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ANTIAGREGANTES PLAQUETARIOS

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ANTIAGREGANTES PLAQUETÁRIOS
O processo de agregação plaquetária é uma parte vital do complexo fenômeno da coagulação. Tudo começa com a adesão das plaquetas à superfície endotelial exposta pela lesão vascular e posteriormente ocorre a ativação plaquetária, que tem como resultado final a formação de uma malha de plaquetas unidas entre si por correntes de fibrinogênio, que será a estrutura do tampão hemostático ou do trombo.
A ativação das plaquetas compreende dois processos principais:
- A formação e liberação de substâncias vasoativas e participantes no processo de coagulação. Entre elas, como destaque, as que vão amplificar o processo de agregação induzindo a ativação de outras plaquetas: prostaglandinas (tromboxano A2 e prostaciclina), adenosina difosfato (ADP) e trombina.
- O aparecimento e ativação de receptores de proteínas na membrana plaquetária. Os receptores são as integrinas, uma família de moléculas que intervêm muito frequentemente em interações célula-proteína. Entre os receptores plaquetários encontra-se o responsável pela fixação da plaqueta à zona lesada, ao reconhecer e unir-se as proteínas do endotélio (notavelmente o colágeno e o fator de von Willebrand). E mais importante: o receptor de glicoproteína IIb/IIIa, que reconhece e fixa-se as correntes de fibrinogênio, formando a trama plaqueta-fibrinógeno-plaqueta do tampão hemostático. Ao ativar-se uma plaqueta aparecem em sua superfície uns 50.000 receptores IIb/IIIa.
Hemostasia refere-se ao processo dinâmico finamente regulado de manter a fluidez do sangue, de reparar danos vasculares e de limitar a perda de sangue ao mesmo tempo que se evita a trombose e a perfusão inadequada de tecidos.
O processo de agregação é inibido por várias substâncias naturais (geralmente prostaglandinas) que se produzem no endotélio e cujo propósito é evitar que ocorra coagulação intravascular sem prévia lesão. Pode-se interferir nesse processo de diversas formas através no uso de medicamentos. O grupo é constituído por medicamentos usados inicialmente para outras indicações e que sobreviveram como antiagregantes por haver demonstrado utilidade clínica (muitos dos mecanismos de ação descobriram-se anteriormente ao uso terapêutico), e também por uma série de fármacos novos que se conceberam fazendo uso dos modernos conhecimentos sobre o mecanismo da agregação plaquetária. 
O medicamento conhecidos como antiagregantes plaquetários são agentes diversos, que têm em comum a propriedade de inibir a formação do trombo, sem interferir de forma significativa nos demais segmentos da coagulação. Promovem a inibição das funções plaquetárias como adesividade e agregação, inibem a reação de liberação ou secreção das plaquetas, reduzem os agregados plaquetários circulantes e inibem a formação do trombo, induzido predominantemente por plaquetas
	Podemos dividir de uma maneira geral os grupos de medicamentos da seguinte forma:
- Via do ácido aracdônico: alteração dos fosfolipídios da membrana plaquetária (ácidos graxos ômega 3), inibição da fosfolipase A2 (quinacrina), inibição da ciclooxigenase (aspirina, triflusal), inibição da tromboxano sintetase (dazoxibem), antogonistas dos receptores de TXA2 e PGH2 (ridrogrel, sulotroban).
- Aumento do AMP cíclico plaquetário: estimulação da adenilato ciclase (PGI2, PGD2, PGE1, iloprost, dipiridamol), inibição da fosfodiesterase (dipiridamol, triflusal). 
- Inibição do ADP e da ligação do fibrinogênio com receptores das glicoproteínas IIb/IIIa ticlopidina, clopidogrel).
- Antagonistas dos receptores das glicoproteínas IIb/ IIIa: inibição não competitiva irreversível
(Abciximab), inibição competitiva reversível (eptifibatide, lamifiban, tirofiban).
- Inibidores de agonistas específicos: inibição da trombina (heparina, hirudina, hirulog, argatroban), antagonistas da serotonina (Ketanserina), antagonistas da adrenalina (bloqueadores dos receptores α2 -adrenérgicos), inibição do fator de ativação plaquetária (ginko biloba).
	Devido a grande variedade dos grupos, os principais e com uso clínica consagrado serão abordados: 
- AAS
- INIBIDORES REVERSÍVEIS DA COX
- DIPIRIDAMOL
- TIENOPIRIDINAS
- NOVOS
AGENTES ANTIPLAQUETÁRIOS
ASPIRINA
O tromboxano A2 é um derivado araquidônico que altera o formato das plaquetas, estimula a degranulação e a agregação. A aspirina inibe a síntese de tromboxano A2 de forma não reversível e é considerado um inibidor plaquetário fraco por não inibir outros agonistas da agregação plaquetária. O uso da aspirina tem sido feito tanto para profilaxia primária quanto para secundária de eventos trombóticos. 
A dose terapêutica varia de um amplo espectro de 160 mg/dia até 1.500 mg/dia, sendo o mais utilizado na prática clínica de 75 mg/dia a 325 mg/dia. Os efeitos colaterais são dose-dependentes e incluem: risco de hemorragias, principalmente gastrointestinais; desconforto no trato gastrointestinal. 
Se apenas a forma de liberação entérica da aspirina estiver disponível (Aspirina Prevent), deve-se orientar ao paciente que mastigue o comprimido. 
Pacientes resistentes ou intolerantes a aspirina devem fazer uso de clopidogrel. O uso destes medicamentos é indicado para todos os pacientes com doença coronariana. 
	CLOPIDOGREL
O clopidogrel bloqueia irreversivelmente os receptores de ADP nas plaquetas, sem alterar o metabolismo das prostaglandinas. Ele é recomendado para pacientes com angina instável ou infarto agudo do miocárdio com ou sem elevação do ST, combinado com aspirina (75 mg/dia clopidogrel + 75 a 325 mg/dia aspirina); sozinho (75 mg/dia), para pacientes com histórico recente de infarto agudo do miocárdio, AVE ou doença arterial periférica. 
Após apenas 5 horas de uma dose única de 300 mg, 80% da atividade plaquetária será inibida. O efeito persiste por 7 a 10 dias.
Efeitos adversos incluem púrpura trombitopênica trombótica e distúrbios gastrointestinais.

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