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ASSISTENTE SOCIAL E A SAÚDE

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9
A ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA SAÚDE
Acadêmico - Willian Diego Guimarães Paz Rodrigues
Professor-Ana Paula
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Serviço Social– Prática do Módulo III
dd/mm/aa
RESUMO
Este trabalho deu visibilidade à importância do profissional Assistente Social que atua na área da Saúde e os desafios diários para a garantia do acesso aos direitos sociais dos usuários de seus serviços. Uma reflexão sobre o trabalho interdisciplinar no campo da Saúde que através da articulação entre diferentes saberes na prática cotidiana dos profissionais pode contribuir para um melhor entendimento do processo saúde e adoecimento. Neste trabalho também será apresentado uma entrevista com uma assistente social que atua em um hospital na cidade de Capão da Canoa.
Palavras-chave: Assistente Social; saúde; atuação
1 INTRODUÇÃO
Por muitas e muitas vezes não acessamos nossos reconhecidos direitos, que nos foram dados por nossa Constituição Federal, simplesmente porque não sabemos que podemos.
Não temos a informação. Mas temos de estar cientes de que toda pessoa possui um histórico de vida, tem seus desejos, suas expectativas e pertencem a um grupo familiar e social.
Quando acontece de se sofrer algum tipo de transtorno, principalmente na saúde, o assistente social é importante em seu tratamento, seja através das informações sobre os direitos, seja através das informações que serão coletadas, fornecendo para a equipe de saúde a doença subjetiva, cultural e social e que irão contribuir para que o paciente seja tratado em sua totalidade, o que se torna importante uma equipe multidisciplinar dentro de uma unidade de saúde. 
Neste trabalho veremos a intervenção e ação do Assistente Social em algumas doenças crônicas como: 
Câncer;
HIV-Aids;
Doença renal crônica;
Doação de órgãos;
Atualmente abordar sobre o profissional de assistência social na saúde pública é uma questão necessária, levando em conta todo o processo de trabalho que envolve sua atuação. 
2 SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – SUAS
A Assistência Social é um direito do cidadão e dever do Estado, instituído pela Constituição Federal de 1988. A partir de 1993, com a publicação da Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS, é definida como Política de Seguridade Social, compondo o tripé da Seguridade Social, juntamente com a Saúde e Previdência Social, com caráter de Política Social articulada a outras políticas do campo social.
A Assistência Social, diferentemente da previdência social, não é contributiva, ou seja, deve atender a todos os cidadãos que dela necessitarem. Realiza-se a partir de ações integradas entre a iniciativa pública, privada e da sociedade civil, tendo por objetivo garantir a proteção social à família, à infância, à adolescência, à velhice; amparo a crianças e adolescentes carentes; à promoção da integração ao mercado de trabalho e à reabilitação e promoção de integração à comunidade para as pessoas com deficiência e o pagamento de benefícios aos idosos e as pessoas com deficiência.
Em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social – SUAS, descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira.
Consolida o modo de gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os três entes federativos que, de modo articulado e complementar, operam a proteção social não contributiva de seguridade social no campo da assistência social.
O Sistema organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, destinada à prevenção de riscos sociais e pessoais, por meio da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos.
O SUAS engloba também a oferta de Benefícios Assistenciais, prestados a públicos específicos de forma articulada aos serviços, contribuindo para a superação de situações de vulnerabilidade. Também gerencia a vinculação de entidades e organizações de assistência social ao Sistema, mantendo atualizado o Cadastro Nacional de Entidades e Organizações de Assistência Social e concedendo certificação a entidades beneficentes, quando é o caso.
3 SAÚDE PÚBLICA: SUS, A REALIDADE DO BRASIL 
A saúde pública centra sua ação a partir da ótica do Estado com os interesses que ele representa nas distintas formas de organização social e política das populações. Na concepção mais tradicional, é a aplicação de conhecimentos (médicos ou não), com o objetivo de organizar sistemas e serviços de saúde, atuar em fatores condicionantes e determinantes do processo saúde-doença controlando a incidência de doenças nas populações através de ações de vigilância e intervenções governamentais. O Sistema Único de Saúde (SUS) é considerado um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo, muitas vezes exemplificado como modelo para outros países. O SUS foi criado em 1988 pela Constituição Federal, amparado por um conceito ampliado de saúde pública, visando garantir o direito à saúde de toda a população.
Segundo o Ministério da Saúde (2010), em torno de 55% da população brasileira está coberta pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência e Emergência, o SAMU. O SUS tem como conceito básico a universalização do atendimento. Isso significa que “a saúde é direito de todos” como afirma a Constituição Federal, seu propósito é que toda a população tenha acesso ao atendimento público de saúde. Para implementar de maneira organizada o acesso aos serviços de saúde, o SUS possui políticas e programas governamentais em todos os segmentos. 
Frequentemente, quando se fala do SUS, ficam associadas situações como problemas de acesso, longas filas, infra-estrutura inadequada, que o sistema não responde as necessidades de toda população, entre outros. 
As críticas são importantes para que possam ser questionadas e enfrentadas. No entanto, o SUS também precisa ser visto do ponto de vista da amplitude de ações que ele engloba, como as de promoção, prevenção e assistência à saúde dos brasileiros. 
5 ASSISTENTE SOCIAL TAMBÉM É UM PROFISSIONAL DA SAÚDE
A Deliberação nº 14 do Eixo Fiscalização Profissional define que se deve “incluir no estudo do Grupo de Trabalho sobre Serviço Social na Saúde, do Conselho Nacional de Saúde, que reconhece a categoria de assistentes sociais como profissionais de saúde, além da Resolução CFESS nº 383, de 29/03/1999, que caracteriza o assistente social como profissional de saúde.
Na área da saúde deve-se compreender os aspectos sociais, econômicos e culturais que sempre interferem no processo saúde/doença e cabe ao Serviço Social a busca de ações estratégicas como uma necessidade para a superação reforçando o direito social à saúde. 
O Serviço Social enquanto profissão vai adentrar de forma significativa na área da saúde que passa a requisitar diferentes práticas profissionais, dentre elas, intervenções, acompanhamentos, mediação entre a família e seus direitos sociais entre outros. Assim o assistente social trabalha numa perspectiva multidisciplinada.
Pois essa inserção do Serviço Social no campo da saúde articula a ação profissional às diretrizes do SUS, o que sinaliza para um estatuto diferenciado da profissão no campo da saúde. Nessa probabilidade de arguição, ou seja, está ancorada em três pontos que sustentam esta abordagem. O primeiro está relacionado à concepção ampliada de saúde e a um novo modelo de atenção dela decorrente, incluindo-se a atenção à saúde como um dos pilares estruturantes dos sistemas públicos de bem estar construídos no século passado.
6 ASSISTENTES SOCIAIS TEM PAPEL IMPORTANTE NO TRATAMENTO DE ALGUMAS DOENÇAS
6.1 A intervenção do assistente social no tratamento de pacientes com câncer
Profissionais trabalhamem equipes multidisciplinares que atendem as pacientes e suas famílias, ambas fragilizadas pelo enfrentamento à doenças. Durante a campanha do Outubro Rosa grande parte da sociedade se mobiliza para ampliar o alcance das informações sobre o câncer de mama com o objetivo central de contribuir para que mais mulheres façam seus exames aumentando o índice de cura por meio do diagnóstico precoce seguido de tratamento adequado, evitando assim milhares de mortes. 
Ao descobrir que tem câncer e procurar atendimento, a mulher precisa ser acolhida por uma equipe multidisciplinar que ofereça cuidados que vão muito além do combate à doença. O trabalho tem que considerar sua condição psicossocial e de sua família, o acesso à infraestrutura necessária para que haja adesão ao tratamento e o seu bem estar geral. 
O Serviço Social tem papel determinante nessa engrenagem e os profissionais trabalham em equipes multidisciplinares que atendem essas pessoas e suas famílias, ambas fragilizadas pelo enfrentamento à doença. 
A pessoa, ao tomar conhecimento que é portadora de uma doença grave, como o câncer, inicia uma nova etapa em sua vida. Usualmente, as pessoas deduzem ou preveem ter uma vivência até a velhice, e quando se defrontam com uma doença que, obviamente, resultará em possível morte, reagem, em sua maioria, com um choque, quase sempre seguido de raiva, e sentem-se fraudadas no que consideram como um dos seus direitos diretos à vida.
É difícil aceitar uma doença grave, principalmente quando esta vai estabelecer-se no seu próprio organismo, causando problemas sérios, não só para o paciente, como, também, para a família, pois a grande parte dos pacientes oncológicos são casados, com idade entre 35 a 70 anos. Com isso, o estado de ansiedade frente à doença é evidente entre os pacientes que veem seu estado de saúde abalado. Essa ansiedade, somada ao sentimento de impotência frente à doença, causa, muitas vezes, certa regressão no estado do paciente, até mesmo uma fase de dependência.Nem sempre, essas dúvidas são verbalizadas pelos indivíduos, e, quando não o fazem, acabam por colaborar com o aumento da ansiedade e da elaboração errada sobre sua doença.
A ansiedade e busca de resposta podem, de certa forma, prejudicar o estado geral do
paciente. Dentro dessa visão, a ansiedade sempre antecede a angústia.
7 A ASSISTÊNCIA SOCIAL E O HIV-AIDS
Uma doença estigmatizada como a AIDS, associada a assuntos polêmicos, como sexo e uso de drogas injetáveis, afeta não apenas o paciente, mas todo o seu contexto sociofamiliar. É não só um problema médico, mas também social, econômico, psicológico e político. É aí que entra na equipe de HIV/AIDS o assistente social – profissional que atua na formulação, execução e avaliação de serviços, programas e políticas sociais que visam a preservar, defender e ampliar os direitos humanos e a justiça social.
O CFESS(Conselho Federal de Serviço Social) considera fundamentais as medidas adotadas pelo Ministério da Saúde, para implantação e implementação da Rede de Serviços Laboratoriais para o Diagnóstico do HIV, por meio das portarias nº 59/GM, de 8 de janeiro de 2003, e nº 34, de 28 de julho de 2005, da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS). Estas têm viabilizado o acesso dos/as usuários/as aos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS), guardando coerência com os princípios  defendidos pelo projeto ético-político profissional do Serviço Social, na medida em que visam a garantir  a universalidade, equidade da assistência, a acessibilidade e o respeito ao direito dos/as usuários/as aos serviços de saúde. 
Expedida pelo Programa de AIDS/SVS/MS, a Norma Técnica que orienta a realização dos serviços previstos nas portarias acima citadas vem corroborar com o processo de ampliação dos serviços aos/às usuários/as. Entretanto, gera conflitos, na medida em que estabelece, para todos/as os/as profissionais de saúde, a competência de realizar as atividades relacionadas aos testes rápidos e emissão de laudos, inclusive aos/às assistentes sociais, colocando como única condição a capacitação que, neste caso, se sobrepõe à formação específica de cada área. Os testes, historicamente, foram realizados por auxiliares de enfermagem e técnicos/as de laboratórios.
O CFESS emitiu o parecer nº 39/2006, manifestando-se contrário às medidas adotadas pelo Ministério da Saúde, por entender que a medida é incompatível com a Lei nº 8662/93 e com o Código de Ética do/a Assistente Social, regulamentado pela Resolução CFESS nº 273, de 13 de março de 1993.
A discordância se baseia no fato de que o/a assistente social não está qualificado/a ou habilitado/a para cumprir tal função, visto que sua formação acadêmica não lhe fornece elementos técnicos ou teóricos para atuar com tais procedimentos, relativos à coleta de amostra por punção da polpa digital do indivíduo, muito menos emitir o resultado do teste respectivo, por meio de diagnóstico, ainda que capacitado.
A saúde é um dos principais campos de atuação do/a assistente social e sua inserção na área vem se ampliando em função das novas manifestações da questão social, que impõem crescentes demandas aos serviços de saúde, incluindo-se nesse espectro a Política Nacional DST/Aids.
Apesar dos avanços e ações da Política Nacional, o preconceito e a discriminação contra as pessoas que vivem com HIV/AIDS ainda são as maiores barreiras no combate à epidemia, ao adequado apoio, ao diagnóstico, à assistência e ao seu tratamento.
7.1 Integração de profissionais e pacientes
Sensibilizar os profissionais de saúde para um olhar mais humanista no tratamento dos portadores de HIV-Aids é uma busca constante no trabalho do Serviço Social. O tratamento com pacientes não pode se resumir a um receituário médico. O chamado de um assistente social é para a vida, nos momentos de dificuldades , o paciente tem que reconhecer em um assistente social uma referência.
A integração entre profissionais de saúde e pacientes é a forma mais eficaz de conseguir uma boa adesão ao tratamento.
No câncer, com a hospitalização do paciente, a equipe multiprofissional passa a desempenhar um papel muito importante para o paciente, já que está fazendo parte de sua vida e do seu novo meio social, no convívio que ambos estabelecem durante um certo período.Essa equipe é formada por médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, atendentes,assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas e outros. Esses profissionais, no seu envolvimento com o paciente, visam os mesmos objetivos que é o de proporcionar-lhe saúde e bem estar.
Para que esses objetivos sejam alcançados, é fundamental que os profissionais da saúde estabeleçam com o paciente um bom relacionamento, a fim de que possam conhecê-lo em sua
totalidade, acreditamos que, é preciso estar presente também como uma pessoa em sua totalidade, ampliando a capacidade para compreender, responder e se relacionar.
É importante ressaltar que, quando uma pessoa vai em busca dos serviços da instituição da saúde, adquire um novo status, isto é, recebe a denominação de paciente. Nessa relação, a pessoa internada é despida de todos os seus valores, cultura e atributos existenciais.Na maioria das vezes, deixa-se de tratar a pessoa e trata-se a doença da pessoa.
Diante do fato, consideramos necessário romper com a visão institucional de pessoa internada, e concebê-la como pessoa-sujeito, situada, livre, portadora de valores, poderes e direitos;
Na área da saúde, a técnica de intervenção, de Serviço social, continua de forma consolidada e importante nesses processos delicado que é na saúde por isso que precisa o mesmo capacitar-se e aprimorar-se nos conhecimentos para o agir profissional. Em termos conclusivos, a atuação permite a relação teórico-prática, ou seja, como os conhecimentos teórico-metodológicos, técnico-operativos e ético-políticos, são alcançados no espaço acadêmico, são articulados e mediados durante a intervenção profissional. Sendo assim, a discussão é de suma importância, pois ela possibilita mediações entre teoria com a prática a partir da realidade emque a profissão é desempenhada, em um movimento dialético em que a prática proporciona subsídios à construção de conhecimentos teóricos para a implementação de novas intervenções. 
8 ASPECTOS SOCIAIS DA DOENÇA RENAL CRÔNICA 
Segundo Hallvass (1989) apud Picanço (2006) a insuficiência renal crônica é uma doença caracterizada pela perturbação persistente da função renal, onde os rins não são mais capazes de exercer as suas funções. Os rins são dois órgãos localizados na parte de trás do abdômen, responsáveis por quatro funções no organismo:
 • Eliminar toxinas do sangue por um sistema de filtração;
 • Regular a formação do sangue e a produção dos glóbulos vermelhos;
 • Regular a pressão sanguínea;
 • Controlar o balanço químico e de líquidos de nosso corpo.
Quando os rins estão próximos do estágio final, com função renal menor que 10%, a terapia renal substitutiva (TRS) ou o transplante renal são necessários, pois a perda progressiva da função renal acarreta o acúmulo de produtos da degradação metabólica no sangue (PICANÇO, 2006). A terapia renal substitutiva, realizada na forma de diálise, é responsável por limpar o sangue, removendo do organismo os fluídos e a água em excesso. A doença renal crônica não tem cura, e os seus portadores não têm outra opção a não ser se submeterem a um desses tratamentos. 
Portanto, diante desse quadro de cronicidade, os portadores de doença renal crônica passam a traçar uma nova trajetória social. De acordo com Arango (1998) apud Lisboa (2008), trajetória social pode ser definida como “ o encadeamento temporal das posições que os indivíduos ocupam sucessivamente nos diferentes campos do espaço social” . Ou seja, é um ciclo, um percurso vivenciado. 
Além do aumento da expectativa de vida, inerente ao progresso científico e tecnológico, houve também um grande processo de urbanização, que levou a significativas alterações no modo de vida da população, o que refletiu na saúde. No caso das doenças crônicas, essas alterações no modo de vida conduzem a uma elevação do nível de estresse nos indivíduos, associado à pobreza, à violência, aos problemas com o transporte nas grandes cidades, à falta de trabalho ou trabalho excessivo, acarretando muitas vezes na hipertensão arterial e diabetes, duas das causas da doença renal. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, estima-se que as principais doenças reportadas como causa da IRC terminal são a hipertensão arterial (24%), glomerulonefrite3 (24%) e diabetes mellitus (17%), sendo que o número de hipertensos e diabéticos sem diagnóstico e sem tratamento adequado é alto em nosso meio, o que pode ampliar, enormemente, o número de pacientes que necessitarão de tratamento de substituição renal. 
8.1 A Representação Social e percepção da doença 
Cada indivíduo constrói para si mesmo uma imagem corporal a partir da interação de aspectos sociais, libidinais e fisiológicos. De acordo com Rodrigues (1979) apud Quintana e Muller (2006), a partir de valores e símbolos apreendidos na cultura, o corpo e seus comportamentos são historicamente determinados e reconstruídos no decorrer da história. No entanto, o adoecimento é um rompimento dessa imagem e exige uma mobilização simbólica para ressignificá-la. A doença emerge como algo não-familiar e o indivíduo necessita atribuir um sentido às circunstâncias e ao porquê de seu surgimento. Para isso, constrói representações sociais acerca da doença. Portanto, no campo da doença, as representações sociais que podem ser definidas como um sistema de teorias populares, senso comum e saberes cotidianos/ práticos utilizados pelos sujeitos para dar significado a si e ao ambiente que o cerca, não são apenas um esforço de formulação mais ou menos coerente de um saber, mas produções de sentido que emergem de uma desordem: a doença. 
Segundo Moscovici (1978), a representação social é a reprodução de um objeto que tem sido valorizado. Este autor aponta que a apropriação de um conceito científico por saberes do senso-comum não implica a profanação do saber científico. Apesar da saúde e a doença serem conceitos científicos, também fazem parte de um outro universo de pensamento: o pensamento leigo. A representação social configura-se em um corpo organizado de conhecimentos, que tornam compreensível para os grupos a realidade que os cerca. Quando os grupos representam algum aspecto da realidade fazem-no com duas finalidades: comunicar-se entre eles e elaborar comportamentos. 
Neste sentido, as representações habituais da doença contêm elementos simbólicos e morais que vão intervir em todas as etapas do reconhecimento da doença, de demanda de cuidados e de restabelecimento da saúde. Em busca de dar um sentido para algo que traz uma sensação de não-familiaridade, infiltra todas as atitudes e comportamentos face à doença. A doença renal crônica é vivenciada como um momento de ruptura na vida dos indivíduos, onde a noção de tempo é delimitada pelo antes e depois do diagnóstico. Além das alterações orgânicas, essa doença também pode causar dificuldades psíquicas e sociais, que acometem o cotidiano dos pacientes. O medo decorrente dessa ruptura leva os indivíduos que se descobrem com a doença a criarem representações sociais acerca da doença, que resultam de um esforço constante em tornar algo não-familiar em algo comum e real.
8.2 O SERVIÇO SOCIAL FRENTE ÀS DEMANDAS NA ÁREA DA DOENÇA RENAL CRÔNICA: DESAFIOS PARA A PROFISSÃO 
O assistente social, a partir de sua formação, está habilitado a atuar com competência nas diferentes dimensões da questão social. Em sua prática é apto a elaborar, implementar, coordenar e executar as políticas sociais, visando a defesa dos direitos sociais, a ampliação da cidadania e a consolidação da democracia, garantindo o acesso aos direitos assegurados na Constituição Federal de 1988 e na legislação complementar (CRESS, 1995). Assim, diante o exposto, percebe-se que a intervenção profissional do assistente social tonifica-se a partir de uma constante interação com as políticas e os direitos sociais. A partir disso, este profissional não poderia ficar alheio à problemática da saúde por possuir um papel de expressiva relevância na fomentação da política de saúde, voltando o seu exercício profissional nesta área à conquista da saúde como um bem público. O Conselho Nacional de Saúde, através da resolução CNS nº 218/1997, reconheceu o assistente social, juntamente com outras categorias, como profissional de saúde de nível superior. 
Assim, conforme a Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Renal, o assistente social deve fazer parte do quadro de profissionais habilitados para prestar atendimento aos portadores de doença renal crônica nos serviços de diálise. O atendimento a esses usuários se faz necessário devido à carência, angústia, medo, frustrações decorrentes da doença renal crônica e da realidade que gira em torno dela, pois esta doença conduz os pacientes a uma problemática complexa, devido ao fato do tratamento e dos padecimentos gerados pela doença os impedirem de exercerem atividades normais do dia-a-dia, sendo submetidos a severas restrições em sua vida cotidiana. 
 
Com o conhecimento desta realidade o assistente social busca em sua atuação conhecer as características e dificuldades que os portadores de doença renal crônica e seus familiares estejam vivenciando e intervir nas unidades de diálise da seguinte maneira: conhecendo o contexto social que cerca esses usuários/pacientes; prestando serviços sócio-assistenciais conforme as necessidades da doença, de acordo com cada portador; favorecendo a articulação de serviços e recursos comunitários com vista a possibilitar ao portador paciente um melhor enfrentamento da doença; favorecendo a formação e articulação de grupos de apoio ao portador de doença renal crônica; desenvolvendo pesquisas em temas específicos relacionados ao processo saúde/doença dos portadores de doença renal crônica; agilizando os encaminhamentos necessários, relativos às situações advindas da doença, do tratamento e das suasimplicações sociais envolvidas, como por exemplo, a falta de poder aquisitivo do paciente para se deslocar constantemente ao hospital para a realização do tratamento, aquisição de medicamentos, meios de locomoção como cadeira de rodas, falta de suporte familiar, entre outras; orientando os familiares dos pacientes sobre a melhor maneira de estarem auxiliando, apoiando e oferecendo um ambiente familiar acolhedor a esses indivíduos; articulando os recursos locais/regionais para viabilização do tratamento e transplante.
 
E é a partir do conhecimento do contexto social que envolve os portadores de doença renal crônica que o assistente social pode estar identificando novas formas de atuar, tendo em vista a qualidade dos serviços prestados a esses usuários. Deve estar atento a determinadas falhas que ainda persistem nos serviços públicos de saúde, como a falta de acesso às terapias renais substitutivas, tendo como desafio a identificação dos problemas que podem estar sustentando esta situação e o desenvolvimento de estratégias de ação para minimizá-los. Também deve procurar conhecer o universo simbólico das representações sociais da doença construídas pelos portadores de doença renal crônica para compreender seu processo de adoecimento, tendo em vista que, em alguns casos, a falta de uma comunicação efetiva entre usuários e equipe de saúde os leva a construir seus próprios discursos sobre a doença. Neste caso, o assistente social pode estar agindo como um mediador entre usuários e equipe de saúde de modo a contribuir para uma maior aproximação entre os mesmos. No entanto, o trabalho do assistente social com os usuários em programa de hemodiálise deve visar cada vez mais oferecer assistência integral ao paciente, através de um constante acolhimento, aprimorando suas técnicas e processos de trabalho, essenciais para possibilitar a melhoria da qualidade de vida desse usuário e sua família. 
 
A interferência que o assistente social realiza , principalmente na saúde , não se resolve com uma prescrição, pois se trata de realizar mudanças sociais na vida das pessoas. Sendo assim, esta mudança é muito importante para a melhoria das condições de vida do paciente renal crônico, visto que o seu processo de adoecimento, as exigências do tratamento e as alterações em sua vida cotidiana, envolvem procedimentos relacionados a fatores sociais, que não são realizados por nenhum outro profissional de saúde, e sim pelo assistente social. 
8.3 Papel do Serviço Social, quanto ao transplante renal 
 
Além de uma coleta de dados , toda uma orientação com o paciente sobre o período de espera, motivação para a disciplina no tratamento e suporte psicológico para família, pois, nesse ínterim, o paciente passa a ter conhecimento do insucesso de outros transplantes, muitas vezes por informações pessoais de seus colegas de diálise, ou mesmo da imprensa, aumentando, portanto o medo da cirurgia. Este último fator faz com que a família desenvolva uma ansiedade que muitas vezes passa a afetar o estado emocional do paciente.
 
Acrescenta-se , que a ação do Serviço Social voltada ao transplante também deve objetivar o esclarecimento de dúvidas e conflitos dos pacientes no que diz respeito ao transplante, atuando como um elo entre paciente, médico e doador. Porém, cabe ressaltar que para a realização do transplante renal, os pacientes renais crônicos necessitam realizar uma série de consultas e exames pré-transplante, o que muitas vezes acaba causando estresse, pois enquanto usuários do SUS, necessitam enfrentar enormes filas de espera para agendá-los. O assistente social, ao se deparar com esta realidade, não deve restringir sua ação apenas à agilização da marcação desses exames e consultas, para o qual é solicitado. Deve procurar também dar visibilidade a esta situação às entidades e associações que representam os direitos e interesses dos portadores de doença renal crônica ou a órgãos a serviço da sociedade tal como o Ministério Público. Nesse sentido, a atuação do assistente social tem um grande significado na vida do portador de doença renal e seus familiares, contribuindo para o êxito do tratamento e melhoria de suas condições de vida. 
 9 A INTERVENÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NA DOAÇÃO DE ÓRGÃOS
 
A história da Medicina revela as experiências de transplantes com doador cadáver desde o início do século XX. E, hoje, a cada dia se eleva o número de pacientes candidatos a receber um órgão como : córneas, pulmão, coração, rim, fígado, ossos, e medula óssea, para salvar sua vida ou melhorar sua qualidade de vida.
 Durante muitos anos, a questão doação de órgãos para transplantes, no Brasil, foi mantida sem regulamentação, especialmente, uma lei que incentivasse a doação, sem ferir o direito de escolha e privacidade da família do potencial doador. Em resposta a esta demanda, foi criada e promulgada em 04 de Fevereiro de 1997, a lei n.º 9.434 que dispõe sobre a doação gratuita de órgãos e tecidos para transplantes com finalidade terapêutica. No decorrer de seus artigos, encontra- se, de forma clara, o controle e fiscalização sobre as doações de órgãos, coibindo o comércio dos mesmos. Ainda é considerado ilegal a retirada de órgãos sem o consentimento presumido do potencial doador quando em vida, garantindo, desta forma, o direito à opção em ser ou não doador de órgãos e tecidos “pós-morten”.
As Centrais de Transplantes, sempre ouviram a opinião e decisão dos familiares do potencial doador para a autorização de retirada de órgãos. Entretanto, na referida lei, não fora outorgado à família o direito de escolha sobre doar ou não os órgãos de seu ente. Por esta razão, no primeiro ano de implantação da lei, o Conselho Federal de Medicina pronunciou- se para revisão da participação da família neste processo. Diante desta intervenção, hoje já se aguarda a promulgação de nova regulamentação que permite aos familiares do potencial doador, esta tomada de decisão, independente da vontade do potencial doador quando em vida.Vale salientar a conquista do Assistente Social em ocupar este espaço no grupo multiprofissional, que atua nas Centrais de Transplantes Estaduais, haja vista, seu preparo teórico científico que proporciona ao profissional o perfil necessário para atender a esta demanda. Pode-se considerar de fundamental importância a autoavaliação, revisão de seus preconceitos acerca do tema “morte e doação de órgãos”, além da necessidade indispensável de equilíbrio emocional para os entraves decorrentes do confronto com os familiares do potencial doador. Neste aspecto, o assistente social precisa ter claro para si, sua compreensão sobre a morte, e os seus reflexos sobre a dinâmica familiar, e levar sempre em consideração os postulados do Serviço Social, quanto ao respeito e dignidade da pessoa humana e considerar o conhecido “não envolvimento” sem que se torne um profissional frio e insensível à dor desta família que perdeu seu ente.
Assim sendo, cabe ao assistente social, a função de acompanhar a família do potencial doador para esclarecer suas dúvidas, refletir sobre a importância da doação de órgãos e permitir a ela a escolha voluntária em doar ou não os órgãos de seu ente.
Portanto, um dos objetivos do Serviço Social é contribuir para o aumento da captação de órgãos, seja de forma direta, através da abordagem familiar, ou de forma indireta, através de ação educativa em grupos comunitários.
A intervenção do assistente social inicia-se quando a Central de Transplantes recebe a notificação de morte encefálica (morte cerebral). Neste momento, a Central entra em contato com o assistente social, ou enfermeiro do Hospital onde está o potencial doador para levantar dados de identificação pessoal, social e familiar, os quais contribuem para a abordagem familiar, no sentido de facilitar a aproximação junto à família.
A abordagem efetiva para a solicitação dos órgãos só deverá ser realizada após o diagnóstico oficial de morte encefálica, assinada pelos médicos intensivistas e neurologista. A convocação dos familiares e notificação da morteencefálica ou óbito fica a cargo do hospital responsável pelo paciente e não pela equipe da Central de Transplante.
O início do contato com a família, pelo assistente social da Central de Transplantes, poderá ser precedido de desculpas, por estar abordando a família em uma ocasião de sofrimento. No entanto, este papel é necessário em nome de muitos que aguardam o ato de solidariedade de doação de órgãos para reconstruírem suas vidas.
É imprescindível proporcionar à família que se encontra abalada e sensível, tempo para refletir sobre a morte e viver este momento de perda e dor. E qualquer palavra mal colocada pode afetar o processo de captação.
9.1 Alguns aspectos que dificultam a doação de órgãos, por exemplo:
• Publicidade da mídia contrária a doação;
• Mal atendimento no hospital;
• Falta de preparo do profissional para atender a família;
• Preconceitos acerca da morte;
• Informações distorcidas acerca da morte encefálica;
• Medos dos familiares: de ser enganado e traído ou de agredir a memória do falecido. A espera de um milagre, a não aceitação da morte e o sentimento de afronta com a solicitação dos órgãos, igualmente, afetam a decisão sobre doação.
• Crenças acerca do transplante: há grupos que acreditam que não pode se reencarnar se o corpo não estiver em sua integridade; sentimento de injúria sobre a memória do falecido.
• Medo de comercialização com os órgãos do ente.
9.2 Aspectos favoráveis, tais como:
• Sentimentos de fazer o bem, solidariedade, amor ao próximo, compreensão com a dor do receptor;
• Aceitação da morte;
• Desprendimento material.
10 ENTREVISTA COM A ASSISTENTE SOCIAL ALINE FERREIRA LEAL-CRESS nº 5454
Aline trabalha no Hospital Santa Luzia - Capão da Canoa 
1 - Qual é a intervenção do serviço social na área da saúde?
 
‘’Algum tempo atrás o S.S. desenvolvia basicamente a função de um  educador sanitário, durante  as campanhas sanitárias. Inicialmente era relacionadas à profilaxia ( aquele agente de qualquer procedimento). No entanto, em 1948 a saúde teve um novo conceito, chamado aspectos biopsicossociais onde determinou outros profissionais para atuarem junto ao setor, além dos médicos.O Assistente Social teve como competência intervir junto às questões de cunho econômico, social e cultural, em diferentes fases do ciclo da vida humana: cuidados dirigidos a cidadãos, famílias, grupos e comunidades; integrados no processo global de promoção, prevenção, tratamento, recuperação e reabilitação social.’’
2 - Quais as principais atribuições de um assistente social na área da saúde?
‘’As atribuições das(os) profissionais de Serviço Social, sejam aquelas realizadas na saúde ou em outro espaço sócio-ocupacional, são orientadas e norteadas por direitos e deveres constantes no Código de Ética Profissional e na Lei de Regulamentação da Profissão, que devem ser observados e respeitados, tanto pelas(os) profissionais, quanto pelas instituições empregadoras. No que se refere aos direitos das(os) assistentes sociais, o artigo 2º do Código de Ética assegura: 
a)      Garantia e defesa de suas atribuições e prerrogativas, estabelecidas na Lei de Regulamentação da Profissão e dos princípios firmados neste Código;
b)      Livre exercício das atividades inerentes à profissão; 
c)       Participação na elaboração e gerenciamento das políticas sociais, e na formulação e implementação de programas sociais;
d)      Inviolabilidade do local de trabalho e respectivos arquivos e documentação, garantindo o sigilo profissional;
e)      Desagravo público por ofensa que atinja a sua honra profissional;
f)       Aprimoramento profissional de forma contínua, colocando-o a serviço dos princípios deste Código;
g)      Pronunciamento em matéria de sua especialidade, sobretudo quando se tratar de assuntos de interesse da população;
h)      Ampla autonomia no exercício da profissão, não sendo obrigado a prestar serviços profissionais incompatíveis com as suas atribuições, cargos ou funções;
i)        Liberdade na realização de seus estudos e pesquisas, resguardados os direitos de participação de indivíduos ou grupos envolvidos em seus trabalhos.
 No que se refere aos deveres profissionais, o artigo 3º do Código de  Ética estabelece: a) Desempenhar suas atividades profissionais, com eficiência e responsabilidade, observando a Legislação em vigor;
 b) Utilizar seu número de registro no Conselho Regional no exercício da profissão; 
c) Abster-se, no exercício da profissão, de práticas que caracterizem a censura, o cerceamento da liberdade, o policiamento dos comportamentos, denunciando sua ocorrência aos órgãos competentes. 
 
 
OBS:  DESCRIÇÃO SUMÁRIA DA FUNÇÃO DENTRO HOSPITAL/HSL:
 
A)     Prestar atendimento social à paciente em nível preventivo, promocional e interventivo;
B)      Primar pela resolutividade do atendimento e em consonância com a equipe multidisciplinar bem como, em parceria com rede de poio do município e região;
C)      Realizar estudos e pesquisas para avaliar e emitir parecer social;
D)     Propor medidas e Políticas Públicas;
E)      Planejar, elaborar, e executar planos , programas e projetos;
F)      Realizar estudos socioeconômico com paciente e familiar, para fins de acesso a benefícios e serviços sociais;
G)     Realizar visitas domiciliares quando necessários;
H)     Realizar visitas Institucionais quando necessários;
I)        Participar de reuniões inter/multidisciplinares;
J)       Representar a Instituição em Comitês;
K)      Realizar treinamentos de prevenção a saúde;
L)       Usar uniforme e EPIs fornecidos pela empresa conforme orientação SESMT;
M)   Cumprir as diretrizes estabelecidas na NR32.
3 - Quais as características mais presentes dos usuários da política de saúde pública na sua visão(características e perfis dos usuários que você atende)O que elas procuram e o que elas mais precisam)?
‘’Digo que o profissional tem que ter Habilidade e Atitude. Dentre elas:
Habilidade: Tomada de decisão, Boa comunicação, Relação interpessoal, Mediação, Assertividade, Organização.
Atitude: ´Ética, Cooperação, Empatia, Sigilo, Iniciativa, Flexibilidade.
Pois  quando usuário chega ao Serviço Social ele está vulnerável, precisando de acolhimento e encaminhamento.   Geralmente quando paciente é de outro município -  ele solicita refeição, lugar para tomar banho, e principalmente maiores explicações quando se trata do linguajar médico. Que é muito técnico as vezes de difícil entendimento.’’
4 - Na sua visão , qual é a importância do assistente social na área da saúde?
‘’Levar o paciente ao acesso a inclusão e informações referente ao seu direito enquanto cidadão. Penso que o Assistente além de acolhedor e mediador, ele também trabalha o emocional da pessoa, fazendo alguns resgates e fortalecendo –os.’’
5 - Quais os desafios que você pode citar para a sua prática profissional?
‘’Para cada dia, é um novo. Por exemplo de um desafio... a morte!  Sabemos que um dia ela chega, mas quando chega é difícil não ter empatia junto à família que está enfrentando a dor. Outro desafio, abandono familiar, principalmente com os idosos. Uma criança de seis meses de vida, que chega com sua mãe de ambulância, em situação de descuido ( ou negligência) que a criança chega em óbito e aquela mãe não quer acreditar...’’
6 - Em outros campos do serviço social como no Sociojurídico , Educação,Habitação , Empresarial e Assistência social existe a visita domiciliar à usuários. Na área da saúde existe esta visita domiciliar? Como ela funciona? No que ela difere das visitas das outras áreas de atuação de um assistente social?
‘’Sim, é realizado visita domiciliar quando necessário, para fins de conhecer a realidade relatada pelo paciente. O Serviço Social hospitalar trabalha em parceria com rede de apoio, ou seja diante da situação precária do paciente, é encaminhado a rede para averiguar e dar continuidade pós alta hospitalar.  Essa é a diferença, o paciente é atendimento enquanto permanece internado.
Exemplo: Paciente evadiu tratamento, solicitou alta hospitalar, realiza-se buscafamiliar para comunicar a situação, e encaminha caso a rede. Outro caso: paciente tem uma patologia e recebe alta para continuar o tratamento em casa, é encaminhado a rede cfe. a necessidade. 
7 - Comente sobre alguma das experiências mais impactante que você atuou em sua carreira.
Em uma de minhas visitas domiciliares realizadas, fui convidada pelo traficante da boca a me retirar naquele momento, porque ele teria um acerto de contas que era melhor sair da comunidade logo.  Foi de deixar os cabelos arrepiados kkkk .... claro que  respeitei a sua solicitação, mas expliquei  o motivo da minha visita na comunidade, se referia a saúde de uma pessoa que necessitava de recursos do município para ser encaminhada. Voltei  em outro momento!
8 - Como você faz para conseguir separar o emocional do profissional, já que o assistente social que atua nesta área presencia experiências super emotivas e sensíveis de se tratar?
O tempo ensina  a gente ter mais equilíbrio emocional, mas não podemos esquecer que somos seres humanos com sentimentos. Às vezes eu choro com paciente e/ou familiar. Mas tem um limite.
Exemplo: Um filho sofre acidente de transito, está junto com seu pai a passeio... (pais separados) a mãe recebe notícia está em outro estado que o seu filho está internado ( pois realizamos busca de familiares) sem poder dizer a real situação por telefone, apenas comunicar( o filho na verdade estava passando por uma cirurgia de risco - era vida ou morte). E quando a mãe chega, faz “barraco” com toda razão, ela tinha que expor seu sentimento triste... nesse momento eu chorei com essa mãe, a conduzi para uma sala de acolhimento e abracei, esperei ela se acalmar para chamar médico e esclarecer os fatos.  Depois de longo tratamento essa mãe me procurou agradecendo.
 11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o processo histórico, o Serviço Social redimensiona-se e reconstrói-se qualitativamente como profissão, além disso, é reconhecida e inscrita na divisão sociotécnica do trabalho, tem como desígnio socioeconômico e político adentra na ordem social. Diante disso, a categoria Serviço Social adentrou-se na área da saúde de modo significativo na qual procura dá um suporte a pacientes com doenças que abala não só fisicamente mas emocionalmente, pois o mesmo e as famílias sofrem um grande impacto em suas vidas durante o tratamento. Embora essas reações dolorosas frente à doença é preciso ser compreendida considerando-se a história de vida de cada paciente e seus familiares, bem como os contextos social, econômico e cultural em que vivem, face às demandas de assistência que se colocam em função da doença e tratamento. Este estudo possibilita entender que o processo de adoecimento tem uma série de determinantes sociais relacionados às condições de vida, o enfrentamento à doença tem relação direta nesses diversos contextos. E o Serviço Social veio para contribuir e tentar garantir os direitos desses pacientes, por isso, os profissionais aplicam algumas técnicas importantíssimas, entre elas, a intervenção, a mediação, os pareceres e os relatórios. 
Assim, faz-se necessário reconhecer a realidade de vida do paciente e de sua família: a organização familiar, a qualidade das relações, os limites de compreensão da totalidade, o papel do sujeito enfermo na família, o impacto às atividades laborativas dos potenciais cuidadores, as condições habitacionais, a renda familiar. Contudo, compreender a complexidade que é ter um enfermo grave para cuidar, especialmente quando as condições de vida e trabalho são precárias.
Cabe destacar também que é preciso exercitar as práticas investigativas, ações de curiosidades científicas e a capacidade de comunicação que a partir dos propósitos definidos de aproximação da realidade social, entusiasmam e influenciam na ascensão dos patamares de formação científico-profissional contribuindo nas áreas ocupacionais, em especial, a saúde. 
As intervenções dos profissionais da saúde e Assistentes sociais junto à família podem reduzir internações desnecessárias. As redes de apoio permitem a distribuição de recursos para famílias em situação de carência e a disseminação da noção de cidadania.
11 REFERÊNCIAS
http://wwwsandrarizo.blogspot.com.br/2010/04/atuacao-do-assistente-social-na-saude.html
http://www.cress-es.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=1108:assistentes-sociais-tem-papel-importante-no-tratamento-do-cancer-de-mama&catid=40:noticias&Itemid=89
http://saberviver.org.br/publicacoes/a-assistencia-social-em-tempos-de-aids/
http://www.uel.br/revistas/ssrevista/c_v1n1_dimensao.ht
BASTOS, Marcus G. et al. Doença Renal Crônica: Problemas e Soluções. Jornal Brasileiro de Nefrologia, vol.XXVI, n°4, 2004.
http://www.cfess.org.br/visualizar/noticia/cod/1140
BRAVO, Maria Inês de Souza. Política de Saúde no Brasil. In: MOTA, Ana Elizabete. [et al], (orgs). Serviço Social e Saúde: formação e trabalho profissional. S 
FERNANDES, M.ª Dolores G. A prática do Assistente Social em doações de Órgãos e tecidos para transplantes. Revista Serviço Social- H.C.. Faculdade De Medicina de São Paulo, 1995.

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