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ATERRAMENTO DE INSTALAÇÕES 
ElétricAS DE BAIXA TENSÃO 
 
 
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Rua Argemiro Piva 246, Paulínia/SP, CEP 13140-426 
Tel: (19) 3844-4488/3844-8399 
paiol@paiolengenharia.com.br 
 
ATERRAMENTO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DE 
BAIXA TENSÃO 
 
Paulo Edmundo da F. Freire 
(paulofreire@paiolengenharia.com.br) 
 
Engo Eletricista e Mestre em Sistemas de Potência pela PUC-RJ 
Especialização em Aterramento e Interferências na SES, Montreal, Canadá 
Doutorando em Geologia/Geofísica pela Unicamp 
Diretor da PAIOL Engenharia 
 
ÍNDICE 
 
INTRODUÇÃO 
 
1. ATERRAMENTO DE INSTALAÇÕES EM BAIXA TENSÃO ....................................... 1 
1.1 ASPECTOS GERAIS .................................................................................................... 2 
1.1.1 Integração dos Aterramentos ...................................................................... 2 
1.1.2 Segurança Humana em Instalações de Baixa Tensão .............................. 2 
1.2 ESQUEMAS DE ATERRAMENTO E DE PROTEÇÃO ................................................ 3 
1.2.1 Esquema TN .................................................................................................. 4 
1.2.2 Esquema TT .................................................................................................. 6 
1.2.3 Esquema IT ................................................................................................... 6 
1.3 ELETRODOS DE ATERRAMENTO ............................................................................. 7 
1.4 LIGAÇÕES DE ATERRAMENTO ................................................................................. 8 
1.5 CONDUTORES DE PROTEÇÃO ............................................................................... 12 
1.6 ATERRAMENTO DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS SENSÍVEIS ...................... 14 
1.7 PROTEÇÃO PRIMÁRIA CONTRA SOBRETENSÕES .............................................. 15 
1.8 ATERRAMENTO EM ARMADURAS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO ............... 16 
1.8.1 Em Prédios Novos ...................................................................................... 18 
1.8.2 Testes de Continuidade ............................................................................. 22 
1.9 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 22 
2. ATERRAMENTO E PROTEÇÃO DE ÁREAS DE TANCAGEM................................. 24 
2.1 REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 26 
 
 
 ATERRAMENTO DE INSTALAÇÕES 
ElétricAS DE BAIXA TENSÃO 
 
 
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1. ATERRAMENTO DE INSTALAÇÕES EM BAIXA TENSÃO 
 
Os critérios de aterramento de instalações de baixa tensão encontram-se bem 
estabelecidos na norma NBR-5410/2008 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão), podendo 
ser complementados com as recomendações constantes da norma NBR-5419/2005 
(Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas). A adoção dos padrões, critérios e 
recomendações constantes nestas duas normas, proporciona proteção adequada às 
pessoas e edificações, às instalações elétricas de baixa tensão (energia e sinal) e aos 
equipamentos. 
 
A primeira revisão da norma NBR-5410 substituiu a antiga NB3 (de 1960), marcando o 
início da adoção dos padrões da IEC (“International Eletrotechnical Commission”) nas nossas 
instalações. A revisão baseou-se na norma IEC-364 (“Electrical Installations for Buildings”), 
complementada pela norma francesa NF C 15-100 (“Installations Électriques à Basse 
Tension”). As versões de 1990, 1997 e 2004, incorporaram novos documentos da IEC, 
tornando a nossa norma mais moderna e abrangente. 
 
A NBR-5410, dentro das suas atribuições conforme seu Capítulo 1, fixa as condições a 
quem devem satisfazer as instalações elétricas, a fim de garantir seu funcionamento 
adequado, a segurança de pessoas e animais domésticos e a conservações de bens. A 
versão atual da NBR-5410/2008, abrange todas as redes elétricas - de energia ou de sinal, 
internas ou externas - adentrando a edificação e/ou propriedade. É o similar nacional da 
National Electric Code (NEC) dos EUA, e está em conformidade com as Normas da IEC e 
Recomendações de ITU-T, sendo apropriada e compatível com as condições brasileiras. 
 
As novidades das últimas revisões da NBR-5410, relativas ao aterramento e 
compatibilidade eletromagnética das instalações, podem ser assim resumidas: 
 aterramento único para toda a instalação, integrado à estrutura da edificação - o eletrodo 
de aterramento preferencial numa edificação é o constituído pelas armaduras de aço 
embutidas no concreto das fundações das edificações; 
 as entradas dos serviços públicos de energia e sinais (PTR) devem estar localizadas 
próximas entre si e junto ao aterramento comum (os aterramentos de energia e de sinal 
dos equipamentos deve ser comuns na entrada da instalação); 
 a entrada de energia deve dispor de dispositivos de proteção primária contra sobretensões 
– nível I de proteção; 
 o aterramento do neutro deve ser feito somente na entrada da instalação – daí para a 
frente o neutro recebe o tratamento de um condutor vivo (energizado); 
 o condutor de aterramento deve ser conduzido junto à cabeação de energia, desde a 
entrada da instalação; 
 a cabeação de um circuito de sistema de energia deve formar um grupo compacto 
simétrico; 
 as cabeações de energia e de sinal devem andar junto e paralelas, desde a entrada da 
instalação até o ponto de utilização, nos respectivos meios de encaminhamento, que pode 
ser de metal ferromagnético contínuo, se exigido; 
 o PTR deve ter dispositivos de proteção contra sobretensões e, conforme caso, contra 
sobrecorrentes, com capacidade dimensionada conforme estejam ou não aterradas as 
capas metálicas dos cabos de telecomunicações das rede externa e interna. 
 
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O sistema de aterramento de instalações de baixa tensão inclui os seguintes 
elementos: 
 condutores de proteção; 
 condutores de ligação equipotencial e de aterramento; e 
 eletrodos de aterramento. 
 
A estes elementos devem-se acrescentar os dispositivos de proteção primária contra 
sobretensões, a serem instalados na entrada de energia. 
 
As definições relativas aos eletrodos de aterramento são mais amplas e completas na 
norma NBR-5419/2005 (“Proteção de estruturas contra Descargas Atmosféricas”), que 
contempla a utilização de ferragens estruturais para a função de eletrodos de aterramento. 
 
1.1 ASPECTOS GERAIS 
 
1.1.1 Integração dos Aterramentos 
 
A moderna tecnologia para o dimensionamento de sistemas de aterramento de 
instalações industriais/comerciais, conforme estabelecido pelas normas NBR-5410/2008 e 
NBR-5419/2005, recomenda a integração dos seus diversos subsistemas, dentre os quais se 
destacam: 
 o neutro e os condutores de proteção da rede de distribuição de energia; 
 o aterramento do sistema de proteção contra descargas atmosféricas; 
 o aterramento das entradas de sinais e o "plano terra" para o aterramento de instalações 
contendo equipamentos eletrônicos (laboratórios, CPD's, estações de telecomunicações, 
sistemas de controle de processo etc.); e 
 o aterramento de estruturas metálicas diversas (ferragens estruturais, esquadrias, 
tubulações, tanques, cercas, "racks", painéis etc.). 
 
Esta integração resulta em benefícios para o funcionamento do sistema, devendo, 
porém ser realizada com os devidos cuidados de modo a evitar interferências indesejadas 
entre os diversos subsistemas. Dentre as vantagens da integração dos aterramentos, 
destacam-se: 
 equipotencialização de massas metálicas; 
 unificação das referências de terra; e 
 redução da resistênciade aterramento da instalação, em função da maior área da malha. 
 
1.1.2 Segurança Humana em Instalações de Baixa Tensão 
 
A tensão de contato limite, tensão que uma pessoa pode suportar indefinidamente sem 
risco, é função da forma como este contato é estabelecido (umidade local e caminho 
percorrido no corpo humano), e das condições ambientes (tipo de local onde ocorre o 
contato e do piso). A norma NBR-5410/2008 identifica quatro níveis de risco a que uma 
pessoa pode ser submetida a um choque elétrico, associados às condições do contato, 
apresentado na Tabela 1.1. 
 
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CÓDIGO RESISTÊNCIA 
DO CORPO 
CONDIÇÕES DESCRIÇÃO TENSÕES 
MÁXIMAS 
BB1 elevada seca Pele seca 
BB2 normal úmida Pele úmida de suor 50 Vca e 120 Vcc 
BB3 fraca molhada Despreza-se a resistência 
de contato dos pés 
25 Vca e 60 Vcc 
BB4 muito fraca imersa Piscinas e banheiras tensão nominal < 
12 V 
Tabela 1.1: situações de risco de choque classificadas pela NBR-5410 (Tabela 13). 
 
1.2 ESQUEMAS DE ATERRAMENTO E DE PROTEÇÃO 
 
As redes de distribuição são classificadas segundo diversos esquemas de aterramento, 
que diferem entre si em função da situação da alimentação e das massas com relação à 
terra. Os diferentes sistemas são classificados segundo um código de letras na forma - XY-Z 
- onde: 
 X - identifica a situação da alimentação em relação à terra: 
 T - sistema diretamente aterrado, 
 I - sistema isolado ou aterrado por impedância; 
 Y - identifica a situação das massas da instalação com relação à terra: 
 T - massas diretamente aterradas; 
 N - massas ligadas ao ponto de alimentação, onde é feito o aterramento; 
 Z - disposição dos condutores neutro e de proteção: 
 S - condutores neutro e de proteção distintos, 
 C - neutro e de proteção combinados em um único condutor (PEN). 
 
A NBR-5410/2008 estabelece que as massas metálicas de equipamentos elétricos 
sejam ligadas a condutores de proteção, compondo uma rede de aterramento, e que um 
dispositivo de proteção deve seccionar automaticamente a alimentação do circuito por ele 
protegido, sempre que uma falta entre parte viva e massa der origem a uma tensão de 
contato perigosa. 
 
O tempo máximo de seccionamento é determinado diretamente, em função da tensão 
nominal da instalação e do esquema de aterramento, conforme a Tabela 1.2. 
 
Qualquer que seja o esquema de aterramento, devem ser utilizados dispositivos a 
corrente diferencial-residual (disjuntores DR) de alta sensibilidade (In < 30mA), para 
proteção complementar contra contatos diretos nas seguintes situações: 
 circuitos que sirvam pontos em locais que possuam banheira ou chuveiros; 
 circuitos que alimentem tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação; 
 circuitos de tomadas de corrente situadas em áreas internas que possam alimentar 
equipamentos no exterior; e 
 circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, garagens, 
áreas de serviço, e qualquer outro ambiente sujeito a lavagem. 
 
Podem ser excluídos da obrigatoriedade do uso de dispositivos DR, nas áreas acima 
classificadas, os circuitos que alimentam luminárias localizadas a mais de 2,5m de altura e 
as tomadas não diretamente acessíveis, destinadas a alimentar refrigeradores e 
congeladores. 
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Esquema de Tensão nominal TEMPO DE SECCIONAMENTO (s) 
aterramento fase-terra (V) Situação 1 Situação 2 
 115, 120, 127 0,8 0,35 
 220 0,4 0,20 
TN 277 0,4 0,20 
 400 0,2 0,05 
 > 400 0,1 0,02 
 208, 220, 230 0,8 0,35 
IT 380, 400, 480 0,4 0,20 
 690 0,2 0,05 
 1000 0,1 0,02 
Tabela 1.2: tempos de seccionamento máximo (Tabelas 20 e 21 da NBR-5410). 
 
1.2.1 Esquema TN 
 
O esquema TN possui um ponto de alimentação diretamente aterrado, sendo as 
massas ligadas a este ponto por condutores de proteção. A corrente de falta direta fase-
massa é uma corrente de curto-circuito. Em função da combinação condutor de 
proteção/condutor neutro, o esquema TN apresenta as seguintes variações possíveis: 
 esquema TN-S - o condutor neutro (N) e o condutor de proteção (PE) são separados; 
 esquema TN-C-S - as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único 
condutor (PEN) em uma parte da instalação; e 
 esquema TN-C - as funções de neutro e de proteção são combinadas em um único 
condutor (PEN) ao longo de toda a instalação. 
 
No esquema TN-C a proteção somente pode ser realizada por dispositivo a 
sobrecorrente (disjuntor convencional), uma vez que este esquema é incompatível com o 
disjuntor DR (diferencial-residual), enquanto que no esquema TN-S ambos os dispositivos 
podem ser utilizados. 
 
Em instalações alimentadas por rede de alimentação pública que utilize esquema TN, 
quando não puder ser garantida a integridade do condutor PEN, devem ser utilizados 
disjuntores DR. 
 
Nos sistemas TN as características do dispositivo de proteção e as impedâncias dos 
circuitos devem atender a seguinte condição: 
 0UIaZ s  , onde 
 Zs – impedância do percurso da corrente de falta; 
 Ia – corrente que assegura a atuação do dispositivo de proteção em um tempo máximo 
conforme a Tabela 1.1; e 
 U0 – tensão nominal fase-terra. 
 
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Figura 1.1: alternativas de esquema de aterramento TN. 
 
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1.2.2 Esquema TT 
 
O esquema TT possui um ponto da alimentação diretamente aterrado, estando as 
massas da instalação ligadas a pontos de aterramento distintos do ponto de aterramento da 
instalação. A corrente de falta direta fase-massa é inferior a uma corrente de curto-circuito, 
podendo apresentar, porém, magnitude suficiente para produzir tensões de contato 
perigosas. Nos sistemas TT a proteção por disjuntor DR é obrigatória, devendo ser atendida 
a seguinte condição: 
 R I UA n L  , onde 
 RA - resistência de aterramento das massas; 
 In - corrente diferencial-residual nominal; e 
 UL - tensão de contato limite. 
 
Visando a seletividade, dispositivos DR do tipo S podem ser utilizados em série com 
dispositivo DR geral (este com tempo de atuação não inferior a 1s). 
 
1.2.3 Esquema IT 
 
O esquema IT não possui qualquer ponto da alimentação diretamente aterrado 
(sistema isolado ou aterrado por impedância), estando, no entanto, as massas da instalação 
diretamente aterradas. As correntes de falta fase-massa não são elevadas o suficiente para 
dar origem a tensões de contato perigosas. Estes sistemas não devem possuir o neutro 
distribuído pela instalação, sendo obrigatória a utilização de dispositivo supervisor de 
isolamento (DSI) com alerta sonoro e/ou visual. As massas podem ser aterradas de duas 
maneiras: 
 individualmente (ou por grupos) - proteção igual a de sistemas TT; ou 
 coletivamente aterradas - valem as regras do esquema TN. 
 
O esquema IT deve ser restrito às seguintes aplicações: 
 suprimento de instalações industriais de processo contínuo, onde a continuidade da 
alimentação seja essencial, com tensão de alimentação igual ou superior a 380V, com 
atendimento obrigatório das seguintes condições: 
 o neutro não é distribuído, 
 existe detecção permanente de falta para a terra, 
 manutenção e supervisão a cargo de pessoal habilitado; 
 suprimento de circuitos de comando, cuja continuidade seja essencial, alimentadas por 
transformador isolador, com tensão primária inferior a 1kV,com atendimento obrigatório 
das seguintes condições: 
 existe detecção permanente de falta para a terra, 
 manutenção e supervisão a cargo de pessoal habilitado; 
 circuitos isolados de reduzida extensão, em instalações hospitalares, onde a continuidade 
da alimentação e a segurança dos pacientes seja essencial; 
 alimentação exclusiva de fornos industriais; e 
 alimentação de retificadores dedicados a acionamentos de velocidade controlada. 
 
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Figura 1.2: esquema de aterramento TT. 
 
 
Figura 1.3: esquema de aterramento IT. 
 
1.3 ELETRODOS DE ATERRAMENTO 
 
A NBR-5410/2008 estabelece que quando o aterramento pelas fundações não for 
praticável, o eletrodo de aterramento deve ser constituído por um anel, complementado por 
hastes verticais, circundando o perímetro da edificação. Esta norma também estabelece que 
não devem ser usados como eletrodo de aterramento canalizações metálicas de 
fornecimento de água e outros serviços, o que não exclui a ligação equipotencial das 
mesmas à barra BEP. 
 
Vale lembrar que eletrodos de aterramento verticais são mais eficientes na dissipação 
para o solo de descargas impulsivas, tais como as que caracterizam as descargas 
atmosféricas, do que eletrodos horizontais. Os aterramentos do sistema de proteção contra 
descargas atmosféricas e da instalação elétrica devem ser interligados, preferencialmente 
em um eletrodo comum, conforme apresentado na Figura 1.4c. 
 
A Tabela 1.3 apresenta as dimensões mínimas de diferentes tipos de eletrodos de 
aterramento, bem como as recomendações quanto ao posicionamento dos mesmos, onde 
destacam-se: condutores nus; hastes, cantoneiras ou tubos; fitas ou cabos de aço; e 
ferragens do concreto armado. 
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Quanto aos aterramentos para sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, a 
norma NBR-5419/2015 admite apenas a conFiguração de eletrodos em anel ou embutidos 
nas fundações da estrutura, com a eliminação da exigência de resistência máxima de 10 Ω. 
O aterramento embutido nas fundações da edificação, apresenta diversas vantagens com 
relação ao arranjo A, dentre as quais destacam-se: 
 menor custo de instalação; 
 vida útil compatível com a da edificação; 
 resistência de aterramento mais estável; e 
 maior proteção contra seccionamentos e danos mecânicos. 
 
TIPO DE ELETRODO DIMENSÕES MÍNIMAS OBSERVAÇÕES 
tubo de aço zincado 2,4 m x 25 mm 
 
cravação vertical 
perfil de aço zincado cantoneira de 2,4 m x 
20x20x3 mm 
haste de aço zincado 2 m x 15 mm 
haste de aço cobreada 2 m x 15 mm 
haste de cobre 2 m x 15 mm 
fita de cobre 10 m x 2 mm x 25 mm2 profundidade mínima de 0,6 m e 
largura na vertical fita de aço galvanizado 10 m x 3 mm x 100 mm2 
cabo de cobre 10 m x 50 mm2 
profundidade mínima de 0,6 m e 
posição na horizontal 
cabo de aço zincado 10 m x 95 mm2 
cabo de aço cobreado 50 mm2 x 10 m 
Tabela 1.3: dimensões mínimas de eletrodos de aterramento. 
 
1.4 LIGAÇÕES DE ATERRAMENTO 
 
A NBR-5410/2008 estabelece que em qualquer instalação deve ser previsto um 
terminal ou barra de aterramento principal (BEP), que deve estar localizado na edificação, 
podendo os seguintes condutores serem a ele ligados: 
 condutor de aterramento (que interliga o eletrodo de aterramento ao BEP); 
 condutores de proteção principais (PE); 
 condutores de eqüipotencialização principais; 
 condutores terra paralelo (PEC); 
 condutor neutro, se o aterramento deste for previsto neste ponto; 
 barramento de eqüipotencialização funcional, se necessário; 
 condutores de eqüipotencialização ligados a eletrodos de aterramento de outros sistemas; 
 elementos condutivos da edificação. 
 
A interligação do neutro da rede externa de distribuição, quando a alimentação for 
realizada em baixa tensão, é providência essencial para a obtenção do grau mínimo de 
efetividade de aterramento do neutro, conforme os projetos de redes de distribuição 
padronizados pelas concessionárias de energia elétrica. 
 
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A Figura 1.4 apresenta um esquema de ligação equipotencial para a utilização em 
instalações prediais. A Figura 1.5 apresenta as diferentes conFigurações de aterramento de 
mastro pára-raios e de antenas, com relação ao terminal de ligação equipotencial. 
 
As conexões para o aterramento de tubulações metálicas devem utilizar 
cintas/braçadeiras do mesmo material do tubo, de modo a evitar corrosão por formação de 
pares galvânicos. No caso da canalização de gás, deve ser instalada uma luva isolante 
próximo à sua entrada na edificação, de modo a promover a separação elétrica entre a rede 
pública de gás e a instalação do consumidor. 
 
Os condutores utilizados para as ligações equipotenciais ao terminal principal devem 
possuir seção pelo menos igual à metade do condutor de proteção de maior seção da 
instalação, com um mínimo de 6 mm2. Admite-se um máximo de 25mm2 para condutores de 
cobre, ou seção equivalente para outros metais. Os condutores destinados à conexão de 
massas metálicas aos eletrodos enterrados deverão possuir as seções mínimas constantes 
da Tabela 1.4. 
 
Em redes industriais, as ligações equipotenciais podem ser realizadas pela conexão 
dos condutores de proteção dos equipamentos elétricos ao barramento PEN dos quadros 
/painéis de distribuição e/ou pela conexão direta de estruturas metálicas em geral à malha de 
aterramento. 
 
A utilização dos condutores de proteção dos equipamentos elétricos para o 
aterramento do maquinário por eles acionado é adequada, usualmente, para instalações 
abrigadas no interior de prédios, galpões etc. No caso de instalações abertas ou ao tempo, é 
importante, além da utilização dos condutores de proteção dos motores elétricos, que sejam 
realizadas conexões das estruturas metálicas diretamente à malha de aterramento, 
procedimento que se justifica por diversas razões, dentre as quais: 
 as distâncias entre os motores e os CCM's geralmente são maiores do que no interior de 
edificações; 
 em condição de chuva, as tensões de toque e passo são agravadas em função das 
superfícies das estruturas e do piso estarem molhadas; e 
 os riscos associados à exposição direta a descargas atmosféricas. 
 
As descidas de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas, constituem-se 
em casos particulares de condutores de aterramento. O condutor de descida não deve ser 
encaminhado no interior de duto metálico ou, quando embutido em colunas de concreto, não 
deve lançado no centro das ferragens, de modo a evitar o aumento da sua impedância. A 
Tabela 1.5 apresenta as seções mínimas para estes condutores, em função dos materiais 
utilizados e da fração da corrente de descarga prevista para circular nos mesmos. 
 
 SEÇÃO DO CONDUTOR (mm2) 
MATERIAL/MEIO NU ISOLADO 
cobre em solo 
alcalino 
ácido 
 
ferro 
 
16 
25 
 
50 
16 
 
 
 
16 
Tabela 1.4: seção dos condutores de aterramento enterrados e não protegidos 
mecanicamente. 
 
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 SEÇÃO DO CONDUTOR (mm2) 
MATERIAL PRINCIPAL INTERLIGAÇÃO 
cobre 
alumínio 
ferro 
16 
25 
50 
6 
10 
16 
Tabela 1.5: seção dos condutores de aterramento de sistemas de proteção contra 
descargas atmosféricas. 
 
 
Figura 1.4: barra de equipotencialização principal (BEP). 
 
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Figura 1.5: ligações na entrada de energia da edificação. 
 
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1.5 CONDUTORES DE PROTEÇÃO 
 
O condutor de proteção tem por função o aterramento das massas metálicas de 
equipamentos elétricos. O seu dimensionamento visa a proteção de pessoas contra choques 
elétricos devido a contatos indiretos, ou seja, o toque na carcaça de um equipamento (ou em 
estrutura metálica anexa) que ficou sob tensão em consequência de uma falha de isolamento 
interna, e ainda, o desempenho adequado dos dispositivos de proteção, sejam por 
sobrecorrente (fusíveis e disjuntores) ou a corrente diferencial-residual (interruptor ou 
disjuntor DR). 
 
Em função do esquema de aterramento da instalação, o condutor de proteção proverá 
o aterramento das massas metálicas a ele conectadas, diretamente no ponto de aterramento 
da alimentação (esquema TN, predominante em redes industriais) ou em ponto distinto do 
ponto de aterramento da alimentação (esquemas TT e IT). 
 
A norma NBR-5410/2008 considera que a continuidade do condutor de proteção vem a 
ser um dos cinco ensaios básicos a que uma instalação deve ser submetida quando do seu 
comissionamento. 
 
A seção mínima do condutor pode ser determinada pela expressão (aplicável apenas 
para tempos de atuação dos dispositivos de proteção inferiores a 5 segundos): 
S
I t
K

2
 , onde, 
 S = seção mínima do condutor de proteção (mm²), 
 I = valor (eficaz) da corrente de falta que pode circular pelo dispositivo de proteção, para 
uma falta direta (A), 
 t = tempo de atuação do dispositivo de proteção (s), e 
 K = constante definida na Tabela 1.6 (fator que depende do material do condutor de 
proteção, de sua isolação e outras partes, e das temperaturas inicial e final). 
 
Esta expressão leva em consideração apenas as condições de aquecimento do 
condutor à passagem da corrente de falta, podendo resultar em seções muito pequenas, que 
podem não atender aos requisitos de resistência mecânica e, principalmente, de impedância 
mínima. Tem-se, portanto, que este critério de dimensionamento é mais aplicável quando da 
utilização de dispositivos de proteção DR. 
 
Alternativamente, a seção mínima do condutor de proteção pode ser determinada em 
função da seção dos condutores fase do respectivo circuito, contanto que os condutores em 
questão sejam constituídos do mesmo material, conforme indicado na Tabela 1.7. Este 
critério atende aos requisitos elétricos e mecânicos desejados para o condutor de proteção, 
sendo adequado para instalações que utilizam dispositivos de proteção por sobrecorrente. 
 
Nas instalações fixas, com esquemas de aterramento TN, as funções de condutor de 
proteção e neutro podem ser combinadas (condutor PEN), desde que esta parte da 
instalação não seja protegida por um dispositivo DR, sendo admitidas as seguintes seções 
mínimas: 
 10 mm2 em cobre; 
 16 mm2 em alumínio; e 
 4 mm2 se o condutor fizer parte de um condutor concêntrico. 
 
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Este esquema de aterramento exige continuidade do condutor PEN desde o 
transformador e recomenda o multi-aterramento do condutor de proteção, especialmente nas 
entradas de edificações. Se, a partir de um ponto qualquer da instalação, o neutro e o 
condutor de proteção forem separados, não é permitido religá-los após esse ponto. No ponto 
de separação, devem ser previstos terminais ou barras separadas para o condutor de 
proteção PE e o neutro. O condutor PEN deve ser ligado ao terminal ou barra previsto para o 
condutor de proteção PE, e aterrado no BEP da edificação (esquema TN-C-S). 
 
A seção mínima de qualquer condutor de proteção, que não faça parte do mesmo 
invólucro que os condutores vivos, deverá ser 2,5 ou 4,0mm2, respectivamente se possuir ou 
não proteção mecânica. Podem ser utilizados como condutores de proteção: 
 as veias de cabos multipolares; 
 condutores isolados ou cabos unipolares num conduto comum aos condutores vivos; 
 condutores isolados, cabos unipolares ou condutores nus independentes, com trajeto 
idêntico aos circuitos protegidos; 
 proteções metálicas ou blindagens de cabos; e 
 eletrodutos e outros condutos metálicos. 
 
CABOS ISOLADOS MATERIAL DA COBERTURA 
TIPO DO CONDUTOR MATERIAL DO 
CONDUTOR 
PVC 
(160 C) 
EPR/XLPE 
(250 C) 
INDEPENDENTES 
(condutor isolado, cabo unipolar ou cabo 
nu em contato com a cobertura do cabo) 
cobre 
alumínio 
aço 
143 
95 
52 
176 
116 
64 
VEIAS DE CABOS MULTIPOLARES cobre 
alumínio 
115 
76 
143 
94 
 
CABOS NUS MATERIAL 
CONDIÇÕES DE APLICAÇÃO COBRE ALUMÍNIO AÇO 
visível e em área restrita (500 C) 228 125 (300 C) 82 
condições normais (200 C) 159 105 58 
risco de incêndio (150 C) 138 91 50 
* temperaturas máximas entre parênteses 
Tabela 1.6: valores de K - dimensionamento de condutores de proteção - considera-se 
que a temperatura inicial é de 30 ºC. 
 
CONDUTORES FASE CONDUTOR DE PROTEÇÃO 
S<16 
16<S<35 
S>35 
S 
16 
S/2 
Tabela 1.7: seção mínima do condutor de proteção (mm2) em função da seção do 
condutor fase. 
 
Elementos metálicos tais como proteções e blindagens de cabos de energia, invólucros 
de barramentos blindados e eletrodutos, poderão ser interligados como condutores de 
proteção, se a sua continuidade elétrica for garantida e se a sua condutância atender aos 
critérios de dimensionamento acima apresentados. Cabem, ainda, as seguintes 
observações: 
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 os invólucros de barramentos blindados devem permitir a conexão de condutores de 
proteção em todos os cofres de derivação; 
 as canalizações de água e gás não devem ser utilizadas como condutores de proteção; 
 somente cabos ou condutores podem ser utilizados como condutor PEN; e 
 um condutor de proteção pode ser comum a vários circuitos de distribuição ou terminais, 
quando estes estiverem contidos num mesmo conduto (devendo neste caso ser 
dimensionado com base no condutor fase do circuito mais carregado). 
 
É importante frisar a importância do agrupamento do elemento de proteção (condutor, 
blindagem ou eletroduto) próximo aos condutores vivos do circuito correspondente, de modo 
a minimizar a impedância do circuito, garantindo um caminho de retorno natural para as 
correntes de falta fase-terra, tendo em vista a melhor atuação das proteções por 
sobrecorrente. 
 
Outros caminhos de retorno, tais como malha de aterramento ou estruturas metálicas, 
apresentam elevada impedância, em função dos afastamentos para com os condutores 
vivos, e permitem o surgimento de tensões ou correntes induzidas em outros circuitos ou 
estruturas condutoras existentes nas imediações. 
 
Dentre os riscos associados ao campo eletromagnético resultante do retorno 
inadequado de altas correntes de curto-circuito, além dos potenciais de toque perigosos, 
podem ser citados o surgimento de centelhamentos em conexões metálicas eletricamente 
imperfeitas (crítico em ambientes de atmosferas explosivas), e induções de tensões e 
correntes em circuitos de sinal, com consequências que vão do simples ruído à queima de 
placas e componentes. 
 
1.6 ATERRAMENTO DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS SENSÍVEIS 
 
Também chamados de Equipamentos de Tecnologia da Informação (ETI), incluem: 
 equipamentos de telecomunicação e de transmissão de dados, equipamentos de 
processamentos de dados ou instalações que utilizam transmissão de sinais com retorno a 
terra, interna ou externamente ligada a uma edificação; fontes de corrente contínua que alimentam ETIs no interior de uma edificação; 
 equipamentos e instalações de CPCT – Central Privativa de Comutação Telefônicas 
(PABX); 
 redes locais; 
 sistemas de alarme contra incêndio e contra roubo; 
 sistemas de automação; 
 sistemas CAM (Computer Aided Manufacturing) e outros que utilizam sistemas 
microprocessados. 
 
De modo a reduzir os problemas de interferências, a alimentação destes equipamentos 
nunca deve ser em esquema TN-C, o que significa dizer que devem ser lançados condutores 
neutro e de proteção separados desde a origem da instalação (Quadro de Distribuição 
Principal da edificação e aterrado no BEP da mesma (esquema TN-C-S). Se a instalação 
elétrica possuir um transformador, grupo gerador, sistemas UPS (uninterruptible power 
systems) ou fonte análoga responsável pela alimentação de ETIs e se essa fonte for ela 
própria alimentada em esquema TN-C, deve adotar o esquema TN-C-S em sua saída. 
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A barra BEP pode ser prolongada por uma Barramento de Equipotencialidade 
Funcional (BEF) para aterrar os ETI em qualquer ponto da edificação onde os mesmos se 
encontrem instalados. À BEF podem ser ligados: 
 quaisquer dos elementos normalmente ligados ao BEP da edificação; 
 blindagens e proteções metálicas dos cabos e equipamentos de sinais; 
 condutores de eqüipotencialização dos sistemas de trilhos; 
 condutores de aterramento dos DPS´s; 
 condutores de aterramento de antenas de radiocomunicação; 
 condutor de aterramento do pólo “terra” de alimentações em corrente contínua para ETI´s; 
 condutores de aterramento funcional; 
 condutores de eqüipotencialização que interligam o eletrodo de aterramento dos sistemas 
de proteção contra descargas atmosféricas; e 
 condutores de ligações equipotenciais suplementares. 
 
Para o atendimento de ETI, o BEF deve ser, preferencialmente, em barra chata (que 
apresenta indutância inferior à de um condutor cilíndrico), podendo constituir um anel 
fechado em ambientes restritos, desde que acessível em toda a sua extensão. A 
confiabilidade da ligação equipotencial entre dois pontos do barramento de 
eqüipotencialização funcional depende da impedância do condutor utilizado, que é 
determinada pela seção e pelo percurso. Para freqüências de 50 Hz ou de 60 Hz, caso mais 
comum, um condutor de cobre de 50mm2 de seção nominal, constitui uma boa relação entre 
custo e impedância. A ligação equipotencial pode incluir condutores, capas metálicas de 
cabos e partes metálicas da edificação, tais como tubulações de água e eletrodutos ou uma 
malha instalada em cada pavimento ou em parte de um pavimento. É conveniente incluir as 
armaduras do concreto da edificação na ligação equipotencial. 
 
Quando a instalação de um eletrodo ou um sistema adicional de eletrodos de 
aterramento local (aterramento funcional) for requerida para o funcionamento de ETI´s, deve 
ser providenciada uma conexão do mesmo ao BEP da instalação, por um condutor de 
aterramento funcional, que deve ter a seção mínima de 10mm² e ser de cobre ou de material 
com condutância equivalente. Dispositivos eletromagnéticos (grampos de núcleo de ferrite, 
por exemplo) podem ser incorporados a este condutor de aterramento funcional, para reduzir 
interferências eletromagnéticas de alta freqüência. 
 
1.7 PROTEÇÃO PRIMÁRIA CONTRA SOBRETENSÕES 
 
Os dispositivos de proteção (DPS) devem ser instalados na origem da instalação 
(painel geral de baixa tensão) e devem ser do tipo não curto-circuitante, constituídos por 
pára-raios de resistência não linear ou por pára-raios de expulsão, instalados entre cada fase 
e a barra BEP. 
 
Os dispositivos de proteção primária devem possuir corrente nominal igual ou superior 
a 10 kA (20 kA em áreas críticas, com elevada exposição a raios), com máxima tensào 
residual de 700V (valor de pico). São as seguintes as tensões nominais: 
 Vn > 175 V – para tensões fase-terra < 127 V; e 
 Vn > 280 V – para tensões fase-terra < 220 V. 
 
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1.8 ATERRAMENTO EM ARMADURAS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO 
 
A utilização das ferragens de fundação de edificações como elementos naturais para o 
aterramento de instalações de baixa tensão e de sistemas de proteção de estruturas e 
edificações contra descargas atmosféricas diretas, vem a ser uma técnica recomendada 
pelas normas brasileiras (NBR-5410/2008 e NBR-5419/2015) e de outros países. 
 
A norma NBR-5410/2008, no item Sub-sistema de Aterramento – estabelece: “Do 
ponto de vista da proteção contra o raio, um sub-sistema de aterramento único integrado à 
estrutura, é preferível e adequado para todas as finalidades, (ou seja, proteção contra o raio, 
sistemas de potência de baixa tensão e sistemas de sinal)”. 
 
A experiência tem demonstrado que as armaduras de aço das estacas, dos blocos de 
fundação e das vigas baldrame, interligadas nas condições correntes de execução, 
constituem um eletrodo de aterramento de excelentes características elétricas. As armaduras 
de aço das fundações, juntamente com as demais armaduras do concreto da edificação, 
podem constituir, nas condições prescritas pela NBR-5419/2015, o sistema de proteção 
contra descargas atmosféricas (aterramento e gaiola de Faraday, complementado por um 
sistema captor). 
 
O uso das armaduras do concreto armado da edificação como elementos naturais do 
sistema de aterramento e de proteção contra descargas atmosféricas permite uma melhor 
distribuição da corrente do raio entre as colunas, com a consequente redução dos campos 
magnéticos no interior da estrutura, beneficiando, também, a equalização dos potenciais. 
 
Os elementos das fundações, do ponto de vista de contribuição para o sistema de 
aterramento, podem ser classificados de duas maneiras: 
 componentes unitários - blocos e sapatas - que apresentam, individualmente, resistências 
da ordem de 50 , e cuja contribuição deve ser medida pelo número de elementos em 
paralelo; e 
 componentes contínuos - estacas, tubulões e vigas baldrame - cuja contribuição é função 
da extensão da superfície de contato com o solo. 
 
O “NEC - National Electric Code”, norte americano, estabelece que aterramentos de 
fundação sejam constituídos por ferragens de dimensões mínimas de 2” x 20 pés, 
localizadas próximo ao fundo da fundação, protegidos por uma camada mínima de 2” de 
concreto. As ferragens dos diversos elementos de fundação devem ser interligadas para 
formar o sistema de eletrodos de aterramento. A normalização alemã (VDE/DIN), pioneira na 
normalização de aterramentos de fundação (desde 1975), estabelece que o volume mínimo 
de concreto deve ser de 5 m³. 
 
A NBR-5410/2008 estabelece que, no caso de fundações em alvenaria, o eletrodo de 
aterramento pode ser constituído por uma fita de aço ou barra de aço de construção, imersa 
no concreto das fundações, formando um anel em todo o perímetro da estrutura. A fita deve 
ter, no mínimo, 100 mm2 de seção e 3 mm de espessura e deve ser disposta na posição 
vertical. A barra deve ter, no mínimo, 95 mm2 de seção. A fita ou a barra deve ser envolvida 
por uma camada de concreto com espessura mínima de 5 cm. 
 
A norma NBR-5419/2005 admite a alternativa acima para este tipo de aterramento, 
assim como a utilização das armações de aço das estacas, blocos de fundações e de vigas 
baldrame, que devem ser firmemente amarradas com arame torcido, em cerca de 50% dos 
cruzamentos, sendo que as barras de aço devem ser sobrepostas em uma extensão mínima 
de 20 vezes o seu diâmetro com pelo menos dois estribos (Figura 1.7). 
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Quando da utilização da primeira alternativa em fundações de concreto armado, a 
barra ou a fita devem ser lançados logo acima da ferragem mais profunda, e a ela 
amarrados, a intervalos regulares, por meio de arame torcido, conforme ilustrado na Figura 
1.7. Se não houver ferragem na fundação, deverão ser utilizados suportes no fundo da 
forma, espaçados de 2 metros, de modo a posicionar o eletrodo de fundação a uma distância 
mínima de 5cm do solo. 
 
No caso de opção pela segunda alternativa, podem ser incluídas algumas ferragens 
adicionais nas fundações, para exercer também a função de eletrodos de aterramento. Estas 
ferragens devem ser interligadas entre si, por meios mecânicos ou eletricamente soldadas, e 
amarradas às demais ferragens da construção, de modo a garantir a continuidade elétrica 
dos diversos elementos componentes das fundações. A utilização de solda elétrica nas 
ferragens estruturais não é aconselhável, pois alguns tipos de ferro podem tornar-se 
quebradiços, e assim ter comprometida a sua função estrutural. 
 
Para ambas as opções devem ser previstas conexões de interligação externas sempre 
que a continuidade elétrica de ferragens de elementos construtivos distintos não puder ser 
garantida antes da concretagem (por exemplo, em juntas de dilatação). É mais importante 
garantir a continuidade dos elementos periféricos da fundação da edificação, do que 
daqueles localizados no seu interior, pois é maior a contribuição destes últimos para a 
redução da resistência de aterramento do conjunto (devido à maior área de malha obtida e 
ao menor efeito de acoplamento mútuo entre os elementos periféricos). 
 
Em construções com concreto protendido, os cabos tensionados não podem ser 
considerados como integrantes do sistema de escoamento de descargas de raios (telhas de 
concreto protendido, por exemplo). Porém as armaduras dos pilares (que nunca são 
protendidas) e as armaduras passivas, que sempre existem nas lajes com elementos 
protendidos, podem ser utilizadas sem restrição como parte da Gaiola de Faraday. 
 
A NBR-5410/2008 estabelece que, quando o eletrodo de aterramento estiver embutido 
nas fundações, a ligação ao eletrodo deve ser realizada diretamente, por solda elétrica, à 
armadura do concreto mais próxima, com seção não inferior a 50 mm2, preferencialmente 
com diâmetro não inferior a 8mm, ou ao ponto mais próximo do anel (fita ou barra) embutido 
nas fundações. Em ambos os casos, deve ser utilizado um condutor de aço com diâmetro 
mínimo de 10,6mm, ou uma fita de aço de 25 mm x 4 mm. Com o condutor de aço citado, 
acessível fora do concreto, a ligação à barra ou condutor de cobre para utilização, deve ser 
feita por solda exotérmica ou por processo equivalente do ponto de vista elétrico e da 
corrosão. Em alternativa podem usar-se acessórios específicos de aperto mecânico para 
derivar o condutor de tomada de terra diretamente da armadura do concreto, ou da barra de 
aço embutida nas fundações, ou ainda do condutor de aço derivado para o exterior do 
concreto. 
 
A norma americana ANSI/IEEE Standard 142 - “Grounding of Industrial and 
Commercial Power Systems” (Green Book), recomenda que seja feita a medição da 
resistência de aterramentos de fundação após a construção. Para edificações de porte não 
muito grande, onde exista a disponibilidade de espaço físico livre de elementos metálicos 
enterrados (tubulações ou outras fundações), a medição da resistência de aterramento pode 
ser realizada pelas técnicas convencionais (técnica de Wenner, por exemplo). Em áreas 
urbanas densamente construídas, a medição desta resistência com um medidor de “loop de 
terra” no condutor neutro (aterrado na fundação) do alimentador da concessionária pode ser 
uma boa alternativa. 
 
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Em fundações de concreto armado, admitindo-se que existe continuidade elétrica entre 
as ferragens, pode-se calcular a resistência de aterramento (que neste caso é próxima à 
resistência ao impulso) pela seguinte fórmula, que considera a resistividade do solo (, em 
m.) e o volume do concreto (V, em m3): 
 R
V

 

 1 57 3,
. 
 
Para as instalações em que não for conhecido o volume das fundações, a resistência 
de aterramento pode ser estimada pela seguinte expressão, que considera apenas a 
resistividade do solo (, em m.) e a projeção da área construída (A, em m2): 
 R
A

0 55, 
. 
 
Apesar de todas as recomendações existentes em normas, quanto à utilização das 
ferragens estruturais de edificações no sistema de aterramento e de proteção contra 
descargas atmosféricas, cabe observar que este assunto ainda possui alguns aspectos 
polêmicos, tais como: 
 o concreto é poroso e o processo de corrosão das ferragens, na maioria das obras 
começa a se manifestar com poucos anos de vida; 
 o recobrimento dos pilares na maioria das vezes não consegue proteger a ferragem contra 
os agentes agressivos; 
 a norma de concreto armado não exige nenhum tipo de amarração entre as ferragens de 
pilares/pilares e pilares/lages, ficando a critério do armador que está executando tal 
serviço; 
 a tecnologia de estruturas e fundações civis tem sofrido muitas inovações, é comum 
encontrar blocos de fundação sem ferragens e sem vigas baldrames, sendo que a cada 
momento novas tecnologias vão sendo importadas; e 
 as estruturas de concreto protendido ou com cabos engraxados não possuem 
obrigatoriamente continuidade elétrica. 
 
1.8.1 Em Prédios Novos 
 
Nos projetos de novas edificações, o uso da ferragem pode ser implementado pela 
inserção de barras específicas de aço, em adição às barras estruturais. 
 
Nas fundações devem ser instaladas barras de aço adicionais, com área de 150 mm2 
(retangular de 50 x 3 mm ou redonda de 10 mm de diâmetro), soldadas entre si ou presas 
firmemente com conectores aparafusados, formando um anel no perímetro externo do 
prédio. Nos prédios de grandes dimensões, poderão ser lançados ferros adicionais, 
transversais, formando malhas de 20 x 20 m, aproximadamente. De uma dessas transversais 
deverão sair (por conexão ou solda) um cabo ou barra de cobre isolado de 35 mm, para 
interligação ao BEP (ou LEP). Essas barras adicionais deverão ser amarradas à ferragem 
estrutural por arame de aço recozido. 
 
No caso de fundações construídas com uma proteção externa para impermeabilização, 
os ferros que desempenharão a função de aterramento deverão ser imersos na camada de 
concreto que é lançada na valeta (de 0,1 a 0,15 m de espessura), antes da colocação da 
manta de impermeabilização (dentro da qual é lançada a fundação). 
 
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Nas colunas, pelo menos a cada 20 m no perímetro externo do prédio, deverão ser 
instaladas barras de aço (desde a fundação até a cobertura), preferivelmente de superfície 
lisa, dedicadas ao SPDA. Essas barras deverão ser soldadas (ou firmemente presas com 
conectores) entre si e às barras de aço da fundação dedicada ao SPDA. Nos prédios 
grandes, as barras deverão ser instaladas também nas colunas internas correspondentes às 
barras transversais de aterramento. 
 
Nos prédios altos (mais de 20 m) deverão ser instaladas barras horizontais a cada 20 
m, formando anéis fixados por solda (ou conectores) às barras verticais específicas do SPDA 
e amarradas por arame de aço recozido à ferragem do concreto armado. 
 
Na coluna correspondente ao “shaft” das prumadas, deve ser instalada uma barra 
vertical ligada à barra das fundações, mas que não deverá chegar à cobertura. A essa barra 
serão ligados elementos de interligação (rabichos, derivação em vergalhão ou placa de 
aterramento)em cada andar ou a cada 3 andares, dependendo do projeto de instalação 
elétrica, para ser o ponto de aterramento de todas unidades de cada andar ou cada grupo de 
3 andares. A estes elementos serão interligados os condutores PE ou PEN dos quadros de 
distribuiçãodo edifício, desde o BEP. 
 
Nos prédios comerciais, nos locais onde seja prevista a instalação de grupos de ETI’s, 
pode-se melhorar as condições de aterramento e blindagem com medidas adicionais como: 
 instalação no piso de uma tela de fios de aço soldados ( =3 a 5 mm) com reticulado de 10 
x 10 cm aproximadamente (tela TELCON); 
 nas paredes externas, instalar também telas de mesmo reticulado, podendo ser de fios 
mais finos ( 3 mm); 
 instalação de quadros com as molduras metálicas ligadas à ferragem estrutural; e 
 vidros das janelas do tipo aramado (com uma tela de fios de aço entre duas lâminas de 
vidro). 
 
As telas de piso e paredes deverão ser interligadas entre si e à ferragem estrutural. 
 
Os ferros no topo dos pilares deverão ser interligados à armação da laje, e serem 
eletricamente acessíveis na superfície externa da cobertura, para interligação com a 
estrutura metálica de cobertura ou com um sistema próprio de elementos captores de 
descargas (mastros pára-raios, terminais aéreos, cabos captores, gaiola de Faraday etc). 
 
Em construções pré-moldadas, deve-se solicitar ao fabricante que deixe os ferros 
acessíveis nas bordas ou extremidades de cada peça, para interligação quando da 
montagem na obra. 
 
Devem ser previstos pontos internos e externos de conexão às ferragens estruturais, 
que servirão para o aterramento de elementos da construção e das instalações prediais, 
assim como para a realização de testes de continuidade. 
 
Estes pontos deverão ser acessíveis na superfície acabada de paredes, vigas, colunas 
e pisos, por meio de placas de aterramento, rabichos em fita ou cabo nu, vergalhão de ferro 
etc. A seleção dos materiais deverá levar em consideração os riscos de corrosão no local de 
instalação. As interligações com o ferro estrutural devem ser feitas com conectores 
mecânicos, de modo a não comprometer a sua resistência com esforços térmicos resultantes 
do uso de solda, seja elétrica ou exotérmica. A solda poderá ser utilizada quando for utilizado 
um ferro adicional nas colunas e fundações, com a função específica de aterramento e de 
proteção elétrica. 
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Os pontos de aterramento externos estarão usualmente localizados no topo ou na base 
da edificação. No primeiro caso disponibilizam pontos de interligação das ferragens das 
colunas com a rede captora de raios. No segundo caso visam a interligação dos elementos 
de fundação a estruturas externas, tais como torres, postes de iluminação, fundações de 
edificações próximas etc. Esta interligação deverá ser feita em placas de aterramento 
localizadas nas paredes externas da edificação, 0,3 metros acima do nível do solo. 
 
Os pontos internos disponibilizam conexões de aterramento nas ferragens estruturais, 
para elementos da infra-estrutura da edificação, tais como: 
 “shafts” de energia e comunicações, nos diversos pavimentos da edificação; 
 nas entradas de energia e de telefonia (DG); 
 em salas técnicas - subestações, casas de máquinas de elevadores e de ar-condicionado, 
porões de bombas, CPD’s, salas de telecomunicações etc. 
 
 
Figura 1.7: aterramento em fundação de edificação. 
 
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Figura 1.8: ferragens de diversos tipos de elementos de fundações. 
 
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1.8.2 Testes de Continuidade 
 
Testes de continuidade deverão ser realizados por ocasião do comissionamento das 
instalações elétricas das edificações novas, ou quando da implantação/reformulação de 
sistemas de aterramento e de proteção contra descargas atmosféricas de edificações já 
existentes. 
 
Nos prédios novos deverão ser verificadas as continuidades entre os diversos pontos 
de aterramento na estrutura metálica da edificação, previstos no projeto e implantados 
durante a construção. Os testes deverão ser realizados entre aterramentos localizados no 
mesmo pavimento e também em pavimentos contíguos. 
 
Nos prédios existentes deverá ser testada a continuidade entre os pontos de 
aterramento na ferragem da edificação, conforme as exigências da obra em execução, tais 
como: 
 entre topo de base das colunas, e entre topos e entre bases de colunas contíguas, no 
caso de implantação de sistema de proteção contra descargas atmosféricas diretas; ou 
 entre barras de terra das entradas de energia e de telefonia; 
 entre entrada de energia e pontos de terra nos “shafts” de energia e em salas técnicas; e 
 entre entrada de telefonia e pontos de terra nos “shafts” de comunicações. 
 
Sempre que possível, deve-se prever a avaliação do aterramento proporcionado pelas 
armaduras estruturais do edifício, por meio de injeção de corrente entre estas e um 
aterramento externo ao edifício (com as ligações externas ao edifício abertas). 
 
Uma indicação de boa continuidade elétrica entre as ferragens de uma instalação vem 
a ser uma resistência entre dois pontos inferior a 1  (idealmente < 0,1 ). Esta continuidade 
deve ser testada por meio de equipamentos que injetem entre os dois pontos de medição 
uma corrente mínima de 1 A, sendo desejável a utilização de correntes superiores a 10 A. 
Testes de continuidade podem ser feitos com mili ou micro-ohmímetro. 
 
Nos prédios existentes, o recobrimento das aberturas feitas no concreto para o acesso 
às ferragens da edificação, deverá ser feito com argamassa aditivada com um produto que 
proporcione uma melhor aderência do cimento sobre o concreto antigo. 
 
1.9 REFERÊNCIAS 
 NBR-5410/2008 - "Instalações Elétricas de Baixa Tensão". 
 NBR-5419/2005 - "Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas - 
Procedimento". 
 IEC-1024-1 - "Application Guide B - Design, Construction, Maintenance and Inspection of 
Lightning Protection Systems" (draft). 
 VDE Standard for "Earthing Systems in A.C. Instalations for Rated Voltages above 1kV" 
(DIN-57.141 - VDE-0141/7.76) 
 "Aterramento de Proteção em Redes Industriais" - Celso Luis Pereira Mendes, R. 
Eletricidade Moderna, novembro de 1988. 
 "Malhas de Aterramento x Condutores de Proteção em Redes de Baixa Tensão", Celso 
Luis Pereira Mendes, R. Eletricidade Moderna, abril de 1993. 
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 "Os Eletrodos de Fundação e a Equalização de Potencial", Celso L.Pereira Mendes, 
Revista Eletricidade Moderna, outubro de 1989. 
 "Proteção contra Choques" - Revista Eletricidade Moderna, maio de 1998. 
 "Utilization of Steel Conductors as Earthing Arrangements of Large HV Installations", Vu. V. 
Demin e outros (URSS) 
 "Design of Steel Earthing Grids in Índia", V. N. Manohar e R. P. Nagar, IEEE PAS-98, 
nov/dec/1979 
 "Ground Resistance of Concrete Foundations in Substation Yards", Baldev Thapare e 
outros, IEEE Trans.on Power Delivery, jan/1990 
 "Industrial System Grounding for Power, Static, Lightining and Instrumentation - Practical 
Applications”, Phillip W. Rowland, IEEE Trans. IA Nov/Dec. 1995. 
 "Instalações Elétricas Industriais", Armando P. Reis Miranda. 
 
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paiol@paiolengenharia.com.br2. ATERRAMENTO E PROTEÇÃO DE ÁREAS DE TANCAGEM 
 
Tanques de armazenamento de produtos inflamáveis ou explosivos estão sujeitos a 
riscos associados ao centelhamento elétrico, o que confere ao sistema de aterramento 
especial relevância, no que diz respeito à segurança da instalação. 
 
São as seguintes as funções do aterramento de tanques: 
 evitar o acúmulo de cargas estáticas; 
 dissipação no solo de descargas atmosféricas; 
 equalização de potenciais com relação às outras estruturas metálicas existentes na 
instalação; e 
 controle dos riscos associados ao contato de condutores energizados com a estrutura dos 
tanques (curto-circuitos). 
 
Como as resistências exigidas para o escoamento de cargas estáticas não precisam 
ser, necessariamente, muito baixas, tem-se que a chapa de fundo, no caso de tanques 
verticais, apresenta resistência baixa o suficiente para esta função. Para outros tipos de 
tanque, o aterramento adequado para as funções abaixo comentadas será mais do que 
suficiente para a dissipação de cargas estáticas. 
 
Cumpre apenas observar, que válvulas e trechos de tubulação podem ficar isolados da 
massa metálica do tanque, devido à existência de juntas de vedação. Cabe nestes casos a 
utilização de cordoalhas de “by-pass”, que garantam a continuidade elétrica nas emendas e, 
portanto, meios de escoamento das cargas estáticas originadas pelo atrito do fluidos nas 
paredes internas destes elementos. 
 
Tanques expostos a descargas atmosféricas diretas devem possuir meios de escoar 
estas correntes para a terra. De acordo com o estabelecido na norma NBR-5419/2015, os 
tanques devem ser assim aterrados: 
 até 20 m (diâmetro ou comprimento) – dois rabichos diametralmente opostos; 
 mais de 20 m – dois rabichos mais um a cada 10 m adicionais de perímetro. 
 
As descargas atmosféricas ocorrem externamente ao tanque, sendo importante que se 
evite o seu acesso ao interior do tanque. Este acesso pode se fazer por dois caminhos, pelas 
próprias paredes e cobertura ou através de orifícios (respiros etc.). 
 
O acesso pelas paredes e cobertura pode ser evitado se estas forem suficientemente 
espessas ou se o tanque dispuser de um sistema de proteção contra descargas atmosféricas 
diretas. No caso de tanques de metal, a norma NBR-5419/2015 estabelece uma espessura 
mínima de 5 mm para chapas de aço de 7 mm para chapas de alumínio, espessuras estas 
que não só resistem à perfuração pelo raio, mas também não permitem o surgimento de 
pontos quentes no interior do tanque. 
 
No caso de tanques de gás liquefeito de petróleo, as normas NFPA-58 e NFPA-77 
consideram dispensável o aterramento e a proteção contra descargas atmosféricas. Esta 
posição justifica-se pelo fato destes gases circularem em um circuito fechado, onde não 
existe o potencial de formação de uma mistura inflamável vapor-ar. 
 
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Descargas diretas podem causar a ignição de gases/vapores inflamáveis exalados por 
aberturas e respiros nos tanques, além de também danificar componentes externos, 
especialmente aqueles existentes na sua parte superior, tais como tubulações, bombas, 
válvulas, equipamentos de medição etc., que devem ser devidamente protegidos. Estes 
equipamentos às vezes encontram-se parcialmente protegidos pelo guarda-corpo existente 
na cobertura do tanque. A proteção de equipamentos e de aberturas deve ser feita por um 
sistema captor, que pode ser independente da estrutura do tanque ou fixado à mesma. A 
Figura 2.1 apresenta um mastro pára-raios no tôpo da esfera metálica de um tanque, que 
proporciona um volume de proteção equivalente aquele determinado pela correspondente 
classificação de áreas para o produto estocado pelo mesmo. 
 
Cumpre ainda observar que descargas atmosféricas indiretas, incidentes em estruturas 
remotas aos tanques mas interligadas aos mesmos por meio de cabos de energia ou de 
sinal, também podem se traduzir em risco de centelhamento na estrutura do tanque, em 
função do potencial transitório transferido. Neste caso, a situação mais crítica é aquela em 
que o centelhamento ocorre no interior do tanque, usualmente da sua parede para um cabo 
de sinal de transdutores de sistemas de monitoramento. Faz-se necessária, neste caso, a 
utilização de meios de isolamento ou de dispositivos descarregadores de surtos, de modo a 
evitar a formação de tais centelhamentos. 
 
Cumpre lembrar que dispositivos supressores de surtos (centelhadores e varistores) 
podem explodir ou incendiar-se, por sobrecarga ou degradação do material, devendo a sua 
instalação em áreas classificadas ser feita no interior de invólucros à prova de explosão. 
 
A integração dos aterramentos de tanques às demais estruturas da instalação visa a 
equalização de potenciais. Esta integração deve ser realizada, preferencialmente, via malha 
de aterramento, e, alternativamente, por meio de estruturas metálicas diversas (tubulações, 
"pipe-racks" etc.), devendo ser evitados outros meios não dimensionados para este fim, tais 
como o condutor de proteção dos equipamentos elétricos ou blindagens de cabos de 
comando e controle. 
 
Tubulações e tanques de ferro aterrados à malhas de aterramento de cobre devem ser 
protegidos da corrosão, uma vez que o ferro é anódico com relação ao cobre. Normalmente 
os tubos e chapas de ferro são galvanizados, podendo esta proteção ser complementada 
pelo isolamento por meio do revestimento com materiais plásticos (fita para os tubos e manta 
para as chapas de fundo dos tanques) e/ou compostos de base asfáltica. 
 
Uma solução para o aterramento de tanques de chapa de ferro, proposta por alguns 
autores, é a utilização de leitos de anodos constituídos por eletrodos de zinco envolvidos por 
um enchimento de gesso, bentonita e sulfato de sódio (50/45/5%). Este tipo de solução é 
bastante conveniente sob o ponto de vista da proteção catódica, porém deve ser avaliada 
quanto à integração com o sistema de aterramento das instalações, que poderá resultar na 
drástica redução do tempo de vida dos anodos, o que acarreta no aumento dos custos de 
reposição dos mesmos e de manutenção do sistema. 
 
A ocorrência de curto-circuitos entre condutores energizados e a estrutura do tanque, 
pode dar origem a dois tipos de problemas: 
 o surgimento de centelhamentos e arcos sustentados, que podem resultar na ignição de 
vapores/gases e ainda em pontos "quentes" na chapa do tanque; e 
 a energização de partes do tanque, que se traduz em riscos de choque para operadores e 
pessoal de manutenção do tanque. 
 
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O uso de condutores de proteção para os circuitos elétricos de força, assim como um 
aterramento de baixa resistência para o tanque, garante uma atuação eficiente dos 
dispositivos de proteção dos circuitos elétricos, evitando ambos os problemas acima. 
 
Existe, porém, uma situação em que o bom aterramento de um tanque metálico cria 
uma situação de risco, que vem a ser a condição em que um operário se encontra no seu 
interior fazendo reparos ou manutenção com máquinas elétricas (esmeril, lixadeira etc.). 
Neste caso o interior do tanque caracteriza a situação de risco n 2 da NBR-5410/2008, em 
que toda a tensão de choque é aplicada à pessoa, pois são desprezíveis as resistências de 
contato dos pés ou do corpo. 
 
Tem-se, portanto, que para este tipo de trabalho é extremamente importante a adoção 
de procedimentos especiais de segurança do operador, que complementem a atuação do 
condutor de proteção da máquina elétrica em uso, tais como: 
 utilização de dispositivos que abrem o circuito de alimentação elétrica no caso de 
descontinuidade do condutor de proteção; 
 alimentação da máquina por meiode dispositivo DR; e 
 suprimento de energia por meio de transformador isolador, com o circuito secundário 
flutuante, sem referência de terra. 
 
 
Figura 2.1: proteção contra descargas diretas para os equipamentos existentes no topo 
de um tanque de produtos inflamáveis 
 
2.1 REFERÊNCIAS 
 NBR-5410/2008 - "Instalações Elétricas de Baixa Tensão" 
 NBR-5419/2005 - "Proteção de Estruturas contra Descargas Atmosféricas - Procedimento" 
 American Petroleum Institute Recommended Practice 550 - "Manual on Instalation of 
Refinery Instruments and Control Systems" 
 NFPA-58 - "Standard for the Storage and Handling of Liquefied Petroleum Gases - 1992" 
 NFPA-77 - "Recommended Practice on Static Electricity - 1993" 
 "Aterramento para Tanques de Armazenamento" - A.C. Dutra e R. R. Pinheiro, Boletim 
Técnico da Petrobrás, RJ, Jul/Set de 1977.

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