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Mariana Tardelli, Paula Cássia @resumex.odonto Fraturas Complexas de Maxila: - as fraturas cominutivas do terço médio da face não podem ser classificadas como fraturas LE FORT, pois existem múltiplos traços de fraturas com perdas de segmentos ósseos, que não correspondem a classificação original. Divide-se em fraturas do terço médio da face de acordo com a direção (sentido): - verticais: ft. de Walther ft. de Huet ft. de Richet ft. de Bessareau - sagital: ft. de Lannelongue - transversais: Le Fort I Le Fort II Le Fort III Fratura Sagital: - conhecida também como Lannelongue - o traço de fratura segue no sentido anteroposterior - geralmente paralelo a sutura palatina mediana - em consequência de estar associada a outras fraturas de Le Fort, com deslocamento de segmentos ósseos, pode causar mordida cruzada posterior bilateral Sinais Extra Orais Alongamento do terço médio; Equimose e edema periorbital bilateral; Respiração oral; Telecanto traumático; Enoftalmo; Epistaxe; Liquorréia. Coágulos Lacerações nasais. Sinais Intra Orais Alteração da oclusão; Contato pré-maturo posterior; Mordida aberta anterior; Lacerações; Equimose. Fratura Vertical de Walther: - é composta por uma fratura vertical na região da sutura intermaxilar, que está associada a uma fratura LE FORT, dividindo a face nos sentidos sagital e transversal, em quatro segmentos distintos Fratura Vertical de Huet: - localiza-se lateralmente a maxila - dois traços de fratura vertical e um horizontal - fratura lateral e em profundidade - primeiro traço de ft. vertical segue da região de PM no sentido superior até o rebordo orbital inferior - o segundo traço de ft. vertical segue da região de molares até a margem orbital inferior - as duas linhas verticais de fratura são unidas pelo traço de fratura horizontal, dentro da cavidade orbital, no assoalho orbital Fratura de Bessareau: - trata-se de uma ft. localizada na região anterior e mediana da face, estando incluída em toda estrutura do nariz até o osso etmoide - apresenta dois traços de fratura verticais que partem das fossas caninas em direção superior ao dorso nasal Fratura de Richet: - semelhante a ft. de Bassereau - unilateral - seu traço de fratura localiza-se na região anterior e mediana da face , estando incluído o lado direito ou esquerdo da estrutura do nariz, processo superior da maxila próximo ao osso lacrimal Complicações: Liquorréia: - nas fraturas do tipo LE FORT, o traço de fratura cruza próximo a placa cribriforme do osso etmóide, podendo levar ruptura da dura-máter e perda de líquor, tendo como consequência a possibilidade de uma infecção denominada meningite. - diagnóstico feito com exame clínico e laboratorial do líquido - na suspeita, mesmo antes da confirmação da fístula, o ideal é fazer tratamento junto com a neurocirurgia com uso de antimicrobiano sistêmico e elevação da cabeça - Caso a fístula persista por mais de uma semana, deve ser instalado um sistema de drenagem liquórica lombar contínua. - Somente se houver persistência da fístula, após os dois últimos tratamento citados acima é que se indica a abordagem cirúrgica Epistaxes: - sangramentos nasais persistentes devem ser reavaliados, aspirados e refeitos o tamponamento nasal anterior e posterior, se necessário. - epistaxes agudas: compressão digital da artéria angular da asa do nariz funciona bem. - epistaxe abundante geralmente cessa com tamponamento nasal anterior, raramente há a necessidade de tamponamento posterior para cessar o sangramento nasal Ruptura do ligamento Cantal: - traumas que causam fraturas da parede medial da órbita ou afundamento e fratura do dorso nasal, podem levar ao deslocamento do ligamento do cantal interno e devem ser tratadas junto com a fratura Trauma ao globo ocular e pálpebras: - havendo suspeita de perfuração do globo ocular, a manipulação para examinar essa região deve ser evitada, para se prevenir extravasamento do conteúdo intraocular. - as lacerações na face lateral das pálpebras, no sentido vertical, podem comprometer a drenagem linfática, resultando em um prolongado edema de pálpebra. Infecção: - infecção pos fratura maxilar é rara, mas pode ocorrer - detecta-se secreção purulenta pelo nariz, principalmente se o tampão for deixado por mais de 72 horas. Pseudoartrose: - praticamente não ocorre nesse tipo de fratura - o que se observa é uma consolidação óssea pode ocorrer de forma anormal , provocando alongamento ou encurtamento da face. Se o paciente apresentar no máximo em 30 dias de trauma, a cirurgia deve ser feita como se fosse de urgência. Após esse período e até 3 meses cada caso deve ser avaliado individualmente, pois o tempo de consolidação é menor em jovens do que em idosos. - Após 3 meses de trauma o tratamento deverá incluir a refratura dos fragmentos. Sequelas: Nariz em sela: causado pelo afundamento do osso nasal, por ft. dos ossos proprios do nariz do tipo livro aberto ou ft. cominutivas, e necessitam de reconstrução por enxertos ósseos ou por próteses pré-fabricadas por material aloplástico. Síndrome da Fissura Esfenoidal: está associada a fratura do teto da órbita, caracteriza pela midríase paralítica, ptose palpebral, exoftalmo e palidez retiniana. o que pode acarretar em lesão irreversível da retina, induzindo a síndrome da fissura orbital superior. Alterações verticais da face: o tratamento dos desvios verticais da face devem ser feitos de forma individual. Alterações anteroposteriores da face: pseudoprognatismo é o mais comum, devem ser corrigidas cirurgicamente devido poder causar distúrbios funcionais da oclusão dentária. Distúrbios oclusais: ft. com perda de substância ósseas e dentárias da maxila, associadas as fraturas cominutivas da mandíbula podem levar a ocorrência de maloclusões. Os pacientes poderão ser submetidos a novas cirurgias reconstrutivas e reabilitadoras até chegarem em um padrão de oclusão satisfatório. Cicatrizes: a maior queixa dos pacientes, geralmente são por causa dos casos de ferimento corto-contusos como fator etiológico e não pelos acessos cirúrgicos. Hoje, com avanços da cirurgia plástica há maior probabilidade de retoques e melhorias. Parestesia: como consequência dos traços de fratura serem muito próximo ou envolver a região infraorbital, a perda da sensibilidade poderá ser transitória ou definitiva.
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