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Dalton, Thomson, Rutherford, Bohr, De Broglie e Schrödinger, respectivamente nesta ordem contribuíram e foram os principais responsáveis pela evolução do modelo atômico conhecido atualmente. O desenvolvimento e evolução da Física Quântica e Química se devem ao conhecimento a respeito da estrutura atômica. Por exemplo, com tal conhecimento foi possível entender o que constitui a matéria, prever determinados comportamentos dos materiais, entender e manipular a radioatividade, produzir produtos de nossos interesses e assim por diante. A ideia essencial da estrutura atômica se deve ao pensamento de filósofos, que levantaram hipóteses, isto é, suposições que na época não podiam ser comprovadas, sobre a constituição da matéria. Entre eles estavam os dois filósofos gregos Demócrito e Leucipo que, em meados de 450 a.C, acreditavam que tudo seria formado por pequenas partículas indivisíveis, as quais eles denominaram de átomos. Uma palavra grega, onde a, significa “negação”, e a palavra tomo, significa “parte”, ou seja, “sem partes” ou “indivisível”. Em outras palavras, se dividirmos sucessivamente um objeto diversas vezes, em algum momento isso não seria mais possível, porque chegaríamos à menor parte que compõe a matéria. No entanto, suas ideias não foram bem aceitas pelos filósofos da época e elas foram substituídas por outras, como as ideias de Aristóteles que perduraram por séculos à frente. Foi somente no século XIX que a ideia dos átomos foi retomada, pois agora os cientistas podiam testar as suas hipóteses por meio de experimentos para comprová-los ou para refutar ideias de outros cientistas. Embora algumas ideias não estivessem totalmente corretas, todas as contribuições dadas foram importantes, pois foi a partir da ideia de um cientista que o outro pode desenvolver o próximo modelo. Todos eles elaboram um modelo atômico, ou seja, uma representação que não corresponde exatamente à realidade, mas que serve para explicar corretamente o comportamento do átomo. Por exemplo, imagine que você faça um desenho idêntico a uma caneta. Por meio deste desenho, todos conseguem identificar que se trata de uma caneta, porém o desenho não é a caneta. De modo similar, o modelo atômico serve para entendermos o funcionamento do átomo, suas propriedades e características. Mas, o modelo não é exatamente igual ao átomo. Vejamos então os principais modelos atômicos: Evolução do Modelo Atômico Disciplina: Física Óptica e Princípios de Física Moderna Professor: Cristiano Cancela da Cruz Curso: Engenharia (Produção, Computação e Elétrica) Unidade: Garcez 1- Modelo de Dalton: O químico inglês John Dalton (1766-1844) retomou as ideias de Leucipo e Demócrito e, baseando-se em leis já comprovadas experimentalmente, como as Leis Ponderais, ele propôs resumidamente que o átomo seria parecido com uma bola de bilhar, isto é, esférico, maciço e indivisível. 2-Modelo de Thomson: A natureza elétrica da matéria já era bem conhecida, por exemplo, há 2500 anos, na Grécia antiga, o filósofo Tales de Mileto já havia mostrado que quando atritamos âmbar com um pedaço de lã, ele passa a atrair objetos leves. Porém, o modelo atômico de Dalton não explicava esse fato: como a matéria neutra podia ficar elétrica. Assim, em 1897, o físico inglês Joseph John Thomson (1856-1940) passou a trabalhar com a ampola de Crookes, ou seja, um tubo onde gases eram submetidos a voltagens elevadíssimas, produzindo raios catódicos. Quando se colocava um campo elétrico externo, esses raios se desviavam em direção à placa positiva, o que significava que o átomo teria partículas negativas, que ficaram denominadas como elétrons. No entanto, como a natureza da matéria é neutra, uma explicação razoável seria de que haveria uma parte positiva que neutralizaria os elétrons. Com base nesse raciocínio, em 1903, Thomson modificou o modelo de Dalton, pois o átomo não seria maciço nem indivisível, e estabeleceu o seu, que propôs o seguinte: O átomo é uma esfera de carga elétrica positiva, não maciça, incrustada de elétrons (partículas negativas), de modo que sua carga total seja nula. Esse modelo foi comparado a um “pudim de passas”. 3- Modelo de Rutherford: Em 1911, o físico neozelandês Ernest Rutherford (1871-1937) realizou um experimento em que ele bombardeou uma finíssima lâmina de ouro com partículas alfa vindas do polônio radioativo. Ele observou que a maioria das partículas atravessava a folha, o que significava que o átomo deveria ter imensos espaços vazios. Algumas partículas eram rebatidas, o que seria explicado se o átomo tivesse um núcleo pequeno e denso e, por fim, algumas partículas alfas sofriam um desvio em sua trajetória, o que significava que o núcleo seria positivo, pois as partículas alfas eram positivas e foram repelidas ao passar perto do núcleo. Com isso, o modelo atômico de Rutherford defendeu o seguinte: O átomo seria composto por um núcleo muito pequeno e de carga elétrica positiva, que seria equilibrado por elétrons (partículas negativas), que ficavam girando ao redor do núcleo, numa região periférica denominada eletrosfera. O átomo seria semelhante ao sistema solar, em que o núcleo representaria o Sol e os elétrons girando ao redor do núcleo seriam os planetas. Em 1904, Rutherford descobriu que na verdade o núcleo era composto por partículas positivas denominadas prótons e, em 1932, Chadwick descobriu que havia também partículas neutras no núcleo que ajudavam a diminuir a repulsão entre os prótons. Link para o simulador do espalhamento de Rutherford: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/rutherford-scattering 4- Modelo de Rutherford-Bohr: O estudo dos espectros eletromagnéticos dos elementos pelo físico dinamarquês Niels Bohr (1885-1962) permitiu adicionar algumas observações ao modelo de Rutherford, por isso, o seu modelo passou a ser conhecido como modelo atômico de Rutherford-Bohr: Só é permitido ao elétron ocupar níveis energéticos nos quais ele se apresenta com valores de energia múltiplos inteiros de um fóton. É importante ressaltar que as ideias sobre o que compõe o átomo continuam progredindo e existem outros modelos atômicos mais modernos. Entretanto, o modelo de Rutherford-Bohr explica a grande maioria dos comportamentos do átomo. 5 - Modelo atômico De Broglie No decorrer do século XIX, muitos cientistas começaram a estudar os fenômenos relacionados à eletricidade e à emissão de luz pela matéria em determinadas condições. Ao final desse mesmo século, diversas descobertas acerca de tais fenômenos ajudaram a desvendar a estrutura do átomo. A partir daí surgem os modelos atômicos, que são referências utilizadas para representar os átomos. Com base em análises e experiências, verificou-se que a luz apresenta um comportamento dual: ora como partícula, ora como onda. Em 1924, o físico francês Louis De Broglie lançou a hipótese de que, se a luz apresenta natureza dual, uma partícula também apresentaria características ondulatórias. De Broglie procurou associar a natureza dual da luz com o comportamento do elétron e afirmou que “a todo elétron em movimento está associada uma onda característica”, postulado que princípio da dualidade ou princípio de De Broglie. Segundo os conceitos de De Broglie, o movimento de um elétron se apresenta associado a um dado comprimento de onda. Daí surge a questão: para que uma partícula possa ser dita como onda, qual seria o comprimento de onda estabelecido a ela? Como resposta a esta questão, o físico francês propôs a fórmula 𝜆 = ℎ 𝑝 , onde λ representa o comprimento de onda de De Broglie, h representa a constante de Planck e p se refere ao produto da massa pela https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/rutherford-scattering velocidade da partícula. Essa proposta de De Broglie para a dualidade partícula-onda envolve não apenasos elétrons, mas toda a matéria, tais como prótons, nêutrons, átomos e moléculas. A dualidade partícula-onda proposta por De Broglie constitui um princípio fundamental do comportamento da estrutura atômica, tornando possível uma compreensão mais abrangente da natureza do átomo, bem como das ligações químicas por eles estabelecidas. O modelo atômico atual é um modelo matemático/ probabilístico, sendo o princípio da dualidade um dos seus pilares. No ano de 1933, o engenheiro alemão Ernest Ruska, baseando-se nas ideias de De Broglie, desenvolveu o microscópio eletrônico. Esse aparelho utiliza um feixe de elétrons em vez de raios de luz para iluminar amostras, produzindo imagens bastante detalhadas e com altas ampliações. O microscópio eletrônico contribuiu significativamente para a compreensão da estrutura da matéria. Devido à descoberta do comportamento ondulatório dos elétrons, De Broglie conquistou o Prêmio Nobel de Física em 1929 e, aos 37 anos o mais jovem membro da galeria dos prêmios Nobel. 6 - Modelo atômico de Schrödinger Com a efervescência das duas primeiras décadas do século XX, físicos e químicos discutiam a natureza do átomo, dos elétrons e da eletrosfera. Já em 1916 Sommerfeld propusera uma mudança no entendimento das variáveis quânticas do modelo atômico de Rutherford – Bohr. Louis De Broglie, já em meados da década de 1920, propôs a extensão da dualidade “onda-partícula” ao elétron. Para Broglie, o elétron apresentava comportamento de partícula e de onda, e por este motivo elétrons poderiam apresentar propriedades da mecânica ondulatória. De Broglie postulara o enunciado de que “a todo elétron em movimento está associada uma onda característica”, admitindo este comportamento dualístico e chocando-se diretamente com as proposições anteriores, que afirmavam que o elétron descrevia órbitas circulares ao redor do núcleo. Esta afirmação foi bastante contestada pelos cientistas contemporâneos de Louis De Broglie, porém experimentos realizados à época comprovaram a tese de que elétrons poderiam apresentar e obedecer à preceitos das leis ondulatórias, como se fossem ondas luminosas. Seguindo este pressuposto, as órbitas defendidas por Bohr e Sommerfeld não poderiam corresponder à realidade, uma vez que o elétron descreveria o comportamento de uma onda ao redor do núcleo. A figura a seguir demonstra, de maneira bastante simples, como poderia ser descrita a órbita em forma de ondas ao redor do núcleo e o modelo anterior. Eletrosferas distintas – Modelo de Bohr e a sugestão de Louis de Broglie Questões acerca do modelo atômico apresentaram novas discussões quando fora enunciado o princípio da incerteza, por Werner Heisenberg (*1901 – †1967), que afirmava “não ser possível determinar, simultaneamente, a posição e a velocidade de uma partícula em um mesmo instante”. Tal princípio trazia um questionamento aos recentes acontecimentos sobre a eletrosfera: não é possível determinar a posição e velocidades exatas de um elétron. Este fato trouxe uma nova perspectiva à questão, uma vez que não fazia sentido tentar descrever valores tão exatos dos elétrons. Como definir questões tão intrínsecas ao átomo? Utilizando-se dos conhecimentos da Mecânica ondulatória, diria Erwin Schrödinger. Erwin Schrödinger (*1887 – †1961) determinou, através de uma infinidade de operações matemáticas (cálculos e equações do movimento de ondas e plotagem dos dados em plano cartesiano), as regiões no espaço que apresentariam máxima probabilidade de se encontrar um elétron. A esta altura a utilização do termo órbita já estava em desuso, pois não se poderia prever, pelo princípio da incerteza de Heisenberg, a posição e velocidade de um elétron. Logo, determinou-se orbital a região que apresentaria máxima probabilidade de localização dos elétrons e, portanto, orbitais se assemelhariam, grosso modo, a nuvens eletrônicas. Schrödinger, ao propor o modelo de orbitais atômicos, conciliou os postulados teóricos de De Broglie e Heisenberg, formalizando a ideia de que o elétron apresenta comportamento dual (onda – partícula). O modelo atômico de Schrödinger apresentou um modelo de orbital tridimensional para cada um dos sub níveis de energia e possibilitou a compreensão do fenômeno da hibridação em átomos de carbono, permitindo a determinação da geometria molecular de diversas substâncias químicas. A geometria molecular, por sua vez permite a previsão de propriedades físicas e químicas de diversos compostos. O modelo quântico ondulatório ou modelo de orbital obedece à dinâmica dos números quânticos (principal, secundário, magnético e de spin), tendo status de modelo vigente, e sendo válido desde 1923 até os dias atuais. Quadro contendo representações de orbitais. Link simulador, átomo de hidrogênio: https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/hydrogen-atom Bibliografia: https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/evolucao-dos-modelos-atomicos.htm https://www.infoescola.com/quimica/modelo-atomico-de-broglie/ https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/legacy/hydrogen-atom https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/quimica/evolucao-dos-modelos-atomicos.htm https://www.infoescola.com/quimica/modelo-atomico-de-broglie/
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