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BIOSSEGURANÇA em Odontologia

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BIOSSEGURANÇA
CONCEITOS
“Biossegurança é definida como o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos” – Fundação Oswaldo Cruz. 
Esses riscos se subdividem em físicos, biológicos, químicos, ergonômicos e de acidentes:
· Riscos físicos: Riscos provocados por algum tipo de energia. Podem ser enumerados dependendo dos equipamentos de manuseio ou do ambiente em que se encontra no laboratório. Ex.: calor, frio, ruídos, vibrações, radiações não ionizantes e ionizantes.
· Riscos biológicos: Ocorrem por meio de microorganismos que em contato com o homem podem provocar doenças. Abrangem amostras provenientes de seres humanos (dentes, sangue, tecidos em geral, instrumentos ou EPI com resíduos corpóreos etc), agentes biológicos como bactérias, vírus entre outros.
· Riscos químicos: Relacionados com produtos explosivos, irritantes, voláteis, cáusticos, corrosivos e tóxicos, necessitando de manuseio adequado.
· Riscos ergonômicos: mostram a importância de um relacionamento adequado entre o profissional e o ambiente de trabalho, visando à prevenção de complicações advindas de distâncias inadequadas entre o profissional e equipamentos. Ex.: calor localizado, choques, dores, dormências, formigamentos, fisgadas, inchaços, pele avermelhada e perda de força muscular.
Em odontologia, a biossegurança compreende o conjunto de medidas empregadas com a finalidade de proteger a equipe e os pacientes em ambiente clínico. Essas medidas preventivas abrangem práticas ergonômicas no exercício da profissão, controle dos riscos e princípios do controle de infecção. O programa envolve o manuseio correto de produtos químicos e equipamentos, métodos de esterilização e desinfecção, circulação de instrumentos, antissepsia, uso de barreiras de proteção individual, imunização, entre outras (COSTA, 2000).
· Como implementar a biossegurança? – Seguindo os protocolos disponibilizados pela ANVISA e Ministério da Saúde. A legislação ajuda na elaboração dos protocolos.
As áreas podem ser divididas em não críticas, semi-críticas e críticas:
· Áreas não críticas: aquelas não ocupadas no atendimento dos pacientes ou às quais estes não têm acesso (Ex.: setor de arquivamento de prontuário). Essas áreas exigem limpeza constante.
· Áreas semi-críticas: aquelas vedadas às pessoas estranhas às atividades desenvolvidas (Ex.: laboratórios). Devem sofrer limpeza e desinfecção constante.
· Áreas críticas: aquelas destinadas à assistência direta ao paciente, exigindo rigorosa desinfecção. Os equipamentos, mobiliários e artigos (instrumentais, brocas, acessórios utilizados no atendimento ao paciente odontológico) pertencentes a essas áreas requerem cuidados mais freqüentes de limpeza e desinfecção, porque são os que mais se contaminam e podem transmitir doenças.
Spaulding (1968) classifica os artigos em 3: críticos, semi-críticos e não críticos, de acordo com os processos que dão suporte a biossegurança (como desinfecção e esterilização), norteando esses processos.
· Artigos críticos: aqueles que tocam e penetram nos tecidos. Ex.: agulhas, bisturis. Os procedimentos críticos são aqueles em que há presença de sangue, pus e matéria contaminada pela perda de continuidade do tecido.
· Artigos semi-críticos: aqueles que tocam mas não penetram nos tecidos; entram em contato com a mucosa íntegra e ou pele não íntegra. Ex.: espelho bucal, condensadores, moldeiras, entre outros. Os procedimentos semi-críticos são aqueles em que exista a presença de secreção orgânica (saliva), sem perda de continuidade do tecido.
· Artigos não críticos: não tocam nem penetram nos tecidos; aqueles que entram em contato com a pele íntegra ou não entram em contato direto com o paciente. Ex.: superfícies de armários, aparelhos de RX. Os procedimentos não críticos são aqueles em que não haja a presença de sangue, pus ou outras secreções orgânicas, inclusive a saliva.
Dependendo da situação o artigo poderá sofrer alteração da sua classificação, alterando sua indicação de processamento (desinfecção, esterilização, etc).
CADEIA DE INFECÇÃO
Infecção é o ato ou efeito de um microorganismo contaminar um organismo superior, desencadeando fenômenos biológicos com liberação de toxinas e acarretando reações locais e generalizadas de natureza imunológica e inflamatória em diversos níveis.
Podem ser superficiais, profundas, localizadas ou generalizadas. As causas principais são de natureza viral, bacteriana e micótica. 
A cadeia de infecção é formada por quatro elos, cada um representando uma condição que dever estar presente para a infecção ocorrer. O controle de infecção visa quebrar um elo na cadeia, interrompendo o processo infeccioso.
· 1º elo - Virulência: A virulência de um microorganismo se refere ao seu grau de patogenicidade. Um microorganismo pouco virulento pode ser incapaz de causar uma doença e muito virulento pode causar uma doença grave.
· 2º elo - Número de microorganismos: Para causar uma doença, um número elevado de microorganismos patogênicos deve estar presente para sobrecarregar as defesas do organismo.
· 3º elo - Hospedeiro suscetível: Trata-se de um indivíduo incapaz de resistir à infecção por um patógeno específico.
· 4º elo – Porta de entrada: As portas de entrada para os patógenos pelo ar são a boca e o nariz. Já os patógenos sanguíneos devem ter acesso ao sangue como meio de entrada no corpo. Isso pode ocorrer através de um ferimento perfurocortante ou através de mucosa do nariz e da cavidade oral.
TIPOS DE INFECÇÃO
· Infecção aguda: são de curta duração e os mecanismos de defesa do corpo geralmente eliminam o agente dentro de 2 a 3 semanas.
· Infecção crônica: o microorganismo patógeno encontra-se presente durante um longo período.
· Infecção latente: trata-se de uma infecção persistente no qual os sintomas “vêm e vão”. Ex.: herpes tipo 1 e 2 são infecções latentes.
· Infecção oportunista: normalmente causadas por microorganismos não patogênicos e ocorrem em indivíduos cuja imunidade esteja diminuída ou comprometida. 
FORMAS DE TRANSMISSÃO DE DOENÇAS
1. Transmissão direta: Ocorre por meio de contato de pessoa a pessoa. Ex.: hepatite, infecção por herpes, infecção pelo HIV e tuberculose – disseminadas por contato direto que podem ser via aérea (gotículas que se espalham através de tosse ou espirros, por exemplo) e também via contato sem proteção como sangue, saliva, sêmen e secreções vaginais. 
2. Transmissão indireta: Ocorre quando os microorganismos são transmitido inicialmente a objetos ou superfícies e em seguida para outra pessoa que toca esses objetos e superfícies. É importante higienizar as mãos com freqüência, bem como cobrir as superfícies que podem ser contaminadas para evitar a transmissão indireta (também conhecida como infecção cruzada).
3. Transmissão por via aérea: A transmissão via aérea ou infecção por gotículas, trata-se da propagação de doenças através de gotículas de umidade que contém bactérias ou vírus (pode ocorrer também através de tosse ou espirro).
· Aerossol, spray e respingo: São produzidos durante o tratamento odontológico e podem conter sangue, saliva e secreções nasofaríngeas. A diferença entre eles é o tamanho das partículas.
· Os menores são os aerossóis tipo névoa (invisíveis a olho nu), que podem transmitir infecções respiratórias, mas não os vírus da hepatite b ou HIV apesar de serem inalados. Exemplo: caneta de alta rotação e ponta de ultrassom.
· Os sprays e respingos também são produzidos por caneta de alta rotação, ponta de ultrassom e seringa tríplice. Se propagam numa distância maior do que o aerossol tipo névoa e se depositam sobre o punho, antebraço e braço, e podem atingir o pescoço (importante o uso de EPI completo). Os respingos são as partículas maiores de gotículas, contaminadas com sangue, saliva e detritos.
· Medidas para diminuir o risco de transmissão aérea:· Usar dique de borracha, sempre que o procedimento permitir.
· Usar sugadores de alta potência.
· Evitar o uso da seringa tríplice na sua forma spray (acionando os dois botões ao mesmo tempo).
· Regular a saída de água de refrigeração.
· Higienizar previamente a boca do paciente mediante escovação e/ou bochecho com anti-séptico.
· Usar EPI.
4. Transmissão parenteral: ocorrem por qualquer lesão na pele, como lesões provocadas por agulhas, mordidas, cortes etc (parenteral = através da pele).
· Transmissão via sanguínea: ocorre por contato direto ou indireto com sangue e outros fluidos corporais (a saliva muitas vezes está contaminada com sangue, embora às vezes possa não ser visto). Ex.: instrumentos esterilizados inadequadamente, drogas injetáveis em seringas compartilhadas, sexo desprotegido.
OBS: Os microorganismos mais transmitidos pelo sangue na odontologia são os HBV, HCV e HIV.
· Transmissão por alimentos e água: Alimentos contaminados que não foram cozidos ou refrigerados; água contaminada por material fecal. Ex.: tuberculose, botulismo, infecções por estafilococos e estreptococos.
· Transmissão fecal-oral: importante higienizar as mãos após uso de sanitários (hepatite A pode ser transmitido através de superfícies e alimentos). Mais frequente em funcionários da área da saúde, creches e manipuladores de alimentos.
TRANSMISSÃO DE DOENÇAS NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA
1. Paciente para equipe odontológica
· Contato direto: toque com saliva ou sangue;
· Infecção por gotículas/aerossol: olhos, nariz e boca;
· Contato indireto: tocando instrumentos e/ou superfícies contaminados e acidentes com material perfurocortante.
2. Equipe odontológica para paciente: menos comum por conta de procedimentos básicos de controle de infecção (uso de EPI).
3. Paciente para paciente: ocorre quando preceitos de controle de infecção são desrespeitados, como: esterilização de instrumentos, barreiras de proteção, insumos descartáveis, higiene das mãos, luvas.
4. Clínica odontológica para a comunidade: os patógenos podem sair da clínica e entrar na comunidade de várias maneiras:
· Equipe odontológica transmitindo patógenos através das roupas e cabelos;
· Resíduos de saúde descartados inadequadamente;
· Moldagens contaminadas para o laboratório de prótese;
· Equipamentos contaminados para a revisão e reparo.
5. Comunidade para a clínica odontológica: esse tipo de transmissão se restringe à água utilizada na clínica através da rede municipal que abastece o equipamento odontológico (o paciente pode ingerir água contaminada).
INFECÇÃO CRUZADA
É a transmissão de agentes infecciosos entre pacientes e equipe, dentro de um ambiente clínico, podendo resultar do contato de pessoa a pessoa ou do contato com objetos contaminados.
Transmissão da infecção:
· Veículos: sangue, saliva e secreções, instrumental contaminado;
· Vias de Transmissão: inalação (transmissão aérea), ingestão, inoculação (membranas e mucosas ou rupturas de pele).
DOENÇAS INFECCIOSAS DE RELEVÂNCIA NA PRÁTICA ODONTOLÓGICA
1. Principais doenças transmissíveis por via aérea
· Doença meningocócica: pode se apresentar de forma benigna, caracterizada por febre ou bacteremia, mas pode evoluir para um quadro mais grave, como a septicemia (meningococcemia); ou ainda sob a forma de meningite com ou sem a meningococcemia. O principal transmissor é o portador assintomático e a transmissão ocorre pelas secreções da orofaringe, por contaminação cruzada.
· Gripe ou influenza: doença contagiosa aguda do trato respiratório, de natureza viral e distribuição global.
· Mononucleose: Síndrome que pode ser assintomática ou apresentar-se com febre alta, dor ao deglutir, tosse, artralgias, esplenomegalia, erupção cutânea e ou comprometimento da orofaringe sob a forma de faringo-amigdalite exsudativa. Modo de transmissão: contato com secreções orais (saliva), sendo rara a transmissão por meio da transfusão sangüínea ou contato sexual.
· Rubéola e sarampo: Doenças virais exantemáticas e agudas; apresentam febre, linfadenopatia, exantema generalizado, coriza e tosse. Muitas vezes é necessário recorrer ao exame sorológico para diferenciá-las. Modo de transmissão: contato com secreções nasofaríngeas de pessoas infectadas. A imunização é uma importante barreira para quebrar a cadeia epidemiológica.
· Tuberculose: doença infecciosa que atinge principalmente o pulmão, causada por Mycobacterium tuberculosis. Apresenta como principais sintomas tosse persistente, febre vespertina, emagrecimento, prostração e algumas vezes hemoptise, sendo transmitida pela fala, tosse e espirro.
2. Principais doenças transmissíveis por sangue e outros fluidos orgânicos
· Hepatites: são infecções que acometem o fígado e podem ser causadas por pelo menos cinco tipos diferentes de vírus: A, B, C, D e E, sendo mais comuns os três primeiros. 
· Hepatite A: a fonte de transmissão é o próprio homem e a transmissão é direta, pelas mãos, água ou alimentos contaminados. O vírus pode manter sua infectividade por algumas semanas em temperatura ambiente. O profissional de saúde com hepatite A deve ser afastado do trabalho até uma semana após a regressão da icterícia.
· Hepatite B: as principais vias de transmissão do HBV são a parenteral, a sexual e a vertical (mãe-recém nascido). O risco de contaminação pelo HBV está relacionado, principalmente, ao grau de exposição ao sangue no ambiente de trabalho, e também à presença ou não do antígeno HBeAg no paciente-fonte. O HBV, em temperatura ambiente, pode sobreviver em superfícies por até uma semana. As infecções pelo HBV em profissionais de saúde podem ser resultado de contato direto ou indireto com sangue ou outros materiais biológicos em áreas de pele não-íntegra, queimaduras ou em mucosas.
· Hepatite C: O risco de transmissão do HCV está relacionado a exposições percutâneas ou mucosas, envolvendo sangue ou qualquer outro material biológico contendo sangue. O risco estimado após exposições percutâneas com sangue sabidamente infectado pelo HCV é de 1,8% (variando de 0 a 7%). O risco de transmissão em exposições a outros materiais biológicos, que não sejam o sangue, é considerado baixo. A transmissão do HCV a partir de exposições em mucosas é extremamente rara. Não existe vacina para prevenção desse tipo de hepatite, nem existem medidas específicas eficazes para redução do risco de transmissão após exposição ao HCV. Em contraste com o HBV, não há risco significativo de transmissão ambiental.
· Síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS): é caracterizada pela imunodepressão e pela destruição de linfócitos T4, causando infecções graves oportunistas e neoplasias. Para causar infecção, o vírus HIV requer transmissão parenteral, contato com a mucosa ou lesões de pele. O vírus não sobrevive por longos períodos fora do corpo humano.
· Procedimentos para diminuir o risco de transmissão por sangue e outros fluidos orgânicos (principalmente durante o uso de materiais perfurocortantes)
· Ter a máxima atenção durante a realização dos procedimentos;
· Não utilizar os dedos como anteparo durante a realização de procedimentos que envolvam materiais perfurocortantes;
· Não reencapar, entortar, quebrar ou retirar as agulhas da seringas com as mãos;
· Não utilizar agulhas para fixar papéis;
· Desprezar todo material perfuro cortante, mesmo que estéril, em recipiente com tampa e resistente a perfuração;
· Colocar os coletores específicos para descarte de material perfuro cortante próximo ao local onde é realizado o procedimento e não ultrapassar o limite de dois terços de sua capacidade total;
· Usar EPI completo.
3. Principais doenças transmissíveis pelo contato direto e indireto como paciente
· Herpes simples: causado pelo herpes virus hominus tipo I. É um vírus associado a lesões de membranas mucosas e pele ao redor da cavidade oral, que pode permanecer em latência por longos períodos de tempo e sofrer reativação periódica, gerando doença clínica ou subclínica. Seu modo de transmissão é o contato íntimo com o indivíduo transmissor do vírus, a partir de superfície mucosa ou de lesão infectante.· Escabiose ou sarna: é uma parasitose da pele causada por um ácaro cuja penetração deixa lesões em forma de vesículas, pápulas ou pequenos sulcos, sobre as quais ele deposita seus ovos. As manifestações clínicas são coceira intensa e lesões de pele causadas pela penetração do ácaro e pelas coçaduras. As áreas preferenciais da pele onde se visualizam essas lesões são: região interdigital, punhos, axilas, barriga, nádegas, seios e órgãos genitais masculinos. O modo de transmissão, além das relações sexuais, é o contato direto com roupas e doentes.
· Micoses: são infecções causadas por fungos, que precisam de tratamento em praticamente todos os casos para que se obtenha a cura. Sinais e sintomas são caracterizados por coceiras e alterações na pele, gerando lesões que se apresentam de formas variadas. Além disso, a micose também predispõe o surgimento de outras doenças associadas, como infecções bacterianas.
· Conjuntivite: É uma doença ocular causada por vírus ou bactérias do tipo staphylococcus, streptococcus, haemophilus, entre outros. A duração da doença não tratada chega a duas semanas. Seu contato se dá por fômites inanimados ou contato direto pessoa a pessoa.
Outras doenças: sífilis, gonorreia, candidíase.
PROTOCOLO GERAL DE CONTROLE DE INFECÇÃO ODONTOLÓGICA
Didaticamente o protocolo de controle de infecção odontológica pode ser dividido em 5 partes: precauções padrão, desinfecção, barreiras físicas, radioproteção, central de esterilização.
1. PRECAUÇÕES PADRÃO
São medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes na manipulação de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas e pele não-íntegra. Isso independe do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (todos os pacientes devem ser tratados como portadores de doenças infeciosas). São divididas em:
A) HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: É a medida individual mais simples para prevenir a propagação de infecções. Recentemente, o termo “lavagem das mãos” foi substituído por “higienização das mãos” devido à maior abrangência deste procedimento.
Lavagem das mãos (ANVISA):
1. Manter o corpo afastado da pia.
2. Abrir a torneira e molhar as mãos sem tocar na superfície da pia.
3. Aplicar a quantidade de produto recomendada pelo fabricante (3 a 5 ml, em geral), suficiente para cobrir toda a superfície das mãos.
4. Ensaboar as mãos, friccionando uma na outra por aproximadamente 15 segundos, com o objetivo de atingir toda a superfície.
5. Friccionar, com especial atenção, os espaços interdigitais, as unhas e as pontas dos dedos.
6. Enxaguar as mãos em água corrente, retirando totalmente o resíduo do sabonete, sem tocar na superfície da pia ou na torneira.
7. Enxugar as mãos com papel-toalha descartável (não utilizar toalhas de uso múltiplo).
As mãos são a principal via de transmissão de microorganismos durante a assistência aos pacientes (pode ser um reservatório de microorganismos). As finalidades da higienização das mãos são: 
· Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pelos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato.
· Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas.
OBS: A microbiota das mãos pode ser dividida em 
· Residente: de difícil eliminação e as suas colônias possuem mecanismos de defesa contra a remoção mecânica ou por agentes químicos (necessita de uma lavagem mais rigorosa – Ex.: staphylococcus). Apresentam baixa patogenicidade mas podem se tornar invasivos e causar infecções em pessoas suscetíveis.
· Transitória: composta por microorganismos que se depositam na superfície da pele, provenientes de fontes externas, colonizando temporariamente os extratos córneos mais superficiais. Normalmente é formada por bactérias gram-negativas, com maior potencial patogênico. 
As mãos podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e antisséptico.
· Água e sabão: Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. Elimina 80% das infecções cruzadas.
OBS: Quando a lavagem com água e sabão não ocorre? Geralmente por questões de ética, estrutura do local de atendimento, falta de materiais, falta de conscientização do profissional.
· Quando lavar as mãos? Ao chegar na clínica; antes e após atender o paciente; antes e calçar as luvas e imediatamente após a sua retirada; após tocar qualquer instrumento ou superfície contaminada; após acidentes com material. (Silvia, 2019)
· Uso de preparação alcoólica (Álcool gel 70%): Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir:
· Antes de contato com o paciente – proteção do paciente, evitando a transmissão de micro-organismos oriundos das mãos do profissional de saúde;
· Após contato com o paciente – proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de micro-organismos do próprio paciente;
· Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos – proteção do paciente; 
· Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico – proteção do paciente.
· Após risco de exposição a fluidos corporais – proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente;
· Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente – proteção do paciente, evitando a transmissão de micro-organismos de uma determinada área para outras áreas de seu corpo. Ressalta-se que esta situação não deve ocorrer com frequência na rotina profissional. Deve-se planejar os cuidados ao paciente iniciando a assistência na sequencia: sítio menos contaminado para o mais contaminado.
· Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente –proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente;
· Antes e após remoção de luvas (sem talco) – proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente. As luvas previnem a contaminação das mãos dos profissionais de saúde e ajudam a reduzir a transmissão de patógenos. Entretanto, elas podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba, possibilitando a contaminação das mãos.
OBS:
· Ao se optar pela utilização de produtos à base de álcool, a concentração do princípio ativo deve estar entre 60 e 90% p/p, de etanol ou isopropanol (solução alcoólica);
· A higienização das mãos, antecedendo procedimentos cirúrgicos, deve ser sempre realizada com anti-sépticos, preferencialmente que apresentem efeito residual, para eliminar a microbiota transitória das mãos da equipe cirúrgica, reduzir a microbiota residente durante o procedimento e manter a multiplicação microbiana lenta. (Serviços odontológicos, ANVISA);
· Antes de iniciar qualquer técnica de higienização das mãos, o profissional deve retirar relógio, pulseiras e anéis. As unhas devem ser mantidas aparadas e, caso use esmalte, este não deve apresentar fissuras ou descamação;
· Os princípios ativos aceitos pelo Ministério da Saúde para a anti-sepsia das mãos são: álcool a 70%, clorexidina, compostos de iodo, como por exemplo polivinil pirrolidona iodo (PVPI) e outros iodóforos ( BRASIL, 1989);
· O sabonete utilizado deve ser preferencialmente líquido, para evitar a contaminação do produto. Quando não for possível, deve-se procurar utilizar sabonete sólido em pedaços pequenos, apoiados em suportes que não retêm água, com o objetivo de minimizar seu papel como reservatório de microorganismos. Sabonetes em pó, menos utilizados na prática diária, também devem estar disponíveis em dispensadores que impeçam a contaminação pelas mãos e a perda das características originais por exposição à umidade. Não devem ser aplicados nas mãos sabões e detergentes destinados ao uso em objetos e superfícies (registrados na Anvisa como saneantes - Portaria n.º 15/MS/SVS, DOU de 05 de setembro de1988), pois podem provocar desde dermatites superficiais até lesões graves na pele.
Técnicas de higienização das mãos (Silvia, 2019): 
· Procedimentos não cirúrgicos: sabão com clorexidina ou composto de iodo de sabão, seguido de álcool 70;
· Procedimentos cirúrgicos: utilização de esponjas cirúrgicas (já vem embebidas em solução antisséptica).
Técnicas de higienização das mãos (ANVISA):
· Aplicação de anti-séptico que dispensa enxágue (à base de álcool)
1. Aplicar a quantidade de produto recomendada pelo fabricante (3 a 5 ml, em geral), suficiente para cobrir toda a superfície das mãos.
2. Friccionar as mãos uma na outra, com o objetivo de aplicar o produto em toda a superfície.
3. Friccionar, com especial atenção, os espaços interdigitais, as unhas e as pontas dos dedos.
4. Friccionar o produto até que seque completamente (não usar papel-toalha).
· Anti-sepsia cirúrgica das mãos
1. Aplicar produto antimicrobiano em quantidade recomendada pelo fabricante, suficiente para cobrir toda a superfície das mãos e antebraço.
2. Limpar as unhas, friccionando-as contra a palma da mão ou escova macia.
3. Utilizar escova macia para friccionar a pele (opcional).
4. Efetuar movimentos de fricção iniciando pela extremidade dos dedos, continuando pelos espaços interdigitais, faces das mãos, punhos e antebraços, despendendo de dois a seis minutos.
5. Enxaguar as mãos em água corrente, deixando escorrer das pontas dos dedos para o antebraço, até eliminar completamente o produto.
6. Secar as mãos com compressa estéril, com movimentos compressivos, partindo das pontas dos dedos e seguindo pelas mãos até chegar ao cotovelo.
B) EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI): Os equipamentos de proteção individual são luvas, máscaras, gorros, óculos de proteção, aventais e sapatos fechados. Indicações:
· Luvas: sempre que houver possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções, com mucosas ou com áreas de pele não íntegra (ferimentos, escaras, feridas cirúrgicas e outros). Em caso de acidente perfurocortante, aproximadamente 50% dos microorganismos ficam na luva.
· Máscaras e óculos de proteção: durante procedimentos em que haja possibilidade de respingo de sangue e outros fluidos corpóreos, nas mucosas da boca, nariz e olhos do profissional. Máscaras devem ser descartáveis, ter filtro duplo ou triplo e tamanho suficiente para cobrir boca e nariz (trocadas sempre que houver umidade na máscara e de um paciente para o outro).
· Cuidados especiais para máscaras: as máscaras não podem tocar nos lábios ou narinas, devem permitir a respiração normal, não embaçar os óculos, não permanecer pendurada no pescoço e deve ser descartada logo após seu uso.
· Cuidados especiais para óculos: devem ser utilizados pelo profissional e pelo paciente, descontaminados após uso.
· Gorro: evita a queda de cabelos nas áreas de procedimento, além de ser uma barreira mecânica contra a contaminação dos cabelos por secreções, por aerossóis e por produtos. O gorro deve ser preferencialmente do tipo descartável, deve cobrir todo o cabelo e as orelhas e ser trocado sempre que necessário ou a cada turno laboral.
· Aventais: devem ser de mangas longas, gola padre, cobrir os joelhos do profissional e utilizados durante os procedimentos com possibilidade de contato com material biológico, inclusive em superfícies contaminadas. Podem ser descartáveis ou de tecido.
· Cuidados especiais para jalecos: acondicionar em sacos plásticos, não lavar com roupas comuns – para evitar contaminação.
· Sapatos fechados: proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante como centro cirúrgico ou situação de hemorragia.
C) IMUNIZAÇÃO: Algumas vacinas são necessárias para a proteção do profissional
· Hepatite B: É administrada em 3 doses; via intramuscular no músculo deltoide (com intervalo de um mês entre a primeira dose e a segunda e de seis meses entre a segunda e a terceira dose). É indicado fazer o Anti-HBs entre o 7º e 13º mês para documentar a viragem sorológica para ratificar a imunidade para a Hepatite B. 
OBS: Uma vez imunizado, ou seja, com o Anti-HBS+ não há necessidade de revacinação.
· Gripe (Influenza): É administrada em dose única anualmente; via intramuscular. Altamente recomendada ao profissional da Odontologia por lidar direta e exclusivamente com as vias respiratórias do paciente.
· Tétano e Difteria: É administrada em 3 doses, via intramuscular. O reforço deve ser feito em dose única a cada 10 anos.
· Varicela: É administrada em 2 doses em via subcutânea. Fortemente recomendada para profissionais de saúde suscetíveis à varicela e, em especial, aos profissionais que atendem bebês e crianças.
· Rubéola, Sarampo e Caxumba (MMR Tríplice Viral): Administrada em dose única, via subcutânea. Recomenda-se uma 2ª dose para atingir melhores índices de proteção sendo intervalo de 30 dias. 
· Tuberculose (BCG) – Apesar de não existir estudos que comprovem sua eficiência na fase adulta, alguns autores ainda indicam a BCG (Bacille Calmette-Guérin) para prevenção da tuberculose em profissionais de saúde.
· Tríplice bacteriana para adultos (DTP: Coqueluche, Tétano e Difteria): Diante de surtos de coqueluche descritos nos últimos anos, cujo reservatório identificado foram os profissionais de saúde, recomenda-se a vacinação, especialmente para os que lidam com recém-nascidos, crianças e pacientes imunodeprimidos. É administrada via intramuscular em dose única como 3º reforço.
· Hepatite A – É administrada em 2 doses com intervalo de 0 e 6 meses. Via intramuscular. Deve ser considerada para o profissional de saúde que trabalha em comunidades carentes, sem saneamento básico e com pacientes institucionalizados.
Importante! A portaria do MTE – Norma Regulamentadora 32 – Segurança e Saúde no Trabalho em serviços de Saúde, no seu item 32.2.4.17 – Vacinação dos Trabalhadores - preconiza o seguinte: Para todo trabalhador dos serviços de saúde deve ser fornecido, gratuitamente, programa de imunização ativa contra tétano, difteria, hepatite B e os estabelecidos no PCMSO (Programa de Controle Médico em Saúde Ocupacional).
D) CONDUTAS PÓS-EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO: Os acidentes de trabalho com sangue e outros fluidos potencialmente contaminados devem ser tratados como casos de emergência médica, uma vez que as intervenções para profilaxia da infecção pelo HIV e hepatite B necessitam ser iniciados logo após a ocorrência do acidente, para a sua maior eficácia. 
Tipos de exposição: 
· Percutâneas: lesões provocadas por instrumentos perfurocortantes (agulhas, bisturi, vidrarias, etc) 
· Mucosas: quando há respingos envolvendo olho, nariz, boca ou genitália 
· Cutâneas: por exemplo, contato com pele não íntegra, como no caso de dermatites ou feridas abertas 
· Por mordeduras humanas: consideradas como exposição de risco quando envolvem a presença de sangue.
OBS: Todo material perfurocortante, mesmo que estéril, deve ser desprezado em recipientes resistentes à perfuração com tampa e o símbolo de infectante. Os recipientes específicos para descarte de material não devem ser preenchidos acima do limite de 2/3 de sua capacidade total e devem ser colocados sempre próximos do local onde é realizado o procedimento. 
Após exposição ao material biológico, deve-se:
· Manter a calma e lavar com água e sabão abundantemente o ferimento, mucosa ou pele exposta ao sangue ou líquido orgânico;
· Atos de espremer a lesão e/ou colocar antissépticos podem promover maior sangramento do local ferido e aumentar a área lesada. 
· Realizar a notificação o mais rápido possível: se dirigir imediatamente ao Centro de Referência no atendimento de acidentes ocupacionais de sua região.
OBS: O tempo é essencial para que os resultados das medidas profiláticas sejam satisfatórios. Assim, quanto mais próximo do momento do acidente for a notificação, mais garantia de reversão do risco. O IDEAL É REALIZAR A NOTIFICAÇÃO EM ATÉ 2 HORAS APÓS O ACIDENTE!
· Nesse local, deverá ser comunicado o fato ao Técnico de Segurança do Trabalho, preenchido o inquérito denotificação e emitida a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT).
O ideal é que o acidentado e as condições do acidente sejam avaliados por uma equipe multiprofissional.
· O paciente-fonte deve ser abordado de forma cautelosa evitando situações delicadas, ou mesmo que pense que foi “contaminado” ou que estão desconfiando dele.
O protocolo de quimioprofilaxia pós-exposição visa a reversão de risco para:
· Hepatite B (HBV): Verificação da imunização do trabalhador (Anti-HBS+), administração de imunoglobulina hiperimune e vacinação posterior (3 doses);
· AIDS (HIV): Sorologia rápida do trabalhador, sorologia rápida do paciente (se possível), medicamentos retrovirais por até 4 semanas e acompanhamento sorológico;
· Hepatite C (HCV): Sorologia rápida do trabalhador acidentado, verificar paciente-fonte (sorologia rápida) se possível, não há medida disponível (só acompanhamento sorológico).
IMPORTANTE!
· As medidas de quimioprofilaxias contra HBV e HIV devem ser iniciadas o quanto antes e, preferencialmente em até 2 horas após o acidente. Em casos extremos, podem ser realizadas até 72 horas. Após esse período de tempo, sua eficácia para o HIV é discutível. 
· As medidas profiláticas pós-exposição não são totalmente eficazes, enfatizando a necessidade de se implementar ações educativas permanentes, que familiarizem os profissionais de saúde com as precauções universais e os conscientizem da necessidade de empregá-las adequadamente, como medida mais eficaz para a redução do risco de infecção pelo HIV ou Hepatite B e C em ambiente ocupacional.
2. DESINFECÇÃO
· Desinfecção: eliminação de micro-organismos, exceto esporulados, de materiais ou artigos inanimados, através de processo físico ou químico, com auxílio de desinfetantes. Esse processo só deve ser indicado na impossibilidade de submeter o artigo ao processo de esterilização (Silvia).
OBS: Soluções desinfetantes usadas na prática odontológica (Silvia)
1. Solução aquosa de hipoclorito de sódio a 1%
2. Solução de álcool etílico a 70%
3. Solução aquosa de glutaraldeído a 2%
· Descontaminação: conjunto de operações de limpeza, de desinfecção e/ou esterilização de superfícies contaminadas por agentes indesejáveis e potencialmente patogênicos, de maneira a tornar estas superfícies barreiras efetivas que minimizem qualquer tipo de contaminação cruzada. 
· Limpeza: remoção mecânica e/ou química de sujidades em geral de determinado local. 
· Antissepsia: eliminação de micro-organismos da pele, mucosa ou tecidos vivos, com auxílio de antissépticos, substâncias microbiocidas ou microbiostáticas. 
· Assepsia: métodos empregados para impedir a contaminação de determinado material ou superfície.
Classificação de desinfecção
· Alto nível: Elimina esporos, porém não atinge o status esterilizante. Ex: O ácido peracético em 15 minutos de imersão.
· Nível intermediário: Devem eliminar o bacilo da tuberculose, mas não agem contra todos os esporos. Agem contra micro-organismos vegetativos e fungos, realizando somente a desinfecção. Ex: Solução alcoólica 70%, compostos iodados e fenólicos.
OBS: ácido peracético e outras substâncias novas substituem o álcool 70% na troca de barreiras
· Baixo nível: São produtos químicos formulados com pouca atividade bactericida, não são tuberculinicidas. Inativam alguns tipos de fungos e vírus e podem destruir bactérias vegetativas. Ex: Clorexidina 1%, Fenóis simples.
OBS: As substâncias de desinfecção diferem entre si basicamente quanto ao espectro antimicrobiano e à rapidez com que agem.
Quanto a criticidade dos artigos:
· Artigos críticos (tocam e penetram nos tecidos): Devem ser esterilizados obrigatoriamente em autoclave ou óxido de etileno ou descartáveis. 
· Artigos semicríticos (tocam, mas não penetram nos tecidos): Devem ser esterilizados, porém se forem termossensíveis se aceita desinfecção de alto nível como o ácido peracético. Após a utilização do método de desinfecção de alto nível, o material deve ser lavado com água estéril ou soro fisiológico e seco com um método que não o recontamine, como ar quente filtrado, sendo depois devidamente embalado.
· Artigos não críticos (Não tocam nem penetram nos tecidos): Devem ser lavados (limpeza) e submetidos à desinfecção de baixo grau, preferencialmente de grau intermediário com álcool 70%, hipoclorito de sódio ou solução detergente germicida amônica quaternária. 
3. BARREIRAS FÍSICAS DE PROTEÇÃO
A principal função das barreiras é proteção das mãos da equipe de saúde bucal, com o objetivo de evitar infecção cruzada. Superfícies e mobiliários estão sujeitos ao toque das mãos, respingos e aerossóis. Exemplos:
· Botões e alças devem ser recobertos com barreira impermeável (do tipo filme plástico), campo de algodão estéril ou material não-tecido (TNT), em casos cirúrgicos. As barreiras devem ser trocadas entre cada atendimento, promovendo limpeza e desinfecção, com álcool a 70% ou ácido peracético, a cada troca. 
· Insumos descartáveis (como a ponta da seringa tríplice, “sacolés” nas canetas de alta e baixa rotação)
· Sobreluvas de plástico (muito utilizadas em situações onde há trabalho a quatro mãos ou quando o CD se encontra sem auxiliar e, durante o atendimento, necessite buscar objetos ou abrir gavetas). Sempre ter sobreluvas por perto durante qualquer atendimento clínico!
Todas as barreiras devem ser colocadas somente sobre as superfícies que serão utilizadas em cada atendimento, para que que a equipe tenha tempo de trocá-las a cada atendimento (nunca “plastificar” a sala toda, pois não haverá tempo de troca entre atendimentos). Basicamente, devemos utilizar barreiras nas seguintes superfícies:
· Botões da cadeira, alça do refletor, encosto do mocho e as pontas da unidade de sucção (aplicar filme de PVC);
· Superfícies da bancada e do carrinho auxiliar (cobrir com pano de campo descartável) ;
· Pontas: caneta de alta rotação, envolver em protetor descartável de látex ou “sacolés”;
· Manoplas, cones e controle de aparelhos de raios X;
· Cabos de espelho (não odontológicos).
Envolver com filme de PVC outras superfícies como: 
· Seringa tríplice e seus encaixes: preferencialmente usar pontas descartáveis; não dispondo desse produto, cobrir com tubo plástico descartável (canudo de refrigerante) e recobrimento plástico com “sacolés” 
· Pontas, mangueiras, botões de controle de periféricos e cabos de fibra ótica de fotopolimerizador. 
4. RADIOPROTEÇÃO
· Proteção para o paciente: uso de avental de chumbo e protetor de tireoide;
· Proteção para o profissional: avental, distância e biombo, condições adequadas para a revelação das radiografias e uso de dosímetro pelo cirurgião-dentista. 
5. ESTERILIZAÇÃO
Todo serviço odontológico deve ter um espaço destinado ao reprocessamento de instrumental que conste, no mínimo:
· uma pia exclusiva para lavagem de instrumental;
· bancada para secar e embalar;
· aparelho esterilizador (autoclave)
· gavetas e/ou armários para o acondicionamento dos instrumentais estéreis
O espaço é dimensionado de acordo com o número de unidades de trabalho (cadeiras odontológicas) do estabelecimento.
Divide-se a Central de Esterilização em seis partes: pré-lavagem, lavagem, secagem/inspeção visual, barreira (embalagem), esterilização/monitoração da esterilização e acondicionamento.
O espaço físico deve ser delimitado em 2 áreas: Área Contaminada (pré-lavagem, lavagem, secagem e embalagem) e Área Limpa (esterilização, monitoração e acondicionamento).
Métodos de esterilização (Silvia, 2019)
Os métodos de esterilização são divididos em: Físico, Químico e Físico-químico. Para serviços odontológicos no Brasil é aceita somente a esterilização a partir de método físico. 
FÍSICO
1. Estufa: O ministério da saúde recomenda a utilização do tempo de 2 horas (160°C) ou 1 hora (170°C). O tempo de esterilização deve ser contado a partir do momento em que a temperatura recomendada tenha sido atingida. 
· Monitoramento: físico (termômetro), químico (fitas) e biológico (bacilo Subtillis);
2. Autoclave (Calor úmido/ Vapor saturado): É um processo de esterilização que funciona comcalor ativo e 3 (três) parâmetros: tempo, temperatura e pressão sob vapor. O vapor sob pressão oferece maior segurança.
	Os pacotes devem ser posicionados de maneira que o vapor possa fluir para todos os itens (espaços de 20 a 25mm entre os pacotes). O volume não deve ultrapassar 80% de sua capacidade.
· Autoclaves convencionais: 121°C/1atm de pressão por 20 minutos;
· Autoclaves auto-vácuo: 132°C/1atm de pressão por 4 minutos.
CAUSAS DE INSUCESSO NA ESTERILIZAÇÃO DA AUTOCLAVE
· Uso de carga > 80%
· Volume de água inadequado
· Embalagens inadequadas
· Abertura antes do total resfriamento
· Manutenção inadequada
· Não monitorização com testes físicos (temperatura), químicos (fitas 3M) e biológico (Bacilo Stearothermophilos)
· Uso incorreto do aparelho
· Falta de limpeza
QUÍMICO: É um processo de difícil operacionalização e requer cuidados especiais no manuseio e armazenamento do instrumental após a sua realização. Passos do processo de esterilização químico:
1. Lavagem do instrumento
2. Secagem
3. Imersão em solução esterilizante (cuba plástica fechada)
4. Lavagem com água destilada
5. Secagem com toalhas esterilizadas
6. Armazenamento (recipiente estéril)
Os itens que não podem ser repetidamente submetidos ao processo de esterilização pelo calor (estufa ou autoclave), devem ser submetidos à esterilização química. Os artigos devem permanecer imersos em contato com o produto (solução aquosa).
· Glutaraldeído a 2% por 10 horas (Sterigard, anti G plus ativado, cidex plus)
· Formoaldeído a 38% por 18 horas (Duplofen, germipol, fenolabor)
· Ácido peracético a 0,2%

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