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HISTÓRIA – Expansão Maritima 01. O período 1450-1550, de transição da Medievalidade para a Modernidade, conheceu dentre outras características: a) decadência econômica e racionalização da vida religiosa. b) revalorização do aristotelismo e consolidação do Estado Absolutista. c) forte efervescência religiosa e intensa expansão comercial. d) avanço do liberalismo burguês e recuo do feudalismo. e) hegemonia europeia francesa e despontar da arte gótica. 02. "Esta palavra já não pode ter o sentido original. No âmbito de uma História total, significa (e não pode significar outra coisa) a promoção do Ocidente numa época em que a civilização da Europa ultrapassou, de modo decisivo, as civilizações que lhe eram paralelas. No tempo das primeiras Cruzadas, a técnica e a cultura de árabes e chineses igualavam, e suplantavam até, a técnica e a cultura dos ocidentais. Em 1600 já não era assim." (Jean Delumeau) A palavra a que se refere o autor e que designa um importante fenômeno histórico é a) Descobrimentos. b) Capitalismo. c) Renascimento. d) Iluminismo. e) Absolutismo. 03. Com a expansão marítima dos séculos XV/XVI, os países ibéricos desenvolveram a ideia de "império ultramarino" significando: a) a ocupação de pontos estratégicos e o domínio das rotas marítimas, a fim de assegurar a acumulação do capital mercantil; b) o estabelecimento das regras que definem o Sistema Colonial nas relações entre as metrópoles e as demais áreas do "império" para estabelecer as ideias de liberdade comercial; c) a integração econômica entre várias partes de cada "império" através do comércio intercolonial e da livre circulação dos indivíduos; d) a projeção da autoridade soberana e centralizadora das respectivas coroas e sobre tudo e todos situados no interior desse "império"; e) a junção da autoridade temporal com a espiritual através da criação do Império da Cristandade. 04. Foram inúmeras as consequências da expansão ultramarina dos europeus, gerando uma radical transformação no panorama da história da humanidade. Sobressai como UMA importante consequência: a) a constituição de impérios coloniais embasados pelo espírito mercantil. b) a manutenção do eixo econômico do Mar Mediterrâneo com acesso fácil ao Oceano Atlântico. c) a dependência do comércio com o Oriente, fornecedor de produtos de luxo como sândalo, porcelanas e pedras preciosas. d) o pioneirismo de Portugal, explicado pela posição geográfica favorável. e) a manutenção dos níveis de afluxo de metais preciosos para a Europa. 05. No processo de expansão mercantil europeu dos séculos XV e XVI, Portugal teve importante papel, chegando a exercer durante algum tempo a supremacia comercial na Europa. Todavia "em meio da aparente prosperidade, a nação empobrecia. Podiam os empreendimentos da coroa ser de vantagem para alguns particulares (...)" (Azevedo, J. L. de, ÉPOCAS DE PORTUGAL ECONÔMICO, Livraria Clássica Editora, pág.180) Ao analisarmos o processo de expansão mercantil de Portugal concluímos que: a) a falta de unidade política e territorial em Portugal determinava a fragilidade econômica interna. b) a expansão do império acarretava crescentes despesas para o Estado, queda da produtividade agrícola, diminuição da mão de obra, falta de investimentos industriais, afetando a economia nacional. c) a luta para expulsar os muçulmanos do reino português, que durou até o final do século XV, empobreceu a economia nacional que ficou carente de capitais. d) a liberdade comercial praticada pelo Estado português no século XV levou ao escoamento dos lucros para a Espanha, impedindo seu reinvestimento em Portugal. e) o empreendimento marítimo português revelou-se tímido, permanecendo Veneza como o principal centro redistribuidor dos produtos asiáticos, durante todo o século XVI. 06. A transição gradativa do Mundo Medieval para o Mundo Moderno dependeu da conjugação de inúmeros fatores, europeus e extra-europeus, que ganharam dimensões e características novas. A inserção do Mundo não-europeu no contexto do colonialismo mercantilista, inaugurado pelos grandes descobrimentos, contribuiu para: a) a aceitação, sem resistência, da tutela cultural que o europeu pretendeu exercer sobre os povos da África e da Ásia. b) acarretar profunda contenção na expansão civilizatória do Mundo Pré-Colombiano. c) o indígena demonstrar sua inadaptabilidade racial para o trabalho. d) que o tráfico negreiro, operação comercial rentável, fosse determinado pela apatia e preguiça do ameríndio. e) a montagem de modelo político-administrativo caracterizado pela não intervenção do Estado Absoluto na vida das colônias. 07. No conjunto de importantes viagens e expedições marítimas do século XVI, as quais chamamos de "Grandes Navegações", nota-se clara preponderância dos países Ibéricos. A esse respeito, é correto afirmar: 01) As navegações do período se faziam com recurso exclusivo à bússola, uma vez que ainda não se havia iniciado o estudo da navegação astronômica, isto é, orientada através da observação dos astros. 02) As embarcações adotadas pelos portugueses e espanhóis - as galeras - eram semelhantes àquelas utilizadas pelos navegantes genoveses e venezianos. 04) Por sua localização geográfica, Portugal tornava-se particularmente indicado para promover explorações marítimas: seu litoral se encontra a meio caminho entre o Mediterrâneo e o Mar do Norte, e bastante próximo da costa africana e das ilhas atlânticas. 08) Tanto Portugal quanto Espanha podiam contar com o apoio financeiro de vários comerciantes às expedições, interessados em reatar relações diretas com o Oriente desde a queda de Constantinopla (1453). 16) A Espanha entrou com relativo atraso na disputa com os portugueses pela descoberta de novas terras, em função de sua luta contra os muçulmanos pela reconquista de territórios ibéricos. 32) A precoce centralização monárquica, a consolidação do poder central e a aliança com uma nova classe mercantil possibilitam a Portugal desde o início do século XV estimular a expansão comercial e as expedições marítimas. 08. Na última década do século XVI, Walter Raleigh publicou um livro intitulado A DESCOBERTA DA GUIANA, no qual se referiu aos homens sem cabeça (ver ilustração) que lá viviam. Embora não os tivesse encontrado, tinha certeza de que existiam, porque "todas as crianças das províncias de Orramaia e Canuri afirmam o mesmo". Essa é uma das descrições de monstros do Novo Mundo feita por um europeu do século XVI. Aliás, a grande maioria dos navegadores da época dos descobrimentos relatou a existência de monstros na África, Ásia e América. A constante presença dessas figuras nos relatos é indicativa: a) da visão de mundo da sociedade europeia da época, que mantinha a visão medieval sobre a existência das maravilhas do mundo e ainda não havia adotado a observação efetivamente científica da cultura e da natureza. b) da crença renascentista de que à "humanidade" dos europeus correspondia a bestialidade dos povos do Novo Mundo, que estariam evoluindo de animais para seres humanos. c) da permanência cultural da mitologia antiga na Europa (principalmente a mitologia nórdica), que retratava os habitantes nativos das terras do Atlântico, Pacífico e Índico como monstros. d) da convicção generalizada de que todos os não-europeus eram descendentes de Caim e portanto tinham uma anatomia monstruosa. e) de uma mitologia nova que se formou na Europa Renascentista, resultante das alucinações sofridas por todos os navegadores diante da tensão provocada pelo desconhecido. 09. Acerca da expansão marítima comercial implementada pelo Reino Português, podemos afirmar que: a) a conquista de Ceuta marcou o início da expansão, ao possibilitar a acumulação de riquezas para a manutenção do empreendimento. b) a conquista da Baía de Arguim permitiua Portugal montar uma feitoria e manter o controle sobre importantíssima rota comercial intra-africana. c) a instalação da feitoria de São Paulo de Luanda possibilitou a montagem de grande rede de abastecimento de escravos para o mercado europeu. d) o domínio português de Piro e Sidon e o consequente monopólio de especiarias do Oriente Próximo tornaram desinteressante a conquista da Índia. e) a expansão da lavoura açucareira escravista na Ilha da Madeira, após 1510, aumentou o preço dos escravos, tanto nos portos africanos, quanto nas praças brasileiras. 10. Assinale a opção que caracteriza a economia colonial estruturada como desdobramento da expansão mercantil europeia da época moderna: a) A descoberta de ouro no final do século XVII aumentou a renda colonial, favorecendo o rompimento dos monopólios que regulavam a relação com a metrópole. b) O caráter exportador da economia colonial foi lentamente alterado pelo crescimento dos setores de subsistência, que disputavam as terras e os escravos disponíveis para a produção. c) A lavoura de produtos tropicais e as atividades extrativas foram organizadas para atender aos interesses da política mercantilista europeia. d) A implantação da empresa agrícola representou o aproveitamento, na América, da experiência anterior dos portugueses nas suas colônias orientais. e) A produção de abastecimento e o comércio interno foram os principais mecanismos de acumulação da economia colonial. 11. Durante o século XVI, a Europa conheceu um processo inflacionário profundamente perturbador - conhecido como "revolução dos preços"- que provocou uma acentuada transferência de renda entre os grupos sociais e, até mesmo, entre países. Esse processo foi causado: a) pela consolidação dos Estados Absolutistas que mantinham Cortes e gastos extraordinários. b) pelas guerras de religião que obrigaram os Estados a constituir exércitos poderosos e caros. c) pela abertura das rotas de comércio marítimo com a Ásia, inundando a Europa com especiarias e produtos de todo tipo. d) pela chegada, em grande quantidade, de prata e ouro da América espanhola. e) pelas guerras entre as monarquias mais poderosas para conquistar a Itália e manter a hegemonia na Europa. 12. (Pucsp 1995) "Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal! Por te cruzarmos, quantas mães choraram, Quantos filhos em vão rezaram! Quantas noivas ficaram sem casar Para que fosses nosso, ó mar! Valeu a pena? Tudo vale a pena Se a alma não é pequena. Quem, quer passar além do Bojador Tem que passar além da dor. Deus ao mar o perigo e o abismo deu. Mas nele é que espelhou o céu." (Fernando Pessoa, MAR PORTUGUÊS. Rio de Janeiro, José Aguilar, 1960.) O poema de Fernando Pessoa se refere à conquista dos mares pelos portugueses, o início da era moderna. Se os resultados finais mais conhecidos dessas "Grandes Navegações" foram a abertura de novas rotas comerciais em direção à Índia, a conquista de novas terras e o espalhamento da cultura europeia, alguns dos elementos desse contexto histórico cuja articulação auxilia na compreensão das origens dessa expansão marítima são: a) o avanço das técnicas de navegação; a busca do mítico paraíso terrestre; a percepção do universo segundo uma ordem racional. b) o mito do abismo do mar; a desmonetarização da economia; a vontade de enriquecimento rápido. c) a busca de ouro para as Cruzadas; a descentralização monárquica; o desenvolvimento da matemática. d) a demanda de especiarias; a aliança com as cidades italianas; a ânsia de expandir o cristianismo. e) o anseio de crescimento mercantil; os relatos de viajantes medievais; a conquista de Portugal pelos mouros. 13. A chegada dos portugueses à Índia alarmava os venezianos que então dominavam o comércio das especiarias, pelo Mediterrâneo. Com relação ao período expansionista dos estados nacionais europeus, assinale a alternativa incorreta: a) Os esforços da Escola de Sagres foram, em parte, responsáveis pela utilização do astrolábio, entre outros instrumentos de navegação, e pelas viagens de expansão ultramarina portuguesa. b) A centralização do poder e a formação dos estados nacionais europeus têm uma estreita relação com o desenvolvimento econômico comercial. c) Os reis limitavam o poder da Igreja em seus territórios, pois atribuíam-se o direito de investidura dos bispos, sem consultar o papa. d) Os reis borgonheses conseguiram muito tarde a centralização política do reino devido às lutas constantes contra os árabes. e) A burguesia portuguesa desenvolveu suas atividades em cidades litorâneas em função da pesca e depois do comércio entre o Mediterrâneo e o Mar do Norte. 14. O descobrimento do Brasil foi parte do plano imperial da Coroa Portuguesa, no século XV. Embora não houvesse interesse específico de expansão para o Ocidente,... a) a posse de terras no Atlântico ocidental consolidava a hegemonia portuguesa neste Oceano. b) o Brasil era uma alternativa mercantil ao comércio português no Oriente. c) o desvio da esquadra de Cabral seguia a mesma inspiração de Colombo para chegar às Índias. d) a procura de terras no Ocidente foi uma reação de Portugal ao Tratado de Tordesilhas, que o afastava da América. e) essa descoberta foi mero acaso, provocado pelas intempéries que desviaram a esquadra da rota da Índia. 15. Sobre o Tratado de Tordesilhas, assinado em 7 de junho de 1494, pode-se afirmar que objetivava: a) demarcar os direitos de exploração dos países ibéricos, tendo como elemento propulsor o desenvolvimento da expansão comercial marítima. b) estimular a consolidação do reino português, por meio da exploração das especiarias africanas e da formação do exército nacional. c) impor a reserva de mercado metropolitano, por meio da criação de um sistema de monopólios que atingia todas as riquezas coloniais. d) reconhecer a transferência do eixo do comércio mundial do Mediterrâneo para o Atlântico, depois das expedições de Vasco da Gama às Índias. e) reconhecer a hegemonia anglo-francesa sobre a exploração colonial, após a destruição da Invencível Armada de Felipe II, da Espanha. GABARITO 1 – C 2 – C 3 – D 4 – A 5 – B 6 – B 7 – 02+04+08+16+32=62 8 – A 9 – A 10 – C 11 – D 12 – A 13 – D 14 – A 15 – A
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