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Gabriela Reis Viol Dermatoses bolhosas Gabriela Reis Viol (BULOSES) • Doenças não congênitas que cursam, com a formação de bolhas ↠ reação autoimune. • Algumas assumem maior importância clínica devido a sua prevalência: I. Pênfigo vulgar; II. Pênfigo foliáceo; III. Penfigoide bolhoso; IV. Dermatite herpetiforme. • PÊNFIGO VULGAR e FOLIÁCEO as bolhas se formam intraepidérmicas (dentro da epiderme), e as outras lesões bolhosas: subepidérmicas. • O termo pênfigo significa bolha. Gabriela Reis Viol • Existe uma ruptura da coesão entre os queratinócitos (acantólise), devido à destruição das estruturas de adesão intracelular ↠ desmossomos. • A doença é causada diretamente por autoanticorpos. • Surge autoanticorpos do tipo IgG contra proteínas desmossomal (desmogleína 3). Esses anticorpos atacam os desmossomos dos queratinócitos ↠ acantólise (desagregação dos queratinócitos). Clínica • Lesão cutânea típica ↠ bolha flácida não pruriginosa ↠ rotura ↠ erosão vermelho vivo (aspecto “bife sangrante”). E apresenta odor característico. • Acomete mucosas, especialmente a oral (aftas q ñ curam). • 50% dos casos, pode anteceder as manifestações cutâneas por vários meses. • A lesão oral se apresenta com úlceras aftosas ↠ erosões dolorosas e extensas em toda a cavidade bucal. Muitas vezes, dificultam a alimentação ↠ emagrecimento. • Os lábios, língua, orafaringe e outros locais mucosos podem ser afetados. • AO EXAME: observa-se múltiplas e extensas erosões, matinadas por retalhos de bolhas flácidas que ainda não se romperam. Podendo afetar qualquer parte do tegumento (cabeça, tórax e dobras axilares). • SINAL DE NIKOLSKY: descolamento da pele quando o dedo a traciona tangencialmente. • SINAL DE ASBOE-HANSEN: ao pressionar gentilmente uma bolha ↠ progressão. DIAGNÓSTICO • Suspeita clínica confirmado pela biópsia (bolha intacta) ↠ imunofluorescência direta. • Coleta de sangue para a pesquisa dos anticorpos desmossomais ↠ imunofluorescência indireta. • O histopatológico caracteriza-se pelo descolamento intraepidérmico acima da camada basal, destacando todo o restante da epiderme ↠ DIAGNÓSTICO. Gabriela Reis Viol PÊNFIGO VULGAR • A imunofluorescência direta da pele demonstra acúleo de IgG (C3) na superfície dos ceratinócitos ↠ achado característico. • DD: afta, eritema multiforme, líquen plano, pênfigo foliáceo. TRATAMENTO • Uso de corticoides sistêmicos em altas doses. Sendo ajustada de acordo com a gravidade. • PREDNISONA: 2mg/kg/dia ou pulsoterapia com metilprednisolona. • O tratamento é mantido até a resolução do quadro a fim de evitar desidratação e sepse bacteriana. E a negativação do SINAL DE NIKOLSKIY indica a inatividade da doença. • Reduz-se a dose paulatinamente, mantendo por dias alternados. • Pode ser necessário a associação com imunossupressores (AZATIOPRINA ou CICLOFOSFAMIDA) ↠ para poupar o uso prolongado de corticoide. • Dapsona 100mg/dia; Tetraciclina + Nicotinamoda (usados associados). • Casos muitos graves podem ser necessários plasmaférese ou imunoglobulina intravenosas. • Tipo mais comum de pênfigo. • FORMAS: não endêmico e endêmico (fogo selvagem). • A forma endêmica tem seu maior número de casos registrados no Brasil, com predileção por populações ribeirinhas. • A doença não é a princípio de causa infecciosa, mas alguns agentes desencadeariam a reação autoimune. • Se desencadeado por fármacos (penicilina, rifampicina, captopril, propanolol) ↠ fármacoinduzido. • Os autoanticorpos voltam-se contra a desmogleína 1 (proteína essencial para a integridade dos desmossomas da camada granulosa da epiderme). Os queratinócitos dessa camada sofrem acantólise. CLÍNICA • As mucosas geralmente são poupadas. • Dificilmente encontra-se bolhas intactas ↠ se rompem pela extrema superficialidade. • Predomina múltiplas erosões crostas sobre base eritematosa conferindo aspecto semelhante a ceratose seborreica (lesão acantomata). • As lesões atingem predominantemente as áreas seborreicas do corpo: face, região malar, couro cabeludo, região pré-estornar e interescapular. Gabriela Reis Viol PÊNFIGO foliáceo • Sensação de queimação que piora com o calor ou exposição solar (FOGO SELVAGEM). • A doença pode apresentar-se restrita às áreas seborreicas fotoexpostas (regiões malares) com aspecto eritematoso. • Em outros casos, as lesões se disseminam no sentido craniocaudal ↠ FORMA GENERALIZADA. Evoluindo com eritema descamativo de quase todo o tegumento. • SINAL DE NIKOLSKIY: descolamento da pele quando o dedo a traciona tangencialmente. • SINAL DE ASBOE-HANSEN ao pressionar gentilmente uma bolha ↠ progressão/destacamento da periferia. DIAGNÓSTICO • Suspeita clínica confirmada pela biópsia. • Ao histopatológico, apresentam zona de clivagem numa porção superficial da epiderme. • A imunofluorescência direta da pele demonstra acúleo de IgG na superfície dos ceratinócitos ↠ achado característico. • DD: pênfigo vulgar, eritema multiforme, dermatite seborreica TRATAMENTO • Uso de corticoides sistêmicos em doses mais baixas. Gabriela Reis Viol • Não ultrapassando: PREDNISONA 1mg/kg/dia. • Os imunossupressores comumente não são necessários. • Se pênfigo foliáceo localizado ↠ tratamento com corticoides ou imunomoduladores tópicos. • Doença autoimune com formação de autoanticorpos contra a membrana basal da junção dermoepidérmica (onde ocorre o descolamento e a formação da bolha com acúmulo de eosinófilo). • NÃO há acantólise. • Autoanticorpos ↠ antígeno penfigoide (componente da camanda basal). • PENFIGOIDE BOLHOSO FARMACOINDUZIDO: associado ao uso de furosemida, captopril, penicilinas, sulfasalazina, salicilatos e amiodarona. A suspensão da droga pode ou não permitir a remissão. • PENFIGOIDE CICATRICIAL: acometimento predominante ou restrito das mucosas (oral é a mais afetada e a ocular possui complicações mais graves). Pode evoluir com sequelas cicatriciais ↠ sinéquias, aderências, lesão de córnea. • HERPES GESTACIONAL: ocorre no 2º ou 3º trimestre da gestação ↠ erupção eritematourticada pruriginosas ↠ evolui com vesicobolhas no abdome e se espalhando para nádegas e extremidades. A evolução é benigna e autolimitada (cessando com o término da gestação mas podendo recorrer). CLÍNICA • Bolhas tensas, duradouras, grandes sobre a pele normal ou eritematosa ↠ pruriginosa. • Conteúdo citrino ou hemorrágico. • Distribuição simétrica e predominando em áreas flexoras (face interna da coxa, virilha, abdome, axila). • Pode atingir a mucosa oral. • Curso crônico com exacerbações e remissões. DIAGNÓSTICO • Clínica, histopatologia e imunofluorescência. • Imunofluorescência direta mostra depósitos de IgG de padrão linear ao longo da camada basal. • A u t o a n t i c o r p o s e n c o n t r a d o s n o s o r o p o r imunofluorescência indireta. Gabriela Reis Viol Penfigoide bolhoso • Eosinofilia periférica e aumento de IgE sérica. • DD: lúpus eritematoso bolhoso, penfigoide cicatricial, dermatite herpetiforme, urticária (fase prodrômica). TRATAMENTO • O grau de acometimento e a taxa de progressão determinam o tratamento. • Lesões localizadas: corticoides ou imunomoduladores tópicos. • Corticoides sistêmicos em doses moderadas (0,5 - 1 mg/kg/dia). • Tetraciclina, imunossupresores, sulfona, imunoglobulina. • Bolhas e vesículas agrupadas de forma simétrica distribuídas sobre a face extensa dos membros e pruriginosas ↠ provoca intensa sensação de ardor. • Em algumas pacientes observa-se algumas lesões encimadas por crostas nos cotovelos e joelhos acompanhadas de prurido. • Os casos podem estar associados à doença celíaca. • Depósito de IgA granular no topo das papilas dérmicas ↠ ativação do complemento ↠ quimiotaxia para neutrófilos ↠ enzimas ↠ lesões cutâneas. CLÍNICA • Lesões pápulo-vesiculosas, pruriginosas que evoluem para bolhas tensas, simétricas, com tendênciaa agruparem-se em aspecto herpetiforme. • Evolução em surtos. • Raramente comente mucosas. • Sem comprometimento do estado geral. • Doença intestinal: deve ser investigada em todos os casos. DIAGNÓSTICO • Baseado nos achados clínicos. • Ao exame histopatológico: dermatose neutrofílica. Gabriela Reis Viol Dermatite herpetiforme • Imunofluorescência da pele ↠ depósitos de IgA na junção dermoepidérmica. • IFI: geralmente negativa. • DD: lúpus eritematoso bolhoso, penfigóide bolhoso, EBA. TRATAMENTO • Dieta isenta de glúten: todos os casos. • DAPSONA. • Sulfapiridina até melhoras dos sintomas Gabriela Reis Viol
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