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Texto A origem do ballet clássico - Parte II (1)

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Disciplina: A História do Ballet www.universalidadedadanca.com 
 Professora: Jana Maria Material de curso 
 
 
Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 1 
 
A Origem do Ballet Clássico – parte II 
 
O Ballet de Ação 
Durante o século XVIII a dança passou por uma série de transformações, 
se aprofundando e se requintando, tornando-se um patrimônio das 
classes mais abastadas. Pouco tempo antes havia sido criada a 
Academia de Dança, na França, o que culminou com a 
profissionalização do ballet e com o virtuosismo técnico. Com essas 
mudanças o ballet clássico foi arrastado para uma rotina sem 
criatividade e sem expressividade. 
 
O ballet de entradas, ou ballet de entrées, já demonstrava sinais de 
desânimo, visto que os apreciadores da arte da dança já estavam 
cansados das diversas entradas que os bailarinos faziam em cena para 
demonstrarem toda a sua técnica e o seu virtuosismo, mesmo que estas 
entradas nada tivessem a ver com o enredo da história. 
 
Neste contexto surge um nome que revolucionaria o ballet clássico, 
aproximando-o da maneira como o conhecemos hoje: Jean Georges 
Noverre. Ele revoluciona o ballet, defendendo ideias opostas às que 
estava acostumado a ver todos os dias. Ele acreditava que o ballet havia 
perdido a sua alma e que era dever dos bailarinos de seu tempo 
reencontra-la. 
 
Noverre é considerado o responsável pela criação da ideia de 
espetáculo independente das festas de corte e dos banquetes. Noverre 
exerceu grande influência na construção de uma nova forma de dança, 
principalmente porque se identificava com as propostas dos iluministas e 
da Revolução Francesa, que, entre outros ideais, buscavam levar a 
cultura e a arte para todos. 
 
As Reformas de Noverre incluíam aproximar a arte da natureza, 
eliminando os artificialismos e diminuindo as entradas desnecessárias dos 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 2 
bailarinos em cena. Suas ideias transformaram profundamente o ballet 
clássico, aproximando-o do que conhecemos hoje em dia. 
 
Em 1760, Noverre publicou em Lyon um manifesto a respeito da arte do 
balé e da dança, as “Cartas sobre a dança”. Neste manifesto ele 
defende ideias radicalmente opostas às que eram comuns no ballet de 
seu tempo. Entre as principais ideias defendidas por Noverre estavam a 
maior expressividade nos movimentos e passos de dança e a maior 
coesão nos espetáculos, sem tantas entradas desnecessárias em cena. 
 
“Segundo Noverre, no balé de ação a dança utiliza-
se da expressão gestual, incorpora a pantomima e 
com isso torna-se capaz de criar a ilusão. A dança, 
assim compreendida, opõe-se ao mero mecanismo 
dos passos. É uma dança que veicula significados, 
emociona, ao contrário da chamada dança 
mecânica, que se contenta em ‘agradar os olhos’, 
incapaz de estabelecer uma comunicação com o 
público pela via da imitação verossímil da natureza.” 
(Monteiro, Mariana. Noverre – Cartas sobre a dança. 
p.33-34) 
 
Preceitos do Ballet de Ação - As Cartas de Noverre 
• Defendiam mais coesão nos enredos dos ballets 
• A expressividade deveria ser uma das prioridades nos espetáculos. 
• Oposição aos mecanismos de passos e movimentos. 
• A dança deveria ser mais espontânea e expressar ideias e sentimentos, 
veiculando significados, emocionando a plateia, estabelecendo uma 
verdadeira comunicação com o público. 
• A técnica não deveria ser vista como um fim, mas como um pré-
requisito e um meio necessário para o desenvolvimento do ballet clássico 
• Os grupos de bailarinos deveriam ser harmoniosos e com ênfase na 
ação e no relacionamento entre os personagens, em vez de dar tanta 
ênfase às formas e desenhos geométricos. 
• Deveriam estar em cena apenas os bailarinos necessários e que 
acrescentassem algo à ação dramática 
• As roupas deveriam ser mais leves e os rostos mais expressivos. 
• As ideias de Noverre se tornaram conhecidas e se espalharam pela 
Itália, Rússia e muitos outros lugares. 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 3 
• O primeiro ballet de ação é ”A jovem mal vigiada” que conta a história 
de amor entre Lise e Colin no contexto campestre. O ballet se utiliza da 
pantomima, de gestos e expressões faciais com muita dramaticidade 
 
Portanto, toda a obra de Noverre pode ser resumida em apenas dois 
princípios: o ballet deve narrar uma ação dramática contínua (ballet de 
ação) e a dança deve ser natural e expressiva (ballet de ação). 
As ideias e as obras coreográficas de Noverre sempre estiveram muito à 
frente de seu tempo e sua preocupação com a expressividade dos 
bailarinos e das obras já refletia o pré-romantismo. 
 
Caminada afirma que 
“O movimento pré-romântico começara a esboçar a 
reação que revelava o inconformismo em relação ao 
absolutismo, intelectualismo e convencionalismo do 
estilo clássico, com seus temas e formas já esgotadas. 
Na sua origem, o romantismo foi, na verdade, uma 
revolta pequeno-burguesa, contra as normas e 
padrões da época, contra a forma aristocrática e 
contra um conteúdo que excluía todas as soluções 
comuns.” (Caminada, 1999, p.125-126. In Wosniak 
2010.) 
 
O Ballet Romântico 
Com a Idade Contemporânea, que teve início na Revolução Francesa, 
em 1789, e o surgimento do Romantismo, o ballet passou novamente por 
transformações. No ballet e em todas as outras formas de arte passamos 
a ver um predomínio do sentimento sobre a razão, pela espiritualidade 
sobre a realidade. Dessa forma, os deuses olímpicos dos ballets de corte 
e os personagens dos ballets de ação cederam espaço aos príncipes e 
sílfides de lendas medievais. Com isso, surgia um novo estilo interpretativo 
na dança, acompanhado da valsa e moldado segundo o gosto da 
burguesia, a nova classe dominante europeia. 
 
O Romantismo foi um movimento artístico, político e filosófico 
caracterizado por uma visão de mundo contrária ao racionalismo e ao 
iluminismo, ao mesmo tempo em que buscava uma aproximação com 
elementos próprios de cada cultura, uma maior aproximação com o 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 4 
nacional e com o regional. A cultura popular passou a ser mais 
valorizada, bem como as lendas e as histórias populares. 
 
No Romantismo havia a primazia da sensibilidade sobre a razão, o que 
resultava em uma inflamação dos sentimentos e de sua expressão. Além 
disso, durante o Romantismo, o individualismo e a idealização têm 
grande destaque e importância, de modo que o homem se voltava 
cada vez mais para si mesmo, retratando seus próprios dramas, amores 
trágicos, ideias utópicas e que fugiam à realidade. 
 
Neste contexto o ballet clássico criou então um mundo de ilusões que 
esboçava o ideal das concepções românticas e passou a utilizar 
elementos como o sobrenatural, o ocultismo e o exótico. Surge então a 
imagem da bailarina etérea, que flutua quase como se não tivesse peso, 
capaz de morrer ou de enlouquecer por um amor não correspondido. 
 
No ballet clássico do Romantismo a mulher ganhou uma dimensão 
nunca antes atingida na dança espetáculo: tornou-se protagonista e 
maioria absoluta no palco. O corpo de baile passou a ter maior 
importância e o papel masculino se resumia quase exclusivamente a 
levantar e dar suporte à bailarina principal.Com isso, para que a técnica 
do ballet clássico pudesse ser melhor apreciada, as saias foram 
gradativamente encurtadas, deixando os pés e tornozelos à mostra. 
Dessa forma surgem então os “tutus” românticos, até hoje usados em 
muitos ballets. 
 
No romantismo, com a busca por um mundo de fantasias e distanciado 
da realidade, surge o termo “ato branco”, que representava justamente 
a fuga da realidade, representado por bailarinas vestidas de branco e, 
muitas vezes, com asas, simbolizando os ideais utópicos. Em contraste a 
este ato branco eram usados também “atos coloridos”, em que a 
natureza e as cores locais eram ricamente representados. 
 
A comoção era a palavra de ordem: um dos principais elementos do 
ballet clássico romântico era o melodrama, a interpretação cênica que 
envolvia a plateia. Para isso houve um grande destaque para o trabalho 
de braços, que passaram a contar com movimentos suaves, expressivos, 
contidos e com maior plasticidade do que antes. 
 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 5 
Além do trabalho de braços, um outro elemento técnico do ballet 
romântico merece um destaque especial: o trabalho em “pointe”, ou na 
ponta dos pés. Não se sabe ao certo quem deu início ao trabalho nas 
pontas, mas o que se sabe é que não era como o conhecemos hoje. 
Algumas bailarinas enchiam suas sapatilhas com algodão e as 
reforçavam com bordados e fitas a fim de torna-las mais firmes e 
resistentes para que possibilitassem sua elevação nas pontas dos pés. 
Maria Taglioni, uma das maiores bailarinas do período, fez das sapatilhas 
de ponta o símbolo máximo da técnica do ballet romântico. 
 
Durante o romantismo, especialmente entre os anos de 1810 e 1830, 
apesar da fixidez oficial, o ballet evoluiu lenta e profundamente. Neste 
período, mais do que seguir as ideias de Noverre, que falavam sobre a 
expressividade e a continuidade na ação dramática do ballet clássico, 
começava-se a poesia do corpo, a fluidez dos gestos, a graciosidade. 
Dessa forma, durante o romantismo as ideias de Noverre foram ainda 
mais desenvolvidas, bem como o vocabulário do ballet, necessitando-se 
então de um ensino mais estruturado. 
 
Neste contexto surge a figura de Carlos Blasis, nascido em 1795, que se 
tornou em 1837 o diretor da Academia Real de Dança do Scala de Milão. 
Ele foi responsável pelo desenvolvimento de vários bailarinos e bailarinas, 
formando mestres que posteriormente formariam outros bailarinos e 
mestres, de modo que se tornou possível a codificação do ballet clássico. 
 
Ainda jovem Blasis publica seu “Tratado Elementar da Dança”, obra que 
sem negar a tradição acrescenta novidades em questões como as 
posições de braços, o épaulement, a elevação e também o trabalho de 
pontas. Após esta obra ainda publicou o “Código de Terpsícore”, em que 
analisa aspectos didáticos e estéticos do ballet clássico romântico. 
 
Os Ballets Românticos Mais Importantes 
 
Dentre as centenas de ballets clássicos românticos que foram criados no 
século XIX, três merecem destaque especial pela forma como 
influenciaram e ainda influenciam o ballet até os dias de hoje. 
 
• La Sylphide 
Criado por Filippo Taglioni e dançado por sua filha, Marie Taglioni, o ballet 
estreia na Ópera de Paris em 12 de março de 1832 e marca o nascimento 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 6 
do ballet romântico. O libreto foi escrito por Nourrit, tenor da ópera Robert 
Le Diable, que havia se encantado pelo talento de Taglioni. Baseado em 
uma lenda escocesa da Idade Média o mundo real se opõe ao mundo 
irreal. No dia de seu casamento o jovem James é atraído por uma 
sylphide, um espírito do ar, e ao persegui-la é aprisionado por uma 
feiticeira. Após finalmente conseguir tocar na Sylphide, suas asas caem e 
ela morre entre suas companheiras. Então James vê ao longe sua noiva 
que, cansada de espera-lo para o casamento, casa-se com outra 
pessoa. 
Neste ballet surgem nitidamente as características do romantismo: a 
poesia, a leveza, a graça, a suavidade, o sofrimento amoroso não 
correspondido, bem como a diferenciação do mundo real e do mundo 
irreal, e o uso do sobrenatural. A dança clássica havia passado da 
virtuosidade para a expressividade. Este foi o primeiro ballet em que a 
personagem principal dançou o ballet inteiro nas pontas, um feito nunca 
antes registrado. Além disso, o figurino utilizado, o tutu romântico ainda 
hoje é considerado símbolo do período romântico. 
 
• Gisele 
O ballet Giselle foi criado especialmente para Carlotta Grisi por Théophile 
Gautier, um apaixonado pela arte e pela pessoa de Carlota. Baseado 
em uma lenda germânica, Gautier escreve o libreto do ballet que fala 
sobre uma história de amor não correspondido entre Albrecht, um 
príncipe, e Giselle, uma camponesa. No primeiro ato Gisele descobre a 
traição de Albrecht e enlouquece. No segundo ato, ou ato branco, 
temos a cena do cemitério em que Giselle intercede por seu amado, 
dançando com ele durante toda a noite, para que não seja morto pela 
rainha das Willis – espíritos das donzelas que morreram antes de casar. A 
estreia de Gisele em 1841 marca a apoteose do ballet romântico, com 
todas as bailarinas dançando sobre as pontas, e serve como um impulso 
importante na carreira de Grisi, que seria rival de Marie Taglioni em estilo, 
graça e técnica. 
 
• Coppélia 
O ballet Coppélia é considerado o último bailado do período romântico, 
para alguns apresentando até mesmo uma despreocupação com o 
estilo. O ballet fala sobre um triângulo amoroso vivido por Swanilda, Franz 
e Coppélia, filha de Dr. Coppelius, um excêntrico inventor. No desenrolar 
da trama, Swanilda consegue entrar escondida na casa de Dr. Coppelius 
e descobre que Coppélia na verdade é uma boneca com olhos de 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 7 
vidro. É então que a confusão se inicia, pois Swanilda troca de lugar com 
a boneca justamente no momento em que Dr. Coppelius iria usar a força 
vital de Franz para dar vida a ela. No fim Dr. Coppelius percebe que fora 
enganado e Franz que se apaixonara por uma boneca. O ballet foi 
composto por Arthur Saint-Leon, com música de Léo Delibes e estreou em 
1870 tendo como protagonista a jovem Guiseppina Bozacchi. O ballet foi 
encenado poucas vezes, devido ao início da guerra franco-prussiana. A 
Ópera foi fechada e os bailarinos, como os demais cidadãos, 
pereceram. 
 
Após a guerra a Ópera foi reaberta, em 1871, mas as coisas não voltaram 
a ser como antes. O ballet estava em decadência e o culto às bailarinas 
atingira proporções tais que a participação masculina fora ignorada e o 
ballet tornara-se um mero pretexto para exibições de beleza. 
 
Principais coreógrafos do romantismo: 
 
• Filippo Taglioni: Nasceu em Milão em 1778 e faleceu em Como em 1871. 
Fez sua estreia como bailarino na cidade de Pisa em 1794 e atuou como 
primeiro bailarino por muitos anos em Floresça, Veneza e Liorne. Em 1803 
assume como primeiro bailarino e como mestre de ballet no Teatro Real 
de Estocolmo. Casou-se com Anna Karsten e teve dois filhos: Marie e Paul 
Taglioni. Foi um grande coreógrafo, criando inúmeros ballets, dentre os 
mais famosos estão: A Sílfide, O Deus e a Bailadeira, A Revolta no Harém, 
A Filha do Danúbio, A Sombra, A Cigana. 
 
• Jean Coralli: Nasceu em Paris em 1779 efaleceu em Paris em 1854. 
Descendente de uma família bolonhesa, foi aluno da Escola de Dança 
anexa à Ópera e estreou em 1802. Produziu inúmeros ballets e acredita-
se que no ano de 1825 (não se tem certeza sobre a data) foi nomeado 
Maître de ballet no Théatre de la Porte Saint-Martin, em Paris. Foi um 
grande professor, formando muitos bailarinos notáveis, dentre os quais 
podemos citar seu próprio filho, Eugéne Coralli. Em 1831 passou a 
coreografar no Théatre de l’Académie Royale de Musique, onde 
comporia suas obras mais conhecidas, dentre as quais podemos citar O 
Diabo Coxo, A Tarântula, A Perí, e o mais consegrado, Giselle. 
 
• Jules Perrot: Nasceu em Lyon em 1800 e faleceu em Paramé em 1892. 
Passou a juventude viajando com uma companhia ambulante em que 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 8 
desempenhava papeis que exigiam habilidades acrobáticas. Foi aluno 
de Vestris e estreou na Ópera de Paris em 1830. Em 1940 conhece Carlota 
Grisi, se apaixona e posteriormente se casa com ela. Em 1848 foi 
contratado para São Petersburgo como bailarino e em 1851 recebeu o 
título de Maître de ballet, conservando-o até sua aposentadoria em 1860. 
Dentre seus ballets mais famosos estão A Filha do Fogo, Ondine, A 
Esmeralda, A Dríade, O Julgamento de Páris, e o mais consagrado, Pas 
de Quatre, que reunia as maiores estrelas do ballet clássico. 
 
• Arthur Saint-Léon: Nasceu em 1815 e faleceu em 1870, não se tem 
informações sobre o local de seu nascimento e de sua morte. Foi um 
bailarino e coreógrafo muito solicitado, tendo trabalhado em Lisboa, 
Bordéus, Viena, Berlim, Madrid, Roma, Florença e em outras cidades. Um 
de seus primeiros ballets foi La Vivandière, criado em 1844 para Fanny 
Cerrito, que posteriormente seria sua esposa. Em 1852 Saint-Léon 
escreveu um tratado sobre notação coreográfica, La 
Stenochoreographie. Entre as principais criações deste coreográfo 
podemos citar A Vivandeira, A Donzela de Mármore, O Violino do Diabo, 
e o mais ilustre, Coppelia, a Moça dos Olhos de Esmalte 
 
Principais bailarinas do romantismo: 
 
• Marie Taglioni: Nasceu em Estocolmo em 24 de abril de 1804. Filha de 
Filippo Taglioni, que era professor de ballet. Era delgada e franzina, além 
de etérea, delicada e muito rápida. Foi primeira bailarina na Ópera de 
Paris e em 1832 estreia o ballet La Sylphide, composto por seu pai. 
 
• Fanny Elssler: Nasceu em Viena em 1810. Era filha de músicos e estudou 
dança com Filippo Taglioni. Era bonita, rápida, sensual, e tinha muita 
presença em cena. Ficou conhecida por desenvolver um estilo oposto 
ao de Marie Taglioni. Seu ballet mais famoso foi La Cachucha. 
 
• Carlotta Grisi: Nasceu na Itália em 1819. Foi aluna de Guillet e de Jules 
Perrot. Seu ballet mais famoso é Gisele, escrito por Théophile Gauthier 
especialmente para ela. Grisi dançava com encanto e sedução, 
mesclando características de Marie Taglioni e de Fanny Elssler. 
 
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Aula 3 – A origem do Ballet Clássico – parte 2 Página | 9 
• Lucille Grahn: Nasceu na Dinamarca em 1819 e foi aluna Bournonville. 
Possuía suavidade e virtuosismo técnico. Seus ballets mais famosos são 
Dom Quixote e O Carnaval em Veneza. 
 
Juntas estas quatro bailarinas formaram originalmente o Pas de Quatre 
coreografado por Jules Perrot, que foi dançado por muito tempo em 
toda a Europa. 
 
• Fanny Cerrito: Nasceu na Itália em 1821. Era considerada sem 
graciosidade, mas a sua técnica apurada e sua extrema flexibilidade 
foram fatores que a fizeram se destacar. Seus principais ballets foram 
Ondine e La Vivandière. Também dançou o Pas de Quatre em uma 
segunda remontagem deste ballet. Além de bailarina, Cerrito foi 
também coreógrafa. 
 
 
Características do Ballet Romântico – Resumo 
 
• Surgiu no século XIX, na década de 1830 na França 
• Criava um mundo de ilusão - o ballet se modificou dando maior vazão 
à fantasia e aos sentimentos 
• A mulher se tornou o destaque do ballet, tanto em número quanto em 
importância e passou a uma esfera sobre-humana 
• O homem passou a ocupar um lugar subalterno 
• O ideal da bailarina romântica e etérea, como se não tivesse peso e 
quase transparente trouxeram grande modificação na técnica 
• O corpo de baile foi enriquecido e passou a ter mais importância 
• Foram introduzidas as sapatilhas de pontas 
• As roupas ficaram mais leves, facilitando os movimentos 
• Os movimentos se tornaram mais expressivos, com destaque para os 
braços 
• As histórias eram divididas em duas partes: o mundo real – colorido – e 
o mundo da fantasia - branco 
• O ballet A Sílfide, criado por Felipe Taglioni, é considerado o primeiro 
ballet romântico 
• O ballet Gisele é considerado um marco no Romantismo por ser o 
primeiro em que todo o corpo de baile dançou nas pontas 
• O ballet Coppélia é considerado o último ballet romântico por 
apresentar certa despreocupação com o estilo. 
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Referências Bibliográficas 
 
Bourcier, Paul. História da dança no Ocidente. Tradução de Marina 
Appenzeller. 2ª edição –São Paulo. Editora Martins Fontes, 2001. 
Rengel, Lenira. Pequena viagem pelo mundo da dança. Lenira Rengel, 
Rosana van Langendonck. São Paulo. Editora Moderna, 2006. 
Wosniak, Cristiane. História da Dança. Curitiba, 2010. 
Monteiro, Mariana. Noverre – Cartas sobre a dança. São Paulo. Editora 
da Universidade de São Paulo, Fapesp, 1998.

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