CONTESTAÇÃO - Peça 2

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA
PÚBLICA DA COMARCA DE _____/__
PROCESSO Nº ______
Márcio, estado civil, profissão, identificado pelo RG nº _ e pelo CPF nº
_, com endereço na Rua, nº_, bairro, cidade, CEP, e-mail, telefone, vem muito
respeitosamente perante Vossa Excelência, opor
CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
proposta pelo r. Ministério Público, arguindo o seguinte:
I – DOS FATOS
Márcio, aqui requerido, foi prefeito do Município de Alfa, sendo o
período do mandato de janeiro de 2009 a dezembro de 2012. Em sua
campanha ele prometeu que, se eleito, construiria um hospital no Município. Ao
assumir o mandato, identificou um rombo nas contas públicas e, por isso, não
pode construir o hospital prometido por não ter condições orçamentárias para
tal.
Ao término do mandato, o Ministério Público instaurou inquérito civil
para investigar essa promessa e, em janeiro de 2018, ingressou com ação civil
pública por improbidade administrativa em face de Márcio, alegando que ele
havia atentado contra os princípios administrativos e teria violado o princípio da
honestidade, deixando de praticar ato de ofício que foi prometido em
campanha.
II – DAS PRELIMINARES
A) DA PRESCRIÇÃO DA AÇÃO DE IMPROBIDADE
Tendo em vista que o mandato do ex-Prefeito encerrou-se em
dezembro de 2012 e a ação foi ajuizada apenas em janeiro de 2018,
transcorreram mais de cinco anos entre o final do mandato e a propositura da
ação.
Deste modo, o direito de ajuizar a presente ação está prescrito,
conforme prazo prescricional de 5 anos previsto no artigo 23, inciso I da Lei nº
8.429/92.
B) DA NULIDADE DO RECEBIMENTO DA AÇÃO
Em virtude do princípio constitucional do contraditório, antes de receber
a ação, deveria o Juízo ter dado oportunidade para o requerido se manifestar
da acusação que lhe foi feita.
Deste modo, a decisão que recebeu a ação de improbidade é nula,
conforme prevê o artigo 17, § 7o da Lei 8.429/92 e o princípio constitucional do
contraditório.
C) DA AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS PARA A DECRETAÇÃO DA
INDISPONIBILIDADE DE BENS
A medida cautelar de indisponibilidade de bens só pode ser decretada
nas hipóteses em que o ato de improbidade causar dano ao patrimônio público
ou enseje enriquecimento ilícito.
Uma vez que Márcio está sendo acusado de ato que atente contra os
princípios da Administração Pública, a medida é incabível, conforme o artigo 7o
da Lei nº 8.429/92.
III – DO MÉRITO
Deve ser observada que a não construção do hospital decorreu de
situação alheia à vontade do ex-Prefeito, uma vez que o Município não
dispunha de recursos suficientes para arcar com as obras e o dever de
observar a cláusula de reserva do possível. Nesse mesmo sentido, ressalta-se
que a promessa feita em campanha não vincula o eleito e é fato atípico,
incabível de ser penalizado.
 Além disso, sendo fato alheio à sua vontade, não há, na não-
construção do hospital, o elemento subjetivo na conduta de Márcio e, por
consequência, inexiste ato de improbidade.
IV – DOS PEDIDOS
Diante do exposto, vem pedir de Vossa Excelência:
a) A improcedência preliminar da ação, tendo em vista a ocorrência da
prescrição;
b) A nulidade da decisão de recebimento da ação de improbidade por
ofensa ao princípio constitucional do contraditório;
c) O indeferimento da decretação de indisponibilidade de bens em
virtude da ausência dos pressupostos autorizadores;
d) A improcedência da ação, dada a inexistência de ato de
improbidade.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos.
Nestes termos, pede deferimento.
Local _____, data __/__/____
Advogado, OAB