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1 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA ..................................................... 2 
2 OS PAIS DA SOCIOLOGIA ............................................................ 3 
2.1 O Positivismo ..................................................................................... 10 
2.2 A abordagem Funcionalista ................................................................ 14 
2.3 O indivíduo e a sociedade .................................................................. 14 
2.4 Outros conceitos importantes ............................................................. 18 
3 O DIREITO E A CULTURA ........................................................... 19 
4 O CONTROLE SOCIAL ................................................................ 20 
5 INTRODUÇÃO à SOCIOLOGIA JURÍDICA .................................. 21 
5.1 Fronteiras Disciplinares ...................................................................... 22 
5.2 O Objeto da Sociologia Jurídica ......................................................... 22 
6 PRINCIPAIS CONCEITOS EM SOCIOLOGIA URBANA ............. 23 
7 SOCIOLOGIA POLÍTICA .............................................................. 25 
8 SOCIOLOGIA INDUSTRIAL ......................................................... 27 
9 SOCIOLOGIA DO TRABALHO..................................................... 28 
10 SOCIologia RURAL ...................................................................... 29 
11 SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO .................................................... 31 
12 A SOCIOLOGIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA .............. 34 
13 COMO A SOCIOLOGIA PODE AJUDAR EM NOSSA VIDA PESSOAL?
 35 
14 SOCIOLOGIA E FORMAÇÃO PESSOAL: A IMPORTÂNCIA DO 
ESTUDO DA SOCIOLOGIA ............................................................................. 38 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 41 
 
 
 
 
2 
 
1 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA 
A palavra sociologia vem da fusão de dois termos: societas, termo em latim que 
significa sociedade, e logos, termo grego que significa estudo, ciência. Sociologia 
significa o estudo científico da sociedade, o estudo das formas de convivência 
humana. 
 
Fonte: 
www.google.com 
A Sociologia estuda as relações sociais e a forma de associação. É uma 
disciplina que considera as interações que ocorrem na vida em sociedade: envolve o 
estudo dos grupos e dos fatos sociais, das divisões em classes e camadas, da 
mobilidade social e da interação entre as pessoas e grupos que a constituem. Em 
síntese, a Sociologia é uma ciência que estuda a sociedade por meio da observação 
do comportamento humano. 
A Sociologia é uma Ciência Social. É importante ressaltar que os métodos 
utilizados nas Ciências Sociais são diferentes dos métodos utilizados nas Ciências 
Naturais. Estas empregam vários métodos precisos – cálculos, previsibilidade, 
demonstrações. Já as Ciências Sociais empregam processos quantitativos e de 
observação. 
 
3 
 
O objetivo das Ciências Sociais é ampliar o conhecimento sobre o ser humano 
em suas interações sociais. A Sociologia revela a sociedade como ela é de fato, não 
como ela deveria ser. O propósito da Sociologia é o de contribuir para uma melhor 
compreensão a respeito da sociedade, o que permite que medidas sejam tomadas 
para melhorar a vida daqueles que dela fazem parte. 
O estudo sistemático da sociedade humana se iniciou na Antiguidade. O grande 
filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), autor de Política, afirmou que “o homem 
nasce para viver em sociedade”. 
Na Idade Média, foram pensadores ligados à Igreja que refletiam sobre os 
assuntos pertinentes à sociedade humana. Durante o Renascimento, sugiram vários 
pensadores que abordaram fenômenos sociais: entre eles, Maquiavel (autor do 
famoso clássico político, O Príncipe), Erasmo de Roterdã (Elogio da Loucura), 
Thomas Morus (Utopia) e Francis Bacon (Nova Atlântida). 
Uma obra particularmente importante ao desenvolvimento do estudo da 
Sociologia foi escrita por Giambattista Vico, no século XVIII. Na sua obra A Nova 
Ciência, Vico escreveu que a sociedade se suborna a leis definidas que podem ser 
descobertas pelo estudo e pela observação objetiva. Sua afirmação de que “O mundo 
social é, com toda certeza, obra do homem”, foi uma ideia revolucionária. 
Anos mais tarde, o famoso filósofo Jean-Jaques Rousseau reconheceu que a 
sociedade exerce uma profunda influência sobre o indivíduo. Em sua célebre obra O 
Contrato Social, Rousseau afirmou que “O homem nasce puro, a sociedade é que o 
corrompe”. 
Mas foi apenas a partir do século XIX, através de Augusto Comte, Herbert 
Spencer, Gabriel Tarde, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, que o estudo da 
sociedade se tornou verdadeiramente científico. 
2 OS PAIS DA SOCIOLOGIA 
Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da 
Sociologia. Comte foi o criador do positivismo, no século XIX, que constituiu a base 
para o surgimento do cientificismo. O cientificismo acredita que a única forma que 
existe para se chegar ao conhecimento é por meio da ciência. 
 
4 
 
Comte lutava para que todos os ramos de estudos fossem abordados com a 
máxima objetividade. Este pensador francês defendia o ponto de vista de serem 
válidas apenas as análises das sociedades que eram feitas com espírito científico, ou 
seja, com objetividade e sem metas preconcebidas. Os estudos das relações 
humanas deveriam constituir uma nova ciência, a que se deu o nome de Sociologia. 
De fato, Comte foi o primeiro a usar a palavra sociologia, em 1839, em seu Curso de 
Filosofia Positiva. Segundo Comte, a Sociologia é a ciência suprema, estando acima 
de todas as filosofias e religiões. “Dela tudo parte e a ela tudo se reduz, ” afirmou. 
Mas foi a partir do trabalho de Émile Durkheim (1858-1917) que a Sociologia 
passou, de fato, a ser considerada uma ciência. Com seu rigor científico, Durkheim 
classificou a Sociologia como uma ciência com credibilidade, e assim ela se 
desenvolveu academicamente. Foi Durkheim quem formulou os primeiros conceitos 
da Sociologia. Ele demonstrou que os fatos sociais têm características próprias. Para 
Durkheim, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais. 
O que são os fatos sociais? De acordo com Durkheim, são o modo como um 
grupo social pensa, sente e age. Para Durkheim, os fatos sociais existem 
independentes da vontade de uma pessoa, antes mesmo de ela nascer, e são 
impostos pela sociedade. 
Os fatos sociais são basicamente caracterizados por três características: 
1. Generalidade: o fato social é comum a todos, ou a pelo menos à maioria, de 
um grupo de pessoas. Exemplos: a forma de habitação, de comunicação, de sentidos 
e moral. 
2. Exterioridade: o fato social existe, não dependendo da vontade do indivíduo. 
São as leis, as regras sociais e os costumes que são impostos de maneira coercitiva. 
3. Coercitividade: os indivíduos se sentem pressionados a adotar o 
comportamento estabelecido. As pessoas são obrigadas a viver conforme as regras 
da sociedade, independente de sua vontade ou escolha. 
Os fatos sociais, de acordo com Durkheim, podem ser estudados de forma 
objetiva, como “coisas”. Da mesma maneira como a Biologia estuda a natureza, a 
Sociologia estuda os fatos sociais. Para a teoria sociológica de Durkheim, os fatos 
 
5 
 
sociais têm existência própria, ou seja, independem das crenças e ações de 
indivíduos.1 
Surgiu como uma das manifestações do pensamento moderno. A evolução do 
pensamento científico intenta cobrir uma nova área do conhecimento humano ainda 
não incorporada ao saber científico, qual seja, o mundo social. 
Enquanto ciência, a sociologia tinha o objetivo de sistematizar o estudo dos 
fenômenos sociais em busca de resolução aos problemas sociais. Os sociólogos 
buscam compreender as diferentes interações entre as pessoas para que possam 
estabelecer relações de causa e efeitodos diferentes fenômenos sociais e “assim 
indicar para as organizações públicas e privadas maneiras de atender às 
necessidades dos indivíduos, buscar os seus direitos, estabelecer os seus deveres ou 
o que quer que seja para a humanidade como um todo avance em busca de melhor 
qualidade de vida” (DIAS, idem). 
Augusto Comte (positivista2): “as sociedades estavam em estado de caos 
social, era necessário restabelecer a ordem nas ideias e nos conhecimentos”. Comte 
estabeleceu as bases iniciais do que seria uma ciência social, abriu perspectivas para 
um novo campo de pesquisa científica o qual se ocupou dos fenômenos sociais. 
Surgimento da Sociologia: mudanças provocadas pela revolução científico-
tecnológica (Revolução Industrial) iniciada no século XVIII. Influência também da 
Revolução Francesa de 1789. 
Esse surgimento ocorre num contexto histórico específico: nos derradeiros 
momentos da desagregação da sociedade feudal e da consolidação da sociedade 
capitalista. (MARTINS, 2007, p. 10). Mudanças profundas no campo social. 
As relações entre as pessoas de uma realidade rural (relações pouco 
complexas) passam a sofrer modificações em função das novas estruturas sociais que 
se desenvolveram em torno de uma nova realidade industrial complexa. 
“(...) em cerca de cem anos, a Europa de sítios, rendeiros e artesãos tornou-se 
uma Europa de cidades abertamente industriais (...). Os utensílios manuais e os 
dispositivos mecânicos simples foram substituídos por máquinas, a lojinha do artífice 
pela fábrica. (...) Os aldeãos, como as suas antigas ocupações se tornavam 
 
1 Extraído do link: www.educabras.com 
 
6 
 
supérfluas, emigravam para as minas e para as cidades fabris, tornando-se os 
operários da nova era (...), enquanto uma classe profissional de empreiteiros, 
financeiros e empresários, de cientistas, inventores e engenheiros se salientava e se 
expandia rapidamente”. (HENDERSON apud DIAS, 2005, p. 15). 
Principais características da Revolução Industrial: 
Transformação da economia inglesa, que passou de predominantemente 
agrária a uma economia industrial. 
Relação patrão x empregado; homem x máquina. 
Com o advento da Revolução Industrial, surgem novos papéis sociais, 
principalmente o empresário capitalista e o de operário. 
Com a consolidação industrial se configura um ‘mercado de trabalho’, no qual 
se vendem as ‘capacidades de trabalho’ (na linguagem de Marx, a alienação da força 
de trabalho). Os novos trabalhadores industriais têm que empregar 
disciplinadamente3 sua força laboral em benefício dos detentores dos meios-de-
produção, do local de trabalho, do maquinário e da matéria-prima (os capitalistas). 
“O empresário capitalista foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as 
terras e as ferramentas sob o seu controle, convertendo grandes massas humanas 
em simples trabalhadores despossuídos. Cada avanço com relação à consolidação 
da sociedade capitalista representava a desintegração, o solapamento de costumes e 
instituições até então existentes e a introdução de novas formas de organizar a vida 
social” (MARTINS, 2007, p. 12). 
Em decorrência da rápida urbanização, é provocado o aumento de problemas 
sociais, como ausências de moradia, miséria, precariedade de serviços sanitários e 
de saúde, prostituição, alcoolismo, suicídios, infanticídios, surtos de violências e de 
epidemias (cólera, tifo) entre outros. 
Características fundamentais das novas formas de organização social: 
 Substituição progressiva do trabalho humano por máquinas 
 A divisão do trabalho e a necessidade de sua coordenação (que resulta no 
empobrecimento intelectual do empregado e não do aumento da habilidade 
individual). 
 Mudanças culturais no trabalho (problemas na gestão do fator humano – 
imposição de disciplina rígida e articulação dos indivíduos isolados); 
 Produção de bens em grande quantidade; 
 
7 
 
 Surgimento de novos papéis sociais (empresário X operário). Agora os 
trabalhadores não vendiam mais os seus produtos, mas sua ‘capacidade de 
trabalho’. 
Surgimento do proletariado: 
Um dos pontos mais significativos dos anos que se seguiram a este estado de 
coisas foi o surgimento do proletariado, que desempenha um papel histórico essencial 
ao desenvolvimento da sociedade capitalista. 
Os trabalhadores começam a negar suas condições de vida. Passam a se 
revoltar e destruir máquinas, sabotar oficinas, cometer roubos e crimes, evoluindo 
para as associações livres, criação de sindicatos, etc. A classe operária começou a 
organizar-se. 
- Todos esses eventos de impacto social profundo colocaram a sociedade num plano 
de análise. A sociedade passa a se constituir em “problema”, em “objeto” a ser 
analisado. 
Os primeiros homens que se preocuparam com essas transformações não 
eram homens da ciência (ainda), mas homens que, pela ação, queriam empreender 
uma mudança (no século XVIII para o XIV: Owen, Willian Thompson, Jeremy 
Bentham, por exemplos). 
A sociologia surge como constituição de um saber sobre a sociedade, ela 
constitui uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela revolução 
industrial. 
- Mudança no pensamento: 
Não só as transformações sociais foram importantes no surgimento da sociologia, mas 
também uma mudança no pensamento: 
Renúncia a uma visão sobrenatural para explicar os fatos, substituindo-a por uma 
indagação racional. Há modificações na forma de se conhecer a natureza e a cultura. 
A experimentação e o método científico são aplicados para o conhecimento da 
natureza (domínio racional da natureza). O progresso nesse campo é intenso, desde 
Copérnico a Newton. 
A crença cede lugar à dúvida metódica a fim de possibilitar um conhecimento objetivo 
da realidade. 
Esse conhecimento deveria ser estendido e aplicado ao estudo da sociedade. 
Passa-se a buscar leis gerais sobre a sociedade, campo em que deveriam ser 
 
8 
 
evitadas conjecturas e especulações (Ferguson apud Martins, 2007, p. 19). O método 
é o empírico e indutivo (baseado no método das ciências da natureza). 
Compreensão de uma lógica do processo histórico (Vico, Hegel, Marx). 
Alie-se a esses fatos que o iluminismo e a revolução burguesa (1789) questionavam 
as instituições da época denunciando-as injustas e irracionais, que atentavam contra 
a natureza dos indivíduos e impediam a liberdade do homem. 
Surge uma crescente racionalização da vida social. As instituições começam a 
ser vistas como produtos da atividade do próprio homem, e não fenômenos sagrados 
e imutáveis. Sendo produtos do homem, elas podem ser transformadas com a ajuda 
da filosofia e da sociologia (Marx). 
A partir da terceira década do século XIX intensificam-se as crises econômicas 
e as lutas de classe na sociedade francesa. A burguesia, já no poder, começa a utilizar 
as instituições estatais para conter o movimento social e a “desordem”. Tornam-se 
evidentes os motivos da revolução burguesa (em prol da burguesia, que se torna elite). 
A Revolução segue seu curso: à medida que vai aparecendo a cabeça do 
monstro, descobre-se que, após ter destruído as instituições políticas, ela suprime as 
instituições e muda, em seguida, as leis, os usos, os costumes e até a língua; após 
ter arruinado a estrutura do governo, mexe nos fundamentos da sociedade e parece 
querer agredir até Deus; quando essa mesma Revolução expande-se rapidamente 
por toda a parte com procedimentos desconhecidos, novas táticas, máximas 
mortíferas, poder espantoso que derruba as barreiras dos impérios, quebra coroas 
esmaga povos e – coisa estranha – chega ao mesmo tempo ganhá-los para a sua 
causa; à medida que todas as coisas explodem o ponto de vista muda. O que à 
primeira vista parecia aos príncipes da Europa e aos estadistas um acidente comum 
na vida dos povos, tornou-se um fato novo, tão contrário a tudo que aconteceu antes 
no mundo e no entanto tão geral, tão monstruoso, tãoincompreensível que, ao 
apercebê-lo, o espírito fica como que perdido (Alexis de Tocqueville apud Martins, 
2007 p. 24-26). 
Passada a revolução, alguns pensadores franceses como Durkheim e Comte 
começam a fomentar uma ciência social ao buscar entender a nova realidade 
provocada pela revolução. Esses pensadores nutriam certo rancor pela revolução, 
principalmente pelos seus falsos dogmas (liberdade, igualdade e importância do 
indivíduo em face das instituições sociais). Esses primeiros teóricos começam a 
 
9 
 
utilizar os termos “anarquia”, “perturbação”, “crise”, “desordem” para julgar aquele 
estado de coisas. 
Os novos teóricos propõem racionalizar a nova ordem e encontrar soluções. 
Para tanto era necessário conhecer as “leis” (científicas) que regem os fatos sociais. 
Saint-Simon: “a filosofia do último século foi revolucionária; a do século XX deve 
ser reorganizadora” (apud Martins, 2007, p. 28). 
Auguste Comte: “a nova teoria positiva da sociedade deve ensinar os homens 
a aceitar a ordem (industrial) existente, deixando de lado sua negação” (idem). 
- A sociologia, nova ciência da sociedade, surge com fins e interesses práticos. 
A nova ciência assumia como tarefa intelectual repensar o problema da ordem 
social, enfatizando a importância de instituições como a autoridade, a família5, a 
hierarquia social, destacando a sua importância teórica para o estudo da sociedade. 
Mas, no início, a sociologia surge tentando instaurar um estado de equilíbrio, 
pregando a ordem e a obediência (como a defesa do papel chefe de família por Le 
Play). A sociologia revestiu-se de indisfarçável conteúdo estabilizador, ligando-se aos 
movimentos de reforma conservadora da sociedade. 
Comte intentava atribuir o status de ciência natural à sociologia, inclusive 
separando-a, por seu objeto, da filosofia e da economia: 
Entendo por física social a ciência que tem por objeto próprio o estudo dos 
fenômenos sociais, segundo o mesmo espírito com que são considerados os 
fenômenos astronômicos, físicos, químicos e fisiológicos, isto é, submetidos a leis 
invariáveis, cuja descoberta é o objetivo de suas pesquisas. Os resultados de suas 
pesquisas tornam-se o ponto de partida positivo dos trabalhos do homem de Estado, 
que só tem, por assim dizer, como objetivo real descobrir e instituir as formas práticas 
correspondentes a esses dados fundamentais, a fim de evitar, ou pelo menos mitigar, 
quanto possível, as crises mais ou menos graves que um movimento espontâneo 
determina, quando não foi previsto. Numa palavra, a ciência conduz à previdência, e 
a previdência permite regular a ação. (apud Martins, 2007 p. 32). 
- A sociologia só se liga ao socialismo e ao comunismo posteriormente. À época 
de Comte se pretendia colocar em questão os fundamentos da sociedade capitalista 
por intermédio de um estudo por uma ciência positivista. 
 
10 
 
2.1 O Positivismo 
- O positivismo foi uma reação intelectual conservadora às transformações 
desencadeadas pela Revolução Francesa e Industrial, transformações que não eram 
previstas pelos filósofos e intelectuais (urbanização, miséria, suicídio, epidemias, etc.). 
 
Fonte:aprovadonovestibular.com 
- Esses conservadores construíram suas obras contra a herança iluminista que, 
na visão de Auguste Comte, só fazia criticar as velhas instituições sociais 
(negativismo). O Positivismo tinha a intenção de construir (positiva, portanto) uma 
nova coesão social, uma nova sociedade saudável sob o solo de instituições fortes 
como a família, a religião e o grupo social. 
- Não obstante, antes de se falar propriamente dos positivistas, é mister 
mencionar os críticos pioneiros aos revolucionários, os pensadores conhecidos como 
profetas do passado. 
- Os conservadores que foram chamados profetas do passado construíram 
suas obras contra a herança dos filósofos iluministas. A inspiração desses “profetas” 
era a sociedade feudal, com sua estabilidade e acentuada hierarquia social (não 
defendiam propriamente o capitalismo por sua faceta industrial e financeira). 
- Responsabilizavam os iluministas e suas ideias como desencadeadores da 
Revolução de 1789 (um castigo de Deus à humanidade, segundo tais conservadores). 
 
11 
 
- Os conservadores, defensores fervorosos das instituições religiosas, 
monárquicas e aristocráticas, que se encontravam em processo de desmoronamento, 
consideravam as crenças iluministas como aniquiladoras da propriedade, da 
autoridade, da religião e da própria vida. Julgavam a época moderna era dominada 
pelo caos social. A Revolução de 1789 era o último elo dos acontecimentos nefastos 
iniciados com o Renascimento, a Reforma Protestante e a era da razão. 
- Exemplos desses pensadores: Edmund Burke (1729-1797), Joseph de 
Maistre (1754-1821), Louis de Bonald (1754-1840). 
- Pois bem. Estes profetas do passado, conservadores, constituíram um ponto 
de referência para os pioneiros da sociologia, interessados na preservação da nova 
ordem econômica e política que estava sendo implantada na Europa daquela época. 
- Mas estes pioneiros adaptaram as concepções dos profetas do passado às 
novas circunstâncias históricas. Não era possível o retorno à sociedade feudal e a 
restauração de suas instituições. Mas o que encantava os pensadores pioneiros da 
sociologia era a devoção daqueles “profetas” na tentativa de manutenção da ordem. 
- Os primeiros positivistas, Sait-Simon (1760-1825), Auguste Comte (1798-
1857) e Émile Durkheim (1858-1917), revisaram algumas das ideias conservadoras e 
as adaptaram na tentativa de alcançar meios de manutenção da ordem na nova 
sociedade, defendendo os interesses dominantes da sociedade capitalista (Martins, 
2007 p. 40). 
- Saint-Simon é considerado o mais eloquente dos profetas da burguesia, um 
entusiasta da sociedade industrial. Para ele as relações sociais haviam se tornado 
instáveis e o problema a ser enfrentado era o da restauração da ordem. Via no 
industrialismo a possibilidade de satisfação das necessidades humanas e constituía a 
única fonte de riqueza e prosperidade. 
- A função do pensamento social neste contexto deveria ser a de orientar a 
indústria e a produção. 
- Para Saint-Simon a ciência poderia desempenhar a função de conservação 
social como fez a religião na época medieval. 
- Os fabricantes, comerciantes e banqueiros seriam os novos suseranos 
(senhores feudais). Esta elite estabeleceria os objetivos da sociedade e comandaria 
a classe trabalhadora. 
 
12 
 
- Os ímpetos revolucionários deveriam ser freados e a melhoria da condição de 
vida dos trabalhadores partiria (seria de iniciativa) da elite formada pelos industriais e 
cientistas. 
- Saint-Simon tinha uma faceta progressista, que se tornaria, posteriormente, 
influência ao socialismo. 
- Auguste Comte foi secretário particular de Saint-Simon, tendo acatado 
algumas de suas ideias. Comte era um pensador inteiramente conservador e um 
defensor sem ambiguidades da nova sociedade (que deveria ser criada com base na 
ordem). 
- Culpava também os iluministas por terem disseminado o veneno da 
desintegração social. 
- A proposta de Comte era o restabelecimento da ordem nas idéias e nos 
conhecimentos, criando um conjunto de crenças comuns a todos os homens. 
- Para o conhecimento humano, Comte buscou os princípios para o seu 
estabelecimento sob uma base positivista (a verdadeira filosofia deveria proceder de 
forma positiva diante da sociedade). 
- A sociologia, ao lado das demais ciências naturais (matemática, biologia, 
física, química) deveria se formas como uma física social. Ela deveria utilizar em suas 
investigações os mesmos procedimentos das ciências naturais, tais como a 
observação, a experimentação, a comparação, etc. 
- Ordem e progresso constituíram os termos centrais da proposta de Comte. 
Deveriam ser elementos da nova sociedade. Mesmo conservador, ele achava que as 
ideias dos profetas do passado impediam o progresso.De outro lado, as ideias 
revolucionárias, em que pese pregassem o progresso, esqueciam-se da ordem. 
- Émile Durkheim também tinha uma preocupação constante com a questão da 
ordem. De modo sistemático ocupou-se de estabelecer o método de investigação da 
sociologia. 
- Na época dele as ideias socialistas ganhavam terreno (e já havia sindicatos e 
greves aconteciam). 
- Ele discordava das teorias socialistas porque elas devam uma ênfase muito 
significativa aos fatos econômicos para diagnosticar a crise europeia. Para Durkheim 
esse problema não tinha uma natureza econômica, mas advinha de uma fragilidade 
 
13 
 
moral da época em orientar adequadamente o comportamento dos indivíduos. Para 
ele, também, era necessária a ordem. 
- A proposta dos socialistas de redistribuição de riquezas e modificações na 
propriedade (medidas de natureza econômica) não contribuía para a solução da 
“doença social”. 
- Seria fundamental, dessarte, o encontro de novas ideias morais capazes de 
guiar a conduta dos indivíduos – a ciência poderia encontrar soluções nesse sentido. 
- Possuía uma visão otimista da nascente sociedade industrial. Dizia até que a 
divisão do trabalho não era prejudicial ao trabalhador e não originava conflitos sociais, 
mas um benefício que aumentava a solidariedade e a cooperação entre os homens. 
- O problema, repisa-se, era a falta de valores morais aptos à coesão social. 
Isso fazia com que a sociedade industrial mergulhasse num estado de anomia6, um 
estado de ausência de regras claramente estabelecidas. A sociedade era incapaz de 
exercer controle sobre o comportamento de seus membros, ela estava doente (mostra 
disso era a crescente quantidade de suicídios em sua época). 
- A sociologia deveria se preocupar com os fatos sociais que se apresentavam 
aos indivíduos como exteriores e coercitivos. Os fatos sociais já existem antes mesmo 
do nascimento das pessoas e são, para elas, verdadeiras e significativas influências 
de comportamento (exemplo: o direito, os costumes, as crenças tradicionais, as 
crenças religiosas, o sistema financeiro, etc.). 
- Para a saúde social, para o bom funcionamento da sociedade eram 
necessários incentivos à moderação dos interesses econômicos, a ênfase na noção 
de disciplina e dever, assim como a difusão ao culto à sociedade, às suas leis e 
hierarquia existente. 
A função da sociologia, nessa perspectiva, seria a de detectar e buscar 
soluções para os “problemas sociais”, restaurando a “normalidade social” e se 
convertendo dessa forma numa técnica de controle social e de manutenção do poder 
vigente. (Martins, 2007, p. 50). 
 
14 
 
2.2 A abordagem Funcionalista 
A investigação funcionalista busca explicação das instituições sociais e 
culturais em termos de contribuição que estas fornecem à manutenção da estrutura 
social. 
- O funcionalismo estuda os fenômenos sociais a partir das funções que 
desempenham na sociedade. Considera que a sociedade é uma totalidade orgânica 
na qual os diferentes elementos se explicam pela função que preenchem, pelo papel 
que desempenham, pelo modo que estão ligados uns aos outros no interior desse 
todo. As partes do todo são inter-relacionadas e interdependentes. 
- Organicismo biológico de Herbert Spencer: os organismos sociais, quanto 
mais crescem, mais se tornam complexos, ficando as partes mutuamente 
dependentes. Análise das estruturas, órgão e funções. 
- Cada costume, cada crença, cada objeto material tem uma função vital, 
representando uma parte insubstituível do todo orgânico (como doutrina Bronislaw 
Malinowski 1884-1942). 
O sistema social é entendido como unidade funcional e a estrutura social é o 
acordo entre as pessoas que têm entre si relações institucionalmente controladas e 
definidas. A perspectiva funcionalista leva em conta o olhar do observador, e não do 
agente social. A função social se refere às consequências objetivas e observáveis, 
não as intenções subjetivas dos participantes (Robert Merton apud Dias, 2005, p. 27). 
Daí a diferenciação entre função manifesta (obtida por uma percepção objetiva 
de uma ação ou instituição social) e função latente (não imediatamente observada 
pelo participante, embora verdadeira). Exemplo: a escola. Tem a função de transmitir 
às futuras gerações os conhecimentos acumulados (manifesta), ou a função de 
controle social, reproduzindo os valores aceitos e que invariavelmente não podem ser 
questionados (latente)? 
2.3 O indivíduo e a sociedade 
 A cultura 
 
15 
 
É algo inerente ao ser humano. Não há cultura fora dos humanos. O homem, 
ao contrário de outros animais, não vive no mundo natural tal como esse lhe foi 
apresentado. 
A cultura se origina quando o homem começa a se diferenciar de outros animais 
(há milhares de anos), quando ele começa a utilizar instrumentos que facilitam sua 
ação cotidiana, começa a usar agasalhos e a se organizar além do que sua condição 
biológica lhe exigia (não só satisfazia as necessidades que sua condição biológica lhe 
impunha como a necessidade de comer, de se reproduzir, de se defender, de se 
proteger do tempo, etc.). 
A capacidade de adaptação do homem propicia sua adaptação aos locais em 
que decidia viver. Essa capacidade não o prendia a nenhum nicho ecológico. 
A capacidade de intervenção do homem na natureza aumentou e pouco a 
pouco foi diminuindo sua dependência aos limites impostos pelo instinto biológico. 
Esses atos, procedimentos e criações que foram desenvolvidos pelo homem e 
que não estavam relacionados com o instinto natural é o que denominamos cultura. 
O simples uso de uma pedra como peso para papel, por exemplo, é cultura. 
E o meio cultural socializa novas gerações tornando o ser humano um herdeiro 
de um longo processo acumulativo que reflete o conhecimento e a experiência 
adquiridos pelas numerosas gerações que o antecederam. “A manipulação adequada 
e criativa desse patrimônio cultural permite as inovações e as invenções” (Laraia apud 
Dias, 2005, p. 50). 
Dessarte, vê-se que sociologicamente (cientificamente) o conceito de cultura 
se distingue do sentido comumente partilhado pelo senso comum (quando se diz, por 
exemplo, que fulano tem muita cultura porque possui uma quantidade de 
conhecimento admirável, ou quando se diz que a cultura do índio é inferior à do 
homem branco). Todos os seres humanos possuem cultura, e esta não pode ser 
melhor ou inferior a outra – serão somente diferentes. 
Assim, afirmar que uma pessoa tem mais cultura que a outra constitui um juízo 
de valor emitido a partir do referencial de determinada cultura (etnocentrismo7). 
O entendimento do real significado da cultura, da relatividade dos hábitos, 
costumes e valores - frente à diversidade – e da sua transitoriedade poderão tornar o 
ser humano mais tolerante, pois aquilo que nos parece adequado pode ter diferentes 
significados em outros lugares. 
 
16 
 
Como se disse, a cultura é um fenômeno eminentemente humano. Não há 
cultura fora dos humanos. Toda criação humana, material ou não material, é cultura; 
onde não há intervenção ou criação humana temos somente a natureza. Podemos 
falar, portanto, na existência de meio ambiente natural e meio ambiente cultural. 
O ambiente cultural do homem inclui, por exemplo, as vilas, as aldeias, as 
cidades os animais domésticos, as plantações, os novos relacionamentos entre os 
indivíduos, a linguagem, as crenças, as religiões, a música, a tecnologia etc. 
Subcultura - Conjunto de traços comuns entre indivíduos que estão ligados a 
um outro conjunto maior (que abarca maiores diversidades) que é a cultura. A cultura 
humana é formada por um número indeterminável de subculturas, que podem ser 
estudadas como unidades bem caracterizadas. Assim podemos falar da cultura 
francesa, da indiana, da brasileira, que são subculturas da cultura humana em geral. 
Vejam-se algumas definições de cultura: 
- Sistema de ideias, conhecimentos, técnicas e artefatos,de padrões de 
comportamento e atitudes que caracteriza uma sociedade. 
- Conjunto acumulado de símbolos, ideias e produtos materiais associados a 
um sistema social, seja ele uma sociedade ou uma família. 
 
- “Cultura é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, 
direito, costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro 
da sociedade”. (Tylor, 1871). 
A cultura abrange tudo o que foi criado pela humanidade, tanto do ponto de 
vista material como não material. Inclui ideias, valores, manifestações artísticas de 
todo tipo, crenças, instituições sociais, conhecimentos científicos e técnicos, 
instrumentos de trabalho, tipos de vestuário, alimentação, construção, etc. 
É a cultura que estabelece os limites no qual se desenvolve toda a ação social 
(por exemplo, pode-se ser mais efusivo no cumprimento em determinada cultura; 
pode-se fazer do almoço um momento de discussão, de euforia, ou de silêncio; o 
adultério ou a poligamia podem ser tidos como condutas aceitáveis ou não...). 
- Características principais segundo Reinaldo Dias (2005, p. 51/52): 
 É transmitida pela herança social (e não biológica); 
 Compreende a totalidade das criações humanas; 
 É uma característica exclusiva das sociedades humanas; 
 
17 
 
 A cultura é construída e partilhada por membros de uma determinada 
coletividade 
 Há na cultura elementos tangíveis (ex. instrumentos) e intangíveis (ex. 
crenças), assim como elementos materiais e imateriais. 
 A cultura se manifesta por meio de variados sistemas: valores, normas, 
ideologia, etc. que influenciam decisivamente a personalidade individual. 
Entre as variadas manifestações concretas de uma cultura, há que destacar: 
 Vida material: produção necessária para se garantir a sobrevivência: 
ferramentas, conhecimento, técnicas, etc. Processos que uma cultura utiliza 
para produzir bens e serviços e sua distribuição e consumo; 
 Interações sociais: os papéis que a população e as pessoas assumem e os 
padrões de autoridade e de responsabilidade. Esses são confirmados pelas 
instituições sociais que se reafirmam (cultos, ritos, festas, educação, chefia, 
etc.); 
 Linguagem: considerada não somente no sentido oral. Estende-se à totalidade 
da manifestação e comunicação simbólica, na qual se incluem a fala, os gestos, 
as expressões, os símbolos e outros mecanismos de manifestação do 
indivíduo; 
 Estética: revela os padrões culturais de beleza e sua expressão (nos desenhos, 
estilos, cores, movimentos, emoções, artes, posturas preferidas, etc.) 
 Religião: influencia na percepção que uma cultura possui sobre a vida, seu 
significado e seu conceito. Também desempenha influência nos papéis sociais 
que o homem e a mulher devem desempenhar, estabelece relações de 
autoridade, as responsabilidades e os deveres dos indivíduos, etc. 
 Hábitos alimentares: a obtenção, a preparação e o consumo de alimentos estão 
inter-relacionados com muitos outros elementos universais de uma cultura, 
como a cerimônia, festas, tradições e divisão do trabalho. Por exemplo, 
algumas culturas não consomem carne de vaca, em outras não se consome a 
de porco. 
 
18 
 
2.4 Outros conceitos importantes 
Processo de socialização: é toda conduta que é aprendida e os seus resultados, 
cujos elementos são compartilhados e transmitidos pelos homens que compõem uma 
determinada sociedade. Na conduta se inclui tudo aquilo que o homem aprende e 
produz por meio de suas atividades, incluindo-se aspectos sociais, psicológicos e 
físicos. 
Cultura de massa: aglomerado heterogêneo de indivíduos, que são tratados de forma 
homogênea pelos meios de comunicação. A cultura de massa é um produto típico da 
era industrial. É o produto da indústria cultural (TVs, rádios, jornais, revistas). A cultura 
de massa não é feita por aqueles que a consomem e se baseia numa economia de 
mercado (economia baseada no consumo de bens). A cultura de massa surge como 
funções do fenômeno da industrialização (cultura feita em série, para um grande 
número de pessoas e é trocável por uma quantia em dinheiro e que deve ser 
consumido como se consome qualquer outra coisa. Essa cultura não é vista, portanto, 
como instrumento de crítica e conhecimento). 
Contracultura – manifestação cultural de grupos que rejeitam as normas e os valores 
da sociedade, buscando estilos de vida alternativos (como os antigos hippies, por 
exemplo). Mas se constitui uma subcultura da cultura mais geral. 
Estrutura da cultura: formada por alguns elementos básicos (às vezes não aparentes 
como a estrutura de um edifício), tais como as crenças, os valores, as normas, as 
sanções, os símbolos, o idioma e a tecnologia, e que são transmitidos às novas 
gerações de modo formal e informal. A estrutura cria uma “rede de significados” que 
dá sentido às manifestações e às ações sociais. 
Mas, como toda criatura se há de – fatalmente – voltar contra o criador, 
repetindo a revolta dos anjos e o crime dos nossos primeiros pais, também a cultura 
se haveria de libertar do homem e construir um objeto de sua especulação, como algo 
com que se encontra o homem em sua vida, já que a cultura é a herança social, e o 
homem herdeiro por condição ontológica. (Ortega apud Machado Neto, 1987, p. 156). 
 
19 
 
3 O DIREITO E A CULTURA 
O mundo da cultura é uma região da realidade que o engenho humano ajuntou 
ao mundo natural. Ao intentar uma teoria sobre os objetos, o filósofo agrega, também 
ao mundo natural, uma ontologia desses objetos e uma construção de objetos ideais 
e valores que têm uma existência em si, independente do sujeito humano, embora 
seja este o único ser, em toda a natureza, capaz de intuí-los e desejá-los. 
O homem cria valores, todos calcados em ideais humanamente construídos! 
E só o homem, próprio criador, pode desejar e cultuar os ideais segundo valores 
sociais (certo, errado, bem, mal, justo, ruim, legítimo...). 
 
O mundo dos objetos culturais participa ora do ser, ora do dever ser, do valor, 
como realidades que “são enquanto devem ser” (Machado Neto, 1987, p. 157). Assim 
se caracteriza, além de outros valores institucionais, o Direito. 
 
Fonte:www.recantodasletras.com.br 
O Direito é um dever ser, como se sabe, mas um dever traçado a partir de fatos 
sociais verificáveis (ser) aos quais são agregados valores (certo ou errado, por 
exemplo), relação dialética específica9 donde nasce a norma e o Direito (Teoria 
Tridimensional do Direito de Miguel Reale). 
Fato + Valor => Norma 
 
20 
 
O homem cria o Direito enquanto conjunto de valores que recebem, do Estado, 
tutela. O Direito nasce da necessidade humana (necessidade social de ordem e paz), 
a partir da criação de valores para fatos e objetos, de se guiar pelo dever ser. 
Os atos que praticamos e os fatos que construímos (em que se pode resumir a 
cultura) são justificados mediante uma valoração que lhes dá um sentido, uma 
sucessão de estimativas, o ser do homem sendo o seu dever ser, como diria Miguel 
Reale em tese. 
A cultura pode ser analisada com base nos valores que satisfazem as 
necessidades materiais e espirituais do homem. Por exemplo: o Verdadeiro, o Belo, o 
Bem, o Justo10, o Sagrado, o Útil são valores fundantes das realizações culturais no 
plano da ciência e da filosofia, da arte, da moral, do direito, da religião, da economia, 
e tecnologia, respectivamente (MACHADO NETO, 1987, p. 158) 
O Direito e socialmente a instituição que oferece segurança para as relações 
civis, regulação para os bens materiais, garantidor de status (nacionalidade, membro 
de família, cônjuge, menor, herdeiro, devedor, condômino, doador, etc.). Enquanto 
realizado e vivido na vida social, o Direito é um fenômeno cultural institucional como 
configuração de condutas. 
E é passado e assimilado pelas pessoas por intermédio das normas, códigos, 
juízes, profissionais da praxe cotidiana, de docência universitária, da ciência, deprofissão intelectual, etc.). 
4 O CONTROLE SOCIAL 
Para que serve o controle social? 
 
Para a rotina e bom andamento – a ordem de uma sociedade apoia-se numa 
rede de papéis, milhares de pessoas cumprem o seu papel social, interagindo 
constantemente e mantendo a ordem social. 
Nenhuma sociedade pode funcionar com êxito se o comportamento das 
pessoas não puder ser previsto de modo confiável (por exemplo, pode-se esperar o 
ônibus em determinado horário, que se ligue o computador porque tem energia, ou 
que a faculdade estará em funcionamento na tarde de hoje, se dia letivo). 
 
21 
 
A isso se dá o nome “ordem social”. Essa ordem é um sistema de pessoas, 
relacionamentos e costumes que opera para a realização do trabalho de uma 
sociedade (Dias, 2005, p. 109). 
Para a rotina e bom andamento da sociedade a sua ordem se apoia numa rede 
de papéis, milhares de pessoas cumprem o seu papel social, interagindo 
constantemente e mantendo a ordem social. 
Nessa ordem as pessoas assumem suas obrigações e conhecem seus direitos. 
Torna-se, então, fundamental ao funcionamento da ordem a criação de um 
mecanismo repressor para aqueles que não cumprem seu papel para que sejam 
coagidos a fazê-lo. Esses mecanismos formam o controle social.2 
5 INTRODUÇÃO À SOCIOLOGIA JURÍDICA 
O estudo das relações dos fenômenos sociais sob métodos e teorias da 
sociologia e do direito é o foco de várias disciplinas como a sociologia jurídica, a 
sociologia legal, a jurisprudência sociológica, o direito e sociedade, a sociologia do 
direito e a teoria social do direito. Apesar dos matizes que distinguem cada uma 
dessas abordagens, de uma maneira geral, desde Niklas Luhmann (1927 — 1998) o 
que se chama de sociologia jurídica seria a investigação empírica da inter-relação 
entre os sistemas jurídicos e as instituições, práticas e os sistemas sociais, com 
modelos e perspectivas da teoria social. 
Com um escopo maior que a doutrina legal, a sociologia jurídica não se prende 
a restrições dogmáticas de um ordenamento jurídico para estudar as correlações, 
causas e efeitos de vários fenômenos. Deste modo, enquanto o jurista examina 
somente fatos passíveis de recepção pelo ordenamento jurídico, o sociólogo do direito 
é capaz de examinar qualquer fato social contrastado com fenômenos jurídicos. 
 
2 Extraído do link: www.ebah.com.br 
 
22 
 
5.1 Fronteiras Disciplinares 
Com objetos similares e interrelacionados, é natural que várias disciplinas entre 
sociologia e direito se entrelacem. Todavia, alguns movimentos, escolas e paradigmas 
confundem o noviço com suas terminologias próximas, mas com significados distintos. 
Em ordem cronológica, há as seguintes disciplinas: 
Jurisprudência sociológica ou sociologismo jurídico: postura nascida entre 
juristas germânicos, escandinavos, franceses e italianos que consideram o direito 
principalmente como um fenômeno social. Intimamente relacionado (mas não 
coincidente) com o realismo jurídico, o sociologismo jurídico parte da premissa que as 
práticas reais da sociedade em questões jurídicas fazem o direito. 
Sociologia do Direito: movimento surgido entre sociólogos europeus e norte-
americanos já na nascente sociologia. Examina as relações jurídicas geralmente 
positivadas pelo Estado e suas instituições correlatas. Recentemente, surgiram 
sociólogos interessados em formas plurais de direito, como em vizinhanças, grupos 
religiosos e dentro de organizações criminosas. 
Direito e sociedade: abordagem multidisciplinar surgida entre cientistas 
políticos, assistentes sociais, psicólogos, juristas, filósofos e sociólogos britânicos. 
Investiga principalmente a produção e os impactos da lei e políticas públicas na vida 
social. 
Sociologia jurídica: uma concentração de estudos de instituições sociais 
realizada por métodos e objetivos de juristas. Seria a face do Direito com o interesse 
pelos fenômenos sociais. Típica dos países ibéricos e da Itália. 
Teoria social do Direito: reflexões de teóricos sociais de disciplinas diversas 
a respeito das instituições jurídicas, como Zygmunt Bauman, Boaventura de Souza 
Santos, Michel Foucault, Habermas, dentre outros. 
5.2 O Objeto da Sociologia Jurídica 
A sociologia jurídica inclui objetos diversos nas perspectivas macrossociológica 
e macrossociológica. Na primeira perspectiva ocorre a investigação dos sistemas 
legais além das relações com outros sistemas, como os políticos, econômico e 
religioso. Outro objeto é a pesquisa da eficácia da norma jurídica como controle social 
 
23 
 
ou seu total desprezo (a “lei não pegar”). Em contraste, na abordagem micro a 
sociologia jurídica estuda a relação entre a norma jurídica, as ações sociais e o 
comportamento desviante (criminologia). Em uma abordagem dinâmica, a disciplina 
investiga as transformações sociais que afetam o processo de escolha de quais 
normas sociais ou valores positivarem. 
Com esses dados, a sociologia jurídica permite compreender as instituições 
jurídicas inseridas em um contexto social amplo. Entre as instituições estudadas estão 
as noções de humanidade, a identidade, a propriedade, a resolução de disputa, a 
administração pública, a família, os papéis sociais dos operadores jurídicos, o 
policiamento, as organizações de lobby ou de interesse público e a opinião pública. 
Dotada dessa capacidade de examinar várias instituições de direito, a 
sociologia jurídica investiga também a formulação e acompanhamento de políticas 
públicas, cujo exame reflexivo permite ajustá-las a seus objetivos ou recomendar suas 
alterações ou substituições. 
Apesar de um rigoroso método de produção de conhecimento, a sociologia 
jurídica é bem pouco invocada por legisladores e juristas na produção do direito. Fatos 
sociais — como configurações familiares, hábitos de relações trabalhistas, modelos 
de organização empresarial, dinâmicas de solidariedade em seguridade social, posse 
da terra, ciclo de criminalidade, dentre outros — são profundamente estudados por 
sociólogos de interesse jurídicos e por juristas com métodos sociológicos. Os 
resultados desses estudos normalmente fogem do senso comum e deveriam ser 
incorporados à prática jurídica.3 
6 PRINCIPAIS CONCEITOS EM SOCIOLOGIA URBANA 
A Sociologia urbana estuda a interação humana e da vida social em áreas 
metropolitanas. A Sociologia urbana estuda a interação humana e da vida social em 
áreas metropolitanas. Sociólogos urbanos se concentram em temas como as 
tendências demográficas, pobreza, tendências econômicas, as migrações e as 
relações raciais nos ambientes urbanos. As teorias dessa ciência abundam e 
 
3 Extraído do link: ensaiosenotas.com 
 
24 
 
incorporam perspectivas teóricas clássicas, como de Karl Marx, bem como 
perspectivas mais contemporâneas. Muitos conceitos importantes estão ligados à 
ideia de sociologia urbana. 
 
Sistema de classes 
A ideia por trás dos sistemas de classes é um conceito importante associado 
com a sociologia urbana. Áreas metropolitanas têm um sistema distinto de classe 
social: uma classe superior, uma classe média e uma classe inferior. Cada classe tem 
suas próprias características. Pessoas de classe alta tendem a ter uma casa grande, 
muito dinheiro e um salário alto. Pessoas de classe média tendem a ter um salário 
médio e lidam razoavelmente bem com as finanças. Pessoas de classes mais baixas 
tendem a ter muito pouco dinheiro, vivem em condições precárias de moradia e 
trabalham em funções de pouca qualificação. 
 
Fonte: 
escritorio.portalfirst.com.br 
Comunidades 
A comunidade é outro conceito importante por trás de sociologia urbana. 
Comunidades são grupos de pessoas que interagem entre si em um ambiente. 
Comunidades se organizam em torno de um conjunto de valores compartilhados. O 
 
25 
 
estudo da sociologia urbana lida principalmente com as experiências dascomunidades, em vez de o ajuste estrutural ou formação de comunidades. 
 
Urbanização 
Outro conceito por trás da sociologia urbana é a urbanização, que lida com a 
ideia de crescimento físico em áreas urbanas que as mudanças globais trouxeram. As 
Nações Unidas definem "urbanização", como o movimento de pessoas das regiões 
rurais para regiões urbanas. No relatório "2007 Revision of World Urbanization 
Prospects", a ONU estimava que metade da população do mundo viveria em áreas 
urbanas até o final de 2008. 
 
Espaço 
O conceito de espaço lida diretamente com a sociologia urbana em que o 
espaço pode ser muito limitado em ambientes urbanos. Em ambientes urbanos, 
milhares de pessoas podem estar vivendo dentro de um quilômetro quadrado um do 
outro, enquanto ambientes mais rurais têm muito menos pessoas que vivem nas 
proximidades. O "Espaço pessoal" de uma pessoa é definido como a região em torno 
de uma pessoa que ele considera como psicologicamente dela. Uma pessoa pode 
sentir desconforto, ansiedade ou até mesmo raiva se alguém invade seu espaço 
pessoal. O acesso ao espaço pessoal pode ser muito limitado em ambientes urbanos.4 
7 SOCIOLOGIA POLÍTICA 
De forma sintética, podemos dizer que a Sociologia Política é uma área do 
conhecimento científico que estuda os fenômenos políticos utilizando as teorias e 
metodologias típicas da pesquisa sociológica. Isso significa que a Sociologia Política 
é um ramo específico da Sociologia que tem por objeto a política. Mas o que é que se 
entende por política? Para alguns teóricos, a política se resume a disputa de 
indivíduos e grupos pelo controle do Estado. Para outros, a política se relaciona as 
possibilidades de livre participação que todos os cidadãos deveriam ter nas decisões 
 
4 Extraído do link: pt.scribd.com 
 
26 
 
coletivas. Dependendo a noção que se tenha sobre o que é política, altera-se a ideia 
de onde começa e termina o campo de pesquisa da Sociologia Política. A questão é 
complexa, mas, para fins de estudo, diremos apenas que se entende por política tudo 
aquilo que diz respeito a gestão do que é público, isso é, daquilo que pertence a um 
coletivo de pessoas – incluindo recursos e instituições. 
Tendo em mente esse conceito, podemos dizer que a Sociologia Política irá 
tratar de relacionar política e sociedade, tratando de entender as relações de poder 
que se configuram entre essas duas esferas. Um exemplo: quando uma associação 
de empresas pressiona o governo para aprovar novas leis trabalhistas que permitam 
uma jornada mais longa de trabalho, estamos tratando de um possível objeto de 
análise para o pesquisador da Sociologia Política. Isso porque, nessa situação, 
observamos o exercício do poder político dentro de um contexto social onde há 
interesses conflituosos entre dois grupos sociais (empresários e empregados). As 
possibilidades que diferentes grupos têm de pressionar o Estado e garantir benefícios 
próprios é um tema recorrente na Sociologia Política. 
Logicamente, a Sociologia Política em si só surgiu após a criação da própria 
Sociologia. Entretanto, as reflexões acerca das relações entre política e sociedade 
são bastante antigas, remontando a Aristóteles (na Antiguidade Clássica) e Maquiavel 
(no Renascimento). Ao lado de Toqueville e Montesquieu, estes autores podem ser 
considerados como os grandes precursores da Sociologia Política. Porém, é apenas 
com Karl Marx, Émile Durkheim e Marx Weber que essa disciplina ganha seu status 
científico. Esses são os três grandes fundadores da Sociologia e, pela grande atenção 
que dedicaram as relações entre as esferas sociais e políticas, podem também ser 
considerados como os pais da Sociologia Política. Marx dedicou boa parte de seus 
escritos a elucidar as relações entre a luta de classes e o Estado. Weber escreveu 
sobre os diferentes tipos de dominação política, destacando o papel da burocracia no 
Estado moderno. Por sua vez, Durkheim debateu o papel do Estado para a 
manutenção da unidade entre os indivíduos na sociedade industrial nascente. 
Em meados do século XIX são publicadas no Brasil obras que podem ser 
consideradas como grandes precursoras da Sociologia Política nacional. Nesse 
período, alguns autores já se ocupavam em estudar a consolidação da estrutura 
política brasileira e suas relações com as características da sociedade local, suas 
particularidades históricas e regionais. No final deste século, Joaquim Nabuco publica 
 
27 
 
O Abolicionismo, que foi, para alguns intelectuais, a primeira grande obra de 
Sociologia Política genuinamente brasileira. Nela, Nabuco defendia que a escravidão 
havia cumprido um papel fundamental na formação social, política e econômica do 
país, sendo a instituição central que determinaria o funcionamento de todas as esferas 
sociais brasileiras. A partir da década de 1930 vivemos um período super fértil da 
Sociologia Política no Brasil, consagrando as obras de Gilberto Freyre, Caio Prado 
Júnior e Sérgio Buarque de Holanda como grandes clássicos dos estudos sociais 
sobre a formação da sociedade brasileira.5 
8 SOCIOLOGIA INDUSTRIAL 
Sociologia industrial é um ramo da sociologia que olha para o impacto da 
indústria e do trabalho na sociedade, bem como as maneiras em que a sociedade, 
impactos forças industriais. As perspectivas usadas dentro desta disciplina variam ao 
longo do tempo, e tendo em conta o valor prático de entender este relacionamento, 
este tipo de estudo, muitas vezes foi muito bem apoiado. Essa investigação de mérito 
individual, incluindo tecnologias utilizadas, as relações de trabalho e até mesmo 
assuntos tão amplos quanto a globalização, existem muitos tópicos dentro deste 
campo. Na maioria das vezes, Sociologia industrial é influenciada pelo pensamento 
sociológico atual mais amplamente, fazendo uso de teorias que são populares no 
tempo em que é realizado um estudo. Há muitas maneiras de pensar sobre Sociologia, 
mas uma das definições mais comuns de sociologia é que é o estudo da sociedade. 
Isto significa que a Sociologia industrial é o estudo do lugar do setor na sociedade. 
Sociologia, muitas vezes sobrepõe-se com outras ciências sociais semelhantes e 
empresta teorias quando conveniente da psicologia, antropologia e filosofia. Indústria 
é uma área em que as pessoas estudadas têm um interesse monetário nos resultados 
de estudos sociológicos porque estes estudos podem ajudar a melhorar a prática de 
negócios. Isso pode ser uma vantagem para os investigadores neste campo, mas 
também pode levar à interferência. 
 
5 Extraído do link: www.infoescola.com 
 
28 
 
Tópicos em Sociologia industrial são incrivelmente diversificados, mas temas 
de particular interesse envolvem as pessoas diretamente envolvidas em processos 
industriais. Isso inclui a olhar para as estratégias de gestão, formas de pessoas 
emprega e mesmo as relações entre os trabalhadores como um todo. Outro aspecto 
interessante da Sociologia industrial considera os efeitos da mudança tecnológica e 
da globalização nas pessoas envolvidas em indústrias específicas. No reverso, é 
possível olhar em sociedades específicas como se prestam à evolução de certas 
práticas de trabalho. 
Enquanto o foco da sociologia é muitas vezes a desigualdade a nível humano, 
a definição de desigualdade é muitas vezes diferente, dependendo da perspectiva 
utilizada. Em que ver os trabalhadores próprios e as tradições de uma determinada 
cultura, como faz uma grande diferença em saber se as desigualdades na verdade 
existem em um determinado caso. Exibindo os trabalhadores como não-comitativas 
em contextos industriais é problemático e é considerado frequentemente 
condescendente. É importante levar em conta ambos os elementos factuais do caso 
e a experiência vivida, a fim de obter uma visão precisa. 
Estratégias e teorias dentro de Sociologia industrialestão constantemente a 
evoluir, e diferentes tendências dentro desta disciplina são característicos de 
diferentes idades. Geralmente, todas as teorias tentam explicar um processo 
específico, abrangendo, por isso que as coisas são de certa forma. Em alguns casos, 
empreendimentos de Sociologia industrial em reinos preditivos, tentando fazer 
generalizações que mantêm fora do passado. Mesmo quando os processos são 
econômicos, ao invés de cultural, é difícil chegar com teorias que são precisas em 
sociedades diferentes por causa dos únicos fatores em jogo em cada caso.6 
9 SOCIOLOGIA DO TRABALHO 
A Sociologia do trabalho é o ramo da Sociologia voltado ao estudo das relações 
sociais no mundo do trabalho - a princípio, incluindo basicamente empresas e 
sindicatos - e às implicações sociais da relação entre trabalho e técnica. 
 
6 Extraído do link: dicionariodaeconomia.blogspot.com 
 
29 
 
A palavra "trabalho" evoluiu da palavra latina Tripalium ("instrumento de 
tortura"), castigo que se dava aos escravos preguiçosos e, historicamente, o trabalho 
foi considerado como uma atividade depreciável. Os gregos da Idade de Ouro 
pensavam que só o ócio criativo era digno do homem livre. A escravidão foi 
considerada pelas mais diversas civilizações como a forma natural e mais adequada 
de relação laboral. A ética protestante vem atribuir um valor positivo ao trabalho, 
considerando-o não como punição, mas como oferenda a Deus. A partir de meados 
do século XIX, servidão, em suas várias formas, estará extinta na maior parte dos 
países ocidentais, sendo substituída pelo trabalho assalariado, socialmente 
valorizado. Vem a surgir após a Revolução Industrial - que teve a Inglaterra como sua 
progenitora, muito embora tal estudo da sociologia tenha vindo a surgir nos Estados 
Unidos. 
As transformações do mundo do trabalho - do artesanato ao trabalho industrial 
com grandes máquinas e finalmente ao trabalho imaterial - bem como suas relações 
com as mudanças sociais na família, na cultura e na política constituem objeto de 
permanente interesse desta área do conhecimento. Já a partir das últimas décadas 
do século XX, a introdução de novos temas - notadamente os impactos das novas 
tecnologias, as novas formas de organização da produção, a obsolescência de várias 
profissões anteriormente valorizadas, a flexibilização das relações de trabalho e o 
acirramento dos mecanismos de exclusão - e de novas formas de abordagem, com 
ênfase na transdisciplinaridade, abrem novas perspectivas para a investigação 
sociológica crítica.7 
10 SOCIOLOGIA RURAL 
A sociologia geral tem um conceito diferente do que o da sociologia rural, mas 
ainda assim ela é um campo da sociologia geral. Ela se utiliza das mesmas formas de 
estudos que a sociologia geral, mas aplicadas ao campo. Não é uma sociologia 
especificamente do campo, ela leva em consideração os fenômenos que acontecem 
 
7 Extraído do link: pt.wikipedia.org 
 
30 
 
em todas as sociedades, mas também admite que existam diferenças entre o campo 
e a cidade. 
 
Fonte: 
sociologiaruraludec.blogspot.com 
O conceito de sociologia rural é de que ela nasceu para estudar os problemas 
e as modificações que estavam acontecendo, como o êxodo rural, a inserção da 
cultura urbana no campo, problemas sociais do campo e as mudanças que 
começaram a ocorrer no ambiente rural e algumas modificações, também, no que 
seria a diferença entre o que é rural e o que é urbano. Esses limites começaram a 
ficar pouco definidos e começaram a virar objetos de estudo de sociólogos. 
“[...] Não existe um grau definitivo de urbanização ou de ruralização, e sim um 
fluxo de características em que o rural e o urbano em vez de constituírem simples 
partes de uma dicotomia, tendem a situar-se ao longo de uma escala, num extremo 
da qual se colocam os povos mais primitivos, os pastores e agricultores nômades, os 
coletores, enquanto no outro se escalonam as sociedades urbanas modernas nas 
quais, graças às formas de produção e distribuição, de um lado, e a um tipo de 
tecnologia, o rurícola se encontra numa teia de relações altamente urbanizadas.” 
(RIOS,1979).8 
 
8 Extraído do link: www.portaleducacao.com.br 
 
31 
 
11 SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
Interessar-se pela educação significa interessar-se pelos processos de 
inculcação e apropriação das habilidades, das sensibilidades e das disposições 
apropriadas para uma determinada participação na sociedade. Supõe focalizar os 
processos de transmissão Inter geracional, indagando sobre as condições que tornam 
possível a permanência, ao longo do tempo, das hierarquias que dão sentido às 
interações entre os grupos em sociedades específicas. 
As sociedades industrializadas contemporâneas têm de lidar com um elemento 
fundamental na equação da transmissão, a escola única e obrigatória, invenção 
coletiva que assumiu a forma que hoje conhecemos no século XIX, no bojo das 
transformações que acompanharam a criação dos Estados Nacionais e a construção 
da democracia moderna, forçando as famílias a dividirem com o Estado a 
responsabilidade e o trabalho de formação das novas gerações (Ariès, 1973; Ringer, 
1979). 
Encarregada de formar os cidadãos necessários à nova ordem política, a 
escola torna-se progressivamente encarregada também de garantir que o destino 
social dos indivíduos deixe de ser definido pelo nascimento. Estabelecida como um 
espaço à parte, controlando a definição de quem pode ser aluno tanto quanto a 
definição de quem pode ser professor, a escola se quer autônoma das famílias. 
Atribui-se, então, à máquina escolar de classificação a distribuição de diplomas e 
certificados que, pensados como resultado de um processo em que as crianças e 
jovens são avaliados em igualdade de condições, tomam legitimamente o lugar dos 
sobrenomes, isto é, dos nomes de família, na definição do percurso social a que estão 
destinados seus possuidores. 
Desde a década de 1960, graças aos trabalhos de Pierre Bourdieu, Baudelot e 
Establet, Bowles e Gintis, Coleman, entre outros, sabemos que as coisas não se 
passam exatamente assim e que as operações escolares de separação e 
classificação dos alunos não estão imunes às lutas das famílias para garantir a 
transmissão dos seus patrimônios. A autonomia da escola para produzir seus 
veredictos é constantemente desafiada, carregando de sentido e consequências 
decisões que, apenas na aparência, podem ser pensadas exclusivamente por uma 
lógica pedagógica, como no caso da definição dos conteúdos curriculares legítimos, 
 
32 
 
ou econômica, como no caso das decisões de se introduzir ou apoiar tal ou qual ramo 
do ensino, técnico ou generalista. 
Essa é a questão que mobiliza os artigos reunidos neste Dossiê. O estudo dos 
percursos sociais dos filhos de imigrantes nos Estados Unidos realizado por Alejandro 
Portes e William Haller documenta exemplarmente essas lutas ao mobilizar a noção 
de "assimilação segmentada" para mostrar que os efeitos da ação escolar sobre os 
indivíduos só podem ser bem compreendidos quando examinados à luz da ação, 
anterior, mas também concomitante, que o grupo social exerce sobre eles com 
mediação das famílias. 
Os três artigos seguintes examinam essa questão com relação a grupos sociais 
específicos. No primeiro deles, Graziela Perosa focaliza as relações estreitas que 
unem famílias dos grupos médios e as escolas que escolhem para suas filhas, 
revelando o efeito dessas relações em termos de construção de possibilidades de 
profissionalização feminina na década de 1960. Operacionalizando a noção de 
"educação total", esse texto problematiza o significado da existência de um setor 
privado forte no interior do sistema de ensino brasileiro, mostrando como isso permitia 
às famílias encontrarem, num "mercado escolar", a modalidadede escolarização que 
mais serve aos seus interesses. Trata-se de uma situação que perdura e talvez tenha 
se acentuado hoje. 
Kimi Tomizaki, por sua vez, a partir do seu estudo sobre os processos de 
transmissão intergeracional entre metalúrgicos de uma grande montadora, discute as 
transformações no sentido atribuído às qualificações à medida que a expansão da 
escolarização se acentua, num contexto de estreitamento das oportunidades de 
trabalho, desvalorizando credenciais e impondo à própria escola, assim como às 
famílias, o confronto com o desacordo entre a promessa materializada no diploma e a 
realidade do mercado de trabalho. 
O texto de Elizabeth Linhares funciona, nesse contexto, como o outro lado do 
espelho, ao acompanhar as transformações vivenciadas por um grupo de antigos 
colonos do café hoje assentados na serra fluminense, mostrando como as 
possibilidades de relação que esse grupo pode estabelecer com a escola se 
modificam ao sabor das mudanças nas suas condições de existência e nas condições 
institucionais de oferta escolar, implicando em alterações no ciclo de vida, nas formas 
 
33 
 
de organização do tempo, nas modalidades de definição da dependência de uns para 
com os outros e, particularmente, de uma geração para com a outra. 
Não poderíamos tratar desta questão sem um mergulho mais preciso na 
instituição escolar e em suas contradições tão bem captadas pelo artigo de Jean-
Jacques Paul e Maria Lígia Barbosa, que estuda a contribuição dos professores para 
a redução das desigualdades sociais. Tendo como referência uma pesquisa 
comparativa realizada em Belo Horizonte (Brasil), Buenos Aires (Argentina), Santiago 
(Chile) e Leon-Guanahato (México), os autores discutem como o trabalho docente 
pode exercer papel significativo na melhoria da qualidade de ensino de alunos de 
diferentes origens sociais. A análise estatística dos dados revela a existência do que 
denominam "perversidade do efeito docente", ou seja, os professores nesses quatro 
países aparecem como fatores decisivos das trajetórias de seus alunos e acabam por 
reforçar as desigualdades sociais existentes. 
Depois do mergulho na escola, uma imersão nas famílias é o que nos propõe 
o artigo escrito por Monique de Saint Martin, Mariana Heredia e Daniella Rocha. Nele, 
as autoras retomam a questão da correspondência entre condições de vida e 
construção das percepções subjetivas sobre o mundo, incluindo aí as percepções 
sobre o lugar a ser ocupado nesse mundo pelas novas gerações que presidem os 
investimentos no futuro dos filhos. As autoras apontam, particularmente, a 
produtividade de se levar em conta o trabalho cotidiano desenvolvido coletivamente 
pelas famílias para construir sentidos precisos ao abundante e às vezes contraditório 
fluxo de experiências a que são expostas, usualmente pensadas de uma maneira 
totalizante como "experiências de classe". 
Encerramos a discussão com um esforço de refletir sobre os próprios termos 
que a estruturam. Voltando aos processos de construção do sistema nacional de 
ensino, o artigo de Ana Maria F. Almeida procura pelas condições que permitiram a 
construção de uma relação causal entre educação e desigualdade de renda e sua 
elevação a uma posição proeminente no debate sobre os rumos da educação nacional 
nas últimas décadas, explicitando o papel aí desempenhado pelas disputas entre 
juristas e economistas pelo protagonismo na definição das competências de Estado e 
dispositivos de governo. 
Apresentamos ao final uma entrevista com Christian Baudelot e Roger Establet, 
dois autores que mostram de maneira exemplar como a sociologia da educação ganha 
 
34 
 
energia e sentido ao ser tomada como um capítulo dos estudos sobre as classes 
sociais e os processos de dominação. Indagando sobre as condições de produção da 
empresa intelectual compartilhada a que se dedicam desde os anos de 1960, 
procuramos explicitar a configuração particular que torna possível tal tratamento das 
questões educacionais. O relato desses dois sociólogos nos permite perceber o 
contexto escolar e político dos anos de 1960, período em que realizam os seus 
estudos superiores, a militância política contra a guerra na Argélia e a compreensão 
da sociologia como um campo de reflexão sobre os acontecimentos que marcavam a 
sociedade francesa e a vida universitária. É interessante perceber, ainda, o processo 
de aprendizagem nas aulas de dois dos maiores intelectuais franceses, Bourdieu e 
Althusser, que tiveram importante papel na sua formação, com a ênfase no trabalho 
de pesquisa como condição para fazer e ensinar sociologia e no estabelecimento de 
uma ética intelectual.9 
12 A SOCIOLOGIA NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA 
As obras de Durkheim foram importantíssimas para definir os métodos de 
trabalho dos sociólogos e estabelecer os principais conceitos da nova ciência. Entre 
essas obras, destacamos A divisão do trabalho social, as regras do método 
sociológico e O suicídio. 
A partir da segunda metade do século XX, com o desenvolvimento da 
sociedade industrial, que se tornou cada vez mais complexa, a Sociologia ganhou 
novo impulso, passando a estudar e explicar problemas com os quais até então não 
havia se defrontado. 
Assim, problemas como exclusão social, desagregação familiar, drogas, 
cidadania, minorias, violência urbana representam desafios para os quais a Sociologia 
tem procurado respostas. Essas exigem uma análise científica de todos os aspectos 
da vida em sociedade, que permita entender o presente e projetar o futuro. 
Dessa forma, a Sociologia moderna procura debruçar-se sobre todos os 
agentes sociais capazes de provocar mudanças importantes na sociedade. Hoje, um 
 
9 Extraído do link: www.google.com 
 
35 
 
dos principais objetivos do conhecimento sociológico é criar instrumentos teóricos que 
levem à reflexão sobre os problemas da sociedade contemporânea. Tais instrumentos 
devem contribuir também para que os indivíduos estabeleçam relações entre sua 
prática social e a sociedade mais ampla, capacitando-os a atuar como agentes ativos 
da sociedade em que vivem. 
Atualmente, os conhecimentos da Sociologia já não estão restritos aos 
sociólogos. De certo modo, muitas pessoas passaram a utilizá-los, embora nem 
sempre de forma consciente e rigorosa. Isso acontece porque alguns procedimentos 
e técnicas de pesquisas social passaram a ser de domínio público. 
Pesquisas de opinião (ou de mercado) são utilizadas, por exemplo, no 
lançamento de um produto novo ou de um prédio de apartamentos, na definição da 
plataforma política de um candidato a cargo público e assim por diante. É por meio da 
pesquisa que o empresário, ao lançar seu produto, pode ficar sabendo quais e quantos 
serão seus compradores; o político, por sua vez, irá defender pontos de vista que 
antecipadamente sabe que interessam aos eleitores. 
Entretanto, o sociólogo não pode perder de vista a noção de relatividade dos 
fenômenos sociais e as formas pelas quais esses fenômenos ocorrem. A relatividade 
do fenômeno social pode ser percebida em diversas situações. Consideremos, por 
exemplo, o desemprego. Ele pode aumentar, caso sejam introduzidas novidades 
tecnológicas que afetem o mercado de trabalho, como novas máquinas. Mas pode 
diminuir, mesmo com a nova tecnologia, se a economia do país estiver em 
expansão.10 
13 COMO A SOCIOLOGIA PODE AJUDAR EM NOSSA VIDA PESSOAL? 
A sociologia da vida cotidiana 
 
Ao contrário do que muita gente pensa, a Sociologia tem implicações práticas 
as quais podem ser instrumentalizadas pelas experiências individuais e sociais de 
modo tal que sua compreensão pode ajudar a desenvolver algumas habilidades. O 
 
10 Extraído do link: www.buscaescolar.com 
 
36 
 
sociólogo Antony Giddens nos ajuda a pensar em alguns pontos em que a Sociologia, 
aliada à imaginação sociológica,pode nos aprimorar como sujeitos. 
 É fato que pensamos a partir da nossa visão de mundo. Portanto, nosso ponto 
de vista algumas vezes é passível que equívocos o quais naturalizam certas 
diferenças sociais e amplia o preconceito e a intolerância. 
 Sociologia pode nos proporcionar uma visão de mundo ampla e ajuda a 
entender que nosso “mundo social” não é único. O que existe, na verdade, é um 
universo social que é construído socialmente e por meio da Sociologia, temos a 
possibilidade de conhecer, compreender e aprender a respeitar as diferenças. 
Giddens, em seu livro “Sociologia”, cita como exemplo “o fato de um assistente 
social branco, operando numa comunidade predominante negra jamais ganhará a 
confiança dos habitantes se não desenvolver uma sensibilidade às diferenças na 
experiência social, que amiúde, separam brancos e negros” (Giddens, 2005, p.27). 
 
Fonte: 
www.google.com 
Além disto, a sociologia auxilia naquilo que chamamos de exercício de 
alteridade, habilidade ou competência de se colocar no lugar do outro. É o que foi 
apontado por Wright Mills: “Ver o similar como diferente e o diferente como similar”. 
Ou ainda, o que DaMatta chama de “transformar o familiar em exótico e o exótico em 
familiar”. 
 
37 
 
 Por tanto, a principal função da sociologia é proporcionar uma leitura do mundo 
social para que o indivíduo possa compreender que vivemos numa teia de relações 
sociais, jogos de poder impregnados por elementos simbólicos. Estamos mergulhados 
em elementos culturais que carecem de leitura e releituras constantes e a Sociologia 
nos possibilita compreender tal realidade, o que nos auxilia a jogar dentro das regras 
e possibilidades sociais a qual estamos inseridos. 
A Sociologia possibilita o confronto de diversos pontos de vista, proporcionando 
uma abordagem crítica da vida social, o que ajuda o indivíduo a fazer conexões de 
eventos sociais que viabilizam uma avaliação dos resultados da política. Como diz 
Bourdieu “Não há uma verdadeira democracia sem espírito crítico”. Sujeitos mais 
informados e bem preparados a fazerem uma leitura da realidade social tornam-se 
mais aptos a avaliar ações governamentais, por exemplo, que dizem respeito a todo 
sistema social e que afeta a sua vida pessoal. 
Vivemos numa sociedade em que há um turbilhão de informações. Lidar com o 
grande fluxo de dados na “sociedade da informação” não é tarefa fácil. Nossa mente 
fica mais volátil e se tais informações não forem relativizadas e passarem por um filtro 
crítico, as notícias podem ser meramente reproduzidas e nos deixarão “perdidos” em 
relação ao que somos e qual nosso papel na sociedade. 
 O pensador Egdar Morin, usa a expressão made self para se referir a uma 
cegueira do conhecimento que nos faz tomar para si um raciocínio que já vem pronto. 
Este equívoco, que é provocado principalmente pelos meios de comunicação em 
massa, pode nos levar a termos uma opinião vinculada a um “pensamento acabado”, 
de modo tal que as notícias sejam transmitidas de maneira que já trazem um 
direcionamento de percepção e opinião. 
A Sociologia nos auxilia a fazermos reflexões como sujeitos pertencentes a um 
mundo social o qual nos constrói socialmente e ao mesmo tempo é construído por 
nós. Nos ajuda a entender quem somos e para onde vamos. 
 Esta ciência tem oferecido subsídios para movimentos sociais, grupos de 
autoajuda e grupos reivindicatórios, por exemplo, dando-lhes condições para alcançar 
um entendimento mais amplo da realidade a qual estão inseridos, podendo igualmente 
contribuir para a resoluções de problemas. 
Tal ciência social pode nos fazer uma pessoa melhor pelo fato de instigar no 
indivíduo a compreensão que a sua história de vida está entrelaçada com a vida de 
 
38 
 
outros indivíduos os quais são influenciados por fenômenos sociais dentro de uma 
estrutura social. Tal padrão condiciona boa parte das escolhas dos indivíduos criando 
teias sociais que vão “amarando o indivíduo”. Como diria Weber “é um animal 
amarrado a teia de significados que ele mesmo teceu”. Diante disto o indivíduo passa 
a ter noção das suas limitações e possibilidades, assim como o que pode ser 
modificado por ele e o que pode ser transformado pela coletividade. Nesse sentido, 
aprende a fazer melhor suas escolhas e tendo consciência das limitações impostas 
pela estrutura social buscar caminho para minimiza-las. 
Finalizando, tomamos por exemplo comum: um indivíduo que tem uma visão 
influenciada pela Sociologia entenderá que a sua atração pela compra de bens de 
consumo oriundos de grifes famosas nada mais é que uma necessidade social que 
este tem de pertencer a um determinado grupo, grupo este que, por sua vez, tem seu 
padrão criado pela indústria da moda que passa a lucrar a partir de uma necessidade 
canalizada para o consumo. Consciente pode optar ou não por romper com tal 
atração. O que está em jogo não é a atração, mas a liberdade de escolha diante a 
compreensão da realidade proporcionada pelo conhecimento sociológico.11 
14 SOCIOLOGIA E FORMAÇÃO PESSOAL: A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA 
SOCIOLOGIA 
Em que medida a sociologia pode contribuir para a sua formação pessoal? 
Muitos diriam que essa ciência social, num currículo de ensino médio, tem a função 
de formar o "cidadão crítico". Mas essa justificativa - até porque a ideia de formar o 
cidadão crítico anda meio banalizada -, não é suficiente. 
Pensar sobre esse tema significa uma oportunidade ímpar para se aproximar 
da sociologia como campo de saber e compreender algo de suas preocupações. 
Vale a pena inserir nesse contexto o papel mais fundamental que o pensamento 
sociológico realiza na formação do jovem: a desnaturalização das concepções ou 
explicações dos fenômenos sociais. 
 
 
11 Extraído do link: cafecomsociologia.com 
 
39 
 
Razões objetivas e humanas 
 
Desnaturalizar os fenômenos sociais significa não perder de vista a sua 
historicidade. É considerar que eles nem sempre foram assim. É perceber que certas 
mudanças ou descontinuidades históricas são fruto de decisões. Estas revelam 
interesses e, portanto, são fruto de razões objetivas e humanas. 
A desnaturalização dos fenômenos sociais também depende de nos 
distanciarmos daquilo que nos rodeia e de que participamos, para focalizar as 
relações sociais sem estarmos envolvidos. Significa considerar que os fenômenos 
sociais não são imediatamente conhecidos. 
 
Reconhecendo as causas 
 
Para explicar um fenômeno social é preciso procurar as causas que estão além 
do sujeito, isto é, buscar as causas externas a ele, mas que têm implicações decisivas 
sobre ele. 
Essas causas devem apresentar certa regularidade, periodicidade e um papel 
específico em relação ao todo social. 
 
Aprender a observar 
 
Uma aproximação em relação à sociologia, mesmo no ensino médio, exige que 
o aluno aprenda procedimentos mais rigorosos de observação das relações sociais. 
E, ainda, que saiba, pelo menos em alguma medida, como o conhecimento é 
elaborado nas ciências sociais. 
 
Para trabalhar um tema 
 
Os fenômenos sociais são conhecidos por meio de modelos compreensivos, 
ou explicativos, e mediante a contextualização desses modelos, com destaque para a 
época em que eles foram elaborados e para os autores com os quais um determinado 
autor dialoga. 
 
40 
 
Assim, trabalhar um tema (como violência, mundo do trabalho etc.) só é 
possível por meio de conceitos e teorias. É importante, também, que você conheça a 
articulação entre os conceitos e as teorias e saiba observar sua relevância para 
compreender ou explicar casos concretos (temas). 
Vale lembrar também que os conceitos têm uma história e que não são palavras 
mágicas que explicam tudo, mas elementos do discurso científico que sintetiza as 
ações sociais para tentar explicá-las. E, ainda, é bom ter em mente que um conceito 
admite vários sentidos, dependendodo autor e da época em que ele é elaborado. 
 
Teorias servem de base 
 
 Da mesma forma, é preciso compreender as teorias no contexto de seu 
aparecimento e posterior desenvolvimento. Isso é necessário tanto do ponto de vista 
de como essas teorias foram sendo assimiladas e desenvolvidas por outros autores, 
como em relação ao caráter das críticas feitas a elas. 
 Conhecer conceitos e teorias com o rigor necessário a um aluno do ensino 
médio consiste na única maneira possível de se distanciar e se aproximar dos 
fenômenos sociais e, assim, construir os fundamentos para a formação crítica.12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 Extraído do link: educacao.uol.com.br 
 
41 
 
BIBLIOGRAFIA 
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CEDES, 27, 9-22. 
FERNANDES, F. A herança intelectual da Sociologia. In: FORACCHI, M. M e 
MARTINS, J. S. Sociologia e Sociedade: leituras de introdução à sociologia. Rio 
de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora Ltda, 1977. 
______________. Fundamentos da sociologia. Porto, Res, s. d. 
MARTINS, C.B. O que é sociologia. 8.ed. São Paulo: Editora Brasiliense, 1985. 
RODRIGUES, Alberto Tosi. Sociologia da educação. Rio de Janeiro: 
DP&A Editora, 2000. 
SMITH, T. Lynn. Sociologia da vida rural. Rio de Janeiro, CEB, 1946. 
SOROKIN, Pitirim A. Novas teorias sociológicas. Porto Alegre, Globo, 1969. 
SOUTO, Claudio. Teoria sociológica geral. Porto Alegre, Globo, 1974. 
STEWART, Elbert W. & GLYNN, James A. Sociologia; uma introdução. São Paulo, 
Atlas, 1978. 
TRUJILLO FERRARI, Alfonso. Fundamentos de sociologia. São Paulo, McGraw-Hill 
do Brasil, 1983.

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