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UNIVERSIDАDE PITÁGORАS UNOPАR SISTEMА DE ENSINO PRESENCIАL CONECTАDO SERVIÇO SOCIАL PRÉ - PROJETO DE TCC O SERVIÇO SOCIAL NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS Nilópolis- RJ 2020 FLÁVIA COZINI LOPES SILVA O SERVIÇO SOCIAL NO ÂMBITO DA SAÚDE MENTAL FORTALECIMENTO DE VÍNCULOS Social da Universidade Pitágoras – UNOPAR para a disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso I. Professor da disciplina: Coord. Valquíria Dias Caprioli. Nilópolis – RJ 2020 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................4 2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA.........................................5 3. OBJETIVOS.................................................................................................................6 3.1 Objetivo Geral................................................................................................................6 3.2 Objetivos Específicos.....................................................................................................6 4. JUSTIFICATIVA.........................................................................................................6 5. METODOLOGIA.........................................................................................................7 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................7 7. CRONOGRAMA DA PESQUISA............................................................................10 8. ORÇAMENTO...........................................................................................................10 9. RESULTADOS ESPERADOS..................................................................................10 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................11 4 1 INTRODUÇÃO O presente Projeto de Pesquisa trata da atuação do Serviço Social no campo da Saúde Mental e seu trabalho junto às famílias dos portadores de sofrimento psíquico no fortalecimento do vínculo para que a mesma ocupe esse novo lugar de cuidado proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira. O Serviço Social na área da Saúde Mental no Brasil teve início em 1940 com a criação de instituições assistenciais onde a classe atuava em cuidados com educação em saúde e higiene. Atendia a uma parcela da população de forma asilar. O trabalho do assistente social nessas instituições consistia em fazer estudo de caso, orientação familiar e comunitária e entrevistas terapêuticas, lidando com crianças tidas pela sociedade como problemáticas (VASCONCELOS apud ROSA, 2006). Com o movimento da Reforma Psiquiátrica brasileira, a desinstitucionalização e desospitalização, trouxe uma nova forma de enxergar a pessoa em sofrimento psíquico, além da necessidade de reinserção na sociedade e a garantia de direitos, fizeram com que os profissionais do Serviço Social fossem necessários ao tratamento de saúde mental. Em 2011 após o sancionamento da Lei 10.216, conhecida como Lei Paulo Delgado, lei essa que possibilitou a criação de serviços substitutivos ao modelo hospitalar manicomial, houve a expansão de diversos serviços substitutivos RT (Residências Terapêuticas), CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), entre outros. Na saúde mental o Serviço Social atua no enfrentamento às expressões da questão social, considerando o sujeito interligado ao meio familiar e ao contexto social no qual está inserido. Assim faz se necessário que o profissional consiga compreender o indivíduo em sua complexidade e para tanto, exige-se um posicionamento crítico, propositivo, ao passo que é necessário transceder às demandas imediatas que chegam e que estão voltadas ao adoecimento em si, deve enxergá-lo além da condição de transtorno mental, superando os estigmas com vista a alcançar a integralidade no atendimento ao usuário. 5 O Serviço Social orienta-se por princípios humanitários e luta para superar as relações sociais dominantes, exercendo um papel na reintegração dos portadores de transtorno mental nos serviços substitutivos atendendo não apenas a eles, mas também as suas famílias. A família exerce um papel fundamental junto ao portador de transtorno mental proporcionando toda a proteção, acolhimento, bem como aportes afetivos e cuidados distintos. Ao assistente social é necessária a compreensão de que o trabalho realizado com as famílias é uma forma de atuar nas expressões da questão social, atuando de forma crítica e que não culpabiliza a família, mas sim de forma a desenvolver nelas, uma postura de parceira e corresponsável no tratamento, a enxergar o portador de transtorno mental como um indivíduo de direitos e deveres, com possibilidade de exercer sua cidadania e reinserção ao convívio social. 2. DELIMITAÇÃO E FORMULAÇÃO DO PROBLEMA Com as mudanças propostas pela Reforma Psiquiátrica, a família assume um papel de corresponsável pelo cuidado do familiar em sofrimento psíquico. Não foi sempre assim, anteriormente, a família era posta à margem do tratamento à pessoa em sofrimento psíquico, em parte devido a longitude em que os hospitais foram construídos, além desse fato, também era imposto à família um papel de responsável pelo adoecimento do familiar, fazendo com que não houvesse outra opção a não ser retirar a pessoa do convívio familiar. O trabalho do assistente social com as famílias dos portadores de transtorno mental deve estar direcionado ao fortalecimento de vínculos para com o membro que precisa de atenção e cuidados especiais; pois muitas vezes o distanciamento e a rejeição, existente prejudica ambas as partes. Nesses casos verifica-se a fragilização dos vínculos familiares, causado muitas vezes pela sobrecarga que é posta sobre essas famílias, além do desconhecimento a respeito do transtorno e do tratamento. 6 Assim considerando o cenário até aqui apresentado, estabelece-se como problemática a ser abordada em projeto de pesquisa: Como o assistente social pode contribuir para fomentar na família a construção desse novo lugar de cuidado, usando como estratégia o fortalecimento de vínculos? 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral • Proporcionar através de ações que visam o fortalecimento de vínculos, rompidos ou fragilizados, a construção do novo lugar de cuidado proposto pela Reforma Psiquiátrica Brasileira, para a família do portador de sofrimento psíquico. 3.2 Objetivos Específicos • Orientar os familiares sobre esse lugar de cuidado do portador de sofrimento psíquico; • Estimular através de atividades propostas o fortalecimento do vínculo familiar; • Incentivar a família a romper com os estigmas e preconceitos que existe na sociedade acerca do portador de sofrimento psíquico; 4. JUSTIFICATIVA Tendo em vista que com a Reforma Psiquiátrica brasileira o Serviço Social ganhou no campo da saúde mental um espaço para o desenvolvimento de suas atribuições, visto ser de grande necessidade um profissional apto para olhar de forma crítica e analisar a situação social em que o portador de transtorno mental se encontra, pois, a forma de se entender saúde mental não está mais pautada na lógica hospitalocêntricae medicalocêntrica. 7 Nesse contexto aparece também a família que antes posta à margem do tratamento à pessoa em sofrimento psíquico, vê-se agora com o papel de corresponsável pelo cuidado do mesmo, no fortalecimento de vínculos afetivos e sentimento de pertença. Esta pesquisa justifica-se no sentido de contribuir em resposta a demanda trazida pela Reforma Psiquiátrica brasileira, sobre o novo lugar da família no cuidado ao portador de sofrimento psíquico, atuando através do fortalecimento de vínculos que encontra-se fragilizados ou rompidos trazendo assim prejuízo a ambas as partes. 5. METODOLOGIA A pesquisa caracterizou-se como bibliográfica, através da pesquisas em publicações impressas, pela internet, artigos, periódicos, em busca de recolher informações e embasamento para o desenvolvimento do presente trabalho. Conforme esclarece Boccato (2006, p. 266) A pesquisa bibliográfica busca a resolução de um problema (hipótese) por meio de referenciais teóricos publicados analisando e discutindo várias contribuições científicas. Esse tipo de pesquisa trará subsídios para o conhecimento sobre o que foi pesquisado, como e/ou sob que perspectivas foi tratado o assunto na literatura científica. [...]. 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O Serviço Social nesse processo vive constantes transformações após a Reforma Psiquiátrica, pois o mesmo preconiza a busca pela autonomia do sujeito, inserção social, qualidade de vida e cidadania ao indivíduo com transtorno mental. Pois o trabalho em Saúde Mental, exige um profissional engajado, critico, compromisso ético e principalmente conheça sua atuação na saúde mental e como ele deve ser executado. 8 [...] o assistente social se constitui hoje como um dos profissionais privilegiados a dar respostas às questões sociais envolvidas, sem perder de vista as dimensões biológicas e psíquicas. As atividades realizadas por esse profissional permitem que ele possa detectar questões importantes para o processo de reabilitação, questões estas que podem está ligadas à família, ao meio social no qual vive ou ao próprio transtorno mental. (SOARES, 2006, p.36). De acordo com os Parâmetros para a Atuação de Assistentes Sociais na Política de saúde (CFESS, 2010, p.34). O reconhecimento da questão social como objeto de intervenção profissional, demanda uma atenção profissional em perspectiva totalizante. Assim, a profissão é considerada como uma categoria para a reabilitação psicossocial tendo em vista a melhoria da qualidade de vida dos usuários, possibilitando condições que amenizem os prejuízos dos transtornos, tanto no âmbito biológico, quanto psicológico e social. A Reforma Psiquiátrica, norteou a política de saúde mental. Outros eventos contribuíram significantemente para a elaboração de documento, leis e portaria que garantisse o fim ou redução dos hospitais psiquiátricos, manicômios e asilos. E o retorno da pessoa com sofrimento psíquico a sociedade e ao seio familiar, família como corresponsável no tratamento. Para isso o profissional utiliza alguns recursos considerados relevante ao seu trabalho na saúde mental, o acolhimento social, escuta qualificada e o fortalecimento de vínculos afetivos entre outros. O trabalho do assistente social com as famílias dos portadores de transtorno mental deve está direcionado ao fortalecimento de vínculos para o membro que precisa de atenção e cuidados especiais, o que muitas vezes resulta no distanciamento e rejeição. Colocar-se a disposição das famílias para escutá-las, demonstrando atenção e importância para os diversos problemas que ela apresenta, faz parte de uma das etapas do caminho a ser percorrido. O profissional que presta ajuda à família deve pensar que a mesma tem de ser respaldada nos conceitos já estabelecidos no meio familiar e não nos do profissional, quando se passa a considerar o portador de transtorno mental nos seus contextos familiar e social, atribui-se ao seu distúrbio mental um significado cultural, ou seja, 9 “diferente” para aquela determinada família sustentada por uma cultura diferenciada (OLIVEIRA & COLVERO, 2001, p.199). A instituição família tem um papel relevante na formação do sujeito, ela é a primeira sociedade em que o indivíduo faz parte, ensina normas e padrões presentes na sociedade. Porém a relação familiar pode ficar fragilizada/rompida quando passa por situações atípicas decorrentes do transtorno mental de seu membro. Em relação às funções da família, essas também são históricas: foram construindo ao longo do tempo, e ganharam peculiaridade em cada formação socioeconômica. Na sociedade capitalista, essas funções vão desde a reprodução biológica, material, à reprodução social de seus membros, como a manutenção da estrutura familiar da sociedade; além de ser também o lócus da estrutura psíquica do indivíduo, como espaço de geração de afeto, cuidado segurança, sentimento de pertença de grupo, de espaço de solidariedade primária [...]. (TEIXEIRA, 2013, p.26). A fragmentação/fragilização/rompimento dos laços afetivos reproduz um cenário de ignorância e preconceito com o portador de transtorno psíquico o desconhecimento da gravidade do problema, provoca uma rejeição do mesmo. A atuação do assistente social junto a essas famílias é justamente no rompimento e desmistificação que envolve o portador de sofrimento psíquico, para que a família ocupe esse lugar proposto pela Reforma psiquiátrica, lugar de corresponsável no tratamento, parceira no cuidado, na reinserção familiar e comunitária. O fortalecimento de vínculos familiares parte do envolvimento e acompanhamento do portador de sofrimento psíquico, compreendendo o problema, a família entende a importância da participação e protagonismo da mesma no tratamento. O estreitamento dos laços afetivos é bilateral, visto que a fragilidade dos vínculos não se dá só por parte da família, desencadeada pelo sofrimento, desanimo e desassistência, mas muitas vezes pelo próprio portador do sofrimento psíquico, que se afasta; assim sendo o assistente social articulará estratégias para restaurar esses vínculos familiares. 10 7. CRONOGRAMA DE EXECUÇÂO ATIVIDADES MARÇO ABRIL MAIO Elaboração do Projeto X Fichamento de dados X Apresentação do Projeto X Coleta de Informações X Objetivação X Correção X Entrega X 8. ORÇAMENTO Para a realização deste Pré TCC, não foi necessário gasto nenhum, pois todas as pesquisas foram realizadas através da internet e com a colaboração das supervisoras acadêmicas e de campo. 11 9. RESULTADOS ESPERADOS Com a pesquisa buscou-se obter conhecimento acerca do que já existe impresso em livros, revistas, e na internet em sites sobre o Serviço Social no campo da Saúde Mental, e seu trabalho junto as famílias dos portadores de sofrimento psíquico, no fortalecimento de vínculos fragilizados ou rompidos, para através desse trabalho o assistente social possa de maneira propositiva contribuir para que a família ocupe esse novo lugar no cuidado e corresponzbilização no tratamento ao portador de sofrimento psíquico respondendo assim à uma demanda proposta com a Reforma Psiquiátrica brasileira. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AMARANTE, Paulo. Saúde Mental e Atenção Psicossocial. 2ª ed. Rio de Janeiro, Ed. Fiocruz, 2008. p.117. BOCCATO, Vera Regina Casari, Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação da Informação e Biblioteconomia, n.1, 2006, p.266. BRASIL, MINISTÉRIODA SAÚDE; Lei 10216, de 06 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e aos direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. Lex – Legislação em Saúde Mental 1990-2004, Brasília, 5. Ed. amp., p. 67-70, 2004. CFESS, Parâmetros para a atuação de Assistentes Sociais na Saúde. Brasília, março de 2009. MIOTO, R.C.T; LIMA, T.C.S. Trabalho com famílias; um desafio para assistentes sociais. Revista Virtual Textos e Contextos, n. 3, 2002, p. 1 a 15. OLIVEIRA M, COLVERO L. A Saúde Mental no Programa de Saúde da Família, 2ª ed. São Paulo; Hucetec; 2001. SOARES, R.C. A Racionalidade da Contrareforma na Política de Saúde e Serviço Social. In: BRAVO, M.I.S; MENEZES, J.S.B. saúde, serviço. TEIXEIRA, Solange M. Família e Proteção Social: uma relação continuamente reatualizada. In: TEIXEIRA, S.M. A Família na Política de Assistência Social; concepções e tendências do trabalho social com famílias: EDUEPI, 2013, p.23-41. VASCONCELOS, Eduardo Mourão. Saúde Mental e Serviço Social: o desafio da subjetividade e da interdisciplinaridade. – 5. Ed. São Paulo: Cortez, 2010 12
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