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1 FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA Fundamentos e Metodologia do Ensino da Educação Física 2 Sumário Unidade 1: A Importância da Educação Física .............................................................................. Unidade 2: A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem em Educação Física ....... Unidade 3: Conceituando a ludicidade e o brincar ........................................................................ Unidade 4: Semelhanças e diferenças entre brincadeira, jogo e esporte. .......................................... Unidade 5: Jogos Educacionais ................................................................................................. Unidade 6: Brincadeiras, jogos e esportes para pessoas com deficiência física ................................... 3 INTRODUÇÃO Assumir a postura de um profissional que se apresente como mediador do conhecimento é compreender a diversidade e as complexidades que surgem na individualidade de cada educando diante de suas necessidades e potencialidades. Estudar em EaD não é uma tarefa tão fácil como muitos pensam, os desafios são constantes. Vale ressaltar que esta modalidade também permite muitas vantagens na aquisição de um curso superior, como a possibilidade da interatividade entre colegas, tutores e técnicos administrativos que auxiliam na construção da aprendizagem dentro do conforto de sua casa. O Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) disponibiliza uma gama de recursos, tecnologias da comunicação e ferramentas de apoio à aprendizagem que permitem a interação acima, entre elas estão: fóruns, chats, videoconferências, simulações e exercícios on-line. Não poderíamos esquecer que muitas pessoas gostam de ler e estudar o material de maneira física, fazendo suas anotações, grifos e dialogando com os autores a partir de comentários ou apresentando dúvidas para serem sanadas pelo tutor ou para serem compartilhada com os colegas. Buscando mais uma alternativa para apoiar os(as) alunos(as) em seus estudos, esta coletânea foi elaborada com o objetivo de facilitar a impressão de todos os capítulos de livros que estão disponibilizados no Ambiente Virtual de Aprendizado (AVA) para quem deseja estudar no material físico sem precisar imprimir os arquivos separados por unidades. Desta forma, o aluno poderá ter acesso a todos os textos que serão fundamentais para as atividades da disciplina em um só material. Bom trabalho e aproveite cada instante da oportunidade de construir conhecimento, pois este é um pilar fundamental para sua formação. Um abraço, Equipe Pedagógica PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO: EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE Luis Henrique Telles da Rosa A importância da educação física Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Analisar a importância da educação física. Apresentar os domínios desenvolvidos na educação física e de que maneira são trabalhados. Identificar para quem a educação física é direcionada. Introdução Ao longo da história, o movimento sempre esteve associado à sobrevi- vência humana. Ao lutar por sua vida, na busca de uma preparação para as batalhas, como estratégia para boas condições de saúde, enfim, indife- rentemente do objetivo, é pelo movimento que o homem se desenvolve. Essa relação com o movimento é associada à educação física, que, como campo de estudo e área de formação, vem se modificando ao longo dos últimos anos. Por influência dos aspectos sociais, econômicos e culturais, do desenvolvimento tecnológico, dentre outros elementos, tem acontecido uma mudança de significados e entendimentos dessa área de estudo e dessa profissão. Apesar disso tudo, é inegável os benefícios que a educação física tem trazido ao ser humano nos aspectos biológicos, culturais, sociais, pedagógicos, etc. Ao longo deste capítulo, você vai conhecer mais sobre a importância da educação física, os seus domínios e a quem ela é direcionada. A importância da educação física Defi nir educação física e analisar sua importância não é tarefa fácil. No âmbito acadêmico, existem diferentes concepções e enfoques relacionados com a expressão: uma atividade educativa, recreativa, competitiva ou terapêutica, por exemplo. No aspecto educativo, a educação física é uma disciplina pedagógica, na qual o movimento corporal é usado para alcançar um desenvolvimento integral das capacidades físicas, afetivas e cognitivas do sujeito. Podemos entender o desenvolvimento da relação do homem com o movi- mento como um aspecto que define o que entendemos e valorizamos como educação física. Os primórdios das atividades físicas vêm desde a época pré- -histórica, quando já se percebia uma preocupação com o físico, porém, não com o intuito da beleza ou do exercício, e sim da sobrevivência. A luta pela sobrevivência levou ao desenvolvimento de movimentos na- turais. O homem primitivo se deslocava na busca de alimentos, caminhando, correndo, subindo em árvores, escalando montanhas, nadando, saltando e lançando suas armas. Dessa forma, executava movimentos corporais básicos e naturais, que se repetiam ao longo de sua existência e se aperfeiçoavam de forma gradativa e inconsciente. A prática da educação física aparece de forma organizada mais tarde. Chineses utilizavam a educação física com fins higiênicos, terapêuticos e no preparo dos seus soldados para a guerra. Já na Índia, havia relação com aspectos militares, mas também com aspectos de saúde associados à prática de ioga, exercícios de ginástica, técnicas de respiração e desenvolvimento de uma relação do corpo e do movimento com a própria prática do budismo. Da mesma forma, no Japão do século passado, havia uma relação com aspectos higiênicos, filosóficos, morais, religiosos e de preparo dos guerreiros com a educação física. No ocidente foram os gregos que estabeleceram uma série de concepções relacionada ao corpo, ao movimento, à saúde, à estética, etc., sendo essas con- cepções definidoras de muitos aspectos que ainda hoje definem e influenciam essa área de conhecimento como a relação da saúde com a atividade física. Os objetivos e a importância da educação física variam conforme a necessi- dade de cada período, de cada momento histórico pelo qual passa a sociedade e as pessoas que a compõem. Sem dúvidas, os avanços relacionados às diferentes áreas (fisiologia, psicologia, pedagogia e tecnologia) tiverem grande impacto na transformação da educação física. Segundo Lozada (2017), a educação física se adaptou com o passar dos anos e, a partir de uma função de sobrevivência, os objetivos evoluíram com a realização das práticas esportivas e do exercício físico. Atualmente, a saúde e a educação se estabelecem como atividades principais relacionadas à edu- cação física. A importância da educação física2 Educação física pode ser conceituada como uma área do conhecimento humano ligada às práticas corporais desenvolvidas pelo homem ao longo de sua história. Gaya (1993) considera a educação física associada a diferentes formas de expressão da cultura corporal, como uma filosofia do corpo, dando ênfase ao lúdico, ao lazer, às formas alternativas de expressão corporal. Segundo a Resolução CNE/CES nº. 7/2004: Art. 3º A Educação Física é uma área de conhecimento e de inter- venção acadêmico-profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação o movimento humano, com foco nas diferentes formas e modalidades do exercício físico, da ginastica, do jogo, do esporte, da luta/arte marcial, da dança, nas perspectivas da prevenção de problemas de agravo da saúde, promoção, proteção e reabilitação da saúde, da formação cultural, da educação e reeducação motora, do rendimento físico-esportivo, do lazer, da gestão de empreendimentosrelacionados às atividades físicas, recreativas e esportivas, além de outros Campos que oportunizem ou venham a oportunizar a prática de atividades físicas, recreativas e esportivas (BRASIL, 2014, p. 1). Para Barbanti (2003), o interesse básico da educação física é o movimento humano e a relação deste com outras áreas da educação, envolvendo uma preocupação do desenvolvimento físico com aspectos social, emocional, cog- nitivo, etc. Refere, ainda, que a educação física é determinada culturalmente pelo que o homem pensa do seu corpo. Na dimensão escolar, a educação física busca integrar o aluno na cultura corporal do movimento, de forma completa, com foco na saúde, adaptando o conteúdo das aulas à individualidade de cada aluno e a sua fase de desen- volvimento, procurando sempre a inclusão de todos os alunos nas atividades. Já como área de conhecimento, a educação física atua no campo da saúde, voltada ao desenvolvimento de práticas corporais na promoção da saúde, na prevenção de doenças e na reabilitação de condições específicas (doenças cardiovasculares, diabetes, etc.). Assim sendo, a importância da educação física extrapola apenas os aspec- tos relacionados aos efeitos e aos impactos das atividades corporais sobre o 3A importância da educação física comportamento físico dos sujeitos. Um amplo espectro de elementos influencia essa importância, passando pela saúde, pela educação, entre outros. Numa sociedade em que o movimento e as relações têm se tornado cada vez mais limitadas, a educação física adquire um valor ainda maior, como uma possibilidade de permitir uma mudança de atitude dos sujeitos em relação ao seu corpo, à sua saúde e às relações com outros membros da comunidade, estabelecidas por meio de uma interação entre outros envolvidos nas atividades vinculadas à educação física. Podemos entender que a educação física, em sua história de mais de um século e meio no mundo ocidental, contempla múltiplos conhecimentos a respeito do corpo e do movimento, dentre eles as atividades de movimento com finalidades de lazer, expressão de sentimentos, afetos e emoções, e com possibilidades de promoção, recuperação e manutenção da saúde. Os domínios desenvolvidos na educação física e de que maneira são trabalhados Segundo Steinhilber, presidente do Conselho Federal de Educação Física (Confef) e presidente da Academia Olímpica Brasileira, a educação física é um caminho privilegiado para o desenvolvimento da dimensão motora, cognitiva e afetiva. Essas dimensões podem ser organizadas em três tipos de domínios nor- malmente associados ao aprendizado: cognitivo, afetivo e motor. O domínio motor está associado às habilidades motoras, ao desenvol- vimento de movimentos fundamentais, à melhora da aptidão motora e ao desenvolvimento de consciência corporal. O movimento é a base desse domínio, envolvendo uma combinação de capacidades físicas e processos cognitivos, que colaboram na execução de uma atividade e no manuseio de um objeto, como andar de bicicleta. Segundo Gallahue e Ozmun (2002), as capacidades relacionadas ao domínio motor são a base de uma boa capacidade de aprendi- zagem sensório-motora, sendo em função de seu desenvolvimento motor que a criança se transformará numa criatura livre e independente. Já o domínio cognitivo inclui o estímulo ao desenvolvimento de um pen- samento questionador, o encorajamento na busca de solução de problemas e o despertar para desafios intelectuais; ou seja, o estímulo à capacidade de com- preensão sobre um problema, buscando com o uso de habilidades intelectuais elaborar uma resposta para o fato. Pode-se exemplificar isso, numa partida de xadrez ou durante um jogo, com a tomada de decisão sobre a realização A importância da educação física4 de uma determinada jogada em detrimento de outras opções. Além desses aspectos, crianças e adolescentes que praticam atividade física podem ter um melhor desempenho acadêmico, segundo a Associação Médica Americana. Isso estaria relacionado com uma melhora associada entre o exercício físico e a cognição. Nesta atividade, as crianças são desafiadas no desenvolvimento de suas habilidades motoras em um circuito de atividades: https://goo.gl/PHzrWK O domínio afetivo, por sua vez, envolve as reações de ordem afetiva, respeito pelos direitos e ideias pessoais, sentimentos, emoções, aceitação, solidariedade, rejeição, respeito às regras, etc. São expressos por meio de atitudes ou valores e, ainda, por meio de como as crianças se relacionam entre elas e com os adultos, como agem diante de uma pessoa ou de uma determinada situação. Podemos exemplificá-lo na realização de uma brincadeira de pega-pega, com a reação emocional decorrida de uma situação de “ser pego” pelo colega e a forma como lida com essa situação. Esses processos estão vinculados à formação integral do aluno ao desenvolvimento de uma visão real das diferenças individuais e ao desenvolvimento de um autoconceito positivo e estável, além de orientar a criança na resolução de problemas e conflitos. Esses aspectos são também referendados pelo Manifesto Mundial da Edu- cação Física (FIEP, 2000): o objeto de estudo da educação física é o movimento humano e é por meio deste que as pessoas podem se comunicar e se relacionar com o meio e com outras pessoas, além de conhecerem a si mesmos. Neste sentido, o desenvolvimento motor se relaciona com o cognitivo e socioafetivo, em que a deficiência de um causará prejuízo aos demais. Para Gallahue e Donnelly (2008), a educação física na escola pode ser melhor valorizada, na medida em que desenvolve na criança o lado cognitivo, afetivo e motor, por meio de uma aula que estimula a autoestima, a autocon- fiança, a interação, a formação de atitudes positivas, o trabalho em equipe, entre outros elementos para o desenvolvimento. 5A importância da educação física Estudos corroboram em seus resultados a necessidade de as aulas de educação física serem estruturadas, com um planejamento curricular adequado e mais tempo e frequência semanal, para o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e afetivas e para a manutenção da saúde das crianças. Fonte: Stein et al. (2015). Da mesma forma, a prática de atividades esportivas permite o desenvol- vimento desses domínios e se constituem num fator de determinação grupal. A existência de competitividade estimula o desenvolvimento de habilidades motoras, o condicionamento físico, a capacidade de raciocínio, a formação de valores que reforçam a moral e a sociabilização, a perda da timidez, a motivação e a autorrealização. Também as atividades de lutas, a dança e o folclore têm enorme valor na formação do aluno crítico e no desenvolvimento da expressão corporal, da criatividade, do ritmo, dos aspectos afetivos (sensibilidade), da harmonia, etc. No vídeo, são desenvolvidas atividades de movimento com incentivo para o conhe- cimento do corpo, a lateralidade e a integração entre a turma, ou seja, estímulo para o desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e motor: https://goo.gl/PtXUna Esse conjunto de atividades relacionadas à educação física permite o in- cremento desses domínios, contribuindo para o desenvolvimento dos sujeitos a quem é direcionada a educação física. A importância da educação física6 Para quem a educação física é direcionada? A educação física passou por profundas modifi cações ao longo dos anos, conse- quência do seu processo histórico, que afetaram o seu conceito, associando este a dois aspectos: o primeiro relacionado à noção de área de atuação vinculada à educação e à saúde, e o segundo relacionado a uma profi ssão associada com o trabalho do professor de educação física. O professor de educação física é um profissional de nível superior, que, em sua trajetória de formação, estudou aspectos filosóficos, psicológicos, anatômicos, fisiológicos, antropométricos e pedagógicos das atividades físicas. Esse profissional atua no campo de trabalho da educação física com ênfasena educação e/ou na saúde. A regulamentação da profissão de educação física é definida pela Lei nº. 9.696, de setembro de 1998, que determina: “Art. 1º O exercício das atividades de Educação Física e a designação de Profissional de Educação Física é prerrogativa dos profissionais regularmente registrados nos Conselhos Regionais de Educação Física” (BRASIL, 1998, documento on-line). Em relação a esses aspectos, podemos identificar dois contextos que definem a quem a educação física está direcionada. No contexto da escola, a atividade da educação física está relacionada com o trabalho do professor de educação física. Essa atuação se vincula a uma formação associada à licenciatura, capacitando e habilitando o profissional para atuar na educação infantil, no ensino fundamental e no ensino médio. Para essa população, o profissional atuará no planejamento, na implantação, na implementação e na avaliação de programas relacionados com a atividade da educação física na escola. Nessas ações voltadas pra crianças e jovens, principalmente, a educação física irá contribuir para o desenvolvimento motor, emocional e afetivo, por meio de uma série de experiências com o movimento, os jogos, as brincadeiras, as danças, etc. 7A importância da educação física A educação física evolui à medida que se processa a evolução cultural dos povos. Assim, a sua orientação no tempo e no espaço está em sintonia com os sistemas políticos, sociais, econômicos e científicos vigentes nas sociedades humanas. Acesse o link: https://goo.gl/Vt6GbQ Outro contexto importante de atuação do profissional de educação física está relacionado a uma atuação extramuros da escola, fortalecida pela iden- tidade deste como profissional da saúde, estando sua formação associada ao bacharelado. A atuação está vinculada à análise e à intervenção na realidade social por meio das diferentes manifestações das práticas corporais, como: dança, esporte, lutas, jogos, ginástica, treinamento, lazer e gestão das diversas ati- vidades físicas. Nesse contexto de fora da escola, o profissional apresenta foco e competên- cias práticas em um campo de trabalho mais diversificado, tendo sua atuação relacionada a clubes, academias, centros esportivos, hospitais, empresas, planos de saúde, prefeituras, acampamentos, condomínios e qualquer espaço de realização de atividades físicas. Além desses espaços, a atuação individu- alizada de acompanhamento e orientação à prática de atividade física também tem crescido muito com o campo de atuação na figura do que é identificado com personal trainer. Ao analisarmos a população a qual está direcionado esse cuidado, identifi- camos uma ampliação do campo de atuação da educação física, inicialmente voltada para crianças e jovens, principalmente no espaço da escola, para uma atividade que cada vez mais envolve adultos, idosos, trabalhadores e pessoas com doenças crônicas (cardiopatas, diabéticos, etc.), com objetivos relacionados à estética, à saúde, à performance, dentre outros. Neste capítulo, você pôde conhecer mais sobre a educação física, a im- portância e o alcance de sua atuação. Ao longo dos anos, o movimento se constituiu como parte da vida do homem e das sociedades; como ciência e área de atuação, a educação física se constitui num espaço de transformação, envolvendo aspectos não só funcionais, mas cognitivos, emocionais, sociais, etc. Essa atividade ocorre no ambiente da escola ou fora dela, envolvendo as A importância da educação física8 pessoas ao longo de todo o seu ciclo de vida, o que colabora para o entendi- mento do esporte como um elemento de melhora da saúde e inclusão social. O vídeo provoca uma reflexão sobre o tema, trazendo alguns conceitos gerais que se relacionam com a educação física e a importância desta para o estudante: não há educação sem educação física. Acesse: https://goo.gl/R2KcAy É exemplo de atividade que busca explorar diferentes domínios a realização de ativi- dade em grupos, envolvendo disputa, com a prática de movimentos que necessitem habilidades de coordenação e de equilíbrio. Outra possibilidade é realizar atividades motoras que necessitem de cooperação para a sua execução. Essas situações permitem explorar a atividade física em todo o seu potencial motor, cognitivo e afetivo, ou seja, nas diferentes dimensões. Este vídeo apresenta um conjunto de atividades que procuram estimular aspectos motores, afetivos e sociais em escolares durante as aulas de educação física (são exemplos simples e estimulantes): https://goo.gl/qGT6Vb 9A importância da educação física 1. Sabemos que a educação física baseia-se nos Parâmetros Curriculares Nacionais, sendo uma das áreas de conhecimento e produção de saberes específicos. Assim, o conteúdo das aulas de educação física no início do ensino fundamental deverá contemplar as seguintes proposições: a) ser composta de jogos desprovidos de regras, para estimular a criatividade dos alunos. b) priorizar atividades separadas para meninos e meninas. c) apresentar diversidade de possibilidades de atividades, de modo a ampliar o repertório motor dos alunos. d) realizar somente atividades em grupo para promover a interação social. e) desenvolver atividades que possam associar o rendimento e a performance motora. 2. A educação física é uma disciplina que está estruturada de acordo com os parâmetros da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Portanto, deverá ser incorporada ao currículo em razão da necessidade de: a) preparar os alunos para o treinamento esportivo. b) iniciar os preparativos dos alunos para competição em alto rendimento. c) discutir o papel das atividades físicas no cotidiano do aluno. d) ser a educação física um momento de lazer do aluno. e) não existir saber em educação física, já que se trata de uma disciplina prática. 3. Os aspectos relacionados às aulas de educação física, como objetivos, espaço das aulas, relações sociais entre aluno/aluno e aluno/ professor, repertório motor de cada aluno, entre outros, deverão ser observados pelo pedagogo. Este deverá planejar as aulas de educação física para otimizar todos os aspectos relacionados à disciplina. Diante desse contexto, é CORRETO afirmar que: a) todas as atividades desenvolvidas nas aulas de educação física poderão ser realizadas para qualquer gênero e condição física. b) por ser realizada em atividades livres, a educação física poderá ser ministrada em qualquer espaço da escola. c) já que as aulas de educação física desenvolvem o lúdico, o professor não precisa se preocupar com as orientações das proposições curriculares. d) as aulas de educação física podem ser orientadas por qualquer profissional da escola. e) é preciso que haja condições favoráveis para a prática das atividades físicas e que sejam adequadas ao processo de ensino-aprendizagem de capacidades físicas e técnicas. A importância da educação física10 4. Conhecer o próprio corpo pode ser o princípio de todo o conhecimento, pois conhecer o corpo é conhecer a si mesmo. Portanto, é necessário que o professor de educação física escolar saiba como ensinar os conteúdos para que o aluno: a) possa utilizar o corpo, de forma a compreender, refletir e criticar. b) possa utilizar o seu corpo nas atividades. c) desenvolva músculos. d) brinque somente, sem se preocupar em trabalhar o corpo. e) desenvolva um corpo com os padrões estéticos, conforme a cultura local. 5. Nos processos de avaliação do aprendizado em educação física, sabe-se que os alunos são reconhecidos por três domínios de conhecimento. No que diz respeito ao domínio cognitivo, aponta-se para a seguinte prerrogativa: a) os alunos aprendem as relações de interação quando estão num jogo desportivo. b) o professor solicita aos alunos que façam os alongamentos de maneira correta, verificando a postura. c) os alunos não aceitaram as regras necessárias do jogo, brigaram e foram expulsos pelo árbitro.d) durante as aulas, o professor explica aos alunos sobre as regras e normas referentes à disciplina durante a realização das atividades. e) na aula de educação física, com o tema minibasquete, o professor trabalha habilidades motoras para a realização de arremessos, dribles, etc. 11A importância da educação física BARBANTI, V. J. Dicionário de educação física e esportes. Barueri, SP: Manole, 2003. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução n°. 7, de 31 de março de 2004. Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Educação Física, em nível superior de graduação plena. Brasília, DF, 2004. Disponível em: <http://portal. mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/ces0704edfisica.pdf>. Acesso em: 09 set. 2018. BRASIL. Lei nº. 9.696, de 1 de setembro de 1998. Dispõe sobre a regulamentação da Profis- são de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. Brasília, DF, 1998. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/leis/l9696.htm>. Acesso em: 09 set. 2018. GALLAHUE, D. L.; DONNELLY, F. C. Educação física desenvolvimentista para todas as crianças. 4. ed. São Paulo: Phorte, 2008. GALLAHUE, D. L.; OZMUN, J. C. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2002. GAYA, A. C. Porto Alegre, ESEF/ UFRGS, 1993. LOZADA, C. Introdução a profissão: educação física. Porto Alegre: SAGAH, 2017. STEIN, I. et al. Educação física na educação infantil: uma revisão sistemática. Cinergis, v. 16, n. 4, p. 299-305, 2015. Leituras recomendadas GRABER, K. C. Educação física e atividades para o ensino fundamental. Porto Alegre: AMGH, 2014. LINCZUK, E. L. Pedagogia e educação física. 2002. Disponível em: <http://www.boaaula. com.br/iolanda/producao/me/pubonline/edson15art.html>. Acesso em: 09 set. 2018. MEDINA, J. P. S. A educação física cuida do corpo... e ‘’mente’’: bases para a renovação e transformação da educação física. 7. ed. Campinas, SP: Papirus, 1987. SOARES, C. L. (Org.). Metodologia do ensino da educação física. São Paulo: Cortez, 1992. A importância da educação física12 Conteúdo: PEDAGOGIA DA EDUCAÇÃO: EDUCAÇÃO FÍSICA E ESPORTE Marilia Basilio Puglia A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem em educação física Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Reconhecer as formas de estilo de ensino. Estabelecer estilos de ensino de forma a adaptar os vários estilos de aprendizagem dos alunos. Analisar o que os estudantes podem aprender com as aulas de edu- cação física, além das atividades físicas. Introdução Frequentemente pensamos que o currículo escolar principal é intencional e escrito. Todavia, os alunos aprendem tanto, senão mais, com as conse- quências não intencionais do currículo não escrito e não verbalizado. Leia este capítulo e conheça as quatro formas de currículo. Leia com atenção, especialmente o que se refere ao currículo oculto. Selecionar um estilo de ensino adequado é tão importante quanto escolher um foco curricular ou uma atividade adequada para o processo de ensino-aprendizagem do aluno. Neste capítulo, você vai aprender sobre o continuum dos estilos e as formas de ensino. Reflexões acerca da importância do professor de educação física no processo de ensino-aprendizagem A escola é uma instituição que, dentro da sociedade, sempre foi vista como a principal ferramenta de instrução de uma comunidade. Para desempenhar essa função, está organizada por meio de um currículo que abrange os conteúdos vistos como necessários para esse processo de ensino-aprendizagem. Nessa situação, espera-se que os professores sejam os únicos responsáveis para que esse processo ocorra. No entanto, essa visão tradicional da escola como instituição detentora do saber científico e das verdades absolutas passa a ser substituída por uma visão que compreende que todos os sujeitos têm um papel fundamental nesse processo. Além disso, todos os saberes e contextos sociais devem ser con- siderados e o professor, por sua vez, não tem somente a função de ser um transmissor de conteúdo. Nesse cenário, o professor passa a atuar com um agente mediador do processo de aprendizagem. O papel do aluno também muda, deixando de ser receptor passivo do conhecimento para atuar como parte integrante do processo, participando ativamente dessa construção e de forma compartilhada com os professores. A disciplina de educação física, por sua vez, passou por muitas influências até construir sua identidade como componente curricular. Incialmente, as instituições militares e a classe médica exerciam influência direta sobre como era ministrada e como deveria ser organizada a atuação do educador físico. Atualmente, a educação física é um componente curricular obrigatório na educação básica, devendo ser capaz de contemplar a cultura corporal de movimento e proporcionar aos alunos experiências motoras e psicossociais. O objetivo da educação física é contribuir para o desenvolvimento integral dos educandos nas áreas cognitivas, afetivas, sociais e motoras. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) conceituam a educação física da seguinte forma: Uma área de conhecimento da cultura corporal de movimento e a Educação Física escolar como uma disciplina que introduz e integra o aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando o para usufruir dos jogos, dos esportes, das danças, das lutas e das ginásticas em benefício do exercício crítico da cidada- nia e da melhoria da qualidade de vida (BRASIL,1998, documento on-line). A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem2 O papel dessa disciplina é contribuir criticamente na formação dos cidadãos a partir das práticas esportivas e colaborar para a inclusão de hábitos e atitudes saudáveis na busca da promoção da saúde e qualidade de vida dos educandos, porém, a educação física, assim como todos os componentes curriculares, precisa estar preparada para atender todos os alunos e despertar um olhar sensível as suas necessidades e habilidades, transformando as aulas em um ambiente de integração e inclusão. Para isso, deve-se deixar para trás práticas excludentes e classificatórias das aulas de educação física. Os professores, muitas vezes, apresentam certa resistência em aplicar em suas aulas aquilo que não está exposto nas matrizes curriculares, deixando de lado o que chamamos de currículo oculto, que é tudo aquilo que não está implícito no currículo formal e que está relacionado com as questões que vigoram nos contextos sociais onde os alunos estão inseridos. Para isso acontecer, os professores devem ser adeptos de uma prática reflexiva com espaço para o diálogo e a participação ativa dos alunos. Os estilos de ensino no processo de ensino-aprendizagem em educação física Os estilos de ensino constituem uma estrutura pedagógica teórica que apresenta diferentes modelos de tomadas de decisões de estilos estratégicos que podem ser defi nidos para a organização do processo de ensino-aprendizagem, a fi m de alcançar os objetivos estabelecidos pelo professor. A opção por um estilo de ensino também pode ser compreendida e defi nida a partir do modo com que o professor interpreta e concretiza as estratégias de ensino. De acordo com Mosston (1996), o espectro dos estilos de ensino em edu- cação física são um conjunto de estilos de ensino que caracterizam ações do professor e do aluno em busca da aprendizagem. Cada estilo reserva um determinado papel ao aluno, condiciona a relação dos alunos com a tarefa, condiciona a relação dos alunos entre si e o modelo de comunicação e a quantidade e qualidade das condições de prática. Os estilos de ensino são definidos de acordo com o perfil do professor e a autonomia que ele pretende oferecer aos alunos em suas aulas. A seleção ainda dependerá de algunsfatores como: experiência anterior dos alunos; tipo de objetivos definido pelo professor, que podem ser comportamentais (orien- tação do professor) e por expressão (orientação do aluno); tipo de programa; e personalidade do professor. 3A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem Dessa forma, os estilos de ensino estão divididos em dois tipos: os de re- produção ou diretos, que representa as estratégias de ensino que promovem a reprodução do conhecimento, que integram os estilos de comando, de tarefa, recíproco, de autochecagem e de inclusão; e os estilos de ensino de produção ou indiretos, que promovem a produção de novos conhecimentos por meio dos estilos descoberta guiada, descoberta convergente e produção divergente. A seguir serão apresentados os estilos de ensino conforme definição de Mosston (1996). Estilo por comando: esse estilo está centrado na relação professor-aluno com o objetivo de alcançar resultados rapidamente. O professor é o responsável por todas as decisões e o aluno tem o dever de segui-las. O estilo por comando apresenta alguns objetivos específi cos que são estabelecidos por Krug (2009, p. 319) em sua releitura da obra de Mosston (1996). 1. Repetir de imediato os estímulos dados pelo professor com segurança, uniformidade, sintonia e precisão. 2. Executar sincronicamente as tarefas predeterminadas pelo professor, pro- curando a maior aderência ao modelo. 3. Replicar padrões e modelos estabelecidos pelo professor com uniformidade, sincronia, precisão e segurança. 4. Perpetuar por meio das execuções a prática uniforme, sincrônica e precisa. Nesse estilo, os alunos aprendem a executar uma tarefa a partir da execução tal qual o professor orientou inicialmente. As ações são sempre realizadas a partir do comando do professor, o aluno não exerce autonomia nesse estilo. Estilo por tarefa: o estilo por tarefa apresenta algumas modifi cações nas relações interpessoais entre professor e alunos e também entre o aluno e a tarefa. Também interfere na relação entre os educandos. De acordo com Krug (2009, p. 298), os objetivos do estilo por tarefa são: 1. Praticar a tarefa seguindo um determinado número de execuções, tomando decisões permitidas pelo professor, seguindo as tarefas por ele definidas. 2. Praticar as tarefas ciente das decisões tomadas, consultando constantemente a ficha elaborada pelo professor ou aguardando retroalimentação. 3. Praticar as tarefas buscando execuções cada vez mais próximas da esta- belecida pelo professor verbalmente ou pela ficha, respeitando decisões e execuções dos outros. 4. Praticar a tarefa individualmente e com paciência, experimentando um novo processo de relacionamento professor-aluno mediado pela tarefa. A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem4 Em síntese, o estilo por tarefa passa a autonomia das aprendizagens também para o aluno e ele passa a tomar algumas decisões sobre como ocorre esse processo. O professor, por sua vez, muda sua postura e acredita que o aluno é capaz de tomar decisões que contribuem na evolução da execução da tarefa. Estilo recíproco: o estilo recíproco, ou aprendizagem cooperativa, centra-se no relacionamento pessoal entre os pares (alunos) e nas condições de feedback entre eles a partir de uma fi cha de avaliação construída pelo professor. Os objetivos desse estilo de ensino, conforme Krug (2009, p. 271), são: 1. Executar tarefas repetidas vezes com a retroalimentação ( feedback) de um observador pessoal (seus pares), baseado na ficha-critério elaborada pelo professor. 2. Praticar a tarefa com observação e retroalimentação do par, consultando a ficha e esclarecendo com seu observador aspectos das tarefas. 3. Visualizar, compreender e praticar em pares a sequência de tarefas com retroalimentação do par observador com auxílio da ficha-critério. 4. Vivenciar o processo de socialização em pares, dando e recebendo retro- alimentação imediata com uso de ficha-critério. 5. Experimentar o processo de paciência, tolerância e recompensa durante as execuções do par em tarefas motoras. No entanto, no estilo recíproco, diferentemente dos anteriores, as ações centram-se no aluno “observador” e ele tem total autonomia para realizar fee- dbacks estando em comunicação com o professor; o “executante” deve esperar as orientações e assim iniciar o diálogo com o observador. Ao final dessa tarefa, os alunos trocam de posição. O professor, por sua vez, deve observar o trabalho da dupla, porém só se comunica com o observador quando necessário. Estilo por autochecagem: o estilo por autochecagem evolui no sentido de que mais decisões são tomadas pelo aluno, sendo o professor um mediador das tarefas que ocorrem por meio desse estilo. Os principais objetivos desse estilo são: 1. Evidenciar consciência das próprias execuções liberando-se de fontes externas por meio de fichas-critério elaboradas pelo professor. 2. Mostrar consciência cinestésica, aprendendo a observar-se, sentir sua execução e autoavaliar-se por meio dos critérios elaborados pelo professor. 5A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem 3. Autoavaliar suas execuções, aceitando discrepâncias e limitações e mantendo honestidade consigo mesmo. Em síntese, nesse estilo, os alunos executam uma tarefa e verificam sua performance a partir da ficha-critério elaborada pelo professor e disponibi- lizada para eles. Esse estilo é indicado para alunos que sejam experientes na execução da tarefa da prática esportiva (como alunos de treinamento). Esse estilo tem como intenção oportunizar aos alunos a autoavaliação e constatar o que eles devem ou não fazer ao executar a tarefa. Estilo por inclusão: o estilo por inclusão tem como objetivo principal a par- ticipação de todos os envolvidos na tarefa Para isso, ele precisa ser planejado pelo professor (fase pré-impacto) para todos os níveis de complexidade dessa mesma tarefa. Os alunos são responsáveis por decidir em qual nível da tarefa eles querem iniciar. Na fase pós-impacto (avaliação), os alunos decidem se são capazes de avançar para um nível mais complexo ou se devem permanecer ou até retornar para uma fase inicial. Dessa forma, o papel do professor nesse estilo é criar condições para que todos estejam incluídos independentemente do nível de difi culdade existente na mesma tarefa. Objetivos do estilo por inclusão segundo Krug (2009, p. 238): 1. Executar as tarefas em níveis de proficiência individuais. 2. Experimentar a execução da tarefa em diversos níveis de proficiência, podendo ir e voltar nos níveis segundo suas possibilidades. 3. Verificar o relacionamento entre aspiração e realidade. O estilo por inclusão é considerado como o último dentro do grupo denominado reprodutores e tem como característica principal oferecer mais liberdade e poder de tomada de decisões aos alunos e a inclusão de todos os participantes na tarefa. Estilo descoberta guiada: o estilo descoberta guiada é o primeiro do grupo dos estilos denominados como de produção. Nele, concretiza-se o auge da relação professor-aluno, pois o professor desenvolve uma sequência de questões para o aluno, nas quais ele deve encontrar uma única resposta correta, sendo A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem6 que, quando isso não ocorre, o professor vai introduzindo dicas para levar o aluno à resposta correta. Um exemplo para compreender melhor esse estilo seria o professor pedir a algum aluno para ser voluntário e efetuar uma tarefa experimental. Nesse momento, o professor realiza algumas ações: realiza cada questão conforme planejada, aguarda a resposta do aluno, oferece retroalimentação ( feedback) e move-se para a próxima questão (KRUG, 2009). Os principais objetivos do estilo descoberta guiada segundo Krug (2009, p. 186): 1. Engajar o aprendiz num processo único de descoberta sequencial, buscando um relacionamento preciso entre as questões efetuadas e as respostas (uma única resposta para cada questão). 2.Construir habilidades de descoberta sequencial que levam a uma única resposta correta, com paciência do professor e dos alunos nessa busca. O estilo descoberta guiada está baseado em uma proposta que ocorre por meio de um processo de descoberta do aluno, em que o professor orienta as ações do aluno até que ele chegue à resposta desejada. A partir desse estilo, utilizam-se atividades que envolvem mais especificamente as habilidades cognitivas dos alunos. Estilo descoberta convergente: o segundo estilo do grupo de produção centra- -se no raciocínio lógico, na solução de problemas, no pensamento crítico, no uso de regras e no ensaio e no erro, apresentando como objetivo descobrir uma resposta ou uma solução para um problema. O aluno é protagonista do processo ensino-aprendizagem e deve desenvolver uma estratégia para a solução do “problema” sem sofrer intervenções do professor. Os objetivos para o processo de ensino-aprendizagem dentro desse estilo são: 1. Descobrir pelo ensaio e pelo erro uma única resposta ou solução para o problema, engajando-se em uma sequência específica de operações cognitivas diversas (raciocínio lógico e pensamento crítico). 2. Cruzar o limiar da descoberta pela descoberta, conscientizando-se do engajamento na solução de problemas. 7A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem 3. Construir uma sequência específica de operações cognitivas abrangendo mini-hierarquias a cada momento (KRUG, 2009, p. 177). O papel do professor nesse estilo é basicamente na fase pré-impacto (pla- nejamento) definir os caminhos para que o aluno seja capaz de chegar até a resposta do problema. O aluno desenvolve sua estratégia no momento da atividade e no momento pós-impacto (avaliação) os dois são responsáveis por avaliar a resposta final. Estilo produção divergente: o último estilo do grupo de produção apresenta como propósito encontrar múltiplas respostas na mesma produção (descoberta). A diferença do estilo anterior, descoberta convergente, é que o aluno deve produzir múltiplas respostas para a mesma questão. Nesse estilo, conforme organizado por Krug (2009), os objetivos são divididos em: para o professor e para o aluno. Objetivos do professor: 1. Provocar as capacidades cognitivas no planejamento de problemas para determinadas áreas do conteúdo. Objetivos do aluno: 1. Descobrir múltiplas soluções para o problema definido em educação física (ou outra área). 2. Desenvolver compreensão na estrutura da atividade, descobrindo as possíveis variações nessa estrutura. 3. Evidenciar um nível de segurança afetiva que permita ao professor e ao aprendiz ir além da aceitação de respostas convencionais. 4. Mostrar a habilidade de verificar soluções e organizá-las para propósitos específicos. Em síntese, os dois últimos estilos apresentam objetivos bastante seme- lhantes. Porém, há uma diferença entre eles: no estilo produção divergente, podem ser encontradas e são aceitas mais de uma resposta para o problema. Esse estilo possibilita ao professor realizar uma boa integração entre todos os canais de desenvolvimento físico, cognitivo, social, emocional e moral. A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem8 O papel dos estilos de ensino como ferramenta para organização e adaptação do trabalho pedagógico Ao escolher um estilo de ensino e uma estratégia, o professor precisa ter presente alguns conceitos, como: a estratégia, que deve ser defi nida para organizar o processo de ensino-aprendizagem e para alcançar o que se deseja tanto para a aprendizagem dos alunos quanto para os objetivos do professor com certo conteúdo; e o estilo de ensino, que demanda do modo como o professor interpreta e defi ne as estratégias estabelecidas anteriormente, sendo importante salientar que uma estratégia pode incluir vários estilos. Como sabemos, o ensino sempre ocorre por meio de trocas interpessoais, que podem ser tanto entre professor e aluno como somente entre alunos. O papel que os alunos ocupam nesse processo dependerá da liberdade que o professor lhes atribuir. Então, as decisões que o aluno toma durante o processo de aprendizagem estão relacionadas com a estratégia de tomada de decisões que o professor utilizou durante o ensino e com a maneira como ocorreu essa interação, que vai caracterizar o estilo de ensino. Além disso, existem diversos aspectos que precisam ser observados pelo professor antes dele adotar um estilo ou uma estratégia de ensino, tais como: as relações interpessoais (clima entre os alunos); os tipos de objetivos que ele pretende alcançar: capacidades cognitivas, afetivas, motoras e sociais; a organização do trabalho; e o grau de autonomia dos alunos. No entanto, o papel dos estilos e das estratégias de ensino é organizar o processo de ensino-aprendizagem de modo com que seja eficaz para contemplar o que é definido pelo professor e as aprendizagens dos alunos. Agora, que já conhecemos os estilos de ensino, veja exemplos que podem ser úteis no momento de definir um estilo de ensino a partir do objetivo da aprendizagem: Se o objetivo for conseguir elevar o nível de habilidade motora e houver pouco tempo: comando. Se o objetivo for fazer com que os alunos trabalhem no sentido de encontrar uma única resposta para um problema: descoberta guiada. Se o objetivo for fazer com que todos os alunos participem sem definir um nível de habilidade específico para determinada tarefa: inclusão. 9A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem Se o objetivo for fazer com que os alunos executem a tarefa que o pro- fessor solicitou, porém permitindo que eles tomem algumas decisões mediante aprovação do professor: tarefa. Se o objetivo for que os alunos trabalhem em parceria com seus pares e estimular a interação e o trabalho cooperativo: recíproco. Se o objetivo for trabalhar em uma perspectiva de resolução de pro- blemas, desenvolvendo o raciocínio-lógico de modo que o aluno seja o responsável por suas descobertas: descoberta convergente. Se o objetivo for permitir que os alunos encontrem múltiplas soluções para um mesmo problema e que eles avaliem esse processo: produção divergente. O que podemos ensinar aos alunos com as aulas de educação física que perpassa o ensino das atividades físicas e esportivas? Quando pensamos na disciplina de educação física e respectivamente no que é trabalhado nela, logo relacionamos à prática esportiva e, quase que auto- maticamente, lembramos dos esportes coletivos como vôlei, futebol, futsal, basquetebol e handebol. A forte infl uência que a prática desses esportes exerce dentro da educação física contribui para uma cultura de que a educação física é apenas um local para “jogar bola”. O esporte contribui significativamente na formação do caráter dos alunos e em diversos aspectos, porém, nem todos os alunos são adeptos à prática dos esportes coletivos e, muitas vezes, acabam evadindo das aulas pelo fato de serem ofertadas somente essas práticas. Assim, em muitos casos, não adquirem o hábito de praticar atividades físicas ao longo da vida. Além das atividades físicas e esportivas, o currículo da educação física precisa contemplar os assuntos referentes à promoção de saúde e da quali- dade de vida, pelo fato de que as mudanças e transformações da sociedade e a influência das tecnologias, por meio do uso contínuo de computadores, celulares e aparelhos eletrônicos, fazem com que crianças e jovens não se interessam mais em praticar atividades físicas, o que acaba influenciando no aumento de crianças e adolescentes com sobrepeso e obesidade, interferindo diretamente na saúde e na qualidade de vida dos alunos. As escolas e os educadores físicos devem centrar suas ações para colaborar com a mudança desse cenário, sendo a escola um dos principais locais de permanência de crianças e jovens. Para isso, é necessário promover uma mu- A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem10 dança nos paradigmastradicionais das aulas de educação física, no sentido de promover ações de conscientização sobre saúde, informando e sensibilizando os alunos para a importância dos cuidados corporais e da prática de atividades físicas e alimentação saudável. Neste vídeo, você encontra informações complementares sobre o espectro dos estilos de ensino pela abordagem de Muska Mosston: https://goo.gl/HvGnkG 1. Segundo Vasconcellos (2002), “[...] muitas vezes, os próprios educadores, por incrível que pareça, também são vítimas de uma formação alienante, não sabem o porquê daquilo que dão, não sabem o significado daquilo que ensinam e, quando interrogados, dão respostas evasivas como: ‘é pré-requisito para as séries seguintes’, ‘cai no vestibular’, ‘hoje você não entende, mas daqui dez anos vai entender’. Por isso, muitos alunos acabam acreditando que aquilo que se aprende na escola não é para entender mesmo, que só entenderão quando forem adultos, ou seja, acabam se conformando com o ensino desprovido de sentido”. A partir dessa reflexão, avalie as afirmações a seguir. I. O processo de conhecimento deve ser refletido e encaminhado a partir da perspectiva de uma prática social. II. Saber qual conhecimento deve ser ensinado nas escolas continua sendo uma questão nuclear para o processo pedagógico. III. O processo de conhecimento deve possibilitar compreender, usufruir e transformar a realidade. IV. A escola deve ensinar os conteúdos previstos na matriz curricular, mesmo que sejam desprovidos de significado e sentido para professores e alunos. V. Os projetos curriculares devem desconsiderar a influência do currículo oculto, que ocorre na escola com caráter informal e sem planejamento. É CORRETO APENAS o que se afirma em: a) I e III. 11A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem b) I e IV. c) II e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. 2. O professor é responsável por estruturar um ambiente sensível às necessidades individuais dos alunos e levar em conta os interesses, as origens e as habilidades deles. Dessa forma, o processo de ensino- aprendizagem será mais efetivo. Marque a alternativa que fala sobre uma atitude errada do professor no processo de ensino-aprendizagem. a) Usar o currículo implícito para promover a autodescoberta dos alunos. b) Tratar todos os alunos de forma imparcial. c) Determinar que os alunos só aprendam com o currículo explícito. d) Planejar lições que estimulem os alunos de diferentes culturas a trabalharem juntos. e) Lembrar que a sociedade se torna cada vez mais multicultural. 3. Não existe apenas um modelo de currículo, uma atividade de aprendizagem ou um plano de aula que dê conta das distintas necessidades de aprendizagem de cada criança em cada situação. Portanto, é de extrema importância que os professores variem não só os tipos de atividades às quais as crianças são expostas, mas também os estilos de ensino usados para apresentar essas atividades. Com relação aos estilos de ensino, assinale a alternativa CORRETA. a) Pode-se desconsiderar o conteúdo a ser ensinado, pois a escolha do estilo não depende do conteúdo, e sim da confiança do professor com tal prática. b) O estilo do ensino não se difere pelos objetivos da aula, e sim pelo perfil da turma. c) Para a escolha do melhor estilo de ensino, o professor deve considerar o conteúdo que será ensinado, o tamanho da turma, o nível de desenvolvimento social e físico da turma e o espaço disponível. d) Escolher um foco curricular ou uma atividade adequada é mais importante do que selecionar um estilo de ensino. e) A experiência docente, por longos anos, permite ao professor encontrar o seu próprio estilo de ensino, e não há necessidade de usar outros, já que o docente já adquiriu uma expertise. 4. Os estilos de ensino distribuem-se ao longo do continuum e variam desde os estilos altamente orientados pelo professor, na extremidade da esquerda, até aqueles primariamente dirigidos pelos alunos, na direita. Escolher um estilo adequado é uma consideração importante de cada lição. Nesse contexto, marque a alternativa CORRETA. a) No estilo de ensino de comando, o professor toma todas as decisões e os alunos seguem suas orientações. É fácil de planejar, implementar e individualizar as tarefas de aprendizagem e incentivar a criatividade. b) No estilo da aprendizagem cooperativa, os alunos são distribuídos em grupos, A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem12 BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: educação física. Brasília: MEC, 1998. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/fisica.pdf>. Acesso em: 28 ago. 2018. KRUG, D. F. Metodologia do ensino: educação física. Curitiba: JM Livraria Jurídica, 2009. MOSSTON, M. Teaching physical education. Columbus: Merril Books, 1966. utilizando a prática de ensinar e avaliar uns aos outros, para incentivar o trabalho em equipe, a interdependência e a cooperação, o que pode ser trabalhado em qualquer nível de desenvolvimento social dos alunos. c) Exploração é o último estilo de ensino da extremidade direita do continuum. É o estilo menos dirigido pelo professor e necessita de um alto índice de maturidade social, sendo melhor empregado nas idades mais avançadas. d) O estilo de ensino descoberta guiada estimula os envolvimentos cognitivo e psicomotor na atividade desempenhada. É fácil para o professor usá-lo quando há uma grande variação de habilidade entre os alunos. e) O estilo de inclusão é um dos mais importantes usados no ensino, pois promove muito bem o sucesso individual e possibilita aos alunos ter responsabilidade sobre suas decisões. Há poucas desvantagens nesse estilo. 5. Os professores devem tomar decisões, com relação aos estilos de ensino, com base em diversos fatores. Para tanto, ele deve: a) presumir que todos os alunos aprendem da mesma forma. b) desistir de um estilo, se este não for imediatamente bem- sucedido com os alunos. c) considerar que os estilos de ensino serão tão eficientes com uma turma quanto foi com outra. d) incorporar pelo menos cinco dos estilos em suas aulas. e) mudar de estilo, sendo convencido a utilizar outro, por pressão da turma, pois os alunos, neste caso, estão externando o que querem aprender. 13A importância do professor no processo de ensino-aprendizagem Conteúdo: LUDICIDADE E A PEDAGOGIA DO BRINCAR Vania de Souza Ferreira Conceituando a ludicidade e o brincar Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Explicar o conceito de ludicidade. � Identificar o conceito acerca do brincar. � Reconhecer as aproximações entre os conceitos sobre a ludicidade e o brincar. Introdução A ludicidade está presente no cotidiano escolar e é uma ferramenta im- portante no processo de desenvolvimento do sujeito, em seus aspectos físico, cognitivo e social. Além de estimular a imaginação e a criatividade, a ludicidade é prazerosa no processo de ensino e aprendizagem. Neste capítulo, você vai identificar os conceitos de ludicidade e do brincar, reconhecendo como ambos estão interligados no ambiente escolar. O que é ludicidade? De modo geral, em relação ao lúdico, estamos habituados a ouvir frases como: “Ensine de uma maneira lúdica!” ou “Trabalhe com a ludicidade”, e tal pensamento está correto, pois existe familiaridade entre ambas as frases. De acordo com Luckesi (2000), ludicidade foca a experiência lúdica como uma experiência interna do sujeito que a vivencia. No entanto, as buscas sobre um conceito definitivo não são encontradas nos dicionários. Alguns autores descrevem a ludicidade como (BROUGÈRE, 2003) a atividade lúdica; o sistema de regras bem definidas (que existem independentemente dos jogadores) e o objeto (instrumento ou brinquedo) que os indivíduos usam parajogar. Já a palavra jogo, relacionada à ludicidade, é de origem latina e significa “gracejo”. Desse modo, além das características que favorecem o desenvolvimento no processo de aprendizagem, os jogos proporcionam prazer e diversão. Sendo assim, podemos dizer que as atividades lúdicas promovem a imaginação, a integração desde a educação infantil, sendo de grande importância na trans- formação do sujeito. Quando tratamos do lúdico e do brincar, é importante que saibamos que há legislação e diretrizes educacionais que contemplam essas ações. Veja algumas observações importantes sobre quem proporciona a brincadeira e o espaço de brincar. Os agentes do brincar são as pessoas que, com conhecimento e competência, criam as oportunidades para que as crianças brinquem livremente. Podem ser: jovens, pais, educadores, profissionais, estudantes, voluntários de organizações da sociedade civil, pessoas na terceira idade, etc. Em um ambiente adequado para brincar, as crianças farão escolhas acerca do que elas brincam e com quem brincam. Nesses momentos poderão ser apoiadas e estimuladas pelo Agente do Brincar – um animador e facilitador das oportunidades lúdicas. [...] Espaços para brincar e aprender são aqueles que oferecem oportunidades e atividades lúdicas em um ambiente saudável e amoroso para as crianças interagirem com adultos e outras crianças, desenvolvendo um relacionamento de confiança com eles. Os espaços comunitários oferecem oportunidades lúdicas e apoiam as crianças no desenvolvimento das habilidades sociais. As crianças aprendem umas com as outras, sem se preocuparem com autoridade (pais/adultos). São ambientes informais onde as brincadeiras devem ser livres (IPA, 2013, p. 13). As crianças precisam ter a oportunidade de brincar em pátios, praças e espaços abertos, além de viver diferentes experiências que as aproximem da natureza, como semear, plantar e colher os frutos da terra. Desse modo, a criança poderá construir uma relação de identidade e respeito com a natureza. Além disso, o acesso a espaços culturais também é um direito da criança – práticas culturais da comunidade, participação em apresentações musicais e teatrais, visitas a bibliotecas, museus e outros espaços públicos (BRASIL, 2013, documento on-line). Essas colocações ilustram o quanto o lúdico e o brincar são importantes ao longo do desenvolvimento humano, evidenciado não só pelo prazer que proporciona, mas também por sua intencionalidade. Para Vygotsky (apud FERNANDES, 2010, p. 26), a criança: “[...] é introduzida no mundo adulto Conceituando a ludicidade e o brincar2 pelo jogo e a sua imaginação (estimulada por meio dos jogos) pode contribuir para expansão de suas habilidades conceituais”. Confira, no Quadro 1, alguns objetivos relacionados ao jogo. Fonte: adaptado de Haetinger e Haetinger (2009, documento on-line). Respeitar limites Desenvolver hábitos e atitudes, respeitar o outro, melhorar o comportamento social, trabalhar a competição como parte e não como essência do jogo (saber ganhar e perder). Socializar Aprender a viver e conviver em sociedade. Criar e explorar a criatividade O jogo proporciona o desenvolvimento do pensamento criativo e do pensamento divergente, gerados pela criatividade. Interagir Criar uma real interação envolvendo o sujeito e o objeto de aprendizagem, de forma alegre e lúdica. Aprender a pesquisar (aprender a aprender) Desenvolver o gosto pela busca, pela iniciativa e pela tomada de decisões. Quadro 1. Objetivos relacionados ao jogo. Conforme Braga; Araújo e Haas (2015, p. 2), o: […] jogo, por ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera de familiaridade, segurança emocional e ausência de tensão ou perigo, proporciona condições para aprendizagem das normas sociais em situações de menor risco. O com- portamento lúdico oferece oportunidades para experimentar vivências que, em situações normais, jamais seriam tentadas pelo medo do erro ou da punição. Sendo assim, o jogo constitui uma expressão em sua maioria espontânea que agrega situações de experimentação de descoberta. 3Conceituando a ludicidade e o brincar Você sabia que os jogos também têm suas especificidades? Jogos recreativos e brincadeiras: são parte do nosso cotidiano. Os jogos e brin- cadeiras têm como base mediadores reais ou imaginários, podendo ser individuais ou coletivos. Exemplos: jogos de tabuleiro, brincadeiras de roda, brincar de casinha. Jogos artísticos: contemplam competências artísticas. Exemplos: atividades de artes plásticas, como desenhos, gravuras, recortes, colagem, mosaicos. Jogos expressivos: são jogos relacionados à expressão corporal. Exemplos: dança em variados gêneros e jogos que tenham ritmos e movimentos. Jogos sensitivos: são jogos que têm como base a educação ocidental, nos quais são realizadas atividades de relaxamento. Exemplo: ioga. Jogos desportivos: são relacionados ao mundo dos esportes. Os jogos são de grande importância para os desenvolvimentos físico, motor e emocional. Exemplos: futebol, vôlei, basquete, corridas etc. O que é o brincar? O brincar está presente em nossas vidas desde tenra idade. Uma atividade muito importante para a criança pequena é a brincadeira. Brincar dá à criança oportunidade para imitar o conhecido e para construir o novo, conforme ela reconstrói o cenário necessário para que sua fantasia se aproxime ou se distancie da realidade vivida, assumindo personagens e transformando objetos pelo uso que deles faz (BRASIL, 2013, p. 87). Quando tratamos do brincar, em um primeiro momento nos vêm à mente a infância, porém o brincar está presente ao longo da vida em situações e níveis diferentes. Vários adultos já se viram brincando de casinha com um filho, sobrinho ou outra criança, e até mesmo o professor, em sua atuação, passa a ser agente participativo desses momentos, o que facilita a observação do desenvolvimento dos alunos, pois, assim como o lúdico, o brincar está atrelado ao desenvolvimento em vários aspectos. Quem nunca ouviu a frase: “Aprender brincando”? Conforme WINNICOTT (1975, p. 80), “[...] é no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral, e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o seu eu”. Conceituando a ludicidade e o brincar4 Você já parou para pensar como eram as brincadeiras há 20 anos? E como são elas na contemporaneidade? Além das novas tecnologias, o cotidiano cor- rido dos pais proporciona brincadeiras tecnológicas, pois os jogos eletrônicos e a internet são emergentes. Desse modo, brincadeiras mais antigas, como pega-pega, esconde-esconde, entre outras, apresentam-se desconhecidas para as novas gerações. Não se pode negar que os jogos eletrônicos atuem também como ferramentas no campo de ensino e aprendizagem, mas há questões, como a socialização entre os pares, que alguns desses jogos on-line não proporcionam. É impossível falar sobre o brincar sem falar sobre brinquedos. Uma das diretrizes do Ministério da Educação é: “[...] prever a oferta de brinquedos e equipamentos que respeitem as características ambientais e socioculturais da comunidade” (BRASIL, 2010, p. 24). Cabe à creche e à pré-escola, espaços institucionais diferentes do lar, educar a criança de 0 a 5 anos e 11 meses com brinquedos de qualidade, substituindo-os, quando quebram ou já não despertam mais interesse. Para adquirir brinque- dos, é fundamental selecionar aqueles com o selo do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia), que já foram testados em sua qualidade com critérios apropriados às crianças. A seleção de brinquedos envolve diversos aspectos: ser durável, atraente, adequado e apropriado a diversos usos; garantir a segurança e ampliar oportu- nidades para o brincar; atender à diversidade racial, não induzir a preconceitos de gênero, classe social e etnia; não estimular a violência; incluir diversidade de materiais e tipos ― brinquedos tecnológicos, industrializados, artesanaise produzidos pelas crianças, professoras e pais (KISHIMOTO, 2010, p. 2). Relações entre o brincar e jogar Até o momento, vimos os conceitos de ludicidade, brincar, jogar, entre outras ações que os envolvem. Mas você já pensou como o brincar e jogar se rela- cionam? O brincar relaciona-se ao objeto e ao imaginário, no entanto, o jogo pode se tornar uma atividade mais complexa que envolve regras. Essas relações tornam-se mais evidentes em circunstâncias de competições e gincanas, nas quais existe a brincadeira, mas também a necessidade de obedecer a regras para que se chegue a um objetivo, seja para um grupo ou individualmente. Desse modo, podemos notar que, de acordo com a idade e a maturidade das crianças, é possível avançarmos com atividades de jogar e brincar, a fim de ampliar seu desenvolvimento. 5Conceituando a ludicidade e o brincar A utilização do jogo potencializa a exploração e a construção do conheci- mento, por contar com a motivação interna, típica do lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de estímulos externos e a influência de parceiros bem como a sistematização de conceitos em outras situações que não jogos. Ao utilizar de modo metafórico a forma lúdica (objeto suporte de brincadeira) para estimular a construção do conhecimento, o brinquedo educativo con- quistou espaço definitivo na educação infantil (KISHIMOTO, 1996, p. 37-38). Kishimoto (1996) nos apresenta três tipos de brincadeiras: brincadeiras tradicionais, brincadeiras de faz de conta e jogos de construção. O Quadro 2 traz a descrição de cada um deles. Fonte: adaptado de Kishimoto (1996). Brincadeiras tradicionais Ligadas ao folclore, a costumes e valores culturais. Exemplo: festas juninas. Brincadeiras de faz de conta Simbólicas, ou seja, têm como papel a representação de sonhos e fantasias. Exemplo: super-heróis. Jogos de construção Relacionados à experiência sensorial, ao estímulo da criatividade e ao desenvolvimento de habilidades. Exemplo: construção de casas com blocos de lego. Quadro 2. Brincadeiras tradicionais, brincadeiras de faz de conta e jogos de construção. Assim, podemos observar como é possível explorar aspectos diversos de nossas crianças utilizando o brincar e o jogar de maneira associada. Em se tratando de brincar e de brinquedos, é importante que o educador ou recreacionista saibam quais os brinquedos adequados por idade, garantindo assim a segurança da criança, principalmente dos bebês, que levam objetos até a boca e batem-nos nas mãos ou em outras partes do corpo ao explorá-los. Nas embalagens dos brinquedos, embora haja a indicação de idade, nem sempre o objetivo do brinquedo fica evidente. O Quadro 3 mostra os brinquedos por idade e traz os objetivos e cuidados que se deve ter com alguns brinquedos, conforme a faixa etária. Conceituando a ludicidade e o brincar6 0 a 5 meses Chocalhos, brinquedos musicais, mordedores, brinquedos de berço, móbiles, livrinhos de pano ou plástico, bolas com texturas diferentes para serem agarradas com as duas mãos. 6 meses a 1 ano Brinquedos flutuantes (patinhos de borracha que boiam na água), cubos que tenham guizos embutidos ou ilustrações, caixas ou brinquedos que se encaixam uns dentro dos outros, argolas empilháveis, brinquedos para martelar, empilhar e desmontar, brinquedos eletrônicos de aprendizado, mesa pequena com cadeirinhas na altura em que a criança possa alcançar os pés corretamente no chão, telefone de brinquedo, espelhos, brinquedos que emitem sons por meio de botões de apertar, girar ou empurrar. 1 a 2 anos Brinquedos de variadas texturas (estimulam os sentidos da visão, da audição e do tato), bonecas de tecido e bichos de pelúcia feitos de materiais atóxicos, livros e álbuns de fotografia com ilustrações dos familiares e objetos conhecidos, brinquedos de empurrar ou puxar, brinquedos de montar e desmontar. Os brinquedos devem ter cores vivas e não podem ser tóxicos. 2 a 3 anos Bola, blocos de brinquedos para serem empilhados e colocados dentro de caixas, brinquedos de encaixar e desmontar, brinquedos musicais, carrinhos, bonecas, cavalinho de balanço, brinquedos para praia ou piscina, brinquedos de equilibrar um em cima do outro. Nessa idade, deve-se ensinar a criança a organizar e recolher os brinquedos. 3 a 4 anos Triciclo, carrinho grande de puxar, aviões, trenzinhos, brinquedos infláveis, bolhas de sabão, caixas de areia com pás e cubos, cabaninhas, casas de bonecas, ferramentas de brinquedos, massinha de modelar, objetos domésticos, fantasias, máscaras, fantoches, instrumentos musicais de brinquedo (como pandeiros, pianinhos, trombetas e tambores), brinquedos de montar e desmontar mais complicados, blocos de formas e tamanhos variados, jogos e quebra-cabeças simples, lápis de cor e papel para desenhar (círculos, bonecos, enumerar os elementos de uma ilustração, colorir), livros com diferentes ilustrações e histórias alegres. Quadro 3. Brinquedos conforme a idade da criança. (Continua) 7Conceituando a ludicidade e o brincar Fonte: Sebrae (2016, documento on-line). 4 a 6 anos Esta é a fase do mundo imaginário, a criatividade das crianças está se desenvolvendo. Os brinquedos nessa fase devem auxiliar a criança a entrar no mundo da fantasia, por exemplo: dinheirinho de brinquedo, caixa registradora, casas de boneca com móveis, telefone, cidadezinhas, circos, fazendas com animais, materiais de papelaria, postos de gasolina, meios de transporte (caminhões, automóveis e pistas, motos, aviões, trens elétricos, barcos e tratores), instrumentos musicais e eletrônicos, jogos. Nessa idade, a criança começa a sentir o que chamamos de medos infantis, como o medo do escuro, das bruxas, do bicho-papão e de outras coisas feias que impedem que a criança durma bem. Dessa forma, para que a criança consiga superar essa fase, recomenda-se que ela tenha uma boneca ou um ursinho de pelúcia. Acima de 6 anos Jogos de tabuleiro, bolinhas de gude, pipas, carros de corrida, trens elétricos, argila para modelar, pincel, brinquedos de mágica, artigos esportivos, bicicletas, patins, skate, jogos eletrônicos, de memória, videogames, patinetes, futebol de botão, laptops, brinquedos colecionáveis, chaveiros, brinquedos eletrônicos, jogos de cartas, kits, pistas de carrinhos, quebra-cabeças. Quadro 3. Brinquedos conforme a idade da criança. Para compreender melhor o conteúdo abordado neste capítulo, confira os links a seguir. Brinquedos e brincadeiras na educação infantil, de Tizuko Morchida Kishimoto. https://goo.gl/cthIif Um espaço de brincar (Revista Nova Escola). https://goo.gl/nc2hEx O brincar na educação infantil (Tizuko Morchida Kishimoto). https://goo.gl/66nEBd (Continuação) Conceituando a ludicidade e o brincar8 BRAGA, K. A.; ARAÚJO, W. G.; HAAS, H. Desenvolvimento flexibilidade corporal: um relato de oficina de aprendizagem na Escola Estadual de Ensino Médio Alfredo José Kliemann. In: SEMINÁRIO INSTITUCIONAL PIBID UNISC, Santa Cruz do Sul, 2015. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais da educação básica. Brasília: MEC, 2013. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_ docman&view=download&alias=13448-diretrizes-curiculares-nacionais-2013- pdf&Itemid=30192>. Acesso em: 12 jun. 2018. BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes curriculares nacionais para a educação in- fantil. Brasília: MEC, 2010. Disponível em: <http://ndi.ufsc.br/files/2012/02/Diretrizes- Curriculares-para-a-E-I.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018. FERNANDES, N. A. Uso de jogos educacionais no processo de ensino e de aprendizagem. 2010. 62 f. Trabalho de conclusão de curso (Especialização) - Mídias na Educação, Centro Interdisciplinar de Novas Tecnologias na Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010. Disponível em: <https://www.lume.ufrgs.br/bits- tream/handle/10183/141470/000990988.pdf?sequence=1 >. Acesso em: 12 jun. 2018. HAETINGER, M. G.; HAETINGER, D. Jogos, recreação e lazer. 2. ed.Curitiba: IESDE Brasil, 2009. Disponível em: <http://www2.videolivraria.com.br/pdfs/15682.pdf>. Acesso em 12 jun. 2018. IPA. Artigo 31 da Convenção dos Direitos da Criança: o desenvolvimento infantil e o direito de brincar. 2013. Disponível em: <http://www.brinquedoteca.org.br/wp-content/ uploads/2017/07/DireitodaCrianca.pdf>. Acesso em: 12 jun. 2018. KISHIMOTO, T. M. Brinquedos e brincadeiras na educação infantil. In: seminário na- cional: currículo em movimento: perspectivas atuais, 1., 2010, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte, novembro de 2010. 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Rio de Janeiro: Imago, 1975. 9Conceituando a ludicidade e o brincar DIMENSÕES DO JOGO Mariluce Ferreira Romão Semelhanças e diferenças entre brincadeira, jogo e esporte Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Listar diferenças e semelhanças entre brincadeira, jogo e esporte. � Reconhecer as diferenças entre brincadeira, jogo e esporte na concepção do trabalho pedagógico e formativo do professor de educação física. � Planejar atividades pedagógicas relacionadas à prática de brincadeiras, jogos e esportes na educação básica. Introdução Os jogos, os esportes e as brincadeiras são alguns dos diversos meca- nismos considerados “facilitadores” pedagógicos. Além disso, eles são capazes de espelhar a sociedade. Os jogos cooperativos, por exemplo, envolvem valores e atitudes que podem ser assimilados pelas crianças e adolescentes. Por isso, defende-se a representatividade dos jogos, dos esportes e das brincadeiras no processo de ensino e aprendizagem na escola. Neste capítulo, você vai ver diferenças e semelhanças entre brin- cadeira, jogo e esporte. Também vai conhecer as diferenças entre brincadeira, jogo e esporte na concepção do trabalho pedagógico e formativo do professor de educação física. Além disso, vai ver como desenvolver atividades pedagógicas relacionadas a essas práticas na educação básica. Brincadeira, jogo e esporte Para começar o estudo deste capítulo, você precisa compreender e relacionar as características da brincadeira, do jogo e do esporte. Murcia e colaboradores (2008) define jogo como uma atividade ou ocupação voluntária. Tal atividade é exercida em determinado tempo e espaço segundo regras livremente permi- tidas, entretanto obrigatórias, e é caracterizada como um fim em si mesma. Em um jogo, identificam-se os sentimentos de tensão e alegria e a consciência de ser diferente do senso comum. O jogo, na condição de ferramenta de aprendizagem, é um recurso de grande interesse para os educadores. Afinal, ele está intimamente associado ao desenvolvimento do ser humano, em uma esfera social, criativa, afetiva, histórica e cultural. Partindo desse pressuposto, é de grande relevância que os profissionais que lidam com crianças busquem conhecimento sobre o tema, favorecendo um melhor direcionamento pedagógico. Sobretudo, é importante você ter em mente que o jogo é uma oportunidade de desenvolvimento (MELO; VALE, 2005). Vivenciando situações de jogos, a criança descobre, aprende e desenvolve várias habilidades, bem como experimenta e inventa infinitamente. Aspectos referentes à inteligência e à sensibilidade são continuamente desenvolvidos. A qualidade do que é oportunizado à criança por meio de jogos define o equilíbrio entre as suas potencialidades e a sua afetividade. Desse modo, o jogo é importante não somente para incentivar a imaginação das crianças, mas também para auxiliar no desenvolvimento de habilidades sociais e cognitivas (ALVES; BIANCHIN, 2010). No link a seguir, você encontra o artigo O jogo como recurso de aprendizagem, um estudo muito interessante sobre esse tema. https://goo.gl/eoKadL Tendo em vista a dificuldade de diferenciar jogo e brincadeira, opta-se frequentemente por utilizar os termos indistintamente. Tal costume permanece Semelhanças e diferenças entre brincadeira, jogo e esporte2 difundido nos estudos sociológicos, psicológicos, filosóficos e/ou pedagógicos. Devido à tal complexidade, a ciência muitas vezes fraciona esses conceitos, deixando-os sob a responsabilidade de quem os define. Algumas características podem ser verificadas no jogo. Por exemplo: um jogo possui normas, é prazeroso, está fora da realidade, não dispõe de obriga- ção, tem perfil absorvente, possui tempo e lugares próprios, bem como propõe limites, liberdade e invenção. Contudo, o jogo facilita o que era complexo, em níveis variados. Daí a importância da sua utilização na escola, considerando a pedagogia e a psicologia, para as quais o jogo detém “[...] um papel vital na história da autoafirmação da criança, e na formação da sua personalidade” (METODOLOGIA..., 2012). Você conhece a queimada? Organizada em duas equipes, ela envolve a situação fictícia de uma “guerra”, na qual uma equipe vence a outra com arremessos de bola. O elemento imaginário do jogo vai sendo mascarado pelas regras, cuja complexidade vai aumentando e às quais os jogadores devem manter um nível alto de atenção. Por essa razão, é necessário propor aos alunos debates com enfoque nas situações de violência que o jogo pode ocasionar. Esses debates devem abordar também as consequentes regras para o domínio de tal violência. Assim, os alunos serão capazes de perceber, por exemplo, que um jogo como a queimada é discriminatório, visto que os mais fracos são eliminados (queimados) primeiramente, perdendo a oportunidade logo no início do jogo. Note que isso não significa que não se deve jogar queimada. É apenas necessário adaptar as regras, de maneira que a competição não se sobreponha à ludicidade. O esporte moderno tem suas origens na Inglaterra, no período da Revolução Industrial, no final do século XIX. Esse momento histórico tem características similares às do atual. Destaca-se, por exemplo, a especialização e a raciona- lização. Muitas modalidades esportivas conhecidas atualmente têm as suas “raízes” nesse tempo, como o futebol, o atletismo moderno e o rúgbi. 3Semelhanças e diferenças entre brincadeira, jogo e esporte Se você se interessa por rúgbi e quer saber mais sobre esse esporte, leia o artigo Perfil antropométrico e fisiológico de atletas brasileiros de rugby, disponível no link a seguir. https://goo.gl/FH8GT5 O esporte representa uma ação social institucionalizada. Ele é composto por regras e se desenvolve com alicerce lúdico, perfil competitivo, entre dois ou mais oponentes, ou contra a natureza, com o objetivo de comparar desem- penhos, determinar o vencedor ou registrar os resultados. Os “fins” atingidos pelos praticantes sinalizam as habilidades ou estratégias utilizadas por eles, que podem ser intrínsecas ou extrinsecamente gratificantes. Com maior rigor, o jogo é definido como uma atividade corporal de movimento, com caráter competitivo, que surgiu na Europa em torno do século XVIII. A sua prática difundida mundialmente foi desenvolvendo e assumindo características básicas, como a competição, o rendimento físico e técnico, o record, a racionalização e o treinamento com cunho científico. Na condição de uma prática
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