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SEMIOLOGIA DERMATOLÓGICA

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Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
A semiologia dermatológica é semelhante à observação clínica, mas aqui o exame físico da lesão 
vem antes da anamnese, pois isso facilita a elucidação diagnóstica. O conhecimento dermatológico 
para o médico generalista é importante, pois até 1/3 das queixas de pronto-atendimento são 
dermatológicas. As queixas de lesões cutâneas também são prevalentes em pacientes internados. 
As alterações de pele podem ser, ainda, secundárias, um achado do exame físico ou causa/sinal de 
doença grave a ser pesquisada. 
1. A PELE 
A pele é o maior órgão do corpo humano e precisa de muito carinho e cuidado. É formada 
basicamente por 3 camadas: epiderme, derme e hipoderme. 
Epiderme: a camada mais superficial é a camada córnea, seguida pela granulosa, camada 
espinhosa (de Malpighi) e, por fim, camada basal. As células da camda basal estão justapostas à 
papila dérmica e são pluripotentes, originando os queratinócitos que ascendem ao longo da 
epiderme. Durante o processo de ascensão há a queratinização deles com perda do núcleo e 
deposição de queratina. Essa renovação epitelial leva, em média, 28 dias. 
Derme: rica em fibras colágenas, elásticas, vasos, nervos e anexos cutâneos (folículos pilosos, 
glândulas sebáceas e sudoríparas). A proporção de anexos depende da região da pele. 
Subcutâneo: é a hipoderme. Composto por células adipócitas com citoplasma bem grande cheio de 
lípides. São agrupadas e separadas por septos fibrosos com vasos que nutrem o tecido. 
A pele tem diversas funções. A mais importante é atuar como uma barreira, separando o meio 
interno do meio externo, evitando a perda de água para o ambiente e a entrada de agressores. 
Também tem função termorreguladora, controle de infecções, fotoproteção (contra raios UV), 
sensibilidade, imunovigilância e nos coloca em contato com o mundo (relações sociais). 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Temos dois espectros da pele: a seca e a oleosa. A pele seca tem menor quantidade de água, pode 
ter mais prurido, mais frágil e tem maior facilidade de descamar e formar rugas. A pele oleosa tem 
muitas glândulas sebáceas, principalmente por ação hormonal. Contudo, não necessariamente é 
hidratada. 
Fototipos de Fitzpatrick: essa classificação do tipo de pele conforme o bronzeamento solar nos dá 
informações sobre várias predisposições a dermatoses. 
 
A pele se modifica conforme envelhecemos, depende da época da vida. Por exemplo, a pele do 
recém-nascido é muito sensível e apesar de ter espessura quase igual à do adulto, tem 
características distintas: derme com menos fibras elásticas e colágenas, menos melanossomos, 
pouca atividade das glândulas exócrinas, glândulas sebáceas normais mas não estimuladas por 
hormônios, pelos finos e curtos. 
Já a pele do idoso também tem suas 
particularidades: diminuição da espessura 
epiderme-derme, redução da elasticidade 
(quebra do colágeno pela elastose solar), 
redução da excreção de sebo 
(ressecamento), resposta imunológica 
diminuída, diminuição das glândulas 
sudoríparas e leito vascular da derme alta. 
Muito comum os vasos ficarem fragilizados e 
se romperem, formando manchas 
purpúricas. 
O processo de envelhecimento é progressivo e dinâmico, leva a modificações morfológicas, 
fisiológicas, bioquímicas e psicológicas. Há perda gradual de adaptação ao meio ambiente. O 
envelhecimento pode ser intrínseco (cronológico, a passagem do tempo em si) ou extrínseco 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
(fotoenvelhecimento, ação do ambiente). A maioria das alterações da pele no envelhecimento são 
de causas extrínsecas. 
A pele nos diz sobre os hábitos da pessoa. Também carrega estigmas sociais (ex.: hanseníase, 
sarcoma de kaposi). Há vários sinais que sugerem investigação sistêmica. Ex.: lentiginose oral 
comum na Síndrome de Peutz Jeghers, que cursa com polipose intestinal e um risco muito 
aumentado de câncer de intestino. 
 
Ex.: pápulas amareladas que acometem as pálpebras, são xantelasma e são vistas em diabetes e 
dislipidemias. 
 
2. EXAME FÍSICO E ANAMNESE 
O exame físico geral e anamnese deve incluir avaliação da pele sistemicamente, colhendo 
informações sobre os hábitos, a saúde geral e a doença da pele. Muito importante aprender a olhar. 
A ordem da semiologia dermatológica é, então: 
- Identificação do paciente; 
Idade: a idade sugere as doenças mais frequentes para cada faixa etária. 
Recém-nascido e Lactentes: congênitas, nevos, angiomas. 
Escolares: estrófulo (picadas de inseto) e dermatite atópica. 
Adolescentes: acne, infecções fúngicas e DST. 
Adultos: dermatofitoses, eczemas e tumores cutâneos. 
Idosos: prurido, eczema asteatósico, exposição solar crônica e tumores cutâneos. 
Sexo 
Raça e Etnia (caucasianos, negros) 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Profissão (exposição ao sol e agentes) 
Procedência (doenças endêmicas) 
- Exame Dermatológico; 
Inspeção, palpação, digitopressão/vitropressão e compressão. 
- História da doença atual; 
Deve detalhar origem, fatores de piora (ambiente, exposição solar), contato com agentes, gravidez 
e ciclo menstrual, medicamentos utilizados. O sintoma dermatológico mais importante é o prurido e 
deve conter informação sobre. Deve-se perguntar outros sintomas e investigá-los muito bem, como 
a dor (graduação da dor), sensibilidade. 
Outro fator importante a ser pesquisado é a condição psicológica do paciente, pois algumas 
dermatoses são intensificadas e precipitadas por fatores emocionais. 
- Antecedentes pessoais, hábitos e antecedentes familiares; 
História de tumores prévios, asma, rinite e outras atopias; alergias medicamentosas, cirurgias 
pregressas. Quanto aos hábitos são importantes o tabagismo e a ingesta de bebidas alcóolicas. 
Em relação aos antecedentes familiares, perguntar casos semelhantes na família. Tipo de pele da 
família, sardas, nevos, envelhecimento, alergias, reações a medicamentos, câncer e nevos atípicos, 
doenças genéticas, tromboses, colagenoses e sintomas concomitantes na família. 
- Interrogatório geral e especial; igual na observação clínica geral. 
Deve conter: ocupação atual e passada, hábitos, histórico de exposição solar no trabalho e 
lazer, dermatoses prévias e tratamento, doenças sistêmicas prévias, tratamentos 
concomitantes e tempo de uso, histórico de medicações de uso contínuo e uso esporádico, 
antecedentes pessoais de reação alérgica ou outro sinal de atopias, cirurgias prévias, 
vacinações, DSTs, desejo de engravidar, histórico da prole e anticoncepção. 
- Exame físico geral e especial. Pode ser simplificado, mas nunca se deve ignorar a PA e o exame 
das mucosas. Examinar, sempre que necessário, linfonodos e nervos periféricos. 
É de extrema importância perguntar sobre o histórico de exposição solar do indivíduo, como: 
exposição na infância e adolescência (intensidade e duração), recreação e esporte, trabalho e horas 
de exposição, queimaduras solares, bronzeamento artificial, comportamento da pele no sol (se 
avermelha ou se bronzeia). 
É importante reconhecer 
os termos das regiões 
cutâneas para 
localização correta das 
lesões e anotação. 
Abaixo imagens das 
regiões cutâneas 
principais. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Após a localização adequada temos que medir corretamente as lesões, com régua flexível ou fita 
métrica (em cm). Anotar sempre o tamanho! Em certas dermatoses, como psoríase, pênfigo, eczema, 
podemos quantificar a extensão pela área de superfície corporal acometida. Para isso, utiliza-se 
a mão do paciente como referência. Cada mão corresponde a aprox.. 1% da superfície corporal. 
 
EXAME OBJETIVO DERMATOLÓGICO 
Compreende o exame da pele, das mucosas, das unhas, dos cabelos, dos pelose dos linfonodos. 
Deve envolver toda a pele (desnudar o paciente) e não somente a lesão principal, pois podem ter 
outras lesões. 
O exame geral da pele pode ser dispensado caso o paciente não queira se submeter a ele, apenas 
à lesão. Perguntar de lesões em áreas não expostas (genitais). 
O exame dermatológico compreende: inspeção, palpação, digitopressão/vitropressão e compressão. 
• INSPEÇÃO 
É a parte mais importante do exame dermatológico. Consiste na observação da lesão em ambiente 
bem iluminado, preferencialmente com luz natural. A luz deve vir de trás do examinador. 
Primeiro examinamos de forma panorâmica a pele, a uma distância de 1 a 2 metros). Depois nos 
aproximamos e avaliamos minuciosamente a lesão. Se necessário, utilizamos ferramentas para 
melhorar a observação da lesão. 
Lembrar sempre de avaliar a mucosa oral e ocular. 
• PALPAÇÃO 
Avalia-se a consistência da lesão, a espessura, volume e profundidade. As lesões podem ser 
classificadas em amolecidas/endurecidas, infiltradas/lenhosas/pétreas. Também avaliamos se tem 
pulsação ou frêmito, nas lesões vascularizadas; se tem aderência aos planos profundos; se existe 
dor à palpação. 
Também faz parte a palpação dos principais glânglios de linfonodos e nervos (tibial posterior, fibular 
e ulnar). 
• DIGITOPRESSÃO/VITROPRESSÃO 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Consiste em pressionar a lesão com os dedos (digitopressão) ou com lâmina de vidro (vitropressão) 
para expulsar o sangue dos vasos. É útil na diferenciação de eritema (vasodilatação) e púrpura 
(extravasamento de sangue), pois no primeiro caso a área fica esbranquiçada, o sangue some, 
enquanto no segundo não muda nada. 
• COMPRESSÃO 
É utilizada para confirmar a presença de edema. A compressão linear permite verificar a presença 
de dermografismo, que é quando aparece uma linha edemaciada e eritematosa ao longo da área 
pressionada. Também avalia certas infiltrações da derme, como no escleromixedema. 
3. TÉCNICAS SEMIÓTICAS PARA OBSERVAÇÃO DERMATOLÓGICA 
Curetagem Metódica (de Brocq): raspagem de lesão escamosa com cureta ou bisturi para análise. 
Muito útil no diagnóstico de psoríase (sinal da vela). 
Luz de Wood: luz ultravioleta específica que facilita o diagnóstico de várias dermatoses, como tíneas, 
vitiligo, infecções, pitiríase versicolor. 
Pesquisa da sensibilidade: importantíssima no diagnóstico da hanseníase. Pesquisa-se sensibilidade 
dolorosa, térmica e tátil. 
Atrito da pele/Urticária: compressão avalia o dermografismo. Um sinal importante é o Sinal de 
Nikolsky, que é o descolamento da epiderme por atrito em lesões bolhosas como pênfigos. 
Dermatoscópio: aumenta a imagem em até 10x e com luz polarizada. Muito útil no diagnóstico do 
melanoma. Também pode ser utilizada para avaliação das unhas e couro cabeludo também. 
Outros testes como teste da histamina, pilocarpina, patergia (picada com agulha e pode gerar pústula 
ou úlcera). 
- Mapeamento Corporal: é realizado pelos especialistas, indicado para pessoas com muitos nevos 
e, em geral, tem casos de melanoma da família. As lesões são fotografadas e avaliadas com 
dermatoscopia digital. As estruturas são observadas e repetidos anualmente ou a cada 2 anos. AS 
pequenas alterações são biopsiadas. 
DIAGNÓSTICO DERMATOLÓGICO 
Para auxiliar no diagnóstico podemos colher material da pele para exames complementares. 
Colhemos por meio de raspado de lesões (micoses superficiais), escarificação (escabiose), 
raspagem com espátula (candidíase). Esses materiais são encaminhados para pesquisa direta do 
agente. 
Dependendo da lesão temos que pegar um material mais profundo, com a derme. É necessária 
anestesia local e um instrumento cortante. O fragmento pode ser utilizado para exame 
histopatológico ou bacteriológico e culturas. 
Podemos, ainda, fazer a biópsia exciosional, que é quando retiramos com o bisturi uma área maior 
com toda a lesão e com certa margem. 
Reações intradérmicas também auxiliam no diagnóstico, como a PPD (reação de Mantoux – 
tuberculose), Mitsuda (hanseníase), Montenegro (leishmaniose), esporotriquina (esporotricose) e 
tricofitina. 
Em lesões cavitárias (vesículas e bolhas) podemos investigar por esfregaços. Observamos células 
com inclusão viral no herpes zoster e células acantolíticas no pênfigo. 
Branda de Oliveira de Lima, Turma LVI - MedUnicamp 
Na dermatologia raramente se utiliza técnicas de imagem, mas pode-se utilizar o rx para investigar 
áreas de calcificação, us para visualização de planos profundos e vascularização, e ressonância 
magnética para avaliação de unhas e extremidades.

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