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APOSTILA EDUCACAO FISICA

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
Fundamentos e Metodologia do 
Ensino da Educação Física 
 
2 
 
 
Sumário 
 
Unidade 1: 
A Importância da Educação Física .............................................................................. 
 
Unidade 2: 
 A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem em Educação Física ....... 
 
 
Unidade 3: 
Conceituando a ludicidade e o brincar ........................................................................ 
 
Unidade 4: 
Semelhanças e diferenças entre brincadeira, jogo e esporte. .......................................... 
 
Unidade 5: 
Jogos Educacionais ................................................................................................. 
 
Unidade 6: 
Brincadeiras, jogos e esportes para pessoas com deficiência física ................................... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Assumir a postura de um profissional que se apresente como mediador do 
conhecimento é compreender a diversidade e as complexidades que surgem na 
individualidade de cada educando diante de suas necessidades e 
potencialidades. 
Estudar em EaD não é uma tarefa tão fácil como muitos pensam, os 
desafios são constantes. Vale ressaltar que esta modalidade também permite 
muitas vantagens na aquisição de um curso superior, como a possibilidade da 
interatividade entre colegas, tutores e técnicos administrativos que auxiliam na 
construção da aprendizagem dentro do conforto de sua casa. 
O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) disponibiliza uma gama de 
recursos, tecnologias da comunicação e ferramentas de apoio à aprendizagem 
que permitem a interação acima, entre elas estão: fóruns, chats, 
videoconferências, simulações e exercícios on-line. 
Não poderíamos esquecer que muitas pessoas gostam de ler e estudar o 
material de maneira física, fazendo suas anotações, grifos e dialogando com os 
autores a partir de comentários ou apresentando dúvidas para serem sanadas 
pelo tutor ou para serem compartilhada com os colegas. 
 Buscando mais uma alternativa para apoiar os(as) alunos(as) em seus 
estudos, esta coletânea foi elaborada com o objetivo de facilitar a impressão de 
todos os capítulos de livros que estão disponibilizados no Ambiente Virtual de 
Aprendizado (AVA) para quem deseja estudar no material físico sem precisar 
imprimir os arquivos separados por unidades. Desta forma, o aluno poderá ter 
acesso a todos os textos que serão fundamentais para as atividades da disciplina 
em um só material. 
Bom trabalho e aproveite cada instante da oportunidade de construir 
conhecimento, pois este é um pilar fundamental para sua formação. 
Um abraço, 
Equipe Pedagógica 
 
 
 
PEDAGOGIA DA 
EDUCAÇÃO: 
EDUCAÇÃO 
FÍSICA E 
ESPORTE
Luis Henrique 
Telles da Rosa
A importância da 
educação física
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Analisar a importância da educação física.
 Apresentar os domínios desenvolvidos na educação física e de que
maneira são trabalhados.
 Identificar para quem a educação física é direcionada.
Introdução
Ao longo da história, o movimento sempre esteve associado à sobrevi-
vência humana. Ao lutar por sua vida, na busca de uma preparação para 
as batalhas, como estratégia para boas condições de saúde, enfim, indife-
rentemente do objetivo, é pelo movimento que o homem se desenvolve.
Essa relação com o movimento é associada à educação física, que, 
como campo de estudo e área de formação, vem se modificando ao 
longo dos últimos anos. Por influência dos aspectos sociais, econômicos 
e culturais, do desenvolvimento tecnológico, dentre outros elementos, 
tem acontecido uma mudança de significados e entendimentos dessa 
área de estudo e dessa profissão.
Apesar disso tudo, é inegável os benefícios que a educação física 
tem trazido ao ser humano nos aspectos biológicos, culturais, sociais, 
pedagógicos, etc.
Ao longo deste capítulo, você vai conhecer mais sobre a importância 
da educação física, os seus domínios e a quem ela é direcionada.
A importância da educação física
Defi nir educação física e analisar sua importância não é tarefa fácil. No âmbito 
acadêmico, existem diferentes concepções e enfoques relacionados com a 
expressão: uma atividade educativa, recreativa, competitiva ou terapêutica, por 
exemplo. No aspecto educativo, a educação física é uma disciplina pedagógica, 
na qual o movimento corporal é usado para alcançar um desenvolvimento 
integral das capacidades físicas, afetivas e cognitivas do sujeito.
Podemos entender o desenvolvimento da relação do homem com o movi-
mento como um aspecto que define o que entendemos e valorizamos como 
educação física. Os primórdios das atividades físicas vêm desde a época pré-
-histórica, quando já se percebia uma preocupação com o físico, porém, não 
com o intuito da beleza ou do exercício, e sim da sobrevivência.
A luta pela sobrevivência levou ao desenvolvimento de movimentos na-
turais. O homem primitivo se deslocava na busca de alimentos, caminhando, 
correndo, subindo em árvores, escalando montanhas, nadando, saltando e 
lançando suas armas. Dessa forma, executava movimentos corporais básicos 
e naturais, que se repetiam ao longo de sua existência e se aperfeiçoavam de 
forma gradativa e inconsciente.
A prática da educação física aparece de forma organizada mais tarde. 
Chineses utilizavam a educação física com fins higiênicos, terapêuticos e 
no preparo dos seus soldados para a guerra. Já na Índia, havia relação com 
aspectos militares, mas também com aspectos de saúde associados à prática 
de ioga, exercícios de ginástica, técnicas de respiração e desenvolvimento de 
uma relação do corpo e do movimento com a própria prática do budismo. Da 
mesma forma, no Japão do século passado, havia uma relação com aspectos 
higiênicos, filosóficos, morais, religiosos e de preparo dos guerreiros com a 
educação física.
No ocidente foram os gregos que estabeleceram uma série de concepções 
relacionada ao corpo, ao movimento, à saúde, à estética, etc., sendo essas con-
cepções definidoras de muitos aspectos que ainda hoje definem e influenciam 
essa área de conhecimento como a relação da saúde com a atividade física.
Os objetivos e a importância da educação física variam conforme a necessi-
dade de cada período, de cada momento histórico pelo qual passa a sociedade e 
as pessoas que a compõem. Sem dúvidas, os avanços relacionados às diferentes 
áreas (fisiologia, psicologia, pedagogia e tecnologia) tiverem grande impacto 
na transformação da educação física. 
Segundo Lozada (2017), a educação física se adaptou com o passar dos 
anos e, a partir de uma função de sobrevivência, os objetivos evoluíram com 
a realização das práticas esportivas e do exercício físico. Atualmente, a saúde 
e a educação se estabelecem como atividades principais relacionadas à edu-
cação física.
A importância da educação física2
Educação física pode ser conceituada como uma área do conhecimento 
humano ligada às práticas corporais desenvolvidas pelo homem ao longo de 
sua história. Gaya (1993) considera a educação física associada a diferentes 
formas de expressão da cultura corporal, como uma filosofia do corpo, dando 
ênfase ao lúdico, ao lazer, às formas alternativas de expressão corporal.
Segundo a Resolução CNE/CES nº. 7/2004:
Art. 3º A Educação Física é uma área de conhecimento e de inter-
venção acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo e 
de aplicação o movimento humano, com foco nas diferentes formas 
e modalidades do exercício físico, da ginastica, do jogo, do esporte, 
da luta/arte marcial, da dança, nas perspectivas da prevenção de 
problemas de agravo da saúde, promoção, proteção e reabilitação da 
saúde, da formação cultural, da educação e reeducação motora, do 
rendimento físico-esportivo, do lazer, da gestão de empreendimentosrelacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas, além de 
outros Campos que oportunizem ou venham a oportunizar a prática 
de atividades físicas, recreativas e esportivas (BRASIL, 2014, p. 1).
Para Barbanti (2003), o interesse básico da educação física é o movimento 
humano e a relação deste com outras áreas da educação, envolvendo uma 
preocupação do desenvolvimento físico com aspectos social, emocional, cog-
nitivo, etc. Refere, ainda, que a educação física é determinada culturalmente 
pelo que o homem pensa do seu corpo.
Na dimensão escolar, a educação física busca integrar o aluno na cultura 
corporal do movimento, de forma completa, com foco na saúde, adaptando 
o conteúdo das aulas à individualidade de cada aluno e a sua fase de desen-
volvimento, procurando sempre a inclusão de todos os alunos nas atividades.
Já como área de conhecimento, a educação física atua no campo da saúde, 
voltada ao desenvolvimento de práticas corporais na promoção da saúde, na 
prevenção de doenças e na reabilitação de condições específicas (doenças 
cardiovasculares, diabetes, etc.).
Assim sendo, a importância da educação física extrapola apenas os aspec-
tos relacionados aos efeitos e aos impactos das atividades corporais sobre o 
3A importância da educação física
comportamento físico dos sujeitos. Um amplo espectro de elementos influencia 
essa importância, passando pela saúde, pela educação, entre outros.
Numa sociedade em que o movimento e as relações têm se tornado cada 
vez mais limitadas, a educação física adquire um valor ainda maior, como 
uma possibilidade de permitir uma mudança de atitude dos sujeitos em relação 
ao seu corpo, à sua saúde e às relações com outros membros da comunidade, 
estabelecidas por meio de uma interação entre outros envolvidos nas atividades 
vinculadas à educação física.
Podemos entender que a educação física, em sua história de mais de um 
século e meio no mundo ocidental, contempla múltiplos conhecimentos a 
respeito do corpo e do movimento, dentre eles as atividades de movimento 
com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com 
possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde.
Os domínios desenvolvidos na educação física e 
de que maneira são trabalhados
Segundo Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física 
(Confef) e presidente da Academia Olímpica Brasileira, a educação física 
é um caminho privilegiado para o desenvolvimento da dimensão motora, 
cognitiva e afetiva.
Essas dimensões podem ser organizadas em três tipos de domínios nor-
malmente associados ao aprendizado: cognitivo, afetivo e motor. 
O domínio motor está associado às habilidades motoras, ao desenvol-
vimento de movimentos fundamentais, à melhora da aptidão motora e ao 
desenvolvimento de consciência corporal. O movimento é a base desse domínio, 
envolvendo uma combinação de capacidades físicas e processos cognitivos, 
que colaboram na execução de uma atividade e no manuseio de um objeto, 
como andar de bicicleta. Segundo Gallahue e Ozmun (2002), as capacidades 
relacionadas ao domínio motor são a base de uma boa capacidade de aprendi-
zagem sensório-motora, sendo em função de seu desenvolvimento motor que 
a criança se transformará numa criatura livre e independente.
Já o domínio cognitivo inclui o estímulo ao desenvolvimento de um pen-
samento questionador, o encorajamento na busca de solução de problemas e o 
despertar para desafios intelectuais; ou seja, o estímulo à capacidade de com-
preensão sobre um problema, buscando com o uso de habilidades intelectuais 
elaborar uma resposta para o fato. Pode-se exemplificar isso, numa partida 
de xadrez ou durante um jogo, com a tomada de decisão sobre a realização 
A importância da educação física4
de uma determinada jogada em detrimento de outras opções. Além desses 
aspectos, crianças e adolescentes que praticam atividade física podem ter um 
melhor desempenho acadêmico, segundo a Associação Médica Americana. 
Isso estaria relacionado com uma melhora associada entre o exercício físico 
e a cognição.
Nesta atividade, as crianças são desafiadas no desenvolvimento de suas habilidades 
motoras em um circuito de atividades:
https://goo.gl/PHzrWK
O domínio afetivo, por sua vez, envolve as reações de ordem afetiva, respeito 
pelos direitos e ideias pessoais, sentimentos, emoções, aceitação, solidariedade, 
rejeição, respeito às regras, etc. São expressos por meio de atitudes ou valores e, 
ainda, por meio de como as crianças se relacionam entre elas e com os adultos, 
como agem diante de uma pessoa ou de uma determinada situação. Podemos 
exemplificá-lo na realização de uma brincadeira de pega-pega, com a reação 
emocional decorrida de uma situação de “ser pego” pelo colega e a forma como 
lida com essa situação. Esses processos estão vinculados à formação integral 
do aluno ao desenvolvimento de uma visão real das diferenças individuais e 
ao desenvolvimento de um autoconceito positivo e estável, além de orientar 
a criança na resolução de problemas e conflitos. 
Esses aspectos são também referendados pelo Manifesto Mundial da Edu-
cação Física (FIEP, 2000): o objeto de estudo da educação física é o movimento 
humano e é por meio deste que as pessoas podem se comunicar e se relacionar 
com o meio e com outras pessoas, além de conhecerem a si mesmos. Neste 
sentido, o desenvolvimento motor se relaciona com o cognitivo e socioafetivo, 
em que a deficiência de um causará prejuízo aos demais. 
Para Gallahue e Donnelly (2008), a educação física na escola pode ser 
melhor valorizada, na medida em que desenvolve na criança o lado cognitivo, 
afetivo e motor, por meio de uma aula que estimula a autoestima, a autocon-
fiança, a interação, a formação de atitudes positivas, o trabalho em equipe, 
entre outros elementos para o desenvolvimento. 
5A importância da educação física
Estudos corroboram em seus resultados a necessidade de as aulas de educação 
física serem estruturadas, com um planejamento curricular adequado e mais tempo 
e frequência semanal, para o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e 
afetivas e para a manutenção da saúde das crianças.
Fonte: Stein et al. (2015).
Da mesma forma, a prática de atividades esportivas permite o desenvol-
vimento desses domínios e se constituem num fator de determinação grupal. 
A existência de competitividade estimula o desenvolvimento de habilidades 
motoras, o condicionamento físico, a capacidade de raciocínio, a formação de 
valores que reforçam a moral e a sociabilização, a perda da timidez, a motivação 
e a autorrealização. Também as atividades de lutas, a dança e o folclore têm 
enorme valor na formação do aluno crítico e no desenvolvimento da expressão 
corporal, da criatividade, do ritmo, dos aspectos afetivos (sensibilidade), da 
harmonia, etc.
No vídeo, são desenvolvidas atividades de movimento com incentivo para o conhe-
cimento do corpo, a lateralidade e a integração entre a turma, ou seja, estímulo para 
o desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e motor: 
https://goo.gl/PtXUna
Esse conjunto de atividades relacionadas à educação física permite o in-
cremento desses domínios, contribuindo para o desenvolvimento dos sujeitos 
a quem é direcionada a educação física.
A importância da educação física6
Para quem a educação física é direcionada?
A educação física passou por profundas modifi cações ao longo dos anos, conse-
quência do seu processo histórico, que afetaram o seu conceito, associando este 
a dois aspectos: o primeiro relacionado à noção de área de atuação vinculada 
à educação e à saúde, e o segundo relacionado a uma profi ssão associada com 
o trabalho do professor de educação física.
O professor de educação física é um profissional de nível superior, que, 
em sua trajetória de formação, estudou aspectos filosóficos, psicológicos, 
anatômicos, fisiológicos, antropométricos e pedagógicos das atividades físicas. 
Esse profissional atua no campo de trabalho da educação física com ênfasena educação e/ou na saúde.
A regulamentação da profissão de educação física é definida pela Lei nº. 9.696, de 
setembro de 1998, que determina: “Art. 1º O exercício das atividades de Educação 
Física e a designação de Profissional de Educação Física é prerrogativa dos profissionais 
regularmente registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física” (BRASIL, 1998, 
documento on-line).
Em relação a esses aspectos, podemos identificar dois contextos que definem 
a quem a educação física está direcionada.
No contexto da escola, a atividade da educação física está relacionada com 
o trabalho do professor de educação física. Essa atuação se vincula a uma 
formação associada à licenciatura, capacitando e habilitando o profissional 
para atuar na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio.
Para essa população, o profissional atuará no planejamento, na implantação, 
na implementação e na avaliação de programas relacionados com a atividade 
da educação física na escola. Nessas ações voltadas pra crianças e jovens, 
principalmente, a educação física irá contribuir para o desenvolvimento motor, 
emocional e afetivo, por meio de uma série de experiências com o movimento, 
os jogos, as brincadeiras, as danças, etc.
7A importância da educação física
A educação física evolui à medida que se processa a evolução cultural dos povos. Assim, 
a sua orientação no tempo e no espaço está em sintonia com os sistemas políticos, 
sociais, econômicos e científicos vigentes nas sociedades humanas. Acesse o link:
https://goo.gl/Vt6GbQ
Outro contexto importante de atuação do profissional de educação física 
está relacionado a uma atuação extramuros da escola, fortalecida pela iden-
tidade deste como profissional da saúde, estando sua formação associada ao 
bacharelado. 
A atuação está vinculada à análise e à intervenção na realidade social 
por meio das diferentes manifestações das práticas corporais, como: dança, 
esporte, lutas, jogos, ginástica, treinamento, lazer e gestão das diversas ati-
vidades físicas.
Nesse contexto de fora da escola, o profissional apresenta foco e competên-
cias práticas em um campo de trabalho mais diversificado, tendo sua atuação 
relacionada a clubes, academias, centros esportivos, hospitais, empresas, 
planos de saúde, prefeituras, acampamentos, condomínios e qualquer espaço 
de realização de atividades físicas. Além desses espaços, a atuação individu-
alizada de acompanhamento e orientação à prática de atividade física também 
tem crescido muito com o campo de atuação na figura do que é identificado 
com personal trainer.
Ao analisarmos a população a qual está direcionado esse cuidado, identifi-
camos uma ampliação do campo de atuação da educação física, inicialmente 
voltada para crianças e jovens, principalmente no espaço da escola, para uma 
atividade que cada vez mais envolve adultos, idosos, trabalhadores e pessoas 
com doenças crônicas (cardiopatas, diabéticos, etc.), com objetivos relacionados 
à estética, à saúde, à performance, dentre outros.
Neste capítulo, você pôde conhecer mais sobre a educação física, a im-
portância e o alcance de sua atuação. Ao longo dos anos, o movimento se 
constituiu como parte da vida do homem e das sociedades; como ciência e 
área de atuação, a educação física se constitui num espaço de transformação, 
envolvendo aspectos não só funcionais, mas cognitivos, emocionais, sociais, 
etc. Essa atividade ocorre no ambiente da escola ou fora dela, envolvendo as 
A importância da educação física8
pessoas ao longo de todo o seu ciclo de vida, o que colabora para o entendi-
mento do esporte como um elemento de melhora da saúde e inclusão social.
O vídeo provoca uma reflexão sobre o tema, trazendo alguns conceitos gerais que 
se relacionam com a educação física e a importância desta para o estudante: não há 
educação sem educação física. Acesse: 
https://goo.gl/R2KcAy
É exemplo de atividade que busca explorar diferentes domínios a realização de ativi-
dade em grupos, envolvendo disputa, com a prática de movimentos que necessitem 
habilidades de coordenação e de equilíbrio. Outra possibilidade é realizar atividades 
motoras que necessitem de cooperação para a sua execução.
Essas situações permitem explorar a atividade física em todo o seu potencial motor, 
cognitivo e afetivo, ou seja, nas diferentes dimensões.
Este vídeo apresenta um conjunto de atividades que procuram estimular aspectos 
motores, afetivos e sociais em escolares durante as aulas de educação física (são 
exemplos simples e estimulantes): 
https://goo.gl/qGT6Vb
9A importância da educação física
1. Sabemos que a educação 
física baseia-se nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais, sendo uma 
das áreas de conhecimento e 
produção de saberes específicos. 
Assim, o conteúdo das aulas de 
educação física no início do ensino 
fundamental deverá contemplar 
as seguintes proposições:
a) ser composta de 
jogos desprovidos de 
regras, para estimular a 
criatividade dos alunos.
b) priorizar atividades separadas 
para meninos e meninas.
c) apresentar diversidade de 
possibilidades de atividades, 
de modo a ampliar o repertório 
motor dos alunos.
d) realizar somente atividades 
em grupo para promover 
a interação social.
e) desenvolver atividades que 
possam associar o rendimento 
e a performance motora.
2. A educação física é uma disciplina 
que está estruturada de acordo 
com os parâmetros da Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional. Portanto, deverá ser 
incorporada ao currículo em 
razão da necessidade de:
a) preparar os alunos para o 
treinamento esportivo.
b) iniciar os preparativos dos 
alunos para competição 
em alto rendimento.
c) discutir o papel das atividades 
físicas no cotidiano do aluno.
d) ser a educação física um 
momento de lazer do aluno.
e) não existir saber em educação 
física, já que se trata de 
uma disciplina prática.
3. Os aspectos relacionados às 
aulas de educação física, como 
objetivos, espaço das aulas, relações 
sociais entre aluno/aluno e aluno/
professor, repertório motor de 
cada aluno, entre outros, deverão 
ser observados pelo pedagogo. 
Este deverá planejar as aulas de 
educação física para otimizar 
todos os aspectos relacionados à 
disciplina. Diante desse contexto, 
é CORRETO afirmar que:
a) todas as atividades 
desenvolvidas nas aulas de 
educação física poderão 
ser realizadas para qualquer 
gênero e condição física.
b) por ser realizada em atividades 
livres, a educação física 
poderá ser ministrada em 
qualquer espaço da escola.
c) já que as aulas de educação 
física desenvolvem o lúdico, 
o professor não precisa se 
preocupar com as orientações 
das proposições curriculares.
d) as aulas de educação física 
podem ser orientadas por 
qualquer profissional da escola.
e) é preciso que haja condições 
favoráveis para a prática das 
atividades físicas e que sejam 
adequadas ao processo de 
ensino-aprendizagem de 
capacidades físicas e técnicas.
A importância da educação física10
4. Conhecer o próprio corpo pode ser 
o princípio de todo o conhecimento, 
pois conhecer o corpo é conhecer 
a si mesmo. Portanto, é necessário 
que o professor de educação 
física escolar saiba como ensinar 
os conteúdos para que o aluno:
a) possa utilizar o corpo, de forma 
a compreender, refletir e criticar.
b) possa utilizar o seu corpo 
nas atividades.
c) desenvolva músculos.
d) brinque somente, sem se 
preocupar em trabalhar o corpo.
e) desenvolva um corpo 
com os padrões estéticos, 
conforme a cultura local.
5. Nos processos de avaliação 
do aprendizado em educação 
física, sabe-se que os alunos são 
reconhecidos por três domínios de 
conhecimento. No que diz respeito 
ao domínio cognitivo, aponta-se 
para a seguinte prerrogativa:
a) os alunos aprendem as relações 
de interação quando estão 
num jogo desportivo.
b) o professor solicita aos alunos 
que façam os alongamentos 
de maneira correta, 
verificando a postura.
c) os alunos não aceitaram as regras 
necessárias do jogo, brigaram 
e foram expulsos pelo árbitro.d) durante as aulas, o professor 
explica aos alunos sobre as 
regras e normas referentes 
à disciplina durante a 
realização das atividades.
e) na aula de educação física, 
com o tema minibasquete, o 
professor trabalha habilidades 
motoras para a realização de 
arremessos, dribles, etc.
11A importância da educação física
BARBANTI, V. J. Dicionário de educação física e esportes. Barueri, SP: Manole, 2003.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução n°. 7, de 31 de março de 2004. Institui 
as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, 
em nível superior de graduação plena. Brasília, DF, 2004. Disponível em: <http://portal.
mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf>. Acesso em: 09 set. 2018.
BRASIL. Lei nº. 9.696, de 1 de setembro de 1998. Dispõe sobre a regulamentação da Profis-
são de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais 
de Educação Física. Brasília, DF, 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/leis/l9696.htm>. Acesso em: 09 set. 2018.
GALLAHUE, D. L.; DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para todas as 
crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008.
GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, 
adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2002.
GAYA, A. C. Porto Alegre, ESEF/ UFRGS, 1993. 
LOZADA, C. Introdução a profissão: educação física. Porto Alegre: SAGAH, 2017.
STEIN, I. et al. Educação física na educação infantil: uma revisão sistemática. Cinergis, v. 
16, n. 4, p. 299-305, 2015.
Leituras recomendadas
GRABER, K. C. Educação física e atividades para o ensino fundamental. Porto Alegre: 
AMGH, 2014.
LINCZUK, E. L. Pedagogia e educação física. 2002. Disponível em: <http://www.boaaula.
com.br/iolanda/producao/me/pubonline/edson15art.html>. Acesso em: 09 set. 2018.
MEDINA, J. P. S. A educação física cuida do corpo... e ‘’mente’’: bases para a renovação e 
transformação da educação física. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 1987.
SOARES, C. L. (Org.). Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. 
A importância da educação física12
Conteúdo:
PEDAGOGIA DA 
EDUCAÇÃO: 
EDUCAÇÃO 
FÍSICA E 
ESPORTE
Marilia Basilio Puglia
A importância do 
professor no processo de 
ensino-aprendizagem 
em educação física
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Reconhecer as formas de estilo de ensino.
 Estabelecer estilos de ensino de forma a adaptar os vários estilos de
aprendizagem dos alunos.
 Analisar o que os estudantes podem aprender com as aulas de edu-
cação física, além das atividades físicas.
Introdução
Frequentemente pensamos que o currículo escolar principal é intencional 
e escrito. Todavia, os alunos aprendem tanto, senão mais, com as conse-
quências não intencionais do currículo não escrito e não verbalizado. Leia 
este capítulo e conheça as quatro formas de currículo. Leia com atenção, 
especialmente o que se refere ao currículo oculto.
Selecionar um estilo de ensino adequado é tão importante quanto 
escolher um foco curricular ou uma atividade adequada para o processo 
de ensino-aprendizagem do aluno. Neste capítulo, você vai aprender 
sobre o continuum dos estilos e as formas de ensino.
Reflexões acerca da importância do 
professor de educação física no processo de 
ensino-aprendizagem
A escola é uma instituição que, dentro da sociedade, sempre foi vista como a 
principal ferramenta de instrução de uma comunidade. Para desempenhar essa 
função, está organizada por meio de um currículo que abrange os conteúdos 
vistos como necessários para esse processo de ensino-aprendizagem. Nessa 
situação, espera-se que os professores sejam os únicos responsáveis para que 
esse processo ocorra. 
No entanto, essa visão tradicional da escola como instituição detentora 
do saber científico e das verdades absolutas passa a ser substituída por uma 
visão que compreende que todos os sujeitos têm um papel fundamental nesse 
processo. Além disso, todos os saberes e contextos sociais devem ser con-
siderados e o professor, por sua vez, não tem somente a função de ser um 
transmissor de conteúdo. 
Nesse cenário, o professor passa a atuar com um agente mediador do 
processo de aprendizagem. O papel do aluno também muda, deixando de 
ser receptor passivo do conhecimento para atuar como parte integrante do 
processo, participando ativamente dessa construção e de forma compartilhada 
com os professores.
A disciplina de educação física, por sua vez, passou por muitas influências 
até construir sua identidade como componente curricular. Incialmente, as 
instituições militares e a classe médica exerciam influência direta sobre como 
era ministrada e como deveria ser organizada a atuação do educador físico.
Atualmente, a educação física é um componente curricular obrigatório 
na educação básica, devendo ser capaz de contemplar a cultura corporal de 
movimento e proporcionar aos alunos experiências motoras e psicossociais. 
O objetivo da educação física é contribuir para o desenvolvimento integral 
dos educandos nas áreas cognitivas, afetivas, sociais e motoras.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) conceituam a educação 
física da seguinte forma: 
Uma área de conhecimento da cultura corporal de movimento e a Educação 
Física escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura 
corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e 
transformá-la, instrumentalizando o para usufruir dos jogos, dos esportes, das 
danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidada-
nia e da melhoria da qualidade de vida (BRASIL,1998, documento on-line).
A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem2
O papel dessa disciplina é contribuir criticamente na formação dos cidadãos 
a partir das práticas esportivas e colaborar para a inclusão de hábitos e atitudes 
saudáveis na busca da promoção da saúde e qualidade de vida dos educandos, 
porém, a educação física, assim como todos os componentes curriculares, 
precisa estar preparada para atender todos os alunos e despertar um olhar 
sensível as suas necessidades e habilidades, transformando as aulas em um 
ambiente de integração e inclusão. Para isso, deve-se deixar para trás práticas 
excludentes e classificatórias das aulas de educação física.
Os professores, muitas vezes, apresentam certa resistência em aplicar em 
suas aulas aquilo que não está exposto nas matrizes curriculares, deixando 
de lado o que chamamos de currículo oculto, que é tudo aquilo que não 
está implícito no currículo formal e que está relacionado com as questões 
que vigoram nos contextos sociais onde os alunos estão inseridos. Para isso 
acontecer, os professores devem ser adeptos de uma prática reflexiva com 
espaço para o diálogo e a participação ativa dos alunos.
Os estilos de ensino no processo de 
ensino-aprendizagem em educação física
Os estilos de ensino constituem uma estrutura pedagógica teórica que apresenta 
diferentes modelos de tomadas de decisões de estilos estratégicos que podem 
ser defi nidos para a organização do processo de ensino-aprendizagem, a fi m 
de alcançar os objetivos estabelecidos pelo professor. A opção por um estilo 
de ensino também pode ser compreendida e defi nida a partir do modo com 
que o professor interpreta e concretiza as estratégias de ensino.
De acordo com Mosston (1996), o espectro dos estilos de ensino em edu-
cação física são um conjunto de estilos de ensino que caracterizam ações 
do professor e do aluno em busca da aprendizagem. Cada estilo reserva um 
determinado papel ao aluno, condiciona a relação dos alunos com a tarefa, 
condiciona a relação dos alunos entre si e o modelo de comunicação e a 
quantidade e qualidade das condições de prática.
Os estilos de ensino são definidos de acordo com o perfil do professor e 
a autonomia que ele pretende oferecer aos alunos em suas aulas. A seleção 
ainda dependerá de algunsfatores como: experiência anterior dos alunos; tipo 
de objetivos definido pelo professor, que podem ser comportamentais (orien-
tação do professor) e por expressão (orientação do aluno); tipo de programa; 
e personalidade do professor.
3A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem
Dessa forma, os estilos de ensino estão divididos em dois tipos: os de re-
produção ou diretos, que representa as estratégias de ensino que promovem a 
reprodução do conhecimento, que integram os estilos de comando, de tarefa, 
recíproco, de autochecagem e de inclusão; e os estilos de ensino de produção 
ou indiretos, que promovem a produção de novos conhecimentos por meio dos 
estilos descoberta guiada, descoberta convergente e produção divergente.
A seguir serão apresentados os estilos de ensino conforme definição de 
Mosston (1996).
Estilo por comando: esse estilo está centrado na relação professor-aluno com 
o objetivo de alcançar resultados rapidamente. O professor é o responsável por 
todas as decisões e o aluno tem o dever de segui-las. O estilo por comando 
apresenta alguns objetivos específi cos que são estabelecidos por Krug (2009, 
p. 319) em sua releitura da obra de Mosston (1996).
1. Repetir de imediato os estímulos dados pelo professor com segurança, 
uniformidade, sintonia e precisão.
2. Executar sincronicamente as tarefas predeterminadas pelo professor, pro-
curando a maior aderência ao modelo.
3. Replicar padrões e modelos estabelecidos pelo professor com uniformidade, 
sincronia, precisão e segurança.
4. Perpetuar por meio das execuções a prática uniforme, sincrônica e precisa.
Nesse estilo, os alunos aprendem a executar uma tarefa a partir da execução 
tal qual o professor orientou inicialmente. As ações são sempre realizadas a 
partir do comando do professor, o aluno não exerce autonomia nesse estilo.
Estilo por tarefa: o estilo por tarefa apresenta algumas modifi cações nas 
relações interpessoais entre professor e alunos e também entre o aluno e a 
tarefa. Também interfere na relação entre os educandos. 
De acordo com Krug (2009, p. 298), os objetivos do estilo por tarefa são: 
1. Praticar a tarefa seguindo um determinado número de execuções, tomando 
decisões permitidas pelo professor, seguindo as tarefas por ele definidas.
2. Praticar as tarefas ciente das decisões tomadas, consultando constantemente 
a ficha elaborada pelo professor ou aguardando retroalimentação.
3. Praticar as tarefas buscando execuções cada vez mais próximas da esta-
belecida pelo professor verbalmente ou pela ficha, respeitando decisões e 
execuções dos outros.
4. Praticar a tarefa individualmente e com paciência, experimentando um novo 
processo de relacionamento professor-aluno mediado pela tarefa.
A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem4
Em síntese, o estilo por tarefa passa a autonomia das aprendizagens também 
para o aluno e ele passa a tomar algumas decisões sobre como ocorre esse 
processo. O professor, por sua vez, muda sua postura e acredita que o aluno é 
capaz de tomar decisões que contribuem na evolução da execução da tarefa.
Estilo recíproco: o estilo recíproco, ou aprendizagem cooperativa, centra-se 
no relacionamento pessoal entre os pares (alunos) e nas condições de feedback 
entre eles a partir de uma fi cha de avaliação construída pelo professor. Os 
objetivos desse estilo de ensino, conforme Krug (2009, p. 271), são:
1. Executar tarefas repetidas vezes com a retroalimentação ( feedback) de 
um observador pessoal (seus pares), baseado na ficha-critério elaborada 
pelo professor.
2. Praticar a tarefa com observação e retroalimentação do par, consultando a 
ficha e esclarecendo com seu observador aspectos das tarefas.
3. Visualizar, compreender e praticar em pares a sequência de tarefas com 
retroalimentação do par observador com auxílio da ficha-critério.
4. Vivenciar o processo de socialização em pares, dando e recebendo retro-
alimentação imediata com uso de ficha-critério.
5. Experimentar o processo de paciência, tolerância e recompensa durante as 
execuções do par em tarefas motoras.
No entanto, no estilo recíproco, diferentemente dos anteriores, as ações 
centram-se no aluno “observador” e ele tem total autonomia para realizar fee-
dbacks estando em comunicação com o professor; o “executante” deve esperar 
as orientações e assim iniciar o diálogo com o observador. Ao final dessa 
tarefa, os alunos trocam de posição. O professor, por sua vez, deve observar o 
trabalho da dupla, porém só se comunica com o observador quando necessário.
Estilo por autochecagem: o estilo por autochecagem evolui no sentido de 
que mais decisões são tomadas pelo aluno, sendo o professor um mediador 
das tarefas que ocorrem por meio desse estilo. Os principais objetivos desse 
estilo são: 
1. Evidenciar consciência das próprias execuções liberando-se de fontes 
externas por meio de fichas-critério elaboradas pelo professor.
2. Mostrar consciência cinestésica, aprendendo a observar-se, sentir 
sua execução e autoavaliar-se por meio dos critérios elaborados pelo 
professor.
5A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem
3. Autoavaliar suas execuções, aceitando discrepâncias e limitações e 
mantendo honestidade consigo mesmo.
Em síntese, nesse estilo, os alunos executam uma tarefa e verificam sua 
performance a partir da ficha-critério elaborada pelo professor e disponibi-
lizada para eles. Esse estilo é indicado para alunos que sejam experientes na 
execução da tarefa da prática esportiva (como alunos de treinamento). Esse 
estilo tem como intenção oportunizar aos alunos a autoavaliação e constatar 
o que eles devem ou não fazer ao executar a tarefa.
Estilo por inclusão: o estilo por inclusão tem como objetivo principal a par-
ticipação de todos os envolvidos na tarefa Para isso, ele precisa ser planejado 
pelo professor (fase pré-impacto) para todos os níveis de complexidade dessa 
mesma tarefa. Os alunos são responsáveis por decidir em qual nível da tarefa 
eles querem iniciar. Na fase pós-impacto (avaliação), os alunos decidem se são 
capazes de avançar para um nível mais complexo ou se devem permanecer 
ou até retornar para uma fase inicial. Dessa forma, o papel do professor nesse 
estilo é criar condições para que todos estejam incluídos independentemente 
do nível de difi culdade existente na mesma tarefa. 
Objetivos do estilo por inclusão segundo Krug (2009, p. 238):
1. Executar as tarefas em níveis de proficiência individuais.
2. Experimentar a execução da tarefa em diversos níveis de proficiência, 
podendo ir e voltar nos níveis segundo suas possibilidades.
3. Verificar o relacionamento entre aspiração e realidade.
O estilo por inclusão é considerado como o último dentro do grupo denominado 
reprodutores e tem como característica principal oferecer mais liberdade e poder 
de tomada de decisões aos alunos e a inclusão de todos os participantes na tarefa. 
Estilo descoberta guiada: o estilo descoberta guiada é o primeiro do grupo 
dos estilos denominados como de produção. Nele, concretiza-se o auge da 
relação professor-aluno, pois o professor desenvolve uma sequência de questões 
para o aluno, nas quais ele deve encontrar uma única resposta correta, sendo 
A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem6
que, quando isso não ocorre, o professor vai introduzindo dicas para levar o 
aluno à resposta correta. 
Um exemplo para compreender melhor esse estilo seria o professor pedir 
a algum aluno para ser voluntário e efetuar uma tarefa experimental. Nesse 
momento, o professor realiza algumas ações: realiza cada questão conforme 
planejada, aguarda a resposta do aluno, oferece retroalimentação ( feedback) 
e move-se para a próxima questão (KRUG, 2009).
Os principais objetivos do estilo descoberta guiada segundo Krug (2009, 
p. 186):
1. Engajar o aprendiz num processo único de descoberta sequencial, buscando 
um relacionamento preciso entre as questões efetuadas e as respostas (uma 
única resposta para cada questão).
2.Construir habilidades de descoberta sequencial que levam a uma única 
resposta correta, com paciência do professor e dos alunos nessa busca.
O estilo descoberta guiada está baseado em uma proposta que ocorre por meio de 
um processo de descoberta do aluno, em que o professor orienta as ações do aluno 
até que ele chegue à resposta desejada. A partir desse estilo, utilizam-se atividades 
que envolvem mais especificamente as habilidades cognitivas dos alunos.
Estilo descoberta convergente: o segundo estilo do grupo de produção centra-
-se no raciocínio lógico, na solução de problemas, no pensamento crítico, no 
uso de regras e no ensaio e no erro, apresentando como objetivo descobrir 
uma resposta ou uma solução para um problema. O aluno é protagonista do 
processo ensino-aprendizagem e deve desenvolver uma estratégia para a 
solução do “problema” sem sofrer intervenções do professor.
Os objetivos para o processo de ensino-aprendizagem dentro desse estilo 
são:
1. Descobrir pelo ensaio e pelo erro uma única resposta ou solução para o 
problema, engajando-se em uma sequência específica de operações cognitivas 
diversas (raciocínio lógico e pensamento crítico).
2. Cruzar o limiar da descoberta pela descoberta, conscientizando-se do 
engajamento na solução de problemas.
7A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem
3. Construir uma sequência específica de operações cognitivas abrangendo 
mini-hierarquias a cada momento (KRUG, 2009, p. 177).
O papel do professor nesse estilo é basicamente na fase pré-impacto (pla-
nejamento) definir os caminhos para que o aluno seja capaz de chegar até 
a resposta do problema. O aluno desenvolve sua estratégia no momento da 
atividade e no momento pós-impacto (avaliação) os dois são responsáveis por 
avaliar a resposta final.
Estilo produção divergente: o último estilo do grupo de produção apresenta 
como propósito encontrar múltiplas respostas na mesma produção (descoberta). 
A diferença do estilo anterior, descoberta convergente, é que o aluno deve 
produzir múltiplas respostas para a mesma questão. Nesse estilo, conforme 
organizado por Krug (2009), os objetivos são divididos em: para o professor 
e para o aluno.
Objetivos do professor:
1. Provocar as capacidades cognitivas no planejamento de problemas para 
determinadas áreas do conteúdo.
Objetivos do aluno:
1. Descobrir múltiplas soluções para o problema definido em educação 
física (ou outra área).
2. Desenvolver compreensão na estrutura da atividade, descobrindo as 
possíveis variações nessa estrutura.
3. Evidenciar um nível de segurança afetiva que permita ao professor e ao 
aprendiz ir além da aceitação de respostas convencionais.
4. Mostrar a habilidade de verificar soluções e organizá-las para propósitos 
específicos.
Em síntese, os dois últimos estilos apresentam objetivos bastante seme-
lhantes. Porém, há uma diferença entre eles: no estilo produção divergente, 
podem ser encontradas e são aceitas mais de uma resposta para o problema. 
Esse estilo possibilita ao professor realizar uma boa integração entre todos 
os canais de desenvolvimento físico, cognitivo, social, emocional e moral.
A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem8
O papel dos estilos de ensino como ferramenta 
para organização e adaptação do trabalho 
pedagógico
Ao escolher um estilo de ensino e uma estratégia, o professor precisa ter 
presente alguns conceitos, como: a estratégia, que deve ser defi nida para 
organizar o processo de ensino-aprendizagem e para alcançar o que se deseja 
tanto para a aprendizagem dos alunos quanto para os objetivos do professor 
com certo conteúdo; e o estilo de ensino, que demanda do modo como o 
professor interpreta e defi ne as estratégias estabelecidas anteriormente, sendo 
importante salientar que uma estratégia pode incluir vários estilos.
Como sabemos, o ensino sempre ocorre por meio de trocas interpessoais, 
que podem ser tanto entre professor e aluno como somente entre alunos. O 
papel que os alunos ocupam nesse processo dependerá da liberdade que o 
professor lhes atribuir. 
Então, as decisões que o aluno toma durante o processo de aprendizagem 
estão relacionadas com a estratégia de tomada de decisões que o professor 
utilizou durante o ensino e com a maneira como ocorreu essa interação, que 
vai caracterizar o estilo de ensino.
Além disso, existem diversos aspectos que precisam ser observados pelo 
professor antes dele adotar um estilo ou uma estratégia de ensino, tais como: 
as relações interpessoais (clima entre os alunos); os tipos de objetivos que 
ele pretende alcançar: capacidades cognitivas, afetivas, motoras e sociais; a 
organização do trabalho; e o grau de autonomia dos alunos.
No entanto, o papel dos estilos e das estratégias de ensino é organizar o 
processo de ensino-aprendizagem de modo com que seja eficaz para contemplar 
o que é definido pelo professor e as aprendizagens dos alunos.
Agora, que já conhecemos os estilos de ensino, veja exemplos que podem 
ser úteis no momento de definir um estilo de ensino a partir do objetivo da 
aprendizagem:
  Se o objetivo for conseguir elevar o nível de habilidade motora e houver 
pouco tempo: comando.
  Se o objetivo for fazer com que os alunos trabalhem no sentido de 
encontrar uma única resposta para um problema: descoberta guiada.
  Se o objetivo for fazer com que todos os alunos participem sem definir 
um nível de habilidade específico para determinada tarefa: inclusão.
9A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem
  Se o objetivo for fazer com que os alunos executem a tarefa que o pro-
fessor solicitou, porém permitindo que eles tomem algumas decisões 
mediante aprovação do professor: tarefa.
  Se o objetivo for que os alunos trabalhem em parceria com seus pares 
e estimular a interação e o trabalho cooperativo: recíproco.
  Se o objetivo for trabalhar em uma perspectiva de resolução de pro-
blemas, desenvolvendo o raciocínio-lógico de modo que o aluno seja o 
responsável por suas descobertas: descoberta convergente.
  Se o objetivo for permitir que os alunos encontrem múltiplas soluções 
para um mesmo problema e que eles avaliem esse processo: produção 
divergente.
O que podemos ensinar aos alunos com as aulas 
de educação física que perpassa o ensino das 
atividades físicas e esportivas?
Quando pensamos na disciplina de educação física e respectivamente no que 
é trabalhado nela, logo relacionamos à prática esportiva e, quase que auto-
maticamente, lembramos dos esportes coletivos como vôlei, futebol, futsal, 
basquetebol e handebol. A forte infl uência que a prática desses esportes exerce 
dentro da educação física contribui para uma cultura de que a educação física 
é apenas um local para “jogar bola”.
O esporte contribui significativamente na formação do caráter dos alunos 
e em diversos aspectos, porém, nem todos os alunos são adeptos à prática dos 
esportes coletivos e, muitas vezes, acabam evadindo das aulas pelo fato de 
serem ofertadas somente essas práticas. Assim, em muitos casos, não adquirem 
o hábito de praticar atividades físicas ao longo da vida.
Além das atividades físicas e esportivas, o currículo da educação física 
precisa contemplar os assuntos referentes à promoção de saúde e da quali-
dade de vida, pelo fato de que as mudanças e transformações da sociedade 
e a influência das tecnologias, por meio do uso contínuo de computadores, 
celulares e aparelhos eletrônicos, fazem com que crianças e jovens não se 
interessam mais em praticar atividades físicas, o que acaba influenciando no 
aumento de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade, interferindo 
diretamente na saúde e na qualidade de vida dos alunos.
As escolas e os educadores físicos devem centrar suas ações para colaborar 
com a mudança desse cenário, sendo a escola um dos principais locais de 
permanência de crianças e jovens. Para isso, é necessário promover uma mu-
A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem10
dança nos paradigmastradicionais das aulas de educação física, no sentido de 
promover ações de conscientização sobre saúde, informando e sensibilizando 
os alunos para a importância dos cuidados corporais e da prática de atividades 
físicas e alimentação saudável.
Neste vídeo, você encontra informações complementares sobre o espectro dos 
estilos de ensino pela abordagem de Muska Mosston:
https://goo.gl/HvGnkG
1. Segundo Vasconcellos (2002), 
“[...] muitas vezes, os próprios 
educadores, por incrível que 
pareça, também são vítimas de uma 
formação alienante, não sabem o 
porquê daquilo que dão, não sabem 
o significado daquilo que ensinam e, 
quando interrogados, dão respostas 
evasivas como: ‘é pré-requisito para 
as séries seguintes’, ‘cai no vestibular’, 
‘hoje você não entende, mas daqui 
dez anos vai entender’. Por isso, 
muitos alunos acabam acreditando 
que aquilo que se aprende na escola 
não é para entender mesmo, que só 
entenderão quando forem adultos, 
ou seja, acabam se conformando 
com o ensino desprovido de 
sentido”. A partir dessa reflexão, 
avalie as afirmações a seguir.
I. O processo de conhecimento 
deve ser refletido e encaminhado 
a partir da perspectiva 
de uma prática social.
II. Saber qual conhecimento deve 
ser ensinado nas escolas continua 
sendo uma questão nuclear 
para o processo pedagógico.
III. O processo de conhecimento 
deve possibilitar compreender, 
usufruir e transformar a realidade.
IV. A escola deve ensinar os 
conteúdos previstos na matriz 
curricular, mesmo que sejam 
desprovidos de significado e 
sentido para professores e alunos.
V. Os projetos curriculares devem 
desconsiderar a influência do 
currículo oculto, que ocorre 
na escola com caráter informal 
e sem planejamento.
É CORRETO APENAS o 
que se afirma em:
a) I e III.
11A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem
b) I e IV.
c) II e IV.
d) I, II e III.
e) II, III e IV.
2. O professor é responsável por 
estruturar um ambiente sensível às 
necessidades individuais dos alunos 
e levar em conta os interesses, as 
origens e as habilidades deles. 
Dessa forma, o processo de ensino-
aprendizagem será mais efetivo. 
Marque a alternativa que fala sobre 
uma atitude errada do professor no 
processo de ensino-aprendizagem.
a) Usar o currículo implícito 
para promover a 
autodescoberta dos alunos.
b) Tratar todos os alunos 
de forma imparcial.
c) Determinar que os alunos 
só aprendam com o 
currículo explícito.
d) Planejar lições que estimulem 
os alunos de diferentes culturas 
a trabalharem juntos.
e) Lembrar que a sociedade se 
torna cada vez mais multicultural.
3. Não existe apenas um modelo 
de currículo, uma atividade de 
aprendizagem ou um plano de 
aula que dê conta das distintas 
necessidades de aprendizagem 
de cada criança em cada situação. 
Portanto, é de extrema importância 
que os professores variem não só 
os tipos de atividades às quais as 
crianças são expostas, mas também 
os estilos de ensino usados para 
apresentar essas atividades. Com 
relação aos estilos de ensino, 
assinale a alternativa CORRETA.
a) Pode-se desconsiderar o 
conteúdo a ser ensinado, pois a 
escolha do estilo não depende 
do conteúdo, e sim da confiança 
do professor com tal prática.
b) O estilo do ensino não se 
difere pelos objetivos da aula, 
e sim pelo perfil da turma.
c) Para a escolha do melhor estilo 
de ensino, o professor deve 
considerar o conteúdo que será 
ensinado, o tamanho da turma, 
o nível de desenvolvimento 
social e físico da turma e 
o espaço disponível.
d) Escolher um foco curricular 
ou uma atividade adequada 
é mais importante do que 
selecionar um estilo de ensino.
e) A experiência docente, por 
longos anos, permite ao 
professor encontrar o seu 
próprio estilo de ensino, e 
não há necessidade de usar 
outros, já que o docente já 
adquiriu uma expertise.
4. Os estilos de ensino distribuem-se ao 
longo do continuum e variam desde 
os estilos altamente orientados 
pelo professor, na extremidade da 
esquerda, até aqueles primariamente 
dirigidos pelos alunos, na direita. 
Escolher um estilo adequado é 
uma consideração importante 
de cada lição. Nesse contexto, 
marque a alternativa CORRETA.
a) No estilo de ensino de 
comando, o professor 
toma todas as decisões 
e os alunos seguem suas 
orientações. É fácil de planejar, 
implementar e individualizar 
as tarefas de aprendizagem 
e incentivar a criatividade.
b) No estilo da aprendizagem 
cooperativa, os alunos são 
distribuídos em grupos, 
A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem12
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro 
e quarto ciclos do ensino fundamental: educação física. Brasília: MEC, 1998. Disponível 
em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018.
KRUG, D. F. Metodologia do ensino: educação física. Curitiba: JM Livraria Jurídica, 2009. 
MOSSTON, M. Teaching physical education. Columbus: Merril Books, 1966.
utilizando a prática de ensinar 
e avaliar uns aos outros, para 
incentivar o trabalho em 
equipe, a interdependência 
e a cooperação, o que pode 
ser trabalhado em qualquer 
nível de desenvolvimento 
social dos alunos.
c) Exploração é o último estilo 
de ensino da extremidade 
direita do continuum. É o estilo 
menos dirigido pelo professor 
e necessita de um alto índice 
de maturidade social, sendo 
melhor empregado nas 
idades mais avançadas.
d) O estilo de ensino descoberta 
guiada estimula os 
envolvimentos cognitivo 
e psicomotor na atividade 
desempenhada. É fácil para 
o professor usá-lo quando 
há uma grande variação de 
habilidade entre os alunos.
e) O estilo de inclusão é um dos 
mais importantes usados no 
ensino, pois promove muito bem 
o sucesso individual e possibilita 
aos alunos ter responsabilidade 
sobre suas decisões. Há poucas 
desvantagens nesse estilo.
5. Os professores devem tomar 
decisões, com relação aos estilos 
de ensino, com base em diversos 
fatores. Para tanto, ele deve:
a) presumir que todos os alunos 
aprendem da mesma forma.
b) desistir de um estilo, se este 
não for imediatamente bem-
sucedido com os alunos.
c) considerar que os estilos de 
ensino serão tão eficientes com 
uma turma quanto foi com outra.
d) incorporar pelo menos cinco 
dos estilos em suas aulas.
e) mudar de estilo, sendo 
convencido a utilizar outro, por 
pressão da turma, pois os alunos, 
neste caso, estão externando 
o que querem aprender.
13A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem
Conteúdo:
LUDICIDADE E 
A PEDAGOGIA 
DO BRINCAR 
Vania de Souza Ferreira
Conceituando a 
ludicidade e o brincar
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Explicar o conceito de ludicidade.
 � Identificar o conceito acerca do brincar.
 � Reconhecer as aproximações entre os conceitos sobre a ludicidade 
e o brincar.
Introdução
A ludicidade está presente no cotidiano escolar e é uma ferramenta im-
portante no processo de desenvolvimento do sujeito, em seus aspectos 
físico, cognitivo e social. Além de estimular a imaginação e a criatividade, 
a ludicidade é prazerosa no processo de ensino e aprendizagem. Neste 
capítulo, você vai identificar os conceitos de ludicidade e do brincar, 
reconhecendo como ambos estão interligados no ambiente escolar.
O que é ludicidade?
De modo geral, em relação ao lúdico, estamos habituados a ouvir frases 
como: “Ensine de uma maneira lúdica!” ou “Trabalhe com a ludicidade”, e tal 
pensamento está correto, pois existe familiaridade entre ambas as frases. De 
acordo com Luckesi (2000), ludicidade foca a experiência lúdica como uma 
experiência interna do sujeito que a vivencia. No entanto, as buscas sobre 
um conceito definitivo não são encontradas nos dicionários. Alguns autores 
descrevem a ludicidade como (BROUGÈRE, 2003) a atividade lúdica; o sistema 
de regras bem definidas (que existem independentemente dos jogadores) e o 
objeto (instrumento ou brinquedo) que os indivíduos usam parajogar. Já a 
palavra jogo, relacionada à ludicidade, é de origem latina e significa “gracejo”. 
Desse modo, além das características que favorecem o desenvolvimento no 
processo de aprendizagem, os jogos proporcionam prazer e diversão. Sendo 
assim, podemos dizer que as atividades lúdicas promovem a imaginação, a 
integração desde a educação infantil, sendo de grande importância na trans-
formação do sujeito.
Quando tratamos do lúdico e do brincar, é importante que saibamos que 
há legislação e diretrizes educacionais que contemplam essas ações. Veja 
algumas observações importantes sobre quem proporciona a brincadeira e o 
espaço de brincar.
Os agentes do brincar são as pessoas que, com conhecimento e competência, 
criam as oportunidades para que as crianças brinquem livremente. Podem ser: 
jovens, pais, educadores, profissionais, estudantes, voluntários de organizações 
da sociedade civil, pessoas na terceira idade, etc. Em um ambiente adequado 
para brincar, as crianças farão escolhas acerca do que elas brincam e com 
quem brincam. Nesses momentos poderão ser apoiadas e estimuladas pelo 
Agente do Brincar – um animador e facilitador das oportunidades lúdicas. 
[...] 
Espaços para brincar e aprender são aqueles que oferecem oportunidades 
e atividades lúdicas em um ambiente saudável e amoroso para as crianças 
interagirem com adultos e outras crianças, desenvolvendo um relacionamento 
de confiança com eles. Os espaços comunitários oferecem oportunidades 
lúdicas e apoiam as crianças no desenvolvimento das habilidades sociais. As 
crianças aprendem umas com as outras, sem se preocuparem com autoridade 
(pais/adultos). São ambientes informais onde as brincadeiras devem ser livres 
(IPA, 2013, p. 13).
As crianças precisam ter a oportunidade de brincar em pátios, praças e 
espaços abertos, além de viver diferentes experiências que as aproximem da 
natureza, como semear, plantar e colher os frutos da terra. Desse modo, a 
criança poderá construir uma relação de identidade e respeito com a natureza. 
Além disso, o acesso a espaços culturais também é um direito da criança – 
práticas culturais da comunidade, participação em apresentações musicais e 
teatrais, visitas a bibliotecas, museus e outros espaços públicos (BRASIL, 
2013, documento on-line). 
Essas colocações ilustram o quanto o lúdico e o brincar são importantes 
ao longo do desenvolvimento humano, evidenciado não só pelo prazer que 
proporciona, mas também por sua intencionalidade. Para Vygotsky (apud 
FERNANDES, 2010, p. 26), a criança: “[...] é introduzida no mundo adulto 
Conceituando a ludicidade e o brincar2
pelo jogo e a sua imaginação (estimulada por meio dos jogos) pode contribuir 
para expansão de suas habilidades conceituais”. Confira, no Quadro 1, alguns 
objetivos relacionados ao jogo.
Fonte: adaptado de Haetinger e Haetinger (2009, documento on-line).
Respeitar limites Desenvolver hábitos e atitudes, respeitar 
o outro, melhorar o comportamento 
social, trabalhar a competição como 
parte e não como essência do 
jogo (saber ganhar e perder).
Socializar Aprender a viver e conviver em sociedade.
Criar e explorar a 
criatividade
O jogo proporciona o desenvolvimento 
do pensamento criativo e do pensamento 
divergente, gerados pela criatividade. 
Interagir Criar uma real interação envolvendo 
o sujeito e o objeto de aprendizagem, 
de forma alegre e lúdica.
Aprender a pesquisar 
(aprender a aprender)
Desenvolver o gosto pela busca, pela 
iniciativa e pela tomada de decisões. 
Quadro 1. Objetivos relacionados ao jogo.
Conforme Braga; Araújo e Haas (2015, p. 2), o:
[…] jogo, por ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera de familiaridade, 
segurança emocional e ausência de tensão ou perigo, proporciona condições 
para aprendizagem das normas sociais em situações de menor risco. O com-
portamento lúdico oferece oportunidades para experimentar vivências que, em 
situações normais, jamais seriam tentadas pelo medo do erro ou da punição. 
Sendo assim, o jogo constitui uma expressão em sua maioria espontânea 
que agrega situações de experimentação de descoberta.
3Conceituando a ludicidade e o brincar
Você sabia que os jogos também têm suas especificidades?
Jogos recreativos e brincadeiras: são parte do nosso cotidiano. Os jogos e brin-
cadeiras têm como base mediadores reais ou imaginários, podendo ser individuais 
ou coletivos. Exemplos: jogos de tabuleiro, brincadeiras de roda, brincar de casinha.
Jogos artísticos: contemplam competências artísticas. Exemplos: atividades de 
artes plásticas, como desenhos, gravuras, recortes, colagem, mosaicos.
Jogos expressivos: são jogos relacionados à expressão corporal. Exemplos: dança 
em variados gêneros e jogos que tenham ritmos e movimentos.
Jogos sensitivos: são jogos que têm como base a educação ocidental, nos quais 
são realizadas atividades de relaxamento. Exemplo: ioga.
Jogos desportivos: são relacionados ao mundo dos esportes. Os jogos são de 
grande importância para os desenvolvimentos físico, motor e emocional. Exemplos: 
futebol, vôlei, basquete, corridas etc. 
O que é o brincar?
O brincar está presente em nossas vidas desde tenra idade. 
Uma atividade muito importante para a criança pequena é a brincadeira. 
Brincar dá à criança oportunidade para imitar o conhecido e para construir 
o novo, conforme ela reconstrói o cenário necessário para que sua fantasia 
se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e 
transformando objetos pelo uso que deles faz (BRASIL, 2013, p. 87).
Quando tratamos do brincar, em um primeiro momento nos vêm à mente 
a infância, porém o brincar está presente ao longo da vida em situações e 
níveis diferentes. Vários adultos já se viram brincando de casinha com um 
filho, sobrinho ou outra criança, e até mesmo o professor, em sua atuação, 
passa a ser agente participativo desses momentos, o que facilita a observação 
do desenvolvimento dos alunos, pois, assim como o lúdico, o brincar está 
atrelado ao desenvolvimento em vários aspectos. Quem nunca ouviu a frase: 
“Aprender brincando”? Conforme WINNICOTT (1975, p. 80), “[...] é no brincar, 
e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e 
utilizar sua personalidade integral, e é somente sendo criativo que o indivíduo 
descobre o seu eu”.
Conceituando a ludicidade e o brincar4
Você já parou para pensar como eram as brincadeiras há 20 anos? E como 
são elas na contemporaneidade? Além das novas tecnologias, o cotidiano cor-
rido dos pais proporciona brincadeiras tecnológicas, pois os jogos eletrônicos 
e a internet são emergentes. Desse modo, brincadeiras mais antigas, como 
pega-pega, esconde-esconde, entre outras, apresentam-se desconhecidas para 
as novas gerações. Não se pode negar que os jogos eletrônicos atuem também 
como ferramentas no campo de ensino e aprendizagem, mas há questões, como 
a socialização entre os pares, que alguns desses jogos on-line não proporcionam.
É impossível falar sobre o brincar sem falar sobre brinquedos. Uma das 
diretrizes do Ministério da Educação é: “[...] prever a oferta de brinquedos e 
equipamentos que respeitem as características ambientais e socioculturais da 
comunidade” (BRASIL, 2010, p. 24).
Cabe à creche e à pré-escola, espaços institucionais diferentes do lar, educar a 
criança de 0 a 5 anos e 11 meses com brinquedos de qualidade, substituindo-os, 
quando quebram ou já não despertam mais interesse. Para adquirir brinque-
dos, é fundamental selecionar aqueles com o selo do INMETRO (Instituto 
Nacional de Metrologia), que já foram testados em sua qualidade com critérios 
apropriados às crianças.
A seleção de brinquedos envolve diversos aspectos: ser durável, atraente, 
adequado e apropriado a diversos usos; garantir a segurança e ampliar oportu-
nidades para o brincar; atender à diversidade racial, não induzir a preconceitos 
de gênero, classe social e etnia; não estimular a violência; incluir diversidade 
de materiais e tipos ― brinquedos tecnológicos, industrializados, artesanaise produzidos pelas crianças, professoras e pais (KISHIMOTO, 2010, p. 2).
Relações entre o brincar e jogar
Até o momento, vimos os conceitos de ludicidade, brincar, jogar, entre outras 
ações que os envolvem. Mas você já pensou como o brincar e jogar se rela-
cionam? O brincar relaciona-se ao objeto e ao imaginário, no entanto, o jogo 
pode se tornar uma atividade mais complexa que envolve regras. Essas relações 
tornam-se mais evidentes em circunstâncias de competições e gincanas, nas 
quais existe a brincadeira, mas também a necessidade de obedecer a regras 
para que se chegue a um objetivo, seja para um grupo ou individualmente. 
Desse modo, podemos notar que, de acordo com a idade e a maturidade das 
crianças, é possível avançarmos com atividades de jogar e brincar, a fim de 
ampliar seu desenvolvimento.
5Conceituando a ludicidade e o brincar
A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do conheci-
mento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico, mas o trabalho 
pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a influência de parceiros 
bem como a sistematização de conceitos em outras situações que não jogos. 
Ao utilizar de modo metafórico a forma lúdica (objeto suporte de brincadeira) 
para estimular a construção do conhecimento, o brinquedo educativo con-
quistou espaço definitivo na educação infantil (KISHIMOTO, 1996, p. 37-38). 
Kishimoto (1996) nos apresenta três tipos de brincadeiras: brincadeiras 
tradicionais, brincadeiras de faz de conta e jogos de construção. O Quadro 2 
traz a descrição de cada um deles.
Fonte: adaptado de Kishimoto (1996).
Brincadeiras tradicionais Ligadas ao folclore, a costumes e valores 
culturais. Exemplo: festas juninas.
Brincadeiras de 
faz de conta
Simbólicas, ou seja, têm como 
papel a representação de sonhos e 
fantasias. Exemplo: super-heróis.
Jogos de construção Relacionados à experiência sensorial, 
ao estímulo da criatividade e ao 
desenvolvimento de habilidades. Exemplo: 
construção de casas com blocos de lego. 
Quadro 2. Brincadeiras tradicionais, brincadeiras de faz de conta e jogos de construção.
Assim, podemos observar como é possível explorar aspectos diversos de 
nossas crianças utilizando o brincar e o jogar de maneira associada.
Em se tratando de brincar e de brinquedos, é importante que o educador ou 
recreacionista saibam quais os brinquedos adequados por idade, garantindo 
assim a segurança da criança, principalmente dos bebês, que levam objetos até 
a boca e batem-nos nas mãos ou em outras partes do corpo ao explorá-los. Nas 
embalagens dos brinquedos, embora haja a indicação de idade, nem sempre 
o objetivo do brinquedo fica evidente. O Quadro 3 mostra os brinquedos por 
idade e traz os objetivos e cuidados que se deve ter com alguns brinquedos, 
conforme a faixa etária.
Conceituando a ludicidade e o brincar6
0 a 5 meses Chocalhos, brinquedos musicais, mordedores, brinquedos 
de berço, móbiles, livrinhos de pano ou plástico, bolas com 
texturas diferentes para serem agarradas com as duas mãos.
6 meses a 1 ano Brinquedos flutuantes (patinhos de borracha que boiam 
na água), cubos que tenham guizos embutidos ou 
ilustrações,  caixas ou brinquedos que se encaixam uns 
dentro dos outros, argolas empilháveis, brinquedos para 
martelar, empilhar e desmontar, brinquedos eletrônicos de 
aprendizado, mesa pequena com cadeirinhas na altura em 
que a criança possa alcançar os pés corretamente no chão, 
telefone de brinquedo, espelhos, brinquedos que emitem 
sons por meio de botões de apertar, girar ou empurrar.
1 a 2 anos Brinquedos de variadas texturas (estimulam os sentidos da 
visão, da audição e do tato), bonecas de tecido e bichos 
de pelúcia feitos de materiais atóxicos, livros e álbuns 
de fotografia com ilustrações dos familiares e objetos 
conhecidos, brinquedos de empurrar ou puxar, brinquedos 
de montar e desmontar. Os brinquedos devem ter cores 
vivas e não podem ser tóxicos.
2 a 3 anos Bola, blocos de brinquedos para serem empilhados e 
colocados dentro de caixas, brinquedos de encaixar e 
desmontar, brinquedos musicais, carrinhos, bonecas, 
cavalinho de balanço, brinquedos para praia ou piscina, 
brinquedos de equilibrar um em cima do outro. Nessa 
idade, deve-se ensinar a criança a organizar e recolher os 
brinquedos.
3 a 4 anos Triciclo, carrinho grande de puxar, aviões, trenzinhos, 
brinquedos infláveis, bolhas de sabão, caixas de areia com 
pás e cubos, cabaninhas, casas de bonecas, ferramentas 
de brinquedos, massinha de modelar, objetos domésticos, 
fantasias, máscaras, fantoches, instrumentos musicais 
de brinquedo (como pandeiros, pianinhos, trombetas 
e tambores), brinquedos de montar e desmontar mais 
complicados, blocos de formas e tamanhos variados, 
jogos e quebra-cabeças simples, lápis de cor e papel para 
desenhar (círculos, bonecos, enumerar os elementos de 
uma ilustração, colorir), livros com diferentes ilustrações e 
histórias alegres.
Quadro 3. Brinquedos conforme a idade da criança.
(Continua)
7Conceituando a ludicidade e o brincar
Fonte: Sebrae (2016, documento on-line).
4 a 6 anos Esta é a fase do mundo imaginário, a criatividade das 
crianças está se desenvolvendo. Os brinquedos nessa fase 
devem auxiliar a criança a entrar no mundo da fantasia, 
por exemplo: dinheirinho de brinquedo, caixa registradora, 
casas de boneca com móveis, telefone, cidadezinhas, circos, 
fazendas com animais, materiais de papelaria, postos de 
gasolina, meios de transporte (caminhões, automóveis 
e pistas, motos, aviões, trens elétricos, barcos e tratores), 
instrumentos musicais e eletrônicos, jogos. Nessa idade, a 
criança começa a sentir o que chamamos de medos infantis, 
como o medo do escuro, das bruxas, do bicho-papão e de 
outras coisas feias que impedem que a criança durma bem. 
Dessa forma, para que a criança consiga superar essa fase, 
recomenda-se que ela tenha uma boneca ou um ursinho 
de pelúcia.
Acima de 6 anos Jogos de tabuleiro, bolinhas de gude, pipas, carros de corrida, 
trens elétricos, argila para modelar, pincel, brinquedos de 
mágica, artigos esportivos, bicicletas, patins, skate, jogos 
eletrônicos, de memória, videogames, patinetes, futebol 
de botão, laptops, brinquedos colecionáveis, chaveiros, 
brinquedos eletrônicos, jogos de cartas, kits, pistas de 
carrinhos, quebra-cabeças.
Quadro 3. Brinquedos conforme a idade da criança.
Para compreender melhor o conteúdo abordado neste capítulo, confira os links a seguir.
Brinquedos e brincadeiras na educação infantil, de Tizuko Morchida Kishimoto.
https://goo.gl/cthIif
Um espaço de brincar (Revista Nova Escola). 
https://goo.gl/nc2hEx
O brincar na educação infantil (Tizuko Morchida Kishimoto). 
https://goo.gl/66nEBd
(Continuação)
Conceituando a ludicidade e o brincar8
BRAGA, K. A.; ARAÚJO, W. G.; HAAS, H. Desenvolvimento flexibilidade corporal: um 
relato de oficina de aprendizagem na Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo José 
Kliemann. In: SEMINÁRIO INSTITUCIONAL PIBID UNISC, Santa Cruz do Sul, 2015. 
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais da educação básica. 
Brasília: MEC, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_
docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013- 
pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 12 jun. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação in-
fantil. Brasília: MEC, 2010. Disponível em: <http://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes- 
Curriculares-para-a-E-I.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.
FERNANDES, N. A. Uso de jogos educacionais no processo de ensino e de aprendizagem. 
2010. 62 f. Trabalho de conclusão de curso (Especialização) - Mídias na Educação, 
Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação, Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bits-
tream/handle/10183/141470/000990988.pdf?sequence=1 >. Acesso em: 12 jun. 2018.
HAETINGER, M. G.; HAETINGER, D. Jogos, recreação e lazer. 2. ed.Curitiba: IESDE Brasil, 
2009. Disponível em: <http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/15682.pdf>. Acesso 
em 12 jun. 2018.
IPA. Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança: o desenvolvimento infantil e o direito 
de brincar. 2013. Disponível em: <http://www.brinquedoteca.org.br/wp-content/
uploads/2017/07/DireitodaCrianca.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018.
KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e brincadeiras na educação infantil. In: seminário na-
cional: currículo em movimento: perspectivas atuais, 1., 2010, Belo Horizonte. Anais... 
Belo Horizonte, novembro de 2010. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/doc-
man/dezembro-2010-pdf/7155-2-3-brinquedos-brincadeiras-tizuko-morchida/file>. 
Acesso em: 12 jun. 2018.
KISHIMOTO, T. M. (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. São Paulo: Cortez, 
1996.
KRAMER, S. Com a pré-escola nas mãos: uma alternativa curricular para a educação 
infantil. São Paulo: Ática, 2009.
LUCKESI, C. C. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta 
pedagógica a partir da Biossíntese. In: LUCKESI, C. C. (Org.) Ludopedagogia. Salvador: 
Gepel, 2000. (Ensaios: Educação e Ludicidade, 1).
SEBRAE. Brinquedo educativo certo para cada idade. 2016. Disponível em: <http://www.
sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/brinquedo-educativo-certo-para-cada-id
ade,e2cdd53342603410VgnVCM100000b272010aRCRD?origem=segmento&codSeg
mento=3#0>. Acesso em: 12 jun. 2018.
WINNICOTT, D. W. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago, 1975.
9Conceituando a ludicidade e o brincar
DIMENSÕES 
DO JOGO
Mariluce Ferreira 
Romão
Semelhanças e diferenças 
entre brincadeira, jogo 
e esporte
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Listar diferenças e semelhanças entre brincadeira, jogo e esporte.
 � Reconhecer as diferenças entre brincadeira, jogo e esporte na 
concepção do trabalho pedagógico e formativo do professor de 
educação física.
 � Planejar atividades pedagógicas relacionadas à prática de brincadeiras, 
jogos e esportes na educação básica.
Introdução
Os jogos, os esportes e as brincadeiras são alguns dos diversos meca-
nismos considerados “facilitadores” pedagógicos. Além disso, eles são 
capazes de espelhar a sociedade. Os jogos cooperativos, por exemplo, 
envolvem valores e atitudes que podem ser assimilados pelas crianças 
e adolescentes. Por isso, defende-se a representatividade dos jogos, dos 
esportes e das brincadeiras no processo de ensino e aprendizagem na 
escola.
Neste capítulo, você vai ver diferenças e semelhanças entre brin-
cadeira, jogo e esporte. Também vai conhecer as diferenças entre 
brincadeira, jogo e esporte na concepção do trabalho pedagógico e 
formativo do professor de educação física. Além disso, vai ver como 
desenvolver atividades pedagógicas relacionadas a essas práticas na 
educação básica.
Brincadeira, jogo e esporte
Para começar o estudo deste capítulo, você precisa compreender e relacionar 
as características da brincadeira, do jogo e do esporte. Murcia e colaboradores 
(2008) define jogo como uma atividade ou ocupação voluntária. Tal atividade 
é exercida em determinado tempo e espaço segundo regras livremente permi-
tidas, entretanto obrigatórias, e é caracterizada como um fim em si mesma. 
Em um jogo, identificam-se os sentimentos de tensão e alegria e a consciência 
de ser diferente do senso comum.
O jogo, na condição de ferramenta de aprendizagem, é um recurso de 
grande interesse para os educadores. Afinal, ele está intimamente associado 
ao desenvolvimento do ser humano, em uma esfera social, criativa, afetiva, 
histórica e cultural. Partindo desse pressuposto, é de grande relevância que os 
profissionais que lidam com crianças busquem conhecimento sobre o tema, 
favorecendo um melhor direcionamento pedagógico. Sobretudo, é importante 
você ter em mente que o jogo é uma oportunidade de desenvolvimento (MELO; 
VALE, 2005).
Vivenciando situações de jogos, a criança descobre, aprende e desenvolve 
várias habilidades, bem como experimenta e inventa infinitamente. Aspectos 
referentes à inteligência e à sensibilidade são continuamente desenvolvidos. 
A qualidade do que é oportunizado à criança por meio de jogos define o 
equilíbrio entre as suas potencialidades e a sua afetividade. Desse modo, o 
jogo é importante não somente para incentivar a imaginação das crianças, mas 
também para auxiliar no desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas 
(ALVES; BIANCHIN, 2010).
No link a seguir, você encontra o artigo O jogo como recurso de aprendizagem, um 
estudo muito interessante sobre esse tema.
https://goo.gl/eoKadL
Tendo em vista a dificuldade de diferenciar jogo e brincadeira, opta-se 
frequentemente por utilizar os termos indistintamente. Tal costume permanece 
Semelhanças e diferenças entre brincadeira, jogo e esporte2
difundido nos estudos sociológicos, psicológicos, filosóficos e/ou pedagógicos. 
Devido à tal complexidade, a ciência muitas vezes fraciona esses conceitos, 
deixando-os sob a responsabilidade de quem os define.
Algumas características podem ser verificadas no jogo. Por exemplo: um 
jogo possui normas, é prazeroso, está fora da realidade, não dispõe de obriga-
ção, tem perfil absorvente, possui tempo e lugares próprios, bem como propõe 
limites, liberdade e invenção. Contudo, o jogo facilita o que era complexo, em 
níveis variados. Daí a importância da sua utilização na escola, considerando 
a pedagogia e a psicologia, para as quais o jogo detém “[...] um papel vital na 
história da autoafirmação da criança, e na formação da sua personalidade” 
(METODOLOGIA..., 2012).
Você conhece a queimada? Organizada em duas equipes, ela envolve a situação 
fictícia de uma “guerra”, na qual uma equipe vence a outra com arremessos de 
bola. O elemento imaginário do jogo vai sendo mascarado pelas regras, cuja 
complexidade vai aumentando e às quais os jogadores devem manter um nível 
alto de atenção.
Por essa razão, é necessário propor aos alunos debates com enfoque nas situações 
de violência que o jogo pode ocasionar. Esses debates devem abordar também as 
consequentes regras para o domínio de tal violência. Assim, os alunos serão capazes 
de perceber, por exemplo, que um jogo como a queimada é discriminatório, visto que 
os mais fracos são eliminados (queimados) primeiramente, perdendo a oportunidade 
logo no início do jogo. Note que isso não significa que não se deve jogar queimada. É 
apenas necessário adaptar as regras, de maneira que a competição não se sobreponha 
à ludicidade.
O esporte moderno tem suas origens na Inglaterra, no período da Revolução 
Industrial, no final do século XIX. Esse momento histórico tem características 
similares às do atual. Destaca-se, por exemplo, a especialização e a raciona-
lização. Muitas modalidades esportivas conhecidas atualmente têm as suas 
“raízes” nesse tempo, como o futebol, o atletismo moderno e o rúgbi.
3Semelhanças e diferenças entre brincadeira, jogo e esporte
Se você se interessa por rúgbi e quer saber mais sobre esse esporte, leia o artigo Perfil 
antropométrico e fisiológico de atletas brasileiros de rugby, disponível no link a seguir.
https://goo.gl/FH8GT5
O esporte representa uma ação social institucionalizada. Ele é composto 
por regras e se desenvolve com alicerce lúdico, perfil competitivo, entre dois 
ou mais oponentes, ou contra a natureza, com o objetivo de comparar desem-
penhos, determinar o vencedor ou registrar os resultados. Os “fins” atingidos 
pelos praticantes sinalizam as habilidades ou estratégias utilizadas por eles, 
que podem ser intrínsecas ou extrinsecamente gratificantes. Com maior rigor, 
o jogo é definido como uma atividade corporal de movimento, com caráter 
competitivo, que surgiu na Europa em torno do século XVIII. A sua prática 
difundida mundialmente foi desenvolvendo e assumindo características básicas, 
como a competição, o rendimento físico e técnico, o record, a racionalização 
e o treinamento com cunho científico.
Na condição de uma prática

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