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Centro Educacional Brasil Central 
Nível: Educação Básica 
Modalidade: Educação de Jovens e Adultos a Distância 
Etapa: Ensino Médio 
 
APOSTILA DE FILOSOFIA 
 
Índice 
 
Módulo I 
 -Surgimento da Filosofia 
-Principais pensadores pré-socratas 
-Sofistas 
-Sócrates 
-Os Sistematizadores 
-Filosofia Medieval 
 
Módulo II 
 -Renascença 
-Surgimento da Ciência 
-Teoria do conhecimento 
-Racionalismo 
-Empirismo 
-Idealismo 
-Iluminismo 
-Principais aspectos da filosofia política 
 
Módulo III 
 -Aspectos da filosofia contemporânea 
-Existencialismo 
-Pragmatismo 
-Utilitarismo 
-Positivismo 
-Ética 
-Estética
INTRODUÇÃO 
 
Na nossa vida cotidiana, ou mesmo 
desde o início da humanidade há algo que nos 
motiva a estar sempre buscando a compreensão 
daquilo que ainda não conhecemos. Essa 
motivação inicial que nos leva em busca da 
origem ou da essência, até mesmo da busca de 
um momento inicial, resumindo, somos levados 
a perguntar o “porquê” das coisas. 
Há algo que nos leva a um “espanto” 
originado na dúvida. O tempo inteiro somos 
movidos pelo questionamento sobre a origem 
das coisas. Sejam externas como a origem do 
pão, da casa, de uma planta ou do universo, ou 
ainda coisas internas como a nossa origem, o 
nosso fim, o motivo de estarmos passando por 
esta ou por aquela situação, porque nos 
mantemos unidos a uma sociedade, qual é o 
valor do nosso trabalho. 
Essas e outras perguntas permanecem. 
O esforço para tentar respondê-las é válido. 
Mesmo que sem sucesso. Tudo isto que parece 
muitas vezes distante do nosso pensamento, 
mas presente na nossa vida, no cotidiano já é 
investigado pela filosofia. 
Alguns pensadores gregos iniciaram 
esses questionamentos, recebendo respostas 
que coincidiam com a realidade da sua época. 
Hoje as perguntas mudaram, as respostas 
também, a sociedade está em constante 
evolução, assim como as teorias científicas e 
até mesmo as teorias religiosas. 
Mas a vontade de questionar, a dúvida 
motivadora do avanço e do conhecimento da 
humanidade permanece. Desta forma, a 
filosofia surgida na antiguidade grega é hoje 
ainda forma de se alcançar o conhecimento. E 
não só isso, alcançar, questionar e aprimorar 
através de um processo racional e 
compreensivo. 
Este estudo que se inicia agora é a 
primeira parte de um processo que já existe 
dentro de nós. É a partir da nossa necessidade 
de descobrir o mundo que nós inauguramos o 
saber filosófico. 
Como o pensamento filosófico evolui a 
partir da história da humanidade, fazemos aqui 
uma seleção dos mais importantes fatos e 
pensadores da história da filosofia. Analisamos 
também seus questionamentos. 
É importante ter em mente que a 
filosofia é o próprio questionamento, ou seja, 
muitas teorias que são desenvolvidas de forma 
alguma correspondem à verdade pronta e 
acabada. Na verdade, são apenas pontos que 
sugerem novos questionamentos e novas 
descobertas. 
Que o “espanto filosófico” apareça com 
estas páginas, assim como a vontade de 
compreender e ampliar o conhecimento surjam 
nestas páginas. 
Boa leitura! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Educacional Brasil Central 
Modalidade: Educação de Jovens e Adultos- a 
Distância 
 Etapa: Ensino Médio 
Disciplina: Filosofia 
MÓDULO I – 1° ANO 
 
SURGIMENTO DA FILOSOFIA 
 
Para compreender o surgimento da 
filosofia, primeiramente, é necessário entender 
as condições para que este conhecimento 
ocorra. Inicialmente podemos falar que a 
filosofia surge na Grécia, aproximadamente no 
século VII a. C. devido condições peculiares de 
uma cidade-estado. O império grego possui 
cidades-estado denominadas pólis que possuem 
autonomia frente a outras cidades. Nestas 
cidades os costumes, leis e regras morais são 
próprios. Assim também como a economia, o 
trabalho, a escravidão e o militarismo. A 
filosofia surge em Athenas. Esta cidade é 
considerada o berço da cultura e do 
conhecimento, sendo diferente das demais 
cidades-estado. 
Suas características são: 
• Economia crescente baseada no 
ressurgimento e exploração do 
comércio; 
• Divulgação das artes e da cultura grega; 
• Desenvolvimento da Democracia, em 
sentido um pouco diferente do atual, 
onde a democracia é a atividade dos 
cidadãos (habitantes da cidade) 
incluindo aí apenas homens livres, com 
mais de 45 anos, quites com o serviço 
militar. Desta forma as mulheres, 
crianças e escravos não são 
considerados cidadãos e não possuem 
voz. 
• Confluência da cultura das demais 
cidades gregas. A praça pública (ágora) 
é o centro da cidade. Ocorrem lá desde 
transações comerciais até a defesa do 
direito e da cidadania. 
A partir destas características diferentes das 
demais cidades gregas, Athenas desponta para a 
origem do pensamento filosófico por 
possibilitar um questionamento sobre o 
homem. Com a economia, o homem é capaz de 
consumir e atribuir valor para isto. A arte e a 
cultura são consideradas conhecimentos 
divinos. Essa abre caminho para a música, o 
teatro que é a própria vida do homem grego e 
da ginástica como forma de manter a saúde e 
condicionamento do corpo. 
A democracia é um dos aspectos mais 
importantes por dar expressão ao homem e daí, 
portanto, o homem pode defender suas ideias, 
defender seus direitos. A democracia abre 
espaço para a compreensão da política do 
direito e da força de uma argumentação 
racional. A partir daí, a racionalização do 
pensamento é capaz não só da análise da vida e 
da política, mas também passa a ser critério 
para analisar qualquer coisa. 
 
 
LÓGOS 
 
Uma característica especial deste 
momento é o surgimento do lógos traduzido 
inicialmente por palavra. Porém seu significa 
vai além. O lógos é a própria racionalização do 
pensamento, é a busca por um discurso de base 
comprovável em contraposição a outros tipos 
de conhecimento. 
A tradição grega aponta para a 
passagem do conhecimento de forma 
tradicional, através da tradição oral (histórias 
contadas pelos habitantes mais antigos, 
considerados mais sábios). Através do 
surgimento do discurso racional, esses 
argumentos baseados na tradição são agora 
refutados. 
Toda a sociedade grega é baseada em 
mitos de ordem religiosa. O papel da razão 
filosófica é compreender o mundo de forma 
mais abrangente e menos metafísica. Entende-
se por metafísica os conceitos que estão além 
do mundo físico e não são compreendidos de 
Atribui-se ao poeta Homero a compilação da 
cultura grega, dos mitos e da sociedade nas 
obras Ilíada e Odisséia. Estes escritos são 
considerados o fundamento da sociedade 
grega. 
 
maneira palpável. Para sua compreensão são 
necessários, muitas vezes, argumentos de 
natureza esotérica ou mística, pois o 
conhecimento metafísico extrapola a realidade. 
O lógos por sua vez possui como 
missão a compreensão da realidade através da 
própria realidade, deixando de lado aspectos 
místicos e religiosos. 
 
A metafísica também é uma área de 
estudo da filosofia. Toda a base mitológica de 
uma cultura é baseada na metafísica. O lógos, 
portanto, assume a função de interpretar o 
mundo de forma diferente do mito. 
 
MITO 
 
A religião grega é definida por ser 
politeísta e nessa concepção os deuses têm 
características humanas. Suas ações são bem 
contextualizadas e difundidas através dos 
mitos. Em outros termos, mito, é o relato de 
uma história verdadeira, ocorrida nos tempos 
dos princípios, quando com a interferência de 
entes sobrenaturais, uma realidade passou a 
existir, seja uma realidade total, o universo, ou 
tão-somente um fragmento, um monte, uma 
pedra, uma ilha, uma espécie animal ou 
vegetal, um comportamento humano. Mito é, 
pois, a narrativa de uma criação: conta-nos de 
que modo algo, que não era, começou a ser. De 
outro lado, o mito é sempre uma representação 
coletiva, transmitida através de várias gerações 
e que relata uma explicação do mundo. O termo 
mito é originário do verbo grego contar. 
Resumindo, o mito é a tentativa deexplicação 
da realidade através de histórias muitas vezes 
fantasiosas e exageradas sobre forças 
antagônicas e rivais. 
 
 
 
 
O mito de Pandora ilustra a vivacidade 
do homem e sua curiosidade, mas também 
demonstra a origem do mal para os gregos. 
Essa é a explicação mitológica, onde se percebe 
claramente aspectos místicos e religiosos que 
são a base dos mitos. 
 
 
Os mitos ocorrem ainda hoje, com outras 
funções e outros aspectos, utilizados muitas 
vezes pela mídia ou pela ideologia 
dominante. 
O conceito de Deus é um conceito metafísico, 
assim como liberdade e a verdade, uma vez 
que, são conceitos diferentes de dureza ou 
maciez, esses podem ser vistos ou tocados, 
enquanto o conceito de Deus, liberdade e 
verdade pura, só podem ser imaginados. 
MITO DE PANDORA 
“Então ordenou que Hefesto, o Deus-ferreiro 
do mundo subterrâneo, fizesse a mulher. 
Hefesto fez uma mulher belíssima chamada 
Pandora e a apresentou a Zeus antes de ela 
descer à superfície da Terra. Zeus, admirado 
com a obra de Hefesto, despachou Pandora 
para a Terra, mas antes lhe deu uma grande e 
belíssima caixa de marfim ornamentada 
fechada e também lhe deu a chave, dizendo-
lhe: “Quando você se casar, ofereça esta 
caixa como dote ao seu marido, mas a caixa 
só pode ser aberta após seu casamento”. 
Porém Epimeteu viajava constantemente e, 
certa vez, ficou muito tempo longe de casa. 
Pandora sentia-se só e triste. Lembrou-se da 
caixa e foi até o canto onde estava guardada. 
Pandora pareceu ouvir pequenas vozes 
gritando lá de dentro e dizendo: “Deixe-nos 
sair!”. Deixe-nos sair...”. Pandora foi 
correndo buscar a chave e imediatamente 
abriu a tampa da caixa. Para sua grande 
surpresa centenas de pequeninas e 
monstruosas criaturas, parecendo terríveis 
insetos, saíram voando lá de dentro, com um 
zumbido assustador. Muitas dessas horríveis 
criaturas a picaram na face e nas mãos e 
saíram em enxame pela janela, fazendo um 
barulho infernal. Logo a nuvem desses 
insetos cobriu o sol, e o dia ficou escuro e 
cinzento. Apavorada Pandora fechou a caixa 
e sentou-se sobre a tampa. Mas a voz 
prosseguiu de dentro da caixa: 
As sociedades em geral, independentes 
da sua organização, possuem explicações 
mitológicas diretamente ligadas à cultura do 
povo. Na mesopotâmia, por exemplo, o poema 
de Gilgamesh e o Enuma elish, com mitos 
consolidados durante o terceiro e o segundo 
milênios antes da era cristã, baseados na 
fertilidade dos deuses. Na história das 
sociedades humanas a diversos exemplos de 
mitos que possuem a função de explicar a 
origem da humanidade. 
As sociedades em geral, independentes 
da sua organização, possuem explicações 
mitológicas diretamente ligadas à cultura do 
povo. Na mesopotâmia, por exemplo, o poema 
de Gilgamesh e o Enuma elish, com mitos 
consolidados durante o terceiro e o segundo 
milênios antes da era cristã, baseados na 
fertilidade dos deuses. Na história das 
sociedades humanas a diversos exemplos de 
mitos que possuem a função de explicar a 
origem da humanidade. 
 
MITO E FILOSOFIA 
 
Os mitos são utilizados não apenas pela 
cultura grega para a explicação de sentimentos, 
objetos, anseios, vida, morte e etc. Porém, com 
a implementação da sociedade democrática e o 
desenvolvimento da razão as explicações 
mitológicas tornam-se insuficientes. É 
instaurado no homem grego à vontade de 
descobrir superando a explicação mitológica 
que não é mais racionalmente aceita. A 
filosofia surge para explicar o que inicialmente 
é demonstrado pelos mitos, mas de forma 
racional. Os primeiros pensadores são 
denominados pré-socratas e buscam a 
explicação racional. 
 
ETIMOLOGIA - FILOSOFIA 
 
Atribui-se o surgimento da filosofia 
como atividade própria do sábio ou em direção 
à sabedoria. Desta forma, a palavra filosofia é a 
junção de outras duas palavras gregas: phylos 
(filo) e sophia (sofia), que por sua vez 
significam: 
Filo - Amigo ou amante. Aquele que 
deseja e se compromete afetuosamente e 
incondicionalmente a outrem em atitude de 
amor e lealdade. 
Sofia - Sabedoria = A sabedoria para o 
grego era algo divino, que era revelado aos 
mortais pelos deuses. A sabedoria não era 
adquirida por mérito, mas por dádiva dos 
deuses. Partindo do conceito etimológico, a 
ideia sobre o que possa vir a ser a Filosofia, 
numa perspectiva de três faces conceituais. 
Filosofia é razão - O Filósofo é a razão 
em movimento na busca de si mesma. A 
Filosofia surge na Grécia Arcaica na passagem 
das explicações míticas-religiosas para as 
explicações racionais-filosóficas sobre questões 
inerentes ao ser e ao mundo. A ideia da 
Filosofia como razão consolidou-se na 
afirmação de Aristóteles: "O homem é um 
animal racional". 
Filosofia é Paixão - O Filósofo antes de 
tudo é uma amante da sabedoria. Toda atitude 
humana, inicialmente é passional. O que move 
o mundo não é a razão, mas a paixão. "O 
coração tem razões que a própria razão 
desconhece". Pascal. 
Filosofia é Mito - O Filósofo é um 
mítico em busca da verdade velada. Só 
pensamos naquilo que cremos, e só cremos 
naquilo que queremos. O mito para a Filosofia 
é vital, pois cria ícones possíveis do mundo das 
ideias. "Há mais mistérios entre os céus e a 
terra do que pressupõe a vossa vã Filosofia". 
William Shakespeare. 
 
A Filosofia começa como atividade 
simples e racional em busca da verdade. Este 
tipo de pensamento é tomado como pré-
científico, pois, traz uma atitude próxima a 
atitude científica. Os gregos ainda não fazem a 
ciência como estabelecemos atualmente, mas já 
demonstram indicações para o seu surgimento. 
 
PRÉ-SOCRATAS 
 
O termo “verdade” deriva da palavra grega 
aletheia, onde o prefixo a corresponde à 
negação e letheia corresponde à véu, desta 
forma aletheia seria retirar o véu ou revelar. 
Os primeiros filósofos recebem a 
denominação de pré-socratas, em outras 
palavras, são aqueles homens que iniciam a 
atividade reflexiva antes dos questionamentos 
de Sócrates. Esta denominação tanto serve para 
determinar o período filosófico como também 
para marcar o tipo de pensamento encontrado 
nesta época. São características deste momento: 
• A compreensão da natureza, da origem 
do mundo e de todas as coisas. A 
tentativa de explicar o mundo através da 
cosmologia; 
• A negação do mito, ou seja, da 
cosmogonia. O mito é traço marcante 
da cultura e base de todo o 
conhecimento. Abandonar o mito é 
atividade questionável e penosa, pois, 
colocava em jogo a racionalidade 
humana frente à religiosidade humana; 
• Explicação racional do mundo; 
• Solução dos problemas entre realidade e 
a aparência, ou seja, entre o mundo e 
Deus. 
Estas são características comuns do 
pensamento pré-socrático, porém os pensadores 
tinham visões diferentes do mundo e sempre 
abordavam de pontos de vista diversos. 
 
 
Os principais representantes foram: 
 
Tales de Mileto 
(624-548 a.C.) "Água”. 
Tales de Mileto, fenício de origem, é 
considerado o fundador da escola jônica. É o 
mais antigo filósofo grego. Tales não deixou 
nada escrito, mas sabemos que ele ensinava ser 
a água a substância única de todas as coisas. A 
terra era concebida como um disco boiando 
sobre a água, no oceano. Cultivou também as 
matemáticas e a astronomia, predizendo, pela 
primeira vez, entre os gregos, os eclipses do sol 
e da lua. Segundo Tales, a água, ao se resfriar, 
torna-se densa e dá origem a terra; ao se 
aquecer transforma-se em vapor e ar, que 
retornam como chuva quando novamente 
esfriados. Desse ciclo de seu movimento 
(vapor, chuva, rio, mar, terra) nascem as 
diversas formas de vida, vegetal e animal. 
 
Anaximandro de Mileto (611-547 a.C.) 
"Ápeiron”. 
Anaximandro de Mileto, geógrafo, 
matemático, astrônomo e político, discípulo e 
sucessor de Tales e autor de um tratado Da 
Natureza, põe como princípio universal uma 
substância indefinida, o ápeiron (ilimitado), isto 
é, quantitativamente infinita e qualitativamente 
indeterminada. Deste ápeiron (ilimitado) 
primitivo, dotado de vida e imortalidade,por 
um processo de separação ou "segregação" 
derivam os diferentes corpos. Para ele, o 
princípio da "physis" (natureza) é o ápeiron 
(ilimitado). Atribui-se a Anaximandro a 
confecção de um mapa do mundo habitado, a 
introdução na Grécia do uso do gnômon 
(relógio de sol) e a medição das distâncias entre 
as estrelas e o cálculo de sua magnitude (é o 
iniciador da astronomia grega). 
 
Anaxímenes de Mileto (588-524 a.C.) "Ar" 
Segundo Anaxímenes, a arkhé 
(princípio) que comanda o mundo é o ar, um 
elemento não tão abstrato como o ápeiron, nem 
palpável demais como a água. Tudo provém do 
ar, através de seus movimentos: o ar é 
respiração e é vida; o fogo é o ar rarefeito; a 
água, a terra, a pedra são formas cada vez mais 
condensadas do ar. As diversas coisas que 
existem, mesmo apresentando qualidades 
diferentes entre si, reduzem-se a variações 
quantitativas (mais raro, mais denso) desse 
Cosmogonia - A palavra Cosmogonia vem do 
grego κοσµογονία; κόσµος "universo" e -
γονία "nascimento". É o termo que abrange 
todas as teorias das origens do universo, 
sendo elas religiosas, científicas e 
mitológicas. 
Cosmologia - é a ciência que estuda a 
estrutura e evolução do Universo. O uso do 
método científico, baseado em um conjunto 
de observações que resultam em um modelo 
capaz de fazer previsões que podem ser 
testadas experimentalmente. 
único elemento. Anaxímenes julga que o 
elemento primordial das coisas é o ar. 
 
Pitágoras de Samos (571-70 a.C) “Números” 
Fundador da escola pitagórica nasceu 
em Samos pelos anos Segundo o pitagorismo, a 
essência, o princípio essencial de que são 
compostas todas as coisas, é o número, ou seja, 
as relações matemáticas. Os pitagóricos, não 
distinguindo ainda bem forma, lei e matéria, 
substância das coisas, consideraram o número 
como sendo a união de um e outro elemento. 
Da racional concepção de que tudo é regulado 
segundo relações numéricas, passa-se à visão 
fantástica de que o número seja a essência das 
coisas. 
 
Zenão de Eléia (464/461 a.C) “Movimento” 
A característica de Zenão é a dialética. 
Ele é o mestre da Escola Eleática; nela seu puro 
pensamento torna-se o movimento do conceito 
em si mesmo, a alma pura da ciência - é o 
iniciador da dialética. "Afirmai vossa 
mudança: nela enquanto mudança é o nada 
para ela, ou ela não é nada". Nisso consistia o 
movimento determinado, pleno para aquela 
mudança; Zenão falou e voltou-se contra o 
movimento como tal ou puro movimento. 
 
Demócrito “átomos” 
Todas as coisas são inicialmente 
formadas a partir do movimento. O movimento 
pressupõe que haja espaço. Para compreender 
do que são formadas todas as coisas seria 
necessário subdividi-las em partes cada vez 
menores, por exemplo, uma casa é composta 
por telhados, paredes, piso, encanamentos e etc. 
Ao subdividir uma parede encontraríamos 
tijolo, areia, cimento e assim por diante. Cada 
elemento deste subdividido leva 
necessariamente a um outro tipo de elemento 
que o compõe, chega-se a um momento em que 
encontramos algo extremamente pequeno e 
comum a todos os elementos. Este pedaço seria 
athomo onde a partícula a representa a negação 
e thomos representa parte, chegamos, portanto 
ao conceito de átomo que seria a menor parte 
da matéria, indivisível e presente em todos os 
corpos. 
As diversas explicações desenvolvidas 
pelos pensadores pré-socratas muitas vezes não 
chegam a soluções definitivas, são aporias 
(pensamento que não possui resposta) e levam 
a confusão, pois devem ser analisadas dentro de 
um contexto. 
A partir do séc. V a.C. ocorre a 
consolidação da democracia grega em Athenas 
e com isso o eixo do pensamento não gira mais 
em torno da natureza e sim do homem e suas 
relações. A esse segundo momento da filosofia 
clássica dá-se o nome de período sistemático. 
A preocupação deste momento é organizar todo 
o conhecimento desenvolvido até agora. 
 
SOFISTAS 
 
Após as grandes vitórias gregas, 
atenienses, contra o império persa, houve um 
triunfo político da democracia, como acontece 
todas as vezes que o povo sente, de repente, a 
sua força. E visto que o domínio pessoal, em tal 
regime, depende da capacidade de conquistar o 
povo pela persuasão, compreende-se a 
importância que, devia ter a oratória e, por 
conseguinte, os mestres de eloqüência. Os 
sofistas, desejosos em conquistar fama e 
riqueza no mundo, tornaram-se mestres de 
eloqüência, de retórica, ensinando aos homens 
ávidos de poder político a maneira de consegui-
lo. 
Diversamente dos filósofos gregos em 
geral, o ensinamento dos sofistas não era ideal, 
desinteressado, mas muito bem retribuído. O 
conteúdo desse ensino abraçava todo o saber, a 
cultura, uma enciclopédia, não para si mesma, 
mas como meio para fins práticos e empíricos 
e, portanto, superficial. 
A época de ouro da sofística foi - pode-se 
dizer - a segunda metade do século V a.C. O 
centro foi Atenas, a Atenas de Péricles, capital 
democrática de um grande império marítimo e 
cultural. 
 
 
Entende-se por dialética o movimento dentro 
da filosofia. A capacidade de mudança. Uma 
semente que se torna planta é um exemplo de 
dialética. 
 
Os sofistas, portanto viajavam por diversas 
cidades ensinando técnicas para os filhos dos 
políticos que estavam interessados em se 
perpetuar no poder. O grande problema deste 
momento é a relativização da verdade. Não se 
busca mais conhecer a realidade das coisas e 
sim guiá-las de acordo com a vontade. A 
verdade desta forma torna-se coisa relativa. 
Deste momento os principais pensadores 
são: 
Protágoras de Abdera 
Protágoras nasceu em Abdera - pátria de 
Demócrito, cuja escola conheceu - pelo ano 
480. Viajou por toda a Grécia, ensinando na 
sua cidade natal, na Magna Grécia, e 
especialmente em Atenas, onde teve grande 
êxito, sobretudo entre os jovens, e foi honrado 
e procurado por Péricles e Eurípedes. Inferiu 
Protágoras a relatividade do conhecimento. 
Essa doutrina enunciou-a com a célebre 
fórmula: “o homem é a medida de todas as 
coisas”. Esta máxima significava mais 
exatamente que de cada homem 
individualmente considerado dependem as 
coisas, não na sua realidade física, mas na sua 
forma conhecida. 
Górgias de Leôncio 
Górgias nasceu em Abdera, na Sicília, em 
480-375 a.C - correlacionado com Empédocles 
- representa a maior expressão prática da 
sofística, mediante o ensinamento da retórica; 
teoricamente, porém, foi um filósofo ocasional, 
exagerador dos artifícios da dialética eleática. 
Górgias declara que a sua arte produz a 
persuasão que nos move a crer sem saber, e não 
a persuasão que nos instrui sobre as razões 
intrínsecas do objeto em questão. 
Os sofistas serão duramente combatidos 
por Sócrates que refaz a atividade filosófica, 
sendo considerado o grande patrono da 
filosofia. 
 
SÓCRATES 
 
Nascido em Athenas, filho de um 
escultor e de uma parteira, busca o 
conhecimento filosófico durante toda sua vida. 
É conhecido por seu caráter reto e por seu valor 
enquanto soldado, magistrado e senador. Mas, 
em geral, conservou-se afastado da vida pública 
e da política contemporânea, que contrastavam 
com o seu temperamento crítico e com o seu 
reto juízo. 
Iniciou sua vida pública filosofando aos 
70 anos de idade, questionando em praça 
pública o conhecimento dos ditos “sábios” 
(sofistas) buscando a compreensão sobre a 
essência de todas as coisas. Morreu aos 71 anos 
após o processo que culminou em sua execução 
por “corromper a juventude” e “não cultuar os 
deuses da cidade”. Tais acusações eram de 
cunho político, porém, após a contagem dos 
votos foi decretada sua derrota. 
Destaca-se em Sócrates seu método de 
fazer filosofia, sua notável busca espiritual e a 
compreensão filosófica do homem. A filosofia 
socrática é definida por Antropológica. 
Sócrates adotava sempre o diálogo, que revestia 
uma dúplice forma, conforme se tratava de um 
adversário a enfretar ou de um discípulo a 
instruir. No primeiro caso, assumia 
humildemente a atitude de quem aprende e ia 
multiplicandoas perguntas até colher o 
adversário presunçoso em evidente contradição 
e constrangê-lo à confissão humilhante de sua 
ignorância. 
A esse processo pedagógico, em 
memória da profissão materna, denominava-se 
maiêutica ou engenhosa obstetrícia do espírito, 
que facilitava o nascimento das ideias. A 
introspecção é o característico da filosofia de 
Sócrates. E exprime-se no famoso lema 
conhece-te a ti mesmo - isto é, torna-te 
consciente de tua ignorância - como sendo o 
ápice da sabedoria, que é o desejo da ciência 
mediante a virtude. E alcançava em Sócrates 
intensidade e profundidade tais, que se 
concretizava, se personificava na voz interior 
divina do gênio ou demônio. 
Retórica – Arte de manipular e convencer 
alguém a praticar um ato ou até mesmo, de 
concordar com determinada ideia. Muito útil 
na esfera democrática para convencer os 
demais. 
Eloqüência – Arte de falar bem, utilizando 
palavras que causam efeito e auxiliam na 
retórica. 
Como é sabido, Sócrates não deixou 
nada escrito. Todo conhecimento a seu respeito 
é derivado dos seus discípulos. "Conhece-te a 
ti mesmo" - o lema em que Sócrates cifra toda 
a sua vida de sábio. O perfeito conhecimento 
do homem é o objetivo de todas as suas 
especulações e a moral, o centro para o qual 
convergem todas as partes da filosofia. Moral. 
É a parte culminante da sua filosofia. Sócrates 
ensina a bem pensar para bem viver. O meio 
único de alcançar a felicidade ou semelhança 
com Deus, fim supremo do homem, é a prática 
da virtude. A virtude adquiri-se com a 
sabedoria ou, antes, com ela se identifica. 
O interesse filosófico de Sócrates volta-se 
para o mundo humano, espiritual, com 
finalidades práticas, morais. Sócrates é o 
fundador da ciência em geral, mediante a 
doutrina do conceito, assim é o fundador, em 
particular da ciência moral, mediante a doutrina 
de que eticidade significa racionalidade, ação 
racional. Virtude é inteligência, razão, ciência, 
não sentimento, rotina, costume, tradição, lei 
positiva, opinião comum. Tudo isso tem que ser 
criticado, superado, subindo até à razão, não 
descendo até à animalidade - como ensinavam 
os sofistas. 
Após a morte de Sócrates a filosofia torna-
se objeto de estudo de algumas poucas escolas. 
As principais serão o Liceu e a Academia. 
PLATÃO 
Aos vinte anos, Platão travou relação 
com Sócrates - mais velho do que ele quarenta 
anos - e gozou por oito anos do ensinamento e 
da amizade do mestre. Platão, ao contrário de 
Sócrates, interessou-se vivamente pela política 
e pela filosofia política. Voltando para Atenas, 
Platão dedicou-se inteiramente à especulação 
metafísica, ao ensino filosófico e à redação de 
suas obras, atividade que não foi interrompida a 
não ser pela morte. 
Como já em Sócrates, assim em Platão a 
filosofia tem um fim prático, moral: é a grande 
ciência que resolve o problema da vida. Platão 
estende tal indagação ao campo metafísico e 
cosmológico, isto é, a toda a realidade. Deve, 
logo, existir, além do fenômeno, um outro 
mundo de realidades, objetivamente dotadas 
dos mesmos atributos dos conceitos subjetivos 
que as representam. Essas realidades chamam-
se Ideias. 
As ideias não são, pois, no sentido 
platônico, representações intelectuais, formas 
abstratas do pensamento, são realidades 
objetivas, modelos e arquétipos eternos de que 
as coisas visíveis são cópias imperfeitas e 
fugazes. Assim a ideia de homem é o homem 
abstrato perfeito e universal de que os 
indivíduos humanos são imitações transitórias e 
defeituosas. 
O sistema metafísico de Platão 
centraliza-se e culmina no mundo divino das 
ideias; e essas se contrapõem a matéria obscura 
e incriada. Entre as ideias e a matéria estão o 
Demiurgo e as almas, através de que desce das 
ideias à matéria aquilo de racionalidade que 
nesta matéria aparece. Desta forma pretende a 
distinção entre um sistema filosófico dialético 
no qual as ideias representam a realidade das 
coisas e estão presentes no mundo das ideias, 
enquanto, a realidade é a aparência ou mera 
cópia da realidade conhecida primeiramente no 
mundo das ideias, de onde provinham todas as 
almas. 
Em filosofia política, na sua obra 
“República”, Platão desenvolve a ideia do rei-
filósofo, ou seja, o domínio político da cidade 
exercido pelo filósofo que é o que possui mais 
conhecimento e melhor discernimento. Ainda é 
encontrada nessa obra a célebre alegoria da 
caverna que remete a prisioneiros de uma 
caverna que não conseguem enxergar a 
realidade ao redor, uma comparação aos 
domínios políticos e ideológicos que cerceiam 
a verdade. 
 
ARISTÓTELES 
 
Segundo Aristóteles, a filosofia é 
essencialmente teorética: deve decifrar o 
enigma do universo, em face do qual a atitude 
inicial do espírito é o assombro do mistério. O 
seu problema fundamental é o problema do ser, 
não o problema da vida. 
O objeto próprio da filosofia, em que 
está a solução do seu problema, são as 
essências imutáveis e a razão última das coisas, 
isto é, o universal e o necessário, as formas e 
suas relações. Entretanto, as formas são 
imanentes na experiência, nos indivíduos, de 
que constituem a essência. 
A filosofia aristotélica é, portanto, 
conceptual como a de Platão, mas parte da 
experiência; é dedutiva, mas o ponto de partida 
da dedução é tirado - mediante o intelecto da 
experiência. A filosofia, pois, segundo 
Aristóteles, dividir-se-ia em teorética, prática e 
poética, abrangendo, destarte, todo o saber 
humano, racional. 
Aristóteles é o criador da lógica, como 
ciência especial, sobre a base socrático-
platônica; é denominada por ele analítica e 
representa a metodologia científica. Partindo 
como Platão do mesmo problema acerca do 
valor objetivo dos conceitos, mas abandonando 
a solução do mestre, Aristóteles constrói um 
sistema inteiramente original. Os caracteres 
desta grande síntese são: 
1. Observação fiel da natureza - Platão, 
idealista, rejeitara a experiência como fonte de 
conhecimento certo. Aristóteles, mais positivo, 
toma sempre o fato como ponto de partida de 
suas teorias, buscando na realidade um apoio 
sólido às suas mais elevadas especulações 
metafísicas. 
2. Rigor no método - Depois de estudar as 
leis do pensamento, o processo dedutivo e 
indutivo, aplica-os, com rara habilidade, em 
todas as suas obras, substituindo à linguagem 
imaginosa e figurada de Platão, em estilo 
lapidar e conciso e criando uma terminologia 
filosófica de precisão admirável. Pode 
considerar-se como o autor da metodologia e 
tecnologia científicas. Geralmente, no estudo 
de uma questão, Aristóteles procede por partes: 
a) começa a definir-lhe o objeto; b) passa a 
enumerar-lhes as soluções históricas; c) propõe 
depois as dúvidas; d) indica, em seguida, a 
própria solução; e) refuta, por último, as 
sentenças contrárias. 
3. Unidade do conjunto - Sua vasta obra 
filosófica constitui um verdadeiro sistema, uma 
verdadeira síntese. Todas as partes se 
compõem, se correspondem, se confirmam. 
 
FILOSOFIA GRECO-ROMANA 
 
A filosofia desenvolvida pelos dois 
maiores pensadores da antiguidade é 
considerada um sistema, pois, abrangem todo o 
conhecimento desenvolvido na época em 
diversas áreas. O restante da filosofia 
desenvolvida na antiguidade é denominada 
filosofia greco-romana. Não há neste período 
grandes pensadores de destaque. Este período 
culmina no fim do império grego e no auge do 
império romano. Os romanos não se 
preocuparam em desenvolver novos sistemas. 
Dentro da filosofia o maior destaque cabe a 
Cícero. Neste período a filosofia torna-se 
cosmopolita e volta-se para as cidades e a vida 
nestas, desenvolvendo sistemas, códigos de 
ética, análises morais, etc. 
Os principais destaques são: 
Ceticismo - O termo cético vem da 
palavra grega skepsis, que significa "exame". 
Atualmente, dizemos que uma pessoa cética é 
alguém que não acredita em nada, mas não é 
bem assim. Um filósofo cético é aquele que 
coloca suas crenças e as dos outros sob exame, 
a fim de verificar se elassão realmente dignas 
de crédito ou não. Pirro de Elis é considerado o 
fundador do ceticismo. Segundo ele, não 
podemos ter posições definitivas sobre 
determinado assunto, pois mesmo pessoas 
muito sábias podem ter posições absolutamente 
opostas sobre um mesmo tema e ótimos 
argumentos para fundamentar suas posições. 
Nesse caso, Pirro nos aconselha a suspensão do 
juízo e a mantermos nossa mente tranqüila 
(ataraxia). 
Cinismo - O Cinismo surgiu em Atenas 
por volta dos séculos III e IV a.C. e deve-se a 
Antístenes, um filósofo grego, o crédito de 
iniciador de tal filosofia. Os cínicos sempre 
repudiaram a visão materialista presente na 
sociedade. Eles pregavam justamente o oposto, 
que a infelicidade do homem provinha dessa 
tara por bens materiais, e que para alcançar a 
felicidade não era preciso esbanjar posses, 
apenas o necessário bastaria para se viver bem 
e que para ser feliz era preciso viver de acordo 
com a natureza e sempre próximo a ela. 
Antístenes atribuía ao poder e à riqueza o papel 
de corruptores do caráter humano, e dizia ainda 
que os verdadeiros homens não deveriam viver 
conforme as leis, mas sim conforme sua 
natureza. 
Estoicismo – Diziam dos filósofos que 
permaneciam próximo a estoa (portais) das 
cidades gregas e desta forma ficaram 
conhecidos como estóicos. Estes pensadores 
também buscavam a ataraxia através de uma 
vida em consenso com a razão e com a 
natureza. Viver conforme os ditames da razão. 
A morte é certa e inevitável e para estes autores 
a única fonte de preocupação. Porém não há 
nada o que se fazer em relação à morte, daí, 
portanto o melhor é eliminar as preocupações 
tolas do corpo, eliminando as paixões e 
buscando a razão. 
Epicurismo – Filosofia iniciada por 
Epicuro ou também conhecida por Jardins, 
uma vez que seus adeptos permaneciam nos 
jardins da cidade. Esta filosofia é marcada pela 
busca do prazer. Um corpo que tem prazer 
necessariamente não possui mal algum que o 
aflija, ou perturbação na alma. A busca pelo 
prazer leva a ataraxia. Os prazeres defendidos 
são sempre aqueles que trazem bem-estar ao 
corpo e nunca após a sua consolidação algum 
tipo de insatisfação ou preocupação. Há 
prazeres do tipo necessários que são os 
prazeres que o corpo precisa, como a 
alimentação. Há prazeres contingentes que 
podem ser saciados algumas vezes, como boas 
bebidas e roupas caras. E finalmente prazeres 
vaidosos que são adquiridos na política ao 
impor vontades ou impor a execução de ordens. 
Esses prazeres nunca podem ser saciados, pois, 
despertam o que há de pior na alma humana. 
Após esse período, com o fim dos grandes 
impérios antigos, a religiosidade ganha 
expressão e passa também a influenciar a 
filosofia desenvolvida no período. 
 
FILOSOFIA MEDIEVAL 
 
Esse período é marcado pelo 
desenvolvimento do cristianismo que ultrapassa 
a condição de seita judaica, pelos ideais de 
caridade e pelo apoio fornecido às pessoas da 
época. O cristianismo vai ganhando destaque. 
Passa a ser implementada no final do império 
romano como religião oficial. 
Desta forma, durante um grande período da 
história da humanidade, denominado Idade 
Média a religião é considerada a grande fonte 
ideológica. Todas as formas de conhecimento 
estavam ou ligadas à Igreja Católica ou 
determinadas por esta. Nesse período, a 
filosofia perde um pouco de suas características 
reflexivas e inovadoras e passa a ser auxiliar da 
teologia. 
 
A filosofia não poderia contradizer o que 
era determinado pela teologia e pela religião de 
maneira geral. 
Dois períodos dentro da filosofia medieval 
se destacam, são eles a patrística e a 
escolástica. 
Patrística – período compreendido entre os 
séculos II e VIII da era Cristã. Este período da 
cultura cristã é designado com o nome de 
Patrística e representa o pensamento dos Padres 
da Igreja, que são os construtores da teologia 
católica, guias, mestres da doutrina Cristã. O 
pensamento grego é muito diferente do 
pensamento cristão herdado da cultura judaica, 
desta forma, seria necessário uma adaptação 
dos principais conceitos e ideias, de forma que 
os gregos pudessem compreender as bases do 
pensamento cristão. Elementos como criação, 
bem, mal, pecado, inferno entre outros, eram 
desconhecidos dos gregos, uma vez que estes 
eram politeístas e possuíam outros princípios. 
Dentre os pensadores desse período destaca-se 
Santo Agostinho. Ele desenvolve os conceitos 
de salvação, mal, pecado, livre-arbítrio. 
Escolástica – A Escolástica representa o 
último período do pensamento cristão, que vai 
do começo do século IX até o fim do século 
XVI, isto é, da constituição do sacro romano 
império bárbaro, ao fim da Idade Média, que se 
assinala geralmente com a descoberta da 
América (1492). Este período do pensamento 
cristão se designa com o nome de escolástica, 
porque era a filosofia ensinada nas escolas da 
época, pelos mestres, chamados, por isso, 
escolásticos. As matérias ensinadas nas escolas 
medievais eram representadas pelas chamadas 
artes liberais, divididas em trívio - gramática, 
retórica, dialética - e quadrívio - aritmética, 
Entende-se por teologia o estudo das 
manifestações religiosas dentro de uma 
cultura. 
geometria, astronomia, música. A escolástica 
surge, historicamente, do especial 
desenvolvimento da dialética. Santo Tomás de 
Aquino é o pensador de mais destaque da 
dialética. Para Tomás de Aquino, porém, 
converge diretamente o pensamento helênico, 
na sistematização imponente de Aristóteles. O 
pensamento de Aristóteles chega a Tomás de 
Aquino enriquecido com os comentários 
pormenorizados, especialmente de pensadores 
árabes. 
A metafísica tomista pode-se dividir em 
geral e especial. A metafísica geral - ou 
ontologia - tem como objeto o ser em geral e as 
atribuições e leis relativas. A metafísica 
especial estuda o ser em suas grandes 
especificações: Deus, o espírito, o mundo. Daí 
temos a teologia racional - assim chamada, 
para distingui-la da teologia revelada; a 
psicologia racional (racional, porquanto é 
filosofia e se deve distinguir da moderna 
psicologia empírica, que é ciência 
experimental); a cosmologia ou filosofia da 
natureza (que estuda a natureza em suas causas 
primeiras, ao passo que a ciência experimental 
estuda a natureza em suas causas segundas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Centro Educacional Brasil Central 
Modalidade: Educação de Jovens e Adultos- 
a Distância 
Etapa: Ensino Médio 
Disciplina: Filosofia 
 
MÓDULO II – 2° ANO 
 
RENASCIMENTO 
 
Durante os séculos XV e XVI 
intensificou-se, na Europa, a produção artística 
e científica. Esse período ficou conhecido como 
Renascimento ou Renascença. O Renascimento 
foi uma nova visão de mundo estimulada pela 
burguesia em ascensão. Suas principais 
características eram o racionalismo (em 
oposição à fé), o antropocentrismo (em 
oposição ao teocentrismo) e o individualismo 
(em oposição ao coletivismo cristão). São 
características também desse momento o 
ressurgimento do comércio, o antropocentrismo 
(a valorização do homem), o surgimento da 
ciência, e o capitalismo financeiro. 
O Renascimento permite o 
desenvolvimento de novas teorias filosóficas, 
de novos movimentos de compreensão do 
mundo sem o crivo dominador da religião. Esse 
processo alcança todo o mundo conhecido e 
desconhecido, promovendo descobertas, 
navegações e novas relações entre os países. A 
principal característica deste momento é a 
liberdade criadora do intelecto humano. 
 
SURGIMENTO DA CIÊNCIA 
 
Não é o objetivo tratar das condições 
que foram à causa do surgimento da ciência, 
mas é importante salientar que desde os gregos 
a humanidade busca um caminho mais racional 
e claro em relação ao desenvolvimento do 
conhecimento. O que faz com que um 
conhecimento seja considerado científico é a 
própria questão do método. Nesse momento a 
razão é a principal ferramenta, exclui-sea 
emoção, convicção religiosa e o misticismo, 
para daí aplicar um método que seja decisivo e 
conduza o pensamento para conhecer e 
questionar, proporcionando sempre novos 
conhecimentos. 
A ciência inicialmente confronta os 
conhecimentos fornecidos pelo senso comum, 
ou seja, pelos conhecimentos desenvolvidos 
pela tradição sem comprovação ou mesmo sem 
questionamento. Há no senso comum aspectos 
do misticismo, desejos e sentimentos, e ao 
contrário o senso científico baseia-se apenas na 
razão. As teorias podem ser, e geralmente são, 
concebidas antes de serem feitas as 
observações necessárias para testá-las. A 
"ciência" é à busca de ordem através de 
paradigmas que possibilite conhecer como o 
mundo se comporta em busca de soluções, por 
meio da razão. 
 
 A ciência se caracteriza pelo método 
utilizado para o seu desenvolvimento. Galileu 
Galilei e René Descartes são os principais 
pensadores responsáveis pelo desenvolvimento 
do método científico que pode ser rapidamente 
compreendido por: 
 
 
TEORIA DO CONHECIMENTO 
 
A teoria do conhecimento se interessa 
pela investigação da natureza, fontes e validade 
do conhecimento. Entre as questões principais 
que ela tenta responder estão as seguintes: O 
que é o conhecimento? Como nós o 
Paradigma – princípios formadores de uma 
teoria. A partir destes princípios todos os 
outros aspectos são aceitos. Atualmente 
aceita-se a teoria do big bang como a teoria 
formadora do universo, este é o paradigma 
para compreender o surgimento da Terra e 
suas alterações. 
alcançamos? Podemos conseguir meios para 
defendê-lo contra o desafio cético? Essas 
questões são, implicitamente, tão velhas quanto 
a própria filosofia. Mas, primordialmente na 
era moderna, a partir do século XVII em diante 
- como resultado do trabalho de Descartes e 
Locke em associação com a emergência da 
ciência moderna – é que ela tem ocupado um 
plano central na filosofia. 
Basicamente é conceituada como o 
estudo de assuntos que outras ciências não 
conseguem responder e se divide em quatro 
partes, sendo que três delas possuem correntes 
que tentam explicá-las: I - O conhecimento 
como problema, II - Origem do Conhecimento 
e III - Essência do Conhecimento e IV – 
Possibilidade do Conhecimento. 
Dentre as explicações da teoria do 
conhecimento surgem correntes que buscam a 
compreensão da questão do conhecimento. 
Veremos as principais e seus representantes. 
 
RACIONALISMO 
 
Teoria do conhecimento que defende 
que o conhecimento deve ser buscado por 
todos, porém para ser alcançado exige que se 
dispensem completamente os sentidos, pois de 
acordo com Descartes, os sentidos podem ser 
enganados e toda a forma de conhecimento 
deve priorizar o raciocínio e deixar de lado os 
sentidos, só no intelecto é que o conhecimento 
pode ser alcançado. 
A fonte do conhecimento verdadeiro é a 
razão operando por si mesma, sem o auxílio da 
experiência sensível e controlando a própria 
experiência sensível. Alguns autores que 
defendem esta teoria são: Descartes, Espinosa, 
Leibniz e Pascal. 
 
EMPIRISMO 
 
O empirismo é uma teoria filosófica que 
defende o conhecimento da razão, da verdade e 
das ideias racionais através da experiência. Os 
sentidos funcionam como coletores da 
realidade e transferem essas impressões para 
que o cérebro as analise. Através da vivência o 
conhecimento vai se acumulando e sendo 
organizado. 
CRITICISMO KANTIANO 
 
Em sentido estrito, o termo criticismo é 
empregado para denominar a filosofia kantiana. 
Esta se propõe investigar as categorias ou 
formas a priori do entendimento. Sua meta 
consiste em chegar a determinar o que o 
entendimento e a razão podem conhecer, 
encontrando-se livres de toda experiência, bem 
como os limites impostos a este conhecimento. 
Procura aliar o conhecimento desenvolvido 
tanto pelo intelecto racionalista quanto pelo 
sentidos empíricos. 
Principais pensadores da Teoria do 
conhecimento: 
René Descartes – Nascido num 
pequeno povoado da França, desenvolve muito 
cedo estudos em matemática e filosofia. 
Defensor do racionalismo. Dedica-se a viajar e 
conhecer o mundo. Forma-se médico e 
matemático. Descartes quer estabelecer um 
método universal, inspirado no rigor 
matemático e em suas "longas cadeias de 
razão". Seu método consiste na evidência, 
análise, síntese e amplitude. Parte da dúvida 
questiona todas as possibilidades do 
conhecimento. Esta dúvida tem caráter 
metódico. Desenvolve a partir da dúvida o 
cogito, ou seja, através da possibilidade da 
dúvida chega na evidência da existência em 
“Penso, logo existo”. A partir do controle da 
natureza, através da ciência o homem torna-se 
“senhor da natureza”. 
Francis Bacon - O iniciador do 
empirismo é Francis Bacon. Desenvolve 
experiência e o método dedutivo. Entretanto, o 
que interessa mais a Bacon não é esta ciência 
dos princípios comuns, e sim a ciência da 
natureza, e, portanto, o Novum organum, que 
deveria conter precisamente as regras para a 
construção da ciência da natureza. O empirismo 
é a fonte do conhecimento segundo Bacon, 
porém o pensamento deve evitar cometer 
alguns erros. Na sua linguagem imaginosa 
Bacon chama as causas destes erros comuns, 
fantasmas - idola - e os divide em quatro 
grupos fundamentais. 
1) Idola tribus (ídolos da tribo), a saber, os 
erros da raça humana "fundamentados em sua 
natureza como tal"; 
2) Idola specus (ídolos da caverna - por alusão 
à caverna de Platão) determinados pelas 
disposições subjetivas de cada um; 
3) Idola fori, (ídolos do fórum) erros da praça, 
provenientes do comércio social ou da 
linguagem imperfeita; 
4) Idola theatri, (ídolos do teatro) isto é, os 
erros provenientes das escolas filosóficas, que 
substituem o mundo real por um mundo 
fantástico, por um jogo cênico. 
John Locke – Grande entusiasta do 
empirismo, desenvolve uma teoria do 
conhecimento, mesmo aceitando a metafísica 
tradicional, e do senso comum pelo que 
concerne a Deus, à alma, à moral e à religião. 
No entanto, a experiência é dúplice: externa e 
interna. A primeira realiza-se através da 
sensação, e nos proporciona a representação 
dos objetos (chamados) externos: cores, sons, 
odores, sabores, extensão, forma, movimento, 
etc. A segunda realiza-se através da reflexão, 
que nos proporciona a representação das 
próprias operações exercidas pelo espírito sobre 
os objetos da sensação, como: conhecer, crer, 
lembrar, duvidar, querer, etc. Nas ideias 
proporcionadas pela sensibilidade externa, 
Locke distingue as qualidades primárias, 
absolutamente objetivas, e as qualidades 
secundárias, subjetivas (objetivas apenas em 
sua causa). Locke exclui absolutamente as 
ideias e os princípios que deles se formam, 
derivam da experiência; antes da experiência o 
espírito é como uma folha em branco, uma 
tabula rasa. A partir daí a nossa vivência vai 
completando esta „folha em branco‟ e 
definindo novas conclusões a partir da 
experiência. 
Immanuel Kant - Kant distingue o 
conhecimento sensível (que abrange as 
instituições sensíveis) e o conhecimento 
inteligível (que trata das ideias metafísicas). O 
método de Immanuel Kant é a "crítica", isto é, 
a análise reflexiva. Consiste em remontar do 
conhecimento às condições que o tornam 
eventualmente legítimo. Os juízos 
rigorosamente verdadeiros, isto é, necessários e 
universais, são a priori, isto é independentes 
dos azares da experiência, sempre particular e 
contingente. Possui grandes questionamentos 
em relação à religiosidade, moral e ética, além 
da própria teoria do conhecimento. 
 
ILUMINISMO 
 
Este movimento surgiu na França do 
século XVII e defendia o domínio da razão 
sobre a visão teocêntrica que dominava a 
Europa desde a Idade Média. Segundo os 
filósofos iluministas, essa forma de pensamento 
tinha o propósito de iluminar as trevas em que 
se encontrava a sociedade. Os pensadores que 
defendiam estes ideais acreditavam que o 
pensamento racional deveria ser levado adiante 
substituindo as crenças religiosas e o 
misticismo,que, segundo eles, bloqueavam a 
evolução do homem. O homem deveria ser o 
centro e passar a buscar respostas para as 
questões que, até então, eram justificadas 
somente pela fé. O Iluminismo foi mais intenso 
na França, onde influenciou a Revolução 
Francesa através de seu lema: Liberdade, 
igualdade e fraternidade. Também teve 
influência em outros movimentos sociais como 
na independência das colônias inglesas na 
América do Norte e na Inconfidência Mineira, 
ocorrida no Brasil. 
Principais representantes do iluminismo 
francês: 
Condillac: filósofo mais notável do 
iluminismo francês é Estevão Bannot de 
Condillac. Ele imagina o homem como uma 
estátua, privada de toda sensação (tabula rasa) 
e que, em dado momento, começa a ter uma 
sensação de olfato. A sensação odorosa (de 
uma rosa) torna-se memória, quando, afastada a 
primeira sensação e sobrevindo outra, a 
primeira permanece com uma intensidade 
atenuada. 
Montesquieu: A política de 
Montesquieu, exposta no Espírito das Leis 
(1748), surge como essencialmente 
racionalista. Ela se caracteriza pela busca de 
um justo equilíbrio entre a autoridade do poder 
e a liberdade do cidadão. Para que ninguém 
possa abusar da autoridade, "é preciso que, pela 
disposição das coisas, o poder detenha o 
poder". Daí a separação entre poder legislativo, 
poder executivo e poder judiciário. 
Montesquieu, porém, possui, sobretudo 
concepção racionalista das leis que não 
resultam dos caprichos arbitrários do soberano, 
mas são "relações necessárias que derivam da 
natureza das coisas". 
Voltaire: Voltaire, inimigo encarniçado 
do cristianismo, é um deísta convicto: a 
organização do mundo, sua finalidade interna, 
só se explicam pela existência de um Criador 
inteligente. mantém o princípio de um Deus 
justiceiro. É certo que esse Deus policial é, 
sobretudo requisitado para manter a ordem 
social e as vantagens econômicas aproveitadas 
por Voltaire e os outros grandes burgueses. 
 
FILOSOFIA POLÍTICA 
 
A filosofia enquanto pensamento 
reflexivo permeia por diversas áreas. Uma 
delas que se destaca a partir da idade moderna é 
a filosofia política. A filosofia política tem por 
objetivo analisar as relações entre os ideais para 
gerenciar a administração pública, a vida 
prática e as relações entre política e sociedade. 
Definindo política como toda relação social. A 
partir da consolidação dos estados nacionais na 
Europa, desenvolve-se a necessidade de 
compreensão dos movimentos políticos e seus 
significados. A origem da análise política 
inicia-se na modernidade e chega aos dias 
atuais com cada vez mais força. 
Os principais pensadores são: 
Nicolau Maquiavel - No inicio da 
modernidade, o pensamento político sofre uma 
profunda revolução com o pensamento de 
Maquiavel. Ele rejeita toda a filosofia política 
anterior que estava direcionada ao modo de 
governar. Em sua obra O príncipe, Maquiavel 
procurou mostrar a verdade efetiva dos fatos, 
bem como se da de fato a conquista e a 
manutenção do poder. Para Maquiavel o poder 
esta distante da ética, ao menos no sentido da 
teoria política grega. 
Maquiavel pode ser considerado o 
precursor da ciência política, tendo em vista 
vários aspectos, porém o mais relevante talvez 
seja o fato do mesmo ser o solo da ação dos 
governantes. Foi Maquiavel quem primeiro 
empregou o termo Estado no pensamento 
político. Sua ética é definida pela expressão: 
“os fins justificam os meios” e, daí, o poder 
deve ser conquistado e mantido com a força 
necessária. 
Thomas Hobbes - É partindo dos 
fundamentos racionalistas, Hobbes elabora sua 
justificação para o despotismo. Para ele, o 
direito, em todos os casos, reduz-se à força; 
mas distingue dois momentos na história da 
humanidade: o estado natural e o estado 
político. No estado natural, o poder de cada um 
é medido por seu poder real; cada um tem 
exatamente tanto de direito quanto de força e 
todos só pensam na própria conservação e nos 
interesses pessoais. Isto leva a um momento de 
violência, onde permanece a luta de todos 
contra todos. Na expressão “o homem é o lobo 
do homem” chega à definição de que o homem 
possui a natureza má, ou seja, o homem 
naturalmente é levado ao mal, pela cobiça, 
inveja e etc. Para superar este estado violento, o 
homem submete-se ao poder do soberano. 
Renega o seu direito à liberdade para que o 
soberano instaure a paz. 
Jean Jacques Rousseau – A partir dos 
ideais deste pensador consolida-se a revolução 
francesa. Inicialmente este pensador parte do 
princípio contrário ao de Hobbes, compreende 
que o homem inicialmente é bom, ou seja, vive 
em equilíbrio com a natureza e com outros 
homens. Esta corresponde à teoria do bom 
selvagem, como por exemplo, a vida indígena. 
Porém, em algum momento, que não fica claro, 
os homens desenvolvem a propriedade privada. 
A sociedade a partir daí muda. Não há na 
sociedade chances e oportunidades para todos. 
O ato de possuir altera a concepção pacífica do 
homem, que a partir daí caí no estado de 
violência, de todos contra todos. O primeiro 
pensamento socialista é atribuído a Rousseau. 
Neste momento a sociedade estabelece um 
contrato social no qual os indivíduos se 
comprometem a cumprir um determinado 
papel, enquanto o soberano garante segurança e 
bem-estar a todos. 
John Locke - Locke não admite, 
naturalmente, ideias e princípios inatos nem 
sequer no campo da moral. A sua moral, 
todavia, é muito mais intelectualista do que 
empirista, pois ele lhe reconhece o caráter de 
verdadeira ciência, universal e necessária. 
Quanto à política, Locke deriva a lei civil da lei 
natural, racional, moral, em virtude da qual 
todos os homens - como seres racionais - são 
livres e iguais, têm direito à vida e à 
propriedade; e, entretanto na vida política, não 
podem renunciar a estes direitos, sem renunciar 
à própria dignidade, à natureza humana. Locke 
admite um originário estado de natureza antes 
do estado civilizado. Não, porém, no sentido 
brutal e egoísta de inimizade universal, como 
dizia Hobbes; mas em um sentido moral, em 
virtude do qual cada um sente o dever racional 
de respeitar nos outros a mesma personalidade 
que nele se encontra. Locke admite também a 
passagem do estado de natureza ao estado 
civilizado, porquanto, no primeiro, falta à 
certeza e a regularidade da defesa e da punição, 
que existe no segundo, graças à autoridade do 
superior. Entretanto, estipulando este contrato 
social, os indivíduos não renunciam a todos os 
direitos, porquanto os direitos que constituem a 
natureza humana (vida, liberdade, bens), são 
inalienáveis. 
John Rawls – Pensador contemporâneo 
que a analisa as relações sociais frente ao poder 
público. Busca a compreensão de teorias muito 
necessárias atualmente como a justiça, a 
igualdade, as questões étnicas, etc. Segundo 
John Rawls, a correção das injustiças sociais, 
só pode advir da prática de uma política que 
vise à equidade. A partir da verificação dos 
setores sociais mais desfavorecidos (em razão 
da raça, sexo, cultura ou religião), devem-se 
criar mecanismos para que todos, não obstante 
as discrepâncias que haverão de existir, possam 
ser capazes de ter suas diferenças supridas e 
possam comungar de uma máxima efetivação 
da justiça social. Essas correções provirão a 
partir de um arcabouço inicial equânime, onde 
todos aduzem suas opiniões, delimitam os 
verdadeiros princípios de justiça e terminam 
numa concordância acerca daqueles que 
deverão configurar o estado inicial e as 
instituições que devem determinar a 
maximização dos direitos e deveres dos 
homens e a perpetuação do bem-estar social. 
A análise da política vai além da própria 
manifestação do pensamento político 
independente de ideologias ou posições 
políticas. Para a política é necessário também 
analisar as relações sociais, as implicações de 
determinadas ações na vida do povo. As 
questões democráticas também serão 
conferidas pela filosofia de forma geral. 
A crítica sobre o papel político dos 
governantes, quantodos próprios eleitores 
também é objeto de reflexões filosóficas. 
Segue um poema para levar a uma breve 
crítica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Analfabeto Político 
Bertolt Brecht 
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele 
não ouve, não fala, nem participa dos 
acontecimentos políticos. Ele não sabe o 
custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da 
farinha, do aluguel, do sapato e do remédio 
dependem das decisões políticas. 
O analfabeto político é tão burro que se 
orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a 
política. Não sabe o imbecil que, da sua 
ignorância política, nasce a prostituta, o 
menor abandonado, e o pior de todos os 
bandidos, que é o político vigarista, pilantra, 
corrupto e lacaio das empresas nacionais e 
multinacionais. 
 
Centro Educacional Brasil Central 
Modalidade: Educação de Jovens e 
Adultos- a Distância 
Etapa: Ensino Médio 
Disciplina: Filosofia 
 
MÓDULO III – 3° ANO 
 
ASPECTOS DA FILOSOFIA 
CONTEMPORÂNEA 
 
As Filosofias do século XX trouxeram 
uma série de desenvolvimentos teóricos 
contrários em relação ao que se refere a 
validade do conhecimento através de 
conceitos e abstrações absolutas. As certezas 
decorrentes do pensamento clássico foram 
derrubadas, embora permaneçam como 
problemas sociais, econômicos e científicos, 
juntamente com formas novas de conflito e 
reivindicações concernentes à organização 
geopolítica e do sistema-mundo 
contemporâneo. O que é a lógica e o que é a 
ética? São perguntas que surgem após o 
século XX. As formas e caminhos para estes 
empreendimentos são diversos e distintos. 
Contudo, suponhamos que seja essencial uma 
unidade de sentido, diríamos que essas 
filosofias contestam princípios da ciência 
moderna (aproximadamente do séc. XVI ao 
séc. XX), novos estudos na filosofia da 
ciência, filosofia da matemática e a 
Epistemologia acrescentaram aparentemente 
tendências antagônicas na contabilidade da 
consciência e seus objetos. Os avanços na 
relatividade, na quântica, na física nuclear e, 
nas ciências generativas, como a ciência 
cognitiva, cibernética, genética e na rica 
produção literária, artística, como no Cinema 
e na Música, foram uma forma enriquecedora 
de propagar pensamentos filosóficos. 
 
EXISTENCIALISMO 
 
Existencialismo é uma corrente 
filosófica surgida entre os séculos XIX e XX, 
a qual tem por base a afirmação dos ideais de 
liberdade, responsabilidade e subjetividade do 
ser humano. Esse, segundo o pensamento 
filosófico, tem livre arbítrio e deve utilizar a 
razão para fazer as melhores escolhas. Essa 
corrente procura analisar o homem como 
indivíduo, e é ele quem faz sua própria 
existência. Percebe-se assim, a preocupação 
em explicar o sentido das vidas humanas de 
uma forma subjetiva, ao invés de se preocupar 
com verdades científicas relativas ao 
universo, que fora o centro de outras correntes 
filosóficas. 
Jean Paul Sartre – O objetivo de 
Sartre consiste em desacreditar a ideia de uma 
necessidade, exterior a nós, que derivaria de 
uma estabilidade das coisas ou de uma ordem 
moral objetiva. Os indivíduos já não são 
tributários de um caráter determinado ou de 
uma essência definida, donde resultariam 
todas as suas propriedades e todos os seus 
atos, nem dos constrangimentos que lhes vêm 
de fora, isto é, da sociedade ou de Deus. O 
princípio primeiro da existência concreta dos 
indivíduos tem que se situar numa opção 
profunda, absolutamente gratuita, pela qual 
eles se escolhem absolutamente. A negação 
ou a não necessidade de Deus permite a 
liberdade do indivíduo, pois não há nada 
determinado e desta forma o homem é o único 
responsável por suas atitudes. Desenvolve a 
máxima: “o homem é condenado a ser livre”. 
A partir daí desenvolve a importância da 
política e da escolha. A escolha é a fonte de 
liberdade humana. 
 
PRAGMATISMO 
 
O pragmatismo é, antes de tudo, um 
método, do qual decorre uma teoria da 
verdade. Apesar de constituir um movimento 
aberto e antidogmático, e ainda que seus 
teóricos não tenham elaborado um sistema 
completo, há traços gerais comuns entre seus 
defensores. Para os pragmáticos, o 
conhecimento é concebido como 
essencialmente modificador da realidade, 
portanto, a construção da verdade deve 
corresponder à construção da própria 
realidade. Conhecimento e ação se convertem 
em termos equivalentes. O eixo central da 
teoria pragmática é a ênfase na utilidade 
“prática” da filosofia. O pragmatismo foi 
entendido como uma perspectiva em torno do 
conceito de verdade que, em seu processo de 
expansão, atingiu os setores representados 
pela ética e a religião. A teoria pragmática da 
verdade sustenta que o critério de verdade 
está nos efeitos e conseqüências de uma ideia, 
em sua eficácia, em seu êxito, no que 
depende, portanto, da concretização dos 
resultados que espera obter. 
 
UTILITARISMO 
 
Em teoria moral, o utilitarismo 
determina que o número de benefícios ou 
malefícios, que é originado em cada ação, 
determina diretamente o prazer e a dor para o 
maior número de indivíduos, como o prazer é 
identificado ao bem e a dor é identificada ao 
mal, o utilitarismo sustenta que o fazer bem 
produz a felicidade e que o fazer mal produz a 
infelicidade para o maior número de 
indivíduos. Embora não seja um princípio do 
Direito, o princípio da utilidade vai ser usado 
para justificar a punição de uma ação sempre 
que ela determina o equilíbrio entre a 
felicidade e a infelicidade, quando a punição é 
comparada a esta ação. 
 
POSITIVISMO 
 
O positivismo admite, como fonte 
única de conhecimento e critério de verdade, a 
experiência, os fatos positivos, os dados 
sensíveis. Nenhuma metafísica, portanto, 
como interpretação, justificação transcendente 
ou imanente, da experiência. A filosofia é 
reduzida à metodologia e à sistematização das 
ciências. A lei única e suprema, que domina o 
mundo concebido positivisticamente, é a 
evolução necessária de uma indefectível 
energia naturalista, como resulta das ciências 
naturais. Dessas premissas teoréticas 
decorrem necessariamente as concepções 
morais hedonistas e utilitárias, que florescem 
no seio do positivismo. 
 
ÉTICA 
 
Etimologicamente falando, ética vem 
do grego "ethos", e tem seu correlato no latim 
"morale", com o mesmo significado: 
Conduta, ou relativo aos costumes. Podemos 
concluir que etimologicamente ética e moral 
são palavras sinônimas. Vários pensadores em 
diferentes épocas abordaram especificamente 
assuntos sobre a ÉTICA: Os pré-socráticos, 
Aristóteles, os Estóicos, os pensadores 
Cristãos (Patrísticos, escolásticos e 
nominalistas), Kant, Espinoza, Nietzsche, 
Paul Tillich etc. A ética, portanto consiste na 
análise da ação segundo a moral. Tem 
variados significados de acordo com a época 
em que se vive. Relaciona-se ética também a 
vida profissional. A uma espécie de tipo de 
conduta que deve ser realizado por um 
profissional. 
Principais tipos de ética: 
Ética normativa – Baseia-se em 
princípios e regras morais fixas. Ética 
profissional e religiosa na qual impõe 
obrigação das regras desenvolvidas. 
Ética Teleológica – Compreende-se 
por teleologia o alcance de um resultado. 
Baseia-se em ética imoral (não obedece aos 
princípios morais) e baseia-se também na 
ética de que os fins justificam os meios. 
Ética Situacional – Baseia-se em 
ética amoral (amoral diferencia-se de imoral, 
pois amoral representa uma cultura que não 
possui moral). Baseia-se nas circunstâncias. 
Tudo é relativo e temporal, tudo é possível, 
tudo vale. 
 
ESTÉTICA 
 
A estética, como conceito e disciplina 
filosófica, ou melhor, como um dos objetos de 
estudos da filosofia, surgiu no final do século 
XVIII com Alexander Baumgarten, que a 
definiu como: "a ciência do conhecimento 
sensitivo". Essa ciência se propõe a 
investigar as capacidades naturais do 
conhecimento, suas potências e 
desenvolvimento, através de práticas 
perceptivas. Logo, podemos afirmar que além 
de ser a ciência da arte e do belo, a Estética 
tratade estilos de vida, no modo singular de 
ser, ver e de estar no mundo, segundo a arte e 
seu desenvolvimento. Portanto, analisar a arte 
é pensar a existência Estética do artista, 
valendo-se de um modo de vida ou de uma 
maneira de viver, já que o artista tem um 
domínio afetivo da arte e a exterioriza através 
de sua liberdade e do seu processo de 
percepção. 
 
FENOMENOLOGIA 
 
Compreende-se a fenomenologia 
como a visão contemporânea da teoria do 
conhecimento. Tem por objetivo a análise do 
conhecimento e dos objetos. Um bom começo 
no estudo da Fenomenologia é a definição da 
palavra fenômeno. Do grego phainomenon, 
particípio presente de phainesthai, parecer. 
Fenomenologia é, de fato, uma investigação 
que busca a essência inerente da aparência. A 
Fenomenologia nasceu, grosso modo, como 
um questionamento no modo científico de 
pensar: uma crítica à metafísica (postura 
epistemológica que fundamenta a técnica 
moderna de conhecimento). Ao discutir a 
questão do sentido do ser, Heidegger 
demonstra que a Fenomenologia compreende 
a verdade com um caráter de provisoriedade, 
mutabilidade e relatividade, radicalmente 
diferente do entendimento da metafísica que 
pressupõe a verdade una, estável e absoluta. 
Essa é uma das razões por que dizemos que a 
Fenomenologia é uma postura ou atitude (um 
modo de compreender o mundo) e não uma 
teoria (modo de explicar). A Fenomenologia 
orienta o seu olhar para o fenômeno, ou seja, 
na relação sujeito-objeto (ser-no-mundo). 
Isso, em última análise, representa o 
rompimento do clássico conceito 
sujeito/objeto.

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