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22/06/2020 Versão para impressão 1/30 Segurança do trabalho Clique ou toque nos botões para visualizar o conteúdo. fechar janela As doenças do aparelho circulatório representam uma das principais causas de morte no Brasil, mas esse número pode mostrar-se como uma tendência reducionista por meio do emprego de técnicas corretas de ressuscitação cardiopulmonar. Atendimentos Os procedimentos de primeiros socorros se tornam relevantes para a prática do profissional Técnico em Segurança do Trabalho a partir do momento em que os acidentes de trabalho têm expressiva morbimortalidade, constituindo-se em importante problema de saúde pública. No Brasil, agravos relacionados ao trabalho representam aproximadamente 25% das lesões por causas externas atendidas em serviços de emergência e mais de 70% dos benefícios acidentários da Previdência Social (GALDINO; SANTANA; FERRITE, 2012). Assim, ao longo deste material vamos apresentar algumas situações que requerem atenção e estudos, pois são situações recorrentes nos ambientes de trabalho, para que você possa prestar o atendimento à vítima, conforme a situação apresentada. Parada cardiorrespiratória 22/06/2020 Versão para impressão 2/30 O atendimento inicial à vítima em parada cardiorrespiratória (PCR) é classificado como suporte básico de vida (SBV), que pode ser realizado por qualquer pessoa que tenha conhecimento: treinadas como os condutores socorristas do SAMU, por profissionais de saúde de diferentes níveis de formação ou por outras pessoas leigas que não integram a rede de assistência, e nesse caso podemos incluir o profissional técnico em segurança do trabalho que recebeu treinamento e se sentiu apto para prestar o atendimento. O atendimento a uma vítima em parada cardiorrespiratória, quando é realizado de maneira precoce e eficaz, pode reduzir as taxas de mortalidade por meio da ressuscitação cardiopulmonar (RCP), assim como pode diminuir as sequelas e proporcionar um melhor prognóstico dessas vítimas, por isso é importante ter o conhecimento de como efetuar a RPC. O Comitê de Emergências Cardiovasculares da American Heart Association (AHA) estabeleceu em 2008 uma força-tarefa para estimular a população leiga a realizar compressões torácicas (CT) contínuas (sem ventilações) em vítimas com suspeita de PCR, pois ao iniciar as CT precocemente eleva a pressão de perfusão coronariana, o que resulta significativamente no retorno da circulação espontânea e aumenta a taxa de sobrevida das vítimas que recebem o atendimento. Para melhor ilustrar essa técnica utilizamos a figura 1, que representa o posicionamento adequado para realizar as compressões torácicas. Primeiramente, há a representação do posicionamento das mãos, que devem ser colocadas no centro do tórax. Em seguida, na figura é indicado o posicionamento de quem irá prestar o atendimento: deve-se manter braços esticados, ombros sobre as mãos e dedos cruzados. E, posteriormente, deve-se realizar a compressão profunda e rápida. 22/06/2020 Versão para impressão 3/30 Figura 1 – Reanimação para leigos Fonte: <http://www.iespe.com.br/blog/equipe-do-iespe-participa-do-dia-nacional/>. Reanimação cardiopulmonar. A imagem representa algumas figuras com o posicionamento para realizar as compressões torácicas. Na primeira imagem, a figura indica que se coloque as mãos no centro do tórax. Na segunda imagem, quem irá prestar o atendimento deve manter braços esticados, ombros sobre as mãos e dedos cruzados. E, na terceira imagem, deve-se comprimir profunda e rapidamente. Mas requer salientar que antes de fazer iniciar essa manobra é imprescindível chamar o atendimento especializado. A reanimação cardíaca deve ser realizada quando a vítima não tem pulso ou respiração. A técnica consiste em: 1. Posicionar-se perto da vítima 2. Estender os braços sobre a vítima 3. Sobrepor as mãos 4. Realizar compressão torácica com, no máximo, cinco centímetros de profundidade, 100 vezes por minuto 22/06/2020 Versão para impressão 4/30 Na figura 2, conseguimos visualizar, a partir de um corte transversal, o movimento que a compressão torácica faz, comprimindo e movimentando coração e pulmões. Figura 2 – Massagem cardíaca Fonte: <https://www.altamente.org/cardiologista-explica-como-manter-uma-pessoa- viva-em-caso-de-paragem-cardiaca/>. A imagem representa um corte transversal demonstrando o movimento que a compressão torácica faz, comprimindo e movimentando coração e pulmões. Deve-se comprimir o tórax com a parte mais proximal da palma da mão e, quando se dispõe de mais de um socorrista, deve-se realizar revezamento para manter o ritmo. Cabe citar que, para identificar o local em que se deve realizar a compressão torácica na vítima, posicionam¬-se dois dedos acima da linha do osso externo e a palma da mão. fechar fechar janela Hemorragias 22/06/2020 Versão para impressão 5/30 Hemorragias são a perda de sangue por ferimentos, pelas cavidades naturais, como nariz e boca. Podem ser também internas, resultantes de um traumatismo. As hemorragias podem ser classificadas inicialmente em arteriais e venosas, e, para fins de primeiros socorros, em internas e externas. Hemorragias arteriais: o sangue sai em jato pulsátil e se apresenta com coloração vermelho vivo. Hemorragias venosas: o sangue é mais escuro e sai continuamente e lentamente, escorrendo pela ferida. Hemorragia externa: o sangue é eliminado para o exterior do organismo, como acontece em qualquer ferimento externo. Hemorragia interna: o sangue extravasa em uma cavidade pré-formada do organismo, como peritoneu, pleura, pericárdio, meninges, entre outras. A hemorragia arterial é menos frequente, mas é mais grave e precisa de atendimento imediato para sua contenção e controle. A hemorragia venosa é a que ocorre com maior frequência, mas é de controle mais fácil, pois o sangue sai com menor pressão e mais lentamente. As hemorragias externas podem se constituir em condições extremamente graves. Muitas hemorragias pequenas podem ser contidas e controladas por compressão direta na própria ferida. A técnica do ponto de pressão consiste em comprimir a artéria lesada contra o osso mais próximo, para diminuir a afluência de sangue na região do ferimento. Conter uma hemorragia com pressão direta usando um curativo simples é o método mais indicado. Se não for possível, deve-se usar curativo compressivo; se com a pressão direta e elevação da parte atingida, de modo que fique em um nível superior ao do coração, ainda não for possível conter a hemorragia, pode-se optar pelo método do ponto de pressão. 22/06/2020 Versão para impressão 6/30 Já uma hemorragia grande não controlada, especialmente se for uma hemorragia arterial, pode levar o acidentado à morte em menos de cinco minutos. A hemorragia nem sempre é visível, podendo estar oculta pela roupa ou pela posição do acidentado, por exemplo, uso de roupas grossas, quando a absorção do sangue é completa ou hemorragias causadas por ferimentos nas costas quando o acidentado estiver deitado de costas. Quanto às hemorragias internas, estes são casos de muita gravidade, devido ao grau de dificuldade de sua identificação. Quem está socorrendo deve suspeitar se o acidentado estiver envolvido em: Acidente violento, sem lesão externa aparente Queda de altura Contusão contra volante ou objetos rígidos Queda de objetos pesados sobre o corpo Deve-se solicitar o serviço especializado para o encaminhamento da vítima. Para isso, coloque-a em decúbito dorsal (barriga para cima), no entanto, se o ferimento for na região da cabeça, deve-se levantá-la um pouco a fim de o sangue não coagular na região encefálica. fechar fechar janela É uma emergência traumato-ortopédica e quem for prestar o atendimento precisa manter a tranquilidade e a calma para socorrer e fazer o transporte adequado, pois trata-se de uma descontinuidade do osso. Apresenta aparência geralmente deformante devido ao grau de deformação que pode impor à região afetada.Normalmente, ocorre devido à queda, a impacto ou a movimento violento com esforço maior do que o osso pode suportar. Fratura 22/06/2020 Versão para impressão 7/30 A fratura pode se dar por ação direta, por exemplo, a vítima se choca com um determinado equipamento/máquina que faz parte do ambiente de trabalho, levando à fratura no local do golpe. Ou, ainda, por ação indireta, por exemplo, a queda em pé de uma altura considerável, ocorrendo fratura da parte inferior da coluna vertebral, isto é, o impacto foi transmitido pelos ossos da perna e da bacia até a coluna vertebral. Nos ambientes de trabalho, a fratura pode ocorrer devido a quedas e movimentos bruscos do trabalhador, batidas contra objetos, ferramentas, equipamentos, assim como queda de objetos sobre o trabalhador e isso é possível de visualizar em diferentes ambientes de trabalho. Alguns ambientes são mais propícios a acidentes devido ao processo de trabalho, como, por exemplo, trabalho em altura, logística, agropecuária, construção civil, entre outros. Tipos de fratura Fratura fechada ou interna: os ossos quebrados permanecem no interior do membro sem perfurar a pele. Poderá, entretanto, romper um vaso sanguíneo (pode ocorrer hemorragia interna) ou cortar um nervo. Fratura aberta ou exposta: os ossos quebrados saem do lugar, rompendo a pele e deixando exposta uma de suas partes, que pode ser produzida pelos próprios fragmentos ósseos ou por objetos penetrantes. Fratura em fissura: as bordas ósseas ainda estão muito próximas, como se fosse uma rachadura ou fenda. Fratura completa: o osso sofre descontinuidade total. 22/06/2020 Versão para impressão 8/30 Figura 3 – Tipos de fraturas Fonte: <http://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es- intoxica%C3%A7%C3%A3o/fraturas,-luxa%C3%A7%C3%B5es-e- estiramentos/vis%C3%A3o-geral-de-fraturas,-luxa%C3%A7%C3%B5es-e- estiramentos>. A imagem representa um osso anatomicamente íntegro e os outros quatro com diferenças de descontinuidades, o que chamamos aqui de fraturas. Primeiros socorros Para prestar o atendimento a uma vítima de fratura, primeiramente será necessário observar o estado geral do acidentado, no intuito de identificar lesões mais graves. É fundamental que manter a vítima calma e ciente do que está ocorrendo no momento e controlar eventual hemorragia ou ferimentos, com curativo, antes de proceder à imobilização do membro afetado. Em seguida, é preciso imobilizar o membro, procurando colocá-lo na posição que for menos dolorosa para o acidentado. Se for necessário e tiver disponível no local que você for prestar o atendimento, use talas para auxiliar na sustentação do membro atingido. 22/06/2020 Versão para impressão 9/30 Mas muita atenção ao prestar esses cuidados, pois sob nenhuma justificativa deve-se tentar recolocar o osso fraturado de volta no lugar. As manobras de redução de qualquer tipo de fratura só podem ser feitas por pessoal médico especializado. fechar fechar janela É a perda súbita, temporária e repentina da consciência, devido à diminuição de sangue e oxigênio no cérebro. Principais causas Hipoglicemia Cansaço excessivo Fome Nervosismo intenso Emoções súbitas Susto Acidentes, principalmente os que envolvem perda sanguínea Dor intensa Mudança súbita de posição (de deitado para em pé) Ambientes fechados e quentes Sintomas Desmaio 22/06/2020 Versão para impressão 10/30 Fraqueza Suor frio abundante Náusea ou ânsia de vômito Palidez intensa Pulso fraco Pressão arterial baixa Respiração lenta Extremidades frias Tontura Escurecimento da visão Devido à perda da consciência Primeiros socorros Primeira situação – pessoa apenas começou a desfalecer Nesse caso, o adequado é orientar a vítima que sente em uma cadeira, assim você poderá curvá-la para frente, de modo que coloque a cabeça da vítima entre as pernas e pressione para baixo. Mantenha a cabeça mais baixa que os joelhos por alguns minutos, estimulando que a pessoa respire profundamente, até que passe o mal-estar. Segunda situação – quando ocorre o desmaio Será necessário manter o acidentado deitado, colocando sua cabeça e ombros em posição mais baixa em relação ao resto do corpo. Logo em seguida, será necessário afrouxar a roupa da vítima e afastar os curiosos, mantendo um ambiente 22/06/2020 Versão para impressão 11/30 arejado e ventilado. Quando houver vômito, lateralize a cabeça para evitar sufocamento. Com a chegada do atendimento especializado, encaminhe a vítima ao atendimento especializado. Figura 4 – Como posicionar a vítima de desmaio Fonte: <http://www.especialista24.com/desmaio-sincope/:>. A imagem representa como devemos posicionar a vítima em caso de desmaio de maneira que a cabeça e os ombros estejam em posição mais baixa que o restante do corpo. fechar fechar janela É uma contração violenta, ou série de contrações dos músculos voluntários, com ou sem perda de consciência. Nos ambientes de trabalho podemos encontrar esta situação em indivíduos com histórico anterior de convulsão ou diferentes processos de trabalho, de maneira específica, os trabalhadores que estão expostos a agentes químicos de poder Convulsão 22/06/2020 Versão para impressão 12/30 convulsígeno, tais como os inseticidas clorados e o óxido de etileno. Causas Febre muito alta, devido a processos inflamatórios e infecciosos, ou degenerativos Hipoglicemia Traumatismo na cabeça Hemorragia intracraniana Edema cerebral Tumores Intoxicações por gases, álcool, drogas alucinatórias e insulina Epilepsia ou outras doenças do Sistema Nervoso Central Sintomas 22/06/2020 Versão para impressão 13/30 Inconsciência Queda desamparada, na qual a vítima é incapaz evitar danos a si própria Olhar vago, fixo e/ou revirar dos olhos Suor Midríase (pupila dilatada) Lábios cianosados (arroxeados) Espumar pela boca Morder a língua e/ou lábios Corpo rígido e contração do rosto Palidez intensa Movimentos involuntários e desordenados Perda de urina e/ou fezes (relaxamento esfincteriano) As crises convulsivas com os movimentos incontroláveis duram de dois a quatro minutos, tornando-se menos violentos e o acidentado vai se recuperando gradativamente. Após a crise, há perda da memória temporária. 22/06/2020 Versão para impressão 14/30 Figura 5 – Lateralizar a vítima em caso de vômito. Fonte: <http://revistavivasaude.uol.com.br/clinica-geral/como-socorrer-uma-vitima-de- convulsao/1872/#>. A imagem representa como devemos proceder em caso de atendimento a vítimas que estão convulsionando e apresentam episódios de vômito. Será necessário dar o suporte para a vítima e lateralizá-la, de maneira que ela não se afogue com vômito. Primeiros socorros Para prestar o atendimento a esta vítima, tente evitar que ela caia desamparadamente, cuidando para que a cabeça não sofra traumatismo. Procure deitá-la no chão com cuidado. Não coloque objetos nem a mão na boca da vítima que está convulsionando. Durante os movimentos involuntários, ela pode mordê-lo ou ter seu trauma agravado, com uma fratura dentária por morder a prótese que foi retirada do lugar durante as contrações, por exemplo. Remova do ambiente os objetos que possam machucar ou causar lesões à vítima. Não interfira nos movimentos convulsivos, mas fique observando a vítima e assegure-se de que ela não está se machucando. 22/06/2020 Versão para impressão 15/30 Será necessário afrouxar as roupas da vítima no pescoço e na cintura, e lateralizar o rosto, evitando assim a asfixia por vômitos ou secreções. Não coloque nenhum objeto rígido entre os dentes da vítima. Mas é possível tentar introduzir um pano ou lenço enrolado entre os dentes para evitar mordedura da língua. Assim que passar a convulsão, mantenha a vítima deitada até que ela tenha plena consciência e autocontrole. Para um socorro adequado, permaneça junto à vítima até que ela se recupere totalmente. Converse demonstrando atenção e cuidado com o caso, e informe onde está e com quem está, para dar segurançae tranquilidade.Mesmo com o fim da crise, é necessário oportunizar à vítima um atendimento especializado. Durante a convulsão, o cérebro pode não ter oxigenação suficiente, e isso pode resultar em sequelas. fechar fechar janela O choque é quase sempre considerado um estado de hipoperfusão celular generalizada, no qual a liberação de oxigênio no nível celular é inadequada para atender às necessidades metabólicas do corpo. O estado de choque pode ser classificado em termos dos determinantes de perfusão e oxigenação celulares, como uma compreensão das alterações celulares que surgem desse estado de hipoperfusão, bem como dos efeitos endócrinos, microvasculares, cardiovasculares, teciduais e nos órgãos-alvos. Classificação do choque Os determinantes principais da perfusão celular são: o coração (que atua como bomba do sistema), o volume de líquidos (que atua como o fluido hidráulico), os vasos sanguíneos (que servem como condutores) e, finalmente, as células do corpo. Com base nesses componentes do sistema de perfusão, o choque pode ser classificado nas seguintes categorias: Estado de choque 22/06/2020 Versão para impressão 16/30 Hipovolêmico: essencialmente hemorrágico no paciente traumatizado – perda de volume sanguíneo circulante. Distributivo: relacionado às alterações do tônus vascular – consequente de inúmeras causas. Cardiogênico: alterações no bombeamento do coração. Para sua prática profissional, vale ressaltar que a hemorragia é, sem dúvida, a causa mais comum de choque por ocorrer principalmente nas vítimas que apresentam traumas, e a conduta mais segura diante de uma vítima traumatizada em choque é considerar a causa do choque como sendo hemorrágica, até prova em contrário. No ambiente pré-hospitalar, essa abordagem é mais eficaz quando a fonte de sangramento é externa, por isso, a vítima precisa ser atendida com eficiência e rapidez e transportada para o hospital mais próximo. fechar fechar janela É uma crise nervosa, provocada por um forte estado de ansiedade ou excitação, preocupações ou desgosto. Pode também surgir sem motivo aparente, porém, nos dias de hoje é mais comum observamos esse tipo de crise devido à pressão nos ambientes de trabalho em busca da produtividade e lucratividade. Essa crise pode vir associada à fadiga com exacerbações agudas de pânico e ansiedade, palpitações e, frequentemente, manifestações físicas de medo e pavor. No quadro de um ataque de histeria, a vítima, aparentemente normal, não consegue controlar satisfatoriamente algum tipo de conflito interno, esporádico ou instalado, e entra repentinamente em uma sequência de distúrbios psiconeuróticos e psicofisiológicos. Crises histéricas 22/06/2020 Versão para impressão 17/30 Em algumas situações essa crise é desencadeada após um acidente em que existe uma sensação de mal-estar muito intensa, mas o acidentado quase nunca sabe a que atribuí-la. Sentindo-se ansioso, a vítima tende a respirar rapidamente, o que leva a uma sensação de tontura – esta sensação realimenta a crise de ansiedade, aumentando ainda mais a hiperventilação. A pessoa que for prestar os primeiros socorros pode reconhecer uma crise histérica ao notar na vítima as seguintes características: Pestanejar intenso Hipersensibilidade emocional Autopreservação exacerbada Respiração acelerada Crise de choro ou de riso Gritos estridentes Olhar observador Mãos em garra Nestes casos, deve-se agir com tranquilidade, demonstrando não dar muita importância ao estado aparente do acidentado, de maneira que você consiga afastá-la da presença de outras pessoas, conversando amigavelmente, afrouxar-lhe as roupas e fazer com que se sente ou deite, demonstrando solidariedade e segurança. Pode-se deixá-la chorar à vontade, se for o caso, ficando sempre por perto em sinal de apoio e compreensão. Lembre-se de que você não poderá medicar a vítima, somente um profissional habilitado poderá fazer isso. Com estes cuidados, a vítima histérica geralmente volta ao seu estado normal, se acalma e se contém. fechar fechar janela Queimaduras 22/06/2020 Versão para impressão 18/30 O calor ou o frio, e os contatos com gases, eletricidade, radiação e produtos químicos podem causar lesões diferenciadas no corpo humano. A temperatura do corpo humano, em um determinado momento, é o resultado de vários agentes que atuam como fatores internos ou externos, aumentando ou reduzindo a temperatura. As queimaduras são lesões resultantes da exposição a altas temperaturas, por sua grande maioria a exposição ao calor, que colocam em risco a vida e a integridade do ser humano – as lesões dependem de localização, extensão e profundidade. Sabe-se que a pele é o maior órgão do corpo humano, sendo considerado uma barreira contra a perda de água e calor, e tem o papel de proteção contra infecções. Os acidentados com lesões extensas de pele tendem a perder temperatura e líquidos corporais e consequentemente estão mais suscetíveis a infecções, mas convém lembrar que temos queimaduras de diferentes naturezas: térmicas, químicas, por eletricidade e por frio. Classificação das queimaduras 1. Primeiro grau: lesão superficial (epiderme) caracterizadas pelo eritema (vermelhidão), provoca muita dor. 2. Segundo grau: atinge as camadas um pouco mais profundas, tem o aspecto avermelhado, é dolorosas e apresenta bolhas. 3. Terceiro grau: lesões que atingem todas as camadas da pele podendo atingir a exposição de tecidos, vasos e ossos. Como há destruição das terminações nervosas, o acidentado só acusa dor inicial da lesão aguda. É uma queimadura quem implica em risco de vida. Para que você identifique a extensão das queimaduras, utilizamos uma imagem que representa as três camadas que compõem a pele para que aluno compreenda extensões a que podem ser acometidas as queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. 22/06/2020 Versão para impressão 19/30 Figura 6 – Tipos de queimaduras Fonte: <https://www.mdsaude.com/2010/11/queimaduras-grau.html>. A imagem representa as três camadas que compõem a pele para que aluno compreenda extensões a que podem ser acometidas as queimaduras de primeiro, segundo e terceiro grau. Primeiros socorros Estes tipos de queimaduras são causados pela condução de calor por meio de líquidos, sólidos, gases quentes e do calor de chamas. Essas queimaduras podem ser extremamente dolorosas e nos casos de queimaduras de segundo grau profundas ou 22/06/2020 Versão para impressão 20/30 de terceiro grau, em que a profundidade da lesão tenha destruído terminais nervosos da pele, a dor aguda é substituída por insensibilidade. Nas queimaduras de primeiro grau Resfrie o local com água corrente (de 35,5 a 36°C). Nas queimaduras de segundo e terceiro grau Resfrie a região afetada com água corrente Proteja com compressa de gaze ou pano limpo e umedecido Não fure as bolhas que venham a surgir no local Não aplique pomadas, cremes ou preparados caseiros de qualquer tipo Tranquilize o acidentado devido à existência de dor e sofrimento Remova joias e vestes do acidentado para evitar constrição com o desenvolvimento de edema Não retire roupas ou partes de roupa que tenham grudado no corpo do acidentado, nem retire corpos estranhos que tenham ficado na queimadura após a lavagem inicial Todas as manobras deverão ser executadas com calma e precisão Realize normalmente o exame primário, priorizando a manutenção de vias aéreas, respiração e circulação Encaminhe a vítima para o atendimento especializado Fogo no vestuário A combustão das roupas do acidentado agrava consideravelmente a severidade da lesão, por isso, nesses casos: 22/06/2020 Versão para impressão 21/30 Não deixe o acidentado correr Obrigue-o a deitar-se no chão com o lado das chamas para cima Abafe as chamas usando cobertor, tapete, toalha de mesa, de banho, casaco ou algo semelhante, ou faça-o rolar sobre si mesmo no chão Comece pela cabeça e continue em direção aos pés Se houver água, molhe a roupa do acidentado Nãouse água se a roupa estiver com gasolina, óleo ou querosene É absolutamente contraindicado a aplicação sobre a queimadura de qualquer substância que não seja água na temperatura ambiente ou pano úmido limpo. fechar fechar janela A penetração de corpos estranhos no corpo humano é um tipo de acidente muito comum e pode ocorrer nas circunstâncias mais inesperadas. Vários tipos de objetos estranhos ao nosso corpo podem penetrar acidentalmente nos olhos, ouvidos, nariz e garganta. São pequenas partículas, de variada origem e constituição física, que muitas vezes, apesar de aparentemente inofensivas devido ao tamanho, podem causar danos físicos e desconforto sério. É importante o rápido reconhecimento do corpo estranho que tenha penetrado no corpo, como, por exemplo: farpas, estilhaços de vidro, metal, partícula de areia, pedras pequenas, gotas de produtos químicos, entre outras partículas oriundas do processo de trabalho. Em todos os casos de atendimento é preciso agir com precisão, manter a calma e tranquilizar o acidentado. O conhecimento e a serenidade sobre o que está fazendo são fundamentais para o trabalho de primeiros socorros. Para esse estudo, vamos aprofundar um pouco mais sobre as lesões que ocorrem nos olhos, que estão mais em contato com o processo de trabalho e, portanto, mais susceptíveis de receber corpos estranhos. Corpo estranho 22/06/2020 Versão para impressão 22/30 Qualquer corpo estranho que penetre ou respingue nos olhos de uma pessoa constitui um acidente doloroso e muitas vezes de consequências desastrosas. Primeiramente, deve-se procurar reconhecer o objeto e localizá-lo visualmente, tão logo, pede-se à vítima que feche e abra os olhos repetidamente para permitir que as lágrimas lavem os olhos e, possivelmente, removam o corpo estranho. Em algumas situações, a região e o tipo de corpo estranho não permitem o lacrimejar e podem provocar dor intensa e até mesmo lesão de córnea. Nestes casos, não se deve insistir para a vítima pestanejar. Sempre que for possível, lave o olho com água corrente. Se o corpo estranho não sair, o olho afetado deve ser coberto com curativo oclusivo e a vítima encaminhada para atendimento especializado. Muitas vezes, o corpo estranho está localizado na superfície do olho, especialmente na córnea e na conjuntiva palpebral superior. O corpo estranho localizado na córnea não deverá ser retirado. O procedimento a ser adotado é o seguinte: Acalme e tranquilize o acidentado informando que ele será encaminhado ao atendimento especializado. Não retire os objetos que estiverem na córnea. Não movimente o objetivo que está fixo no olho, nem fique tocando nos olhos com a lesão. Encaminhe o acidentado para atendimento especializado, se possível com uma compressa de gaze cobrindo o olho afetado sem realizar compressão. Se os olhos forem atingidos por um produto químico, por exemplo, você deve identificar o tipo consultando a FISPQ (Ficha de Identificação de Produto Químico). Observe a orientação que ela dá sobre como proceder com os primeiros socorros na situação em questão. 22/06/2020 Versão para impressão 23/30 É importante ressaltar que, em locais onde haja o risco químico, orienta-se a instalação de equipamentos de proteção coletiva, como o lava-olhos. Eles podem ser usados para minimizar a ação do agente agressor. O procedimento de lavagem de olhos para a retirada de líquido estranho deverá ser feito por, no mínimo, 15 minutos. Após a lavagem, com o olho coberto por gaze, o acidentado deve ser encaminhado para socorro especializado. fechar fechar janela O ser humano convive com vários agentes ou substâncias tóxicas, sofrendo impactos indesejáveis à sua saúde. Ao longo dos anos, há um crescente desenvolvimento de novos produtos químicos, porém, os riscos advindos da exposição a esses produtos são, em alguns casos, negligenciados. Por isso, é imprescindível identificar e conhecer os tipos de substâncias tóxicas manipuladas no ambiente ocupacional, que, pela extensa variedade, provocam diferentes reações nos diversos sistemas do corpo humano. O ambiente de trabalho laboratorial é particularmente propício à existência de alguns agentes tóxicos. Substâncias tóxicas e primeiros socorros Inalação Clique ou toque nos titulos para visualizar o conteúdo. Intoxicação/envenenamento 22/06/2020 Versão para impressão 24/30 Poeiras As poeiras são partículas sólidas de tamanhos variados, produzidas pelo manuseio e impacto mecânico de equipamentos, máquinas e ferramentas contra materiais orgânicos e inorgânicos. As poeiras flutuam no ar e podem ser inaladas ou entrar em contato com as mucosas. Fumaça A fumaça é uma mistura de gases, vapores e partículas derivadas do aquecimento e da queima de substâncias. A agressão causada pela fumaça varia de acordo com a sua composição, com o agente gerador da fumaça e muitas vezes com sua temperatura. Fumos Os fumos são de partículas microscópicas, produzidas pela condensação de metais fundidos. A respiração se torna também uma via de intoxicação. Névoas e neblinas Névoas e neblinas são gotículas que ficam em suspensão a partir da condensação de vapores, que podem ser tóxicos ao serem respirados. 22/06/2020 Versão para impressão 25/30 Vapores Os vapores são formas gasosas de compostos químicos que, na temperatura e pressão ambiente, apresentam-se em outro estado físico. Gases Os gases são fluidos sem forma própria, que se espalham com muita facilidade por todo o ambiente que os contém; são geralmente invisíveis e, quase sempre, inodoros. No ambiente de trabalho, encontraremos muitas destas formas físicas e químicas que podem, por vezes, provocar intoxicações ou envenenamento. Os primeiros socorros devem ser: Isolar a área Identificar o tipo de agente que está presente no local onde foi encontrado o acidentado Quem for realizar o resgate deverá utilizar equipamentos de proteção próprios para cada situação, a fim de proteger a si mesmo Remover o acidentado o mais rapidamente possível para um local bem ventilado Solicitar atendimento especializado Verificar rapidamente os sinais vitais Aplicar técnicas de ressuscitação cardiorrespiratória, se for necessário Verificar rapidamente os sinais vitais. Aplicar técnicas de ressuscitação cardiorrespiratória, se for necessário. Para estes casos, utilize máscara ou outro sistema de respiração adequado e certificar-se de que a cena está segura para você 22/06/2020 Versão para impressão 26/30 prestar o atendimento à vítima. Contato com a pele Algumas substâncias podem causar irritação ou destruição tecidual pelo contato com pele, mucosas ou olhos. Os primeiros socorros devem ser: A substância irritante ou corrosiva deverá ser removida o mais rapidamente possível O local afetado deverá ser lavado com água corrente As roupas e calçados que estiverem contaminados devem ser removidas sob o mesmo fluxo de água da lavagem, para auxiliar na rápida remoção do agente Não faça a neutralização química da substância tóxica Se a região afetada for a dos olhos, lave abundantemente com água corrente, durante pelo menos 15 minutos, e encaminhe o acidentado com urgência para atendimento especializado Ingestão Ao confirmar que houve ingestão de substância tóxica ou venenosa, verifique imediatamente os sinais vitais e se assegure de que a vítima respira. Os primeiros socorros devem ser: 22/06/2020 Versão para impressão 27/30 Dar prioridade à parada cardiorrespiratória Identificar o agente, por meio de frascos próximos do acidentado, para informar ao médico, ou procurar ver nos rótulos ou bulas se existe alguma indicação de antídotos Observar atentamente o acidentado, pois os efeitos podem não ser imediatos Procurar transportar o acidentado imediatamente a um pronto atendimento, para diminuir a possibilidade de absorção do veneno pelo organismo fechar fechar janela Afogamento é a asfixia gerada por aspiração de líquido de qualquer natureza que venha a inundar o aparelho respiratório. Haverásuspensão da troca ideal de oxigênio e gás carbônico pelo organismo. Nestes casos, o resgate imediato e apropriado deve ser promovido, nunca gerando situação em que vítima e socorrista possam se afogar, sabendo que a prioridade no resgate não é retirar a pessoa da água, mas fornecer-lhe um meio de apoio que poderá ser qualquer material que flutue, ou ainda o seu transporte até um local em que seja possível ficar em pé. Reconheça a necessidade de socorro Chame por ajuda ou avise alguém antes de tentar qualquer tipo de socorro Jamais tente socorrer a vítima se estiver em dúvida fechar fechar janela Afogamento Animais peçonhentos 22/06/2020 Versão para impressão 28/30 Em sua diversidade geográfica, o Brasil é um país rico em flora e fauna. São florestas, rios, montanhas, semiáridos e litoral, habitados por inúmeras espécies de animais, que variam de acordo com a localização geográfica ou que ocorrem indiscriminadamente em quase todas as regiões do território nacional. Muitas espécies de animais, que povoam a flora brasileira, são dotadas de mecanismos de defesa que têm peçonhas ou venenos, ou seja, são animais peçonhentos. Entre eles, se destacam, pela frequência de acidentes que causam entre a população, insetos, escorpiões, aranhas e cobras. O veneno destes animais pode causar dolorosas intoxicações e, muitas vezes, se não houver socorro imediato, levam à morte. Portanto, animais peçonhentos são aqueles, vertebrados ou invertebrados, que apresentam glândulas de veneno que se comunicam com dentes ocos, ou ferrões, ou aguilhões, por onde o veneno é injetado com facilidade. Para esse material, vamos utilizar um exemplo comum no ambiente trabalho rural, que é a picada de cobra e como se deve prestar o atendimento a uma vítima nessa situação: 22/06/2020 Versão para impressão 29/30 Acalmar e confortar a vítima que, quase sempre, estará excitada ou agitada Manter a vítima em decúbito dorsal, em repouso, evitando deambular ou correr Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão, fazendo a antissepsia local Não perfurar ou cortar o local da picada Não se deve fazer o garroteamento do membro afetado, pois isto agravará as lesões locais Manter o membro afetado elevado Manter a vítima hidratada Evitar o uso de drogas depressoras do Sistema Nervoso Controlar os sinais vitais e o volume urinário do acidentado Transportar a vítima com urgência para o atendimento especializado de emergência Para esse tipo de ambiente de trabalho e situação, a prevenção é nossa maior aliada. Utilizar os equipamentos de proteção individual são fundamentais nestes casos. Mordidas de animais como cães e gatos É frequente a procura de assistência médica nos setores de emergência devido a mordeduras de animais, que são, em grande parte, causadas por cães, sendo estimado que 80% das ocorrências são pequenos ferimentos, não havendo necessidade de atendimento de urgência. Esse tipo de lesão acomete principalmente os profissionais carteiros e motoboys que estão circulando na rua e em contato com esse tipo de animais. As feridas causadas por gatos (mordeduras e arranhões) infectam-se em mais de 50% das vezes. 22/06/2020 Versão para impressão 30/30 Os primeiros socorros em vítimas de mordedura de animais devem ser feitos de acordo com o tempo decorrido após o acidente. Antes de oito horas a vítima apresenta lesões, necessitando de hemostasia, limpeza, atendimentos médicos e profilaxia. Após decorridas as oito horas, normalmente surgem complicações infecciosas, além de o tratamento já estar se dando tardiamente e ou inadequadamente. A ferida deve ser bem lavada com água e sabão, deixando-se que a água escorra por alguns minutos sobre o ferimento. O sabão deve ser totalmente removido após a lavagem. A conduta adequada nos casos de mordidas de animais é encaminhar a vítima para um serviço de saúde para receber a orientação específica para que sejam avaliadas as circunstâncias da mordida, o status imunológico do animal e o histórico de zoonoses, principalmente raiva, na região. fechar
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