Buscar

Resumo- Tumores Odontogênicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – USP 
 
Resumo do capítulo do livro: Cistos e Tumores Odontogênicos 
 
Tumores Odontogênicos 
 
 Tumores odontogênicos fazem parte de um grupo de lesões neoplásicas com características clínica, 
histopatológicas e radiográficas diferentes. Esses tumores podem demonstrar variadas interações indutoras entre o 
epitélio odontogênico (sem participação do ectomesênquima) e o ectomesênquima odontogênico. 
❖ Tumores de Epitélio Odontogênico 
 São compostos por epitélio odontogênico sem participação do ectomesênquima odontogênico. O 
Ameloblastoma é o mais importante e o mais comum desses tumores. 
 
➢ AMELOBLASTOMA 
 São de origem epitelial odontogência, clinicamente mais comum, possuem crescimento lento, apresentam 
um curso benigno na maioria dos casos e são localmente invasivos. Podem surgir dos restos de lâmina 
dentária, de um órgão do esmalte em desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico, 
ou das células basais da mucosa oral. 
 
Existem três tipos de Ameloblastoma: 
1. Sólido convencional ou multicístico 
2. Unicístico 
3. Periférico 
 
1) SÓLIDO CONVENCIONAL OU MULTICÍSTICO 
Características clínicas e radiográficas 
Encontra-se em pacientes com ampla variação etária, mas é raro em crianças com menos de 10 anos e 
mostra prevalência pela terceira e sétima décadas de vida. Não há preferência por gênero. Ocorrem 
preferencialmente em mandíbula (80 – 85%) sendo mais frequente no ramo e corpo mandibular. Na maxila, a 
porcentagem aumenta um pouco, na região posterior (15-20%). O tumor é geralmente assintomático e o diagnóstico 
de lesões menores é detectado por meio de radiografia. Clinicamente, é identificado uma tumefação indolor ou 
expansão dos ossos gnáticos e se não tratadas, a lesão cresce lentamente até atingir proporções grandes. 
Radiograficamente, visualiza-se lesão multilocular, parecendo “bolhas de sabão” ou “favos de mel”. Também 
podem estar presentes expansão cortical da vestibular e lingual. Reabsorção das raízes dos dentes adjacentes ao 
tumor é comum. Em alguns casos, podem apresentar como defeitos radiolúcidos unilocular que se assemelham a 
cistos. 
Características histopatológicas 
Ameloblastomas intraósseos mostram tendência para desenvolver alterações císticas. A maioria dos tumores 
apresentam combinações variadas de características císticas e sólidas e muitos deles frequentemente mostram uma 
combinação de padrões microscópicos, sendo o folicular, plexiforme (mais comuns), acantomatoso, células 
granulares, desmoplásico e células basais. 
• PADRÃO FOLICULAR – é o mais comum e reconhecível. Ilhas de epitélio em meio ao estroma fibroso 
maduro de tecido conjuntivo fibroso. Os ninhos epiteliais consistem em uma região central de 
células angulares arranjadas frouxamente lembrando o retículo estrelado de um órgão do esmalte. 
Uma única camada basal de células colunares altas. O núcleo dessas células está localizado no pólo 
oposto à membrana basal (polaridade reversa). 
 
• PADÃO PLEXIFORME - O tipo plexiforme de ameloblastoma consiste em cordões longos e 
anastomosantes ou lençóis maiores de epitélio odontogênico. Os cordões ou lençóis de epitélio são 
delimitados por células colunares ou cúbicas, semelhantes a ameloblastos, circundando as células 
epiteliais arranjadas mais frouxamente. O estroma de suporte tende a ser vascular e arranjado 
frouxamente. A formação de cistos é relativamente incomum nessa variante. Quando ela ocorre, 
está mais frequentemente associada à degeneração do estroma, em vez de alterações císticas 
dentro do epitélio. 
• PADÃO ACANTOMATOSO – é o caso de ocorrer metaplasia escamosa extensiva nas regiões centrais 
das ilhas epiteliais de uma ameloblastoma folicular. Pode ser confundido com carcinoma de células 
escamosas ou tumor odontogênico escamoso. 
• PADÃO DE CÉLULAS GRANULARES – os ameloblastomas tem a capacidade de transformar células 
epiteliais lesionadas em células granulares. Apesar de ser mais como uma consequência de 
envelhecimento, já foi observado em pacientes jovens e em tumores clinicamente agressivos. 
Portanto, quando há extensão de células granulares nos ameloblastomas, a designação muda para 
ameloblastoma de células granulares. 
• PADRÃO DESMOPLÁSICO – nesse padrão, é apresentado pequenas ilhas e cordões de epitélio 
odontogênico em um estroma densamente colagenizado. Estudos revelaram um aumento da 
produção de citocina conhecida como fator de crescimento transformador-β (TGF-β) associado a 
essa lesão, sugerindo que tal citocina pode ser responsável pela desmoplasia. 
• PADRÃO DE CÉLULAS BASAIS – a variante dessas células é o tipo menos comum de ameloblastoma. 
Essas lesões são compostas por ninhos de células basaloides uniformes e são similares ao carcinoma 
basocelular da pele. Não apresenta retículo estrelado na porção central dos ninhos. 
Tratamento e prognóstico 
O tratamento varia de acordo com a lesão, podendo ser desde uma enucleação seguida de curetagem até a 
ressecção em bloco. Porém, a curetagem deixa ilhas de tumor dentro do osso esponjoso, o que mais tarde se 
manifesta em recidiva (50 a 90%). A radioterapia raramente tem sido usada como modalidade terapêutica devido a 
localização intraóssea do tumor e ao potencial de desenvolver doença maligna secundária. 
2) AMELOBLASTOMA UNICÍSTICO 
Características clínicas e radiográficas 
São observados em pacientes mais jovens (secunda década de vida) e mais de 90% encontrados na 
mandíbula em regiões posteriores A lesão é assintomática apesar de ter um grande aumento de volume nos ossos 
gnáticos. Na radiografia, a lesão apresenta radiolúcida bem definida que envolve a coroa do terceiro molar não 
erupcionado e lembra um cisto dentígero. 
Características histopatológicas 
 Ameloblastoma luminal: o tumor está confinado a superfície luminal do cisto. A lesão consiste em uma 
parede cística fibrosa com um revestimento composto total ou parcialmente por epitélio ameloblástico. Tal 
epitélio exibe uma camada basal de células colunares ou cúbicas com núcleo hipercromático, que apresenta 
polaridade reversa e vacuolização citoplasmática basilar. As células epiteliais sobrejacentes estão 
frouxamente coesas e lembram o retículo estrelado. Esse achado não parece estar relacionado ao edema 
inflamatório. 
Ameloblastoma intraluminal: um ou mais nódulos de ameloblastoma se projetam do revestimento cístico 
em direção ao lúmen do cisto. Esses nódulos podem ser pequenos ou preencher quase todo o lúmen cístico. 
Ameloblastoma mural: a parede fibrosa do cisto está infiltrada por ameloblastoma típico folicular ou 
plexiforme. 
Tratamento e prognóstico 
O tratamento geralmente é feito através da enucleação e curetagem, como os cistos e o diagnóstico de 
ameloblastoma é feito somente após a análise microscópica do suposto cisto. O paciente deve ser mantido sob 
acompanhamento por um longo período por que pode haver recidiva do tumor, com taxa de 10% a 20%. 
3) AMELOBLASTOMA PERIFÉRICO (EXTRAÓSSEO) 
É a lesão mais incomum das três, ocorrendo cerca de 1% a 10%. Surge dos restos da lâmina dentária sob a 
mucosa oral ou das células basais do epitélio de superfície. 
 
Características clínicas 
Geralmente é uma lesão indolor não ulcerativa, séssil ou pendiculada, que acomete a mucosa gengival ou 
alveolar posterior e são mais comuns na mandíbula do que na maxila. O tumor pode ser encontrado em pacientes 
com ampla gama de idade, mas observa-se a maioria em pessoas na faixa dos 52 anos. 
Características histopatológicas 
 Os ameloblastomas periféricos apresentam ilhas de epitélio ameloblástico que ocupam a lâmina própria sob 
o epitélio superficial. O epitélio em proliferação pode exibir qualquer uma das características descritas para o 
ameloblastoma intraósseo; os padrões plexiforme ou folicular são os mais comuns. Nota-se a conexão do tumor com 
a camada basal do epitélio de superfície em50% dos casos. Um fibroma odontogênico periférico pode ser 
microscopicamente confundido com um ameloblastoma periférico, particularmente se um componente epitelial 
proeminente estiver presente no último. Para diferencias as duas lesões, observar a presença de dentina displásica 
ou elementos semelhantes a cemento no fibroma odontogênico e a ausência de células epiteliais colunares 
periféricas polarizada reversamente. 
Tratamento e prognóstico 
 O ameloblastoma mostra um comportamento cínico inócuo. Os pacientes respondem bem a remoção 
cirúrgica, mas pode haver recidiva (15% a 20%). Nesses casos, pode realizar novamente a excisão cirúrgica que o 
resultado é a cura total. Raramente se transforma em ameloblastoma maligno. 
➢ TUMOR ODONTOGÊNICO ADENOMATOIDE (TOA) 
É um tumor mais raro pois apresenta 3% a 7% dos tumores odontogênicos. Há evidências de que as células tumorais 
são derivadas do epitélio do órgão do esmalte e também dos remanescentes da lâmina dentária. 
Características clínicas e radiográficas 
 Esse tumor está mais associado a pacientes jovens, sendo incomum a pacientes com mais de 30 anos. A 
maioria desses tumores são relativamente pequenos, assintomáticos e são encontrados em grande maioria dos 
casos na região anterior da maxila. Mulheres são mais afetadas por essa lesão. Clinicamente, aparecem como 
pequenos aumentos de volume sésseis na gengiva vestibular da maxila e podem ser diferenciadas das lesões fibrosas 
comuns da gengiva. 
 Na radiografia, a lesão apresenta radiolúcida bem delimitada, unilocular e envolve a coroa de um dente 
impactado, mas pode ultrapassar a junção amelocementária se estendendo até ao ápice, causando expansão indolor 
ao osso. A lesão se mostra radiolúcida, entretanto, pode conter calcificações delicadas, como flocos de neve. Essa 
observação pode ser útil para diferenciar dos cistos dentígeros. 
Características histopatológicas 
 O tumor se envolve por uma espessa cápsula fibrosa, é composto por células epiteliais fusiforme que 
formam lençóis, cordões ou aumentos de volume espiralados de células em um estroma fibroso escasso. As células 
epiteliais podem formar rosetas ao redor do espaço central. Estruturas semelhantes a ductos podem ser 
proeminentes, escassas ou até ausente em algumas lesões. Elas consistem em um espaço central delimitado por 
uma camada de células epiteliais colunares ou cúbicas. Os núcleos dessas células tendem a ser polarizados em 
direção oposta ao espaço central. Pequenos focos de calcificação podem ser encontrados, que podem estar em 
maior quantidade em áreas da lesão e foram interpretados como aborto do esmalte. Também é encontrado cordões 
delgados, adjacente â cápsula, frequentemente anastomosados, em uma matriz eosinofílica, frouxamente arranjada. 
Tratamento e prognóstico 
 Como o TOA é um tumor completamente benigno e devido a presença de sua cápsula, ele pode ser facilmente 
enucleado do osso e é rara a ocorrência de recidiva. 
➢ ODONTOMA 
 É o tipo mais comum de tumores odontogênicos. Os odontomas são considerados como anomalias do 
desenvolvimento (hamartomas), em vez de neoplasias verdadeiras. Quando estão completamente desenvolvidos, 
prevalece a dentina e o esmalte e quantidades variáveis de polpa e cemento. Em estágios precoces de 
desenvolvimento, estão presentes quantidades variáveis de epitélio odontogênico em proliferação e mesênquima. 
Odontoma composto: formado por múltiplas estruturas pequenas semelhantes a dentes 
(dentículos). São mais frequentes que o odontoma complexo. Em muitos casos, não necessita exame 
histológico devido a suas características marcantes. Ocorrem mais na maxila anterior. 
Odontoma complexo: consiste em uma massa conglomerada de esmalte e dentina, que não exibe 
semelhança anatômica com o dente. Ocorrem mais na região molar de qualquer um dos ossos. 
 
Características clínicas e radiográficas 
 São encontrados majoritariamente em pacientes jovens, até a segunda década de vida, sendo a maioria das 
lesões assintomáticas mesmo podendo levar a expansão dos ossos gnáticos. Essas lesões são encontradas 
geralmente em exames radiográficos e são relativamente pequenas, mas, quando excedem 6 cm são observados 
clinicamente. Os odontomas ocorrem mais frequentemente na maxila do que na mandíbula. Ocasionalmente, 
podem se desenvolver completamento dentro dos tecidos moles gengivais. 
 Radiograficamente, o odontoma composto aparece como um conjunto de estruturas semelhantes a dentes de 
tamanhos e formas variadas, cercada por uma fina camada raiolúcida. Já o odontoma complexo apresenta um 
aumento de volume calcificado que também está cercado por uma camada delgada radiolúcida. O odontoma 
frequentemente está associado a dente não erupcionado evitando a erupção desse dente 
Características histopatológicas 
 O odontoma composto consistem em estruturas semelhantes a pequenos dentes unirradiculares, múltiplos 
dentículos, em uma matriz fibrosa frouxa. As estruturas representadas por esmalte maduro das estruturas 
semelhantes a dente se perdem durante a descalcificação para preparação dos cortes microscópicos, mas 
quantidades variáveis de matriz de esmalte estão frequentemente presentes. O tecido pulpar pode ser observado na 
porção coronal e radicular das estruturas semelhantes a dentes. Em pacientes que apresentam um odontoma em 
desenvolvimento, estruturas que lembram os germes dentários estão presentes. 
 O odontoma complexo consistem de dentina tubular madura. Essa dentina envolve fendas ou estruturas ocas 
circulares que costumavam conter o esmalte maduro que foi removido durante a descalcificação. Os espaços podem 
conter quantidades pequenas de matriz de esmalte ou esmalte imaturo. Elas podem representar remanescentes do 
epitélio odontogênico que sofreu queratinização e morte celular devido à anoxia local. Uma delgada camada de 
cemento com frequência está presente na periferia do aumento de volume. Ocasionalmente, um cisto dentígero 
pode surgir do revestimento epitelial da cápsula fibrosa de um odontoma complexo. 
Tratamento e prognóstico 
 Os odontomas são tratados por excisão local simples e o prognóstico é excelente. 
 
➢ MIXOMA ODONTOGÊNICO 
 Acredita-se que os mixomas dos ossos gnáticos se originem do ectomesênquima odontogênico. Eles exibem 
uma grande semelhança microscópica com a porção mesenquimal de um dente em desenvolvimento. 
Características clínicas e radiográficas 
 São encontrados predominantemente em adultos jovens, em torno de 25 a 30 anos. Prevalece na região 
posterior da mandíbula, mas pode ser encontrada em qualquer osso gnático, são assintomáticas e geralmente 
descobertas em exames radiográficos de rotina. Lesão maiores podem causar expansão indolor óssea e o 
crescimento é rápido. Não há predileção por gênero. 
 Radiograficamente, o mixoma se apresenta como uma lesão radiolúcida uni ou multilocular que pode deslocar 
ou causar reabsorção do dente na região, são frequentemente irregulares ou festonadas. O defeito radiolúcido pode 
conter trabéculas delgadas insignificantes de osso residual, que frequentemente se arranjam em ângulos retos umas 
com as outras. Grandes mixomas da mandíbula podem apresentar o padrão radiolúcido em “bolhas de sabão”, que é 
indistinguível daquele observado nos ameloblastomas. 
Características histopatológicas 
 O tumor é composto por células casualmente arranjada de formato estrelado, fusiforme ou arrendondado, em 
estroma abundante, frouxo e mixoide, que ontem somente algumas fibrilas colágenas. Também composto por 
glicosaminiglicanos, principalmente ácido hialurônico e o sulfato de condroitina. Pequenas ilhas de restos epiteliais 
odontogênicos de aspecto inativo podem ser evidenciadas. Em alguns pacientes, o tumor pode apresentar uma 
tendência maior para a formação de fibras colágenas,designando fibromixomas ou mixofribromas. 
Tratamento e prognóstico 
 Na curetagem são encontrados pequenos mixomas, mas uma reavaliação cuidadosa deve ser feita 
periodicamente durante 5 anos. Para lesões maiores, ressecções mais extensas são necessárias uma vez que os 
mixomas não são encapsulados e tendem a infiltrar no osso adjacente. Morte causada pelo envolvimento de 
estruturas vitais tem sido relatadas, mas não são descritas metástase à distância.

Outros materiais