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Prévia do material em texto

2011
Morfologia da língua 
Portuguesa
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
469
M124m Tafner, Elisabeth Penzlien
 Morfologia da língua portuguesa / Elisabeth Penzlien
 Tafner. Indaial : UNIASSELVI, 2011.
 
 193 p. : il.
 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-392-1
 1. Língua Portuguesa - Morfologia
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. 
 Ensino a Distância. II. Título.
Impresso por:
III
aPresentação
Olá! Antes de começarmos nossa caminhada, gostaríamos de dizer a 
você algumas palavras iniciais sobre a disciplina de Morfologia.
Ao longo de nossos estudos pretendemos explorar a morfologia, que 
se ocupa da descrição das formas linguísticas mínimas (os morfemas) e de 
suas combinações nas palavras da língua.
Para você ir se acostumando, chamamos de formas linguísticas 
aos elementos da língua, de extensão variável, que possuem significação. 
Quando falamos de funções, estamos nos referindo às funções morfológicas 
(substantivos, adjetivos etc.) que as formas linguísticas podem assumir.
A morfologia é um assunto que pode ser abordado sob diferentes 
perspectivas, depois dos avanços da ciência linguística. Para a elaboração 
deste Caderno de Estudos optamos por um tratamento mais tradicional, 
pensando em você, caro(a) acadêmico(a), que, mesmo estando a distância, 
foi o centro das atenções em cada página. Por questões didáticas, tentamos 
deixar as fronteiras entre um assunto e outro bem delimitadas. Entretanto, é 
bom que você saiba que as discussões teóricas que têm como foco a Língua 
Portuguesa podem divergir em alguns conceitos. Nem tudo é tão bonitinho 
e arrumadinho como parece, nas remissões a outras leituras que fazemos ao 
longo do Caderno, ou, em outros momentos, quando você estiver preparando 
suas aulas, pesquisando materiais, você certamente vai perceber que nem 
todos falam a mesma língua... 
Portanto, ao longo do texto, você encontrará indicações de leituras 
complementares que serão úteis para conhecer outros pontos de vista 
que tratam do assunto e também para aprofundar seus conhecimentos. 
Futuramente, você poderá fazer a sua opção por alguma das vertentes 
teóricas que discutem a riqueza da nossa língua.
Vamos começar!
Prof.ª Elisabeth Penzlien Tafner
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
V
VI
VII
UNIDADE 1 – ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS ................................................... 1
TÓPICO 1 – ESTRUTURA DAS PALAVRAS .................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 3
2 PALAVRA E MORFEMA ..................................................................................................................... 3
2.1 ELEMENTOS MÓRFICOS .............................................................................................................. 5
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 10
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 13
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 14
TÓPICO 2 – PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS ....................................................... 17
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 17
2 DERIVAÇÃO ......................................................................................................................................... 17
3 COMPOSIÇÃO ..................................................................................................................................... 21
4 HIBRIDISMO ........................................................................................................................................ 22
5 ONOMATOPEIA .................................................................................................................................. 22
6 ABREVIAÇÃO VOCABULAR ........................................................................................................... 23
7 FORMAÇÃO DE SIGLAS ................................................................................................................... 23
8 ESTRANGEIRISMOS .......................................................................................................................... 24
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 25
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 27
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 28
UNIDADE 2 – ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I ............................................................ 31
TÓPICO 1 – SUBSTANTIVO ................................................................................................................ 33
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 33
2 CONCEITUANDO ............................................................................................................................... 37
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS ................................................................................... 37
2.2 FLEXÃO DO SUBSTANTIVO ........................................................................................................ 47
2.2.1 Flexão de gênero .....................................................................................................................47
2.2.1.1 Formação do feminino ............................................................................................... 47
2.2.2 Flexão de número ................................................................................................................... 51
2.2.2.1 Formação do plural .................................................................................................... 51
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 56
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 58
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 59
TÓPICO 2 – ADJETIVO ......................................................................................................................... 63
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 63
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 63
2.1 FORMAÇÃO DOS ADJETIVOS .................................................................................................... 64
2.2 ADJETIVOS PÁTRIOS .................................................................................................................... 64
2.3 FLEXÃO DOS ADJETIVOS ........................................................................................................... 65
suMário
VIII
2.3.1 Flexão de número ................................................................................................................... 65
2.3.2 Flexão de gênero ..................................................................................................................... 66
2.3.3 Flexão de grau ......................................................................................................................... 67
2.4 LOCUÇÃO ADJETIVA .................................................................................................................... 69
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 70
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 75
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 76
TÓPICO 3 – VERBO ................................................................................................................................ 79
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 79
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 79
2.1 ELEMENTOS ESTRUTURAIS DO VERBO ................................................................................. 80
2.2 CONJUGAÇÕES .............................................................................................................................. 80
2.3 CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS .................................................................................................. 81
2.4 FLEXÃO DO VERBO ....................................................................................................................... 84
2.6 TEMPOS PRIMITIVOS E DERIVADOS ........................................................................................ 96
2.6.1 Formação dos tempos compostos ........................................................................................ 99
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 101
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 103
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 105
TÓPICO 4 – ADVÉRBIO ........................................................................................................................ 109
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 109
2 CONCEITUANDO ............................................................................................................................... 109
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS ADVÉRBIOS .......................................................................................... 110
2.1.1 Advérbios interrogativos ....................................................................................................... 111
2.2 Locuções adverbiais ......................................................................................................................... 111
2.3 GRADAÇÃO DOS ADVÉRBIOS ................................................................................................... 112
2.3.1 O grau comparativo ............................................................................................................... 112
2.3.2 O superlativo ........................................................................................................................... 112
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 114
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 116
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 117
UNIDADE 3 – ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS II .......................................................... 119
TÓPICO 1 – NUMERAL ......................................................................................................................... 121
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 121
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 121
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS NUMERAIS ............................................................................................ 121
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 125
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 126
TÓPICO 2 – ARTIGO .............................................................................................................................. 127
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 127
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 127
2.1 CLASSIFICAÇÃO DO ARTIGO .................................................................................................... 127
2.2 EMPREGOS DO ARTIGO............................................................................................................... 128
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 135
RESUMO DO TÓPICO2........................................................................................................................ 138
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 139
IX
TÓPICO 3 – PRONOME ......................................................................................................................... 143
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 143
2.1 CLASSIFICAÇÃO DO PRONOME ............................................................................................... 143
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 153
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 155
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 156
TÓPICO 4 – PREPOSIÇÃO ................................................................................................................... 159
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 159
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 159
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS PREPOSIÇÕES....................................................................................... 160
2.1.1 Aprofundando a crase ............................................................................................................ 161
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 168
RESUMO DO TÓPICO 4........................................................................................................................ 170
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 171
TÓPICO 5 – CONJUNÇÕES .................................................................................................................. 175
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 175
2 CONCEITUANDO ............................................................................................................................... 175
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS CONJUNÇÕES ...................................................................................... 176
2.1.1 Conjunções coordenativas ..................................................................................................... 176
2.1.2 Conjunções subordinativas ................................................................................................... 178
RESUMO DO TÓPICO 5........................................................................................................................ 181
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 182
TÓPICO 6 – INTERJEIÇÕES ................................................................................................................. 187
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 187
2 CONCEITO ............................................................................................................................................ 187
2.1 CLASSIFICAÇÃO DAS INTERJEIÇÕES ...................................................................................... 188
RESUMO DO TÓPICO 6........................................................................................................................ 189
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 190
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................. 191
REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................... 193
X
1
UNIDADE 1
ESTRUTURA E FORMAÇÃO 
DAS PALAVRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• reconhecer os elementos mórficos das palavras;
• compreender os mecanismos de flexão de gênero e número;
• explicar os diferentes processos de formação de palavras.
Esta unidade está dividida em dois tópicos e ao final de cada um deles 
você encontrará atividades que o(a) ajudarão a refletir e a compreender os 
conhecimentos abordados. 
TÓPICO 1 – ESTRUTURA DAS PALAVRAS
TÓPICO 2 – PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS 
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
ESTRUTURA DAS PALAVRAS
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da leitura deste Caderno, nossa atenção será dedicada ao estudo 
da Morfologia. Mas dizer simplesmente que estudaremos morfologia não é algo 
muito claro, o termo não nos parece muito familiar, não é mesmo? Portanto, caro(a) 
acadêmico(a), antes de mais nada é necessário conhecermos um pouquinho da 
origem desta palavra, a fim de nos tornarmos mais íntimos do assunto.
Observando a etimologia da palavra, ou seja, sua origem, morfologia é 
constituída pelas formas gregas morphê (forma) e logos (estudo). Com base então 
nos seus elementos de origem, temos o ‘estudo da forma’. Se vasculharmos os 
dicionários, encontraremos algo mais ou menos assim: estudo da estrutura, da 
formação, da flexão e da classificação das palavras. Ficou mais claro? 
A morfologia é uma parte da Gramática cuja atenção é dada ao aspecto 
formal das palavras ou à estrutura gramatical delas. Quer ver? As palavras da 
Língua Portuguesa podem ter os seguintes elementos na sua estrutura: morfema, 
raiz, afixos (prefixos e sufixos), e... lembrou? No Tópico 1 estudaremos esses e 
outros elementos que compõem as palavras. 
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá mais tarde, nas Unidades 2 e 3, a classificação das palavras. Por hora, 
nossa preocupação serão os elementos presentes na estrutura das palavras. Vamos a eles!
2 PALAVRA E MORFEMA
Vamos começar a estudar a estrutura das palavras da Língua Portuguesa. 
Para conhecer uma língua não basta apenas saber o significado das palavras que 
a compõem. Mesmo que isso seja importante, é essencial conhecer a estrutura 
das palavras, isto é, de que elementos elas são formadas, uma vez que esse 
conhecimento auxiliará no entendimento de seu significado. 
 
Falando em significado, vamos observar o seguinte grupo:
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
4
PEDRARIA
PEDREIRO
APEDREJAR
EMPEDRAR
Você percebeu que há um elemento comum ao grupo, certo? Esse elemento 
é a forma pedr–. Além disso, você deve ter reparado também que em todas elas 
há outros elementos destacáveis, responsáveis pela alteração no significado. Se 
compararmos pedraria e pedreiro, verificamos que a troca do elemento final –
aria por – eiro provoca alteração no sentido da palavra, trazendo o significado de 
“agente profissional”.
Prosseguindo nossa análise com o mesmo grupo de palavras acima, 
notamos que estão presentes diferentes elementos na estrutura das palavras: 
PEDR – ARIA
PEDR – EIRO
A – PEDR – EJAR
EM– PEDR – AR
ATENCAO
Ei, cuidado para não confundir as coisas: o radical contém o sentido básico da 
palavra. O termo raiz mantém relação com a origem histórica das palavras, sendo objeto de 
estudo da etimologia, parte dagramática que estuda a origem das palavras.
Esses diferentes elementos afetam a significação da palavra da qual 
fazem parte e não podem ser decompostos em unidades menores de significação. 
A esses elementos damos o nome de morfemas, elementos significativos 
indecomponíveis. 
Os morfemas podem ser classificados, quanto à significação, em lexicais 
e gramaticais. Os morfemas lexicais têm significação externa, uma vez que se 
referem aos símbolos básicos de tudo o que os falantes diferenciam na realidade 
objetiva ou subjetiva.
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
5
 Exemplo:
 folha leão planta
 forma leite pedra 
Quanto aos morfemas gramaticais, sua significação é interna, visto que 
deriva das relações e categorias consideradas pela língua (indicação de gênero, 
número, grau, modo, tempo, pessoa). Assim, ao observarmos as mesmas palavras 
do conjunto de exemplo, veremos que se colocarmos a palavra pedra no plural 
será necessário incluir a letra s (pedra – pedras), que será o indicativo de que 
esta palavra se refere a mais de um elemento. O mesmo se aplica às palavras 
folha (folhas), forma (formas), leite (leites). Ao agregarmos o morfema gramatical 
s anunciamos que estão no plural. Já no caso da palavra leão, se quisermos 
transformá-la em feminino, precisamos usar o indicativo específico de gênero 
(leão – leoa). A letra A é o morfema gramatical, representando o gênero feminino.
2.1 ELEMENTOS MÓRFICOS
Bom, agora que já vimos que cada morfema é uma unidade de significação 
mínima, é hora de estudar quais são os elementos mórficos e sua função na 
estrutura da palavra. Vamos estudá-los um a um. 
a) Radical: chamamos de radical o morfema básico, comum a palavras de uma 
mesma família. É só resgatarmos mais uma vez nosso grupo exemplo:
PEDR – ARIA
PEDR – EIRO
A – PEDR – EJAR
EM– PEDR – AR
O morfema pedr– está em todas as palavras do grupo e contém o sentido 
básico de cada palavra. As palavras que possuem o mesmo radical são chamadas 
de cognatas. Vejamos um outro grupo que também forma uma família de palavras:
FOLH – A
FOLH – AGEM
DES – FOLH – AR
FOLH – INHA
Portanto, o radical é a parte significativa central das palavras a que se 
juntam outros elementos mórficos, que estudaremos a seguir.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
6
É bom lembrar que existem palavras formadas unicamente pelo radical, como 
céu, cor, paz, mar, flor, rua.
IMPORTANT
E
b)	Afixos: são elementos mórficos que se juntam ao radical, capazes de alterar seu 
sentido ou mudar a classe gramatical da palavra a que são acrescentados.
PEDR – ARIA
PEDR – EIRO
A – PEDR – EJAR 
EM – PEDR – AR
 
Novamente, resgatamos nosso grupo exemplo em que os afixos estão 
destacados agora. Os afixos, conforme a posição em que são acrescentados ao 
radical, podem ser chamados de:
	prefixos:	quando são colocados antes do radical;
	sufixos: quando são colocados depois do radical.
Exemplo:
c) Desinências: são morfemas colocados após os radicais. As desinências podem 
ser nominais e verbais: 
	desinências nominais: indicam o gênero (masculino/feminino) e o número 
(singular/plural) dos nomes (adjetivos, substantivos). Observe a palavra 
gatinhas:
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
7
	desinências verbais: indicam nas formas verbais o modo, o tempo, o número 
e a pessoa. Veja agora a indicação destas variações em cantávamos:
Cant Radical
desinência que informa simultaneamente pessoa e número.
No caso: pessoa: 1ª e número: plural.
desinência que informa simultaneamente tempo: pretérico imperfeito e
modo: indicativo.
vogal temática: indica a que conjugação o verbo pertence.A
Va
Mos
pretérito
	desinências verbo-nominais: referem-se às formas nominais do verbo, o 
infinitivo, o gerúndio e o particípio, marcadas pelas desinências –r, –ndo, –do 
(a): sentir, chegando, comprado.
O quadro a seguir pode ajudar você a reconhecer com mais facilidade as 
principais desinências em português:
DESINÊNCIAS
gênero masculino (–o)
feminino (–a)
NOMINAIS
número singular (não há)
plural (–s)
de tempo
e modo
–va, –ve: imperfeito do indicativo, 1a conjugação (amava)
–ia, ie: imperfeito do indicativo, 2a e 3a conjugações (partia)
–ra, re: mais–que–perfeito do indicativo (átono) (amara)
–sse: imperfeito do subjuntivo (amasse)
–ra, –re: futuro do presente do indicativo (tônico) (amará,
amaremos)
–ria, rie: futuro do pretérito do indicativo (amaria)
–r: futuro do subjuntivo (quiser)
–a: presente do subjuntivo, 1a conjugação (peça)
–e: presente do subjuntivo, 2a e 3a conjugações (ame)
–u: pretérito perfeito do indicativo (amou)
VERBAIS
de número
e pessoa
–o: 1a pessoa do singular, presente do indicativo (amo)
–s: 2a pessoa do singular (amas)
–mos: 1a pessoa do plural (amamos)
–is, –des: 2a pessoa do plural (amais, amardes)
–m: 3a pessoa do plural (amam)
VERBO–
NOMINAIS
–r: infinitivo
–ndo: gerúndio
–do: particípio regular
FONTE: A autora
QUADRO 1 – DESINÊNCIAS NOMINAIS, VERBAIS E VERBO-NOMINAIS
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
8
Como você percebeu no quadro 1, na formação das palavras temos as 
desinências nominais que podem indicar o gênero (-a [feminino], -o [masculino]) 
e o número (-s [plural], 0 para o singular) das palavras. Além das desinências 
nominais, existem as desinências verbais que indicam o tempo, o modo, o gênero 
e o número do verbo. Como mostra o quadro, temos para indicar o tempo e o 
modo do verbo: imperfeito do indicativo, 1ª conjugação (-va, -ve); imperfeito 
do indicativo, 2ª e 3ª conjugações (–ia, -ie); mais-que-perfeito do indicativo (–ra, 
-re); imperfeito do subjuntivo (–sse); futuro do presente do indicativo (–ra, –re); 
futuro do pretérito do indicativo (–ria, -rie); futuro do subjuntivo (–r); presente 
do subjuntivo, 1ª conjugação (–a); presente do subjuntivo, 2ª e 3ª conjugações 
(–e); pretérito perfeito do indicativo (–u). Já para indicar o gênero e o número do 
verbo, usamos: 1a pessoa do singular, presente do indicativo (–o); 2ª pessoa do 
singular (–s); 1ª pessoa do plural (–mos); 2ª pessoa do plural (–is, –des); 3ª pessoa 
do plural (–m). Há, ainda, as desinências verbo-nominais utilizadas para indicar 
o infinitivo (-r), o gerúndio (-ndo) e o particípio regular (-do).
Neste momento, você não deve ficar preocupado em definir com exatidão 
o tempo e modo informados por uma determinada desinência. Deixe essa atividade para 
a Unidade 2, Tópico 3 – Verbos. Por enquanto, basta você conseguir fazer uma análise 
morfológica básica, apontando elementos como o radical e, se houver, prefixos, sufixos ou 
desinências.
IMPORTANT
E
d) Vogal temática: é um elemento que se junta ao radical de certas palavras para 
que estas possam receber as desinências e sufixos. A vogal temática aparece 
entre o radical e a desinência. Sua função é a de marcar classes (é um morfema 
classificatório) de nomes (substantivos/adjetivos) e verbos. Existem dois tipos 
de vogais temáticas:
	Vogais temáticas nominais (a, e, o): marcam classes de substantivos (casa, 
leite, bloco) e adjetivos ( forte, triste, grande).
Não devemos confundir a desinência do feminino (–a) com a vogal temática 
(–a). Ela será considerada desinência do feminino quando for marca de gênero. Vamos 
comparar algumas palavras. Em foca, o –a não se opõe a foco, neste caso o –a é uma vogal 
temática. Já em gata, o –a é desinência de gênero (em oposição a gato).
IMPORTANT
E
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
9
	Vogais temáticas verbais (a, e, i): marcam as três conjugações: canta(r), come(r), 
fugi(r).
O verbo pôr e seus derivados (antepor, compor, supor) pertencem à 2a 
conjugação, visto que a forma latina do verbo era poer. Porém, depois a forma evoluiu e 
chegou até nós como pôr.
IMPORTANT
E
e) Tema: a junção da vogal temática com o radical chamamos de tema.Algumas 
palavras, ditas invariáveis, são puro radical. Veja o caso de atlas, bônus, lápis, 
ônibus, tênis, vírus. Outras, são chamadas de variáveis, pois possuem tema 
acrescido de desinência, casas e corres ilustram este caso: 
f) Vogal e consoante de ligação: são elementos que intercalamos entre os 
elementos mórficos para facilitar a pronúncia. Esses elementos, porém, não 
possuem significação alguma e distinguem-se claramente dos afixos.
 A ocorrência desse elemento pode ser analisada na palavra paulada, 
onde pau é radical e ada é o sufixo. O l entra para que não ocorra dissonância 
(encontro desagradável de vários sons). Já em gasômetro, palavra formada por 
dois radicais: gás + – metro, foi necessário o emprego de uma vogal de ligação 
para facilitar a pronúncia.
CAS
A
S
radical
tema
vogal temática
desinência de número (plural)
CORR
E
S
radical
tema
vogal temática
desinência de número (plural)
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
10
Indicação de leitura
Para complementar seus estudos sobre este tema, visite os sites:
<http://www.brasilescola.com/gramatica/estrutura-e-formacao-de-palavras-i.htm>.
<http://www.gramaticaonline.com.br/texto/826/Estrutura_das_palavras>.
UNI
Vimos até o momento como as palavras estão estruturadas (radical, 
morfema, tema etc.), como os elementos se articulam para constituir um 
todo significativo em si e integrante de nossa língua. Para completar essas 
informações é importante que você leia o texto de Flávia de Barros Carone, 
pois ele complementa os conhecimentos que construímos sobre a estrutura das 
palavras. Boa leitura!
O MORFEMA
Flávia de Barros Carone
A menor unidade significativa [...] é o morfema, que tem a propriedade 
de articular-se com outras unidades de seu próprio nível. No entanto, a maior 
unidade de que o falante da língua tem cons ciência nas frases que diz ou ouve, 
escreve ou lê, é a palavra. Ora, esta nem sempre coincide com o morfema, isto é, 
são rela tivamente poucos os vocábulos que constam de um só morfema (boi, sal, 
mar, etc.).
[...] Chega mos, assim, a outra concepção de morfema: “unidade mínima 
significativa”, que tem a propriedade de articular-se com outras unidades de seu 
nível. Ou, mais especificamente, unidade formal abstrata, provida de um (ou 
mais de um) valor semântico — referencial ou gramatical.
O morfema é, pois, uma abstração que envolve significados e possibilidades 
combinatórias. Apresenta-se, o mais das vezes, formalizado em fonemas, que se 
concretizam por meio de sons. [...] Uma forma linguística só pode ser reconhecida 
se se define o nível em que está sendo observada. O fonema /a/, por exem plo, não 
se confunde com o morfema –a de feminino, nem com o vocábulo a, artigo; são 
entidades diferentes, de níveis diferentes. [...]
LEITURA COMPLEMENTAR
TÓPICO 1 | ESTRUTURA DAS PALAVRAS
11
A PALAVRA
Formas presas, formas livres, formas dependentes
Será útil, para a compreensão do comportamento dos mor femas, a 
distinção que faz Bloomfield (1933) entre formas livres e formas presas. Formas 
livres são aquelas que podem constituir, isoladas, um enunciado suficiente para a 
comunicação. Em sen tido amplo, toda frase, da mais simples à mais complexa, é 
uma forma livre, desde que dotada de uma entonação adequada.
Interessam-nos, neste momento, as formas livres mínimas, cuja extensão 
não excede os limites do vocábulo. Podem com portar-se como unidades de 
comunicação quando a elas se sobre põe a mencionada entonação. A esse conceito 
se opõe ao de formas presas, aquelas que não são suficientes para, sozinhas, cons-
tituírem um enunciado; são formas presas ré–, lamp– e todo o cortejo de segmentos 
que a esta última se articulam.
O vocábulo infeliz é uma forma livre mínima porque seus constituintes 
imediatos não são, ambos, formas livres: feliz é, mas o prefixo in– é uma forma 
presa, visto que não ocorre isoladamente. Por outro lado, palavras como beija-
flor e vaivém não são formas livres mínimas, pois seus constituintes imediatos o 
são, eles próprios — cada um, evidentemente, com outros valores gra maticais e 
semânticos, uma vez desfeita a composição.
Uma palavra pode ser constituída 
	de uma forma livre mínima: leal;
	de duas formas livres mínimas: couve-flor;
	de uma forma livre e uma ou mais presas: leal–dade, in–feliz–mente.
	apenas de formas presas: re–a–bert–ur–a.
Não cabem nessa classificação, porém, certas palavras pecu liares pela 
atonicidade: artigos, preposições, algumas conjunções, pronomes oblíquos átonos 
— que não podem, por si sós, constituir um enunciado. (CÂMARA JUNIOR, 1970). 
(Julgamos que se incluem aí também os oblíquos tônicos: mim, ti, si.) Cada uma 
dessas palavras só será um enunciado possível quando constituir uma citação, 
mas, nessa circunstância, qualquer palavra é um substan tivo (— Não ouvi bem: 
você ditou de ou me? — Me.).[...]
Para resolver as lacunas que persistem, Câmara Junior (1970, p. 60) 
propõe um terceiro conceito: o de formas dependentes. Estas não são livres porque 
não constituem, isoladas, um enun ciado; e não são presas porque são separáveis 
como vocábulos formais. Isso se comprova por admitirem intercalações e/ou in-
versões, relativamente ao vocábulo com que se relacionam sintaticamente:
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
12
	o irmão / o meu irmão / o meu bom irmão
	diga-me / não me diga / que me não diga
	preciso de dinheiro / preciso de muito dinheiro
	um menino que vi / um menino que ontem mesmo eu vi
	dizem que virás / dizem que nunca mais virás
São estes os critérios para avaliar a coesão gramatical (in terna, estrutural) 
da palavra: a “mobilidade de posição” e a “sequência ininterrupta de elementos”.
Uma das características da palavra é que ela tende a ser estável 
internamente, quanto à ordem dos morfemas que a compõem, mas é móvel 
quanto à posição: pode trocar de posição com outras pa lavras na mesma frase. [...]
 
O conceito de vocábulo diz respeito a uma estrutura, algo interno: o 
vocábulo é uma unidade construída de morfemas. Todavia, é difícil chegar ao 
conceito de palavra, realidade que todo falante intui.
FONTE: CARONE, Flávia de Barros. Morfossintaxe. 9. ed. São Paulo: Ática, 2004. p. 21-33.
13
Neste tópico, você estudou que:
	O morfema é a menor unidade significativa de uma palavra.
	O radical é o elemento estrutural, que contém o sentido básico das palavras.
	Os afixos (prefixos e sufixos) são elementos que anexamos ao radical para 
mudar o significado ou alterar a classe gramatical das palavras.
	Os prefixos são colocados antes do radical (reacender).
	Os sufixos são colocados após o radical (mortal).
	As desinências (nominais, verbais e verbo-nominais) são elementos mórficos 
colocados ao término do radical.
	As desinências nominais indicam gênero e número dos nomes (substantivos e 
adjetivos).
	As desinências verbais indicam pessoa, número, tempo e modo dos verbos.
	A vogal temática (a, e, i) indica a conjugação a que pertence o verbo.
	O tema é formado pela soma do radical e vogal temática.
	As vogais ou consoantes de ligação são elementos secundários na palavra, mas 
que facilitam sua pronúncia ou ligam morfemas.
RESUMO DO TÓPICO 1
14
Você percebeu quantos elementos participam da estrutura de uma 
palavra? Então, é hora de começar a explorá-los, levando em consideração 
todas as explicações apresentadas até aqui. 
Nos exercícios a seguir, tentaremos relembrar um pouco do que 
aprendemos.
1 Indique a alternativa em que o elemento mórfico está incorretamente 
classificado:
AUTOATIVIDADE
2 Palavras cognatas são aquelas que têm a mesma raiz. Assinale a alternativa 
em que não há três cognatos.
a) ( ) Governo – desgovernado – ingovernável.
b) ( ) Ensinar – ensino – ensinamento.
c) ( ) Certo – incerto – incerteza.d) ( ) Viver – vida – vidente.
3 Assinale a opção em que todos os vocábulos têm radical com o mesmo valor 
semântico.
a) ( ) Campestre – camponês – campus.
b) ( ) Amigável – amistoso – amizade.
c) ( ) Terra – terrorista – aterrorizar.
d) ( ) Bengala – bengalada – bengali.
4 Os morfemas dent- (em desdentado), in- (em insatisfeito) e -oso (em perigoso) 
são, respectivamente:
a) ( ) Radical – prefixo- prefixo.
b) ( ) Prefixo - radical – sufixo.
c) ( ) Radical - prefixo – sufixo.
d) ( ) Sufixo – prefixo - radical.
15
5 Assinale a única alternativa em que a primeira palavra apresenta prefixo e a 
segunda, sufixo.
a) ( ) Desgraças - pimenta.
b) ( ) Incômoda – realmente.
c) ( ) Tristeza – realmente.
d) ( ) Refresco - ninguém.
6 Identifique os radicais das palavras que seguem:
a) ( ) Terra – terrinha – térrea – terreiro.
b) ( ) Descampado - campestre - campesino – acampar.
c) ( ) Cardiologia – cardíaco - cardiologista – taquicardia.
d) ( ) Envelhecimento – velhice – envelhecer - velharia.
16
17
TÓPICO 2
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
No Tópico 1 nossa atenção foi dedicada à estrutura das palavras, 
estudamos seus elementos mórficos (radical, desinências, prefixos, sufixos etc.). 
Compreender esses elementos é fundamental, pois seu conhecimento será útil 
na análise dos processos de formação de palavras de que a Língua Portuguesa 
dispõe. É isso mesmo, a língua não está pronta e acabada, ela acompanha e reflete 
as mudanças que a sociedade vivencia.
Constantemente o homem procura melhorar sua qualidade de vida. 
Esta busca gera desenvolvimento e progresso. A ciência e a tecnologia a todo 
instante nos surpreendem com novidades e, neste fluxo incessante de mudanças, 
novas ideias e invenções geram novas necessidades de expressão. Portanto, 
língua e sociedade não podem caminhar em direções opostas; a língua, em sua 
dinamicidade, apresenta mecanismos capazes de gerar novas palavras para 
acompanhar e traduzir as transformações (novos objetos de consumo, por 
exemplo, pedem novas palavras). Para expressar a nova realidade, o falante às 
vezes produz novas palavras (a partir de elementos já existentes) ou, ainda, muda 
o significado de uma palavra antiga.
 A Língua Portuguesa tem dois processos básicos de formação de palavras: 
a derivação e a composição. Além desses, existem o hibridismo, a onomatopeia, 
a abreviação vocabular e a formação de siglas, os quais exploraremos juntos, um 
a um.
2 DERIVAÇÃO
Um dos processos que permite a criação de novas palavras é a derivação. 
Bom, este processo usa palavras já existentes (primitivas) na língua para formar 
uma palavra nova (derivada). Você deve ter reparado o aparecimento de duas 
novas classificações, primitiva e derivada, certo? 
Chamamos de primitivas as palavras que não se formam a partir de 
outras palavras (lua, menina, cidade). 
Já aquelas formadas a partir de outras palavras anteriormente existentes, 
denominamos de derivadas (pedreiro, derivada de pedra; folhagem, derivada de 
folha).
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
18
Vamos conhecer agora os modos pelos quais a derivação ocorre:
a)	Por	prefixação: antepomos um prefixo a um radical.
 
Vamos analisar a estrutura da palavra imoral. Que elementos podemos 
identificar em sua estrutura? Temos o prefixo i– e a palavra primitiva moral. 
Imoral, portanto, foi formada pelo acréscimo de um prefixo à palavra primitiva. 
Outros exemplos que ilustram esse processo: desligar, refazer, inculto.
b)	Por	sufixação: acrescentamos um sufixo a um radical. 
 
Observando os elementos da palavra pedreiro, identificamos o radical, 
pedr– e o sufixo –eiro. Concluímos então que a palavra pedreiro formou-se 
pelo acréscimo de um sufixo ao radical da palavra primitiva. Outros exemplos: 
folhagem, certamente, barbear.
c) Por derivação parassintética (ou parassíntese): neste caso, anexamos, ao 
mesmo tempo, um prefixo e um sufixo a um radical.
Considere a palavra ensurdecer. Aqui você identifica três elementos, 
o prefixo en–, o radical surd e o sufixo –ecer. Neste caso, diferentemente dos 
anteriores, temos o acréscimo simultâneo de um prefixo e um sufixo a um mesmo 
radical. Os casos de derivação parassintética têm como base um substantivo ou um 
adjetivo e podem gerar formas verbais (alistar, anoitecer, avermelhar, emudecer, 
enegrecer etc.) ou nominais (alinhamento, desalmado, desgovernado, esvaziado).
Nos casos de derivação parassintética não é possível suprimir nem prefixo nem 
o sufixo, pois a ausência de um ou de outro deixa a palavra sem sentido. Veja a seguinte 
análise:
Em ensurdecer, temos en– prefixo, o radical surd e o sufixo –ecer. Temos aqui um prefixo 
e um sufixo que se agregam ao mesmo tempo ao radical. Se suprimirmos o sufixo, ficamos 
com “ensurde” e, se excluirmos o prefixo, sobra apenas “surdecer”, isto é, duas palavras que 
não existem na Língua Portuguesa.
Já em palavras como desigualdade, desumano, desvalorização, imoralidade, infelizmente, se 
tirarmos o prefixo (ou sufixo) elas ainda vão continuar tendo sentido, o que indica um caso 
de derivação prefixal e sufixal. Observe a palavra infelizmente:
	se tirarmos o prefixo in–, teremos a palavra felizmente.
	se tirarmos o sufixo –mente, teremos a palavra infeliz.
Tanto felizmente quanto infeliz existem na Língua Portuguesa e são formadas pelo processo 
de derivação prefixal e sufixal.
IMPORTANT
E
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
19
d) Por derivação regressiva: quando trocamos a terminação de um verbo pelas 
desinências –a, –o ou –e. 
Nestes casos, temos uma derivação que forma, principalmente, 
substantivos a partir de verbos (chamados de substantivos deverbais). O 
substantivo constituído a partir de derivação regressiva sempre indica ação. 
Vejamos: 
crítica = criticar – r
combate = combater – r 
pesca = pesca – r 
planta = planta – r 
Se você quiser saber se um substantivo é palavra primitiva ou derivada, 
observe alguns itens:
	É palavra derivada o substantivo que denotar ação. 
Exemplo:
pesca (substantivo)
palavra derivada
pescar (verbo)
palavra primitiva
	É palavra primitiva o substantivo que nomeia objeto ou substância.
Exemplo:
e) derivação imprópria: este processo ocorre quando mudamos a classe de uma 
palavra, estendendo sua significação, porém sua grafia permanece a mesma. 
Pode ocorrer nas seguintes situações:
planta (substantivo)
palavra primitiva
plantar (verbo)
palavra derivada
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
20
ESTUDOS FU
TUROS
Você verá mais tarde, nas Unidades 2 e 3, as classes de palavras. Para entender 
a mudança de classe gramatical, basta, por enquanto, observar o contexto em que a palavra 
foi empregada. É muito fácil!
	substantivo usado como adjetivo: 
	 criança capeta, funcionário fantasma, traje esporte, mulher gato, homem 
aranha.
	adjetivo usado como substantivo: 
	 A feia não veio hoje. 
	adjetivo usado como advérbio:
	 Falava baixo para que ninguém o ouvisse.
	substantivo, adjetivo ou verbo usados como interjeição: 
	 Bico!, rua!, silêncio!, boa!, passa! 
	conjunção usada como substantivo: 
	 Não sei o porquê da minha existência.
	verbo usado como substantivo:
	 O jantar foi servido pontualmente.
	particípio usado como adjetivo:
	 Sempre foi a neta preferida.
	substantivo próprio usado como substantivo comum:
	 Era um caxias de tão pontual.
O livro “Teoria Lexical”, de Margarida Basílio, é uma boa opção para você se 
aprofundar um pouco nos processos de formação de palavras. A referência completa da 
obra é: 
FONTE: BASILIO, Margarida. Teoria Lexical. 4. ed. São Paulo: Ática, 1995.
NOTA
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
21
3 COMPOSIÇÃO
Ei, você. Atenção! Estamos agora iniciando o estudo deum novo processo 
de formação de palavras, a composição. Esse processo cria palavras a partir da 
combinação de duas ou mais palavras ou radicais já existentes. “Os elementos 
primitivos perdem a significação própria em benefício de uma significação 
nova, global. A palavra composta exprime um conceito novo, mais ou menos 
independente do sentido das partes componentes”. (LUFT, 2002, p. 131).
A composição pode ocorrer de duas formas: por justaposição ou por 
aglutinação. O que diferencia um processo do outro é o critério fonético. Agora, 
vamos entender como acontece cada um desses processos.
a) Composição por justaposição: ocorre quando se juntam duas ou mais palavras 
e estas mantêm sua estrutura, isto é, não sofrem alteração. Na junção dos 
radicais não há alteração fonética, portanto as palavras associadas continuam 
a ser faladas (e escritas) da mesma forma como eram antes, daí o nome 
justaposição, pois os radicais são apenas colocados lado a lado (justapostos), 
sem que nenhum deles sofra alteração. Cada um deles mantêm sua integridade 
sonora. Vamos analisar um caso para você entender melhor.
Tomemos a palavra beija-flor. Ela é formada por duas palavras simples 
(palavras simples são aquelas que têm apenas um radical), beija e flor. Mas, 
quando se juntam, formam uma nova palavra, com um novo significado, neste 
caso beija-flor é o nome de uma ave. Este novo significado é diferente da expressão 
beija	flor, em que cada radical tem seu sentido original.
Vejamos mais alguns exemplos em que houve justaposição:
porco-espinho girassol guarda-roupa passatempo
amor-perfeito guarda-chuva vaivém malmequer
A justaposição deve ser entendida como um processo em que cada radical 
guarda sua individualidade ou autonomia fonética na formação de uma nova palavra. A 
forma de grafar, com ou sem hífen, não é critério para identificar se a formação ocorreu por 
justaposição ou composição. O importante é verificar alterações na pronúncia (e na grafia) 
da nova palavra.
IMPORTANT
E
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
22
b) Composição por aglutinação: é processo de formação de palavras caracterizado 
por mudanças na estrutura fonética das palavras. Os dois radicais associados 
se unem, formando um todo fonético, no qual algum dos elementos sofre 
alteração (perda de acento tônico, de vogais e consoantes). 
Vamos explorar um destes casos de perto. Vejamos a palavra pontiagudo. 
O que ocorreu com ela? Inicialmente tínhamos ponta + i + agudo, porém durante 
a fusão desses elementos, houve perda de som, o que gerou pontiagudo. Eis aqui 
o que chamamos de perda da autonomia fonética de uma palavra. Existem vários 
casos assim na Língua Portuguesa, observe alguns deles: aguardente (água + 
ardente), boquiaberto (boca + aberto), embora (em + boa + hora), fidalgo (filho + 
de + algo), pernalta (perna + alta), pernilongo (perna + longo), planalto (plano + 
alto). 
 
4 HIBRIDISMO
A formação de palavras ocorre a partir da reunião de elementos de línguas 
diferentes. Ficou surpreso? Mas é isso mesmo, usamos várias palavras em nosso 
cotidiano que são formadas por hibridismo. Você deve estar se perguntando, 
“mas como vou saber a origem de uma palavra híbrida?” A consulta a um bom 
dicionário certamente trará uma boa resposta.
Vejamos alguns exemplos muito usados: 
Burocracia = buro (francês bureau, significa escritório) + cracia (grego krátos, 
significa poder, domínio).
Sambódromo = samba (origem africana, significa animação) + dromo (grego 
drómos, significa corrida).
Sociologia = socio (latim societas, socius, significa sociedade, companheiro) + logia 
(grego lógos, significa estudo).
Surfista = surf (inglês, significa arrebentação das ondas) + ista (grego), 
Televisão = tele (grego, significa longe) + visão (latim).
5 ONOMATOPEIA
São palavras criadas com o objetivo de imitar certos sons ou ruídos. A 
partir do conjunto de fonemas de que a Língua Portuguesa dispõe, a palavra 
formada reproduz sons ou ruídos gerados por armas de fogo, campainhas, 
fenômenos naturais, instrumentos musicais, sinos, vozes de animais. 
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
23
Chamamos de palavras onomatopaicas os verbos que reproduzem as 
vozes de animais. Exemplos: chirriar (coruja), guinchar (porco), miar (gato), 
mugir (boi, vaca), rugir (leão, onça), uivar (cão).
Para os demais casos, você já deve ter visto: tique-taque , reco-reco, zum-
zum, nhec-nhec, pingue-pongue.
6 ABREVIAÇÃO VOCABULAR
O ritmo acelerado em que vivemos e a agilidade proporcionada pelas 
novas tecnologias provocam alterações na língua. Uma delas é redução de algumas 
palavras até limites que não prejudiquem o entendimento entre os interlocutores. 
Assim, algumas palavras longas possuem uma variante simplificada, que 
assumiu o sentido da forma plena. Para ilustrar tal fato, veja estes exemplos: auto 
(automóvel), curta (curta-metragem), foto (fotografia), micro (microcomputador), 
moto (motocicleta), pólio (poliomielite), pneu (pneumático), quilo (quilograma), 
vídeo (videocassete), zoo (zoológico) etc.
7 FORMAÇÃO DE SIGLAS
Também é um processo de formação de palavras influenciado pela 
necessidade de economizar tempo e espaço na comunicação falada e escrita. As 
siglas são um tipo especial de redução, que trazem agilidade aos interlocutores. 
São constituídas pelas letras iniciais que formam o nome de uma associação 
(cultural, estudantil, operária, patronal, recreativa), empresa, firma, instituição, 
organização internacional, partidos políticos, serviços públicos, sociedades 
comerciais. Em geral, conhecemos mais as siglas do que as denominações 
completas, quer ver?
Observe a lista e não se assuste, pois as siglas às vezes provêm de outras 
línguas: 
AIDS – Acquired Immunodeficiency Syndrome (Síndrome da Imunodeficiência 
Adquirida)
CD – Compact Disc
CPF – Cadastro de Pessoas Físicas
FUNAI – Fundação Nacional do Índio
IBOPE – Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
IPTU – Imposto Predial e Territorial Urbano
ONU – Organização das Nações Unidas
UNE – União Nacional dos Estudantes
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
24
A sigla, depois de criada, pode atuar como uma palavra primitiva, 
formando derivados: petista (membros do PT – Partido dos Trabalhadores), 
peemedebista (membros do PMDB – Partido do Movimento Democrático 
Brasileiro). 
8 ESTRANGEIRISMOS
São palavras estrangeiras introduzidas na língua devido ao contato com 
outros povos. 
Elas são mais comuns do que você imagina, basta pensar em ir ao shopping 
ou comer um cheeseburguer... E, se você estiver diante do computador, ao lado 
do seu teclado deve haver um...? Um mouse, viu? Olha aí mais uma palavra que 
tomamos emprestada de outra língua. 
Existe uma certa polêmica em torno do assunto, discutindo até que ponto 
o emprego de elementos de outras línguas pode fazer mal à Língua Portuguesa. 
E, você? O que acha da questão? Antes de tomar partido, não esqueça que o 
português é uma língua que veio do latim, hein? E está recheada de contribuições 
vindas do contato com outras línguas (sábado, Jesus – hebraico; algodão, azeite 
– árabe; bife, clube, esporte – inglês; lasanha, soneto – italiano; tatu, araponga, 
saci – tupi; macumba, maxixe, quilombo – línguas africanas) que enriqueceram 
seu patrimônio léxico. 
Para não nos alongarmos demais no assunto, sugerimos que você passe a 
dar mais atenção aos anúncios publicitários, às inovações da informática (vamos 
citar aqui apenas esses dois contextos, mas se você for mais longe...). 
ATENCAO
Leia sobre o emprego de estrangeirismos e reflita acerca da polêmica.
Indicamos o artigo de Miguel Ventura Santos Gois, A influência dos estrangeirismos na 
Língua Portuguesa: Um processo de globalização, ideologia e comunicação. Disponível 
em:<http://www.filologia.org.br/xiicnlf/textos_completos/A%20influ%C3%AAncia%20dos%20estrangeirismos%20na%20l%C3%ADngua%20portuguesa-%20um%20processo%20de%20
globaliza%C3%A7%C3%A3o,%20ideologia%20e%20comunica%C3%A7%C3%A3o%20-%20
MIGUEL.pdf>.
Vimos neste tópico como se dá o processo de formação das palavras. Agora 
é uma boa hora para complementar o conhecimento que construímos nesta etapa 
com a leitura do texto de Andréa Lacotiz sobre a função dos sufixos na formação 
das palavras e sua significação. Boa leitura!
TÓPICO 2 | PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE PALAVRAS
25
LEITURA COMPLEMENTAR
A SEMÂNTICA DOS SUFIXOS E SUA FUNÇÃO NA FORMAÇÃO DE 
PALAVRAS
Qualquer leigo ou iniciante no estudo da gramática, ao abri-la para 
consultar os processos de formação de palavras, irá se espantar com a quantidade 
de sufixos presentes na língua portuguesa. Ainda, o emprego desses sufixos 
se relaciona à mudança de classes gramaticais, processo pelo qual é possível a 
nominalização de verbos e adjetivos, por exemplo. Entretanto, caso seja feita uma 
leitura atenta da gramática, ficará a pergunta: por que existem tantos sufixos de 
valor semelhante se, pelo que parece, não há alteração semântica significante pelo 
uso de uma ou outra partícula constituinte de palavras? O que faz existir no léxico 
a forma lembrança e não “lembração”, vingança e não “vingação”?
Sandman (1991:75–81) trata em sua obra dos bloqueios pertinentes à 
formação de palavras, ao discutir as condições de lexicalidade de termos da língua. 
De acordo com o autor, vários são os impedimentos responsáveis pela ausência 
de palavras, como as apontadas no parágrafo anterior. Em geral, a existência de 
uma palavra na língua impede o surgimento de outra de valor igual; embora o 
sistema possibilite uma forma nova, o uso promove e privilegia a já existente. O 
autor delineia os seguintes casos de bloqueio:
a) bloqueio por derivados com sufixos de função igual: *trancamento/trancação; 
*tombamento/tombação; *avaliação/avaliamento, dentre outros;
b) bloqueio de formas complexas por formas simples ou outras formas complexas:
 *ridículo(subs.)/ridiculeza ou ridiculidade; *ladrão/roubador; *silêncio/
silenciosidade; *valia/valiosidade. [...]
Interessa–nos investigar o ponto em que o sistema virtual da língua 
possibilita a existência de certos termos, à medida que haja o bloqueio ou, 
especialmente, quando existem formas paralelas, advindas da mesma base.
Casos há em que o dicionário e o próprio uso registram termos como 
observância/observação, aparência/aparição. Sobre esses sufixos, –ança/–ância/–
ência e –ção/–são, as gramáticas assinalam o sentido de “ação ou resultado dela” 
. Se os verbetes forem consultados no dicionário, saber-se-á que eles não têm o 
mesmo significado: aparência/aparição, são ambos formados no latim [...]
Tais fatos mostram que os sufixos fazem mais do que alterar a classe 
gramatical de um termo. Faz-nos ver fortes indícios de que os sufixos carregam 
em si uma carga semântica, variável, que é acrescida à base. Sobre isso, Sandman 
(1989:30) demonstra o equívoco existente na gramaticologia portuguesa “de que os 
afixos, principalmente os sufixos, são elementos semanticamente mais vazios do que, por 
exemplo, radicais (...)”.
UNIDADE 1 | ESTRUTURA E FORMAÇÃO DAS PALAVRAS
26
O autor cita duas afirmações existentes em diferentes gramáticos:
“Ao contrário dos sufixos, que assumem um valor morfológico, os prefixos têm 
mais força significativa...” (BECHARA apud SANDMAN).
“Ao contrário dos prefixos que, como vimos, guardam certo sentido, com o qual 
modificam, de maneira mais ou menos clara, o sentido da palavra primitiva, os sufixos, 
vazios de significação (sic), têm por finalidade formar séries de palavras da mesma classe 
gramatical.” (ROCHA LIMA apud SANDMAN).
Sobre tais assertivas, Sandman cita, como exemplo contra-argumentativo, 
o sufixo –ada, o qual não tem o mesmo significado em formações como: martelada 
‘golpe de martelo’, facada ‘pontada com a faca’ (ibidem). Acrescentamos a esses 
exemplos, laranjada ‘suco de laranja’, goiabada ‘doce de goiaba’, goleada ‘grande 
quantidade de gols’, dentre outros sentidos que o sufixo pode adquirir, em certos 
contextos.
FONTE: LACOTIZ, Andréa. Análise dos sufixos –ança/–ença, –ância/–ência na obra do simbolista 
João da Cruz e Sousa. Estudos Linguísticos XXXV, p. 320-329, 2006. Disponível em: <http://gel.
org.br/4publica–estudos–2006/sistema06/569.pdf>. Acesso em: 1 nov. 2006.
27
RESUMO DO TÓPICO 2
Caro(a) acadêmico(a), no Tópico 2, exploramos os seguintes processos 
de formação de palavras:
	Por derivação: ocorre a formação de novas palavras (derivadas) a partir de 
uma já existente (primitiva):
a) prefixal: quando acrescentamos um prefixo ao radical (ex.: descuidar);
b) sufixal: quando acrescentamos um sufixo ao radical (ex.: pontudo);
c) parassíntese: quando acrescentamos ao mesmo tempo um prefixo e um sufixo 
ao radical (ex.: envelhecer);
d) regressiva: quando há redução da palavra primitiva (ex.: sobrar – sobra);
e) imprópria: quando há mudança da classe gramatical da palavra (ex.: jantar – o 
jantar).
	Por composição: ocorre a formação de palavras, denominadas compostas, a 
partir da união entre dois ou mais radicais:
a) justaposição: quando os radicais se unem sem que haja alteração fonética (ex.: 
couve-flor);
b) aglutinação: quando os radicais se juntam e ocorre alteração fonética (ex.: 
vinagre – vinho + acre).
	Outros processos:
a) hibridismo: quando usamos radicais de línguas diferentes para formar novas 
palavras (micro-ondas – grego e português);
b) onomatopeia: quando imitamos certos sons ou ruídos, usando palavras para 
isso (cacarejar, cri-cri, tique-taque);
c) abreviação vocabular: quando ocorre a redução fonética de uma palavra (ex.: 
cine – cinema);
d) siglas: quando há redução de certos nomes, usando apenas a letra inicial de 
cada um dos elementos (CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, FGTS – 
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço).
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Para verificar os conceitos apresentados neste tópico, vamos fazer 
alguns exercícios.
1 Indique o processo de formação das palavras a seguir, usando o seguinte 
código: 
(a) prefixal (b) sufixal (c) parassíntese 
(d) justaposição (e) aglutinação (f) abreviação vocabular
AUTOATIVIDADE
-
2 Assinale a alternativa em que a palavra destacada não está corretamente 
classificada quanto ao seu processo de formação: 
a) ( ) Semideus: composição por aglutinação.
b) ( ) Agito: derivação regressiva.
c) ( ) Silencioso: derivação por sufixação.
d) ( ) Infatigavelmente: derivação prefixal e sufixal.
3 Em qual alternativa todos os vocábulos não são formados por prefixação:
a) ( ) Injusto - desigual - prever.
b) ( ) Desligar - irrestrito - readquirir.
c) ( ) Infeliz - desmentir - inculto.
d) ( ) Pernoitar - irregular - dever.
4 O processo de formação das palavras cerimonial, envernizar e girassol é, 
respectivamente, o mesmo de:
a) ( ) Roseira - oficial - guarda-livros.
b) ( ) Entrever - rendeira - passatempo.
c) ( ) Leiteiro - enlouquecer - amor-perfeito.
d) ( ) Bondade - endireitar - palidez.
5 Todas as palavras não foram formadas pelo mesmo processo em: 
a) ( ) Repor - ilegal - desfolhar.
b) ( ) Outrora - lobisomem - arranha-céu.
29
c) ( ) Beleza - perigoso - livraria.
d) ( ) Avermelhar - entardecer - intoxicação.
6 Assinale a alternativa em que a palavra foi formada por um processo de 
derivação sufixal.
a) ( ) Bem-te-vi.
b) ( ) Retrocesso.
c) ( ) Guloso.
d) ( ) Esfriar.
7 Relacione a primeira coluna com a segunda:
(1) Parassíntese.
(2) Hibridismo.
(3) Redução.
(4) Sigla.
(5) Onomatopeia.
( ) Moto.
( ) Envergonhar.
( ) Monocultura.
( ) Ciciar.
( ) Funai.
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31
UNIDADE 2
ESTUDO DAS CLASSES DE 
PALAVRAS I
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir desta unidade, você será capaz de:
• reconheceras classes: substantivo, adjetivo, verbo e advérbio;
• analisar a flexão dessas classes gramaticais.
A presente unidade de ensino está dividida em quatro tópicos, e no final de 
cada um deles, você encontrará atividades que contribuirão para a apropria-
ção dos conteúdos.
TÓPICO 1 – SUBSTANTIVO
TÓPICO 2 – ADJETIVO
TÓPICO 3 – VERBO
TÓPICO 4 – ADVÉRBIO
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33
TÓPICO 1
SUBSTANTIVO
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro(a) acadêmico(a)! Esperamos contar com sua dedicação 
novamente para juntos conhecermos um pouco mais sobre a Língua Portuguesa. 
Na Unidade 1 conhecemos os elementos morfológicos que constituem as palavras 
e os processos de formação de palavras que a Língua Portuguesa possui. 
 Agora que estamos na Unidade 2 vamos estudar a classificação das 
palavras de nossa língua, assunto que já era uma preocupação dos filósofos gregos, 
como Platão e Aristóteles. Falar em classes de palavras significa fazer referência à 
divisão das palavras da língua. E, você, neste momento, deve se perguntar, mas 
“por que dividir as palavras de uma língua”? Bom, há duas razões que podemos 
apresentar, porém certamente você perceberá outras ao longo de seus estudos: 
primeiro, porque classificá-las em classes ajuda a entender seu funcionamento na 
língua e, segundo, porque há milhares de palavras na nossa língua e agrupá-las, 
portanto, facilita seu entendimento.
Para nossos estudos, vamos adotar a seguinte divisão: substantivo, 
adjetivo, verbo e advérbio. As demais classes (pronome, numeral, artigo, 
preposição, conjunção e interjeição) serão vistas na Unidade 3. 
Antes de começarmos, seria interessante você fazer a leitura do texto que 
segue, extraído de Margarida Basílio (1995, p. 49-54). Nele você vai conhecer 
alguns critérios utilizados para a classificação das palavras.
CLASSES DE PALAVRAS
Já é quase uma tradição em estudos da linguagem dizer-se que as 
classes de palavras (também conhecidas como partes do discurso ou categorias 
lexicais) podem ser definidas por critérios semânticos, sintáticos e morfo-
lógicos.
As gramáticas normativas privilegiam o critério se mântico na 
classificação das palavras, embora utilizem todos os critérios. No estruturalismo, 
critica-se a gramática tradicional pela mistura de critérios e privilegiam-se 
os critérios morfológico e funcional. Na teoria gerativa transformacional, as 
classes de palavras são definidas apenas em termos de propriedades sintáticas.
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
34
A questão da definição de classes de palavras é bas tante complexa, 
quer em relação aos critérios, quer em relação ao fato de que a adequação 
de definições de clas ses varia de língua para língua. Aqui, vamos colocar a 
questão a partir das necessidades de uma abordagem ade quada aos processos 
de formação de palavras em português.
OS TRÊS CRITÉRIOS
Passaremos a considerar a questão dos critérios de definição de classes 
de palavras a partir das motivações internas à formação de palavras. Para 
isso, vamos inicial mente caracterizar cada critério e posteriormente estudar 
sua relevância. Dado que apenas substantivos, adjetivos, verbos e advérbios 
estão envolvidos em processos de for mação de palavras, vamos nos deter aqui 
apenas nessas classes.
O CRITÉRIO SEMÂNTICO
Dizemos que as classes de palavras são definidas pelo critério semântico 
quando estabelecemos tipos de signifi cado como base para a atribuição de 
palavras a classes.
A maior parte das definições de substantivo que en contramos nas 
gramáticas é de base semântica. Em geral, o substantivo é definido como a 
palavra com que designamos os seres. Pela sua própria natureza, o substantivo 
é definido com relativa facilidade pelo critério semântico.
O adjetivo, no entanto, é de definição bem mais di fícil a partir de um 
critério semântico puro, dada a sua vocação sintática, por assim dizer. De fato, 
o adjetivo não pode ser definido por si só, sem a pressuposição do substantivo, 
já que sua razão de ser é a especificação do substantivo.
No entanto, a função semântica do adjetivo é de im portância crucial 
na estrutura linguística: de certa maneira, o adjetivo tem a mesma razão de 
ser que os afixos, no sentido de permitir a expressão ilimitada de conceitos 
sem a exigência de uma sobrecarga da memória com rótulos particulares. Para 
esclarecer esse ponto, considere o exemplo a seguir:
(3) criança: a) bonita, feia, simpática;
 b) magra, gorda, alta, baixa;
 c) sadia, doente, subnutrida;
 d) bem-educada, malcriada;
 e) feliz, infeliz;
 f) neurótica, autista;
 g) brasileira, estrangeira e assim por diante.
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
35
Como vemos, uma série de conceitos diferentes po dem ser expressos 
pela especificação de um adjetivo ao substantivo; é esta a função do adjetivo: 
uma função niti damente semântica, a de especificar o substantivo, assim 
permitindo a expressão de um teor praticamente ilimitado de especificações 
com o uso de elementos fixos; mas uma função dependente do substantivo 
por sua própria natu reza e razão de ser.
Quanto ao verbo, é normal defini-lo semanticamente como a palavra 
que exprime ações, estados ou fenômenos. Essa definição pura e simples 
em termos semânticos não é suficiente, no entanto, já que ações, estados e 
fenômenos podem ser expressos por substantivos. Assim, há que se acrescer 
à definição semântica do verbo ou uma dimensão morfológica, em virtude 
da gama de variações flexionais que lhe são características, ou uma dimensão 
discursiva, relacionada à questão do momento do enunciado, por exemplo.
No caso do advérbio, teríamos algo análogo ao caso do adjetivo, já que 
advérbios permitem especificação da ação, estado ou fenômeno descrito pelo 
verbo.
Em suma, o critério semântico é fundamental para a definição das 
classes vocabulares produtivas no léxico. Mas não é um critério suficiente, 
pelo menos nos termos até agora encontrados em definições, já que noções 
igual mente rotuladas podem ser expressas por mais de uma das classes 
estabelecidas. Por exemplo, ações podem ser expressas por nomes e verbos, 
qualidades são designadas por substantivos e adjetivos, e assim por diante.
O CRITÉRIO MORFOLÓGICO
Entendemos por critério morfológico a atribuição de palavras a 
diferentes classes, a partir das categorias gra maticais que apresentem, assim 
como das características de variação de forma que se mostrem em conjunção 
com tais categorias.
De acordo com o critério morfológico, o substantivo é definido como 
uma palavra que apresenta as categorias de gênero e número, com as flexões 
correspondentes.
Embora demonstre alto teor de eficiência em relação a classes como 
verbo e advérbio, a definição morfológica do substantivo não distingue 
adequadamente esta classe da dos adjetivos, já que estes possuem as mesmas 
categorias. A diferença entre substantivos e adjetivos, neste particular, pode 
ser abarcada, no entanto, pela distinção imanente/dependente, já que o gênero 
e o número dos adjetivos de pendem do gênero e número de substantivos a 
que se referem, enquanto no caso dos substantivos o gênero e o número são 
imanentes.
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
36
A classe dos verbos é talvez a mais privilegiada no que respeita a uma 
definição pelo critério morfológico, dada a riqueza e particularidade da flexão 
verbal. Assim, o verbo às vezes é definido exclusivamente em termos de sua 
caracterização morfológica.
Quanto ao advérbio, este pode ser definido em oposi ção às demais 
classes observadas, pela simples propriedade de ser morfologicamente 
invariável.
O critério sintático
As classes de palavras podem também ser definidas por um critério 
sintático. Nesse caso, atribuímos palavras a classes a partir de propriedades 
distribucionais (em que posições estruturais as palavras podem ocorrer) e/ou 
fun cionais (que funçõespodem exercer na estrutura sintática).
Por exemplo, afirma-se que o substantivo é a palavra que pode exercer 
a função de núcleo do sujeito, objeto e agente da passiva. Outra possibilidade 
de caracterização é a posição de núcleo frente a determinantes, como artigos, 
demonstrativos e possessivos, ou modificadores, como adjetivos e sintagmas 
preposicionados. Assim, por exemplo, dizemos que sapato é um substantivo 
porque podemos dizer o sapato, meu sapato, este sapato, sapato bonito, sapato 
de Pedro. Já bonito não é um substantivo, pois não podemos dizer o bonito, 
meu bonito, este bonito, bonito bonito ou bonito de Pedro.
A definição do adjetivo em termos funcionais é bas tante fácil, dada a 
função natural do adjetivo em relação ao substantivo. Assim, muitas vezes 
o adjetivo é definido como palavra que acompanha, modifica ou caracteriza 
o substantivo. É interessante notar, no entanto, que a defi nição puramente 
sintática do adjetivo não é suficiente, dado que não distingue adjetivos de 
determinantes: estes últimos também acompanham o substantivo. A diferença 
é que determinantes apontam e estabelecem relações, enquanto adjetivos 
caracterizam ou especificam. Mas essa diferença é mais de natureza semântica 
e discursiva do que sintática.
A classe dos verbos é bastante difícil de definir em termos sintáticos, 
dado que o predicado pode não ser verbal.
Já no caso do advérbio, a definição sintática é fácil, pois o advérbio 
exerce junto ao verbo função de modifi cador, análoga à função exercida pelo 
adjetivo junto ao nome. Essa colocação não cobre todos os casos, natural-
mente, já que as palavras que consideramos como advérbios podem se referir 
à frase como um todo, entre outras possibilidades que necessitam de um 
estudo detalhado.
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
37
2 CONCEITUANDO
Entendemos por substantivo uma palavra que designa diferentes 
entidades (pessoas, entidade, coisas). 
Desta forma, são substantivos:
a) os nomes de uma espécie ou de seus representantes, de um gênero, de 
instituições, de lugares, de pessoas:
Roma cachorro Luiza cartório Alemanha
bananeira homem João igreja boi
b) os nomes de noções, ações, estados e qualidades, tomados como seres:
corrida viagem altura maldade
mentira negócio saúde consciência 
beleza culto raiva brancura
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS SUBSTANTIVOS
a) Comuns/próprios 
Chamamos de substantivo próprio aquele que designa um objeto 
individualmente.
Exemplos: Pedro, Matilde, Joana, Brasil.
Cada um desses substantivos nomeia um ser dentre outros da mesma 
espécie; designa, portanto, um ser específico e particular.
Já o substantivo comum designa a espécie (designação genérica), que 
reúne características inerentes de determinada classe. 
Exemplos: rio, mesa, livro, papa, planeta, animal, cidade.
b) Concretos/abstratos
Por substantivos concretos devemos entender aqueles que nomeiam um 
ser de existência independente. São os que designam os seres propriamente ditos.
Exemplos: mulher, cidade, sol, automóvel, pai, avô.
Os substantivos abstratos designam noções, ações, estados e qualidades 
dos seres, dos quais se podem abstrair (=separar). São os que designam uma 
essência ou qualidade separada de seu sujeito, como se tivessem existência 
individual. Veja os exemplos:
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
38
• substantivos abstratos de qualidade (derivados de adjetivos): altura (de alto); 
largura (de largo);
• substantivos abstratos de ação (derivados de verbos): estudo (de estudar); 
recordação (de recordar), trabalho (de trabalhar).
c) Simples/compostos
Os substantivos simples são aqueles que possuem apenas um radical. 
Exemplos: mulher, cidade, sol.
Já os compostos são formados por dois radicais.
Exemplos: vaivém, girassol, segunda-feira.
Como você já sabe, caro(a) acadêmico(a), em 1º de janeiro de 2009 entrou 
em vigor o Novo Acordo Ortográfico. Embora as alterações que ele apresente 
para a nossa língua sejam pequenas, não significa que não precisem ser estudadas 
ou não exijam um pouco da nossa atenção.
Uma das mudanças se refere ao uso do hífen em vocábulos compostos, 
em sua maioria substantivos compostos, por isso, nossa preocupação em mostrá-
las aqui.
Vamos a elas!
● Hífen em vocábulos compostos
a) Separam-se por hífen os vocábulos compostos formados pela justaposição 
de duas palavras existentes na língua que, deixando de lado seu significado 
original, passam a constituir uma nova unidade significativa.
Exemplos:
ano-luz
arco-íris
decreto-lei
médico-cirurgião
tenente-coronel
tio-avô
amor-perfeito
guarda-noturno
mato-grossense
norte-americano
porto-alegrense,
sul-africano
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
39
primeiro-ministro
conta-gotas
guarda-chuva
zás-trás
blá-blá-blá etc.
Em alguns casos, embora se perceba a presença de dois elementos vocabulares, 
com o uso, os falantes da língua perderam a noção da composição e passaram a vê-los 
como substantivos simples.
Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
pontapé
paraquedas etc.
UNI
b) Haverá hífen em nomes cujo elemento inicial seja grã ou grão.
Exemplos:
Grã-Bretanha
Grão-Pará
grã-fino
grão-duque etc.
c) Separam-se por hífen os nomes de espécies botânicas ou zoológicas.
Exemplos:
abóbora-menina
couve-flor
erva-doce
feijão-verde
andorinha-grande
formiga-branca
cobra-d’água
bem-te-vi etc.
● Hífen	em	vocábulos	compostos	em	que	o	primeiro	elemento	é	um	prefixo	ou	
falso	prefixo
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
40
Trata-se dos casos em que o primeiro elemento é um prefixo ou elemento 
antepositivo (de origem grega ou latina) que, geralmente não tendo autonomia 
na língua, são considerados falsos prefixos.
Prefixos citados pelo Acordo: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, 
extra-, hiper, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, super-, sub-, supra-, 
ultra- etc.
Antepositivos, ou falsos prefixos, citados pelo Acordo: aero-, agro-, 
arqui-, auto-, hio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, 
mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele- etc. 
(LEME, 2009, p. 5)
a) Separam-se por hífen os prefixos e falsos prefixos do segundo elemento quando 
este começar com a letra h.
Exemplos:
anti-herói
anti-higiênico
extra-humano
super-homem
mini-hotel
semi-hospitalar
macro-história etc.
b) Quando o primeiro elemento for um prefixo ou falso prefixo terminado em 
vogal e o segundo elemento iniciar com a mesma vogal, deve-se separar por 
hífen.
Exemplos:
anti-ibérico
contra-almirante
infra-auxiliar
anti-inflamatório
micro-ondas
contra-ataque
aqui-inimigo etc.
● Serão sempre separados por hífen:
a) Prefixos ex, sota, soto, vice e vizo.
Exemplos:
ex-almirante
ex-diretor
soto-mestre
TÓPICO 1 | SUBSTANTIVO
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sota-piloto
vice-rei
vice-reitor
b) Prefixos tônicos acentuados graficamente pós, pré, pró, quando o segundo 
elemento tiver utilização própria.
Exemplos:
pós-graduação
pós-tônico
pré-escolar
pré-natal
pró-europeu
pró-africano
c) Prefixos como além, recém, sem.
Exemplos:
além-mar
recém-casado
recém-nascido
sem-vergonha
sem-número
d) Prefixos hiper, inter e super serão separados por hífen se o segundo elemento 
iniciar com h ou r.
Exemplos:
hiper-humano
inter-relacionar
super-reativo
e) Prefixo sub quando o segundo elemento começar por r.
Exemplos:
sub-região
sub-raça
sub-radial
UNIDADE 2 | ESTUDO DAS CLASSES DE PALAVRAS I
42
f) Prefixos circum e pan antes de palavra iniciada por m, n e vogal.
Exemplos:
circum-navegação
circum-escolar
pan-americano
pan-africano
● Uso	de	hífen	com	sufixos.
a) Separam-se por hífen os sufixos de origem tupi-guarani.
Exemplos:
Amoré-guaçu
Anajá-mirim
Itajaí-mirim
capim-açu
● Casos em que não ocorre o hífen.

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