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PLANOS DE TRATAMENTO Para o diagnóstico deve ser feita a anamnese, exame físico, exame clínico intra-bucal e exames complementares se necessário. - Na anamnese pode se conseguir dados a respeito dos hábitos de higiene do paciente, da exposição a fluoretos, sua situação sócio-econômica, profissão, moradia, motivo da consulta, histórico de saúde, etc. - O exame clínico envolve exame extra-bucal e intra-bucal, das mucosas. A partir do IPV (Índice de placa visível) e ISG (Índice de sangramento gengival) pode-se avaliar os hábitos de higiene do paciente. Lesões de cárie As lesões de cárie também podem ser analisadas no exame clínico, sendo a cárie ativa branca, opaca e rugosa e a cárie inativa branca brilhante ou escura. Sempre deve ser feita a deplacagem das superfícies dentais antes do exame para avaliar o CPOD e CPOS (Dentes/Superfícies permanentes cariados, perdidos e obturados ou com extração indicada). Nos exames complementares, pode-se pedir uma radiografia, em especial a interproximal, que facilita na verificação de lesão de cárie em terço interno de dentina. Há outros exames complementares para lesão de cárie menos utilizados, como o DiagnoDent, FOT, QLF, Monitor elétrico de Cárie. Os exames complementares da atividade de cárie que podem ser utilizados são a análise da dieta, sempre associada a doença em paciente cárie-ativo, exames salivares e exames microbiológicos. Paciente cárie-ativo 1. Adequação do meio bucal e orientação de higiene oral Orientar o paciente a usar escova com dentifrício fluoretado após as refeições, com o uso de fio dental pelo menos 1 vez ao dia. Ensiná-lo a remover a placa, a diferenciar gengiva sadia de inflamada. Motivação do paciente é de grande importância para o controle da doença. Além disso, é necessário orientá-lo a um controle adequado de dieta com o aconselhamento dietético, que deve ser voltado a necessidade do paciente, dentro de um diagnóstico e plano de tratamento adequados, com menos consumo principalmente de carboidratos fermentáveis e sacarose durante as refeições. Pode ocorrer influência da saliva na doença e dos microrganismos, que podem ser verificados anteriormente com medição do Fluxo Salivar e Capacidade tampão, quando houver queixa de boca seca, uso de medicação ou alta atividade de cárie, além dos Exames Microbiológicos. 2. Limpeza ou profilaxia A limpeza pode ser feita com escova Robinson, taça de borracha e pasta profilática, sendo a primeira utilizada para superfícies oclusais e a segunda para superfícies lisas e livres. A raspagem periodontal com as curetas adequadas se necessário deve ser realizada. 3. Aplicação de Flúor O flúor é aplicado em todas as superfícies em paciente cárie-ativo, pode-se utilizar cotonetes, pincéis ou microbrush para ter maior controle sobre a ingestão, ou moldeiras (2-2,5ml por moldeira na dentição permanente e 1,5-2ml por moldeira na decídua), deixando essa última por 1 minuto. A moldeira é usada em paciente cárie-ativo. Obs. Em paciente cárie-inativo, mas que possua cárie-ativa, o flúor é aplicado apenas na superfície do dente afetado. 4. Alta e controle do paciente Com um intervalo de 2 a 3 semanas do início do tratamento o paciente deve retornar para ser feito o controle e verificar se o plano de tratamento proposto precisa de alguma modificação ou adaptação para as necessidades do paciente. Paciente cárie-ativo com cavidade classe I 1. Adequação do meio bucal e orientação de higiene 2. Limpeza e profilaxia 3. Aplicação de Flúor 4. Anestesia A anestesia deve ser dada antes do isolamento absoluto ser feito. - Com a ajuda de uma escala de cor ou bolinha de resina fotopolimerizada, deve-se escolher a cor da restauração antes do isolamento. 5. Isolamento absoluto - Deve-se escolher o grampo que melhor se adapte - Em segmento posterior, evita-se a adaptação do grampo no dente a ser restaurado, podendo ser em um dente posterior a ele. - O dique de borracha é adaptado ao Arco de Young, sendo levemente esticado - O conjunto arco-lençol é posicionado sobre a cavidade bucal e o dique é pressionado de encontro as dentes que serão isolados, fazendo-se uma marcação com a caneta sobre eles. - O dique é perfurado sobre as marcações pelo Alicate de Ainsworth, que tem diâmetros variados para cada grupo dentário - Contatos proximais devem ser conferidos com um fio dental, se necessário devem ser ajustados com tira de lixa - O grampo selecionado é colocado sobre o dente, com cuidado para não comprimir os tecidos gengivais. O modelo sem asas é utilizado antes da inserção do lençol, enquanto o com asa pode ser colocado junto ou após sua colocação. - Posiciona o conjunto arco-lençol sobre os dentes, devendo-se usar um lubrificante como um agente hidrossolúvel na superfície interna do dique (creme de barbear). - Por um leve tensionamento da borracha, passa-se o dique sobre o grampo (sem asa) ou coloca- se o grampo (com asa) sobre o dente. - Estabiliza-se o dente mais anterior do isolamento, que pode ser com uma pequena secção de borracha recortada do próprio dique e executa-se a amarria com fio dental. - Tensiona-se levemente o lençol de borracha, de modo a permitir sua passagem pelos pontos de contato interproximais. Para facilitar, pode-se usar fio ou fita dental quando houver resistência ao passar pelos pontos de contato dos dentes. - Invaginar o dique no sulco gengival, a fim de melhorar o vedamento, com fio dental e uma espátula de ponta romba de preferência. Obs. Em dentes posteriores, pode ser isolado um dente posterior ao que será restaurado e dois anteriores, se possível. Em dentes anteriores, não é necessário usar grampo, podendo ser utilizado apenas amarria nos 2 caninos (isolamento de canino a canino) 6. Remoção do tecido cariado CLASSE I - Executa-se o acesso ao tecido cariado, com broca ou ponta diamantada pequena, em alta rotação. - Remove-se dentina cariada e amolecida, por meio de curetas ou brocas esféricas lisas, em baixa rotação 7. Adesão aos tecidos dentais 1º. Condicionamento ácido: - Inicia por esmalte, com ácido fosfórico, de 15 a 30 segundos, passando para a dentina, por 15 segundos. - Cavidade lavada com spray de ar/água, com remoção total do ácido. Jatos de ar em esmalte e bolinhas de algodão em dentina. 2º. Aplicação do primer - Aplicado em toda a extensão de dentina, com auxílio de aplicador descartável, por 30 segundos. - Evaporação dos solventes com suaves jatos de ar. Obs.: O primer que utiliza água como solvente, deve ser usado em 1 camada. A base de etanol são duas camadas e de acetona são 3 camadas de preferência. 3º. Aplicação do adesivo - Aplicação com pincel descartável ou microbrush, com cuidado para assegurar o recobrimento de toda a superfície dental. - Suaves jatos de ar para uniformizar a espessura da camada adesiva, desde que não existam zonas de empoçamento dos agentes de união - Fotoativação por pelo menos 20segundos. 8. Restauração com o compósito - Massas de compósito aplicadas incrementalmente, de forma a reproduzir a anatomia do dente original. - Pode-se primeiramente reconstruir a dentina, com fotoativação dos incrementos. Logo após, usa-se resina de esmalte, em camada menor do que a do esmalte do dente, para evitar muita translucidez. - O compósito é inserido e adaptado, com espátulas e pincéis, de modo a definir a anatomia final. - Verifica-se excessos e faz-se a fotoativação final. - Concluídos os procedimentos de inserção do conformação dos compósitos, o dique de borracha é removido e os contatos oclusais são checados com papel articular e pinça de Muller de preferência. Acabamento e polimento - Na presença de discrepâncias, pequenos ajustes devem ser realizados com pontas diamantadas de granulação fina e extrafina. - Uso de disco de feltro em caneta de baixa-rotação com disco de feltro para o polimento. 9. Alta e controle do paciente Pacientecom problema periodontal 1. Terapia associada a causa (Inicial) - Adequação do meio bucal e orientação de higiene - Motivação do paciente É feito raspagem e alisamento para o controle de placa com as curetas universais McCall ou específicas Gracey. 2. Reavaliação do tratamento inicial - Divide o arco dentário em quadrantes ou sextantes (6 sessões) - Espera em torno de 4 semanas para o epitélio se regenerar e reavaliar o tratamento - Avalia a contribuição do paciente - Decide se pode ir para a fase cirúrgica se houve, qual técnica cirúrgica usar. Apenas se paciente tiver uma higiene bucal adequada. (Retalho gengival, enxerto...) 3. Fase Corretiva (Função e estética) - Restaurações, facetas, coroas, avaliar o que for necessário para restabelecer a função e estética oral do paciente. 4. Terapia periodontal de Suporte - Deve estar presente em todas as fases do tratamento Paciente cárie-ativo com cavidade classe V 1. Adequação do meio bucal e instrução de higiene É necessário diagnosticar e controlar os fatores etiológicos das lesões não cariosas ou cariosas antes do procedimento restaurador. 2. Limpeza e profilaxia 3. Aplicação de Flúor 4. Anestesia - Avalia-se a necessidade de anestesiar de acordo com a profundidade da lesão e sensibilidade do paciente. - Em lesão não-cariosa não é necessário qualquer desgaste prévio adicional a restauração com compósito ou ionômero, já que não precisa de retenção micro-mecânica. - Com compósito a cor é escolhida antes do isolamento. 5. Isolamento absoluto - Sempre que possível, realiza-se isolamento absoluto. - Preferencialmente com o auxílio de grampos retratores - Após ser levado em posição com a pinça porta-grampos, o grampo 212 deve ser estabilizado com godiva de baixa fusão para que não se desloque. Para isso, pequenos cones de godiva são plastificados na chama de uma lamparina e posicionados sobre a haste do grampo e nos espaços interdentais, através de pressão digital. 6. Remoção de tecido cariado - Se for classe V causada por cárie, deve-se remover com broca esférica lisa. - A maior parte é causada por lesão cervical não cariosa, não sendo necessário esse procedimento. 7. Adesão aos tecidos dentais Com Ionômero de vidro: - Condicionamento com ácido poliacrílico a 10% por 15 segundos. Com Resina Composta: Condicionamento, primer e adesivo. 8. Restauração Com Ionômero de vidro: - Manipulação do cimento e colocação na cavidade - Pressiona o cimento por 5 minutos - Pode-se usar tira de poliéster, matriz pré-fabricada ou matriz individual - Veniz - Tira-se excesso com lâmina de bisturi - O acabamento e polimento é feito após 24horas Com Resina Composta: - Coloca-se incrementos e faz-se o acabamento e polimento, que pode ser feito com lâminas de bisturi e discos abrasivos. - Acabamento final com pastas de polimento, com escova de Robinson e discos de feltro. - Remove-se o dique de borracha e o isolamento após o acabamento e polimento Técnica do Sanduíche: - Faz-se o condicionamento com ácido poliacrílico por 15 segundos e e coloca primeiramente uma camada de CIV para proteger a dentina. - Sobre o CIV é colocado adesivo, há imbricação mecânica entre ambos, como nos tecidos dentários. - A adesão em dentina e esmalte para a resina é o procedimento padrão, para ser colocado logo após a resina. Obs. Se for usado CIV modificado por resina, há adesão entre ele e a resina, não sendo necessário condicionamento. E caso seja CIV antigo, é necessário o condicionamento do material, já que ocorreu sua maturação completa. 9. Alta e controle do paciente Paciente com cavidade classe III As etapas que não possuem explicação são idênticas as anteriores. 1. Adequação do meio bucal e instrução de higiene Deve ser aplicado flúor se o paciente for cárie-ativo. Além das etapas já anteriormente descritas. - O uso de brocas em classe III, por menor que sejam, pode levar a um desgaste desnecessário de estrutura sadia. Pode então ser usado o afastamento mediato, com tiras ou anéis de borracha, de 24 a 48horas antes da sessão restauradora. - Durante esse tempo, os dentes são lentamente afastados, proporcionando um espaço que facilita a observação direta da lesão e simplifica a execução do preparo e da restauração. 2. Limpeza e profilaxia - Para manter o espaço obtido com o afastamento mediato, imediatamente após a profilaxia com taça de borracha e pasta profilática, é importante sua estabilização com uma cunha de madeira de tamanho adequado. A cunha deve ser colocada no sentido contrário ao da abertura. - Seleção de cores após dente limpo e afastado. Como a lesão é pequena e pouco visível, pode ser usada só uma cor. 3. Anestesia 4. Isolamento absoluto 5. Remoção do tecido cariado - Se estiver próximo ao dente adjacente, recomenda-se que este seja protegido com uma matriz metálica, inserida entre a superfície do dente e a cunha de madeira. - A associação dos procedimentos de afastamendo mediato, proteção do dente adjacente com uma matriz metálica e o uso de brocas com calibre pequeno, com as esféricas de número ¼ e ½ permitem o preparo de cavidades bastante conservadoras. 6. Adesão aos tecidos dentais - Antes da execução dos procedimentos adesivos, a cavidade deve ser limpa cuidadosamente com jato de bicarbonato de sódio ou com uma pasta profilática. - Realizada a limpeza, o dente vizinho deve ser protegido com uma fita de matriz de poliéster ou com uma fita veda-rosca. - O ácido fosfórico é aplicado em toda a cavidade e aproximadamente 2mm além de suas margens, por 15 segundos. - Após a lavagem, o sistema adesivo escolhido é aplicado. 7. Restauração - Incrementos de resina composta são colocados em espátulas apropriadas. - Pincéis são uteis na acomodação de resina composta e remoção dos excessos, de forma a melhorar o contorno da restauração e reduzir o tempo dispendido nos procedimentos de acabamento. - Com a cavidade preenchida, realiza-se a fotoativação. Acabamento e polimento - Sem retirar a cunha de madeira e tira de borracha. - Discos de lixa flexíveis em granulação decrescente são bastante indicados sempre que o local da restauração permitir seu uso. - Realizado o acabamento, discos de feltro apresentam-se como uma solução pra obter brilho e lisura superficial final. - Com a restauração finalizada, remove-se a cunha e retira-se o isolamento. 8. Controle e alta do paciente
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