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Laura Mendes Martins Ressonância Magnética Nuclear Ressonância Magnética (RM) Como funciona essa máquina grande e barulhenta? o É uma técnica que produz imagens através de campos magnéticos e ondas de radiofrequência (RF) O que é possível ver usando a RNM? o Enquanto a TC analisa um único parâmetro tecidual – a atenuação aos raios X – a RM analisa múltiplas características teciduais, o que permite o melhor contraste entre os tecidos moles Resolução: o 0,5 a 3 Tesla (T) - (1 Tesla = 10.000 Gauss) o Campo magnético da terra = 0,5 Gauss o Há magnetos de até 60 Tesla em pesquisas… Perigo do campo magnético: o A força magnética exercida sobre o objeto aumenta exponencialmente conforme se aproxima do magneto, e quanto mais massa, mais perigoso!!! o Objetos de metal se tornam projéteis! Como funciona o aparelho de RM? O aparelho pode selecionar um ponto de qualquer parte do corpo e perguntar “que tipo de tecido é você? Cubos com até 0,5 mm de aresta (voxel) Construir mapas 2D ou 3D Altamente personalizados de acordo com hipóteses diagnósticas específicas Tem que colocar o motivo da solicitação da RM pois cada suspeita tem um método de usar (contraste, localização, ...) Utiliza os átomos de hidrogênio (H) para formação da imagem com fins diagnósticos: o spin o Abundantes no corpo o Um próton e um elétron – dipolo magnético Analisa principalmente: o Densidade de prótons (Hidrogênio)* o Tempos de relaxamento T1 e T2 (2 incidências da ressonância) ▪ T1 e T2 → Ao mudar os parâmetros da máquina, os mesmos tecidos aparecem de formas diferentes O Aparelho de RM funciona como um grande imã, formando um campo magnético potente e 'uniforme' Quando expostos ao campo magnético, todos os átomos de H que estavam aleatoriamente desalinhados se alinham ao campo principal e passam a girar em torno de um eixo longitudinal (vetor campo magnético) Aplica-se um pulso de radiofrequência (ondas com freqüências de precessão iguais às dos átomos H) Laura Mendes Martins Os átomos de H assimilam energia por ressonância e passam a girar em um plano transversal ao vetor principal do campo magnético Após o termino do pulso os átomos H voltam ao estado anterior liberando a energia recebida Essa energia é captada pela antena, transformada em sinal e transmitida aos computadores, que formarão a imagem, utilizando recursos complexos de computação gráfica. Obs.: A bobina receptora é devidamente sintonizada na frequência de ressonância do H! Quanto maior a potência do campo magnético, melhor será a definição da imagem Potência é medida em Tesla (T) o 0,5 a 3T RMN diagnóstica Imagem é descrita de acordo com a intensidade do sinal Imagens A Imagem é descrita de acordo com a intensidade do sinal: o Hiperintensa/hipersinal – mais brilhante/branca o Sinal intermediário ou Isointensa/isosinal o Hipointensa/hiposinal – mais escura/preta o Ausência de sinal = preto (gás , artefatos…) T1 e T2? * o T1 é o tempo de decaimento/relaxação da magnetização longitudinal após pulso de RF o T2 é o da magnetização transversal… o Mas o que importa é: As siglas T1 e T2 são padrões de tempo e cada substância tem seu comportamento específico o Sequências Básicas: ▪ Por exemplo, numa sequência T1: • Hiper: gordura, hemorragia subaguda, melanina, líquidos protéicos, gadolíneo (meio de contraste) • Hipo: água*, hematoma agudo, calcificação/ osso cortical, hemossiderina, fibrose, líquor, fluxo ▪ Por exemplo, numa sequência T2 : • Hiper: água*, líquor, fluidos estáticos, hemorragia subaguda (metaHb), disco intervertebral normal • Hipo: Calcificação/osso cortical, hematoma agudo, hemossiderina, fibrose, fluxo ▪ T1 → Fornecem os melhores detalhes anatômicos ▪ T2 → Detecção sensível de edema e lesões patológicas o T1 e T2 são as sequencia básicas. Existem muitas outras sequências com parâmetros diferenciados e outras técnicas como difusão e perfusão, recursos como supressão de gordura ou líquor, técnicas capazes de diferenciar gordura intra e extracelular, capazes de detectar fluxo sem meio de contraste, sequencias rápidas com exacerbação de artefatos de susceptibilidade magnética… E há novas técnicas em evolução! Laura Mendes Martins Meio de Contraste Quelatos de gadolíneo (metal pesado fortemente paramagnético, da série dos lantanídeos) Alto sinal no T1 Uso endovenoso Excreção renal NÃO DIALISÁVEL!!!!!! Indicações: o Avaliação de tumores/metástases o Infecções o Infartos o Inflamações o Lesões pós-traumáTcas o Pós-operatório de coluna o Outros… Contra-indicações ao gadolíneo: o Insuficiência renal (TFG <30 mL/min) o Gravidez o Desordens hematológicas o Reação alérgica prévia (rara) o Outros Vantagens da RM Excelente resolução de contraste dos tecidos moles Imagens em qualquer plano anatômico Não utiliza radiação ionizante Perfusão, difusão e área de penumbra nas isquemias cerebrais (< de 4h) Capacidade multiplanar O meio de contraste utilizado (gadolíneo) é mais seguro Angio-RM de crânio* sem gadolíneo (TOF) É possivel usar a água para aumentar o contraste intrínseco da imagem (colangio-RM, uro- RM), sem usar gadolíneo Muito sensível a água – patologia e edema Angio-RM de crânio – Sequência TOF Algumas limitações da RM: Fragmentos metálicos nos olhos (não há tecido de cicatrização) Laura Mendes Martins Marca-passos podem deixar de funcionar Clipes de aneurismas, grampos cirúrgicos, stents - seis semanas – tecido de cicatrização Implantes ortopédicos cravados no osso → geralmente não tem problema Depende do ferromagnetismo do objeto!!! Desvantagens Limitada para calcificações e detalhes de osso denso Custo elevado Estrutura física complexa Acessibilidade restrita Claustrofobia – RM de campo aberto Tempo de exame – pacientes graves Necessidade de sedação/acompanhamento anestésico mais frequente– pacientes não colaborativos e crianças PAF, fragmentos metálicos em geral podem se movimentar, causar queimaduras ou se tornar projéteis no campo magnético Não há evidencia convincente de que a breve exposição ao campo eletromagnético da RM possa prejudicar o feto em desenvolvimento, porém não é possível provar, de forma irrefutável, que a RM é segura durante a gravidez no primeiro trimestre. Artefatos de movimento o Exames longos o Cortes agrupados por sequência o Batimentos cardíacos, movimentos respiratórios e peristalse o Ar, osso e cortical óssea geram pouco sinal o Técnicas adequadas para reduzir artefatos Artefatos metálicos o Degradam as imagens o Objetos metálicos podem ser atraídos pelo campo ou aquecidos pela RF – corpo estranho o Diferentes tipos de comportamento magnético dos metais – clipes de aneurismas, endopróteses… Contra-indicada: Pacientes com qualquer implante com ativação elétrica, magnética ou mecânica (marcapasso cardíaco, bomba de insulina, próteses cocleares/ossiculares) Implantes ferromagnéticos (certos clipes metálicos de aneurismas cerebrais e clipes arteriais) podem se movimentar ou causar queimaduras Corpo estranho intra-ocular ou próximo a estruturas nobres como a coluna ou aorta Gestação inferior a 12 semanas Obs.: Aço inoxidável é seguro, existem grampos e clipes vasculares e stents de material não ferromagnético, perfeitamente SEGUROS Laura Mendes Martins É essencial a correlação clínico-radiológica! → O médico radiologista deve estar ciente do quadro clínico do paciente e da suspeita diagnóstica do médico assistente para orientar o exame, escolhendo as sequências adequadas. Indicações Clínicas da RM Sistema Nervoso Central o AVE – Acidente Vascular Laura Mendes Martins ▪ TC é a modalidade inicial de escolha (rapidez acesso e custo)▪ RM é a mais sensível (alterações em <4h dos sintomas), enquanto a TC cerca de 60% das isquemias é vista nas 48h iniciais ▪ TC≅RM na detecção de hematomas (HSA?) ▪ Angioradiograma dos vasos intracranianos pode ser feita sem GD, não invasiva (tende a substituir a angiografia diagnóstica) ▪ Trombose venosa profunda e de seios durais ▪ Malformações congênitas ▪ Infecções/SIDA ▪ Lesões hipofisárias → RM de sela túrcica ▪ Neoplasias – é o método de escolha do SNC ▪ Doenças desmielinizantes como a esclerose múltipla ▪ Trauma na fase subaguda/tardia – LAD (na aguda TC rapidez e avaliação de estruturas ósseas) Cabeça e Pescoço o Neoplasias / estadiamento o Metástases linfonodais o ATM o Glândulas salivares, cavidade oral, laringe e faringe Coluna Vertebral o Doenças degenerativas o Pós-operatório (c/ GD) para diferenciar hérnia recorrente de tecido fibroso o Medula – malformações, MAVS o Trauma – medula e ligamentos o Neoplasias, infecções o Processos inflamatórios e dç desmielinizante Músculo Esquelético o Avalia a medula óssea o Tumores ósseos primários e secundários o Traumas o Infecções o Articulações avaliadas em detalhes – cartilagens, ligamentos e tendões Abdome o Fígado –lesões focais ou difusas o Sistema biliar – colangioressonância para avaliação de ductos biliares e colangiocarcinoma o Pâncreas – pequenos tumores o Baço - neoplasias o Supra-renais – Tumor maligno ≠ adenoma, hemorragias, feocromocitomas (técnicas de supressão de gordura) o Rins – tumores, uroressonância (s/c) – obstrução em pacientes alérgicos Para vesícula biliar → Ultrassonografia é o melhor método de escolha; Pelve Masculina o Estadiar carcinoma de próstata o Tumores testiculares (USG tb!) o Testículos ectópicos (não encontra em USG) o Vesículas seminais Laura Mendes Martins Pelve Feminina o Útero – malformações, tumores, lesões cervicais e endometriais o Endometriose (alteração do sinal dos produtos de degradação da hemoglobina) Tórax o Mediastino o Parede torácica o Plexo braquial o OBS.: Para parênquima pulmonar a TC é imbatível!!!! Mama o Próteses o Extensão de tumor malignos o Acompanhamento pósoperatório, pp. com recidiva (sempre com contraste) Obstetrícia o Malformações congênitas fetais no 2° e 3° trimestre o Tumores fetais o Tumores abdominais maternos Pediatria o Semelhantes as indicações dos adultos, com ênfase nas malformações Ressonância Magnética Funcional (RMf) Mais utilizada hoje em pesquisas Molécula de hemoglobina pobre em oxigênio é afetada de forma diferente da rica em oxigênio por um campo magnético O contraste gerado pelas diferentes quantidades de oxigênio pode ser usado para mapear a atividade cerebral (áreas mais e menos irrigadas) em uma máquina comum de RMN o * O químico Linus Pauling, na década de 30 já tinha registrado o fenômeno… Áreas mais ativas recebem mais sangue oxigenado; O paciente recebe comandos para realizar no interior da máquina, durante a aquisicao das imagens (responder perguntas, movimentar determinada parte do corpo…) Descobrir tecidos lesados e integridade dos tratos de substância branca Mapeamento do funcionamento cerebral (por ex. Áreas que lidam com a dor, para novas terapias) Planejamento de cirurgias Pesquisas na análise das emoções – psiquiatria E até pesquisa de mercado… (publicidade)
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