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Giardíase (Cistos, Trofozoítos, Giardia Lamblia) - Parasitologia

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Giardíase – Giardia lambia 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
I. Demonstrar as principais características 
e o ciclo de vida da Giardia lamblia. 
II. Identificar os achados clínicos da 
giardíase. 
III. Definir diagnóstico e tratamento da 
giardíase. 
INTRODUÇÃO 
A Giardia lamblia, também chamada de 
Giardia intestinalis ou Giardia duodenalis, é 
um parasita unicelular flagelado causador 
de giardíase. Durante a fase aguda, a giárdia 
é responsável por causar em seus 
hospedeiros uma diarreia aquosa, sendo 
uma das características principais da 
giardíase. 
MORFOLOGIA 
A Giardia tem dois estágios principais no 
ciclo de vida. A infecção de um hospedeiro é 
iniciada quando o cisto é ingerido com água 
contaminada ou através de alimentos por 
contato fecal-oral. 
 
 
 Cistos 
Após exposição ao ambiente ácido do 
estômago, os cistos são expelidos em 
trofozoítos no intestino delgado proximal. 
Os cistos maduros tem dupla camada, são 
tetranucleados, com 4 grupos de axonemas 
e têm aspecto esférico ou oval. São 
estruturas revestidas por uma parede, 
constituída por uma camada membranosa 
interna, composta por uma dupla 
membrana e uma camada filamentosa 
externa, a qual é revestida por uma teia de 
filamentos. 
 
 Trofozoítos 
O trofozoíto é a forma vegetativa e se 
replica no intestino delgado, onde causa 
sintomas de diarreia e consequentemente 
má absorção. O citoesqueleto inclui dois 
axonemas, 4 pares de flagelos (anterior, 
posterior, caudal e ventral) e um disco 
suctorial na face ventral, sendo essa 
estrutura responsável pela fixação do 
parasita ao epitélio intestinal. É através da 
sua estrutura que o parasita impede a sua 
eliminação pelo peristaltismo intestinal, o 
que, ao ocorrer, portanto, causaria a morte 
do parasita. 
Axonema: é um feixe de microtúbulos 
e proteínas associadas que formam a 
cerne de cílios e flagelos em uma 
célula eucariótica, responsável pelos 
seus movimentos. 
 
 
CICLO DA GIARDIA LAMBLIA 
A Giardia apresenta um ciclo de vida 
monóxeno em que a fase de trofozoíto, 
presente no intestino do hospedeiro, 
alterna com a fase de cisto. O cisto possui 
um alta resistência e consegue ser expelido 
juntamente com as fezes para o exterior; 
dessa forma, consegue-se a disseminação 
do parasita no meio ambiente. 
Como a grande maioria dos enteropasitas, a 
Giardia lamblia enfrenta uma diversidade de 
mecanismos de defesa do hospedeiro para 
sobreviver como a própria variação de pH 
do sistema gastrointestinal humano. No 
estômago, a retirada dos cistos vegetativos 
é iniciada pelo ácido graxo e por peptidases, 
os cistos passam para o duodeno, onde cada 
um libera um excitozoíto, processo 
facilitado pela liberação da própria cisteína 
protease da Giardia. 
Os trofozoítos aderem à mucosa duodenal e 
do jejuno proximal, onde se reproduzem 
assexuadamente por divisão binária 
longitudinal. São raramente infecciosos, 
dado não serem resistentes nem ao 
ambiente gástrico nem às condições 
externas ao organismo humano. O processo 
de encistamento inicia-se no íleo, 
possivelmente como resultado da exposição 
aos ácidos biliares ou à deficiência de 
colesterol no meio. Nas infecções bem-
sucedidas, a emissão de cistos inicia-se 1 a 2 
semanas após a ingestão inicial, sendo esses 
muitos resistentes às condições do meio 
ambiente externo. 
 
ACHADOS CLÍNICOS DA GIARDÍASE 
A Giardia é um protozoário parasita não 
invasivo, com tropismo pelo intestino 
delgado e cuja patologia do processo 
infeccioso inicia-se no trato gastrintestinal. 
Um dos principais mecanismos 
fisiopatológicos consiste na característica 
dos trofozoítos, que se aderem à mucosa do 
intestino delgado proximal e causam, 
consequentemente, a má absorção de 
nutrientes: bloqueio físico pelo grande 
número de trofozoítos revestindo a mucosa 
intestinal, desconjugação dos ácidos 
biliares, sobrecrescimento bacteriano e 
fúngico no intestino delgado, aumento do 
turnover (renovação) celular na mucosa das 
vilosidades e lesão epitelial. 
 
 A motilidade intestinal alterada e a 
hipersecreção hídrica têm um papel 
fundamental na formação do bolo fecal, que 
fica comprometido devido a alterações 
hídricas. 
Durante o processo infeccioso, os antígenos 
produzidos pela Giardia lamblia estimulam 
continuadamente a mucosa intestinal, 
associada a órgãos linfoides, responsáveis 
por uma série de processos imunológicos. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS 
Os casos de giardíase apresentam-se como 
doença aguda, crônica ou subclínica 
(assintomática). Os sintomas se 
caracterizam normalmente por diarreia 
com diferentes características, como: 
mucoide, líquida ou esteatorreia – esta 
última com a presença de gordura, 
desconforto abdominal, com ou sem 
emagrecimento. O início dos sintomas 
podem ser rápidos, com diarreia aquosa, dor 
abdominal, febre, vômitos e mal-estar geral, 
ou de forma gradual, com sintomatologia 
crônica, intermitente, por vezes debilitante, 
caracterizada por evacuações moles ou 
diarreicas de odor fétido, flatulência, 
distenção abdominal e anorexia. 
Os sintomas crônicos podem aparecer 
associados a falha da absorção de açúcares 
(glicose, lactose e D-xilose), gorduras e 
vitaminas lipossolúveis, podendo originar, 
principalmente nas crianças, perda 
acentuada de peso e alterações no 
crescimento. 
DIAGNÓSTICO DA GIARDÍASE 
É necessário um diagnóstico preciso, para o 
que se recomenda a relação do exame 
parasitológico de fezes. A partir desse 
exame, é realizada uma pesquisa das 
estruturas microscópicas, como cistos e 
trofozoítos, que se encontram nas fezes no 
caso de indivíduos portadores da parasitose. 
Devido aos cistos de Giardia lamblia serem 
eliminados inconstantemente, preconiza-se 
a análise de três a cinco amostras de fezes 
em dia alternados, com o objetivo de 
abranger um maior período de tempo e 
identificar diferentes formas parasitárias no 
caso de indivíduos portadores. 
TRATAMENTO 
Os principais quimioterápicos utilizados 
para o tratamento de giardíase são os 
fármacos da classe dos nitroimidazóis: o 
metronidazol, o tinidazol, o secnidazol e o 
ornidazol.

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