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ANDRAGOGIA

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Andragogia
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2
2/212
Andragogia
Autoria: Roberta Rotta Messias de Andrade
Como citar este documento: ANDRADE, Roberta Rotta Messias. Andragogia. Valinhos: 2015.
Sumário
Apresentação da Disciplina 03
Unidade 1: Modelo Andragógico 04
Unidade 2: Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia 30
Unidade 3: Educação do Jovem e do Adulto 60
Unidade 4: Adultos em Processo de Formação Continuada 84
Unidade 5: Estilos de Aprendizagem 104
2/212
Unidade 6: Aprendizagem do Adulto 134
Unidade 7: A Teoria das Inteligências Múltiplas e suas Implicações 159
Unidade 8: Aprendizagem Autodirigida 183
3/212
Apresentação da Disciplina
Você já parou para pensar sobre como você 
aprende? Seria da mesma forma de quando 
você era criança na escola? 
Provavelmente, sua resposta deve ter sido 
não para as duas perguntas. O motivo 
disso é que, como adultos, a forma como 
aprendemos as coisas são diferentes; as 
relações que fazemos durante o processo 
de aprendizagem são outras. O motivo 
disso é que agora, como adultos, temos 
mais experiências e conhecimentos 
sobre diversos assuntos, além de termos 
interesses mais bem definidos. 
Por estes motivos a aprendizagem do 
adulto deve ser pensada para adultos. 
Isso implica que os processos educativos 
em sala de aula (ou fora dela) sejam 
pensados nesta perspectiva em termos de 
conteúdos, metodologias, atividades etc.
A disciplina de Andragogia aborda como 
o adulto aprende e o que podemos fazer 
para tornar sua aprendizagem mais efetiva 
no contexto do Ensino Superior. Para isto, 
serão apresentados os fundamentos da 
andragogia; os princípios e as concepções 
de aprendizagem dos adultos; e as práticas 
pedagógicas andragógicas.
A proposta da disciplina é promover a 
reflexão sobre a aprendizagem do adulto e 
a atuação do docente no Ensino Superior.
4/212
Unidade 1
Modelo Andragógico
Objetivos
1. Conhecer a contextualização 
histórica do uso do termo 
Andragogia.
2. Conhecer os principais conceitos.
3. Estudar os pilares do método 
andragógico.
Unidade 1 • Modelo Andragógico5/212
Introdução
A palavra andragogia deriva dos termos 
gregos: andros (homem) + agein (conduzir) 
+ logos (ciência), significando a ciência da 
educação de adultos, segundo Cavalcanti e 
Gayo (2004). 
O termo foi criado justamente em oposição 
à Pedagogia, que trata da ciência da 
educação de crianças. 
O professor Alexander Kapp foi o primeiro a 
utilizar o termo em 1833, na Alemanha, para 
tratar de elementos da Teoria da Educação 
de Platão, apesar de o próprio Platão não 
o ter utilizado. Naquela época, o autor já 
defendia que a educação de adultos não 
poderia ser igual à educação de crianças, 
pelas características de cada um. 
O termo caiu no esquecimento e só foi 
reutilizado novamente em 1921 pelo 
cientista social alemão Eugen Rosenstock, 
quando defendeu que a educação de 
adultos precisaria de professores, métodos 
e filosofias especiais. Ele acreditava 
que não bastava que os professores 
traduzissem a Pedagogia para utilizá-
la com adultos, mas que o professor 
precisaria cooperar com os alunos para 
ser um “andragogo” (KNOWLES; HOLTON; 
SWANSON, 2011).
Ao longo da década de 1950, diversos 
autores europeus utilizaram o termo 
andragogia em seus trabalhos: H. 
Hanselmann, em 1951, na Suíça; T. T. Have, 
em 1954, na Holanda; M. Ogrizovic, em 
1956, na Iugoslávia; F. Poggeler, em 1957, 
na Alemanha; além de cursos e programas 
sobre andragogia nas décadas de 1960 e 
1970 encontrados, também, na Alemanha.
Unidade 1 • Modelo Andragógico6/212
Foi no início da década de 1970, no 
entanto, que surgiu o “pai” da Andragogia, 
o professor americano Malcolm Knowles. 
Ele é assim considerado pela sua vasta 
produção sobre o tema, além de ter 
desenvolvido o conceito base para a 
educação de adultos. A partir dos seus 
escritos, a orientação dos educadores de 
adultos mudou de “educar pessoas” para 
“ajudar as pessoas a aprenderem”.
Portanto, andragogia é a ciência da 
educação de adultos, considerando suas 
características e interesses. Knowles 
desenvolveu o Método Andragógico 
baseado em seis pilares:
1. Necessidade de saber.
2. Autoconceito do aprendiz.
3. Papel das experiências.
4. Prontidão para aprender.
5. Orientação para a aprendizagem.
6. Motivação.
O autor explica que o método andragógico 
precisa ser revisto em cada situação e 
não dá conta sozinho das situações de 
aprendizagem. Ele mesmo, aplicando seu 
método em diferentes grupos, percebeu 
duas situações: 
1. O modelo andragógico tem como 
principal característica a flexibilidade. 
Ele pode e deve ser adaptado para 
cada situação, seja parcialmente ou 
completamente adaptado, pois não 
é uma ideologia, mas um sistema de 
elementos.
Unidade 1 • Modelo Andragógico7/212
2. O ponto de partida e as estratégias 
a serem utilizadas para a aplicação 
do modelo devem ser analisados 
segundo a situação. Cabe ao 
educador perceber e avaliar a 
melhor forma de utilizar o modelo 
andragógico. 
As críticas a esse modelo defendem, 
principalmente, que ele não abrange 
explicitamente resultados como as 
mudanças sociais dos alunos. De fato, não 
se pretende que a andragogia lide com 
objetivos e propósitos da aprendizagem; 
nem seria possível. A andragogia propõe-
se a educar adultos independentemente de 
um propósito específico, mas sendo aberta 
a vários, ela pode e deve ser combinada 
com diferentes teorias de ensino e 
aprendizagem.
A imagem a seguir mostra os seis princípios 
da andragogia envolvidos no contexto 
social, individual e situacional, além dos 
objetivos e propósitos de aprendizagem:
Unidade 1 • Modelo Andragógico8/212
Figura 1 – Andragogia na prática
Fonte: Knowles, Holton e Swanson (2011, p. 22)
Unidade 1 • Modelo Andragógico9/212
1. Necessidade de saber
A aprendizagem ocorre quando o que 
está sendo aprendido faz sentido para o 
educando, para isso, ele precisa entender 
o que será aprendido e qual é a relevância 
desse aprendizado. Tough (1979 apud 
KNOWLES; HOLTON; SWANSON, 2011) 
percebeu que adultos despendem uma 
boa quantidade de energia para investigar 
os benefícios de aprender determinado 
assunto e as possíveis dificuldades de não 
o aprender quando eles decidem aprender 
alguma coisa.
Quando ele conhece a necessidade de 
saber algo, a tendência é que ele fique 
“mais aberto” a novos conhecimentos. 
Além disso, a conscientização do que será 
aprendido possibilita ao aluno adulto fazer 
relações com seu dia a dia, auxiliando num 
maior engajamento à aprendizagem.
Em termos práticos, o educador de adultos 
precisa lançar mão de estratégias para 
engajar seu aluno e entender a necessidade 
daquele aprendizado. Essas estratégias 
podem ser dinâmicas, perguntas, textos, 
figuras, ou o que o educador achar 
relevante perante o grupo de aprendizes. 
Cabe lembrar que conhecer os alunos e sua 
motivação para a aprendizagem auxilia 
o professor a escolher estratégias mais 
adequadas ao grupo.
Contextualizar o que será aprendido 
também é essencial, pois assim os alunos 
podem relacionar o que será aprendido 
com seus conhecimentos prévios. Essas 
Unidade 1 • Modelo Andragógico10/212
relações são de extrema importância 
para que o conteúdo a ser aprendido faça 
sentido ao aluno.
2. Autoconceito do aprendiz
Uma das maiores características dos 
adultos é a autonomia, seja de ação ou 
de pensamento. Lutamos para conquistar 
essa autonomia desde quando nascemos 
e quando finalmente a alcançamos não 
estamos prontos a abrir mão dela para 
outra pessoa. 
Quando um professor determina o que 
o aluno tem que aprender sem que ele 
participe do processo de aprendizado, ele 
perde essa autonomia, ou pelo menos tem 
a sensação disso. Como as emoções são 
feitas de sensações (COBRA, 2008), elas 
importam muito no processo de ensino e 
aprendizagem.
Isso quer dizer que o aluno adulto quer ser 
tratado como adulto, com conhecimentos, 
experiência, necessidades e vontades. 
Quando isto não acontece, o aluno adulto 
pode criar uma certabarreira com aquele 
professor. 
Na minha experiência como coordenadora 
de curso de graduação, precisei, muitas 
vezes, acalmar os ânimos de alunos por 
volta dos seus 20 e poucos anos com a fala: 
“ela nos tratou como crianças!”. Pode-se 
pensar que pessoas mais maduras não 
teriam essa reação, mas, em geral, todas 
as vezes que um professor impõe sua 
vontade sem levar em consideração os 
Unidade 1 • Modelo Andragógico11/212
conhecimentos e as experiências prévias, 
além de interesses e necessidades, o adulto 
sente-se como uma “criança”. 
Ao educador, cabe o conhecimento de 
seus alunos e o entendimento de que eles 
possuem muitos conhecimentos e muitas 
experiências em determinadas áreas e 
que elas precisam ser levadas em conta 
quando se prepara uma aula para alunos 
adultos. Impor vontades só porque “eu sou 
professor” pode tornar a relação professor 
e aluno desequilibrada.
3. Papel das experiências
Quando se reúne em uma sala de aula, ou 
ambiente virtual, adultos com o objetivo 
de que eles aprendam algo, se juntam 
inúmeras experiências profissionais e 
pessoais. Essas experiências podem 
ser consideradas a base na qual o novo 
conhecimento será repousado.
Quando um adulto está vendo um 
determinado conteúdo pela primeira 
vez, ele relaciona, talvez até de forma 
inconsciente, com suas experiências 
prévias àquele momento. Quando esse 
novo conhecimento é confirmado pela 
experiência do aprendiz, ele é aceito como 
verdadeiro e, portanto, aprendido; quando 
ele não é confirmado, o aprendiz refuta 
esse novo conhecimento descartando-o. 
Isso pode ser explicado pela importância 
que as pessoas atribuem à experiência. 
Tardif (2002), em seu livro sobre saberes 
docentes, explica que dentre os quatro 
Unidade 1 • Modelo Andragógico12/212
tipos de saberes – saberes da formação, 
saberes disciplinares, saberes curriculares 
e saberes da experiência – os professores 
entendem o último como o mais 
importante.
O autor explica que os saberes da 
experiência “residem totalmente 
nas certezas subjetivas acumuladas 
individualmente ao longo da carreira” 
(p. 52), além de serem os saberes que 
necessita de todos os outros para ser 
colocado em prática. Em outras palavras, 
para que um professor dê uma aula, ele 
recorre aos quatro tipos de saberes que 
se confundem entre si para que a prática 
seja realizada. Talvez por isso ele seja tão 
importante para os professores.
Para engajar e envolver os alunos é 
essencial que os saberes da experiência 
de cada aluno sejam valorizados, o que 
pode ser feito por diferentes estratégias, 
como: dinâmicas, trabalhos em grupo, 
apresentação para os outros alunos etc.; 
o que importa é que essa valorização seja 
genuína.
4. Prontidão para aprender
A prontidão para aprender relaciona-se 
com o sentido que o aluno percebe entre o 
que ele precisa aprender e o seu dia a dia. 
Isso quer dizer que os alunos adultos têm 
seu tempo para que os assuntos se tornem 
mais ou menos interessantes.
Unidade 1 • Modelo Andragógico13/212
Knowles, Holton e Swanson (2011, p. 74) 
explicam que “os adultos ficam prontos 
para aprender as coisas que têm de saber 
e para as quais precisam se tornar capazes 
de realizar a fim de enfrentar as situações 
da vida real”. Para eles, a prontidão para 
aprender está ligada à passagem de 
um estágio de desenvolvimento para o 
próximo. Os autores utilizam-se de um 
exemplo bastante esclarecedor: uma 
garota de 16 anos, via de regra, não vê 
necessidade em aprender sobre nutrição 
infantil; ela, a princípio, não estaria 
“pronta para aprender”. No entanto, se 
ela estivesse grávida ou tivesse um irmão 
pequeno, esse assunto possivelmente faria 
parte do dia a dia dela.
Apesar de a prontidão ser, de certa forma, 
um processo natural, não podemos ficar 
esperando até que um aluno esteja pronto 
para determinado conteúdo. O educador 
de adultos precisa encontrar maneiras de 
envolver o aluno e induzir essa prontidão; a 
utilização de exemplos, modelos, exercícios 
de simulação e outros podem ser de grande 
valia para o professor.
5. Orientação para a aprendiza-
gem
Os adultos orientam-se à aprendizagem 
quando o que deve ser aprendido tem 
alguma aplicação prática em sua vida. 
Quando ele não percebe essa relação, 
há uma tendência de o aluno adulto não 
Unidade 1 • Modelo Andragógico14/212
considerar aquela uma aprendizagem 
válida.
Um exemplo de como isso é importante no 
aprendizado são os celulares, em especial 
os smartphones. Antes do advento desses 
aparelhos, aprendíamos o número de 
telefone de diversas pessoas e podíamos 
recorrer a eles quando quiséssemos sem 
problemas, apenas acionando nossa 
memória. Conforme fomos adaptando-
nos a eles, deixamos de aprender novos 
números de telefones, apesar de, muitas 
vezes, sabermos os números antigos. Isso 
acontece porque não precisamos mais 
aprender os números de telefone que nos 
interessam, pois temos eles na ponta dos 
dedos no momento que quisermos por 
meio da agenda do nosso celular. 
Caso você tenha menos de 28 anos, 
possivelmente, esse exemplo não fez 
sentido algum, além de representar o 
que se quer explicar. Esse “problema” de 
aprender números de telefones não fez 
parte da sua vida e, por isso, também, não 
fez sentido. 
Um exemplo mais adequado à vida de 
vocês seria a operação de compartilhar 
fotos, vídeos, blogs, vlogs e mais inúmeras 
formas de interação virtual. Se você ainda 
não sabe como se faz isso, possivelmente 
você peça a alguém que lhe ensine. 
Uma vez que seria do seu interesse, sua 
aprendizagem seria bem mais rápida.
Essa diferença entre as necessidades não 
é uma questão de idade, mas de dia a dia; 
Unidade 1 • Modelo Andragógico15/212
a orientação ocorre quando se precisa 
aprender alguma coisa. Knowles, Holton 
e Swanson (2011, p. 74) explicam que os 
adultos “assimilam novos conhecimentos, 
percepções, habilidades, valores e atitudes 
de maneira mais eficaz quando são 
apresentados a contextos de aplicação a 
situações da vida real”.
Mais uma vez, o educador não pode 
ficar esperando que o aluno tenha 
a necessidade de aprender algo; o 
professor precisa despertar no aluno essa 
necessidade pelo aprendizado e para isso 
vale lançar mão de diferentes estratégias.
6. Motivação
A motivação é comumente entendida 
como um fator externo para que desperte 
no sujeito vontade de fazer ou de aprender 
alguma coisa. Sem dúvida, fatores 
externos, como nota, melhor emprego, 
salário mais alto, entre outros, auxiliam no 
processo de aprendizagem. 
No entanto, são os fatores internos que 
mais motivam o aluno adulto a aprender: 
autoestima, status, desejo de ter maior 
satisfação no trabalho, qualidade de vida 
etc. 
Tough (1979 apud KNOWLES; HOLTON; 
SWANSON, 2011) percebeu que os 
adultos ditos normais são motivados a 
se desenvolver e a crescer, porém, essa 
Unidade 1 • Modelo Andragógico16/212
motivação é normalmente bloqueada por questões de “autoconceito negativo como aluno, 
falta de acesso a oportunidades ou recursos, limitações de tempo e programas que violam os 
princípios da aprendizagem de adultos” (p. 75).
Para o educador, estar atendo a esses fatores motivacionais podem auxiliar em um melhor 
aprendizado, além de contribuir para a diminuição da evasão no Ensino Superior.
Para saber mais
Apesar de Malcolm Knowles ter seus escritos sobre andragogia publicados no início da década de 1970, 
ele assumiu a diretoria Executiva da Associação Americana da Educação de Adultos (Adult Education 
Association of the United States of America).
O termo andragogia é mais encontrado quando se trata de treinamento de funcionários ou de recursos 
humanos de empresas, sempre voltado ao desenvolvimento profissional. Também, encontra-se o termo 
andragogia quando se estuda Educação de Jovens e Adultos. Porém, a andragogia tem sido pouco 
utilizada na educação formal, em especial no Ensino Superior.
Unidade 1 • Modelo Andragógico17/212
Para saber mais
Uma boa forma de aprender mais sobre saberes docentes é ler o artigo“Profissionalização dos 
professores: conhecimentos, saberes e competências necessárias à docência”, de Puentes, Aquino e 
Neto, publicado em 2009.
PUENTES, Roberto Valdez, AQUINO, Orlando Fernandes, NETO, Armindo Quilicci. Profissionalização dos 
professores: conhecimentos, saberes e competências necessárias à docência. Educar, Curitiba, n. 34. p. 
169-184, Curitiba, 2009.
Link: <http://www.scielo.br/pdf/er/n34/10.pdf>
Link
Para conhecer mais sobre a biografia de Malcolm Knowles, acesse o link: <http://infed.org/mobi/
malcolm-knowles-informal-adult-education-self-direction-and-andragogy/> 
Leia o artigo de Cavalcanti e Gayo sobre andragogia da educação universitária no link: <http://www.
wr3ead.com.br/UNICEAD/andragogia_na_educacao_universitaria.pdf>
http://www.scielo.br/pdf/er/n34/10.pdf
http://infed.org/mobi/malcolm-knowles-informal-adult-education-self-direction-and-andragogy
http://infed.org/mobi/malcolm-knowles-informal-adult-education-self-direction-and-andragogy
http://www.wr3ead.com.br/UNICEAD/andragogia_na_educacao_universitaria.pdf
http://www.wr3ead.com.br/UNICEAD/andragogia_na_educacao_universitaria.pdf
Unidade 1 • Modelo Andragógico18/212
Glossário
Situações de aprendizagem: momentos organizados pelo educador para que o aluno aprenda.
Conhecimentos prévios: conhecimentos adquiridos pelos alunos ao longo de sua vida até 
aquele momento.
Saber docente: saber formado pelo “amálgama, mais ou menos coerente, de saberes oriundos 
da formação profissional e de saberes disciplinares, curriculares e experienciais” (TARDIF, 2003, 
p. 36).
Questão
reflexão
?
para
19/212
A reflexão sobre como aprendemos é extremamente 
importante para nosso autoconhecimento. Uma vez 
que sabemos quais são os gatilhos que nos auxiliam, 
podemos ligar ou desligar essa “chavinha”. Assim, 
pense sobre como você aprende e compare com os 
seis pilares propostos por Knowles. Verifique se eles 
coincidem ou são diferentes. 
20/212
Considerações Finais (1/2)
• O termo andragogia foi cunhado em oposição ao termo pedagogia pelo 
professor alemão Alexander Kapp.
• Foi na década de 1970 que Malcolm Knowles desenvolveu os seis pilares da 
andragogia: 
1. Necessidade de saber – o adulto precisa saber o que será aprendido e 
porque sua aprendizagem é importante.
2. Autoconceito do aprendiz – a forma como o adulto se percebe deve ser 
respeitada.
3. Papel das experiências – as experiências dos alunos adultos precisam ser 
valorizadas.
4. Prontidão para aprender – o aluno adulto precisa estar “pronto para o 
aprendizado” e cabe ao professor incentivá-lo.
21/212
5. Orientação para aprendizagem – o adulto despende mais energia em 
assuntos que ele percebe como importante para o seu dia a dia.
6. Motivação – a motivação é um importante fator para a educação de 
adultos, com destaque para os fatores internos de motivação.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 1 • Modelo Andragógico22/212
Referências
CAVALCANTI, Roberto de A.; GAYO, Maria Alice F. da S. Andragogia na Educação Universitária. 
Conceitos, p. 44-51, jul. 2004. Disponível em: <http://www.wr3ead.com.br/UNICEAD/
andragogia_na_educacao_universitaria.pdf> Acesso em: 02 set. 2015.
COBRA, Marcos. Marketing do entretenimento. São Paulo: Editora Senac, 2008.
KNOWLES, Malcolm S.; HOLTON, Elwood F.; SWANSON, Richard. Aprendizagem de resultados: 
uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução: 
Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Eselvier, 2011.
PUENTES, Roberto Valdez; AQUINO, Orlando Fernandes; NETO, Armindo Quilicci. 
Profissionalização dos professores: conhecimentos, saberes e competências necessárias à 
docência. Educar, Curitiba, n. 34, p. 169-184, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
er/n34/10.pdf>. Acesso em: 02 set. 2015. 
TARDIF, Maurice. Saberes docentes e formação profissional. Petrópolis: Vozes, 2003.
http://www.wr3ead.com.br/UNICEAD/andragogia_na_educacao_universitaria.pdf
http://www.wr3ead.com.br/UNICEAD/andragogia_na_educacao_universitaria.pdf
http://www.scielo.br/pdf/er/n34/10.pdf
http://www.scielo.br/pdf/er/n34/10.pdf
23/212
1. O surgimento da andragogia ocorreu em 1833 pelo professor alemão 
Alexander Kapp, mas caiu no esquecimento até 1921, quando Rosensto-
ck escreveu sobre a educação de adultos. Para ele, a educação de adultos 
deveria:
a) Ser adaptada da educação de crianças.
b) Ter professores especiais que conseguissem adaptar as teorias educacionais infantis para 
adultos.
c) Que os professores estudassem metodologias especiais para serem aplicadas ao aluno 
adulto.
d) Ter professores, metodologias e filosofias especiais aos adultos.
e) Ter filosofia especial em que os professores se apoiariam.
Questão 1
24/212
2. Malcolm Knowles é considerado o pai da andragogia porque:
a) Criou uma metodologia de ensino infalível, especialmente para os adultos.
b) Desenvolveu o conceito base sobre a educação de adultos, além de ter uma vasta produção 
sobre o tema.
c) Desenvolveu programas capazes de treinar professores para ensinar adultos.
d) Criou o conceito de que educar pessoas adultas necessita de formação especial pela 
dificuldade que elas têm em aprender.
e) Dentre a sua vasta produção sobre o tema, ele adaptou as teorias sobre a aprendizagem 
infantil aos adultos para que eles pudessem aprender.
Questão 2
25/212
3. O modelo andragógico, segundo seu criador, Malcolm Knowles, pode e 
deve ser adaptado segundo a situação de aprendizagem a partir da aná-
lise do educador sobre o ponto de partida e das estratégias a serem utili-
zadas. Isso se deve porque:
a) Cada aluno possui experiências a saberes diferentes que precisam ser considerados na 
aprendizagem do adulto. 
b) Cada aluno possui experiências diferentes que precisam ser valorizadas apesar de o 
conhecimento não ser tão heterogêneo entre um grupo de alunos adultos.
c) A prontidão para a aprendizagem é intrínseca e, por isso, o educador precisa esperar até 
que o aluno esteja pronto e interessado em aprender.
d) O educador precisa motivar o aluno adulto a estar orientado para a aprendizagem, pois, se 
ele não tiver interesse no assunto, irá aprender sozinho em outro momento.
e) O modelo andragógico não considera as mudanças que podem ocorrer no contexto social 
dos alunos que são naturalmente diferentes.
Questão 3
26/212
4. Um dos pilares da andragogia é o papel da experiência. O saber da ex-
periência tem papel essencial no processo de aprendizagem porque:
a) A experiência de cada pessoa permite que ela aprenda novos conceitos sem filtrá-los.
b) A experiência é difícil de ser valorizada, por isso o educador não consegue agregá-la em 
sua aula e precisa deixar o aluno aprender sozinho.
c) Sem ele os alunos não aprendem o que estiver sendo ensinado, por isso o professor deve 
criar novas experiências.
d) É por meio da experiência que o aluno entende e modifica o mundo em que vive.
e) A experiência é uma espécie de filtro com o qual o aluno compara toda nova informação.
Questão 4
27/212
5. O pilar do modelo andragógico “orientação para aprender” é impor-
tante porque:
a) Quando um aluno não está prestando atenção ao educador, ele tende a não aprender 
determinado assunto.
b) O professor deve orientar o aluno a uma nova aprendizagem para que ele seja capaz de 
reproduzi-la posteriormente.
c) Caso o aluno adulto não perceba a aplicação prática de um novo aprendizado no seu dia a 
dia, ele pode deixar de aprendê-lo. 
d) A orientação é entendida como a forma de o aluno se comportar durante o processo de 
aprendizagem; sem a devida postura, a aprendizagem não é alcançada.
e) O aluno adulto precisa estar pronto para aprender algo novo, independentemente da 
necessidade daquele conhecimento.
Questão 5
28/212
Gabarito
1. Resposta: D.
Rosenstock defendia que a educação 
de adultos deveria ter professores, 
metodologias e filosofias especiais devido 
às características diferentes das crianças.
2. Resposta: B.
Malcolm Knowles, entre sua vasta produção 
sobre o tema,desenvolveu o conceito 
base sobre a educação de adultos que 
possibilitou a reorientação de educadores 
de adultos para ajudar os alunos a 
aprender.
3. Resposta: A.
A adaptação do modelo andragógico 
é necessária porque cada aluno possui 
experiências a saberes prévias com os 
quais o educador pode trabalhar para 
que o aluno mantenha motivação para 
aprendizagem e um autoconceito positivo 
como aluno, além de se manter pronto para 
a aprendizagem.
4. Resposta: E.
Toda nova informação que o aluno adulto 
recebe é comparada à sua experiência 
pregressa, podendo ser refutada ou 
acatada como válida, por isso ela pode ser 
considerada uma espécie de filtro para 
novas aprendizagens.
29/212
5. Resposta: C.
Caso o aluno adulto não perceba a 
aplicação prática de um novo aprendizado 
no seu dia a dia, ele pode deixar de 
aprendê-lo porque ele despende uma 
boa quantidade de energia e tempo para 
aprender algo que ele sente necessidade.
Gabarito
30/212
Unidade 2
Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia
Objetivos
1. Conhecer algumas características de 
crianças e adultos.
2. Conhecer os pressupostos da 
Pedagogia, da Andragogia e da 
Heutagogia.
3. Saber identificar as diferenças 
entre Pedagogia, Andragogia e 
Heutagogia.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia31/212
Introdução
Na aula passada, vimos que a Andragogia 
surgiu em oposição à Pedagogia para tratar 
da educação de adultos. Sua oposição 
começa no próprio vocábulo: 
Paidos (criança) + agein (conduzir) + 
logos (ciência) = PEDAGOGIA
Andros (homem) + agein (conduzir) + 
logos (ciência) = ANDRAGOGIA
Dessa forma, a Pedagogia é a ciência 
da educação de crianças, enquanto a 
Andragogia é a ciência da educação de 
adultos.
A diferença entre os dois radicais 
(paidos e andros) representa a diferença 
epistemológica entre as duas ciências; 
cada uma têm pressupostos específicos 
que dizem respeito ao entendimento de 
aluno, de educação, ou seja, de concepção.
O surgimento da Heutagogia é bem mais 
recente; os primeiros escritos foram 
encontrados nos anos 2000. O termo, 
assim como os outros dois, tem origem 
grega:
Heuta (auto) + agein (conduzir) + logos 
(ciência) = HEUTAGOGIA
Assim, a Heutagogia é a ciência da 
aprendizagem autodeterminada, ou 
conduzida, e está bastante relacionada 
ao advento da tecnologia e da educação a 
distância.
Cada termo tem por base conceitos 
diferentes, os quais serão vistos a seguir.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia32/212
1. Pedagogia
Considera-se que a Pedagogia tenha 
surgido na Grécia, pois foi lá que foram 
encontrados os primeiros pedagogos: 
escravos que acompanhavam as crianças 
nas escolas.
Apesar de os pedagogos terem aparecido 
na Grécia, havia o entendimento de que 
a criança era um mini adulto até meados 
do século XVIII, quando Jean Jaques 
Rousseau publicou, em 1762, o livro Emílio 
ou Da educação. Nele, o autor explica 
que as crianças possuem necessidades e 
processos de desenvolvimento diferentes 
dos adultos, por isso, precisaria de um 
tratamento adequado que respeitasse suas 
peculiaridades. 
O alemão Friederich Fröebel foi um 
dos primeiros educadores a considerar 
a importância da infância para o 
desenvolvimento do homem. Ele dizia 
que o homem se desenvolve em etapas: 
infância, meninice, puberdade, mocidade 
e maturidade. Em cada etapa a educação 
precisa considerar as características do 
sujeito, dessa forma a educação para 
crianças deve proporcionar que a criança 
floresça. 
A Pedagogia é pensada para crianças 
segundo algumas características. Uma 
delas é que as crianças estão aprendendo 
sobre o mundo e como estar nele durante o 
período escolar, por isso, algumas decisões 
são comumente relegadas ao professor.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia33/212
A definição do que deve ser aprendido é 
feita pelo professor a partir dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN), definidos 
pelo Ministério da Educação – MEC. 
Nesses PCN constam os conteúdos que a 
sociedade entende como importantes para 
a formação da criança. Por esse motivo, 
muitas vezes, aos alunos não fica clara a 
necessidade de determinado aprendido. 
Quantas vezes nos perguntamos por 
que precisávamos aprender equação de 
segundo grau, por exemplo? Se você não 
trabalhar com esse conceito no dia a dia, 
talvez essa resposta ainda nem seja clara 
até os dias de hoje.
O professor entende o aluno como 
dependente, por isso, ele se torna 
realmente dependente. De fato, nos 
primeiros anos, a criança é dependente, 
mas a questão é que, conforme os anos 
vão passando, a criança vai deixando de 
ser dependente à medida que amadurece 
(KNOWLES, HOLTON, SWANSON, 2011). O 
autor explica que, conforme a criança vai 
crescendo e amadurecendo, vai abrindo 
um gap entre a necessidade e a habilidade 
de se autodirigir, o que pode gerar 
frustrações, ressentimentos e resistência 
ao aprendizado.
A experiência da criança ainda está em 
formação e, muitas vezes, ela acontece na 
própria escola, por isso, seu papel ainda é 
menor do que a de um adulto. 
Knowles, Holton, Swanson (2011) alegam 
que o aluno fica pronto para aprender a 
partir da determinação do que o professor 
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia34/212
precisa ensinar; não há tempo para esperar 
a maturidade do aluno. 
A orientação para a aprendizagem na 
escola regular é centrada na matéria, com a 
aquisição de conteúdo especializado, dessa 
forma, “as experiências de aprendizagem 
são organizadas de acordo com a lógica 
do conteúdo especializado” (KNOWLES, 
HOLTON, SWANSON,, 2011, p. 71). 
A motivação que a criança tem para 
aprender é basicamente externa, seja por 
notas, prêmios, classificação etc. Isso pode 
acontecer pelo não entendimento por 
parte da criança da necessidade daquele 
conhecimento.
2. Andragogia
Na aula anterior, tratamos dos conceitos da 
andragogia e, agora, vamos retomar alguns 
conceitos em contraposição à Pedagogia. 
Como já sabido, a Andragogia surgiu em 
oposição à Pedagogia; até Alexander Kapp 
cunhar o termo, se pensava apenas na 
aprendizagem de crianças, mas o adulto 
tem concepções diferentes que precisam 
ser entendidas.
O adulto se relaciona com a educação 
de forma diferente, então, é preciso 
entender de que adulto se está falando. 
Oliveira (1998, p. 8) define o adulto como 
“indivíduo maduro o suficiente para 
assumir as responsabilidades por seus 
atos diante da sociedade”. O autor ainda 
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia35/212
apresenta 14 princípios que contribuem 
com a educação de adultos:
Princípio 1 – o adulto é dotado de 
consciência ingênua e de consciência 
crítica e sua postura proativa ou reativa 
está diretamente ligada ao tipo de 
consciência predominante.
Princípio 2 – o compartilhamento de 
experiências é fundamental para o adulto.
Princípio 3 – a relação educacional é 
baseada na interação entre o professor e 
o aluno em um ambiente de liberdade em 
que haja aprendizagem mútua.
Princípio 4 – a chave para a motivação 
de um adulto é a negociação sobre seu 
interesse em participar de aprendizagem.
Princípio 5 – a aprendizagem é o centro das 
atividades do aluno adulto. 
Princípio 6 – a decisão do que será 
aprendido precisa ser decidido pelo 
aluno adulto por ele ser o agente de sua 
aprendizagem.
Princípio 7 – o processo de aprendizagem 
implica a aquisição de conhecimentos, 
habilidades e atitudes (CHA).
Princípio 8 – a ordem do processo de 
aprendizagem do adulto é: sensibilização 
(motivação), pesquisa (estudo), discussão 
(esclarecimento), experimentação 
(prática), conclusão (convergência) e 
compartilhamento (sedimentação). 
Princípio 9 – o melhor elemento motivador 
do adulto é a experiência, por isso, o 
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia36/212
ambiente de aprendizagem deve permitir 
liberdade e incentivar que os alunos 
possam falar de suas histórias, ideias, 
opiniões,compreensões e conclusões.
Princípio 10 – a essência do 
relacionamento educacional entre adultos 
é o diálogo.
Princípio 11 – os assuntos devem ser 
discutidos e vivenciados, pois a práxis 
educacional se baseia na reflexão e ação.
Princípio 12 – “quem tem capacidade 
de ensinar o adulto é apenas Deus que 
conhece o íntimo da pessoa e suas reais 
necessidades. Portanto se você não é Deus, 
não se atreva a desempenhar esse papel!” 
(OLIVEIRA, 1998, p. 12). 
Princípio 13 – um professor tradicional faz 
com que o adulto se sinta inferiorizado e, 
portanto, dificulta a aprendizagem.
Princípio 14 – a educação bancária pode 
causar uma relação negativa do adulto com 
a aprendizagem caso ele se sinta oprimido 
frente ao professor.
Esses princípios colaboram para o 
entendimento sobre como os pilares da 
andragogia podem ser aplicados nos 
ambientes de aprendizagem.
Enquanto na Pedagogia a definição do que 
será aprendido e quais estratégias serão 
utilizadas, na andragogia, o adulto não 
tem apenas a necessidade de saber o que 
e como será aprendido, mas, muitas vezes, 
tem de negociá-los.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia37/212
Em relação ao autoconceito, o adulto 
entende que ele é capaz de assumir as 
responsabilidades de suas escolhas. 
Isso quer dizer que ele precisa se sentir 
independente e livre para poder escolher.
A experiência é o principal filtro 
pelo qual a nova informação passa 
para ser considerada relevante e, 
consequentemente, ser aprendida. Essa 
ideia é corroborada pelos princípios 2 e 
4, que mostram o quanto a experiência é 
importante para o aluno adulto.
Uma vez que o aluno adulto esteja pronto 
para aprender, ele tem maior clareza de 
sua necessidade de aprendizagem e, 
assim, consegue dialogar e decidir o que 
será aprendido e quais são as melhores 
estratégias para isso. 
A motivação pode estar no assunto, na 
forma como o professor o aborda, na 
relação entre aluno e professor, assim 
como na aplicabilidade dos novos 
conceitos no dia a dia do adulto.
Assim, na Andragogia, o papel do professor 
é de um companheiro que entende e 
orienta o aluno adulto ao aprendizado de 
forma colaborativa.
3. Heutagogia
Se a Andragogia surgiu em oposição à 
Pedagogia, pode-se dizer que a Heutagogia 
surgiu como uma “evolução natural” da 
Andragogia, segundo Stewart Hase e Chris 
Kenyon (2000), criadores do termo.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia38/212
Eles explicam que a Andragogia foi 
uma imensa evolução no processo de 
ensino e aprendizagem de adultos, pois 
passou a considerar características e 
necessidades específicas dos adultos 
negligenciadas até então. No entanto, 
ela ainda tem o professor como centro 
da ação de aprendizagem, assim como a 
Pedagogia, e não consideraria as questões 
sociais modernas, como a quantidade de 
informação e a rapidez com que ela se 
torna de conhecimento público.
Na Heutagogia, entende-se que o aprendiz 
seja capaz de determinar o que ele 
aprenderá em função do desenvolvimento 
de capacidades. Assim, uma pessoa capaz: 
sabe como aprender, é criativa, tem alto 
grau de eficácia, é confiante em mobilizar 
suas competências e trabalha bem com 
outras pessoas (STEPHENSON; WEIL, 1992 
apud HASE; KENYON, 2000).
Hase e Kenyon (2000) afirmam que a 
Heutagogia se posiciona num mundo atual 
e dinâmico, em que: 
• a informação está disponível 
rapidamente e em grande 
quantidade; 
• as mudanças são tão rápidas que a 
formação do aprendiz da maneira 
como conhecemos está se tornando 
inadequada; 
• os conhecimento baseados em 
disciplinas não estão dando conta 
da preparação para a vida e para o 
trabalho;
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia39/212
• a aprendizagem está cada vez mais 
alinhada ao que se faz;
• exigência de práticas flexíveis 
de aprendizagem em função das 
estruturas modernas;
• necessidade de rápida aprendizagem.
Parte do fundamento da Heutagogia 
baseia-se nos escritos de Rogers sobre a 
aprendizagem centrada no aluno. O autor 
entende que: toda pessoa possui o desejo 
natural de aprender e tende a realizá-lo; 
não se pode ensinar outra pessoa, apenas 
facilitar a aprendizagem; todo aluno tem 
uma certa resistência à aprendizagem 
significativa, pois ela modifica o eu (self), 
mas ele aprende quando a resistência é 
pequena e ele se percebe envolvido no 
processo.
Outra teoria que contribui para a 
Heutagogia é a conceituação de 
aprendizagem de laço duplo, de Argyris e 
Schön (1996 apud HASE; KENYON, 2000). 
Esse conceito utiliza-se da reflexão e 
do questionamento do que os autores 
chamam de “variáveis governantes” dos 
indivíduos, que podem ser entendidas 
como: “teorias em uso”, valores e 
suposições mobilizadas para resolver um 
problema ou uma situação. O esquema a 
seguir ajuda a entender o laço duplo.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia40/212
Quando temos uma situação, mobilizamos uma série de variáveis governantes para determinar 
nossas ações esperando resolvê-las já prevendo uma determinada consequência. Quando o 
resultado não é o esperado, revemos nossas ações e tentamos novamente. Esse processo é 
chamado por Argyris e Schön por laço simples. Mas se essa revisão sobre nossas ações nos faz 
refletir e questionar nossas variáveis governantes (“teorias em uso”, valores e suposições), o 
processo é chamado de laço duplo.
Esse questionamento das variáveis governantes permite a alteração do que sabemos, ou seja, 
aprendemos algo novo já relacionado com nosso conhecimento prévio e necessidades.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia41/212
A Heutagogia é o estudo da aprendizagem 
autodirigida e não da autoaprendizagem. 
Dessa forma, é preciso distinguir 
esses dois entendimentos: enquanto a 
autoaprendizagem é a forma de aprender 
Link
Para conhecer mais sobre as variáveis 
governantes e a teoria de laço duplo, leia o 
artigo “Desenvolvimento de competências 
gerenciais para a tomada de decisão através 
da abordagem da aprendizagem na ação”, 
de Elvira M. V. Lantelme, Ercília H. Hirota 
e Carlos T. Disponível em: <http://www.
infohab.org.br/entac2014/2002/Artigos/
ENTAC2002_1535_1544.pdf> 
por si só, a aprendizagem autodirigida é 
o processo em que o aprendiz (com ou 
sem ajuda) toma a iniciativa sua formação 
a partir da análise e percepção de suas 
necessidades de aprendizagem.
O professor, nesta perspectiva, tem a 
função de partilhar o conhecimento a 
fim de possibilitar que o aprendiz seja 
autônomo e possa fazer suas próprias 
escolhas no que se refere à aprendizagem.
Assim, a Heutagogia exige do aprendiz 
grande envolvimento no processo de 
aprendizagem e um alto grau de reflexão.
O quadro a seguir compara algumas ideias 
de Pedagogia, Andragogia e Heutagogia:
http://www.infohab.org.br/entac2014/2002/Artigos/ENTAC2002_1535_1544.pdf
http://www.infohab.org.br/entac2014/2002/Artigos/ENTAC2002_1535_1544.pdf
http://www.infohab.org.br/entac2014/2002/Artigos/ENTAC2002_1535_1544.pdf
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia42/212
Quadro 1: Características de aprendizagem segundo a Pedagogia, a Andragogia e a Heutagogia
Características da 
aprendizagem
Pedagogia Andragogia Heutagogia
Relação 
professor/aluno
Professor é o centro 
das ações, decide o que 
ensinar, como ensinar e 
avalia a aprendizagem.
A aprendizagem é centrada no 
aluno, na independência e na 
autogestão da aprendizagem.
O aluno é um agente 
de sua formação, 
o professor é um 
organizador e facilitador 
da participação.
Razões da 
aprendizagem
Crianças e adolescentes 
devem aprender o que 
a sociedade espera que 
saibam, seguindo um 
currículo padronizado.
As pessoas aprendem o que 
precisam saber (aprendizagem 
para a aplicação prática na vida 
diária).
Razões alicerçadas 
na vontade do aluno, 
seus objetivos e 
necessidades. O 
discente sabe por que 
precisa aprender.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia eHeutagogia43/212
Características da 
aprendizagem
Pedagogia Andragogia Heutagogia
Motivação
A motivação para 
a aprendizagem é 
fundamentalmente 
resultado de estímulos 
externos ao aluno, como 
notas, classificações 
escolares e apreciações 
do professor.
Os adultos são sensíveis a 
estímulos externos (notas etc.), 
mas são os fatores de ordem 
interna que os motivam para 
a aprendizagem (satisfação, 
autoestima, qualidade de vida, 
dentre outros).
Busca a autonomia 
pessoal/profissional por 
isto está motivado a 
aprender de forma mais 
autônoma.
Experiência do 
aluno
O ensino é didático, 
padronizado e a 
experiência do aluno tem 
pouco valor.
A experiência é uma fonte rica 
de aprendizagem, pela discussão 
e solução de problemas feita em 
grupo.
Reorganização das 
experiências cotidianas, 
que envolve a ação, 
a reflexão na ação, a 
reflexão sobre a reflexão 
na ação.
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia44/212
Características da 
aprendizagem
Pedagogia Andragogia Heutagogia
Orientação da 
aprendizagem
Aprendizagem por 
assunto ou matéria.
Aprendizagem baseada em 
problemas, exigindo ampla 
gama de conhecimentos para se 
chegar à solução.
Mistura pedagogia 
com Andragogia, 
adaptados aos 
interesses/necessidades 
individuais do aluno.
Vontade de 
aprender
A finalidade é obter o 
êxito e progredir em 
termos escolares.
Os adultos estão dispostos 
a iniciar um processo de 
aprendizagem desde que 
compreendam sua utilidade para 
enfrentar problemas reais da 
vida pessoal e profissional.
Alunos mais 
disciplinados com 
o aprender se 
comprometem com o 
estudo a distância na 
busca dos objetivos.
Fonte: CAVALCANTI, R. A. Andragogia: a aprendizagem nos adultos. Revista de Clínica Cirúrgica da Paraíba, n. 6, ano 4, jul. 1999. 
Disponível em: <http://pt.slideshare.net/Vicentana/andragogia-a-aprendizagem-nos-adultos> Acesso em: 10 set. 2015.
Olhando a “evolução” dos conceitos entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia, nota-se que a 
linha mestra dos três conceitos é a autonomia do aprendiz. Na Pedagogia, pelas caraterísticas 
http://pt.slideshare.net/Vicentana/andragogia-a-aprendizagem-nos-adultos> Acesso em: 10 set. 2015
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia45/212
da própria criança, o aprendiz é conduzido totalmente ao aprendizado, já na Andragogia essa 
condução é mais livre, mas ainda assim com a orientação externa do professor; talvez se possa 
dizer que há uma autonomia relativa. Agora, na Heutagogia, a condução da aprendizagem é feita 
pelo próprio aprendiz com a ajuda do professor; a autonomia do aprendiz neste caso é total. 
Para saber mais
Epistemologia é o estudo da origem, da estrutura, dos métodos e da validade do conhecimento; também é 
conhecida como teoria do conhecimento.
Fröebel entendia a criança era como uma semente que precisa receber cuidados periódicos para crescer de 
forma saudável, criando para isso o primeiro jardim de infância. Até hoje, a educação de crianças sofre grande 
influência deste educador.
Além de Fröebel, outros educadores também desenvolveram teorias e espaços voltados para as características 
das crianças, como Maria Montessori. Para conhecer mais sobre os educadores acesse o link: <https://
novaescola.org.br/conteudo/96/friedrich-froebel-o-formador-das-criancas-pequenas>
https://novaescola.org.br/conteudo/96/friedrich-froebel-o-formador-das-criancas-pequenas
https://novaescola.org.br/conteudo/96/friedrich-froebel-o-formador-das-criancas-pequenas
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia46/212
Para saber mais
A ação docente é realizada segundo a abordagem de ensino. Além da abordagem tradicional, têm-se 
as abordagens: comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural.
Além da Pedagogia, da Andragogia e da Heutagogia, já se encontram outros conceitos: Paragogia 
e Cybergogia. Saiba o que eles são no link: <http://www.desafiosdaeducacao.com.br/quatro-
conceitos-vao-moldar-educacao/>
Você sabia que, em 2001, uma única edição no jornal New York Times continha mais informação do 
que uma pessoa receberia durante toda sua vida na Inglaterra do século XVIII? (VEJA, 2001, p. 63).
<http://veja.abril.com.br/acervo/home.aspx>
http://www.desafiosdaeducacao.com.br/quatro-conceitos-vao-moldar-educacao/
http://www.desafiosdaeducacao.com.br/quatro-conceitos-vao-moldar-educacao/
http://veja.abril.com.br/acervo/home.aspx
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia47/212
Link
Para ler mais sobre as características do adulto, leia Oliveira (1998) no link a seguir: <http://www.
diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/200/ANDRAGOGIA.pdf>
http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/200/ANDRAGOGIA.pdf
http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online/200/ANDRAGOGIA.pdf
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia48/212
Glossário
Diferença epistemológica: diferenças na origem e nos conceitos dos conhecimentos.
Professor tradicional: relaciona-se com a concepção de ensino do professor.
Autonomia: na Educação, é entendida como a capacidade de organizar por si seus estudos, 
administrando seu tempo de dedicação e escolhendo as fontes de informação disponíveis.
Questão
reflexão
?
para
49/212
Como você organizaria o aprendizado de seus alunos na sua 
área de conhecimento sob a perspectiva da Pedagogia, da 
Andragogia e da Heutagogia?
50/212
Considerações Finais (1/2)
A Pedagogia trata da educação de crianças que eram entendidas 
como mini adultos até o século XVIII, quando Rousseau alertou para as 
necessidades de desenvolvimento e de cuidados específicos da criança.
O professor tem papéis diferentes na Pedagogia e na Andragogia; 
na primeira, ele toma todas as decisões acerca da aprendizagem dos 
alunos, enquanto que na segunda o professor é um parceiro do aluno 
adulto. 
Para uma boa relação entre professor e aluno adulto é preciso prestar 
atenção aos 14 princípios do adulto propostos por Oliveira (1998).
A Heutagogia é o estudo da aprendizagem autoconduzida e como tal 
pressupõe autonomia do aprendiz.
51/212
A Heutagogia está amparada em, basicamente, dois conceitos: a 
aprendizagem centrada no aluno de Rogers e a aprendizagem de laço 
duplo de Argyris e Schön.
O aprendiz, na Heutagogia, precisa ter um alto grau de envolvimento e 
de reflexão.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 2 • Diferença entre Pedagogia, Andragogia e Heutagogia52/212
Referências 
CAVALCANTI, R. A. Andragogia: a aprendizagem nos adultos. Revista de Clínica Cirúrgica da 
Paraíba, n. 6, ano 4, jul. 1999. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/Vicentana/andragogia-a-
aprendizagem-nos-adultos> Acesso em: 10 set. 2015.
HASE, S. and KENYON, C. (2000). From andragogy to heutagogy. Ultibase, RMIT. Disponível em: 
<http://ultibase.rmit.edu.au/Articles/dec00/hase2.htm> Acesso em: 10/09/2015.
KNOWLES, Malcolm S.; HOLTON, Elwood F.; SWANSON, Richard. Aprendizagem de resultados: 
uma abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução: 
Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Eselvier, 2011.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
OLIVEIRA, Ari Batista de. Andragogia? Evolução histórica. 1998. Disponível em: <http://www.
diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online>. Acesso em: 10 set. 2015.
http://pt.slideshare.net/Vicentana/andragogia-a-aprendizagem-nos-adultos> Acesso em: 10 set. 2015
http://pt.slideshare.net/Vicentana/andragogia-a-aprendizagem-nos-adultos> Acesso em: 10 set. 2015
http://ultibase.rmit.edu.au/Articles/dec00/hase2.htm
http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online
http://www.diocese-braga.pt/catequese/sim/biblioteca/publicacoes_online
53/212
1. Na Pedagogia, o papel do professor é decisivo no que tange à escolha do 
conteúdo e das estratégias utilizadas porele. Assim, é correto afirmar que:
a) A partir dos Parâmetros Curriculares Nacionais o professor decide, junto aos alunos, quais 
assuntos precisam ser aprendidos por eles. 
b) Os alunos sempre entendem a importância do aprendizado porque ela fica clara com a 
explicação do professor. 
c) As crianças estão sempre prontas para aprender algum conteúdo na escola, afinal, é para 
isso que elas estão ali.
d) A orientação para a aprendizagem das crianças é natural e ela consegue entender a 
relação entre os conteúdos determinados pelo professor.
e) Os conteúdos determinados pelo professor, junto às estratégias de ensino, são aprovados 
previamente pelo que a sociedade entende que é importante aprender.
Questão 1
54/212
2. O educador de crianças precisa se adaptar ao desenvolvimento infantil 
porque:
a) As ideias das crianças variam de acordo com o entendimento que elas têm do que será 
aprendido.
b) A cada faixa etária a criança necessita de cuidados especiais e o professor deve dar conta 
desse cuidado. 
c) A criança vai se tornando independente conforme vai amadurecendo ao longo dos anos. 
d) Os conteúdos definidos pelo professor são tratados pelos alunos segundo o entendimento 
da importância.
e) Elas mudam muito rapidamente e com isso mudam suas necessidades e vontades, fazendo 
com que os conteúdos tenham de ser adaptados.
Questão 2
55/212
3. Dentre os princípios propostos por Oliveira (1998), o terceiro diz que “a 
relação educacional é baseada na interação entre o professor e o aluno em 
um ambiente de liberdade em que haja aprendizagem mútua”. Isso quer 
dizer que:
a) O professor é parceiro do aluno, promovendo a interação entre os alunos para que haja 
trocas de experiências e opiniões em que ele também aprende.
b) O professor é parceiro do aluno e cria situações de aprendizagem em que os alunos tenham 
a sensação de que ele está aprendendo, mas o conhecimento do professor é suficiente 
àquele momento.
c) O professor interage com os alunos de forma que eles troquem impressões e experiências 
em um ambiente completamente controlado pelo educador.
d) A relação educacional necessita de experiências e conhecimentos do educador a fim de 
promover interação entre os alunos.
e) Ter um ambiente de liberdade significa que cada aluno decide o que ele deve aprender e o 
professor apenas orienta essa aprendizagem.
Questão 3
56/212
4. A Heutagogia é o estudo da aprendizagem autoconduzida e como tal 
pressupõe autonomia do aprendiz, com grande desenvolvimento e alto 
grau de reflexão. Assim, sobre a aprendizagem, pode-se dizer que:
a) A aprendizagem no mundo moderno está desorientada e sem objetivos claros, por isso a 
Heutagogia apresenta-se como uma tábua de salvação para educadores e alunos.
b) O processo de aprendizagem do aluno precisa que ele tenha bastante conhecimento prévio 
sobre o assunto para que tenha capacidade de escolher corretamente o que deve ser 
aprendido.
c) O aprendiz, na Heutagogia, tem a liberdade de escolher o que será aprendido, mas a forma 
como esse aprendizado será tratado em sala de aula é prerrogativa do professor.
d) A aprendizagem autodirigida permite que o aluno se envolva mais com o processo a partir 
do momento em que ele pode pensar sobre o que e como aprender.
e) Pela quantidade de informação disponível nos dias de hoje, o aprendiz consegue aprender 
o conteúdo sozinho.
Questão 4
57/212
5. Os conceitos-base da Heutagogia são a aprendizagem centrada no aluno 
e a aprendizagem de laço duplo. Sobre esses conceitos é correto afirmar:
a) A aprendizagem centrada no aluno baseia-se em colocar o aluno num ponto central do 
processo e permite que ele aprenda por observação de um ponto privilegiado.
b) O aluno adulto precisa se envolver no processo de aprendizagem para que ela ocorra, por 
isso a aprendizagem centrada no aluno permite que ele estabeleça o que será ensinado 
pelo professor.
c) O conceito de laço duplo pressupõe que o aprendizado modifique as variáveis governantes 
pela reflexão e pelo questionamento. 
d) As variáveis governantes permitem que o aprendiz se mantenha centrado enquanto outros 
conceitos vão sendo modificados com a aprendizagem.
e) A aprendizagem de laço duplo tem esse nome porque o aprendiz revê seus conceitos duas 
vezes.
Questão 5
58/212
Gabarito
1. Resposta: E.
Os conteúdos que precisam ser aprendidos 
pelas crianças são definidos pelos 
Parâmetros Curriculares Nacionais, que são 
determinados pelo Ministério da Educação 
e, portanto, socialmente aprovados.
2. Resposta: C.
Conforme a criança vai crescendo, ela 
também vai amadurecendo e se tornando 
cada vez mais independente, de ação e de 
pensamento, por isso o professor precisa se 
adaptar às novas necessidades e interesses.
3. Resposta: A.
A promoção da interação e da troca de 
experiências entre alunos e professor 
acontece quando os alunos percebem o 
professor como parceiro que lhe auxilia a 
aprender.
4. Resposta: D.
A aprendizagem autodirigida pressupõe 
a decisão do que e como será aprendido, 
para decidir isso o aluno precisa se 
envolver intimamente e conhecer suas 
necessidades, limitações e desejos.
59/212
Gabarito
5. Resposta: C.
A base do aprendizado por laço duplo é o 
questionamento e a reflexão das variáveis 
governantes, ou seja, teorias em uso, 
valores, suposições.
60/212
Unidade 3
Educação do Jovem e do Adulto
Objetivos
1. Estudar o conceito e os pressupostos 
da Educação de Jovens e Adultos (EJA)
2. Conhecer a Educação de Jovens e 
Adultos (EJA) no contexto brasileiro.
3. Conhecer a metodologia de 
alfabetização de adultos de Paulo 
Freire.
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto61/212
Introdução
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é uma 
modalidade de ensino destinada a jovens 
e adultos, que abrange todos os níveis da 
Educação Básica, criada com o objetivo de 
minimizar as desigualdades de formação 
educacional, segundo a LDBEN 9.394/96.
A necessidade de promoção da educação 
aos adultos é pensada desde a década 
de 1930, mas foi na década seguinte, em 
1940, que a EJA foi entendida como uma 
Para saber mais
Outras modalidades de ensino definidas na 
LDB/96 são: Educação Profissional ou Técnica, 
Educação Especial e Educação a Distância (EaD).
política pública de acesso à escolarização 
para adultos que não haviam terminado a 
Educação Básica. Nas décadas seguintes, 
foram criados diversos programas 
governamentais com o objetivo de 
promover, de maneira ampla, formação 
escolar para pessoas excluídas da escola 
e, consequentemente, aumentar o nível 
de escolaridade da população brasileira. 
Nesse período o governo assumiu a 
responsabilidade por essa modalidade de 
educação, o que possibilitou a distribuição 
de fundos públicos para a manutenção de 
programas educacionais.
Na década de 1960, o Ministério da 
Educação (MEC) organizou o Programa 
Nacional de Alfabetização de Adultos, que 
utilizou as ideias e orientações de Paulo 
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto62/212
Freire. Dentre essas orientações estava a 
ideia de que a educação de adultos nessa 
modalidade deveria ser crítica, voltada 
à transformação social, ao diálogo e ao 
entendimento do papel de protagonista 
dos educandos.
Porém, durante o governo militar, essa e 
outras ações acabaram por desaparecer 
parcial ou completamente em função 
das ações repressivas, pois as iniciativas 
existentes estavam relacionadas às ideias 
de Paulo Freire, para quem a educação é 
essencialmente política e libertadora. 
Em 1969, o governo criou o Movimento 
Brasileiro de Alfabetização (Mobral), que 
funcionou até a metade da década de 1980 
por meio de comissões municipais por todo 
o Brasil. Apesar de as comissões serem 
descentralizadas, a orientação, supervisão 
pedagógica e produção de material 
didático tinham um rígido controle central. 
A ideia do Mobral era o de alfabetizar 
enquanto o analfabetismo não fosse 
erradicado, mas, na década de 1970, 
ele teve de diversificar sua atuação e 
passou a oferecer uma condensaçãodo curso primário, o que possibilitou o 
desenvolvimento mais organizado da 
Educação de Jovens a Adultos (DI PIERRO; 
JOIA; RIBEIRO, 2001).
A estrutura restante do Mobral tornou-
se Fundação Educar, que passou a apoiar 
iniciativas estaduais, municipais e da 
organização civil, que incorporaram 
educadores ligados à experiência da 
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto63/212
educação popular, até então realizadas 
prioritariamente na educação não formal. 
A Fundação Educar foi extinta na década 
de 1990, não houve nenhum programa 
governamental de Educação de Jovens 
e Adultos até 1996, quando foi criado 
o Programa Alfabetização Solidária 
(PAS), que lembravam as campanhas das 
décadas de 1940 e 1950. Em 1998, foi 
criado o Programa Nacional de Educação 
na Reforma Agrária (Pronera), que visava 
à educação de adultos em áreas de 
assentamento.
Mais tarde, no ano de 2003, foi criado 
o Programa Brasil Alfabetizado, que 
enfatizava o trabalho voluntário; em 2004, 
o programa foi reformulado e revisado. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Brasileira (LDBEN/96), em seu artigo 37, 
define que a Educação de Jovens e Adultos 
é destinada a pessoas que não tiveram 
acesso ao Ensino Fundamental e Médio, ou 
não conseguiram completá-los em idade 
própria; o acesso aos cursos é oferecido de 
forma gratuita e flexível para que o aluno 
possa concluir seus estudos.
A EJA foi criada visando a alunos jovens a 
adultos que não tiveram oportunidade de 
concluir sua formação básica. De maneira 
geral, são alunos trabalhadores que 
deixaram a escola por motivos de ingresso 
no mercado de trabalho ou alta defasagem 
educacional. 
Em 2011, havia no Brasil quase 12,9 
milhões de analfabetos entre pessoas com 
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto64/212
15 anos ou mais, o que representava 8,6% 
da população, segundo o 11º Relatório 
de Monitoramento Global de Educação 
para Todos da UNESCO (2014). No mesmo 
ano, dados do INEP mostravam que 56,2 
milhões de pessoas com mais de 18 
anos não frequentavam a escola ou não 
tinham completado o Ensino Fundamental 
(REVISTA NOVA ESCOLA, 2014).
Apesar da grande quantidade de pessoas 
que poderiam ser atendidas pela EJA, o 
Censo tem mostrado que as matrículas 
estão caindo ao longo dos anos. Em 2013, 
ainda segundo a Revista Nova Escola 
(2014), havia aproximadamente 3,7 
milhões de pessoas matriculadas na EJA, 
enquanto que em 2007 esse número era de 
quase 5 milhões.
O que explicaria, então, essa queda de 25% 
em matrículas na EJA, segundo a Revista, 
seriam quatro pontos, combinados ou de 
maneira individual: excesso de trabalho 
e problemas familiares que prejudicam 
os estudos; escolas distantes da moradia 
ou do trabalho; ausência de exigência de 
escolarização nos empregos disponíveis; 
e aprendizado que não tem relação com a 
vida do aluno.
Link
Para ler a reportagem completa acesse: 
<https://novaescola.org.br/conteudo/2882/
por-que-jovens-de-15-a-17-anos-estao-
na-eja> 
https://novaescola.org.br/conteudo/2882/por-que-jovens-de-15-a-17-anos-estao-na-eja
https://novaescola.org.br/conteudo/2882/por-que-jovens-de-15-a-17-anos-estao-na-eja
https://novaescola.org.br/conteudo/2882/por-que-jovens-de-15-a-17-anos-estao-na-eja
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto65/212
A distância entre o que é ensinado e a aplicação na vida do aluno também é um dos motivos 
pelo qual ele larga a escola no período regular. 
Um dos grandes nomes da Educação de Jovens e Adultos é Paulo Freire. Ele foi um dos primeiros 
educadores a trazer a realidade do educando para a sala de aula com o objetivo de alfabetizá-los.
Uma característica da EJA é a flexibilidade. A LDB/96 prevê que a educação formal esteja 
disponível gratuitamente e de forma apropriada, considerando as características dos alunos, 
sua condição de vida e de trabalho e seus interesses. Por isso, a oferta da modalidade de EJA 
tem uma grande variedade de possibilidades: ensino presencial ou a distância, cursos seriados 
ou modulares, material didático em módulos, avaliação em módulos ou por disciplinas. Di 
Pierro, Joia e Ribeiro (2001, p. 62) escrevem que:
As iniciativas de educação a distância dominantes são as que se realizam 
por televisão, em regime de livre recepção ou (muito raramente) recepção 
organizada, em telepostos que combinam reprodução de programas 
em vídeo, uso de materiais didáticos impressos e acompanhamento de 
monitor.
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto66/212
O grande diferencial da EJA é a aceleração 
dos estudos, já que se leva, ao mínimo, a 
metade de tempo prevista para a conclusão 
de um grau de ensino.
No que tange ao controle do Ministério 
da Educação (MEC), os cursos de EJA 
que oferecem o Ensino Fundamental I 
deram continuidade aos programas de 
alfabetização e acabaram por terem 
mais liberdade, tanto do local de oferta 
(igrejas, escolas, centros comunitários 
etc.) quanto da duração. Di Pierro, Joia e 
Ribeiro (2001) alegam que essa liberdade 
deve ter ocorrido porque esses programas 
não representavam o término da Educação 
Básica, no entanto, os programas de Ensino 
Fundamental II tiveram que se submeter à 
regulação mais rígida.
1. Paulo Freire e EJA
Paulo Freire foi o educador brasileiro de 
maior notoriedade mundial. Ele nasceu 
em 1921, em uma família de classe 
média em Recife; perdeu seu pai quando 
tinha 13 anos e passou a ter dificuldades 
econômicas. Formou-se em Direito, mas 
atuou profissionalmente no magistério; em 
1963, foi preso e exilado, quando foi para o 
Chile e publicou sua obra mais emblemática: 
Pedagogia do Oprimido. Retornando ao 
Brasil, ingressou na vida universitária, 
tornou-se Secretário de Educação de São 
Paulo; foi nomeado doutor honoris causa em 
28 universidades em vários países e teve sua 
obra traduzida em mais de 20 anos. Morreu 
em 1997 de enfarte.
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto67/212
Para Paulo Freire, o objetivo da educação 
era conscientizar o educando para que 
ele pudesse se libertar de sua condição 
de oprimido; para Freire, a escola deveria 
formar criticidade no aluno e não continuar 
com a educação elitista e bancária, em 
que os professores depositavam seu 
conhecimento no aluno que acumularia 
esse conhecimento. Freire entedia que 
a educação deveria ser essencialmente 
política.
Foi nesse contexto que ele desenvolveu um 
método de alfabetização de adultos, com 
o qual ensinou 300 pessoas a ler e escrever 
em 45 dias.
Seu método consiste, basicamente, em 
relacionar a imagem ao som e à palavra. 
Ele percebeu isso, segundo sua viúva Ana 
Maria Araújo Freire (2006), com seu filho 
de dois anos; ele vira uma placa de Nescau 
na rua e começou a cantarolar a música da 
propaganda associando a palavra da placa 
com o alimento que ele consumia.
A partir desse fato ele começou a 
refletir sobre a lógica do que acontecera 
Para saber mais
Paulo Freire, a partir da alfabetização desse 
grupo, foi responsável pelo Plano Nacional 
de Alfabetização, que previa 20 mil núcleos 
espalhados pelo Brasil, com a preparação de 
educadores. 
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto68/212
e elaborou um caminho cognitivo-epistemológico, chamado de método Paulo Freire de 
alfabetização.
Ele primeiro testou seu método com sua então empregada doméstica, conhecida como mãe, de 
aproximadamente 50 anos.
Em seu livro “Educação como prática da liberdade”, Paulo Freire propõe a aplicação de seu 
método em cinco fases, conforme esquema a seguir: 
A primeira fase é o “levantamento do universo vocabular dos alunos”. O objetivo desta fase 
é conhecer o grupo com o qual se trabalhará, conhecendo o grupo e estreitando a relação 
entre professor e aluno de maneira informal e carregada de emoções e sentimentos; essa 
aproximação permitirá maior interação entre professor e aluno, o que auxilia a aprendizagem. 
Nesse processo, o educador precisa também anotar as palavras utilizadas pelo grupo de 
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto69/212
alunos e identificar as palavras-chave, ou 
geradoras,que precisam sugerir situações 
cotidianas e significativas dos alunos. 
Esta etapa talvez seja a mais importante, 
pois é partir dela que todo o trabalho 
de alfabetização será feito a partir da 
realidade do aluno. 
A segunda etapa é a “escolha das palavras 
selecionadas do universo vocabular 
pesquisado”. Essa escolha não é aleatória, 
ela deve ser pensada por três critérios: 
riqueza fonética; dificuldades fonéticas em 
uma sequência gradativa de dificuldade; 
uso da palavra de forma que ela seja 
utilizada em uma determinada realidade 
social, cultural, política etc.
A terceira etapa é a “criação de situações 
existenciais”. Neste momento, o educador 
precisa escolher situações típicas e 
desafiadoras do grupo de alunos para levar 
à sala de aula. Essas situações precisam 
ser carregadas de elementos que serão 
discutidos e decodificados pelo grupo com 
a ajuda do educador. Neste momento, o 
educador tem a chance de proporcionar 
aos educandos reflexão sobre a sua 
realidade.
Na quarta fase, “elaboração de fichas-
roteiro”, o educador precisa organizar 
fichas que o auxiliarão a promover o debate 
com seus alunos. Essas fichas devem servir 
de base, mas não podem ser rígidas para 
que o educador não corra o risco de cercear 
o pensamento do aluno.
A quinta a última fase é a “elaboração 
de fichas para a decomposição das 
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto70/212
famílias fonéticas”. A partir dos vocábulos 
geradores, retirados da realidade do aluno, 
o educador deve utilizar slides, cartazes, 
fotografias, ou seja, diferentes materiais.
Apesar do seu método de alfabetização, 
Paulo Freire pensava a educação como um 
todo e dizia que um professor engajado 
em uma prática transformadora procura 
desmistificar e questionar a realidade 
e levar seu aluno a refletir sobre sua 
condição para que consiga transformar sua 
realidade.
Dessa forma, o professor procura criar 
em seus alunos condições para que a 
consciência ingênua seja superada e que 
se possa perceber as contradições da 
sociedade e dos grupos em que vivem.
Link
Conheça os relatos da primeira turma formada 
por Paulo Freire sobre suas aulas: 
<http://g1.globo.com/rn/rio-grande-
do-norte/noticia/2013/04/1-turma-do-
metodo-paulo-freire-se-emociona-ao-
lembrar-das-aulas.html>
Conheça o Instituto Paulo Freire: <http://www.
paulofreire.org/>
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2013/04/1-turma-do-metodo-paulo-freire-se-emociona-ao-lembrar-das-aulas.html
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2013/04/1-turma-do-metodo-paulo-freire-se-emociona-ao-lembrar-das-aulas.html
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2013/04/1-turma-do-metodo-paulo-freire-se-emociona-ao-lembrar-das-aulas.html
http://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2013/04/1-turma-do-metodo-paulo-freire-se-emociona-ao-lembrar-das-aulas.html
http://www.paulofreire.org/
http://www.paulofreire.org/
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto71/212
Para saber mais
As ideias de Paulo Freire foram de grande 
influência para a abordagem de ensino 
sociocultural, em que se entende que a educação 
precisa formar educandos críticos a ponto de 
poderem modificar sua realidade. Para saber 
mais sobre esta abordagem de ensino, leia o livro 
de Maria da Graça Nicoletti Mizukami, intitulado 
“Ensino: as abordagens do processo”, publicado 
pela Editora EPU em 1986.
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto72/212
Glossário
INEP: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, órgão do Ministério da 
Educação.
Famílias fonéticas: são os fonemas gerados pela mesma consoante com as diferentes vogais: 
ta, te, ti, to, tu.
Nível de ensino: o artigo 21, da LDB/96, define que os níveis de ensino são compostos de 
Educação Básica, formada pela Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, e de 
Educação Superior.
Questão
reflexão
?
para
73/212
A partir do que você já estudou sobre a Andragogia, 
faça uma relação das fases da alfabetização propostas 
por Paulo Freire com os pilares da Andragogia.
74/212
Considerações Finais (1/2)
Educação de Jovens e Adultos é uma modalidade da Educação Básica, cujo 
objetivo é proporcionar formação escolar a pessoas com idade a partir de 15 
anos que não conseguiram estudar no tempo regular.
No Brasil, foram criadas várias campanhas e programas para incentivar a 
alfabetização de adultos.
Os programas de EJA são divididos em Ensino Fundamental I, Ensino 
Fundamental II e Ensino Médio.
O maior representante de educadores de adultos no Brasil foi Paulo Freire, 
que desenvolveu uma metodologia de alfabetização de adultos a partir da 
realidade dos educandos.
A metodologia de Freire consiste, basicamente, em relacionar imagem e som 
com situações do dia a dia do aluno.
75/212
Paulo Freire defendia que a educação é essencialmente política e objetiva 
formar criticidade no aluno para que ele possa se libertar da sua condição de 
oprimido.
Considerações Finais (2/2)
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto76/212
Referências 
FREIRE, Ana Maria Araújo. Paulo Freire, uma história de vida. Indaiatuba: Villa das Letras 
Editora, 2006.
FREIRE. Paulo. Educação como Prática da Liberdade. 34. edição. São Paulo: Paz e Terra, 2011. 
FREIRE. Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 2005.
DI PIERRO, Maria Clara; JOIA, Orlando; RIBEIRO, Vera Masagão. Visões da educação de jovens 
e adultos no Brasil. Cad. CEDES, Campinas, v. 21, n. 55, p. 58-77, nov. 2001. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622001000300005&lng=en&
nrm=iso> Acesso em: 12 set. 2015. 
REVISTA NOVA ESCOLA. Por que o número de alunos da EJA está caindo? 9 de abril de 2014. 
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/blogs/eja/2014/04/09/por-que-o-numero-de-
alunos-da-eja-esta-caindo/> Acesso em: 12 set. 2015.
STRELHOW, Thyeles. Breve história sobre a educação de jovens e adultos no Brasil. Revista 
HISTEDBR On-line, Campinas, n. 38, p. 49-59, jun.2010. Disponível em: <http://uab.ufac.
br/moodle/pluginfile.php/14242/mod_resource/content/1/Caejadis%20-%20Texto%201%20
(Breve%20histu00F3ria%20da%20EJA%20no%20Brasil).pdf> Acesso em: 12 set. 2015.
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622001000300005&lng=en&nrm=iso
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http://revistaescola.abril.com.br/blogs/eja/2014/04/09/por-que-o-numero-de-alunos-da-eja-esta-caindo/
http://revistaescola.abril.com.br/blogs/eja/2014/04/09/por-que-o-numero-de-alunos-da-eja-esta-caindo/
http://uab.ufac.br/moodle/pluginfile.php/14242/mod_resource/content/1/Caejadis - Texto 1 (Breve histu00F3ria da EJA no Brasil).pdf
http://uab.ufac.br/moodle/pluginfile.php/14242/mod_resource/content/1/Caejadis - Texto 1 (Breve histu00F3ria da EJA no Brasil).pdf
http://uab.ufac.br/moodle/pluginfile.php/14242/mod_resource/content/1/Caejadis - Texto 1 (Breve histu00F3ria da EJA no Brasil).pdf
Unidade 3 • Educação do Jovem e do Adulto77/212
UNESCO. Teaching and Learning: Achieving quality for all. 11º Relatório de Monitoramento 
Global de Educação para Todos da UNESCO. 2014. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.
org/images/0022/002256/225660e.pdf> Acesso em: 12 set. 2015.
http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002256/225660e.pdf
http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002256/225660e.pdf
78/212
1. Sobre a Educação de Jovens e Adultos é correto afirmar que:
a) A preocupação com a alfabetização de adultos é relativamente nova, data da década de 
1940 e teve grande avanço no país, apesar de o governo não incentivar nenhuma ação 
nesse sentido.
b) Houve um período no Brasil em que a alfabetização de adultos não era prioridade e o 
governo se absteve de qualquer incentivo que pudesse mudar essa situação.
c) O início do programa de EJA ocorreu em função da necessidade de alfabetização de 
adultos.
d) O programa de EJA com maior sucesso foi o Mobral, em que os alunos tinham conteúdos de 
ciências, matemática,português, entre outros, desde seu início na década de 1970.
e) A preocupação com a alfabetização de adultos no Brasil teve início na década de 1940 e 
erradicou o analfabetismo no país em 2013.
Questão 1
79/212
2. O número de pessoas matriculadas em programas de EJA tem diminuído 
ao longo dos anos. Uma possível explicação sobre isso poderia ser:
a) A escola é chata e, com isso, os alunos saem sem que tenham terminado seus estudos.
b) Ainda que os empregos exijam alto grau de escolaridade, os adultos não conseguem 
estudar e por isso há muitos desempregados.
c) As matrículas na EJA caíram porque a quantidade de alunos que precisam dessa 
modalidade de ensino diminuiu devido ao sucesso dos programas do governo.
d) Apesar de as escolas serem geograficamente perto das casas dos estudantes, eles não 
conseguem chegar lá por causa da situação do transporte público.
e) Os alunos adultos não conseguem estudar porque eles precisam trabalhar e não têm 
tempo de estudar, além de as escolas, muitas vezes, situarem-se distantes da residência do 
educando.
Questão 2
80/212
3. Assinale a questão mais adequada aos preceitos freirianos sobre educa-
ção:
a) A educação é política e deve ser utilizada para que o aluno adulto alcance sua autonomia.
b) A política envolvida na educação de adultos tem apenas o objetivo de permitir que melhore 
de vida, sem considerar a sociedade em que ele vive.
c) O aluno adulto precisa conhecer conteúdos da educação formal que não seria possível se 
não fosse aprendido na escola.
d) Apenas o professor tem o conhecimento suficiente para instruir os alunos, crianças e 
adultos.
e) A educação política proporcionada pela educação tem o objetivo de inserir o aluno o 
processo eleitoral.
Questão 3
81/212
4. O processo de alfabetização criado por Paulo Freire parte do cotidiano 
do alunado. Sobre as fases desse processo é correto afirmar que:
a) A fase de levantamento do universo vocabular dos alunos é determinada pela pesquisa 
sistemática da vida dos alunos a fim de conhecer sua realidade.
b) A etapa de escolha das palavras selecionadas do universo vocabular pesquisado deve 
ser criteriosa e precisa levar em conta questões de fonética, seu uso e a possibilidade de 
utilizá-las para proporcionar reflexão sobre a realidade. 
c) A criação de situações existenciais consiste em escolher momentos da vida do educador 
que possa ser utilizada em sala de aula.
d) A elaboração de fichas-roteiro é a organização das situações existenciais que auxiliarão o 
debate em sala; uma vez elaborada a ficha, não pode ser modificada.
e) A quinta fase é a elaboração de fichas para a decomposição das famílias fonéticas em que 
o educador separa os vocábulos e faz os alunos repetir várias vezes para memorizá-los.
Questão 4
82/212
5. A metodologia de alfabetização de adultos desenvolvida por Paulo Freire 
tem relação com alguns pilares da Andragogia. Assinale a questão correta.
a) A metodologia de Freire permite que o aluno entenda a necessidade daquele saber e se 
envolva mais no processo de aprendizagem, podendo, assim, melhorar de vida e de amigos.
b) O autoconceito do aprendiz analfabeto é alto e ele não precisa de nenhum estímulo para 
aprender.
c) Ao partir das experiências dos alunos, Paulo Freire consegue articular a alfabetização com o 
dia a dia do aluno, possibilitando a prontidão do aluno em aprender.
d) A aplicação prática do que será aprendido ficaria mais clara se Paulo Freire partisse da 
experiência dos alunos para ensinar.
e) A motivação do aprendiz para a aprendizagem está centrada justamente no incentivo do 
professor.
Questão 5
83/212
Gabarito
1. Resposta: C.
O início do programa de EJA se deu em 
função da alfabetização de adultos, 
mas durante a década de 1970 o Mobral 
precisou expandir sua atuação a fim de 
sobreviver como programa.
2. Resposta: E. 
Um dos possíveis motivos que impedem os 
alunos adultos de continuar estudando é 
que o tempo disponível para estudo após 
as obrigações profissionais é pequeno.
3. Resposta: A.
A educação, para Paulo Freire, é 
essencialmente política e deve 
proporcionar a emancipação do educando.
4. Resposta: B.
A etapa de escolha das palavras 
selecionadas do universo vocabular 
pesquisado deve levar em consideração 
as possibilidades de seguir com o 
questionamento da realidade dos alunos 
a fim de proporcionar reflexão, além de 
possibilitar a alfabetização.
5. Resposta: C.
Ao partir das experiências dos alunos, 
Paulo Freire consegue articular a 
alfabetização com o dia a dia do aluno, 
possibilitando a prontidão do aluno em 
aprender, a motivação e a orientação para 
a aprendizagem.
84/212
Unidade 4
Adultos em Processo de Formação Continuada
Objetivos
1. Pensar sobre a formação continuada 
como um processo vital para o 
desenvolvimento profissional.
2. Conhecer as principais ideias 
sobre educação continuada e suas 
possibilidades.
3. Refletir sobre possibilidades de 
atuação na educação continuada.
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Introdução
Os tempos de hoje mudam tão 
rapidamente que temos cada vez mais 
a sensação de que estamos defasados, 
seja em relação às novas informações 
que surgem a cada dia, seja em relação às 
tarefas que temos de executar. De fato, a 
cada dia aparecem novas ideias, conceitos, 
teorias, técnicas etc.
A necessidade de manter-se atualizado 
diante de tantas novidades é urgente; e 
cada vez mais difícil também. Não só pela 
quantidade de informação que se tem 
disponível, mas também pelas diferentes 
possibilidades, de artigos a cursos, 
passando por livros, congressos, entre 
outros.
Essa necessidade de atualização constante 
sempre foi real, mas, nos dias de hoje, ela 
se torna mais do que fundamental. Uma 
maneira de se manter sempre atualizado é 
por meio da formação continuada. 
Pensar em formação, de maneira ampla, 
significa pensar em desenvolvimento, que 
pressupõe continuidade. Pode-se dizer que 
a formação continuada é uma formação 
constante ao longo da vida. 
Quando se pensa em formação, 
costumeiramente, se pensa em um curso 
específico para uma profissão: no Ensino 
Superior, seria a graduação; na Educação 
Profissional, seria o curso técnico. A esse 
primeiro “treino” para uma profissão 
chamamos de formação inicial. São sobre 
os conhecimentos adquiridos nela que os 
novos, adquiridos na formação continuada, 
serão alicerçados.
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Assim, formação continuada é entendida 
como a formação após essa primeira etapa, 
como a pós-graduação, normalmente 
ligada à nossa atuação profissional. Fazer 
um curso de pós-graduação ligado à sua 
área de conhecimento é uma maneira 
formal de educação. 
O importante em uma formação 
continuada é que haja intencionalidade por 
parte do educando em aprender, o que está 
diretamente relacionado a alguns pilares 
da Andragogia que vimos até o momento: 
necessidade de saber, prontidão para 
aprender, orientação para aprendizagem e 
motivação.
No entanto, a intencionalidade da 
aprendizagem sozinha não garante o 
sucesso de uma formação continuada; se 
não tivermos meio de colocar em prática o 
que foi aprendido, esse novo conhecimento 
tenderá a cair no esquecimento. Quantas 
vezes, em nossas profissões, vimos 
alguma coisa que nos chamou a atenção, 
como uma nova técnica, conceito ou 
instrumento, e não quando retornamos 
para o dia a dia não conseguimos colocá-la 
em prática e ela caiu no esquecimento? 
Quando eu trabalhava com formação 
de cozinheiros, muitos vinham até a 
Instituição, aprendiam diversas técnicas 
e possibilidades, mas quando retornavam 
aos seus restaurantes nada mudava. Os 
escritos de Christov (2003) sobre formação 
continuada de professores podem nos 
ajudar a pensar nos motivos pelos quais 
esse novo conhecimento não contribuía o 
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quanto se esperava. Ela diz que, para que 
o sucesso de um programa de formação 
continuada ocorra,

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