Buscar

historia da necropsia e medicina legal

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 13 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

HISTÓRIA da NECROPSIA E 
MEDICINA LEGAL
Prof: Daniel Henrique Dorigatti
INTRODUÇÃO
A prática necroscópica teve início na Antiguidade provavelmente
para diagnosticar causas de mortes, os antigos egípcios não
estudavam o corpo humano morto e as possíveis explicações da
doença e da morte, embora alguns órgãos foram removidos para a
preservação. Os gregos e algumas tribos indígenas cremavam
seus mortos sem exame; os romanos, chineses e muçulmanos
todos tinham tabus sobre a abertura do corpo, e dissecações
humanas não foram permitidas durante a Idade média. Embora
sem dúvida alguma, a manipulação de cadáveres surgiu pela
necessidade de conservação de corpos.
Lição de anatomia do Dr. Tulp, é uma tela de pintura a óleo de Rembrandt, pintada em 
1630
As primeiras dissecações reais para o estudo da doença foram
realizadas cerca de 300 aC pelos médicos alexandrinos Herófilo e
Erasísto, mas foi o médico grego Galeno de Pérgamo, que
impulsionou os estudos da necropsia.
É notório que o instrumental aos poucos foi evoluindo junto a tecnologia,
bem como a profissionalização dos trabalhadores da área para a aplicação
dos instrumentos e equipamentos tanto na necropsia clínica como na
médico-legal.
Rudolf Ludwig Karl Virchow (Swidwin, 13 de outubro de 1821 — Berlim, 5 
de setembro de 1902) foi um médico e político alemão.
É considerado o pai da patologia moderna e da medicina social, além de 
antropólogo e político liberal .
Medicina Legal 
Em razão de interferências política e religiosa, existem várias lacunas
acerca do desenvolvimento da necropsia.
Esses fatos são significativos e nos levam a traçar a história da
necropsia acompanhando a história da própria medicina legal. Ao fazer
isso daremos ênfase aos momentos em que a prática da necropsia se
manifesta.
Particularmente, a necropsia médico-legal exige treinamento específico
para sua aplicação nas ciências forenses, resultando na formação de
técnicos policiais e peritos-legistas.
A Universidade de Bolonha (Itália), foi a primeira instituição a adotar 
as técnicas de necropsia forense, aprovando-as no século XIV, para 
resolver duvidas jurídicas sobre a causa da morte.
A história da medicina legal brasileira teve origem com a aplicação da
medicina à justiça. Contudo, é importante ressaltar os marcos
históricos da medicina legal no Brasil que, ao longo dos séculos,
conquistou sua importância, auxiliando as ciências jurídicas,
principalmente, quando da elaboração de leis.
Na época colonial, a medicina legal no Brasil foi decisivamente
influenciada pelos franceses e, em menor escala, pelos italianos e
alemães, sendo praticamente nula a participação portuguesa.
No século XVII, o físico Willem Piso, efetuou as primeiras necropsias
no Brasil. No século XIX, poucas teses de doutoramento e mono-
grafias relativas a temas de medicina legal foram defendidas e escritas
na Bahia. Até a promulgação do Código Penal de 1830 os juízes
brasileiros não eram obrigados a ouvir peritos antes de lavrar a
sentença.
A regulamentação do processo penal, em 1832, estabeleceria as
regras a serem adotadas nos exames de corpo de delito, criando a
perícia profissional. Naquele mesmo ano, ocorre outro fato importante
que contribuiria para a medicina legal brasileira: as antigas escolas
médico-cirúrgicas fundadas por Dom João VI em 1808, na Bahia e no
Rio de Janeiro, foram transformadas, por decreto, em faculdades de
medicina oficiais, sendo, assim, criada uma cadeira de medicina legal
em ambas.
Escola médico-cirúrgica da Bahia
Escola médico-cirúrgica do Rio de janeiro
Em 1847, começam a aparecer as primeiras especializações dos
médicos-legistas. O conselheiro José Martins da Cruz Jobim, do Rio
de Janeiro, foi o primeiro professor de medicina legal.
Em 1877, o ensino da medicina legal assume caráter prático com
Agostinho José de Sousa Lima e seu assistente Borges da Costa. Dois
anos depois, ambos receberam autorização para dar um curso prático
de tanatologia forense no necrotério oficial.
Em 1895, quando começa a terceira fase da evolução da medicina
legal no Brasil. Raimundo Nina Rodrigues tornou-se catedrático de
medicina legal da Faculdade de Medicina da Bahia, sendo considerado
o maior professor brasileiro de medicina legal do século XIX. Suas
obras voltaram-se para o campo da antropologia criminal e psiquiatria
forense. O célebre criminalista italiano Lombroso o chamava de
"apóstolo da antropologia criminal no Novo Mundo".
Sob influência Afrânio Peixoto, o governo federal baixa o Decreto n2
4.864, de 15 de junho de 1903, que estabelecia normas detalhadas
para a conclusão das perícias médicas. Entre outros avanços, sugeria
um protocolo de necropsias semelhante ao do alemão Virchow, o pai
da patologia celular.
Em 1933, foi construído em Niterói um necrotério, onde as
necropsias passaram a ser realizadas e que funciona até a presente
data. No mesmo ano, mudou-se a denominação do então Serviço
Médico-Legal para Instituto Médico-Legal, com nova reorganização e
ampliação de seus serviços e aumento do quadro de médicos e au-
xiliares.
Em 1934, novas modificações surgiram com o decreto governamental
que criava o Departamento de Polícia Técnica, que constitui a Polícia
Científica do Estado e foi composto de três órgãos: Instituto Médico-
Legal, Instituto de Identificação e Escola de Polícia.
Em 1967, em Niterói, fundou-se a Sociedade Brasileira de Medicina
Legal, na sede do Instituto Médico-Legal. Um ano depois, foi realizado
em outubro o I Congresso Brasileiro de Medicina Legal, na cidade de
Petrópolis.
A medicina legal nacional é reconhecida mundialmente, conforme ficou
patenteado (1985) na perícia de determinação da identidade, por
especialistas do IML de São Paulo e da Unicamp, do carrasco nazista
Joseph Mengele, conhecido pelos prisioneiros de Auschwitz como o
"Anjo da Morte", cuja ossada foi encontrada sepultada em Embu, São
Paulo.
A necropsia, entre outras perícias médico-legais, é definida como ato
médico, que, como tal, envolve um conjunto de procedimentos
técnico-científicos e tem como finalidade não só apenas identificar a
causa do óbito, como muitos pensam, ela tem diversas outras
funções: podem ter aplicação aos fins da justiça, da infortunística,
das indagações anatomopatológicas para esclarecimento clínico, do
diagnóstico de moléstias mal definidas, diagnóstico de finalidade
sanitária etc. Elas poderão, assim, variar quanto à indicação, ao
objetivo e as seqüências,etc.
As necropsias médico-legais devem ser minuciosas no seu exame,
completas e metódicas na sua ordenação. Isto porque o estudo da
causa da morte se justifica não somente pela necessidade médica no
intuito de poder declará-la com máxima precisão do ocorrido, mas
para o preenchimento e expedição da declaração de óbito.
O ideal seria que fosse realizada sempre a necropsia do corpo. Só
assim, teríamos o máximo de benefícios a justiça e a saúde pública.
O Código de Processo Penal: atualmente ter por exigência de pelo
menos um médico-legista para subscrever o laudo. Devem ser
sempre requisitadas pela autoridade competente, ou seja, o juiz de
direito, o delegado de Polícia (que preside o inquérito policial), o
oficial da organização militar que preside inquérito policial-militar etc.
A luz da necropsia clínica se um corpo apresentar vestígios de ação
suspeita ou violenta, deve-se mediante requisição de autoridade
competente, ser encaminhados para a necropsia forense.
As necropsias médico-legais estão disciplinadas especificamente no
artigo 162 do capítulo 2 (Do Exame de Corpo de Delito e das Perícias
em Geral) do Código de Processo Penal (Decreto-Lei 3.689, de 3 de
outubro de 1941), embora outros artigos desse mesmo capítulo
também disciplinem a respeito dos exames de corpo de delito em
geral.
Aspectos legais e conceito da necropsia nos dias atuais
As necropsias médico-legais devem atender basicamente a quatro
objetivos:
Identificação do cadáver: na prática, esta função não é exercida
diretamente pelo perito-legista, mas por outros profissionaisespecializados, tais como papiloscopistas ou odonto-legista.
Determinação da causa médica da morte: verificar a existência
de outros estados patológicos preexistentes no momento da
morte e estabelecer, ou não, nexo de causalidade com o óbito.
Dar subsídios para a determinação da causa jurídica da morte:
em tese, não é responsabilidade do perito-legista tipificar a causa
mortis jurídica. Entretanto, ele tem o dever de reunir e oferecer todos
os elementos técnicos sugestivos que possibilitem a reconstituição da
dinâmica dos fatos, seja como acidente, seja como suicídio ou
homicídio.
Determinação da data provável da morte: embora não seja o
objetivo principal da necropsia e, em muitas circunstâncias,
tecnicamente difícil, a cronotanatognose(é o capítulo da Tanatologia
que estuda os meios de determinação do tempo transcorrido entre a
morte e o exame necroscópico) poderá ser aplicada em alguns casos
cujos vestígios possibilitem a estimativa da data provável da morte.
Assim sendo, a necropsia como outras perícias médicos-legais, são
atividades oficiais e públicas, exercidas nos Institutos Médico-Legais
(IML), como já mencionado acima, embora a maioria dos IML das
capitais permanece vinculada às suas respectivas Secretarias de
Segurança, mesmo após a nova redação da Constituição Federal de
1988, que institui a autonomia dos institutos. Entretanto, somente em
alguns Estados os IML passaram a ser desvinculados das Secretarias
de Segurança, usufruindo de autonomia administrativa e
orçamentária.
ASPECTOS ÉTICOS DA NECROPSIA
A ética é uma ciência difícil de conceituar, pois baseia-se nos
costumes, nos valores e nos princípios que diferem de pessoa para
pessoa. Se nos detivermos no significado restrito da palavra, veremos
que muitas vezes ética se confunde com moral, pois suas raízes têm o
mesmo significado. Ética deriva da palavra grega ethos, que significa
caráter, costumes, modo de conduta. Moral deriva do latim mos, ou
mores, que significa costumes. Analisando dessa forma, podemos dizer
que ética é a ciência dos costumes.
Evitar conclusões intuitivas e precipitadas: convencer-se de que a
prudência é tão necessária quanto a produção da melhor e mais
inspiradora perícia. Jamais se firmar no subjetivismo e na precipitada
presunção para concluir sobre fatos que são importantes e decisivos
para os interesses dos homens e da sociedade.
Falar pouco e em tom sério: conscientizar-se de que a discrição é o
meio pelo qual o indivíduo deve se proteger dos impulsos da
vaidade, sobretudo quando a verdade que ainda se procura provar
está sub-judice ou quando ainda não se apresenta nítida e isenta de
contestação. O profissional deve evitar declarações precipitadas e
sensacionalistas em entrevistas. Deve falar o imprescindível, sem-
pre com a noção da exata oportunidade.
Agir com modéstia e sem vaidade: aprender a ser humilde. O
sucesso deve vir de um processo lento e como resultado da boa
conduta ética, e nunca da presença ostensiva do nome ou do retrato
do profissional nas colunas dos jornais.
Não há desmerecimento no fato de as atividades periciais serem
realizadas no anonimato, delas apenas tendo conhecimento as partes
interessadas e a administração judiciária.
Manter o sigilo exigido: deve ser mantido o segredo pericial na sua
relativa necessidade e na sua compulsória solenidade. Nos seus
trâmites mais graves, deve o perito manter a discrição, a sobriedade,
evitando que suas declarações sejam transformadas em catastróficos
pronunciamentos com nocivas repercussões.
Ter autoridade para ser acreditado: ao que se afirma e conclui,
exige-se também uma autoridade capaz de se impor fazendo calar com
sua palavra as insinuações oportunistas. Decidir com firmeza. A
incerteza é sinal de insegurança e afasta a confiança que se deve
impor. Se uma decisão é vacilante, a arte e a ciência tornam-se fracas
e duvidosas.
Ser livre para agir com isenção: comparando os fatos entre si,
concluir com acerto, através da convicção, relacionando-os e chegando
a conclusões sempre claras e objetivas. Não permitir de maneira
alguma que suas crenças, suas ideologias e suas paixões venham
influenciar em um resultado para o qual se exige absoluta isenção e
imparcialidade.
Não aceitar a intromissão de ninguém: sendo autoridade ou não, o
profissional não deve permitir a intromissão ou a insinuação de
ninguém que pretenda modificar sua conduta ou dirigir o resultado para
um caminho diverso das suas legítimas e reais conclusões, com a
finalidade de não trair os objetivos da justiça e o interesse da
sociedade.
Ser honesto e ter vida pessoal correta: é preciso ser honesto para
ser imparcial. Só a honestidade confere um cunho de respeitabilidade e
confiança. Ser íntegro e sensato. Convém evitar certos hábitos, mesmo
da vida íntima, pois podem macular a confiabilidade de uma atividade.
Ter coragem para decidir: coragem para afirmar ou para dizer não. 
Coragem para concluir ou confessar que não sabe. Ter a altivez de 
assumir a dimensão da responsabilidade dos atos e nunca deixar que 
decisões tenham seu rumo torcido por interesses alheios.
Ser competente para ser respeitado: manter-se permanentemente 
atualiza- do, aumentando a cada dia o saber. Para isso, é preciso 
obstinação, devoção e dedicação apaixonada, pois só assim os laudos 
terão a elevada consideração pelo rigor com que são elaborados e pela 
verdade que carregam.

Continue navegando