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GOTA D’ ÁGUA Gota D’água foi uma peça teatral, produzida em 1974, pelos autores Chico Buarque e Paulo Pontes. Resulta de uma adaptação do livro Medeia, famosa tragédia grega. Os autores pretendiam trazer o texto grego para contemporaneidade e em ambiente brasileiro. Sendo assim, o roteiro resulta um criativo e amplo trabalho de intertextualidade. A tragédia é uma forma literária ligada ao gênero dramático, cujo fim é excitar o terror ou a piedade, baseada no percurso e no destino do protagonista ou herói, sempre em tensão permanente e o final infeliz ou trágico. Em Medeia, a personagem homônima, após ser traída, decide transformar a vida do marido, Jasão, num verdadeiro inferno. Na versão nacional, de Chico Buarque e Paulo Pontes, Medeia se transforma em Joana e ganha tintas locais. O casal, Joana e Jasão, vivem no Rio de Janeiro, num conjunto habitacional popular. Eles tem 2 filhos. O dono do lugar é o Seu Creonte, um empresário da área da construção civil. Os problemas entre o casal protagonista começam a ocorrer quando Jasão decide se casar com Alma, filha de Seu Creote. Sentindo-se traída, enganada e estando muito dilacerada, Joana vai criar um plano para levar transtornos ao ex-amante. A maneira encontrada por Joana para vingar-se é absurdamente surpreendente e expõe uma mulher desesperada que é capaz de tudo, até matar os próprios filhos como punição para o ex-amante. A traição, o interesse, as relações sociais no cotidiano carioca são os ingredientes deste famoso espetáculo brasileiro. O espetáculo ficou em cartaz de 1975 até 1977, no Rio de Janeiro. O espetacular texto de Chico e Paulo coloca o espectador em estado de emoção peculiar e variada, ao mesmo tempo os autores misturam economia e macumba, má distribuição de renda e ritual, numa dinâmica envolvente e musical. A mitologia presente no Clássico Grego, na versão local, assume os mitos do Candomblé, numa interpretação da realidade social brasileira esteticamente criativa e trágica. Principais personagens: Joana – Protagonista da peça, representação brasileira de Medeia, amante de Jasão, com quem tem dois filhos. Jasão – Malandro carioca, homem popular, bem brasileiro e compositor de sambas. Creonte – Empresário da area da construção civil é o pai de Alma. Típico homem de negócios, finge preocupação com os moradores, mas é tudo por interesse. Egeu - Velho, dono de oficina. Alma – É a filha de Creonte, casa-se com Jasão, gerando os problemas entre Jasão e Joana. Corina, Zaíra, Estela, Maria, Nenê - comadres lavadeiras.
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