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INSPEÇÃO, AUSCULTA E PERCUSSÃO ABDOMINAL • 70% dos diagnósticos gastroenterológicos são feitos com a história clínica. • 90% associando-se o exame físico. • Frequentemente exames subsidiários são desnecessários e podem confundir. → Sequência do exame • Inspeção: o Estática o Dinâmica • Ausculta • Percussão • Palpação: o Superficial o Profunda →Pontos de referência: rebordo costais, ângulo de Charpy, cicatriz umbilical, as cristas e espinha ilíacas anteriores, ligamento inguinal ou Poupart e a sínfise púbica. → Divisão topográfica: O abdome pode ser dividido de varias formas, entretanto as divisões de quatro e nove quadrantes são os mais utilizados. • Quatro quadrantes: é dividida por duas linhas imaginarias uma horizontal e outra vertical que se cruzam perpendicularmente na cicatriz umbilical. ▪ Vertical: liga o apêndice xifóide à sínfise púbica. ▪ Horizontal: cruza esta, perpendicularmente, à altura do umbigo. Essa região delimita quatro quadrantes: quadrante superior esquerdo, quadrante superior direito, quadrante inferior esquerdo e quadrante inferior direito. • Nove quadrantes: é formado por 3 linhas horizontais e duas linhas verticais. Três linhas horizontais: – Linha passando pela 6ª cartilagem costal e apêndice xifóide – Linha passando no cruzamento do rebordo costal com a lhmc – Linha unindo as cristas ilíacas Duas linhas verticais: – Prolongamento da linha hemiclavicular até a sínfise púbica → Projeção das vísceras: elas sofrem grandes variações em função da idade, biótipo, nutrição e da própria posição do paciente. INSPEÇÃO As premissas básicas para inspeção do abdome são boa iluminação adequada, desnudamento dessa área corporal e conhecimento de suas características normais, especialmente a projeção dos órgãos na parede abdominal. Deve-se investigar: coloração da pele, presença de estrias, manchas hemorrágicas e a distribuição de pelos. → Abordagem geral • Boa iluminação • Paciente tranquilo e relaxado • Exposição total da região • Bexiga vazia • Decúbito dorsal (lateral ou em pé) • Braços ao lado do corpo e pernas não cruzadas. • Região dolorosa, examinar por último. • Aquecer as mãos • Examinar do lado direito • Distrair o paciente se necessário →Inspeção Estática: ▪ Tipo de abdome (forma e volume): variam de acordo com a idade, sexo e o estado de nutrição do paciente. Em decorrência disso podemos encontrar esses tipo de abdome: ❖ Abdome Átipico ou normal: é simétrico e levemente abaulado. ❖ Abdome Globoso ou protuberante ou distendido: apresenta-se globalmente aumentado, com predomínio nítido do diâmetro anteroposterior sobre o transversal. Pode ser observado na gravidez avançada, ascite, distensão gasosa, obesidade, pneumoperitõnio, obstrução intestinal e outros. ❖ Abdome em ventre de batráquio: paciente em decúbito dorsal observa-se feanco predomínio do diâmetro transversal sobre o anteroposterior. Pode ser observado em ascite em fase de regressão. ❖ Abdome Pendular ou ptótico: paciente em pé, as vísceras pressionam a parte inferior da parede abdominal, produzindo nesse local uma protrusão. Causada comumente pela flacidez do abdome. ❖ Abdome em Avental: em obesidade de grau elevado, sendo consequência do acumulo de tecido gorduroso na parede abdominal. Nesse tipo, a parede abdominal pende “como um avental” sobre a coxa do paciente. ❖ Abdome Escavado: parede abdominal retraída. ❖ Gravídico: em gravidez. ❖ Tábua. ▪ Cicatriz Umbilical: normalmente apresenta forma plana ou levemente retraída. O encontro de uma protrusão na cicatriz umbilical indica geralmente a existência de uma hérnia ou um acumulo de liquido nessa região. Pode ser encontrado nessa região também nódulos. ▪ Abaulamentos ou retração: em condições normais o abdome tem forma regular e simétrica, o que não indica anormalidade. O abaulamento ou retração, em uma determinada região, torna o abdome assimétrico e irregular indicando alguma anormalidade. As principais causas são: hepatomegalia, esplenomegalia, útero grávido, tumores e outros. ▪ Cicatrizes: podem fornecer informações uteis sobre uma cirurgia anterior. ▪ Distribuição anormal de pelos. ▪ Veias superficiais: o padrão venoso da parede do abdome normalmente é pouco perceptível. Quando as veias se tornam visíveis pode ser característica de uma circulação colateral. Além disso pode ter presença de turgência venosa. →INSPEÇÃO DINÂMICA ▪ Abaulamentos: a uma busca por abaulamento usando a manobra de smith-bates ou carnet: para diferenciar abaulamentos de parede dos intra-abdominais. ▪ Movimentos respiratórios: em condições normais, é observado no andar superior do abdome,caracterizando a respiração toracoabdominal. ▪ Movimentos peristálticos: as ondas peristálticas podem ocorrer espontaneamente ou após alguma manobra provocativa. Quando visíveis podem indicar obstrução em algum segmento do tubo digestório. Logo,deve-se analisar a localização e sentido dessas ondas. ▪ Pulsações: podem ser observadas e palpadas e quase sempre se refletem as pulsações da Aorta abdominal. AUSCULTA DO ABDOME A ausculta do abdome fornece informações importantes a respeito da movimentação de gases e líquidos no trato intestinal, além de pesquisar a presença de sopros vasculares na aorta e seus ramos principais. É usado o estetoscópio para sua avaliação em que ausculta durante um minuto em um ou dois pontos. →Ruídos encontrados (Ruídos hidroaéreos (rha)): deve-se ausculta os 4 quadrantes ou em W por pelo menos 3 minutos em cada quadrante para detectar a ausência de peristalse. A peristalse pode ser: – Peristalse normal, aumentada, diminuída ou ausente. – Peristalse de luta (obstrução): ruído de alta intensidade e freqüência, podendo chegar ao timbre metálico. Em condições normais, os ruídos hidroaéreos, ocorrem mais ou menos a cada 5 a 10s por ruídos de timbres agudos pela movimentação dos gases. O ruído pode estar alterado: • Ruídos aumentados: tornam-se mais intensos em função do aumento do peristaltismo e são denominados “borborigmos’, sendo encontrado em casos de diarreia ou oclusão intestinal • Ruídos diminuídos: íleo paralítico, síndrome caracterizada pelo desaparecimento do peristaltismo intestinal. Ausculta também é útil no pós-operatório de cirurgias intraperitoniais, quando ocorre o íleo paralítico. Os movimentos peristálticos cessam ou diminuem por um tempo variável (24 a 72 horas) e a realimentação do paciente só se inicia com a normalização dos ruídos. Numa infecção peritoneal, pode haver íleo por tempo maior de 72 horas. Além disso, os ruídos podem ser ouvidos no abdome por sopro sistólico e outros como: • Atrito hepático (cirrose ou neoplasia hepática) • Sopro hepático (cirrose ou neoplasia hepática por neovascularização) • Sopro contínuo venoso periumbilical (sopro por circulação colateral, hiperfluxo na veia umbilical) →Ausculta arterial PERCUSSÃO DO ABDOME Na percussão do abdome a posição fundamental do paciente é decúbito dorsal, podendo ser mudada quando necessária como no caso da ascite. →Sons Abdominais: podemos observar os seguintes tipos de sons no abdomem: ▪ Som timpânico: indica a presença de ar dentro de uma víscera oca. Em condições normais é percebido em quase todo o abdome, mas é mais nítido na área de projeção do fundo do estomago (espaço de Traube). ▪ Som hipertimpanico: quando aumenta a quantidade de ar. Ex: volvo, pneumoperitônio. ▪ Som submaciço: menor quantidade de ar ou superposição de uma víscera maciça sobre uma alça intestinal. ▪ Som maciço: ausência de ar, presente em víscera maciça como fígado, baço. A ascite contendo liquido produz esse som. →Deve-se investigar na percussão: ▪ Avaliar a intensidade e distribuição dos gases no abdome ▪ Identificar massas sólidas ou líquidas ▪ Identificarpresença de líquido livre na cavidade abdominal ▪ Presença de macicez na área hepática ▪ Presença de timpanismo no espaço de traube ▪ Limitar e dimensionar o fígado e o baço. →Percussão hepática: percute-se o hemitoraz direito ao nível da linha hemiclavicular direita desde sua origem na clavícula até o 4ª ou 5ª espaço intercostal. De inicio obtem- se o som claro pulmonar, em seguida, na altura do 5ºou 6º espaço intercostal observa-se o som submaciço. Esse ponto corresponde o limite superior do fígado. Seguindo, encontraremos o som maciço,e com isso é possível avaliar a hepatimetria, ou seja, avaliar o tamanho do fígado, desde o seu limite superior a onde começa o som submaciço, até sua borá inferior, onde vai desaparecer a macicez hepática, dando início na parede abdominal o som timpânico. O não encontro da macicez hepática deve-se: atrofia hepática, pneumoperitônio. Características Semiológicas normais do fígado: superfície regular e lisa, indolor a palpação, consistência elástica ou normal, bordas finas. → Percussão esplênica: • Avaliar esplenomegalia • Percussão do espaço de traube – desaparecimento do timpanismo • Posição em decúbito dorsal – posição de schuster → espaço de traube : “espaço semilunar de traube” → Percussão dos rins: s rins estão localizados na região posterior do abdómen, atrás do peritónio, motivo pelo qual são chamados de órgãos retroperitoneais, aproximadamente no mesmo nível que as vértebras T12 a L3. Sinal de giordano: percussão com a borda ulnar da mão direita espalmada, na região da fossa lombar do paciente ,mais especificamente, na altura da loja renal (flancos). Se a manobra evidenciar sinal de dor aguda, em pontada, no paciente, o sinal de Giordano é positivo, o que indica grande probabilidade doença renal (litíase e pielonegrite aguda). Punho-percussão de murphy: semelhante à giordano porém com a mão fechada. →Diagnostico de dor abdominal ✓ Complexo ✓ Grande número de estruturas que podem ser afetadas ✓ Grande número de doenças com sintomas semelhantes ✓ Potencialmente grave e pode levar à morte https://pt.wikipedia.org/wiki/Abd%C3%B3men https://pt.wikipedia.org/wiki/Perit%C3%B3nio https://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A9rtebra
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