Peritonites - Histopatologia

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Ádila Cristie Matos Martins 	 UCXVI 	 	 	 	 Aula 1, HISTOPATOLOGIA
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PERITONITES AGUDAS 
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Peritonite bacteriana 
- Quase sempre é secundária a inflamação de órgãos abdominais, principalmente 
apendicite, úlcera péptica perfurada, diverticulite, colecistite, salpingite, perfuração 
intestinal por infarto, febre tifoide, colite ulcerativa, amebíase ou câncer
- Muitas vezes, não existe uma causa aparente, sendo a afecção chamada peritonite 
bacteriana espontânea; esta é mais comum em pacientes cirróticos, com ascite ou 
crianças com síndrome nefrótica
- Os microrganismos mais implicados são E. coli, Clostridium, salmonelas, 
pseudomonas, Staphylococcus aureus e estreptococos beta-hemolíticos
- A peritonite pode ser localizada ou generalizada
Morfologia 
- No início, as superfícies serosas e peritoneais brilhantes se tornam foscas e 
opacas, após 2 a 4 h da invasão dos microrganismos, o fluido levemente turvo e 
seroso começa a se acumular, torna-se evidente a exsudação de fibrina, que 
forma uma camada delgada sobretudo no peritônio visceral e determina união 
frouxa de alças intestinais entre si 
- Logo em seguida, aparece exsudato líquido e de células que se coleciona nas 
regiões de declive ou entre as alças intestinais. O omento maior distende-se sobre 
a área perfurada ou mais inflamada, à qual adere por meio da fibrina
- Pode haver cura ou evolução do processo; neste caso, o exsudato torna-se 
purulento, denso e cremoso, fibrinopurulento ou hemorrágico
- É uma emergência médica grave. Muitas vezes acompanha-se de choque séptico e 
de íleo paralítico. Se o paciente sobreviver, podem surgir: (1) abscessos em 
diversas sedes (subfrênico, fossa ilíaca, goteiras paracólicas etc.); (2) aderências, 
generalizadas ou circunscritas, decorrentes da conjuntivização do exsudato não 
reabsorvido
Peritonite química 
- É a inflamação aguda, geralmente difusa, causada pela liberação de bile ou suco 
gástrico, duodenal ou pancreático na cavidade peritoneal. Em certos casos, a 
inflamação associa-se a infecção bacteriana, já que muitas vezes esses líquidos 
contêm microrganismos
- Peritonite bIliar resulta de perfuração das vias biliares por inflamações, 
traumatismos ou cirurgias
- A inflamação começa, na maioria dos casos, no quadrante superior direito do 
abdome, mas logo se generaliza
- Trata-se de afecção grave que em geral leva ao choque
- Peritonite por suco pancreático ocorre em consequência de pancreatite aguda, 
na qual são liberadas enzimas pancreáticas
- É também generalizada e causa necrose do tecido gorduroso e da parede vascular, 
com hemorragia. Muitas vezes, surge infecção bacteriana secundária. Por tudo 
isso, é igualmente muito grave
- Peritonite por suco gástrico ou duodenal deriva de perfuração de úlcera péptica 
e associa-se, com frequência, a invasão bacteriana; na perfuração da úlcera 
duodenal, pode ocorrer ainda extravasamento de bile. Também é condição grave 
Peritonite meconial 
- É provocada pela passagem de mecônio para o peritônio por ruptura ou 
perfuração intestinal que ocorre na atresia ou estenose do intestino, vólvulo, 
hérnias e fibrose cística 
- Trata-se também de peritonite generalizada muito grave
- Nas crianças que sobrevivem, desenvolve-se inflamação granulomatosa que leva 
à formação de aderências múltiplas 
Peritonite tuberculosa 
- Menos frequente hoje do que no passado, pode ser localizada ou generalizada
- Peritonite localizada associa-se à tuberculose de órgãos abdominais, em geral é 
discreta mas pode resultar em aderências; resulta principalmente de salpingite 
tuberculosa ou de tuberculose intestinal
- Na forma difusa, formam-se nódulos caseificados em vários locais, às vezes 
comprometendo grande área do peritônio visceral e parietal. Nos casos graves, o 
peritônio transforma-se em uma massa caseosa que pode atingir 2 cm de 
espessura, e as alças intestinais aderem firmemente entre si e às demais 
estruturas abdominais, sendo difícil retirar as vísceras isoladamente durante a 
autópsia
- O exsudato pode ser serofibrinoso, turvo ou, principalmente, sero-hemorrágico 
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Polisserosite 
- Também conhecida como doença de Concato, é entidade pouco frequente e sem 
causa conhecida
- Consiste em pequenas placas de inflamação no peritônio visceral e parietal, 
nas pleuras e no pericárdio
- Trata-se de inflamação inespecífica cujo exsudato é de linfócitos, plasmócitos e 
histiócitos
- A ascite é constante e pode estar associada a derrames pleural e pericárdico 
* Retroperitonite esclerosante 
- Também conhecida como fibrose retroperitoneal idiopática ou doença de Ormond 
- É a inflamação crônica inespecífica do tecido conjuntivo frouxo 
retroperitoneal, de causa desconhecida
- O aspecto mais evidente é a neoformação conjuntiva exuberante que se 
desenvolve no retroperitônio (fibrose) e, às vezes, também no mesentério, 
acompanhada de discreto infiltrado linfocitário
- Na fase inicial, o tecido conjuntivo é hipercelular e pode simular sarcoma; na fase 
tardia, torna-se escleroso e se retrai
- Sua importância principal é que o tecido neoformado pode envolver e estenosar 
os ureteres, provocando hidronefrose 
Outras peritonites 
- Peritonite pode ocorrer também no decurso de doenças por fungos 
(paracoccidioidomicose, criptococose, candidíase etc.) ou por parasitos (amebíase, 
estrongiloidíase, ascaridíase etc.)
- Na esquistossomose, pode haver neoformação conjuntiva exuberante no peritônio 
- Corpos estranhos podem penetrar na cavidade abdominal por perfuração de 
vísceras, lesão transfixante da parede abdominal ou durante cirurgias (gaze, talco 
etc.)
- O talco provoca inflamação granulomatosa tipo corpo estranho que pode resultar 
em aderências
EXEMPLOS 
Peritonite bacteriana 
Peritonite tuberculosa