Buscar

cl_mod1_v1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 51 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Comunicação 
e linguagem
Prof. Me. Leandro Moura
Tópico 1
Objetivo(s) de aprendizagem
• Conhecer a diferença entre linguagem, língua e 
fala;
• Analisar a aplicação da linguagem, da língua e 
da fala;
• Avaliar os elementos do processo comunicativo;
• Analisar as funções da linguagem e suas apli-
cações práticas.
Comunicação e linguagem
Tópico 
1
2
Neste Tópico:
Introdução ����������������������������������������������������4
Linguagem, língua e fala ������������������������� 6
Linguagem ................................................................6
Língua .................................................................... 12
Fala ........................................................................ 14
O processo comunicativo ����������������������17
Funções da linguagem �������������������������� 25
Função emotiva ou expressiva �����������26
Função conativa ou apelativa �������������29
Função fática ��������������������������������������������� 35
Função metalinguística �������������������������39
Função referencial �����������������������������������43
Considerações finais�������������������������������45
Síntese ���������������������������������������������������������46
3
INTRODUÇÃO
Em algum momento, você já deve ter se envolvido ou 
presenciado confusões em torno do tema comuni-
cação. Já ouviu expressões como “naquela empresa 
falta comunicação” ou “ele é um ótimo profissional, 
mas não sabe se comunicar”?
Provavelmente, já presenciou conflitos causados nas 
redes sociais e nos grupos de amigos e familiares do 
WhatsApp envolvendo problemas de comunicação e 
que acabam gerando discussões até entre amigos, 
não é mesmo?
Figura 1: Todos dependemos da comunicação: essencial às relações 
pessoal e profissional.
4
Como você pode ver, da situação mais simples até 
a mais complexa, a comunicação faz parte do nos-
so dia a dia. Você conseguiria viver em sociedade 
sem ela? Provavelmente seria impossível, pois é por 
meio da comunicação que você expressa suas ideias, 
compreende informações e entra em contato com 
outras pessoas.
Reflita
Mesmo nos comunicando tanto, será que esta-
mos nos comunicando bem?
Vamos entender como melhorar nossa comunicação, 
compreendendo seus elementos, suas funções e 
aplicações nos textos orais e escritos. E, para iniciar-
mos nosso entendimento da comunicação, vamos 
começar pelos seus aspectos mais básicos: lingua-
gem, língua e fala.
5
LINGUAGEM, LÍNGUA 
E FALA
Língua e linguagem são a mesma coisa? Você con-
segue definir o que é fala?
Muitas pessoas confundem as definições de lin-
guagem, língua e fala. Embora façam parte do pro-
cesso comunicativo, elas possuem características 
diferentes. 
Vamos conhecê-las?
Linguagem
É um sistema amplo de sinais (gráficos, gestuais, lin-
guísticos, sonoros etc.) que permite a comunicação. 
A junção desses sinais forma a linguagem. Dessa 
forma, a comunicação entre as pessoas não ocorre 
apenas quando estão falando, mas quando gesti-
culam, dançam, desenham e pintam, por exemplo.
6
Figura 2: Linguagem, língua e fala estão presentes nos mais variados 
meios, sejam eles virtuais ou presencial.
Saiba mais
Descubra a origem da linguagem aqui.
A linguagem pode se dividir em verbal, não-verbal e 
mista, híbrida ou multimodal.
Vamos aos exemplos em situações práticas: ao re-
ceber um cartão vermelho do juiz, o jogador entende 
que foi expulso do jogo. Isso ocorre sem que eles 
digam uma palavra, não é mesmo?
Algumas situações comunicativas não exigem o 
uso de palavras (escritas ou faladas) para que uma 
mensagem seja compreendida. Isso quer dizer que, 
quando usamos outras formas para expressar algo, 
7
https://youtu.be/STPiJ1ntN-I
que não seja expresso em palavras faladas ou escri-
tas estamos usando a linguagem não-verbal.
Verifique o exemplo a seguir:
Você já enviou ou recebeu um emoji pelo celular? O 
emojis são desenhos que representam expressões 
humanas. Ao ficar triste, por exemplo, você não pre-
cisa escrever “estou triste”. Basta enviar um emoji 
que represente isso.
Figura 3: Os emojis facilitam nossa comunicação nas redes sociais.
Assim como os emojis, existem outros tipos de lin-
guagem não verbal, como:
• as placas de trânsito;
• os gestos;
• um filme mudo;
8
• as cores de uma bandeira;
• as pinturas;
• as danças;
• os sons dos instrumentos, de uma buzina, do 
choro de um bebê.
Por outro lado, quando você escreve um e-mail para 
o seu chefe, usa palavras para fazer isso, não é mes-
mo? Quando envia uma mensagem de voz pelo celu-
lar, também. Dessa forma, a linguagem verbal, como 
o próprio nome diz, é quando se verbaliza algo, ou 
seja, quando nos comunicamos pela fala ou escrita.
Onde mais podemos encontrar a linguagem verbal?
• Receitas;
• Bilhetes;
• Mensagens de celular;
• Postagens e comentários das redes sociais;
• Jornais;
• Revistas;
• Livros;
• Conversas via telefone ou pessoalmente;
• Este material que você está acessando.
Até aqui entendemos que a linguagem verbal é a co-
municação feita com palavras, sejam elas escritas ou 
faladas, e a linguagem não-verbal, por sua vez, ocorre 
sem o uso delas. Dito isso, observe o meme a seguir.
9
Figura 4: Além da linguagem verbal e não verbal, temos a junção 
das duas linguagens. | Fonte: https://www.metrojornal.com.br/
foco/2018/05/28/memes-da-greve-dos-caminhoneiros-nao-param-
-de-sair.html
Observe a imagem do piloto Rubens Barrichello, mas 
também as palavras que remetem à greve dos cami-
nhoneiros, ocorrida em maio de 2018, e que pautou 
todos os noticiários do país. Como você classificaria 
esse tipo de linguagem: verbal ou não verbal?
Caso tenha pensado ou respondido “nenhum deles”, 
você acertou. Além das linguagens verbal e não-ver-
bal, a comunicação pode apresentar uma mescla dos 
tipos de linguagem que verificamos anteriormente. A 
esse fenômeno chamamos de linguagem mista, hí-
brida ou multimodal, e ele acontece quando usamos 
palavras em conjunto com outros sinais. Histórias 
em quadrinhos, gráficos, jornais, filmes, programas 
de TV, conversas do WhatsApp (que possuem pala-
vras, mas também fotos, vídeos, emojis) são alguns 
10
https://www.metrojornal.com.br/foco/2018/05/28/memes-da-greve-dos-caminhoneiros-nao-param-de-sair.html
https://www.metrojornal.com.br/foco/2018/05/28/memes-da-greve-dos-caminhoneiros-nao-param-de-sair.html
https://www.metrojornal.com.br/foco/2018/05/28/memes-da-greve-dos-caminhoneiros-nao-param-de-sair.html
exemplos de linguagem mista. Memes, como o que 
analisamos, também são criados a partir da junção 
de uma figura com palavras ou frases e, por isso, 
podem ser considerados um tipo expressão da lin-
guagem híbrida.
Você conhece os memes?
Figura 5: https://noticias.bol.uol.com.br/bol-listas/o-que-e-meme-
-seis-fatos-explicam-o-surgimento-desse-conceito-na-internet.htm
Você já percebeu que existem vários tipos de lingua-
gem. Linguagens como a digital, da moda, de sinais, 
do futebol e da televisão são alguns desses tipos, 
assim como a língua. Em outras palavras, a língua 
é uma forma de linguagem. Então, como podemos 
defini-la?
11
https://noticias.bol.uol.com.br/bol-listas/o-que-e-meme-seis-fatos-explicam-o-surgimento-desse-conceito-na-internet.htm
https://noticias.bol.uol.com.br/bol-listas/o-que-e-meme-seis-fatos-explicam-o-surgimento-desse-conceito-na-internet.htm
Língua
É um conjunto de signos organizado por regras e 
usado por um grupo específico para se comunicar. 
Enquanto atividade social, para que os falantes do 
grupo compreendam o que é dito, as regras de uma 
língua obedecem a um padrão. Daí vem aquela ex-
pressão “falar a mesma língua”.
Fique atento
Para Saussure, considerado o pai da Linguística, 
signo é a união do significante ao significado.
SIGNIFICANTE
SIGNIFICADO
C-A-S-A
Quando lemos a palavra casa, conhecemos os 
sons de cada letra que a forma. O significan-
12
te não seria propriamente o som concreto, mas 
como ele é representado: 
Em nossa língua, usamos letras para representar 
os sons das palavraspor meio dos fonemas. Ao 
pensarmos no gato como um animal felino, que 
possui quatro patas e gosta de peixe, estamos 
falando do conceito ou ideia. A isso chamamos 
de significado. (CARVALHO, C., 2000, p. 27).
Quer ver um exemplo de como as regras podem or-
ganizar a nossa língua? Se você chamar uma amiga 
para sair usando a frase:
Sair quer você comigo hoje?
É bem provável que ela fique confusa ou não aceite 
o seu convite. Em nossa Gramática, muitas frases 
possuem uma ordem direta indicada pela combina-
ção de sujeito, verbo e objeto. Dessa forma, se sua 
amiga também falar português, ao dizer:
Você quer sair comigo hoje?
Ela entenderá seu convite. Agora, diferentemente 
da língua, que é coletiva e social, a fala é individual 
porque cada pessoa tem sua maneira de falar, seu 
sotaque, gírias, expressões regionais e/ou mais in-
formais. Essa oposição entre língua e fala foi feita 
por Saussure (CARVALHO, C., 2000, 49).
13
Figura 6: https://pixabay.com/pt/falar-discuss%C3%A3o- 
microfone-lata-238488/
Fala
A fala possui sua organização própria, suas combina-
ções necessárias para que os falantes se entendam. 
Ao contrário da língua, a fala confere maior liberdade 
a seus usuários, pois permite que eles recombinem 
e atualizem expressões, façam ajustes ou criem no-
vas palavras. Isso não significa que a língua é uma 
entidade imutável, mas que suas mudanças ocorrem 
mais lentamente que na fala.
14
https://pixabay.com/pt/falar-discuss%C3%A3o-microfone-lata-238488/
https://pixabay.com/pt/falar-discuss%C3%A3o-microfone-lata-238488/
Fique atento 
Fala é a forma concreta que os seres humanos 
utilizam para se comunicar independentemente 
de seu idioma. 
Mesmo que você nunca tivesse ido à escola ou fosse 
analfabeto e não conseguisse ler esse texto, falar 
seria possível. A fala é aprendida no convívio social, 
na família, nas comunidades, na rua ou na escola.
Pergunte a seus pais ou a quem tenha convivido com 
você desde seu nascimento, com quantos anos você 
começou a falar.
Observe uma criança que, sem nunca ter ido à es-
cola ou nenhum adulto ter ensinado, começa a falar 
pelo convívio entre os pais, irmãos e vizinhos a partir 
de sua maturidade cognitiva. Ela se desenvolve aos 
poucos, de maneira progressiva.
Saiba mais
Você sabe com que idade uma criança começa a 
falar? Descubra aqui.
O que podemos compreender até aqui? Não é pos-
sível pensarmos em linguagem e comunicação sem 
pensarmos na interação entre os sujeitos que estão 
envolvidos na situação comunicativa. A linguagem 
transforma e é transformada por todos nós, as pes-
soas que a utilizam, pois nossos valores históricos, 
culturais e políticos influenciam a maneira como uma 
15
https://www.youtube.com/watch
?v=7DfAeZCTj2k
mensagem é transmitida ou entendida. E, dependen-
do do momento histórico em que estivermos, pode 
ser que nossa compreensão da mensagem também 
seja modificada.
Quando produzimos ou recebemos uma mensagem, 
direcionamos a alguém que deve compreender o có-
digo que usamos por meio de um canal para emitir 
uma ideia. Isso ocorre em um determinado contex-
to e todos esses fatores condicionam a produção 
da linguagem. Este é o processo da comunicação e 
podemos dizer que ele só acontece quando os sujei-
tos envolvidos compreendem a mensagem. Vamos 
entender como ele funciona?
16
O PROCESSO 
COMUNICATIVO
Imagine que seu celular acabou de tocar, pois chegou 
uma nova mensagem. É o seu pai que está pedindo 
sua ajuda para ajustar a televisão. Você lê e entende 
o que está escrito. Responde a mensagem dizendo 
que já está a caminho para ajudá-lo. Você percebe 
que ele também compreendeu, pois ele envia uma 
mensagem de confirmação dizendo que espera por 
você e se despede em seguida.
Perceba que a comunicação entre vocês foi bem-su-
cedida, mas você já parou para pensar que sem os 
elementos envolvidos nessa situação, tais como o 
emissor, o código e o canal, isso não seria possível? 
Afinal, quem foi o emissor? Qual foi o código utiliza-
do? E o canal?
Se pensarmos num esquema, podemos representar 
a conversa do celular dessa forma:
17
Referente
Emissor Receptor
Você
Mensagem
Código
Canal
Seu 
pai
Figura 7: Modelo comunicativo de Roman Jakobson, linguista russo.
É provável que você já tenha visto um esquema pare-
cido com esse em algum momento da sua vida. Ele 
tem como base o modelo da comunicação, usado 
popularmente para explicar como acontece a comu-
nicação humana.
Podcast 1 
Embora seja usado como apoio para aulas de por-
tuguês, o modelo foi criado por um matemático. É 
isso mesmo! Em 1948, o matemático e engenheiro 
elétrico Claude Shannon publicou um artigo com o 
título “Uma teoria matemática da comunicação” onde 
apresentou um modelo mais simples de comunica-
ção. Seu objetivo era analisar a eficiência da comuni-
cação em telégrafos e telefones. O modelo era linear, 
ou seja, baseava-se na transmissão de informações 
e não previa a interação entre os participantes. Foi 
18
https://famonline.instructure.com/files/66870/download?download_frd=1
nas mãos do linguista Roman Jakobson que a teoria 
foi adaptada à comunicação humana. (GUIMARÃES, 
T., 2012, p. 2 e 3).
A comunicação é um fenômeno tão presente em 
nossas vidas que nem nos damos conta de como 
ela acontece. Nesse momento, você está pensando 
em qual tipo de código foi usado para fazer este 
material? Quem é seu emissor ou qual canal de co-
municação estabelecido? Acredito que não, pois nos 
comunicamos naturalmente, agindo ou recebendo in-
formações, como se estivéssemos no modo automá-
tico. Mesmo assim, para que isso aconteça, alguns 
aspectos são necessários. De acordo com o modelo 
que vimos, a comunicação tem seis elementos:
A mensagem é o conteúdo transmitido durante a 
comunicação. Ela pode ser produzida por meio das 
linguagens verbal ou não verbal, como estudamos 
anteriormente. Pensando no exemplo da conversa 
com seu pai pelo celular, os textos enviados e rece-
bidos compõem a mensagem. Os textos escritos 
ou falados, a dança, um filme, uma notícia de jor-
nal, uma postagem na rede social são exemplos de 
mensagens.
O emissor/locutor ou remetente é quem emite a men-
sagem. Usando o mesmo exemplo, seu pai represen-
taria, aqui, o papel do emissor, pois a comunicação 
foi iniciada por ele. Ao receber a mensagem, você 
atuou como receptor/alocutário ou destinatário do 
processo comunicativo, pois a informação chegou 
até você. Nesta situação, houve um emissor e um 
19
receptor, mas em uma palestra, por exemplo, temos 
vários receptores.
Quero chamar sua atenção para o fato de que os pa-
péis do emissor e do receptor são intercambiáveis, 
ou seja, eles podem ou não mudar, dependendo da 
direção da mensagem. Quando você responde à men-
sagem recebida, troca de papel com seu pai: você 
passa a ser o emissor da conversa e ele, o receptor.
Fique atento
Essa troca de papéis entre os interlocutores acon-
tece porque a comunicação faz com que os sujei-
tos envolvidos interajam numa determinada situa-
ção. Eles trocam de papéis porque, ao entrarem em 
contato, produzem e/ou recebem informações.
No exemplo do podcast, durante a conversa com seu 
pai, vocês utilizam um conjunto de palavras da língua 
portuguesa, organizadas de acordo com regras que 
ambos conhecem, certo? Se isso não aconteces-
se, seria impossível compreender e responder às 
mensagens. A esse conjunto chamamos de código, 
que é o sistema de signos compreendido (parcial ou 
completamente) pelo emissor e pelo receptor. Eles 
utilizam o mesmo código para transmitir ou receber 
a mensagem. São códigos as palavras, escritas ou 
faladas, as imagens, estáticas ou em movimento, os 
sons, como uma buzina de carro ou a combinação 
de instrumentos de uma orquestra, as cores, como 
as que fazem parte do semáforo.
20
As mensagens que você recebeu de seu pai foram 
enviadas pelo celular, certo? Podemos dizer que este 
foi o canal utilizado por vocês para que a comuni-
cação acontecesse. Isso quer dizer que o canal é o 
meio físico pelo qual a mensagemé veiculada. Se 
você tivesse a mesma conversa com seu pai pesso-
almente, quase todos os elementos da comunicação 
permaneceriam os mesmos, mas o canal passaria a 
ser o ar – isso mesmo, até o ar que respiramos ajuda 
na comunicação! – pelo qual sua voz se propaga. 
Você consegue pensar em outros tipos de canais que 
usamos para comunicar algo? A televisão, o rádio, o 
ar, o telefone, o computador são alguns dos canais 
de comunicação que conhecemos.
Para que a mensagem tenha sentido numa situação 
comunicativa, precisamos saber do que se trata. O 
contexto ou referente é o elemento da comunicação 
que informa o ambiente de produção da mensagem. 
Ele pode apontar o assunto, o momento, a situação 
ou o local referentes à mensagem. No contexto da 
conversa pelo celular, por exemplo, temos um pedido 
de ajuda que você recebeu de seu pai. Quando ou-
vimos ou usamos a expressão “contexto histórico”, 
queremos explicar em qual momento da história está 
situado o assunto do qual estamos falando.
Fique atento
O contexto é um elemento fundamental da comu-
nicação. Não é difícil ouvir por aí que “contexto 
é tudo”. De fato, o contexto tem poder, pois ele 
21
dá sentido a um texto. No contexto “ambiente de 
trabalho”, você se comunica de uma forma que 
não necessariamente é a mesma forma com a 
qual se comunica com seus amigos de infância.
Quando enviamos ou recebemos um meme sobre po-
lítica, por exemplo, precisamos conhecer algo sobre o 
assunto, ou seja, em que contexto a mensagem foi pro-
duzida, para entendermos o que ela quer dizer. Muitas 
vezes, a imagem de um meme não está diretamente 
associada à frase que ele apresenta. Nesses casos, é 
necessário conhecer também o contexto da imagem 
utilizada para entender o sentido completo do meme.
O contexto também influencia nossa comunicação 
quando estamos aprendendo uma nova língua. Se 
você já passou por isso, vai concordar que, no co-
meço, é comum querermos traduzir as palavras ao 
pé da letra, não é mesmo? Entretanto, as palavras 
podem ter outros sentidos quando são empregadas 
em diferentes contextos. A palavra letter, em inglês, 
pode significar letra ou carta. Veja que a escrita e a 
pronúncia são iguais. O que muda é o contexto em 
que elas serão empregadas. Ainda sobre o sentido de 
um meme, o mesmo não tem sentido se você apre-
sentar para um colega inglês ou de qualquer outra 
cultura que não conheça o contexto de produção a 
partir do qual o meme foi criado.
22
Receptor/alocutário
 ou destinatário
 Aonde chega a 
mensagem
Código 
Sistema 
de signos 
compartilhado 
pelos 
participantes
Canal
Meio físico pelo 
qual a mensagem 
é transmitida
Referente ou 
contexto
O que se refere 
ao ambiente de 
produção da
 mensagem
Emissor/locutor 
ou remetente
 De onde parte 
a mensagem
Mensagem
Conjunto de
 informações 
utilizado na 
comunicação
COMUNICAÇÃO
Figura 8: https://br.freepik.com/vetores-gratis/movel-com-elemen-
tos-infografico_942661.htm 
Depois da teoria, nada melhor que a prática para fixar 
o que aprendemos. Observe o anúncio a seguir:
Figura 9: Os elementos da comunicação estão presentes no dia a dia, 
seja para vender um produto, seja para informar algo importante ou sim-
plesmente para nos entreter. | Fonte: https://www.publicitarioscriativos.
com/5-anuncios-demonstrando-que-o-melhor-do-brasil-e-o-brasileiro/.
23
https://br.freepik.com/vetores-gratis/movel-com-elementos-infografico_942661.htm
https://br.freepik.com/vetores-gratis/movel-com-elementos-infografico_942661.htm
https://www.publicitarioscriativos.com/5-anuncios-demonstrando-que-o-melhor-do-brasil-e-o-brasileiro/
https://www.publicitarioscriativos.com/5-anuncios-demonstrando-que-o-melhor-do-brasil-e-o-brasileiro/
Quais elementos de comunicação encontramos 
neste anúncio?
Emissor: prefeitura da cidade de Barueri.
Receptor: moradores da região e/ou pessoas que 
visualizam o outdoor.
Mensagem: texto escrito e figuras.
Canal: anúncio publicitário.
Código: verbal (língua portuguesa) e não verbal 
(figuras).
Contexto: alerta sobre o descarte de entulho em 
locais proibidos. A palavra “privada”, neste caso, 
apresenta duplo sentido, pois indica que a rua não 
é particular, mas também local onde se descarta 
dejetos, ou seja, uma privada. Veja que podemos 
entender o humor do anúncio somente ao compre-
ender estas informações adicionais que não estão 
explícitas no texto – o seu contexto.
Esperamos que você tenha compreendido os ele-
mentos da comunicação, pois eles são a base 
para o nosso próximo tema, as funções da lingua-
gem. Vamos lá?
24
FUNÇÕES DA 
LINGUAGEM
Quando nos comunicamos, não buscamos apenas 
transmitir uma informação: tentamos convencer o 
outro a fazer ou dizer alguma coisa que queremos, 
conhecemo2s o significado de uma palavra, expres-
samos nossos sentimentos, pela linguagem organi-
zamos nosso cotidiano. Perceba que cada situação 
de comunicação tem um objetivo. Ao identificá-lo, 
ou seja, ao entendermos qual a função de um deter-
minado tipo de mensagem, podemos interpretar e 
compreender melhor o que foi dito.
Para entender qual a função da linguagem, o linguista 
Jakobson propôs um desdobramento do modelo 
comunicativo: para cada elemento, ele atribuiu uma 
função. Sendo assim, temos:
Elemento Função
Emissor Emotiva
Receptor Conativa
Mensagem Poética
Código Metalinguística
Canal Fática
Contexto Referencial
25
FUNÇÃO EMOTIVA 
OU EXPRESSIVA
Você conhece uma pessoa que só sabe falar de si 
mesma? Isso demonstra dois pontos importantes: 
pode se tratar de uma pessoa egoísta, mas que faz 
uso da função emotiva. Em outras palavras, a função 
emotiva é aquela que identifica o próprio emissor 
como seu fator central.
É a expressão de pensamentos, sentimentos, emo-
ções, valores pessoais. Emprega-se a 1ª pessoa do 
discurso (eu, mim, comigo, vivo, corro, amo).
Não é a mensagem em si ou o fato que tem maior 
importância, mas a opinião do emissor, sua percep-
ção sobre o mundo. Isso ocorre por meio do discurso 
subjetivo que encontramos em poemas, músicas, 
diários, entrevistas, depoimentos e outras manifes-
tações em que o discurso esteja centrado no pró-
prio emissor.
Verifique o exemplo a seguir.
Na sua estante
Te vejo errando e isso não é pecado
Exceto quando faz outra pessoa sangrar
Te vejo sonhando e isso dá medo
Perdido num mundo que não dá pra entrar
Você está saindo da minha vida 
26
E parece que vai demorar
Se não souber voltar ao menos mande notícias
Cê acha que eu sou louca
Mas tudo vai se encaixar
Tô aproveitando cada segundo
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Você tá sempre indo e vindo, tudo bem
Dessa vez eu já vesti minha armadura
E mesmo que nada funcione
Eu estarei de pé, de queixo erguido
Depois você me vê vermelha e acha graça
Mas eu não ficaria bem na sua estante
Tô aproveitando cada segundo
27
Antes que isso aqui vire uma tragédia
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres e outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
E não adianta nem me procurar
Em outros timbres, outros risos
Eu estava aqui o tempo todo
Só você não viu
Só por hoje não quero mais te ver
Só por hoje não vou tomar minha dose de você
Cansei de curar feridas que não se fecham
Não se curam (não)
E essa abstinência uma hora vai passar
PITTY. Na sua estante. Disponível em: https://www.letras.
mus.br/pitty/249552/. Acesso em 12 nov. 2018.
A música que você acabou de ler é da cantora de rock 
Pitty. Nela, percebemos que o emissor fala de outra 
pessoa, mas seu objetivo é mostrar seus próprios 
sentimentos e percepções diante da situação. Isso é 
reforçado pelo uso da primeira pessoa do discurso: 
“te vejo”, “minha vida”, “me procurar”, “eu estava”.
28
https://www.letras.mus.br/pitty/249552/
https://www.letras.mus.br/pitty/249552/
FUNÇÃO CONATIVA 
OU APELATIVA
A funçãoé conativa quando a ênfase da situação 
comunicativa está em quem recebe a mensagem, 
ou seja, no receptor, para quem a mensagem se di-
reciona. Isso significa que seu ponto central é a 2ª 
pessoa (tu, você).
Essa função também é chamada de apelativa, 
mas não à toa: seu objetivo é apelar, persuadir o 
receptor, para que ele seja convencido a fazer algo. 
Gramaticalmente falando, o uso do imperativo é mui-
to encontrado na função conativa, representado pelas 
ordens, convites, conselhos:
Não perca! 
Venha comigo. 
Faça agora! 
Compre. 
Matricule-se já!
Por falar nisso, os textos publicitários são os exem-
plos mais comuns do discurso apelativo, pois eles 
procuram convencer seus receptores a mudarem de 
opinião, de comportamento, como abrir uma con-
ta em um banco, frequentar um novo restaurante, 
ou ainda, comprar aquele carro dos “seus” sonhos, 
por exemplo.
29
Agora, verifique o anúncio a seguir:
Figura 10: http://olharcriativo.net/propaganda/campanha- 
publicitaria-da-tenda
A campanha de doação de brinquedos foi feita pela 
construtora Tenda, que lançou este anúncio para 
impulsionar a arrecadação. O objetivo é fazer com 
que as pessoas doem brinquedos para a campanha, 
mas isso não é dito explicitamente: as palavras usa-
das dão a entender que, ao doar, a pessoa estará 
ajudando um brinquedo a encontrar uma criança. 
Dessa forma, valoriza-se quem pratica a ação, ou 
seja, o receptor da mensagem. Alguns exemplos:
• Sermões religiosos;
• Discurso político;
• Livros de autoajuda;
• Horóscopo;
• Vídeos/palestras motivacionais.
Vamos praticar? Encontre na tirinha da Mafalda as 
marcas da função conativa.
30
http://olharcriativo.net/propaganda/campanha-publicitaria-da-tenda
http://olharcriativo.net/propaganda/campanha-publicitaria-da-tenda
Figura 11: http://unidadedidatica.blogspot.com/2013/06/a-estilisti-
ca-estuda-osprocessos-de.html.
Função poética
Leia o poema:
Canção do vento e da minha vida
O vento varria as folhas, 
O vento varria os frutos, 
O vento varria as flores… 
E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De frutos, de flores, de folhas. 
O vento varria as luzes, 
O vento varria as músicas, 
O vento varria os aromas… 
E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De aromas, de estrelas, de cânticos.
 
O vento varria os sonhos 
E varria as amizades... 
O vento varria as mulheres 
E a minha vida ficava 
31
http://unidadedidatica.blogspot.com/2013/06/a-estilistica-estuda-osprocessos-de.html
http://unidadedidatica.blogspot.com/2013/06/a-estilistica-estuda-osprocessos-de.html
Cada vez mais cheia 
De afetos e de mulheres. 
 
O vento varria os meses 
E varria os teus sorrisos... 
O vento varria tudo! 
E a minha vida ficava 
Cada vez mais cheia 
De tudo.
BANDEIRA, Manuel. “Canção do vento e da minha vida”. 
Disponível em: https://www.recantodasletras.com.br/teoriali-
teraria/3596356 . Acesso em 11 out. 2018
Durante a leitura do poema de Manuel Bandeira, você 
deve ter experimentado uma sensação diferente, já 
que precisou repetir o som da letra “v” diversas ve-
zes. Em nossa língua, chamamos isso de aliteração, 
ou seja, quando há repetição de um fonema. Esse 
recurso não foi usado por acidente: a repetição do 
som de “v” lembra o próprio ruído do vento. Perceba 
que o escritor brinca com fator concreto da própria 
palavra, sua sonoridade, além do uso das rimas, do 
ritmo, da métrica, que são recursos que fazem parte 
de muitos poemas.
Nesse exemplo, podemos dizer que o que mais nos 
chama atenção não é o emissor nem o receptor, mas 
a própria mensagem – sendo este o objetivo da fun-
ção poética.
32
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3596356
https://www.recantodasletras.com.br/teorialiteraria/3596356
Segundo Thelma Guimarães (2012), a função poética 
possui dois eixos: a seleção e a combinação de pala-
vras para construir enunciados. De acordo com ela:
“precisamos selecionar, dentro do repertório de vocá-
bulos oferecidos pela língua, os mais adequados à si-
tuação; depois, precisamos combinar esses vocábulos 
de modo que o receptor entenda.”
Claro que cada emissor poderá selecionar e combinar 
os vocábulos de diversas maneiras. Por exemplo: 
se você pretende viajar amanhã, provavelmente dirá 
“Amanhã viajarei” ou “Viajarei amanhã”, mas não dirá 
“Ontem viajarei”, pois a combinação de palavras não 
faz sentido na língua portuguesa e não se adequa à 
situação de partida, que ocorrerá amanhã.
Com esse simples exemplo, percebemos como é 
importante escolhermos as palavras certas e com-
binarmos de forma adequada, para que nossa co-
municação faça sentido. Na função poética, isso 
acontece com extremo cuidado, pois as escolhas 
feitas pelo emissor envolvem o trabalho com recur-
sos linguísticos, como os que vimos antes. Cada 
palavra tem um motivo particular para estar ali, assim 
como a combinação de palavras feitas naquele texto 
representa uma intenção de seu autor. Voltando ao 
poema de Manuel Bandeira, a leitura do poema não 
nos permitiria ter a sensação do barulho do vento 
caso o autor optasse por repetir outro fonema.
33
Como o próprio nome diz, costumamos associar 
diretamente a função poética à literatura. De fato, 
muitos textos literários, como os poemas, carregam 
esta função, mas ela está presente em outros tipos 
de texto, como as parlendas infantis, os trava-lín-
guas. A publicidade também explora os recursos 
desta função ao dar novos sentidos às palavras que 
conhecemos tradicionalmente.
34
FUNÇÃO FÁTICA
Você já ouviu a expressão “jogar conversa fora”? 
Pois bem, mesmo quando não planejamos nosso 
discurso, exercitamos nossa linguagem, já que até 
nossos diálogos mais pretensiosos e informais têm 
utilidade na comunicação.
Tenho certeza que você já puxou conversa com um 
desconhecido para quebrar o gelo, não é mesmo? Ou 
ainda, que um desconhecido tenha puxado conver-
sa com você, rompendo o silêncio com um simples 
“Bom dia!”.
Viu só? Todo ato de comunicação tem sua função 
na linguagem. Dizemos que a função fática pode ser 
considerada a mais social das funções. Isso porque 
o seu objetivo é fazer com que os participantes de 
uma situação comunicativa entrem em contato e 
estabeleçam vínculos. Quando você cumprimenta 
alguém, está buscando estabelecer um vínculo com 
essa pessoa.
Para que você entenda melhor essa função, lembre-
-se de que uma das características da comunicação 
é o meio pelo qual nosso contato com os outros se 
estabelece, ou seja, o canal que utilizamos para pro-
duzir uma mensagem. O que isso quer dizer? 
Na função fática, buscamos checar se o canal de 
comunicação está funcionando adequadamente, 
seja para iniciar, manter ou encerrar um contato.
35
Quando falamos “Bom dia!” a um desconhecido, ao 
ligar para um amigo, ao cumprimentar nossos fami-
liares ou nos despedirmos do pessoal do trabalho, 
estamos nos certificando de que o canal de conta-
to está aberto, funcionando corretamente e que a 
comunicação pode ser estabelecida ou encerrada.
Alguns exemplos dessa função são:
• Diálogos: por telefone, pessoalmente, por mensa-
gens, pela internet;
• Saudações;
• Cumprimentos;
• Despedidas.
Para fazer com que o receptor responda ao contato 
estabelecido pelo emissor, a função fática tem alguns 
recursos, como:
• Uso de frases interrogativas: “Alô, está me ouvin-
do?”, “E aí, tudo bem?”;
• Interjeições e onomatopeias: “Bom dia!”, “Credo!”, 
“Ei!, “Tchau!”, “Hum...hum”, “Ufa!”, “Ah!”, “Oba!”;
• Expressões como “veja bem”, “entende?”, “olhe só” 
podem ser empregadas pelo emissor para prolon-
gar a comunicação.
Podcast 2 
Vamos ver como isso funciona na prática? Observe 
a tirinha do Armandinho:
36
https://famonline.instructure.com/files/66869/download?download_frd=1
Figura 12: https://tirasarmandinho.tumblr.com/ Acesso em: 21 de 
jan. de 2019.
Você consegue identificar quais elementos com-
põem a função fática na tirinha do Armandinho? 
Começando com o próprio garoto, percebemos que 
ele faz uma pergunta aos amigos – a frase inter-
rogativa pede uma resposta, ou seja,Armandinho 
estabelece contato com os interlocutores. Ao res-
37
https://tirasarmandinho.tumblr.com/
ponderem, seus amigos confirmam que o canal de 
comunicação está funcionando adequadamente.
Agora, vamos ver outro exemplo:
Sinal fechado
— Olá! Como vai?
— Eu vou indo. E você, tudo bem?
— Tudo bem! Eu vou indo, correndo pegar meu lugar 
no futuro… E você?
[...]
BUARQUE, Chico. Sinal Fechado. Disponível em: https://
www.letras.mus.br/chico-buarque/369176/ Acesso em 28 
out. 2018.
Você acha que este é um exemplo de função fática? 
A música “Sinal fechado”, de Chico Buarque, não dei-
xa explícito quem são os interlocutores, mas pode ser 
considerada um exemplo de função fática, pois nela 
conseguimos identificar interjeições e frases inter-
rogativas usadas para numa situação comunicativa.
38
FUNÇÃO 
METALINGUÍSTICA
Observe os exemplos a seguir. O que eles 
têm em comum?
Figura 13: Fotografia da obra Self portrait as a painter (Autorretrato 
como pintor). | Fonte: Vincent van Gogh [Domínio público]
39
Figura 14: LIMA, D. Tirinha Osvaldo Augusto. Disponível em: https://
oswaldoaugusto.com/2012/02/16/metalinguagem-salva-um/. Acesso 
em 11 nov. 2018.
Você conhece as figuras acima? A primeira delas é 
uma pintura de Van Gogh, renomado artista do século 
XIX; a segunda figura é uma tirinha que conta histó-
rias da vida de um peixe chamado Osvaldo Augusto.
40
https://oswaldoaugusto.com/2012/02/16/metalinguagem-salva-um/
https://oswaldoaugusto.com/2012/02/16/metalinguagem-salva-um/
Já sabemos que são recursos artísticos diferentes, 
mas eles possuem algo em comum. Você conseguiu 
descobrir o que é? Vou te ajudar: ambos usam ele-
mentos da própria linguagem que utilizam para se 
manifestar. Já descobriu? É a função metalinguística.
O nome parece complicado, mas não se preocupe, 
pois você vai entender com facilidade: quando a men-
sagem está centrada no código, ou seja, a linguagem 
é usada para falar da própria linguagem, temos a 
função metalinguística.
Vamos aplicar a função aos exemplos apresentados: 
na pintura de Van Gogh, o pintor brinca com o códi-
go utilizado – a linguagem artística –, pintando um 
autorretrato que o revela usando o mesmo recurso. 
É como se o pintor nos ensinasse a pintar pintando.
Na tirinha do peixinho Osvaldo Augusto, identifica-
mos que o peixe fala sobre repetir uma tira porque 
está sem ideias, como se ele mesmo fosse o autor 
das tiras.
Fique atento
Os exemplos nos ajudam a entender que código 
não são apenas as palavras, mas – como verifi-
camos anteriormente – nos elementos da comu-
nicação, signos que os interlocutores conhecem.
Poema que fala sobre poema. Texto que fala sobre 
texto. O dicionário é um exemplo clássico de função 
metalinguística, pois ele usa palavras para explicar o 
41
significado das próprias palavras. Um tutorial gravado 
em vídeo que ensina a fazer tutorial também é um 
exemplo desta função, assim como um filme ou um 
programa de TV que mostram elementos de como 
são produzidos.
42
FUNÇÃO REFERENCIAL
Se a função de um texto está centrada em seu con-
texto ou referente, podemos dizer que sua função é 
referencial. Isso significa que o objetivo do emissor é 
apenas informar, ou seja, transmitir uma informação 
da realidade. Talvez você não esteja ligando o nome 
à situação, mas a função referencial está muito pre-
sente em nosso cotidiano. Vamos analisar?
Figura 15: Como o analfabetismo funcional influencia a relação com 
a rede social no Brasil. 12 de outubro de 2018. Disponível em: https://
www.bbc.com/portuguese/brasil-46177957. Acesso em: 12 nov. 2018.
Você consegue identificar que tipo de texto é esse? 
Obviamente, se trata de uma notícia. E o que se 
destaca nela? Observe que a própria informação é 
o fator mais importante da mensagem, pois a preo-
cupação não é saber quem está enviando ou rece-
bendo a informação, mas como o seu contexto está 
sendo transmitido. Para isso, o emissor da notícia 
43
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46177957
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-46177957
não usou um discurso persuasivo (buscando nos 
convencer de algo, como na função conativa) nem 
pessoal, íntimo (característico da função emotiva), 
mas objetivo e claro, destacando apenas os fatos 
apresentados. Nesse tipo de mensagem, o emissor 
faz uso da 3ª pessoa do discurso (ele, ela, seu, eles) 
e evita expressões subjetivas que podem deixar sua 
opinião evidente, como “eu acho”, “lindo”, “horrível”, 
“vergonhoso”, entre outras.
Além das notícias e reportagens (escritas ou orais, 
como os jornais de TV), a função referencial também 
está presente em:
• Leis;
• Comunicados empresariais;
• Textos jurídicos;
• Textos acadêmicos.
Em algum momento da nossa vida, já tivemos ou 
ainda vamos ter contato com algum desses tipos 
de texto, mas nos interessa bastante o texto acadê-
mico. Na faculdade, a maioria dos textos que lemos 
ou escrevemos têm função referencial. Isso quer 
dizer que devemos usar o máximo de objetividade 
e clareza para expressar nossas ideias e torná-las 
compreensíveis. Ser objetivo e claro são as principais 
características da função referencial.
Podcast 3 
44
https://famonline.instructure.com/files/66868/download?download_frd=1
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
Conhecer os elementos do processo comunicativo 
não nos permite mais utilizar a famosa frase: não 
sou responsável pelo o que você entende, mas sim 
pelo que eu falo. 
Os ruídos da comunicação são evitados quando 
compreendemos e buscamos ter alguns cuidados 
com a comunicação, por exemplo, como procurar 
se colocar no lugar do receptor.
Utilize a comunicação, entenda seus elementos, di-
ferencie as funções da linguagem e compreenda que 
elas estão presentes nos diversos textos do dia a dia, 
pois isso vai fazer com que você amplie as possibili-
dades de intervenção nos mais variados espaços de 
comunicação: trabalho, escola e sociedade.
45
Síntese
Código
Canal
Referente
SignificadoSignificado
Componentes da 
 Comunicação
Funções da
Linguagem
VS.
Linguagem
Signo
Verbal
Não-verbal 
e mista 
Híbrida
Multimodal
Mensagem
Emissor
Receptor
Significante
Metalinguística
Fática
Referencial
Emotiva
Conativa
Poética
Referências 
Bibliográficas 
& Consultadas
CARVALHO, Castelar de. Para compreender 
Saussure: Fundamentos e visão crítica. 9 ed. rev. e 
ampl. Petrópolis: Vozes, 2000. 
GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Comunicação e 
linguagem. São Paulo: Pearson, 2012. (Disponível em 
Biblioteca Virtual. Acesso em 13 de outubro de 2018.)
Medeiros, João Bosco; Tomasi, Carolina. Como es-
crever textos: gêneros e sequências textuais. São 
Paulo: Atlas, 2017. (Disponível em Minha Biblioteca. 
Acesso em 13 de outubro de 2018.
TERRA, Ernani. Linguagem, língua, fala. São Paulo: 
Scipione, 2008. (Disponível em Biblioteca Virtual. 
Acesso em 13 de outubro de 2018.)
Azevedo, Roberta. Português básico [recurso eletrôni-
co] / Roberta Azevedo. – Porto Alegre : Penso, 2015. 
e-PUB. (Disponível em Minha Biblioteca. Acesso em 
13 de outubro de 2018)
KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. São Paulo: 
Contexto, 2010. (Disponível em Biblioteca Virtual. 
Acesso em 13 de outubro de 2018.) 
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. 
Escrever e argumentar. São Paulo: Contexto, 2016. 
(Disponível em Biblioteca Virtual. Acesso em 13 de 
outubro de 2018.)
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler 
e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: 
Contexto, 2010. (Disponível em Biblioteca Virtual. 
Acesso em 13 de outubro de 2018.)
Marchiori, Marlene (org.). Linguagem e discurso. 
São Paulo: Difusão Editora, 2017. (Disponível em 
Biblioteca Virtual. Acesso em 13 de outubro de 2018)
Penteado, J.R. Whitaker. A técnica da comunicação 
humana. São Paulo: Cengage Learning Edições Ltda., 
2012. (Disponível em Minha Biblioteca. Acesso em 
13 de outubro de 2018) 
Portal Educação [internet]. Disponível em: https://
www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/es-
porte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361. Acesso 
em: 13 de outubrode 2018.
Professor Noslen [internet]. Disponível em: https://
www.youtube.com/watch?v=iwyZbcC9pU0. Acesso 
em: 13 de outubro de 2018. 
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361
https://www.youtube.com/watch?v=iwyZbcC9pU0
https://www.youtube.com/watch?v=iwyZbcC9pU0
SAVIOLI, Francisco Platão; FIORIN, José Luiz. Para 
entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 
2007. (Disponível em Biblioteca Virtual. Acesso em 
13 de outubro de 2018.)
Simis, Anita [et al.]. Comunicação, cultura e lingua-
gem [livro eletrônico]. São Paulo: Cultura Acadêmica, 
2014.AZEVEDO, Roberta. Português básico [recurso 
eletrônico]. Porto Alegre: Penso, 2015. e-PUB. [Minha 
Biblioteca]. Acesso em: 8 ago. 2019.
CARVALHO, Castelar de. Para compreender 
Saussure: Fundamentos e visão crítica. 9. ed. rev. e 
ampl. Petrópolis: Vozes, 2000. 
GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Comunicação e 
linguagem. São Paulo: Pearson, 2012. [Biblioteca 
Virtual]. Acesso em: 8 ago. 2019.
KOCH, Ingedore Villaça. A coesão textual. 22. ed. São 
Paulo: Contexto, 2010. [Biblioteca Virtual]. Acesso 
em: 8 ago. 2019.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Escrever 
e argumentar. São Paulo: Contexto, 2016. [Biblioteca 
Virtual]. Acesso em: 8 ago. 2019.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler 
e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: 
Contexto, 2010. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 8 
ago. 2019.
MARCHIORI, Marlene (org.). Linguagem e discurso. 
São Paulo: Difusão Editora, 2017. [Biblioteca Virtual]. 
Acesso em: 8 ago. 2019.
MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Como 
escrever textos: gêneros e sequências textuais. São 
Paulo: Atlas, 2017. [Minha Biblioteca]. Acesso em: 8 
ago. 2019.
PENTEADO, J.R. Whitaker. A técnica da comunicação 
humana. São Paulo: Cengage Learning Edições Ltda., 
2012. [Minha Biblioteca]. Acesso em: 13 out. 2018. 
PORTAL EDUCAÇÃO [internet]. Disponível em: https://
www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/es-
porte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361. Acesso 
em: 13 de outubro de 2018.
PROFESSOR NOSLEN [internet]. Disponível em: ht-
tps://www.youtube.com/watch?v=iwyZbcC9pU0. 
Acesso em: 13 de outubro de 2018.
SAVIOLI, Francisco Platão; FIORIN, José Luiz. Para 
entender o texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 
2007. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 13 out. 2018.
SIMIS, Anita [et al.]. Comunicação, cultura e lin-
guagem [livro eletrônico]. São Paulo: Cultura 
Acadêmica, 2014.
TERRA, Ernani. Linguagem, língua, fala. São Paulo: 
Scipione, 2008. [Biblioteca Virtual]. Acesso em: 8 
ago. 2019.
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/esporte/a-linguagem-e-a-comunicacao/45361
https://www.youtube.com/watch?v=iwyZbcC9pU0
https://www.youtube.com/watch?v=iwyZbcC9pU0
	_Hlk532166003
	_Hlk532167983
	Introdução
	Linguagem, língua e fala
	Linguagem
	Língua
	Fala
	O processo comunicativo
	Funções da linguagem
	Função emotiva ou expressiva
	Função conativa ou apelativa
	Função fática
	Função metalinguística
	Função referencial
	Considerações finais
	Síntese
	bt_foward 8: 
	Page 1: 
	bt_foward 9: 
	Page 46: 
	bt_foward 10: 
	Page 47: 
	Page 48: 
	Page 49: 
	Page 50:

Outros materiais