
bilirrubina, da degradação da 
hemoglobina, a creatinina, da 
degradação do fosfato creatina nas 
fibras musculares e o ácido úrico, da 
degradação de ácidos nucléicos; 
regulação do volume e da pressão 
sanguíneos; Esses órgãos ajudam a 
regular a pressão sanguínea, secretando 
a enzima renina, que ativa a via renina-
angiotensina-aldosterona, adaptando o 
fluxo sanguíneo para dentro e para fora 
dos rins e ajustando o volume 
sanguíneo; Regulação do pH sanguíneo; 
produção de hormônios - os rins 
produzem dois hormônios, o calcitriol, 
forma ativa da vitamina D, que ajuda a 
regular a homeostase do cálcio, e a 
eritropoietina, que estimula a produção 
de glóbulos vermelhos. 
Internamente os rins têm duas 
regiões principais: uma região externa, 
de cor vermelho-clara, denominada 
córtex renal, e uma região interna, 
marrom-avermelhado escuro, 
denominada medula renal. Dentro da 
medula renal, há várias estruturas 
cônicas, as pirâmides renais. Projeções 
internas do córtex renal, denominadas 
colunas renais, preenchem os espaços 
entre as pirâmides renais. A urina 
formada no rim drena uma grande 
cavidade afunilada, chamada pelve renal, 
cuja margem contém estruturas 
 
16 
caliciformes denominadas cálices renais 
maiores e menores. 
As unidades funcionais do rim são 
os néfrons. Um néfron consiste em 
duas partes: um corpúsculo renal, onde 
o plasma sanguíneo é filtrado, e um 
túbulo renal no qual passa o líquido 
filtrado, chamado filtrado glomerular. A 
medida que o líquido se move ao longo 
dos túbulos renais, a ele são 
adicionados os resíduos e substâncias 
excessivas, enquanto os materiais úteis 
retornam ao sangue nos vasos capilares 
peritubulares. Em cada rim há cerca de 
1 milhão de néfrons. 
 
A taxa de filtração glomerular 
(TGF) é o volume de líquido filtrado 
dos glomérulos para dentro da cápsula 
de Bowman por unidade de tempo. É 
mantida dentro da variação fisiológica 
pela modulação renal da pressão 
arterial, volume intravascular, controle 
intrínseco do fluxo sanguíneo renal e 
pressão dos capilares glomerulares. 
Sistema renina-
angiotensina-aldosterona 
Importante regulador da TFG e do 
fluxo sanguíneo renal. A renina é um 
hormônio produzido, cuja liberação é 
estimulada pela redução na pressão de 
perfusão renal, mais frequentemente 
causada por uma hipotensão sistêmica. 
A renina catalisa a transformação do 
angiotensinogênio, que é produzido 
pelo fígado, em angiotensina I. Esta, por 
sua vez, é convertida em angiotensina II, 
mais ativa, pela enzima conversora de 
angiotensina (ECA). 
A angiotensina II é um potente 
vasoconstritor e, portanto, aumenta 
diretamente a pressão arterial sistêmica 
e a pressão de perfusão renal. Ativa a 
captação de sódio em vários túbulos 
renais, além de estimular a liberação de 
aldosterona da glândula adrenal e 
vasopressina da glândula hipofisária, 
outros hormônios envolvidos na 
reabsorção de sódio e água renal. 
A liberação de renina é suprimida 
pela melhora da perfusão renal e pela 
elevação da angiotensina II plasmática, 
criando um sistema de feedback 
negativo que mantém a perfusão renal e 
a TFG dentro da variação fisiológica. 
 
Filtração e reabsorção 
A primeira etapa da função renal é 
a filtração do sangue pelo glomérulo, 
resultando no filtrado glomerular. A 
seleção é de acordo com o peso 
molecular, onde células e proteínas de 
peso médio à elevado são retidas para 
 
17 
se manter no sangue. Substâncias 
filtradas podem ser reabsorvidas 
parcialmente ou totalmente, assim 
como outras substancias podem ser 
secretadas. 
Grande parte das substâncias são 
reabsorvidas no túbulo proximal, como: 
água, sódio, cloreto, potássio, glicose, 
aminoácidos, vitaminas, fosfato, 
bicarbonato e cálcio. 
O ramo ascendente e o túbulo 
distal contorcido reabsorvem os sais e 
diluem o líquido tubular. Por sua vez, o 
ducto coletor reabsorve cloreto de 
sódio e pode secretar ou reabsorver 
potássio, além de determinar o pH final 
da urina, secretando prótons, 
reabsorvendo ou secretando 
bicarbonato.

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