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Aspectos Legais em Informática e Ética

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2018
Aspectos LegAis em 
informáticA e ÉticA
Profa. Shirlei Magali Vendrami
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profa. Shirlei Magali Vendrami
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
004.07
V453aVendrami, Shirlei Magali 
 Aspectos legais de informática e ética / Shirlei Magali 
Vendrami. Indaial: UNIASSELVI, 2018.
 
 206 p. : il.
 
 ISBN 978-85-515-0152-8
 
 1.Informática – estudo e ensino. 
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Impresso por:
III
ApresentAção
Caro acadêmico! A disciplina que começamos a estudar a partir de 
agora se chama Aspectos Legais em Informática e Ética. Pode causar até certa 
estranheza para os profissionais e estudantes da área de TI (Tecnologia da 
Informação), mas se trata de uma disciplina que possui um foco importante 
para a nossa área de informática. Atualmente, o profissional de TI necessita 
ter um conhecimento jurídico voltado para o seu trabalho, ou seja, para o seu 
negócio. É evidente, cada vez mais, em nossa realidade, o conhecimento de 
crimes que ocorrem por meio da internet; a necessidade de conhecimento 
de um profissional no momento de confeccionar e/ou assinar um contrato 
voltado para a nossa área, entre outros aspectos.
O Direito está presente em nosso cotidiano. Na realidade, um dos 
objetivos do Direito é o de regulamentar a vida em sociedade, através das 
regras de convivência, que evoluíram ao longo dos tempos. Alguns crimes e 
condutas humanas que não eram conhecidos há algum tempo, atualmente 
tornaram-se recorrentes em nosso dia a dia, sendo, portanto, passíveis do uso 
do Direito em nossa área, cada vez mais. Em nossa área praticamos o comércio 
de produtos e serviços, motivo pelo qual é muito importante que o profissional 
tenha conhecimento de algumas legislações pertinentes a esta área, como é 
o caso do Código de Defesa do Consumidor e alguns aspectos tributários 
envolvidos. Sem contar a questão trabalhista envolvida na área de TI.
Desta forma, este livro de estudos está dividido em três unidades, de 
modo a contemplar cada assunto que será estudado a partir de agora. 
Na primeira unidade, iremos abordar aspectos históricos e conceituais, 
além de contextualizar a nossa disciplina. Estudaremos diversos temas, tais como: 
o que é o Direito? Como surgiu e evoluiu? Quanto ao Direito na sociedade: Qual 
é a sua principal característica? Quais são os seus princípios? Qual é a divisão 
do Direito? Quais são as suas fontes, ou seja, onde o Direito pode basear-se para 
formar o seu convencimento? Qual é a hierarquia das leis, para que ela serve? O 
que vem a ser uma lacuna no Direito? Como proceder quando elas acontecem? 
Quais são os elementos de uma relação jurídica? O que é um processo? Quais são 
os tipos de processo? O que vem a ser uma intimação? E uma citação? Veremos 
também sobre a sanção do Novo Código de Processo Civil (Lei nº 13.105/2015), 
do Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/2014) que regula o uso da internet no 
Brasil, além do uso ético das informações em nosso meio.
Na Unidade 2, trataremos da questão das legislações pertinentes à nossa 
área, tais como a Lei de Software (Lei nº 9.609/98) e a Lei de Direitos Autorais 
(Lei nº 9.610/98). Também trataremos da questão das relações de consumo na 
TI através do Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/90) e dos aspectos 
tributários na TI, e como ocorrem as relações trabalhistas de nossa área.
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
Na terceira e última unidade, trataremos dos crimes eletrônicos 
propriamente ditos. Aqui veremos o que a lei entende como crime. O que 
vem a ser um crime, uma conduta criminosa? Quais são as formas de 
cometimento de um crime? O que é e como é tratada a questão da legítima 
defesa na internet?
Atualmente, não é comum encontrar um profissional de TI que 
domine também a área dos Aspectos Legais em Informática, constituindo-se 
em um importante diferencial. Um dos objetivos deste livro de estudos é que 
você, acadêmico, alcance este diferencial.
Profª. Shirlei Magali Vendrami
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE I – ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO .............................. 1
TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO ................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 SURGIMENTO DO DIREITO ........................................................................................................... 4
3 A EVOLUÇÃO DO DIREITO ............................................................................................................ 9
4 O DIREITO NA SOCIEDADE ........................................................................................................... 12
5 O PROFISSIONAL DE TI E O DIREITO ......................................................................................... 13
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 16
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 17
TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AO DIREITO ....................................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 19
2 O QUE É O DIREITO? ......................................................................................................................... 19
3 ALGUNS PRINCÍPIOS DO DIREITO ............................................................................................. 22
4 DIVISÕES DO DIREITO .................................................................................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 31
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 33
TÓPICO 3 – O DIREITO NA PRÁTICA .............................................................................................35
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 35
2 FONTES DO DIREITO ........................................................................................................................ 35
3 O QUE É O PROCESSO? ..................................................................................................................... 49
4 TIPOS DE PROCESSO ........................................................................................................................ 50
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 56
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 59
TÓPICO 4 – SANÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ......................................... 61
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 61
2 A SANÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL 
 (LEI N° 13.105/2015) – PRINCÍPIOS GERAIS DO NOVO CPC .................................................. 61
2.1 O INSTITUTO DA CONCILIAÇÃO NO NOVO CÓDIGO DE 
 PROCESSO CIVIL (CPC) ................................................................................................................ 66
2.2 OS ATOS PROCESSUAIS NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL (CPC) ..................... 67
2.2.1 A citação ................................................................................................................................... 67
2.2.2 A intimação .............................................................................................................................. 68
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 70
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 71
TÓPICO 5 – MARCO CIVIL DA INTERNET .................................................................................... 73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 73
2 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................................... 73
3 PRINCIPAIS FUNDAMENTOS DO MARCO CIVIL DA INTERNET ..................................... 73
4 PRINCIPAIS PRINCÍPIOS DO MARCO CIVIL DA INTERNET .............................................. 75
sumário
VIII
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................. 79
RESUMO DO TÓPICO 5...................................................................................................................... 83
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................... 84
UNIDADE 2 – LEGISLAÇÃO PARA INFORMÁTICA ................................................................. 85
TÓPICO 1 – LEI DE SOFTWARE........................................................................................................ 87
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 87
2 A LEI DE SOFTWARE (LEI N° 9.609/1998) ..................................................................................... 87
RESUMO DO TÓPICO 1...................................................................................................................... 99
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................101
TÓPICO 2 – LEI DE DIREITOS AUTORAIS ...................................................................................103
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................103
2 LEI DE DIREITOS AUTORAIS – LEI N° 9.610/98 ........................................................................103
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................110
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................111
TÓPICO 3 – AS RELAÇÕES DE CONSUMO NA TI .....................................................................113
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................113
2 O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (LEI N° 8.078/90) .............................................113
3 ASPECTOS TRIBUTÁRIOS NA TI ................................................................................................124
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................131
TÓPICO 4 – RELAÇÕES TRABALHISTAS NA TI .........................................................................133
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................133
2 FORMAS DE CONTRATAÇÃO .....................................................................................................133
3 FORMAS DE RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO ..................................................134
4 USO ÉTICO DAS INFORMAÇÕES NA TI ...................................................................................135
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................139
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................141
TÓPICO 5 – CONTRATOS ..................................................................................................................143
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................143
2 DEFINIÇÃO .........................................................................................................................................143
3 REQUISITOS ESSENCIAIS .............................................................................................................143
4 PRINCÍPIOS CONTRATUAIS ........................................................................................................145
5 ESTRUTURA GERAL DOS CONTRATOS ...................................................................................145
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................146
RESUMO DO TÓPICO 5......................................................................................................................148
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................149
UNIDADE 3 – CRIMES ELETRÔNICOS, REGISTRO DE DOMÍNIO
 E CERTIFICAÇÃO DIGITAL ...................................................................................151
TÓPICO 1 – DEFINIÇÃO DE CRIME ...............................................................................................153
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................1532 CONCEITO DE CRIME .....................................................................................................................153
3 CRIMES DIGITAIS ............................................................................................................................156
3.1 CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES ELETRÔNICOS ...................................................................157
3.1.1 Crimes cibernéticos puros, mistos e comuns ....................................................................158
IX
3.1.2 Crimes cibernéticos próprios e impróprios ......................................................................158
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................160
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................161
TÓPICO 2 – PROVA DE CRIME ELETRÔNICO ............................................................................163
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................163
2 EVIDÊNCIAS DE UM CRIME ELETRÔNICO .............................................................................163
3 FORMAS DE COMETIMENTO DE UM CRIME .........................................................................164
4 A LEI DOS CRIMES ELETRÔNICOS – LEI CAROLINA DIECKMANN ..............................166
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................169
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................170
TÓPICO 3 – RESPONSABILIDADE CIVIL, INDENIZAÇÃO E LEGÍTIMA 
 DEFESA NA INTERNET ...............................................................................................173
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................173
2 CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL E INDENIZAÇÃO ........................................174
3 CONCEITO DE LEGÍTIMA DEFESA ............................................................................................176
4 TRATAMENTO DA LEGÍTIMA DEFESA NA TI ........................................................................177
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................180
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................182
TÓPICO 4 – REGISTRO DE DOMÍNIO ...........................................................................................185
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................185
2 REGRAS PARA O REGISTRO DE UM DOMÍNIO ....................................................................185
3 EXTINÇÃO DO DIREITO DE USO DE UM DOMÍNIO ...........................................................186
4 CATEGORIAS DE DOMÍNIO .........................................................................................................186
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................189
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................190
TÓPICO 5 – CERTIFICAÇÃO DIGITAL .........................................................................................191
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................191
2 ASSINATURA DIGITAL..................................................................................................................191
3 UNIDADES CERTIFICADORAS ...................................................................................................192
4 A VALIDADE DA CERTIFICAÇÃO DIGITAL NO MEIO JURÍDICO ..................................194
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................195
RESUMO DO TÓPICO 5.....................................................................................................................199
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................200
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................201
X
1
UNIDADE 1
ASPECTOS HISTÓRICOS E 
CONCEITUAIS DO DIREITO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apresentar uma visão geral da ciência do Direito;
• compreender a inter-relação entre o Direito e a sociedade;
• compreender a inter-relação entre o profissional de TI e o Direito;
• reconhecer alguns princípios do Direito e as suas divisões;
• compreender as fontes e lacunas do Direito, a hierarquia das leis e os ele-
mentos de uma relação jurídica;
• definir o que é um processo e reconhecer os tipos de processo.
• conhecer sobre a sanção do Novo Código de Processo Civil e o Marco 
Civil da Internet.
Esta unidade está organizada em cinco tópicos. Em cada um deles você 
encontrará atividades para maior compreensão das informações apresentadas.
TÓPICO 1 – ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO
TÓPICO 2 – INTRODUÇÃO AO DIREITO
TÓPICO 3 – O DIREITO NA PRÁTICA
TÓPICO 4 – SANÇÃO DO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
TÓPICO 5 – MARCO CIVIL DA INTERNET
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO
1 INTRODUÇÃO
Conforme já mencionado, o Direito está presente em nosso cotidiano. Na 
realidade, um dos objetivos do Direito é o de regulamentar a vida em sociedade 
através das regras de convivência que evoluíram ao longo dos tempos e estão em 
constante evolução.
Nesta unidade, vamos discutir os aspectos básicos referentes ao 
surgimento do Direito na sociedade e seus aspectos históricos, segundo a visão 
e interpretação de diversos autores. Essa discussão nos dará embasamento para 
começarmos a entender o pensamento jurídico que nos auxiliará em estudos 
futuros. Conheceremos também alguns dos principais termos jurídicos utilizados 
por profissionais do Direito.
UNI
Para começarmos o questionamento: O que é o Direito? O Direito é um 
fenômeno da rotina cotidiana que encontramos a todo o momento e em toda parte. Estamos 
mergulhados no Direito tal como na atmosfera. O Direito resguarda, defende, ampara, protege 
e serve o indivíduo em todos os momentos. A palavra Direito apresenta, pelo menos, quatro 
sentidos diferentes: I) como norma (por exemplo, “o Direito brasileiro acolhe o divórcio”); II) 
como faculdade (“Termos o direito de reclamar do prefeito”); III) na acepção do justo (“A moça 
se comportou direito”); e IV) como ciência (“Estudamos Direito na faculdade) (CAMPOS, 2005, 
p. 3-5). Na realidade, o termo Direito possui uma série de significados, não sendo possível 
resumi-lo em um só termo.
Para Campos (2005), o Direito regula as relações dos indivíduos em 
sociedade, apossa-se do sujeito e o mantém sob proteção, mas o considera parte da 
sociedade, até porque Direito e sociedade se pressupõem. Onde existe sociedade, 
existe o Direito.
Para Martins (2011), em se tratando de etimologia, o Direito vem do latim 
directu, acusativo singular da forma participal. Tem o significado de colocado em 
linha reta, alinhado, direito, reto, da qualidade do que é conforme a regra. São 
encontrados vários significados para a palavra Direito, como: norma, lei, regra, 
faculdade, o que é devido à pessoa, fenômeno social etc.
UNIDADE 1 | ASPECTOSHISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
4
NOTA
Caro acadêmico! Etimologia, que foi trazido no parágrafo anterior, é a parte da 
gramática que estuda o significado das palavras através das partes que a constituem.
Para Martins (2011), o Direito representa um conjunto de princípios, de 
regras e de instituições destinados a regular a vida humana em sociedade. O 
Direito é um meio para a realização ou obtenção de um fim, que é a Justiça e a 
consequente paz social.
2 SURGIMENTO DO DIREITO
Segundo Giordani (1997) e Pomer (1997), a origem do direito de fato deu-
se no antigo Império Romano, embora seja possível encontrar alguns indícios no 
mundo grego. 
Surgem no Estado grego as primeiras manifestações das necessidades 
das garantias individuais do direito e da luta por justiça das classes inferiores e 
com uma população totalmente sucumbida a um regime aristocrático, em que 
não possuíam um direito político efetivo e nem civil.
Porém, é com os romanos do final do século III d.C. que é estabelecida a 
justiça oficial e, com ela, o juiz estatal. Eles perceberam que se fazia necessário 
o direito na própria condição humana, pelo direito desde a liberdade, à 
educação, à segurança e principalmente pelos direitos e deveres dos cidadãos. 
Além de ser o berço do Direito, Roma também se destaca pela organização 
mais eficiente da civilização ocidental: a Igreja Católica Romana.
Os autores continuam afirmando que a Igreja Católica Romana se baseava 
não só na força de atuação de seus objetivos, mas também na eficácia de suas 
técnicas organizacionais e administrativas. Sua consistência foi tão precisa que 
permanecem nos dias atuais as mesmas formas de organização do Império 
Romano. Era impressionante a capacidade político-administrativa deste 
Estado, sua cultura e seus valores que se perpetuam até a nossa atualidade. 
Estas influências foram essenciais para a consolidação do direito em si, da sua 
atividade processual e das suas normas que regem o mundo globalizado e são 
os pilares para as grandes organizações.
FONTE: Adaptado de: <http://www.artigonal.com/direito-artigos/aspectos-preliminares-da-
historia-do-direito-na-idade-media-e-sua-relacao-com-os-direitos-humanos-1287038.html>. 
Acesso em: 5 jun. 2013.
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO
5
O homem realiza atividades administrativas desde a Antiguidade 
e estas atividades têm evoluído ao longo dos séculos e aperfeiçoando suas 
técnicas. Os estados da Antiguidade já eram dotados de uma administração 
eficiente, em que organizavam sua sociedade, sua vida política, seus exércitos, 
relações de negócios, e o surgimento do direito veio consolidar essas relações. 
A administração de empresas nas grandes organizações que se tem hoje nada 
mais é que um reflexo rebuscado dos primórdios da civilização. 
Até mesmo a Igreja Católica surgida na época romana é dotada de uma 
estrutura centralizada e administrada de forma eficaz. Percebemos que ela 
pode ser considerada a forma administrativa mais completa da antiguidade 
e influenciava até mesmo o Estado nas suas decisões e formas de governo. 
Podemos perceber que o que diferencia a administração atual são os 
métodos surgidos ao longo dos tempos e que servem para beneficiar não só 
a estrutura organizacional, mas os seus funcionários e os clientes que dela 
fazem parte.
 
O direito e suas formas de aplicação são essenciais para garantir a conduta 
da organização, que visa garantir os direitos e deveres de ambas as partes. 
É necessário que as empresas paguem seus tributos de forma correta, que 
garantam condições dignas de trabalho para seus funcionários, que paguem e 
assegurem os direitos individuais. O órgão necessário para a manutenção de 
todas essas obrigações da empresa é o direito, que visa manter uma relação de 
benefício para cada uma das partes e disciplinar o meio em que todos vivem. 
Seria muito cômodo para uma organização utilizar a capacidade máxima 
dos seus funcionários ou mesmo não oferecer tributo algum ao Estado, sem 
oferecer nada em troca. 
Apesar de notada importância, as normas jurídicas do Império Romano 
estavam longe de atingir a perfeição, em que admitiam a escravidão, não 
protegiam os desafortunados e nem estabeleciam uma relação de igualdade 
entre os seres humanos. O direito beneficiava as classes mais altas e não 
oferecia suporte para os necessitados. “Mas, mesmo com suas falhas, foi um 
verdadeiro progresso na ordem jurídica da humanidade e, sobretudo, no 
pensamento que se encontra presente até hoje” (GIORDANI, 1997, p. 257). 
Desde o século passado temos as normas que regulam a vida em 
sociedade, mas estas ficavam limitadas aos verdadeiros estudiosos do direito. 
Os regimes que norteavam a antiguidade, embora eficientes para sua época, 
eram totalmente arcaicos, dotados de tirania e suficientes somente para a 
menor parcela da população. 
FONTE: Disponível em: <http://www.coladaweb.com/direito/a-importancia-do-surgimento-do-
direito-e-sua-influencia-nas-organizacoes-atuais>. Acesso em: 5 jun. 2013.
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
6
A exemplo, podemos citar a lei das doze tábuas. Trata-se de uma lei 
historicamente conhecida pelos profissionais do Direito que constitui a origem 
do direito romano. A lei era aplicada na República Romana pelos pontífices 
e representantes da classe dos patrícios, que a guardavam em segredo. 
Predominantemente, esta lei era aplicada contra os plebeus. Por esse motivo, 
um plebeu de nome Terentílio propôs, no ano de 462 a.C., que houvesse uma 
compilação e publicação de um código legal oficial. A iniciativa de Terentílio 
visava permitir que os plebeus também conhecessem as leis e que pudessem 
impedir o abuso que era feito delas pelos patrícios (GASPARETO, s.d.). 
Como era de se esperar, a ideia de se criar uma lei oficial publicada foi 
recusada pelos patrícios e pontífices durante muito tempo, pois tentaram manter 
por mais tempo possível o privilégio no controle jurídico sobre a população 
romana. Essa condição dava aos patrícios enormes poderes de manipulação e 
repressão aos plebeus. Assim, em 451 a.C., um grupo formado por dez homens 
foi reunido para preparar o projeto oficial. No mesmo ano em que o grupo se 
formou para elaborar as leis, foram publicados dez códigos. No ano seguinte, 
foram incluídos mais dois. Assim se formaram as Doze Tábuas, nome utilizado 
justamente porque as leis foram publicadas em 12 tabletes de madeira, que foram 
afixados no Fórum Romano para que todos as pudessem ler (GASPARETO, s.d.). 
A Lei das Doze Tábuas enumera todo o direito que era praticado 
nesta época. Contém uma série de definições sobre direitos privados e 
procedimentos, considerando a família e rituais para negócios formais. O texto 
oficial foi perdido junto com diversos outros documentos quando os gauleses 
colocaram fogo em Roma no ano 390 a.C. 
Hoje, conhecemos apenas fragmentos obtidos através de versões 
não oficiais e citações feitas por outros autores. O conteúdo do código foi 
reconstituído pelos historiadores com as informações que foram encontradas. 
Sabe-se que a Lei das Doze Tábuas versava sobre organização e procedimento 
judicial, normas para os inadimplentes, poder pátrio, sucessão e tutela, 
propriedade, servidões, delitos, direito público e direito sagrado, além de 
alguns assuntos complementares. 
Assim como as leis que existiam anteriormente, o código oficial 
publicado combinava penas rigorosas com procedimentos severos. A Lei das 
Doze Tábuas diz muito sobre a sociedade e os métodos judiciais dos romanos, 
mas sua implicância vai muito além. Os tabletes representaram o primeiro 
documento legal a oficializar o Direito Romano, de onde se estruturam todos 
os corpos jurídicos do Ocidente.
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/direito/lei-das-doze-tabuas/>. Acesso em: 
5 jun. 2013.
http://www.infoescola.com/civilizacao-romana/plebeus/
http://www.infoescola.com/civilizacao-romana/patricios/
http://www.infoescola.com/direito/direito-romano/
TÓPICO 1 | ASPECTOSHISTÓRICOS DO DIREITO
7
FIGURA 1 – VISÃO PARCIAL DA LEI DAS DOZE TÁBUAS
FONTE: Disponível em: <http://www.espiraistempo.com.
br/2010/04/republica-romana-as-leis-das-dozes.html>. Acesso em: 
5 jun. 2013.
UNI
Roma não só foi importante por ser o berço do Direito, mas também por ter 
deixado um grande legado que influenciou todo o mundo moderno.
Outro ponto importante que podemos levantar sobre o surgimento e 
evolução do Direito foi a Lei de Talião. Segundo Fernandes (2012), os primeiros 
indícios de consagração da Lei de Talião foram encontrados no Código de 
Hamurábi por volta de 1700 a.C. no reino da Babilônia. Ao contrário do que 
muitos pensam, talião não é um nome próprio, vem do latim talionis, que significa 
como tal, idêntico. Neste sentido, a lei consiste na justa reciprocidade do crime 
e da pena, sendo o que muitas vezes ainda escutamos quando nos referimos a 
determinado fato: “olho por olho, dente por dente”. Para a Lei de Talião, a pena 
imposta pela lei era cruel e severa, como podemos conferir daqui a pouco, em um 
trecho desta lei. 
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
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FIGURA 2 – LEI DE TALIÃO SEGUNDO O CÓDIGO DE HAMURÁBI
FONTE: Disponível em: <http://rafaelfernandesonlline.wordpress.
com/2012/05/09/a-lei-de-taliao-conceito-e-origem/>. Acesso em: 5 
jun. 2013.
Para entendermos melhor os princípios da Lei de Talião, segundo o 
Código de Hamurábi, observaremos algumas disposições desta lei e podemos 
perceber que estas disposições lembram realmente o dito “olho por olho, dente 
por dente”, como já mencionamos:
196º – Se alguém arranca o olho a um outro, se lhe deverá arrancar o olho.
197º – Se ele quebra o osso a um outro, se lhe deverá quebrar o osso.
200º – Se alguém parte os dentes de um outro, de igual condição, deverá ter 
partidos os seus dentes.
202º – Se alguém espancar outro mais elevado que ele, deverá ser espancado 
em público sessenta vezes, com o chicote de couro de boi.
206º – Se alguém golpeia outro em uma rixa e lhe faz uma ferida, ele deverá 
jurar: “Eu não o golpeei de propósito”, e pagar o médico.
209º – Se alguém atinge uma mulher livre e a faz abortar, deverá pagar dez 
unidades de moeda pelo feto.
210º – Se essa mulher morre, se deverá matar o filho dele.
FONTE: Disponível em: <http://rafaelfernandesonlline.wordpress.com/2012/05/09/a-lei-de-
taliao-conceito-e-origem/>. Acesso em: 5 jun. 2013.
Como já percebemos, a Lei de Talião não se encaixa em nossa sociedade, 
por várias razões. Uma delas é que no Brasil é garantido a todos o direito à vida. 
O estudo do Direito grego é particularmente interessante. O período que se inicia 
com o aparecimento da polis e vai até o seu desaparecimento e surgimento dos 
reinos helenísticos corresponde a um período de cinco séculos, denominado 
“época arcaica” e “período clássico”.
 
A moeda foi logo adotada pelos gregos no século VII a.C. Como sabemos, 
a moeda contribui para incrementar o comércio e também contribui para a 
acumulação de riquezas. Não podemos nos esquecer de que a escrita também 
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO
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surge como uma nova tecnologia, permitindo a escrita e divulgação de leis em 
diversos pontos das cidades, dentre eles podemos citar os muros, que acabaram 
por contribuir com a participação do povo. Dessa forma, os aristocratas perdem 
o monopólio das leis.
UNI
Você sabia que a civilização grega foi o berço da democracia, da filosofia, do 
teatro, da escrita e também do Direito?
Em determinado ponto de nossa história o povo grego começou a exigir 
leis escritas para assegurar melhor o seu cumprimento por parte dos juízes, e 
também para impedir que estas leis ficassem restritas apenas a um grupo de 
pessoas. Assim, as leis ficariam em um local público e de fácil acesso.
Por consequência, o crescimento das cidades aumentava as possibilidades 
do surgimento de conflitos na sociedade e também a necessidade de formas para 
solucionar de modo eficiente problemas de diversas ordens, garantindo uma 
solução para todas as partes envolvidas. 
3 A EVOLUÇÃO DO DIREITO
Para Giovanne (2012), o Direito é um fenômeno de origem natural que 
está diretamente associado ao relacionamento de seres vivos com interesses 
conflitantes. Não se trata de um fenômeno restrito à espécie humana, mas 
que abrange os seres vivos em geral, sendo consequência das relações entre 
interesses antagônicos desde o surgimento da vida até os tempos de hoje. É o 
resultado da combinação de determinados elementos.
Não se chega a essa constatação buscando-se o significado etimológico 
da palavra direito, mas sim analisando o objeto, o fato ao qual ela se refere. 
Tal fato é a regulamentação das condutas dos indivíduos em permitidas ou 
proibidas, ou seja, regulamentação de ações; e como toda ação é efetuada no 
sentido de satisfazer a um interesse, pode-se dizer que o fato ao qual a palavra 
direito se refere é a regulamentação de interesses. Conforme já mencionado, 
a Lei de Talião, do olho por olho, dente por dente, já não se encaixa em nossa 
sociedade, porque o Estado em que vivemos é racional, garantindo a todos o 
direito à vida, e se é preciso fazer o justo, segue-se a lei. 
Partindo dessa análise, o autor afirma que se pode elaborar um conceito 
básico que caracterize a essência do processo de formação do direito: direito é 
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
10
o fenômeno natural onde um indivíduo faz prevalecer seu interesse sobre o de 
outro mediante a utilização de meio adequado.
FONTE: Disponível em: <http://www.sapientiajus.com.br/tabelas/A-origem-do-Direito.pdf>. 
Acesso em: 5 jun. 2013.
Resumidamente, podemos dizer que é interesse protegido por meio 
adequado. O conceito mais longo traz embutidas em si referências aos três 
elementos que, associados, compõem o processo de formação do fenômeno 
jurídico: pluralidade de indivíduos, conflito de interesses e confronto de meios.
Para que o fenômeno do direito possa acontecer é necessária a existência de 
dois ou mais indivíduos, por isso um indivíduo isolado é incapaz de estabelecer 
uma relação jurídica, ou seja, podemos afirmar que com apenas uma pessoa “não 
há o Direito”.
Como comparação, podemos entender que predador e presa participam 
de uma mesma sociedade e estabelecem uma relação de direito à vida. Da mesma 
forma, dois indivíduos podem disputar a propriedade absoluta de um território 
e estabelecer entre eles uma relação de direito à propriedade. 
O mesmo ocorreria se em vez de dois indivíduos se tratassem de dois 
povos. Percebemos com isso que o direito pode surgir dentro de uma sociedade 
ou fora dela, seja entre sociedades distintas, seja entre um indivíduo e uma 
sociedade à qual ele não pertence, ou ainda entre indivíduos não associados que 
eventualmente se relacionem.
Quando falamos em pluralidade de indivíduos é importante entendermos 
que não se trata de sinônimo de meio social. É apenas indicativo da necessidade do 
relacionamento de dois ou mais indivíduos para que o fenômeno do direito aconteça.
Interesse é a intenção de obter benefício a partir de algo. É o interesse, 
como núcleo do elemento conflito de interesses, que torna o direito um 
fenômeno que abrange os seres vivos em geral, pois de todos e somente deles 
se pode extrair sempre o interesse básico, nato, de manterem-se vivos. 
É claro que esse interesse nato não é o único, muitos outros podem 
surgir na vida dos indivíduos a partir das peculiaridades de cada espécie. 
O fenômeno jurídico circula em torno de interesses, ou melhor, em torno do 
conflito de interesses, que é o momento em que os indivíduos percebem que 
a efetivação do interesse de um exclui a efetivação do interesse do outro. Esse 
conflito pode ocorrer sob duas perspectivas distintas, a de um conflito de 
interesses convergentes ou a de um conflito de interesses divergentes. 
É convergente quando os indivíduos têm o mesmo interesse sobre 
determinado objeto, mas este só pode satisfazer a um deles. É o caso da disputa 
TÓPICO 1 | ASPECTOSHISTÓRICOS DO DIREITO
11
pela posse absoluta de um território. O conflito torna-se divergente quando 
os indivíduos têm interesses opostos ou diferentes sobre o mesmo objeto. O 
exemplo que podemos utilizar aqui é justamente o do relacionamento entre 
predador e presa, que se enquadra perfeitamente aqui, o objeto disputado é a 
vida da presa, apenas ela quer mantê-la enquanto o predador atacá-la.
FONTE: Disponível em: <http://www.sapientiajus.com.br/tabelas/A-origem-do-Direito.pdf>. 
Acesso em: 5 jun. 2013.
É importante lembrarmos que somente o conflito de interesses pode 
gerar direito. Interesses comuns ou neutros não desencadeiam tal processo, 
apenas promovem uma comunhão de interesses ou simplesmente permanecem 
indiferentes.
Os meios são recursos que os indivíduos utilizam na tentativa de 
satisfazer seus interesses. Desta forma, confronto de meios é o 
momento em que os indivíduos utilizam, cada um, os recursos dos 
quais dispõem para tentar fazer prevalecer seu interesse sobre o 
de outro. Existem dois principais tipos de meios que os indivíduos 
podem utilizar. São eles: a aptidão física e a intelectual. A utilização 
desses recursos em maior ou em menor grau é determinada pelas 
peculiaridades das espécies de cada pessoa. A associação entre tais 
recursos também é comum. Disponível em: <http://www.sapientiajus.
com.br/tabelas/A-origem-do-Direito.pdf>. Acesso em: 5 jun. 2013.
 
Em se tratando da presa e predador, como já mencionamos, exemplificamos 
que a presa apenas corre até que seu predador não consiga mais alcançá-la, 
garantindo assim seu direito à vida. A aptidão física foi o meio adequado para 
proteger seu interesse. Houve um confronto entre a aptidão física da presa e do 
predador e ela levou vantagem. Se em vez de apenas correr a presa também se 
esconde por entender, mesmo que primariamente, que desta forma se protegerá 
da investida de seu atacante, há uma associação dos meios: a aptidão física e a 
intelectual. É a mesma associação feita pelo predador que se esgueira por detrás 
de arbustos para surpreender sua vítima e obter maior sucesso na satisfação de seu 
interesse. Essa associação de meios pode ser também observada quando na disputa 
pela propriedade absoluta de um território: um povo fabrica armamentos para 
facilitar o combate ao adversário; unindo aptidão física e intelectual, ele encontra o 
meio adequado para fazer prevalecer seus interesses (GIOVANNE, 2012).
 
Para Giovanne (2012), os elementos citados nos itens anteriores são os 
responsáveis pelo surgimento do direito, somente a combinação deles pode 
desencadear tal fenômeno. Assim, é preciso primeiro que haja um relacionamento 
de indivíduos, mas isso não é o bastante, é necessário que eles possuam entre 
si interesses conflitantes e que tentem impor seus interesses utilizando os 
recursos de que dispõem; também não basta a tentativa, para o confronto de 
meios é preciso que um dos interesses prevaleça, só aí é que o direito terá surgido, 
só então o fenômeno terá se caracterizado.
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
12
4 O DIREITO NA SOCIEDADE
Campos (2005) sugere que imaginemos um homem só no mundo, vivendo 
isolado em uma ilha. Ele é o senhor de suas atitudes e de seu comportamento. 
Ninguém interfere em suas decisões quanto a se alojar aqui ou acolá, sobre 
derrubar esta árvore ou aquela, sobre pescar ou não pescar, se apoderar destes 
ou daqueles bens, de torná-los úteis ou inúteis etc. O Direito parece não interferir 
na vida desse cidadão, pois estabelece uma distinção entre as atitudes possíveis, 
separando as justas das injustas e ninguém, a rigor, pode nelas interferir, julgando-
as justas ou não, certas ou erradas, possíveis ou descabidas. Ao contrário, 
imaginemos que se de um momento para o outro desembarcarem naquela ilha 
40 pessoas que venham a se organizar em pequenos grupos ou, até mesmo, 
isoladamente, teremos aí o estabelecimento de uma sociedade circunscrita a um 
mesmo território. Mesmo que cada qual cuide de suas necessidades e interesses, 
a qualquer momento poderá haver interferência da atitude de um em relação 
ao interesse de outro e, nesse momento, poderá prevalecer o direito do mais 
forte, originando um conflito, ou instalar-se um estado de direito com regras 
estabelecidas de acordo com os interesses dessa sociedade, pois “ubi societas ibi 
jus”: onde há sociedade, existe Direito.
Alves (2005) nos afirma que a sociedade é transformada pelo Direito, por 
outro lado, na verdade, Direito e sociedade estão constantemente a se influenciar 
mutuamente. Havendo relações entre pessoas, surge o evento jurídico como uma 
das expressões sociais mais evidentes. A política, a economia, a cultura e a religião 
florescem como eventos decorrentes do fato social, inclusive estabelecendo normas 
de conduta. As regras, por exemplo, do Código Comercial estabelecem como 
as pessoas devem se comportar quando praticam atos de comércio. Por outro 
lado, as normas do Código Penal discriminam as ações reputadas delituosas e as 
penas que lhes correspondem. Há, pois, distintas séries de diretrizes dirigindo 
o comportamento social. O direito de cada homem traz uma parcela do direito 
coletivo e social. É o fato social dando causa às regras sociais. 
A causa dessa correlação reside na função que o direito desempenha no seio 
da coletividade dos homens. Assim, podemos concluir que se trata de coordenar os 
interesses dos seus membros de modo a organizar a cooperação entre as pessoas 
e compor os conflitos havidos entre elas, buscando, assim, a máxima realização 
dos valores humanos com o mínimo de sacrifício e desgaste. O critério dessa 
harmonização é o do justo e do equitativo, de acordo com a convicção prevalente 
em determinado tempo e lugar. A fixação de regras para regular a sociedade é 
necessária em face da escassez dos bens da vida, ou seja, não há bens suficientes 
para atender aos interesses de todos os componentes da sociedade. 
Para Fortes (2010), o homem é um ser social e político, vivendo em 
grupos, em sociedades. É natural que no seio destes grupos haja conflitos, 
desentendimentos e interesses divergentes. No entanto, o homem sente 
necessidade de segurança e busca a harmonia social. Para que a sociedade 
subsista é necessário que os conflitos sejam resolvidos, para tanto o homem 
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO
13
dispôs de vários meios com o intuito de controlar as ações humanas e trazer um 
equilíbrio à sociedade. São os instrumentos de controle social. Podemos entender 
que o Direito, criação humana, é um destes instrumentos, cujo principal objetivo 
é viabilizar a existência em sociedade, trazendo paz, segurança e justiça. 
Para Fortes (2010), a sociedade é fruto da própria natureza humana, de uma 
necessidade natural de interação. O homem tem necessidade material e espiritual 
de conviver com seus semelhantes, de se desenvolver e de se completar. No 
entanto, essa interdependência recíproca não exclui a participação da consciência 
ou da vontade humana. Consciente de que necessita da vida social, o indivíduo 
procura melhorá-la e torná-la mais viável. A sociedade, em suma, seria o produto 
de um impulso natural conjugado com a vontade e consciência humana.
5 O PROFISSIONAL DE TI E O DIREITO
Paesani (2004) nos traz que a nova sociedade da informação pode 
estabelecer uma relação direta e continuada da coletividade com o poder público, 
criando uma descentralização do Estado e possibilitando a participação de todos 
nas decisões fundamentais. É a potencial democracia eletrônica ou telemática. 
A internet reduziu drasticamente as barreiras de tamanho, tempo e distância 
entre pesquisadores, empresas e governos, facilitando o crescimento baseado no 
conhecimento, na pesquisa de ponta e no acesso à informação.
Segundo Rover (2004), as ideias e ideais que dominaram a modernidade 
provocaram grandes mudanças na ordem mundial, formando uma sociedade 
complexa. A sociedade, até então habituada à certeza e previsibilidade dos 
fatos,depara-se agora com situações de insegurança e ameaça nunca antes 
experimentadas. Para o autor, a revolução tecnológica inseriu os computadores 
em distintos ramos de atividades, proporcionando mudanças nos meios de 
trabalho e de vida dos seres humanos, alterando hábitos, costumes e rotinas. 
Nesse contexto, entre as inúmeras redes existentes, destaca-se a internet, que, por 
sua abrangência mundial, permite um amplo compartilhar de informações entre 
os indivíduos. 
Rover (2004) ainda defende, como é facilmente constatado por nós em nosso 
cotidiano, que estamos vivendo a era da informação, em que novas ferramentas 
são criadas para o manuseio e gerenciamento das informações, possibilitando 
aumentar a quantidade de informação disponível para consulta, o que vem a 
exigir um aumento de velocidade das operações. O crescimento da internet, com 
suas inúmeras facilidades, demonstra grande eficiência da rede na sua função 
de intercâmbio de arquivos digitais, sejam eles textos, gráficos, sons, imagens. 
Devemos também considerar que, quanto mais informação disponível, maior a 
necessidade de se ter acesso a banco de dados que contenham a informação.
O autor continua seu pensamento afirmando que o Direito, apesar de sua 
capacidade de adaptação às condições de cada época, não contempla processos 
de atualização rápida e não dispõe de mecanismos para a alteração de códigos, 
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
14
leis, regulamentos em tempo real de sua ocorrência na sociedade. Mesmo assim, o 
Direito procura sempre definir novas formas de proteção da sociedade, ainda que 
provisórias e, por vezes, tardias. É fundamental dar respostas às diversas formas 
de direito ao acesso às informações.
Para Paesani (2008), o Direito é sempre conservador, se comparado com 
a dinâmica da internet, cuja capacidade de fatos novos quase que impossibilita o 
legislador de acompanhar seus passos. Mesmo sendo conservador, o Direito não 
pode ser omisso e deve procurar fazer justiça, superando-se e adaptando-se à 
natureza livre da internet, numa tentativa de preservar os direitos dos cidadãos, 
sua privacidade e integridade, responsabilizando os infratores, mesmo que 
virtuais. Diante de tais aspectos, tornou-se indispensável a análise da informação 
sob suas diversas facetas, ou seja: como direito de propriedade, direito de acesso 
à informação e direito de recusa da informação (direito de não saber). 
Surgem numerosos problemas ligados à realidade informática. Entre as 
questões mais polêmicas discute-se a tutela e a disciplina dos bancos de dados, a 
privacidade dos indivíduos e o direito ao resguardo do cidadão.
Em relação ao direito de propriedade, indaga-se até que ponto a informação 
via internet pode ser objeto de controle e uso restrito pelos detentores do poder, 
como instrumentos de domínio político da sociedade. Contudo, antes de qualquer 
resposta, torna-se necessário determinar se a utilização da informação é lícita e 
não constitui agressão à vida privada do indivíduo e sua intimidade. Paisani 
(2004) finaliza afirmando que o problema reside no fato de que a internet não 
é uma entidade física, e as leis existentes só fazem sentido onde há fronteiras e 
jurisdições tradicionais.
Em resumo, podemos afirmar que na atual realidade dos ambientes 
tecnológicos em diversas empresas, é importante que ocorra a interação entre 
o conhecimento jurídico (o Direito) e a TI. Para Goulart (2009), é também 
importante que todas as negociações do ramo sejam analisadas sob o ponto de 
vista jurídico, pois grande parte dos riscos tecnológicos também possui impactos 
jurídicos. Imaginemos a situação de um incidente tecnológico que deixe o site de 
uma empresa indisponível. 
Dependendo da natureza da empresa, essa indisponibilidade pode 
causar uma série de implicações jurídicas. Caso tratar-se de uma empresa 
de e-commerce, a indisponibilidade poderá impedir que contratos fossem 
devidamente cumpridos, fazendo com que a empresa tenha que pagar multas 
contratuais, se for a situação. Ainda, caso esta mesma empresa tenha ações 
na bolsa de valores, o capital pode ser alterado pela queda no valor das 
ações, motivado pela indisponibilidade do site; além do óbvio, é claro, que 
é o impacto financeiro da perda de receita pela indisponibilidade. O dano à 
imagem também deve ser considerado, pois, entre outras consequências, a 
indisponibilidade pode afetar a confiança dos compradores nos sistemas de 
TÓPICO 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS DO DIREITO
15
segurança da empresa. Não podemos nos esquecer de que o comércio eletrônico 
depende muito do sentimento de confiança que o comprador deposita na loja, 
já que as relações são despersonalizadas. 
Outro exemplo de conexão entre riscos tecnológicos e riscos jurídicos 
é de um servidor Web mal configurado. Caso se trate de um servidor que 
hospede informações confidenciais, a configuração inadequada pode fazer com 
que os donos da informação tenham sua privacidade ou intimidade violada, 
trazendo a possibilidade destes usuários processarem a empresa responsável 
pelo servidor. O mesmo pode-se dizer de um banco de dados indevidamente 
exposto na internet. O não armazenamento de logs, ou o armazenamento 
inadequado, também tem consequências jurídicas importantes. Em um 
exemplo singelo, a não produção de logs em uma Lan House, em uma decisão 
judicial recente, fez com que o dono do estabelecimento fosse condenado 
em R$ 10.000,00 (dez mil reais) por sua omissão. Podemos notar que um ato 
simples de não armazenar os logs trouxe uma condenação jurídica. É a punição 
pela omissão e a negligência do administrador de TI do estabelecimento.
A lista é bastante extensa e concebe situações inimagináveis até bem pouco 
tempo. O próprio crescimento de dispositivos GPS faz com que a privacidade 
seja ameaçada com a possibilidade de sempre se saber onde uma pessoa está. 
Nos EUA, alguns vendedores de carros instalaram GPS nos carros, sem que 
o comprador soubesse, para facilitar a eventual busca e apreensão do veículo 
em caso de não pagamento. Certamente, é uma clara ofensa à privacidade.
A massificação das fotografias digitais e de mapas virtuais de cidades 
também tem repercussões jurídicas. Também nos EUA, algumas pessoas 
processaram uma empresa por produzir mapas virtuais de ruas onde suas 
casas foram fotografadas sem autorização. Foi pedida uma ordem judicial para 
a retirada das fotografias das casas, pois se entendeu que naquela situação 
as pessoas podem ter o direito de impedir que o jardim de suas casas fosse 
fotografado. Precavendo-se do risco jurídico, a empresa que disponibiliza 
os mapas tomou o cuidado de aplicar um borrão na face das pessoas que 
eventualmente aparecem, para proteger assim sua privacidade.
É fundamental que sempre haja o criterioso acompanhamento jurídico 
das atividades de TI de uma organização, a fim de identificar os possíveis 
riscos jurídicos existentes no ambiente. 
FONTE: Disponível em: <http://www.profissionaisti.com.br/2009/01/a-interacao-entre-o-direito-
e-a-ti/>. Acesso em: 5 jun. 2013.
É importante, além de se tratar de um diferencial para o profissional de 
TI, termos conhecimento de aspectos legais inerentes à informática, como os que 
vamos estudar neste livro de estudos.
http://www.profissionaisti.com.br/2009/01/webmin-administracao-de-sistemas-nix-com-interface-web/
16
Neste tópico, você aprendeu que:
• O direito e suas formas de aplicação são essenciais para garantir a conduta da 
organização, em que visa garantir os direitos e deveres de ambas as partes.
• O Direito é um fenômeno de origem natural que está diretamente associado ao 
relacionamento de seres vivos com interesses conflitantes.
• A Lei de Talião, do olho por olho, dente por dente, já não se encaixa em nossa 
sociedade, porque o Estado em que vivemos é racional, garantindo a todos o 
direito à vida, e se é preciso fazer o justo, segue-se a lei.
• Direito é o fenômeno natural em que um indivíduo faz prevalecer seu interesse 
sobre o de outromediante a utilização de meio adequado.
• Pluralidade de indivíduos não é sinônimo de meio social, é apenas indicativo 
da necessidade do relacionamento de dois ou mais indivíduos para que o 
fenômeno do direito aconteça.
• Somente o conflito de interesses pode gerar direito, interesses comuns ou 
neutros não desencadeiam tal processo, apenas promovem uma comunhão de 
interesses ou simplesmente permanecem indiferentes.
• Surgem numerosos problemas ligados à realidade informática. Entre as 
questões mais polêmicas discute-se a tutela e a disciplina dos bancos de dados, 
a privacidade dos indivíduos e o direito ao resguardo do cidadão.
• Podemos afirmar que na atual realidade dos ambientes tecnológicos em 
diversas empresas, é importante que ocorra a interação entre o conhecimento 
jurídico (o Direito) e a TI.
RESUMO DO TÓPICO 1
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A partir do conhecimento que você adquiriu até aqui, responda às 
perguntas a seguir:
1 Qual é a origem do Direito? 
2 Qual é a sua visão a respeito da Lei das Doze Tábuas e a Lei de Talião?
3 Qual é a importância do Direito no ramo da informática?
4 Não há, em suma, um direito justo no céu dos conceitos platônicos, e um 
direito imperfeito e injusto no nosso pobre e imperfeito mundo sublunar. O 
problema do Direito Natural não é descobrir esse celestial livro de mármore 
onde, gravadas a caracteres de puro ouro, as verdadeiras leis estariam escritas, 
e que, ao longo dos séculos, sábios legisladores terrenos não conseguiram 
vislumbrar. 
FONTE: CUNHA, Paulo Ferreira da. O ponto de Arquimedes: natureza humana, direito 
natural, direitos humanos. Coimbra: Almedina, 2001, p. 94. 
Considerando as reflexões contidas no texto, é possível afirmar sobre os direitos 
humanos na atualidade: 
a) ( ) A afirmação histórica dos direitos humanos, desde o jusnaturalismo, se 
iniciou apenas muito recentemente, no final do século XX, por isso ainda são 
desconhecidos dos juristas. 
b) ( ) O grande problema dos direitos humanos é o de que não estão 
positivados, por isso não são efetivados. 
c) ( ) O problema atual dos direitos humanos é o de que, apesar de positivados 
e constitucionalizados, carecem de ser efetivados. 
d) ( ) O problema atual dos direitos humanos é o de sua fundamentação 
lógica, na medida em que ainda são considerados deduções teológicas ou 
frutos de conjunturas econômicas. 
e) ( ) Os direitos humanos são, em todas as suas manifestações, garantias 
negativas da cidadania, por isso não carecem de nenhum tipo de prestação 
econômica por parte do Estado.
AUTOATIVIDADE
18
19
TÓPICO 2
INTRODUÇÃO AO DIREITO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Conhecemos, anteriormente, a história do surgimento do Direito, com 
alguns dos seus marcos importantes durante sua trajetória. Vimos algumas “Leis” 
que podemos considerar como primeiros entusiasmos do Direito. 
Vimos também qual é a importância do Direito em nosso ramo, bem como 
o que é preciso para que o próprio Direito “consiga” agir.
A partir de agora, vamos focar nossa atenção em alguns conceitos 
relacionados ao Direito propriamente dito.
Neste tópico, vamos entender o que é o Direito, com alguns dos seus 
principais princípios, bem como suas divisões.
2 O QUE É O DIREITO?
Conforme já mencionado no tópico anterior, o Direito é um fenômeno 
de origem natural que está diretamente associado ao relacionamento de seres 
vivos com interesses conflitantes. O Direito é o fenômeno natural onde um 
indivíduo faz prevalecer seu interesse sobre o de outro mediante a utilização de 
meio adequado. O Direito está presente em nosso cotidiano. Na realidade, um 
dos objetivos do Direito é o de regulamentar a vida em sociedade através das 
regras de convivência que evoluíram ao longo dos tempos. Vale a pena lembrar: 
onde há a sociedade, há o Direito (ubi societas ibi jus). Sem a sociedade não há 
o Direito! Podemos afirmar então que o Direito é um conjunto de normas, leis, 
condutas que visam regulamentar o comportamento em sociedade, assegurando 
a pacificação, a paz social.
Segundo Campos (2005), o Direito é um fenômeno da rotina cotidiana, que 
encontramos a todo o momento e a toda parte. Estamos mergulhados no Direito 
tal como na atmosfera. O autor continua afirmando que o Direito resguarda, 
defende, ampara, protege e serve o indivíduo em todos os momentos. Agimos ou 
abstemo-nos de agir de alguma forma no que diz respeito ao Direito. Ele regula as 
relações dos indivíduos em sociedade, apossa-se de nós, sujeitos, e nos mantém 
sob sua proteção, mas o considera parte da sociedade, até porque o Direito e a 
sociedade se pressupõem. Onde existe sociedade, existe o Direito.
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
20
Para Martins (2011), o Direito vem do latim directu (m), acusativo singular 
da forma principal adjetiva directus, a, um. Tem o significado de colocação em 
linha reta, alinhado, direito, reto, da qualidade do que é conforme a regra. São 
encontrados vários significados para a palavra Direito, como norma, lei, regra, 
faculdade, o que é devido à pessoa, fenômeno social etc. Para o autor, o Direito 
tem várias denominações em cada língua. Em espanhol, falamos derecho. Em 
italiano, diritto. Em francês, droit. Em inglês, Law. Em alemão, Recht.
 
Walrat (1977) mostra os requisitos de uma boa definição: (a) não deve ser 
circular; (b) não deve ser elaborada em linguagem ambígua, obscura ou figurada; 
(c) não deve ser demasiado ampla nem restrita; (d) não deve ser negativa quando 
puder ser positiva. Muitas vezes, diz-se que o conceito de Direito deve ser elaborado 
pela Filosofia do Direito, que pode fazer as críticas necessárias para esse fim.
Aristóteles mencionava que o homem é um animal político, destinado a 
viver em sociedade. Assim, havia a necessidade de regras para que pudesse viver 
em harmonia, evitando a desordem.
Para Reale (1972, p. 32) o Direito “é a vinculação bilateral atributiva da 
conduta para a realização ordenada dos valores de convivência”. Para Martins 
(2011), Direito é o conjunto de princípios, de regras e de instituições destinadas a 
regular a vida humana em sociedade. Porém, para o autor, é preciso que se faça 
uma análise dos elementos desse conceito. O Direito representa um conjunto, pois 
é composto de várias partes organizadas, formando um sistema. Tem o Direito 
princípios próprios, como qualquer ciência, ainda que não seja exata. Exemplos 
são o princípio da boa-fé, razoabilidade, proporcionalidade etc.
O Direito possui inúmeras regras. Algumas delas são escritas em códigos, 
como o Código Civil, o Código Tributário Nacional (CTN), o Código Comercial, o 
Código de Processo Civil (CPC), além de inúmeras leis esparsas, em que também 
podemos citar a Lei de Software (Lei n° 9.609/1998), a Lei de Direitos Autorais 
(Lei n° 9.610/1998) e o Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/1990), que 
iremos estudar neste livro de estudos.
As instituições são entidades que perduram no tempo. O Direito tem várias 
delas, como os sindicatos, os órgãos do Poder Judiciário, do Poder Executivo etc. 
O objetivo do Direito é regular a vida humana em sociedade, estabelecendo, 
para esse fim, normas de conduta, que devem ser observadas pelas pessoas. Tem 
por finalidade a realização da paz e da ordem social, mas também vai atingir as 
relações individuais das pessoas.
E continua Martins (2011) afirmando que o Direito é o meio para a 
realização ou obtenção de um fim, que é a Justiça. O homem, por natureza, é 
um ser gregário. Vive em conjunto com os demais, necessitando de regras para 
regular essa situação. O Direito é fruto da convivência humana.
TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO DIREITO
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É importante mencionarmos que o ordenamento jurídico também tem a 
função social de reger as relações jurídicas para a convivência das pessoas. 
A sanção no Direito existe para que a norma seja cumprida, quando a 
submissão não ocorre espontaneamente. Em relação a determinadas comunidades 
ou sociedades, se a pessoa não cumpre suas regras, é desprezada e rejeitada por 
seus componentes,porém pode não haver imposição de sanção. O importante 
não é se o Direito tem ou não coação ou sanção pelo descumprimento da norma, 
de forma a torná-la coercitiva, mas se ela é cumprida, o que pode ser feito 
espontaneamente pela pessoa, sem que exista a sanção (REALE, 1972).
Enfim, o Direito possui o que chamamos de força coercitiva, ou força de 
coação, isto é, o Direito tem o poder de se fazer valer através das sanções que ele 
pode impor ao indivíduo por sua ação ou omissão.
Como podemos observar, o Direito tem numa das mãos a balança e na 
outra a espada. A balança serve para sopesar o Direito. A espada visa fazer 
cumprir as determinações do Direito. A espada sem a balança é a desproteção, 
a força bruta. A balança sem a espada é um direito ineficaz. As duas têm de 
caminhar juntas. A proporção do emprego da espada e da balança tem de ser 
igual, para não criar desigualdades.
FIGURA 3 – A BALANÇA E A ESPADA
FONTE: Disponível em: <http://jornale.com.br>. Acesso em: 
5 jun. 2013.
O Direito possui três dimensões: (a) os fatos que ocorrem na sociedade; (b) 
a valoração que se dá a esses fatos; (c) norma, que pretende regular as condutas 
das pessoas, de acordo com os fatos e valores. O resultado dos fatos que ocorrem 
na sociedade é valorado, resultando em normas jurídicas. Há, portanto, uma 
interação entre fatos, valores e normas, que se complementam. O Direito é uma 
ordem de fatos integrada numa ordem de valores.
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
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Os sistemas jurídicos podem ser classificados basicamente em duas 
famílias: as originárias do sistema romano-germânico e do common law. No 
sistema romano-germânico impera a lei, que rege as relações entre as pessoas. No 
sistema do common law valem as decisões judiciais, partindo-se do caso concreto, 
indicando precedentes, que são seguidos para os casos semelhantes. O juiz faz a 
lei (judge made law). Esse é o sistema adotado na Inglaterra e nos Estados Unidos.
3 ALGUNS PRINCÍPIOS DO DIREITO
Inicialmente, poderíamos dizer que princípio é onde começa algo. É o 
início, a origem, o começo, a causa. Martins (2011) afirma que é o momento em 
que algo tem origem. Princípio de uma estrada é seu ponto de partida, onde ela 
começa. 
Princípio vem do latim principium, principii, com o significado de origem, 
começo, base. Em um contexto vulgar, quer dizer o começo da vida ou o primeiro 
instante. Na linguagem leiga, é o começo, o ponto de partida, a origem, a base.
Princípios são normas elementares, requisitos primordiais, proposições 
básicas. Princípio é, portanto, começo, alicerce, ponto de partida, “vigas mestras”, 
requisito primordial, base, origem, ferramenta operacional (MARTINS, 2011).
Evidentemente, não é esse o conceito geral de princípio que precisamos 
conhecer, mas o seu significado perante o Direito.
Para Campos (2005), princípios gerais do Direito são proposições diretivas 
do direito positivo que devem ser aplicadas no caso em julgamento, na ausência 
de outra fonte formal.
ESTUDOS FU
TUROS
Mais adiante estudaremos sobre o direito positivo.
Platão usava a palavra princípio no sentido de fundamento do raciocínio. 
Para Aristóteles, era a premissa maior de uma demonstração. Kant (1997, p. 12) 
seguia aproximadamente essa última orientação, dizendo que “princípio é toda 
proposição geral que pode servir como premissa maior numa conexão de ideias”.
 
Para a Filosofia, princípio é a “proposição que se põe no início de uma 
dedução, e que não é deduzida de nenhuma outra dentro do sistema considerado, 
sendo admitida, provisoriamente, como inquestionável” (SILVA, 1984).
TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO DIREITO
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Os princípios poderiam ser considerados como fora do ordenamento 
jurídico, pertencendo à ética. Seriam regras morais, regras de conduta que 
informariam e orientariam o comportamento das pessoas. Entretanto, os princípios 
do Direito têm características jurídicas, pois se inserem no ordenamento jurídico, 
inspiram e orientam o legislador e o aplicador do Direito. Os princípios podem 
originar-se da ética ou da política, mas acabam integrando-se e tendo aplicação 
no Direito (MARTINS, 2011).
O conceito de princípio para o Direito refere-se a proposições básicas que 
informam as ciências, orientando-as. Para o Direito, princípio é seu fundamento, 
a base que irá informar e orientar as normas jurídicas.
Os princípios são como as vigas ou alicerces que dão sustentação ao edifício. 
Este é o ordenamento jurídico, que é subdividido em tantos andares quantos são 
seus ramos.
Os princípios têm várias funções, dentre as quais podemos destacar a 
de auxiliar o intérprete da lei para solucionar determinado caso. Por exemplo: 
normalmente, o juiz/magistrado pode utilizar-se da lei para buscar o seu 
embasamento para um processo, mas o juiz/magistrado também poderá basear-
se nos princípios do Direito para buscar o clareamento de determinada causa. É 
importante que saibamos que os princípios do Direito também fazem parte das 
fontes do Direito.
Existem princípios que são comuns ao Direito em geral. É de se destacar, 
por exemplo, que ninguém pode alegar a ignorância do Direito. O artigo 3° da 
Lei de Introdução ao Código Civil é claro no sentido de que ninguém se escusa 
de cumprir a lei alegando que não a conhece, pois o desconhecimento da lei é 
inescusável, isto é, o desconhecimento da lei é indesculpável, pois no momento 
em que a lei é publicada, parte-se do princípio de que todos os indivíduos passam 
a conhecê-la. Assim, não é permitido que uma pessoa não cumpra a lei e depois 
afirme que não a conhecia.
O princípio do respeito à dignidade da pessoa humana é hoje encontrado 
até mesmo na Constituição Federal (art. 1°, inciso III), como um dos objetivos da 
República Federativa do Brasil, como um Estado Democrático de Direito. Há de 
se respeitar a personalidade humana como um direito fundamental. O inciso X 
do artigo 5° da Lei Maior assegura a inviolabilidade à intimidade, à vida privada, 
à honra e à imagem das pessoas, assegurando o direito à indenização pelo dano 
material ou moral decorrente de sua violação.
O princípio da proibição do abuso de direito ou do lícito exercício regular 
do próprio direito é fundamental no Direito. O inciso do art. 188 do Código Civil 
mostra que não constituem atos ilícitos os praticados no exercício regular de um 
direito reconhecido. Logo, se o ato é praticado mediante seu exercício irregular, 
estaremos diante de um ato ilícito.
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
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Veda também o Direito o enriquecimento sem causa. Uma pessoa não 
poderá locupletar-se, aproveitar-se de outra, enriquecendo à custa dela, sem que 
haja causa para tanto.
As pessoas devem agir com razoabilidade. Na aplicação da norma isso 
também deve acontecer. Devemos entender o princípio da proporcionalidade no 
sentido de que não se pode impor condutas a não ser para o estrito cumprimento do 
interesse público. Assim, não se pode agir com excessos, nem de modo insuficiente.
O princípio da segurança jurídica nos mostra a necessidade da manutenção 
das relações jurídicas.
Um dos princípios gerais do Direito mais importante que podemos citar 
é o princípio da boa-fé. Este princípio prega que nenhuma das partes envolvidas 
em uma relação jurídica (autor, réu, testemunhas, peritos etc.) irá se aproveitar 
da falta de informação, falta de conhecimento, falta de instrução, ou de quaisquer 
outras fragilidades de seu oponente para obter proveito próprio. É importante 
falarmos que o juiz, por exemplo, em uma relação jurídica, em um processo, partirá 
do princípio de que todas as partes envolvidas estão afirmando e provando a 
verdade. Em casos de constatação de desobediência a este princípio, pode o juiz 
fixar multas pelo que chamamos de litigância de má-fé, conforme está previsto em 
nosso Código de Processo Civil nos artigos 16, 17 e 18, conforme segue:
Art. 16. Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé 
como autor, réu ou interveniente.
Art.17. Reputa-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso;
II - alterar a verdade dos fatos;
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do 
processo;
Vl - provocar incidentes manifestamente infundados.
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.
Art. 18. O juiz ou tribunal, de ofício ou a requerimento, condenará o 
litigante de má-fé a pagar multa não excedente a um por cento sobre 
o valor da causa e a indenizar a parte contrária dos prejuízos que 
esta sofreu, mais os honorários advocatícios e todas as despesas que 
efetuou.
§ 1° Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juiz condenará 
cada um na proporção do seu respectivo interesse na causa, ou 
solidariamente aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária.
§ 2° O valor da indenização será desde logo fixado pelo juiz, em 
quantia não superior a 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, 
ou liquidado por arbitramento.
Podemos perceber que o princípio da boa-fé é considerado, inclusive pela 
lei, no caso o Código de Processo Civil, que determina, dentre outros assuntos, em 
que casos nós podemos considerar que a pessoa está agindo de má-fé no processo 
e qual será a consequência (pagamento de multa) para o caso. Para o Direito, a 
boa-fé presume-se, isto é, parte-se do pressuposto de que as partes envolvidas no 
TÓPICO 2 | INTRODUÇÃO AO DIREITO
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processo irão agir com boa-fé, sem querer prejudicar, ludibriar a parte contrária, 
agirão com a verdade. Por outro lado, a má-fé deve ser provada e, como vimos, 
com os artigos citados anteriormente é possível que se prove a má-fé.
Martins (2011) afirma que é aplicável o princípio da boa-fé, inclusive nos 
contratos (art. 422 do Código Civil), seja no Direito Civil ou no Comercial, mas 
também no Direito do Trabalho.
O princípio da igualdade trata inclusive de um princípio constitucional, 
conforme o seu artigo 5°. Segundo este princípio, todos somos iguais perante 
a lei, sem qualquer tipo de distinção, quer seja de raça, credo, posição social, 
cor da pele, profissão, sexo, orientação sexual etc., ou seja, o juiz, ao julgar um 
determinado caso, não deverá levar em consideração esses fatores, deverá ser 
completamente imparcial e se abstendo de juízos de valores. 
Dessa forma, para Diniz (2009), o que se veda são as diferenciações 
arbitrárias, as discriminações absurdas, pois o tratamento desigual dos casos 
desiguais, na medida em que se desigualam, é exigência tradicional do próprio 
conceito de Justiça, pois o que realmente protege são certas finalidades, somente 
se tendo por lesado o princípio constitucional quando o elemento discriminador 
não se encontra a serviço de uma finalidade acolhida pelo direito, sem que se 
esqueça que as chamadas liberdades materiais têm por objetivo a igualdade de 
condições sociais, meta a ser alcançada não só por meio de leis, mas também pela 
aplicação de políticas ou programas de ação estatal. 
O princípio da igualdade consagrado pela Constituição opera em dois planos 
distintos. De uma parte, frente ao legislador ou ao próprio Executivo, na edição, 
respectivamente, de leis, atos normativos e medidas provisórias, impedindo que 
possam criar tratamentos abusivamente diferenciados a pessoas que se encontram 
em situações idênticas. Em outro plano, a obrigatoriedade ao intérprete (o juiz, por 
exemplo), basicamente, a autoridade pública, de aplicar a lei e atos normativos 
de maneira igualitária, sem estabelecimento de diferenciações em razão de sexo, 
religião, convicções filosóficas, ou políticas, raça, classe social (BARRETO, 2010).
Segundo o princípio do contraditório, o autor e o réu (por exemplo) podem 
responder a todas as acusações que são feitas pela outra parte. O princípio do 
contraditório nos remete à palavra contradizer, ou seja, dizer contra, discordar. 
Assim, se o réu acusar ou afirmar que o autor estava em determinado local em 
determinado dia e hora, o autor poderá, terá o direito de dizer o contrário, ou 
seja, defender-se afirmando que estava em outro local ou em outra situação. O 
princípio do contraditório vale para qualquer tipo de processo. Vale lembrar que 
o direito à defesa (princípio do contraditório) é um direito reservado a todos que 
estejam envolvidos no processo. Caso algumas das partes não responder, não se 
defender no prazo previsto, ocorre o instituto que chamamos de revelia. A partir 
do momento em que ocorre a revelia, que é decretada à revelia, o juiz considerará 
como verdadeiros todos os fatos afirmados pela parte contrária. Vejamos um 
exemplo: se o autor acusa o réu, através de provas, de pirataria de software e 
UNIDADE 1 | ASPECTOS HISTÓRICOS E CONCEITUAIS DO DIREITO
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o réu, em seu prazo, não se defender, ou seja, não se utilizar do princípio do 
contraditório, o juiz considerará como verdadeiras as afirmações do autor. Será 
o réu o que chamamos de revel e este arcará com todas as consequências do 
instituto da revelia.
O princípio do contraditório e da ampla defesa é assegurado pelo artigo 
5º, inciso LV da Constituição Federal, conforme podemos verificar que: “[...] LV 
– aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral 
são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela 
inerentes; [...]” (grifos nosso).
No dizer de Angélica Arruda Alvim (1994), o contraditório significa que 
toda pessoa física ou jurídica que tiver de manifestar-se no processo tem o direito 
de invocar o princípio do contraditório a seu favor. Deve ser dado conhecimento 
da ação e de todos os atos do processo às partes, bem como a possibilidade de 
responderem, de produzirem provas próprias e adequadas à demonstração do 
direito que alegam ter.
É importante que fique claro para nós que o princípio do contraditório é o 
direito de defesa e deve ser ofertado para as partes envolvidas no processo, que 
normalmente são o autor e réu. 
Se o princípio do contraditório afirma que todas as partes envolvidas 
no processo podem se defender, o princípio da ampla defesa assegura que as 
mesmas partes envolvidas no processo podem se utilizar de qualquer meio 
de prova, desde que lícito, ou seja, dentro da lei. Assim, são aceitas provas 
documentais, testemunhais, periciais, gravações, filmagens, essas duas últimas 
desde que autorizadas judicialmente. Assim, se uma das partes trouxer para o 
processo uma prova que foi adquirida sem autorização judicial, por exemplo, o 
juiz não a aceitará como tal e a dispensará. 
Outro princípio do Direito que podemos citar é o princípio da presunção 
de inocência, também conhecido como princípio da não culpabilidade ou estado 
de inocência. Segundo este princípio, todos são inocentes no processo, na 
relação jurídica, até que se prove o contrário. Desta maneira, o juiz não poderá 
considerar o réu culpado, por exemplo, sem que antes sejam analisadas todas as 
provas, todas as circunstâncias trazidas no processo, para que o juiz forme o seu 
convencimento. Trata-se de uma velha máxima no Direito, em que: “todos são 
inocentes até que se prove o contrário”.
Este princípio constitucional afirma o estado de inocência como regra 
em relação às partes envolvidas no processo. Trata-se de mais um princípio 
constitucional do artigo 5º, inciso LVII: "ninguém será considerado culpado até o 
trânsito em julgado de sentença penal condenatória". Isso quer dizer que somente 
após o término do processo, depois que o juiz formou todo o seu convencimento 
acerca do caso, é que vai se decidir quem é o culpado nesta relação jurídica e, 
então, condenado conforme o caso.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_Federal
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tr%C3%A2nsito_em_julgado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Senten%C3%A7a_penal_condenat%C3%B3ria
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Segundo o princípio da

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