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FÍSICA- ÓTICA E PRINCÍPIOS DE FÍSICA MODERNA AULA 5 Prof. Bruno André Charneski 2 CONVERSA INICIAL No início da física moderna, ainda não se sabia ao certo se a luz era uma onda ou uma partícula. Trabalhos importantes, como o do efeito fotoelétrico de Einstein, o espalhamento Compton e o estudo dos espectros de difração por Bohr, levaram à conclusão de que a luz, assim como a matéria, comporta-se como onda e partícula ao mesmo tempo. Além disso, suas energias não são contínuas, mas sim quantizadas, ou seja, só podem assumir valores discretos. Posteriormente, Schrodinger propôs a equação de onda do elétron e Born sugeriu a interpretação probabilística da mecânica quântica. Aliado a esse caráter probabilístico, o fato de essa teoria ser estruturada sobre postulados e descrever fenômenos estranhos ao nosso senso clássico, infringe certa dificuldade na sua interpretação, exigindo maior atenção e esforço para seu entendimento. Dualidade onda-partícula A mecânica quântica explica o comportamento do mundo microscópico. Nesse contexto, surgem fenômenos que contariam nosso senso comum, esculpido pela mecânica clássica. Além disso, a formulação da mecânica quântica se dá, essencialmente, através de postulados, o que torna ainda mais difícil sua compreensão. Sendo assim, é interessante conhecer a evolução histórica da física moderna, como as dificuldades, as contradições e as ideias foram se apresentando ao longo do tempo. Posto isso, começaremos nossa abordagem analisando o comportamento dual, de onda e partícula, exibido pela luz e pela matéria. No século XVII, dois modelos distintos concorriam para explicar o comportamento da luz. Christiaan Huygens defendia a ideia de que a luz se comportava como uma onda, enquanto Isaac Newton acreditava que a luz era uma partícula. Nesta época, ambas as teorias enfrentavam dificuldades, pois, para Newton, a velocidade da luz no vidro era maior que sua velocidade no ar. Por outro lado, até então, não se observara a difração da luz, fenômeno associado às ondas que ratificaria o modelo de Huygens. Devido à influência de Newton, sua teoria perdurou por cem anos, até que, no século XVII, Thomas Young obteve uma figura de difração da luz através do experimento de dupla 3 fenda. O auge do modelo ondulatório se deu em 1860, quando James Clerk Maxwell publicou sua formulação da teoria eletromagnética. Maxwell encontrou a velocidade de uma onda eletromagnética (𝑣 = 3 × 108𝑚/𝑠) a partir dos conceitos da eletricidade e do magnetismo, indicando que a luz seria essa onda. Já em 1905, Albert Einstein explicou o efeito fotoelétrico admitindo que a energia proveniente da luz pudesse ser transferida em quantidades discretas. Porém, esse comportamento é distinto ao das ondas, que transferem energia de modo contínuo. Este trabalho, além de ser um precursor da mecânica quântica, rendeu a Einstein o prêmio Nobel de física em 1921. O espalhamento Compton, que explica a interação entre a luz e um elétron, também admite o comportamento corpuscular da luz. O estudo desse fenômeno foi realizado em 1923 por Arthur H. Compton, o qual também lhe rendeu um prêmio Nobel de física. As novas ideias acerca do comportamento dual da luz foram estendidas para a matéria e, Niels Bohr, em 1913, inspirado no espectro de emissão dos gases, sugeriu que a energia interna dos átomos só pode variar de valores discretos e bem definidos. Finalmente, em 1924, Louis de Broglie propôs que a matéria exibe comportamento de onda e partícula ao mesmo tempo, assim como a luz. Com essa sequência histórica podemos notar que o comportamento dual da matéria e a discretização da energia são fenômenos característicos da mecânica quântica. Vamos verificar adiante, que outras grandezas físicas são quantizadas, além disso, veremos que a mecânica quântica tem natureza probabilística, diferentemente da mecânica clássica, que é dita, determinística. TEMA 1: O EFEITO FOTOELÉTRICO No efeito fotoelétrico, um raio de luz atinge uma placa de metal e arranca um elétron dessa superfície. Isso pode ser comprovado devido ao surgimento de uma corrente elétrica indicada pelo amperímetro (figura 5-1). Figura 5-1: A bateria estabelece uma diferença de potencial entre as placas. Consequentemente, um campo elétrico surge entre elas. O elétron arrancado pelo feixe de luz incidente precisa ter energia cinética suficiente para vencer a força repulsiva desse campo e chegar à placa coletora. Quando isso ocorre, o amperímetro indica a existência de uma corrente elétrica não nula entre as placas. 4 Fonte: https://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod03/m_s03.html De acordo com nossa intuição sobre o comportamento ondulatório da luz, somos levados a crer que aumentando a intensidade da luz aumentaríamos a energia cinética do elétron arrancado por ela, contudo, as experiências não mostravam isso. Para explicar essa discrepância, Einstein sugeriu que um feixe de luz seria constituído por pequenas partículas, cada uma com energia 5.1.1 𝐸 = ℎ𝑓 = ℎ𝑐 𝜆 (ℎ = 6,626 × 10−34𝐽. 𝑠 = 4,136 × 10−15𝑒𝑉. 𝑠 é a constante de Planck ), denominadas fótons. Além disso, a intensidade da luz deveria ser proporcional ao número de fótons, de modo que, ao aumentarmos a intensidade de um feixe luminoso, aumentamos a quantidade de fótons emitidos e não suas energias. Sendo assim, ao variarmos a intensidade da luz incidente em uma placa metálica, temos uma variação do número de elétrons arrancados dela, sem alterar a energia cinética de cada um. De acordo com a equação 5.1.1, para aumentar a energia do fóton e, consequentemente, a energia cinética dos elétrons extraídos, devemos diminuir o comprimento de onda da luz. De acordo com Einstein, a energia cinética do elétron é dada por 5.1.2 𝐾máx = ( 1 2 𝑚𝑣2) máx = ℎ𝑓 − 𝜙 onde 𝜙 representa a função trabalho, isto é, a energia necessária para extrair o elétron da superfície do metal, portanto, cada material possui um 𝜙 específico. A energia cinética máxima do elétron pode ser encontrada aumentando https://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/fismod/mod03/m_s03.html 5 lentamente a diferença de potencial entre as placas até que nenhuma corrente elétrica seja indicada no amperímetro. Nesse ponto, sabemos que a energia cinética do elétron foi completamente convertida em energia potencial elétrica (a ideia é semelhante ao lançamento vertical de projéteis), a qual pode ser calculada facilmente através da tensão aplicada às placas (𝑈 = 𝑒𝑉0, onde 𝑒 é a carga do elétron e 𝑉0 é a tensão). A energia mínima necessária para extrair um elétron da superfície do metal define a frequência mínima 𝑓𝑡 (ou comprimento de onda máximo 𝜆𝑡) que a luz deve ter para que um elétron seja extraído do material e o efeito fotoelétrico ocorra. Note que nesse caso, a energia cinética do elétron corresponde exatamente à energia potencial elétrica, portanto, 𝐾máx = 0, o que fornece 5.1.3 𝜙 = ℎ𝑓𝑡 = ℎ𝑐 𝜆𝑡 Exercício O comprimento de onda de corte do potássio é 558𝜂𝑚. Qual é a função trabalho do potássio? Qual é potencial de corte para uma luz incidente de 400𝜂𝑚? Resolução O comprimento de onda de corte corresponde ao comprimento de onda máximo para o qual ocorre o efeito fotoelétrico. Nesse caso, a energia cinética é completamente convertida em energia potencial elétrica e a partícula está no limiar do retorno. Sendo assim, 𝐾máx = 0, e o resultado 5.1.3 fornece 𝜙 = ℎ𝑐 𝜆𝑡 = 6,62 × 10−34 × 3 × 108 558 × 10−9 = 2,22𝑒𝑉 O potencial de corte define a tensão máxima aplicada às placas para que ocorra o efeito fotoelétrico. Assim como no caso anterior, nesse ponto, a energia cinética é completamente convertida em energia potencial. A partir 5.1.2 obtemos 𝐾máx= ℎ𝑓 − 𝜙 = ℎ𝑐 𝜆 − 𝜙 = 6,62 × 10−34 × 3 × 108 400 × 10−9 − 2,22 = 0,88𝑒𝑉 6 Tendo em vista a conservação da energia, 𝐾máx = 𝑈ele = 𝑒𝑉0. Portanto, a tensão aplicada será 𝑒𝑉0 = 0,88𝑒𝑉 → 𝑉0 = 0,88𝑉 Espalhamento compton O espalhamento Compton descreve o processo de colisão entre um fóton e um elétron. Segundo a teoria eletromagnética clássica, quando uma onda eletromagnética encontra um meio contendo cargas elétricas, essas cargas oscilam e emitem radiação com as mesmas características da onda incidente. Por outro lado, Compton (em 1923) observou que, se o espalhamento fosse, na verdade, a colisão entre um fóton e um elétron, parte da energia seria absorvida pelo elétron e o fóton espalhado teria energia menor que o incidente (figura 5-2). De fato, segundo a equação 5.2.1, se há diminuição da energia após a colisão, a luz terá menor frequência e maior comprimento de onda. Este resultado está de acordo com as medidas experimentais atestando a natureza corpuscular da luz. Figura 5-2: Espalhamento Compton. Um fóton de comprimento de onda 𝜆 colide com um elétron em repouso. O fóton espalhado tem comprimento de onda 𝜆′ menor que 𝜆. O elétron recebe parte da energia do fóton, assim, adquire velocidade v. Fonte: http://www.ensinoadistancia.pro.br/EaD/Fisica-4/Aulas/Aula-19/aula-19.html TEMA 2: O ÁTOMO DE HIDROGÊNIO DE BOHR A descrição semiclássica do átomo de hidrogênio Bohr resolve, de modo brilhante, as dificuldades enfrentadas por outras teorias atômicas, como a de Rutherford. Contudo o modelo de Bohr não é capaz de descrever átomos mais http://www.ensinoadistancia.pro.br/EaD/Fisica-4/Aulas/Aula-19/aula-19.html 7 complexos, além disso, não há justificativa para seus postulados. Como veremos adiante, essas questões foram solucionadas pela mecânica quântica. Sendo assim, considere o primeiro postulado de Bohr, a seguir Primeiro postulado de Bohr: O elétron do átomo de hidrogênio pode se mover apenas em certas órbitas circulares, denominadas estados estacionários, nas quais não perde energia por radiação. De acordo com Bohr, a força de atração elétrica entre cargas positivas e negativas mantém o elétron girando em uma órbita circular ao redor do núcleo atômico. Sendo assim, esse elétron está sujeito a ação de uma aceleração centrípeta. Por outro lado, a teoria eletromagnética clássica prevê que uma partícula acelerada emite radiação eletromagnética. Isso implica que o átomo seria instável, pois o elétron emitiria radiação, ou seja, perderia energia em seu movimento, levando-o a colidir com o núcleo. Assim, com seu primeiro postulado, Bohr conseguiu contornar o problema da instabilidade do átomo. Segundo postulado de Bohr: 5.2.1 𝑓 = 𝐸𝑖−𝐸𝑓 ℎ onde ℎ é a constante de Planck e 𝐸𝑖 e 𝐸𝑓 são as energias inicial e final, respectivamente, das órbitas ocupadas pelo elétron. Quando observamos a figura de difração de alguns gases (figura 5-3), não temos um espectro contínuo, mas sim, linhas espaçadas que são características de comprimentos de onda bem definidos. Isso indica que quando um átomo emite radiação a energia é liberada em valores discretos e não de forma contínua. 8 Figura 5-3: Espectro de difração de alguns gases. Fonte: http://expquanticaufrj.blogspot.com.br/2014/12/serie-de-balmer.html Segundo Bohr, o átomo só pode irradiar energia quando um elétron sofre a transição de uma órbita permitida para outra. Nesse caso, a frequência da radiação emitida é proporcional à diferença das energias entre os estados estacionários pelos quais o elétron transita (equação 5.2.1). Note que este resultado combina a conservação da energia e a hipótese de Einstein de que a luz é um fóton cuja energia é dada pela equação 5.1.1. Antes de analisarmos o terceiro postulado de Bohr, faremos alguns comentários acerca da energia de um elétron (carga – 𝑒, sendo 𝑒 = 1,602 × 10−19𝐶) que orbita um núcleo positivo formado por 𝑍 partículas (carga total +𝑍𝑒). De acordo com o eletromagnetismo, a energia potencial associada a esse elétron será 5.2.2 𝑈 = 𝑘𝑞1𝑞2 𝑟 = 𝑘(𝑍𝑒)(−𝑒) 𝑟 = − 𝑘𝑍𝑒2 𝑟 onde 𝑘 = 8,987 × 109 𝑁𝑚2 𝐶2⁄ é a constante de Coulomb. Além disso, a segunda lei de Newton aplicada ao elétron diz que a força elétrica (𝐹𝑒 = 𝑘𝑞1𝑞2 𝑟2 ) deve ser igual à força centrípeta (𝐹𝑐 = 𝑚𝑎𝑐 = 𝑚 𝑣2 𝑟 ), o que resulta 5.2.3 𝑘𝑍𝑒2 𝑟2 = 𝑚 𝑣2 𝑟 Com isso, a energia cinética do elétron pode ser escrita como 5.2.4 𝐾 = 1 2 𝑚𝑣2 = 1 2 𝑘𝑍𝑒2 𝑟 http://expquanticaufrj.blogspot.com.br/2014/12/serie-de-balmer.html 9 Observe que 𝑈 = −2𝐾, assim, a energia total do elétron será dada por 5.2.5 𝐸 = 𝐾 + 𝑈 = − 1 2 𝑘𝑍𝑒2 𝑟 Combinando esse resultado com a equação 5.2.1 podemos reescrever o segundo postulado de Bohr, isto é, 5.2.6 𝑓 = 𝐸𝑖−𝐸𝑓 ℎ = 1 2 𝑘𝑍𝑒2 ℎ ( 1 𝑟𝑓 − 1 𝑟𝑖 ) Terceiro postulado de Bohr: 5.2.7 𝑟𝑚𝑣 = 𝑛ℎ 2𝜋 = 𝑛ℏ, 𝑛 = 1,2, … Neste postulado, Bohr assume que o momento angular do elétron em uma órbita estável (�⃗� = 𝑟 × 𝑝 , no nosso caso 𝐿 = 𝑟𝑚𝑣), corresponde a quantidades inteiras de ℏ (obviamente, ℏ = ℎ 2𝜋⁄ ). Outro resultado importante pode ser obtido se igualarmos as velocidades das equações 5.2.4 e 5.2.7, ou seja 5.2.8 𝑛2ℏ2 𝑚2𝑟2 = 𝑘𝑍𝑒2 𝑚𝑟 Logo, os raios das órbitas de Bohr serão dados por 5.2.9 𝑟 = 𝑛2ℏ2 𝑚𝑘𝑍𝑒2 = 𝑛2𝑎0 𝑍 onde 𝑎0 ≈ 0,0529𝜂𝑚 é o primeiro raio de Bohr. Observe que assim como o momento angular (equação 5.2.7), o raio das órbitas também é quantizado e não pode assumir qualquer valor. Podemos substituir o resultado 5.2.9 na equação da energia, 5.2.5, o que fornece 5.2.10 𝐸𝑛 = − 𝑚𝑘2𝑒4 2ℏ2 𝑍2 𝑛2 = − 𝑍2𝐸0 𝑛2 , 𝑛 = 1,2, … tal que 𝐸0 ≈ 13,6𝑒𝑉. O resultado acima, que demonstra a quantização da energia, está de acordo com o primeiro postulado de Bohr e com as imagens de 10 difração obtidas para os gases, como pode ser visto na figura 5-3 (as linhas de difração estão associadas a comprimentos de onda e energias bem específicos, isto é, não temos um espectro contínuo, o que aconteceria somente se não houvesse a quantização das grandezas físicas). Para encontrar os níveis de energia permitidos para o átomo de hidrogênio tomamos 𝑍 = 1 na equação 5.2.10. A energia mais baixa, ou seja, a energia do estado fundamental do átomo de hidrogênio é obtida quando 𝑛 = 1, resultando 𝐸1 = −13,6𝑒𝑉. Por outro lado, quando 𝑛 → ∞, 𝐸 → 0, que é o estado de maior energia. Para ionizar o átomo de hidrogênio, ou seja, remover seu único elétron, devemos fornecer energia suficiente para romper a ligação elétrica entre o elétron e o núcleo. Assim, a energia de ionização do átomo de hidrogênio corresponde à energia do estado fundamental, isto é, 13,6𝑒𝑉. Exercício A série de Lyman descreve transições possíveis do átomo de hidrogênio que envolvem o estado fundamental. Sabendo que 𝐸1 = −13,6𝑒𝑉, 𝐸2 = −3,4𝑒𝑉, 𝐸3 = −1,51𝑒𝑉, 𝐸4 = −0,85𝑒𝑉, encontre o maior comprimento de onda existente na série. Resolução Tendo em vista que o comprimento de onda e a energia são inversamente proporcionais, podemos concluir que a menor variação de energia fornecerá o maior comprimento de onda. De acordo com 5.2.1 𝑓 = 𝑐 𝜆 = 𝐸2 − 𝐸1 ℎ → 3 × 108 𝜆 = −3,4 − (−13,6) 6,62 × 10−34 → 𝜆 = 121,6𝜂𝑚 TEMA 3: MECÂNICA QUÂNTICA Vimos anteriormente que amatéria, assim como a luz, exibe comportamento dual. Sendo assim, um elétron, por exemplo, também produz uma figura de difração. Da mesma forma que a luz obedece uma equação de onda, a função de onda associada ao elétron (𝜓) satisfaz a equação de Schrodinger 5.3.1 𝑖ℏ 𝜕𝜓 𝜕𝑡 = �̂�𝜓 11 onde �̂� é um operador diferencial escrito a partir da energia do sistema. Demonstrar sua obtenção está fora do nosso escopo, sendo assim, empregaremos diretamente o resultado expandido. Com isso, a equação de Schrodinger, em uma dimensão, será dada por 5.3.2 − ℏ2 2𝑚 𝜕2𝜓(𝑥,𝑡) 𝜕𝑥2 + 𝑈𝜓(𝑥, 𝑡) = 𝑖ℏ 𝜕𝜓(𝑥,𝑡) 𝜕𝑡 onde 𝑈 é a energia potencial. Embora 5.3.2 seja uma equação de onda, ela é diferente da equação de onda clássica, tendo em vista que exibe derivadas espaciais e temporais de ordens distintas, além disso, contém o número imaginário 𝑖. De modo semelhante, a função de onda que satisfaz 5.3.2 é incomum, pois não é uma função mensurável, de fato, pode nem ser uma função real. Na mecânica quântica, empregamos essas soluções para calcular a probabilidade de encontrar a partícula em um certo local, por exemplo. Esta é uma das principais características dessa teoria: A mecânica quântica é uma teoria probabilística. Dizemos que a mecânica clássica é determinística, isto é, conhecendo a posição e a velocidade de uma partícula num dado momento, podemos determinar seu movimento nos instantes posteriores. A mecânica quântica, por outro lado, é probabilística. Não somos capazes de informar, exatamente, o valor da posição ou momento de uma partícula, somente a probabilidade de ela estar em determinado lugar ou a probabilidade de ela ter uma certa velocidade. A energia potencial em 5.3.2 determina a forma da função de onda 𝜓. Uma grande simplificação ocorre se 𝑈 for independente do tempo, onde teremos uma onda estacionária. Nesse caso, podemos separar a equação de Schrodinger em uma parcela dependente e outra independente do tempo. Sendo assim, a função de onda estacionária que satisfaz 5.3.2, será 5.3.3 Ψ(𝑥, 𝑡) = 𝜓(𝑥)𝑒−𝑖⍵𝑡 Substituindo o resultado acima no lado direito de 5.3.2, obtemos 5.3.4 𝑖ℏ 𝜕𝜓(𝑥,𝑡) 𝜕𝑡 = 𝑖ℏ(−𝑖⍵)𝜓(𝑥)𝑒−𝑖⍵𝑡 = ℏ⍵𝜓(𝑥)𝑒−𝑖⍵𝑡 = 𝐸𝜓(𝑥)𝑒−𝑖⍵𝑡 Empregando o resultado acima podemos reescrever 5.3.2, de fato 12 5.3.5 − ℏ2 2𝑚 𝑑2𝜓(𝑥) 𝑑𝑥2 + 𝑈(𝑥)𝜓(𝑥) = 𝐸𝜓(𝑥) Para calcular as energias permitidas de um sistema usaremos a equação de Schrodinger independente do tempo (equação 5.3.5). A probabilidade de transição de um nível de energia para outro é obtida através da equação de Schrodinger dependente do tempo, contudo não faremos isso nesse contexto. Para compreender melhor a aplicação e interpretação desses resultados vamos estudar o caso do poço quadrado infinito, figura 5-4. Figura 5-4: Representação gráfica de um poço quadrado infinito. As paredes do poço são representadas por potenciais infinitos, assim, a partícula fica confinada em uma certa região do espaço. Nesse problema, uma partícula está confinada em uma região do espaço, a qual é definida pela energia potencial a seguir 5.3.6 𝑈(𝑥) = 0, 0 < 𝑥 < 𝐿 𝑈(𝑥) = ∞, 𝐿 < 𝑥 < 0 Para o lado externo do poço, 𝜓(𝑥) = 0, tendo em vista que a partícula não pode sair da caixa. Com isso, a equação de Schrodinger independente do tempo, no interior do poço, será dada por 5.3.7 − ℏ2 2𝑚 𝑑2𝜓(𝑥) 𝑑𝑥2 = 𝐸𝜓(𝑥) 5.3.8 𝑑2𝜓(𝑥) 𝑑𝑥2 = − 2𝑚𝐸 ℏ2 𝜓(𝑥) = −𝑘2𝜓(𝑥) 13 onde fizemos 5.3.9 𝑘2 = 2𝑚𝐸 ℏ2 . A solução geral da equação 5.3.8 tem a forma 5.3.10 𝜓(𝑥) = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝑘𝑥 + 𝐵 cos 𝑘𝑥 Podemos determinar as constantes 𝐴 e 𝐵 de 5.3.10, bem como as constantes de soluções associadas a outras classes de potenciais, através das condições de contorno aplicadas às funções de onda. Nesse caso, a função 5.3.10 deve satisfazer a condição 𝜓(0) = 𝜓(𝐿) = 0, isto é, a função de onda deve ser nula nas extremidades do poço. Com isso, teremos 5.3.11 𝜓(0) = 𝐴 𝑠𝑒𝑛(𝑘0) + 𝐵 𝑐𝑜𝑠(𝑘0) = 0 + 𝐵 o que implica que 𝐵 = 0. De modo semelhante, a condição de contorno aplicada ao outro extremo da caixa fornece 5.3.12 𝜓(𝐿) = 𝐴 𝑠𝑒𝑛 𝑘𝐿 = 0 Para que essa exigência seja satisfeita, o argumento da função seno, 𝑘𝐿, deve ser um múltiplo inteiro de 𝜋, isto é, 5.3.13 𝑘𝑛 = 𝑛 𝜋 𝐿 , 𝑛 = 1,2,3, … Substituindo este resultado em 5.3.9 obtemos os valores associados à quantização da energia, de fato 5.3.14 𝐸𝑛 = ℏ2𝑘𝑛 2 2𝑚 = ℏ2 2𝑚 (𝑛 𝜋 𝐿 ) 2 = 𝑛2 ( ℎ2 8𝑚𝐿2 ) = 𝑛2𝐸1 Note que as condições de contorno, além de determinar as constantes da função de onda, são responsáveis pela quantização da energia. Assim, o resultado geral 5.3.10 se reduz a equação 5.3.15 𝜓𝑛(𝑥) = 𝐴𝑛 𝑠𝑒𝑛 𝑛𝜋𝑥 𝐿 Finalmente, a constante 𝐴𝑛 será determinada adiante pela condição de normalização, a qual está associada à probabilidade de encontrar a partícula em qualquer ponto do espaço. 14 Vimos anteriormente que a função de onda não fornece resultados observáveis, de fato, ela pode até mesmo conter um número imaginário. Para extrairmos quantidades físicas da função de onda devemos considerar a densidade de probabilidade, uma grandeza real, dada por 5.3.16 𝑃(𝑥, 𝑡) = |Ψ(𝑥, 𝑡)|2 = Ψ∗Ψ Com isso, a probabilidade de encontrar uma partícula em uma certa região do espaço, 𝑑𝑥, será 5.3.17 𝑃(𝑥, 𝑡)𝑑𝑥 = |Ѱ(𝑥, 𝑡)|2𝑑𝑥 = Ѱ∗Ѱ 𝑑𝑥 Para que os valores de probabilidade encontrados sejam coerentes, devemos empregar a condição de normalização. Esta imposição estabelece que a probabilidade de encontrar a partícula em qualquer lugar do espaço é de cem por cento, ou seja 5.3.18 ∫ |Ѱ|2 ∞ −∞ 𝑑𝑥 = 1 Voltando à função de onda 5.3.15 do nosso exemplo, teremos a seguinte condição normalização 5.3.19 ∫ |𝜓𝑛| 2𝐿 0 𝑑𝑥 = 1 o que resulta na constante 𝐴𝑛 = √2 𝐿⁄ . Assim, a função de onda que descreve uma partícula no interior de um poço infinito de potencial é dada por 5.3.20 𝜓𝑛(𝑥) = √2 𝐿⁄ 𝑠𝑒𝑛 𝑛𝜋𝑥 𝐿 Os valores de 𝑛 em 5.3.13, encontrados pela imposição da condição de contorno, definem a forma da função de onda e, consequentemente, a probabilidade de encontrar a partícula em uma determinada região da caixa, como pode ser visto na figura 5-5a e 5-5b. Além disso, a equação 5.3.14 e a figura 5-5c, nos dizem que, quanto maior o valor de 𝑛, maior o valor da energia. Figura 5-5: (a) Funções de onda de uma partícula em uma caixa, para os casos 𝑛 = 1, 𝑛 = 2, 𝑛 = 3. (b) Densidades de probabilidade correspondentes às 15 funções de onda do item (a). (c) Energias associadas aos valores 𝑛 = 1, 𝑛 = 2, 𝑛 = 3, 𝑛 = 4, 𝑛 = 5, de baixo para cima) Fonte: http://www.if.ufrgs.br/~marcia/MQ_aula4.pdf Com o propósito de tornar mais clara a interpretação probabilística dos resultados da mecânica quântica, convém realizar alguns cálculos e comparar os resultados obtidos com os gráficos da figura 5-5. Sendo assim, vamos começar determinando a probabilidade de encontrar uma partícula no poço de potencial no intervalo entre 0,45𝐿 e 0,55𝐿 (a) no primeiro estado excitado, (b) no segundoestado excitado e (c) no terceiro estado excitado. Tendo em vista que essa é a região central do poço, de acordo com as figuras 5-5(a) e 5-5(b), esperamos obter uma probabilidade alta para 𝑛 = 1 e 𝑛 = 3 e baixa para 𝑛 = 2. Considere então, a função de onda 5.3.20 com os respectivos 𝑛’s. Além disso, note que os limites da integração da densidade de probabilidade devem estar de acordo com o intervalo estabelecido pelo problema. Com isso, para 𝑛 = 1, teremos 𝑃1 = ∫ |𝜓1| 2 0,55𝐿 0,45𝐿 𝑑𝑥 = 2 𝐿 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 ( 𝜋𝑥 𝐿 )𝑑𝑥 0,55𝐿 0,45𝐿 = 2 𝐿 ∫ 1 2 (1 − 𝑐𝑜𝑠 ( 2𝜋𝑥 𝐿 ))𝑑𝑥 0,55𝐿 0,45𝐿 = 2 𝐿 ∫ 1 2 (1 − 𝑐𝑜𝑠 ( 2𝜋𝑥 𝐿 ))𝑑𝑥 = 0,55𝐿 0,45𝐿 1 𝐿 (𝑥 − 𝐿 2𝜋 𝑠𝑒𝑛 ( 2𝜋𝑥 𝐿 ))|0,45𝐿 0,55𝐿 = (0,55 − 1 2𝜋 𝑠𝑒𝑛(2𝜋. 0,55)) − (0,45 − 1 2𝜋 𝑠𝑒𝑛(2𝜋. 0,45)) = 0,599 − 0,401 = 0,198 = 19,8% http://www.if.ufrgs.br/~marcia/MQ_aula4.pdf 16 De modo semelhante, para 𝑛 = 2: 𝑃2 = 2 𝐿 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 ( 2𝜋𝑥 𝐿 ) 𝑑𝑥 0,55𝐿 0,45𝐿 = 1 𝐿 (𝑥 − 𝐿 4𝜋 𝑠𝑒𝑛 ( 4𝜋𝑥 𝐿 )) |0,45𝐿 0,55𝐿 = 0,006 = 0,6% Para 𝑛 = 3: 𝑃3 = 2 𝐿 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 ( 3𝜋𝑥 𝐿 ) 𝑑𝑥 0,55𝐿 0,45𝐿 = 1 𝐿 (𝑥 − 𝐿 6𝜋 𝑠𝑒𝑛 ( 6𝜋𝑥 𝐿 )) |0,45𝐿 0,55𝐿 = 0,186 = 18,6% Observe que os resultados estão de acordo com o que esperávamos. Qual é a probabilidade de encontrar a partícula no segundo estado excitado, entre 0 e 0,5𝐿? De acordo com a figura 5-5(b), a probabilidade de encontrar a partícula metade esquerda da caixa deve ser de 50%. A partir do cálculo direto obtemos 𝑃2 = 2 𝐿 ∫ 𝑠𝑒𝑛2 ( 2𝜋𝑥 𝐿 ) 𝑑𝑥 0,5𝐿 0 = 1 𝐿 (𝑥 − 𝐿 4𝜋 𝑠𝑒𝑛 ( 4𝜋𝑥 𝐿 )) |0 0,5𝐿 = 0,5 = 50% Analogamente, a probabilidade de encontrar a partícula no terceiro estado excitado em cada terço da caixa é de aproximadamente 33%. TEMA 4: O EFEITO TÚNEL Considere a abordagem clássica da seguinte situação, uma partícula de massa 𝑚 se desloca horizontalmente com velocidade 𝑣. Sabemos, portanto, que existe uma energia cinética 𝐾 associada a ela. Durante sua trajetória a partícula encontra uma barreira de potencial 𝑈0, isto é, uma rampa de altura ℎ (𝑈0 = 𝑚𝑔ℎ). Se 𝐾 for maior que 𝑈0, a partícula transpõe a rampa e continua seu caminho horizontal com energia total 𝐸 = 𝐾 − 𝑈0. Por outro lado, se 𝐾 for menor que 𝑈0, o objeto sobe uma parte da rampa, fica momentaneamente em repouso (𝐸 = 𝑈0) e retorna, rampa abaixo, até alcançar novamente o trecho horizontal inicial, onde sua energia será 𝐸 = 𝐾. Sendo assim, a partícula nunca conseguirá transpor a 17 barreira se 𝐾 < 𝑈0. Por outro lado, do ponto de vista da mecânica quântica, isto é possível. Esse fenômeno recebe o nome de efeito túnel. Para descrever a penetração de barreiras, vamos admitir que uma partícula com energia 𝐸 incide em uma barreira de potencial de largura 𝑎 e altura 𝑈0, ligeiramente maior que 𝐸 (figura 5-6a), isto é, 5.4.1 𝑈(𝑥) = 0, 𝑥 < 0 𝑈(𝑥) = 𝑈0, 0 < 𝑥 < 𝑎 𝑈(𝑥) = 0, 𝑥 > 𝑎 Nesse caso, a equação de Schrodinger deve ser solucionada em cada uma das três regiões e então, as soluções são conectadas através das condições de continuidade nas extremidades da barreira. A solução das equações livres, onde o potencial é nulo, é idêntica ao resultado geral 5.3.10. Em contrapartida, no interior da barreira, teremos 5.4.2 𝑑2𝜓(𝑥) 𝑑𝑥2 = 2𝑚 ℏ2 (𝑈0 − 𝐸)𝜓(𝑥) = 𝑎 2𝜓(𝑥) cuja solução tem a forma 5.4.3 𝜓(𝑥) = 𝐶𝑒−𝛼𝑥 Analisando esses resultados podemos ver que uma partícula que vem da esquerda, seguindo por uma região livre, é descrita por uma função senoidal. Contudo, ao penetrar na região de potencial, ocorre um decaimento exponencial da amplitude da onda. Finalmente, após atravessar a barreira, a onda ressurge novamente como uma senoide (figura 5-6b). Isso implica que existe uma probabilidade finita de encontrar a partícula após a barreira de potencial, contrariando os resultados da mecânica clássica. 18 Figura 5-6: (a) Barreira de potencial de altura 𝑈0 ligeiramente maior que a energia 𝐸 da partícula. (b) Representação de uma partícula que incide da esquerda para direita. Parte da onda é refretada e atravessa a barreira de potencial.) Um exemplo de aplicação muito interessante do fenômeno de penetração de barreiras se dá na construção dos microscópios de tunelamento. Nesses aparelhos, uma sonda com uma ponta muito fina mapeia a superfície da amostra. Entre a sonda e o material, existe uma diferença de potencial, a qual estabelece uma corrente elétrica que é muito sensível à distância entre eles. Sendo assim, mantendo a corrente de tunelamento constante, podemos mapear os contornos da superfície do material. Uma das principais dificuldades encontradas na fabricação dos microscópios de tunelamento está associada ao tamanho da sonda, a qual determina a resolução do aparelho. Atualmente somos capazes de produzir ponteiras com raio da ordem de micrometros, o que corresponde à mil vezes o tamanho atômico, ou seja, o aparelho não possui qualquer resolução. Contudo, por mais polida que pareça a sonda, ainda existem imperfeições microscópicas, as quais são empregadas como minipontas, proporcionando uma melhor resposta. Outro problema enfrentado se deve ao controle da posição da sonda, tendo em vista que, para medir algo tão pequeno, são necessários movimentos muito sutis. Essa dificuldade foi sanada com o uso de cerâmicas piezoelétricas, cujas dimensões sofrem variações nanométricas quando sujeitas a aplicação de alguns volts. 19 TEMA 5: PRINCÍPIO DA INDETERMINAÇÃO DE HEISENBERG Segundo a mecânica newtoniana, conhecendo a posição inicial de um corpo, sua velocidade e as forças às quais ele está sujeito, somos capazes de descrever sua trajetória. Por outro lado, do ponto de vista da mecânica quântica, não podemos determinar completamente a posição e a velocidade de uma partícula, pois o processo de medida em si altera a configuração do sistema. Imagine que você está em uma sala escura e uma bola de basquete é lançada obliquamente, tendo seu percurso parabólico registrado por uma câmera fotográfica em vários instantes. Ao tirar uma foto, um flash de luz é emitido. A luz é refletida pela bola e então retorna à câmera registrando sua imagem. Nesse caso, podemos determinar com precisão o percurso da bola, porque a interação entre a ela e o processo de medida (interação da bola com a luz) é insignificante e não afeta seu percurso. Contudo, quando tentamos medir a posição de um elétron, lançando “luz” (radiação) sobre ele, ocorre um espalhamento, alterando completamente sua posição e velocidade. Seria como tentar medir a posição da bola de basquete lançando um balde de água sobre ela, em vez de um feixe de luz. Essa é uma característica marcante da mecânica quântica denominada como “o princípio da indeterminação de Heisenberg” e constitui um dos pilares da mecânica quântica. Podemos enunciar essa importante premissa da teoria quântica da seguinte maneira: “É impossível determinar, ao mesmo tempo, com precisão arbitrária, a posição e o momento de uma partícula”. O princípio da incerteza pode ser descrito matematicamente através da relação 5.5.1 ∆𝑥∆𝑝 ≥ ℏ 2 tal que as grandezas que obedecem esse tipo de relação, como a posição e o momento, são ditas canonicamente conjugadas. Além disso, podemos notar que, quanto maior a precisão na medida da posição, menor será a precisão do momento, sendo ℏ 2⁄ o valor mínimo do produto dos desvios padrões das medidas. 20 Exercício Um corpo com 1𝜇𝑔 de massa está se movendo com uma velocidade de 1𝑐𝑚/𝑠. Se a velocidade do corpo é conhecida com uma indeterminação de 1%, qual é a ordem de grandeza da indeterminação mínima da sua posição? Resolução O momento da partícula será 𝑝 = 𝑚𝑣 = 10−9 × 10−2 = 10−11𝑘𝑔𝑚/𝑠Tendo em vista que a indeterminação na velocidade é de 1%, a indeterminação no momento será ∆𝑝 = 𝑝 × 0,01 = 10−13𝑘𝑔𝑚/𝑠 Empregando o principio da indeterminação de Heisenberg, equação 5.5.1, teremos a inderteminação mínima na posição ∆𝑥∆𝑝 ≥ ℏ 2 → ∆𝑥 × 10−13 ≥ 1,05 × 10−34 2 → ∆𝑥 ≥ 10−21𝑚 FINALIZANDO Nesta aula vimos algumas das dificuldades encontradas pela física clássica na descrição de certos fenômenos físicos, o que motivou o desenvolvimento de um novo ramo da física, a mecânica quântica. Aprendemos que esta é uma teoria probalística e empregamos essa abordagem no estudo de um poço de potencial infinito e finito, o qual é utilizado, em particular, no estudo do efeito túnel. Além disso, discutimos o princípio da indeterminação de Heinsenberg, que expressa um limite máximo para a precisão das medidas dos observáveis. BIBLIOGRAFIA PAUL A. TIPLER, Física. 4ª ed. vol. 2 LTC, 2000. Paul A. Tipler e Ralph A. Llewellyn, Física Moderna. 3ª ed. LTC, 2001.
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