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31/05/2019 1 SÍFILIS CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – 2019.1 ANÁLISES CLÍNICAS III Prof. MSc. Lucas Machado Moreira SÍFILIS A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) milenar e persistente; Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atinge mais de 12 milhões de pessoas em todo o mundo e sua eliminação continua a desafiar globalmente os sistemas de saúde; Em 2016, a sífilis foi declarada como um grave problema de saúde pública no Brasil; 31/05/2019 2 31/05/2019 3 Treponema pallidum Bactéria espiralada - 12 mm x 0,15 mm; Frágil, não cultivável, morre rapidamente; Infecta homem e coelho; Penetra na pele ou mucosa causando úlcera - cancro (protossifiloma); 31/05/2019 4 SÍFILIS Doença de evolução crônica sujeita à agudização e período de latência; Incubação → 10 – 90 dias; Transmissão → Infecção Sexualmente Transmissível e Transmissão Vertical Evolução clínica pode ser dividida em 3 principais fases: Sífilis primária → fase aguda; Sífilis secundária → fase crônica; Sífilis latente* Sífilis terciária → fase crônica; * Sífilis latente → sem manifestações clínicas. Pode durar anos – testes sorológicos positivos; SÍFILIS PRIMÁRIA Fase aguda: Cancro duro - local de entrada da bactéria → 5º ao 15º dia (5 dias à 3 meses); Cura espontânea após 2 semanas; Persistência da lesão → 4 a 6 semanas (fase secundária); Diagnóstico – pesquisa direta do T. pallidum por microscopia de campo escuro; Pequena produção de anticorpos; Fontana tribondeau 31/05/2019 5 SÍFILIS SECUNDÁRIA Fase crônica: Ausência de feridas no local de infecção; Duração de 1 a 6 meses após protossifiloma; Exantemas cutâneos, máculas, lesões mucosas e linfadenopatia generalizadas; Dispersão do T. pallidum por do o organismo; Diagnóstico – teste sorológicos (↑títulos); SÍFILIS TERCIÁRIA Fase crônica: Inflamação e destruição de tecidos e ossos; Tumorações de consistência mole; Sífilis cardiovascular e neurosífilis; Diagnóstico – teste sorológicos (↓títulos) 31/05/2019 6 SÍFILIS CONGÊNITA O T. pallidum é transmitido para o feto pela placenta; RN apresentam lesões bolhosas ricas em microrganismos → palma da mão, pé, ao redor da boca e ânus; Feto em fase latente → aborto; Pesquisa de Anticorpos IgM no RN; DIAGNÓSTICO Cancro : Direta - Campo escuro; Coleta material – protossifiloma, punção de nódulo, cordão umbilical; 31/05/2019 7 DIAGNÓSTICO Detecção de anticorpos circulantes anti-T. pallidum - Testes sorológicos Testes não treponêmicos: Não são antígenos específicos. Importantes para monitoramento do tratamento e evolução da doença. Ex: VDRL e RPR; Testes treponêmicos: - Importantes para o diagnóstico da doença - Aparecem mais precocemente e persistem por vários anos após tratamento. Ex: FTA ABS; ELISA-QUIMIOL. e TPHA TESTES NÃO TREPONÊMICOS VDRL (Veneral Disease Research Laboratory); RPR (Rapid Plasma Reagin); ↳ Detectam anticorpos da classe IgG e IgM Limitações reações falso-positivas → reações cruzadas: tuberculose, hepatite, endocardite bacteriana, sarampo, varicela, flilariose, Hanseníase, malária, lúpus; reações falso-negativas → efeito de pro-zona (necessidade de efetuar diluição); ↳ Técnica Manual e de interpretação subjetiva 31/05/2019 8 TESTES NÃO TREPONÊMICOS VDRL (Veneral Disease Research Laboratory) - Floculação a) Anticorpos não treponêmicos (anti-cardiolipina): VDRL (Placa de Kline) Teste de triagem; Interpretação (>1/8) – Titulação; < 80% - final da fase primária; 95 – 100% secundária; 70% terciária; Permite acompanha a evolução do caso; Sofre efeito pró-zona; Cura – VDRL – título < 4 vezes 1º(s) 3 meses; < 8 vezes 6 meses; negativo após 1 ano de tratamento na sífilis primária e 2 anos na secundária; reator não reator 31/05/2019 9 TESTES TREPONÊMICOS FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody-Absorption) Soro 1/5 em contato com Treponema phagedenis – reagente absorvente retirar anticorpos não específicos Sistema de dois fluorocromos: 1- anti-IgG marcado com RODAMINA (corando treponema em vermelho na reação positiva); 2- anti-treponema fluoresceína - negativo REAÇÃO DE IMUNOFLUORESCÊNCIA INDIRETA Y Pesquisa de anticorpo no soro (Weller & Coons, 1954) Y Y Antígeno conjugado Anticorpo do paciente Ex. Detecção de anti-Toxoplasma gondii, anti-Treponema pallidum, anti-T.cruzi, anti-núcleo, anti-DNA, anti-músculo liso, anti-células parietais, anti-tireoglobulina, anti-endomísio, etc. 31/05/2019 10 REAÇÃO DE IFI TESTES TREPONÊMICOS TPHA (T. pallidum Haemagglutination) Baseia-se na aglutinação dos anticorpos treponêmicos do soro com hemácias de aves, previamente sensibilizadas com antígenos de T. pallidum. Possibilidade de execução de grande número de amostras e facilidade de leitura visualVANTAGENS Ag solúveis associados a outras superfícies - partículas de látex ou superfície de hemácias; 31/05/2019 11 TESTES TREPONÊMICOS TPHA (T. pallidum Haemagglutination) Exemplo: Hemaglutinação Passiva para a Doença de Chagas ou sífilis; •As hemácias são revestidas com Ag do T. cruzi ou T. pallidum (ligação covalente) e então distribuídas nos poços da placa. • O soro teste e os controles positivos e negativos, devidamente diluídos, são adicionados aos poços da referida placa. • Se houver Ac específico contra o Ag, as hemácias se aglutinam e formam uma camada no fundo do poço. Quando não existe Ac específico, as células formam um botão no fundo do poço; 31/05/2019 12 31/05/2019 13 ALGORITMO DE TESTES LABORATORIAIS–SÍFILIS PORTARIA CCD –24/09/2010 Recomenda o uso do algoritmo convencional de testes laboratoriais para o imunodiagnóstico da sífilis em laboratórios com baixa demanda de exames para sífilis; Recomenda a introdução de um algoritmo alternativo de testes laboratoriais para o imunodiagnóstico da sífilis em laboratórios com elevada demanda de exames para sífilis; Revoga a Nota Técnica CCD - 04/2007 -Nº238, Seção I, p.50, publicada no D.O. em 19/12/2007 Portaria CCD -25- de 18/07/2011; Nota 1: Em caso de suspeita clínica e/ou epidemiológica de infecção pelo TP, solicitar nova coleta de amostra após 21 (30)dias. Nota 2:Em caso de suspeita clínica e/ou epidemiológica de infecção pelo TP, solicitar nova coleta de amostra em até21 (30)dias. -Teste treponêmico (qual/is) indeterminado, se possível realizar FTA-Abs VDRL TPHA ou FTA-Abs 31/05/2019 14 Nota 1: Em caso de suspeita clínica e/ou epidemiológica de infecção pelo TP, solicitar nova coleta de amostra após21(30) dias. Nota 2:Em caso de suspeita clínica e/ou epidemiológica de infecção pelo TP, solicitar nova coleta de amostra em até21(30) dias. Nota 3: Pode se tratar de sífilis latente ou recente, onde os anticorpos anti-cardiolipina estão indetectáveis. Investigar história de tratamento anterior, pois também pode indicar infecção anterior. -Teste treponêmico indeterminado, se possível realizar FTA-Abs Anti-trep (quimiol.) VDRL TPHA ou FTA-Abs 31/05/2019 15 31/05/2019 16 Fases Testes Primária Secundária Latente Terciária VDRL 78% (74-87%) 100% 95% (71-100%) 71% (37-94%) FTA 84% (93-100%) 100% 100% 96% TPHA 84% (84-100%) 100% 100% 96% Percentual de positividade nos testes em relação as fases da doença Fonte: Curso Básico de Vigilância Epidemiológica. MS, PNDST/AIDS, 2006. 31/05/2019 17 SÍFILIS CENTRO UNIVERSITÁRIO IBMR – 2019.1 ANÁLISES CLÍNICAS III Prof. MSc. Lucas Machado Moreira
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