Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fisiologia veterinária avançada mmorenacg@gmail.com 1 Sumário Sistema reprodutor ....................................................................................... 2 Masculino .......................................................................................................................... 2 Túnicas ................................................................................................................................................................................... 2 Órgão copulador ................................................................................................................................................................. 2 Testículo ................................................................................................................................................................................. 2 Hormônios ............................................................................................................................................................................ 3 Feminino ........................................................................................................................... 4 Ciclo reprodutivo ................................................................................................................................................................. 5 Puberdade ............................................................................................................................................................................. 6 Fotoperíodo ........................................................................................................................................................................... 6 Gestação e parto ................................................................................................................................................................ 7 Sistema digestivo ........................................................................................... 8 Cavidade oral ................................................................................................................... 8 Esôfago ............................................................................................................................. 9 Regurgitação versus vômito............................................................................................................................................. 9 Estômago .......................................................................................................................... 9 Intestino .......................................................................................................................... 10 Estômago poligástrico ................................................................................................... 11 TGI de aves .................................................................................................................... 11 Sistema circulatório ..................................................................................... 11 Coração .......................................................................................................................... 12 Sistema renina-angiotensina-aldosterona ................................................................................................................. 12 Eletrocardiograma ............................................................................................................................................................ 13 Sangue ............................................................................................................................ 14 Sistema respiratório .................................................................................... 15 Sistema renal ................................................................................................ 15 Sistema renina-angiotensina-aldosterona .................................................................... 16 Filtração e reabsorção ................................................................................................... 16 2 Sistema reprodutor Masculino ➢ Gônodas pares (testículos) – sem conexão. Separados pela túnica albugínea ➢ Sistemas pares de canalização gonodal – epidídimo e ducto deferente ➢ Glândulas acessórias – próstata, vesícula seminal e glândulas bulbouretrais ➢ Pênis A principal função é produzir células germinativas (espermatozoides) que transmitem os genes do macho para seus filhos. Além disso, produz andrógenos que dão características comportamentais e sexuais ao macho. Túnicas ➢ Vaginal - parte do revestimento peritoneal que desceu junto com o testículo durante a sua migração para a bolsa escrotal ➢ Albugínea - tecido conjuntivo espesso e resistente que envolve a massa testicular e envia septos para o seu interior dividindo o testículo em compartimentos ou lojas Órgão copulador ➢ Pênis fibroelástico – composto por muito tecido fibroelástico e pequenos espaços sanguíneos. Necessita de pouco sangue para ocorrer a ereção. Tem um formato de S que estica no momento da monta. Ex: ruminantes e suínos. ➢ Pênis musculocarvenoso – tem espaços sanguíneos maiores, com uma necessidade de muita irrigação sanguínea para ocorrer a ereção. Ex: cão e equinos. Testículo A descida de cada um é independente. Não há conexão entre eles. No momento da descida a túnica albugínea forma septos no interior que geram compartimentos. Esses compartimentos são formados por túbulos seminíferos que produzem o espermatozoide e liberam no mediastino testicular, que armazena até o momento em que o epidídimo é esvaziado. Quando o epidídimo é esvaziado, no ato da ejaculação, os espermatozoides seguem do mediastino para lá serem armazenados. Obs: O tamanho do mediastino indica a sua capacidade de armazenamento e, portanto, a capacidade de produção de espermatozoide daquele indivíduo. Desse modo, mede-se o mediastino por ultrassom e o tamanho indica se aquele animal é um bom reprodutor. Os túbulos seminíferos são revestidos por uma camada conjuntiva e contêm em seu interior um epitélio constituído basicamente por dois tipos celulares: epitélio germinativo (células que estão se diferenciando para formar espermatozoides) e células de Sertoli (com funções de nutrição e sustentação dos espermatozoides). Além do seu papel na maturação de células germinativas, as células de Sertoli têm outras funções importantes: ➢ Barreira hemato-testicular ➢ Fagocitose de células germinativas danificadas ➢ Função secretória e endócrina – converte a testosterona produzida pelas células de Leydig em estrogênios; sintetiza a 3 proteína ligadora de andrógeno; secreta inibina, que tem ação inibitória sobre a secreção de FSH na hipófise. Outra célula presente no testículo que merece destaque é a célula de Leydig, que se localiza entre os túbulos seminíferos e é a principal responsável pela secreção de andrógenos. Tanto as células de Sertoli como as de Leydig parecem interagir de modo parócrino (envia hormônios para as células vizinhas). Hormônios A principal função da testosterona é o desenvolvimento e manutenção da espermatogênese, além de estimular características masculinas. É o segundo esteroide sexual de importância a ser formado, após a progesterona e antes da estrona e estradiol. A produção desse hormônio é controlada pela gonodotrofina (LH), que se liga nas membranas das células de Leydig e ativa a AMC (adenosina monofosfato cíclica). A ligação do LH estimula a conversão de colesterol em testosterona. Os andrógenos caem no sangue e na linfa e se ligam a ABP (proteínas ligadoras de andrógeno), produzido pelas células de Sertoli. A ABPpromove o acúmulo de testosterona e di-hidrotestosterona no interior dos túbulos seminíferos e no interstício. Além disso, as ABPs facilitam o transporte de andrógenos do testículo para o epidídimo, onde esses hormônios influenciam no trânsito epididimal e a posterior maturação dos espermatozoides. O FSH é um hormônio folículo estimulantes que tem como alvo específico receptores das células de Sertoli dentro dos túbulos seminíferos. Assim como a testosterona, é responsável por estimular várias funções, como a síntese e secreção de ABP, inibina e estrógenos. A inibina, juntamente com a testosterona, está envolvida na complexa regulação por feedback, agindo como um potente inibidor da secreção de FSH pela hipófise. ABP + ANDRÓGENOS EPIDÍDIMO TRÂNSITO EPIDIDIMAL E MATURAÇÃO DE ESPERMATOZÓI DES Sertolioma: Tumor das células de Sertoli. Não faz metástase justamente por haver a barreira hemato-testicular. Testosterona (caso fique baixo o macho terá problemas de reprodução) Progesterona Estrogênio (caso aumentado desestimula a reprodução e incentiva o acúmulo de gordura). 4 Feminino ➢ Ovários – produção de gametas e de hormônios ➢ Tubas uterinas ➢ Útero (dois cornos, corpo e colo – cérvix) – cão e gato: Fino e comprido para abrigar vários filhotes; porca: comprido e sinuoso ➢ Vagina – quando o animal tem muitos filhotes ou filhotes grandes, pode ser que no parto faça muito esforço e leve a um prolapso vaginal ➢ Vestíbulo da vagina ➢ Vulva Os ovários dos mamíferos são dependentes da liberação de FSH (hormônio folículo estimulante), para o crescimento e maturação dos folículos, e LH (hormônio luteinizante) para a síntese de estrógeno, ovulação e crescimento inicial do corpo lúteo. Essas são as chamadas gonadotrofinas, que têm como característica uma liberação basal com aumento em pulsos. O corpo lúteo é formado após a ovulação e é composto de células luteais que secretam grande quantidade de progesterona, quando estimulados pelo LH. A luteólise, que é a regressão do corpo lúteo, é dependente do aumento de pulsos de prostaglandinas (PGF2). Além disso, é responsável por secretar ocitocina, que age nas células glandulares do endométrio que estimulam a secreção dessas prostaglandinas. Hiperplasia endometrial cística: o aumento da progesterona leva a hiperplasia uterina (condição fisiológica de preparo para a implementação do zigoto). Quando esse aumento é prolongado ou há um aumento anormal desse hormônio, pode ser formado um cisto. Esse cisto estimula os hormônios simulando uma gravidez. Desse modo, o cérvix fica ligeiramente aumentado, propiciando a entrada de bactérias da microbiota do trato gastrointestinal (p.ex. E. coli), levando a uma infecção uterina. Como consequência dessa infecção há a produção de pus, configurando piometra. Uma das principais funções do ovário é a endócrina, onde este é responsável pela produção de estrogênio, progesterona, inibina, ocitocina e relaxina. A inibina tem um importante papel na regulação endócrina sobre o FSH. Por sua vez, a ocitocina participa do processo de involução do corpo lúteo. Por último, a relaxina facilita a passagem do feto pelo canal do parto. Antes da ovulação ocorre uma onda de hormônio luteinizante (LH), levando a mudanças críticas no folículo que resultam na liberação do oócito. Essa onda ocorre aproximadamente 24h antes da ovulação em cabras, porcas, vacas, cadelas e ovelhas. O efeito dessa onda de LH na granulosa é permitir o processo de luteinização, o qual transforma as células secretoras de estrogênio para as células secretoras de progesterona. Depois que ocorre a ovulação é formado o corpo lúteo (CL). Sua principal função é secreção de progesterona, que prepara o útero para o inicio e manutenção da gestação. O corpo lúteo é formado por células da granulosa mais as células da Teca (resquícios do folículo). Na maioria das espécies domesticas, a significativa produção de progesterona pelo CL inicia-se no intervalo de 24h após a ovulação. 5 Em animais que requerem a cópula para ovular, o ciclo ovariano ocorre em apenas uma fase, a folicular. Ex: gato, coelho, furão, camelos, lhamas e alpacas. Obs: Na fêmea a testosterona está sempre baixa. Ciclo reprodutivo Nos animais domésticos que apresentam períodos definidos de estro (receptividade sexual), o termo utilizado é ciclo estral e o início do proestro determina o início do ciclo. Como definição, o ciclo estral é o período compreendido entre dois estros de duração variável, apresentando fases bastante evidentes e caracterizado por modificações da genitália tanto interna quanto externa, assim como no comportamento da fêmea. Pode ser dividido em duas fases: folicular e luteínica. A fase folicular é chamada também de estrogênica ou proliferativa, enquanto a luteínica é chamada de progesterônica ou secretora. Em muitas espécies, o primeiro dia do ciclo tem início logo após a fase lútea. Na cadela, um período normal de anestro separa o diestro e o proestro. Assim como na cadela, a porca também é uma excessão, com o proestro em cadelas atrasado pela fase anestra (dois a três meses) e o proestro da porca não ocorrendo por cinco a seis dias. ➢ Proestro – período de desenvolvimento folicular, ocorrendo subsequente à regressão lútea e terminando no estro. ➢ Estro – Período de receptividade sexual. ➢ Metaestro – Período de desenvolvimento inicial do CL. ➢ Diestro – Período da fase madura do CL. ➢ Anestro – período sem hormônio. Estrógeno Progesterona FSH LH Produzido pelas células da membrana granulosa Produzido pelas células do corpo lúteo Liberado pela adeno- hipófise Liberado em pulsos pela adeno-hipófise Sofre influência do FSH Colabora com estrógeno na expressão do comportamento sexual característico associado ao estro Estimula o crescimento e maturação dos folículos ovarianos Estimula a ruptura dos folículos ovarianos, a ovulação e desenvolvimento do corpo lúteo Desenvolvimento das características sexuais secundárias da fêmea Desenvolvimento das glândulas uterinas Desenvolvimento da glândula mamária Manutenção da gravidez Desenvolvimento e funções normais do trato reprodutor feminino Estimula a glândula mamária Quando aumentada a fêmea se torna mais receptiva ao macho Quando aumentada a fêmea se torna menos receptiva ao macho 6 Puberdade É a época no qual o animal libera pela primeira vez as células germinativas maduras, ou seja, está relacionado com a capacidade de liberar gametas e de manifestar uma sequência completa de comportamento sexual. Depende da raça, alimentação e genética do animal. Em bovinos e ovinos o peso está diretamente ligado, onde em bovinos o ideal é 275kg e em ovinos 40kg. Ocorre o ajuste gradual entre a crescente atividade gonadotrófica e a habilidade das gônodas (esteirodogênese e gametogênese). ➢ Ovinos, caprinos e suínos – 6 a 7 meses ➢ Bovinos – 12 meses ➢ Equinos – 15 a 18 meses ➢ Cães e gatos – acima de 6 meses Fotoperíodo Controla a ocorrência de ciclos reprodutivos em determinadas espécies domésticas (felinos, caprinos, equinos e ovinos). Como resultado, essas espécies possuem uma fase do ano na qual apresentam uma atividade contínua (cíclica) e outro período sem atividade (anestro). ➢ Felinos e equinos: influência + pelo aumento de luminosidade. ➢ Caprinos e ovinos: influência + pela baixa do fotoperíodo. A glândula pineal é a responsável pela tradução do fotoperíodo. Como resposta ao período escuro, produz melatonina, hormônio derivado da serotonina. Os efeitossupressivos do fotoperíodo podem ser superados por meio de regimes de exposição à luminosidade artificial (pelo menos 12h por dia). Se for permitido que éguas entrem em anestro no outono, pode levar no mínimo dois meses de exposição à luminosidade aumentada para o retorno da atividade ovariana. Normalmente não é possível manter ovelhas e cabras em instalações escuras visando aumentar a exposição destes animais à escuridão para superar os efeitos supressivos do aumento da luminosidade. Recentemente vem sendo administrado por via oral ou sistêmica a melatonina, que parece 7 funcionar em ovelhas dando início a precoce atividade ovariana. Gestação e parto O tempo de sobrevida do corpo lúteo em espécies domésticas de grande porte e gatos é essencial para a manutenção da gestação. Em bovinos, caprinos, equinos, suínos e ovinos a atividade lútea é controlada pelo útero, assim a modificação na síntese e liberação da PGF2 é fundamental para estabelecer a gestação. O embrião aparentemente produz substâncias que modificam a produção uterina de PGF2, em vacas há a supressão de produção. Em gatas o corpo lúteo se mantém por 35-40 dias após a ovulação, independente da presença de gestação, desta maneira uma modificação inicial da atividade lútea não é essencial para o estabelecimento da gestação. As cadelas não estendem a sua fase lútea durante a gestação; a fase lútea em animais não gestantes frequentemente é um pouco maior do que em animais gestantes (70 dias). No entanto, o aumento da atividade lútea ocorre através de uma luteotrofina, provavelmente a relaxina, com o aumento da secreção de progesterona iniciando-se por volta do 20 dia de gestação ou pouco após a implementação. Na fase lútea inicial, a função lútea em cadelas provavelmente é autônoma. Durante a segunda metade da fase lútea, o LH e a prolactina são luteotróficas. Além do papel essencial de fornecer nutrientes e o oxigênio para o metabolismo fetal, a placenta funciona como um órgão endócrino e é responsável pela liberação de progesterona. O cortisol fetal inicia o trabalho de parto através do aumento da secreção de estrógeno e de PGF2. Durante a parte final da gestação, o estrógeno começa a influenciar o músculo uterino pelo estímulo da proteína contrátil e a formação de junções comunicantes; a primeira aumenta o potencial contrátil do útero e a última facilita o processo contrátil mediante o aumento da comunicação entre as células muscular lisas. Em animais domésticos a maturação do feto traz mudanças que iniciam o processo do parto. O principal sistema do feto responsável por iniciar o processo é o córtex suprarrenal fetal, com o hipotálamo e a adeno-hipófise desempenhando importante papel de suporte. Como resposta ao estresse fetal, é liberado o hormônio de liberação de corticotrofina (CRH), que age na hipófise e estimula as células corticotróficas para liberar o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH). O ACTH age na adrenal do feto, resultando em um aumento de cortisol na circulação. Mudanças críticas na secreção de cortisol pelo feto resultam na síntese e liberação de PGF2 do útero, o que produz contração muscular e 8 relaxamento do cérvix. A secreção do estrógeno resulta na secreção de PGF2, o hormônio central no começo do parto; uma vez iniciada sua secreção, a fase aguda do parto é iniciada. Em alguns animais, como a vaca, cabra, cadela e gata, a síntese e a liberação de PGF2 inicia a regressão do corpo lúteo, de 24h a 36h antes do parto, com a remoção completa da progesterona ocorrendo de 12h a 24h antes do parto. Embora seja essencial para o parto nestas espécies, a remoção de progesterona em si não inicia o parto; é a liberação de PGF2 que causa tanto a luteólise quanto as contrações do miométrio. A ocitocina também é importante para o processo do parto. O estrógeno induz a formação do receptor para ocitocina no miométrio. Dados recentes indicam que quantidades significativas de ocitocina são liberadas com a entrada do feto no canal de parto. A ocitocina é sinérgica a PGF2 na indução da contração uterina. o Lactogênese É o início da secreção de leite. A prolactina desencadeia um papel importante na síntese de leite. O fator de liberação da prolactina (PRF), junto com o ACTH e os estrógenos iniciam a lactação. Por sua vez, a progesterona tem o papel de inibir a lactação. o Puerpério É o período que vai desde o parto até o aparecimento do primeiro estro no qual uma nova gestação pode ser estabelecida. Implica na completa involução uterina e retorno da atividade endócrina que permita o crescimento folicular, estro, ovulação, concepção, desenvolvimento do corpo lúteo e gestação. Sistema digestivo O trato digestivo é composto por uma estrutura tubular que tem como objetivo fracionar o alimente em partes menores para que seja absorvido. Essa quebra do alimento pode ocorrer por processos físicos, como a mastigação, ou químicos, como o suco gástrico. A digestão é o processo de divisão, degradação e absorção dos alimentos pelo organismo, onde o processo de absorção consiste na passagem pelo epitélio intestinal. ➢ Cavidade oral - boca, dentes e língua ➢ Faringe - comum ao aparelho digestivo e ao aparelho respiratório ➢ Esôfago ➢ Estômago ➢ Intestino delgado ➢ Intestino grosso ➢ Ânus Cavidade oral É o local onde é recebido o alimento. Tem como função a redução do tamanho das partículas de alimento e formação do bolo alimentar. Animais com tártaro, gengivite e outros problemas bucais podem apresentar perda de peso, pois o processo de alimentação torna-se doloroso. As glândulas salivares podem ser representadas por três pares: parótidas (células serosas), submandibulares (células serosas e mucosa) e sublinguais. A principal função da saliva é a facilitação da mastigação e deglutição. Em cães e gatos também age como um termo regulador e em ruminantes é essencial para a digestão microbiana no Acessórios: Pâncreas, fígado e glândulas salivares 9 rúmen. Além disso, nos ruminantes é a única glândula secretória do TGI. Em ruminantes a saliva é constantemente isotônica, enquanto em carnívoros é variável, dependendo da taxa de fluxo. Em ambos não há a enzima amilase, encontrada apenas em suínos é responsável pela quebra de amidos. A atividade antibacteriana da saliva é decorrente da presença de lisozima, uma enzima com propriedades bactericidas. Ao contrário de outras glândulas, as salivares não são submetidas a regulação endócrina. A sua regulação é feita através de uma resposta parassimpática de ação colinérgica, que aumenta o fluxo e diminui a liberação de proteínas. Esôfago Anatomicamente começa no músculo constrictor inferior da faringe, que também é denominado de esfíncter esofagiano superior. É um tubo longo composto de musculatura estriada que realiza o movimento peristáltico do bolo alimentar. Em gatos a musculatura inicial é estriada e de 30-50% da musculatura inferior é lisa. Isso é importante para que ele tenha o controle da deglutição e coloque as bolas de pelo para fora. Além disso, o esôfago é composto por um epitélio escamoso que produz muco. ➢ Disfagia: dificuldade de deglutir; ânsia de vomito; salivação e perda de alimento ou líquido – sugestivo de causa oral. A deglutição é dividida em fase oral e esofágica. A fase oral inicia-se quando a língua força o bolo alimentar para trás, em direção a faringe (movimento voluntário). A fase esofágica é controlada pelo reflexo da deglutição e pelo sistema nervoso entérico. Regurgitação versus vômito Regurgitação é o ato do bolo alimentar voltar do esôfago para a cavidade oral. Pode ser precoce, comum em doençasesofágicas obstrutivas, ou tardia, como em casos de megaesôfago (acúmulo por tempo maior). Regurgitação Vômito Processo passivo Processo ativo Sem esforço abdominal Com esforço abdominal Presença de saliva Presença de suco gástrico Pouco provável haver sangue* Presença ou não de sangue* *Se ocorrer sangramento esofágico, este é digerido e sai em forma de Melena **Hematêmese: vômito com sangue Carnívoros e onívoros vomitam com facilidade, enquanto ruminantes não vomitam. Nestes a ejeção do conteúdo abomasal vai para o pré- estômago. Além disso, é extremamente raro cavalos vomitarem, pois tem um marcado tônus do estíncter esofagiano inferior. Em casos de ânsia de vomito ocorre a movimentação do conteúdo gástrico para frente e para trás por contração dos músculos respiratórios. O vômito em si é ativado por impulsos aferentes viscerais que podem partir de qualquer ponto do TGI. São conduzidos impulsos simpáticos e vagais para o centro de vômito. Estômago A principal função do estômago é a mistura e armazenamento dos alimentos ingeridos, além de ser o início da digestão de proteínas e 10 gorduras. É dividido em três porções com distintas funcionalidades: ➢ Fundo – recepção e armazenamento do conteúdo ➢ Corpo – tanque para mistura do alimento com o suco gástrico ➢ Antro – Bomba gástrica (propulsão do alimento para o duodeno) Quando o estômago está cheio os receptores mecânicos parietais são ativados, levando a um aumento do tônus vagal. O controle inibitório do esvaziamento gástrico é realizado pelo reflexo enterogástrico (mecânico neural) e hormonal. Os hormônios envolvidos são a colecistocinina e a gastrina. Ainda que sejam responsáveis pelo aumento da motilidade gástrica, inibem o esvaziamento do estômago por ação constritora sobre o esfíncter pilórico. Diferentes glândulas estão envolvidas no processo de digestão no estômago: ➢ Região glandular cárdica – produção de muco ➢ Região glandular fúndica – Secreções gástricas; diferentes células produzem diferentes moléculas (cél. parietais – HCl e fator intrínseco; cél. mucosas – muco; cél. principais – pepsinogênio e lipase gástrica) ➢ Região glandular pilórica – muco e gastrina (cél. G) Cada secreção liberada tem uma função específica. O HCl é responsável por acidificar o conteúdo gástrico. Essa acidificação converte o pepsinogênio em pepsina, que é a enzima ativa responsável pelo início da digestão das proteínas e tem o seu pH ótimo de atividade entre 1,8 a 3,5. Além disso, a acidez desnatura proteínas mais sensíveis a hidrólise, tendo ação bactericida. A Gastrina é liberada pelas células G do piloro gástrico, antro gástrico e duodeno como resposta a presença de proteínas e distensão gástrica. Sua principal função é aumentar a secreção de HCl. Existem três tipos de gastrina: G-17, G-34 e gastrina II. Por sua vez, a somatostatina é secretada pelas células D do antro, intestino e pâncreas. Sua regulação é feita pelos altos níveis de glicose, aminoácidos e glucagon e a sua função é interferir diretamente na regulagem da glicemia e modular a secreção de insulina e glucagon. Intestino A principal função do intestino delgado é a digestão e absorção de nutrientes, bem como misturar o quimo (alimento parcialmente digerido) 11 com as enzimas digestivas e secreções pancreáticas e biliares, expondo os nutrientes à mucosa intestinal para que ocorra a absorção. As porções do duodeno e do jejuno são as responsáveis pela maior parte da digestão e absorção, pois o duodeno tem conexão com o pâncreas e a vesícula biliar e as células no jejuno têm microvilosidades. Um dos hormônios que auxilia nessa função é a Secretina, que é secretado pelas células S do duodeno e jejuno superior em resposta aos ácidos gástricos e biliares e à gordura. Ele estimula a secreção de bicarbonato, de pepsina e diminui a acidez gástrica. No intestino o hormônio colecistocinina (cck) estimula a liberação de secreções pancreáticas, o aumento do bicarbonato, contração da vesícula biliar, dá a sensação de saciedade e desacelera o esvaziamento do estômago. Por sua vez, o hormônio aldosterona, secretado pela zona glomerulosa da adrenal, é responsável pela reabsorção de sódio e água, especialmente no cólon proximal, enquanto diminui no cólon distal. A motilidade no intestino é responsável pela mistura do conteúdo com as enzimas digestivas; redução e solubilização adicional das partículas; Maior exposição dos nutrientes à superfície absortiva; e propulsão do conteúdo. Estômago poligástrico É o compartimento digestivo de bovinos, sendo dividido em rúmen, retículo, omaso e abomaso. É no rúmen, ou pré-estômago, que ocorre o processo fermentativo. As paredes do rúmen apresentam pequenas vilosidades, as papilas. As principais funções do rúmen são: produção de gases, produção de ácidos graxos voláteis (ác. acético, ác. propiônico e ác. butírico) e produção de massa microbiana. A massa microbiana é importante para a digestão da celulose presente na alimentação dos ruminantes. TGI de aves Ligeiramente diferente de mamíferos, é composto por boca, esôfago, papo, pró ventrículo, moela, intestino, fígado, pâncreas e cloaca. Os dentes estão ausentes e suas funções são realizadas pelo bico, havendo uma variedade de adaptações. Assim como em mamíferos, há presença de glândulas salivares e papilas gustativas. O estômago das aves consiste em um pró ventrículo glandular e o ventrículo muscular (moela). O pró ventrículo é responsável pela digestão química dos alimentos, sendo também chamado de estômago químico. Por sua vez, a moela é um órgão triturador altamente muscular. O intestino consiste em duodeno, jejuno, íleo e intestino grosso, assim como em mamíferos. A extremidade terminal do intestino grosso se junta a cloaca. Sistema circulatório O sistema circulatório é do tipo fechado, pois o sangue circula dentro de vasos sanguíneos; É do tipo dupla, porque o sangue passa duas vezes pelo o coração, uma como venoso e outra como arterial; e é uma circulação completa, uma vez que o sangue 12 arterial e o venoso circulam pelo corpo sem se misturar. Coração Pode ser descrito como uma bomba dupla, que move o sangue sequencialmente por uma circulação pulmonar (“coração direito”) e uma circulação sistêmica (“coração esquerdo”). Apresenta quatro importantes valvas, sendo duas entre átrios e ventrículos (denominadas valvas atrioventriculares) e duas nas vias de saída dos ventrículos (denominadas valvas pulmonar e aórtica). A abertura das valvas atrioventriculares permite o fluxo de sangue dos átrios aos respectivos ventrículos, durante a fase de relaxamento ventricular (diástole); o fechamento das valvas atrioventriculares ocorre durante a fase de contração ventricular (sístole). No coração existem dois tipos de sistema especializado, o excitatório (composto de fibras capazes de se auto-excitar e de promover a contração ritmada do músculo cardíaco) e o condutor (composto de fibras capazes de levar rapidamente esses impulsos para todo o coração). Normalmente, a excitação cardíaca começa no nó sinoatrial (SA), localizado na parede do átrio direito. O potencial de ação surge espontaneamente no nó SA e depois é conduzido no interior de ambos os átrios, por meio de junções comunicantes. Sendo conduzido ao longo das fibras musculares atriais, o potencial de ação também chega ao nó atrioventricular (AV), localizado no septo interatrial. Quando o impulso chega no nó AV, o átrio se contrai e o potencial de ação desacelera consideravelmente, devido ao fato de existirem menos junções do tipo gap, proporcionando tempo para os átrios drenarem oseu sangue nos ventrículos. Do nó AV, o potencial de ação entra no feixe de Hiss, que é o único local em que os potenciais de ação podem ser conduzidos dos átrios para os ventrículos. Após a condução ao longo do feixe de Hiss, o potencial de ação entra então em ambos os ramos direito e esquerdo do feixe de Hiss, que correm ao longo do septo intraventricular em direção ao ápice do coração. Finalmente, as fibras de Purkinje conduzem rapidamente o potencial de ação, primeiramente ao ápice dos ventrículos depois, em direção ascendente, ao restante do miocárdio ventricular. Então uma fração de segundo depois que os átrios se contraíram, os ventrículos entram em contração. O nó SA estabelece o ritmo para a contração cardíaca (é o marca-passo do coração). Vários hormônios e neurotransmissores podem acelerar ou desacelerar o ritmo cardíaco por meio de fibras do nó SA, portanto eles não interferem na geração do impulso, apenas podem alterar a frequência. Se o nó SA tornar-se doente ou danificado, as fibras mais lentas do nó AV podem transformar-se no marca-passo. Com o ritmo do nó AV, entretanto, a frequência cardíaca é mais lenta. Sistema renina-angiotensina- aldosterona Controlado pelo eixo hipotálamo- hipófise-adrenal, quando o hipotálamo é estimulado pelo estresse (cortisol) há liberação de CRH, que por sua vez estimula a hipófise a produzir ACTH. O 13 ACTH age na adrenal estimulando a produção de glicocorticoides. Quando o volume sanguíneo diminui (hipovolemia) há redução de NaCl na musculatura densa, que estimula a liberação da renina. Esta age no ficado estimulando a conversão de angiotensinogênio em angiotensina I, que é vasopressora. A angiotensina I é convertida em angiotensina II, uma substancia vasoconstrictora que estimula a produção de aldosterona. Desse modo, há a retenção de líquido, pois a aldosterona age no rim estimulando a retenção de Na+, o que irá resultar em um aumento do volume cardíaco e, portanto, um aumento da pressão arterial. A pressão arterial pode ser controlada também por outros hormônios, como: ➢ Epinefrina: vasodilatação dos músculos cardíacos e esqueléticos; ➢ Norepinefrina: Vasoconstrição das arteríolas e das veias na pele e órgãos abdominais. Aumenta o débito cardíaco, frequência e força de contração; ➢ Antidiurético (ADH): é produzido pelo hipotálamo e liberado pela hipófise posterior. Controla níveis baixos de P.A. pela retenção hídrica e osmolaridade (retenção eletrolítica). Eletrocardiograma A condução de potenciais de ação no coração gera as correntes elétricas que podem ser captadas por eletrodos colocados na pele. Três ondas claramente reconhecíveis acompanham cada batimento cardíaco. A primeira, chamada de onda P, representa a despolarização atrial, ou seja, fase despolarizante do potencial de ação cardíaco quando ele se propaga do nó SA aos dois átrios. A despolarização causa a contração. Assim, uma fração de segundo depois que a onda P se inicia, os átrios se contraem. A segunda onda, chamada de complexo ou onda QRS, representa o início da despolarização ventricular. Pouco depois do início do complexo QRS, os ventrículos começam a contrair. A terceira onda, chamada onda T, indica a repolarização ventricular e ocorre um pouco antes que os ventrículos comecem a relaxar. A repolarização dos átrios em geral não é evidente em um ECG, porque é mascarada pelo grande complexo QRS. Pode ser dividido em três fases: Relaxamento (diástole); sístole (contração) atrial; e sístole ventricular. 1º. Período de relaxamento: Começa no fim de um ciclo cardíaco, quando os ventrículos começam a relaxar e as quatro câmaras estão em diástole, A 14 repolarização das fibras musculares ventriculares (onda T no ECG) inicia o relaxamento. À medida que os ventrículos relaxam, a pressão em seu interior cai. Quando a pressão ventricular cai abaixo da pressão arterial, as valvas AV se abrem e os ventrículos começam a se encher de sangue. 2º. Sístole atrial (contração): Um potencial de ação do nó SA causa a despolarização atrial, observada como a onda P, no ECG. A sístole atrial segue-se à onda P, que marca o final do período de relaxamento. À medida que os átrios se contraem forçam os últimos 25% de sangue a encher os ventrículos. As valvas AV ainda estão abertas e as valvas semilunares ainda estão fechadas. 3º. Sístole ventricular (contração): O complexo QRS, no ECG, indica a despolarização ventricular, que leva à contração dos ventrículos. A contração ventricular impulsiona o sangue contra as valvas AV, forçando o seu fechamento. À medida que a contração ventricular continua, a pressão dentro das câmaras aumenta rapidamente. Quando a pressão ventricular esquerda fica acima da pressão na aorta e a pressão ventricular direita fica acima da pressão na tronco- pulmonar, ambas as valvas semilunares se abrem e começa a ejeção de sangue do coração. Quando os ventrículos começam a relaxar, a pressão ventricular cai, as valvas semilunares fecham e um novo período de relaxamento se inicia. Bulhas ou sons cardíacos Podem ser auscultados dois sons emitidos a partir do fechamento das valvas do coração. O primeiro som, ou primeira bulha (S1-B1), é gerada a partir do fechamento passivo das válvulas atrioventriculares (tricúspide e mitral), assim correspondendo a sístole atrial. As válvulas esquerdas se fecham um pouco antes que as direitas, dando dois sons desdobrados. O segundo som, ou segunda bulha (S2-B2), se dá pelo fechamento passivo das válvulas seminulares (aórtica e pulmonar), correspondendo a diástole ventricular. O sopro cardíaco é um som anormal que frequentemente indica anomalia cardíaca. Pode ser um exagero da bulha normal ou bulhas adicionais. Sangue Composto por parte líquida e elementos celulares (eritrócitos, plaquetas e leucócitos). O conjunto dos dois é denominado plasma. Quando o sangue coagula, pode ser separado em parte líquida (soro) e os elementos celulares se mantém agregados em um coágulo. Tem como função o transporte de O2 dos pulmões aos vários tecidos e de CO2 destes de volta aos pulmões, além de transportar nutrientes, metabólitos, vitaminas, hormônios e outros; A defesa contra agentes patogênicos requer a interação de leucócitos tanto com vasos sanguíneos como linfáticos. A imunidade do corpo pode ser classificada como inata (natural) ou adaptativa. As substâncias que podem ser reconhecidas pela imunidade inata são limitadas. O único linfócito que participada desse tipo de imunidade é o NK, ademais temos os eosinófilos, basófilos, neutrófilos e monócito. A 15 imunidade adaptativa, por outro lado, é a que gera memória imunológica, ou seja, são geradas células de memória e são liberados anticorpos específicos. Sistema respiratório Realiza a troca gasosa (hematose - captação de O2 para distribuir às células do corpo e eliminação do CO2 produzido pelas mesmas), ajuda a regular o pH sanguíneo e contem receptores para o sentido do olfato; filtra, aquece e umedece o ar inspirado; produz sons; e elimina um pouco de água e calor. É composto por: Nariz/narinas; nasofaringe; laringe; traqueia; pulmão – brônquios e bronquíolos. A inspiração consiste na contração dos músculos intercostais e diafragma, resultando em diminuição da pressão interna e aumento do volume pulmonar. Por sua vez, a expiração consiste no relaxamento dos músculos intercostais e diafragma, resultando no aumento da pressão interna e diminuição do volume pulmonar. O transporte de O2 ocorre com o auxílio da hemácia. A hemoglobina presente na hemácia é responsável por se ligar ao oxigênio, onde uma hemoglobina consegue carrear 4 oxigênios.A diferença de pressão entre o ambiente externo (atmosfera) e interno (pulmonar) é que estimula a difusão de oxigênio e, portanto, a troca gasosa. O volume de cada respiração é chamado também de volume corrente. Sistema renal Os rins são responsáveis por eliminar substâncias indesejáveis como a amônia e a uréia, provenientes da degradação de aminoácidos, a bilirrubina, da degradação da hemoglobina, a creatinina, da degradação do fosfato creatina nas fibras musculares e o ácido úrico, da degradação de ácidos nucléicos; regulação do volume e da pressão sanguíneos; Esses órgãos ajudam a regular a pressão sanguínea, secretando a enzima renina, que ativa a via renina- angiotensina-aldosterona, adaptando o fluxo sanguíneo para dentro e para fora dos rins e ajustando o volume sanguíneo; Regulação do pH sanguíneo; produção de hormônios - os rins produzem dois hormônios, o calcitriol, forma ativa da vitamina D, que ajuda a regular a homeostase do cálcio, e a eritropoietina, que estimula a produção de glóbulos vermelhos. Internamente os rins têm duas regiões principais: uma região externa, de cor vermelho-clara, denominada córtex renal, e uma região interna, marrom-avermelhado escuro, denominada medula renal. Dentro da medula renal, há várias estruturas cônicas, as pirâmides renais. Projeções internas do córtex renal, denominadas colunas renais, preenchem os espaços entre as pirâmides renais. A urina formada no rim drena uma grande cavidade afunilada, chamada pelve renal, cuja margem contém estruturas 16 caliciformes denominadas cálices renais maiores e menores. As unidades funcionais do rim são os néfrons. Um néfron consiste em duas partes: um corpúsculo renal, onde o plasma sanguíneo é filtrado, e um túbulo renal no qual passa o líquido filtrado, chamado filtrado glomerular. A medida que o líquido se move ao longo dos túbulos renais, a ele são adicionados os resíduos e substâncias excessivas, enquanto os materiais úteis retornam ao sangue nos vasos capilares peritubulares. Em cada rim há cerca de 1 milhão de néfrons. A taxa de filtração glomerular (TGF) é o volume de líquido filtrado dos glomérulos para dentro da cápsula de Bowman por unidade de tempo. É mantida dentro da variação fisiológica pela modulação renal da pressão arterial, volume intravascular, controle intrínseco do fluxo sanguíneo renal e pressão dos capilares glomerulares. Sistema renina- angiotensina-aldosterona Importante regulador da TFG e do fluxo sanguíneo renal. A renina é um hormônio produzido, cuja liberação é estimulada pela redução na pressão de perfusão renal, mais frequentemente causada por uma hipotensão sistêmica. A renina catalisa a transformação do angiotensinogênio, que é produzido pelo fígado, em angiotensina I. Esta, por sua vez, é convertida em angiotensina II, mais ativa, pela enzima conversora de angiotensina (ECA). A angiotensina II é um potente vasoconstritor e, portanto, aumenta diretamente a pressão arterial sistêmica e a pressão de perfusão renal. Ativa a captação de sódio em vários túbulos renais, além de estimular a liberação de aldosterona da glândula adrenal e vasopressina da glândula hipofisária, outros hormônios envolvidos na reabsorção de sódio e água renal. A liberação de renina é suprimida pela melhora da perfusão renal e pela elevação da angiotensina II plasmática, criando um sistema de feedback negativo que mantém a perfusão renal e a TFG dentro da variação fisiológica. Filtração e reabsorção A primeira etapa da função renal é a filtração do sangue pelo glomérulo, resultando no filtrado glomerular. A seleção é de acordo com o peso molecular, onde células e proteínas de peso médio à elevado são retidas para 17 se manter no sangue. Substâncias filtradas podem ser reabsorvidas parcialmente ou totalmente, assim como outras substancias podem ser secretadas. Grande parte das substâncias são reabsorvidas no túbulo proximal, como: água, sódio, cloreto, potássio, glicose, aminoácidos, vitaminas, fosfato, bicarbonato e cálcio. O ramo ascendente e o túbulo distal contorcido reabsorvem os sais e diluem o líquido tubular. Por sua vez, o ducto coletor reabsorve cloreto de sódio e pode secretar ou reabsorver potássio, além de determinar o pH final da urina, secretando prótons, reabsorvendo ou secretando bicarbonato.
Compartilhar