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Justiça Restaurativa editado

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CENTRO UNIVERSITÁRIO JOAQUIM NABUCO 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
MARIANA PATRÍCIA FERREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
JUSTIÇA RESTAURATIVA: A EDUCAÇÃO COMO 
INSTRUMENTO DE DIMINUIÇÃO DA CRIMINALIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE/PE 
2020 
 
 
 
MARIANA PATRÍCIA FERREIRA DO NASCIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUSTIÇA RESTAURATIVA: A EDUCAÇÃO COMO 
INSTRUMENTO DE DIMINUIÇÃO DA CRIMINALIDADE 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado como requisito parcial 
para conclusão do curso de 
Bacharelado em Direito do Centro 
Universitário Joaquim Nabuco – 
UNINABUCO Campus Recife. 
Prof. Orientador(a): Luciana Neves 
Vidal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE/PE 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a Deus. 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente a Deus pelo dom da vida. A minha avó e aos 
meus tios que sempre me apoiaram. As minhas amigas Valéria e Yasmin pela 
paciência. Aos meus professores e a minha orientadora Luciana Neves pelo 
conhecimento. 
Agradeço também a todos que de alguma forma se fizeram presentes na 
minha caminhada. 
RESUMO 
 
 
Sobre a justiça restaurativa para jovens, os institutos legais atribuídos a 
responsabilidade e dever estatal na promoção da educação, sendo o estado 
personagem principal, aliado a sociedade que tem o dever suplementar de 
cooperar na formação do indivíduo através da educação. O direito à Educação 
está inserido no rol dos direitos sociais, inspirado no valor da igualdade entre 
as pessoas. Desta maneira, visando compreender a educação como 
instrumento restaurador, o presente trabalho em comento possui como 
problemática: como a educação pode ser um instrumento aliado a justiça 
restaurativa no combate de diminuição da violência? Atrelando junto a 
problemática, o objetivo geral: Compreender a aplicação da justiça 
restaurativa através da educação de jovens. A partir deste primeiro ponto de 
vista, foram desenvolvidos quatro objetivos específicos: apontar os aspectos 
conceituais, valorativos e principiológicos da justiça restaurativa; identificar os 
sujeitos afetados pela infração: agressor, vítima e comunidade; conceituar as 
técnicas e as proativas dessas medidas restaurativas no Brasil. metodologia 
que serviu como base para o desenvolvimento do teor do trabalho, foi 
realizada através de uma análise de dados e estatísticas, juntamente com uma 
revisão bibliográfica que trouxe base teórica construída através de estudos de 
diversos autores sobre temas específicos, demonstrando ainda que o objeto 
em estudo tem base científica e não apenas proposições e considerações, 
trouxe ainda, uma abordagem descritiva que tem o intuito de quantificar os 
benefícios em aplicar medidas restaurativas no processo de ressocialização 
de jovens infratores na sociedade. Considerações finais: A importância do 
ambiente escolar estar, estar em conexão com a comunidade, é de entender 
a realidade de seus jovens alunos, assegurar boas condições de 
aprendizagem e um ambiente inclusivo em que todos sejam acolhidos. 
 
 
 
Palavras – Chave: Inclusão. Medidas Socioeducativas. Reintegração. 
Jovens. Prática restaurativa. 
ABSTRACT 
 
 
On restorative justice for young people, legal institutes are attributed the 
responsibility and duty of the state in promoting education, the state being the 
main character, allied to the society that has the supplementary duty to 
cooperate in the formation of the individual through education. The right to 
education is included in the list of social rights, inspired by the value of equality 
among people. In this way, aiming at understanding education as a restorative 
instrument, the present work in comment has as a problem: how can education 
be an instrument allied to restorative justice in the fight to decrease violence? 
The general objective is to understand the application of restorative justice 
through the education of young people. From this first point of view, four 
specific objectives were developed: to point out the conceptual, evaluative, and 
principiological aspects of restorative justice; to identify the subjects affected 
by the infraction: aggressor, victim, and community; to conceptualize the 
techniques and the proactive aspects of these restorative measures in Brazil. 
The methodology that served as the basis for the development of the content 
of the work was carried out through an analysis of data and statistics, together 
with a bibliographic review that brought a theoretical basis built through studies 
by several authors on specific themes, demonstrating that the object under 
study has a scientific basis and not only propositions and considerations, it also 
brought a descriptive approach that aims to quantify the benefits of applying 
restorative measures in the process of re-socialization of young offenders in 
society. Final considerations: The importance of the environment to choose to 
be, to be in connection with the community, is to understand the reality of its 
young students, to ensure good learning conditions and an inclusive 
environment in which everyone is welcomed. 
 
 
 
Keywords: Inclusion. Socio-educational measures. Reintegration. Young 
people. Restorative practice. 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO 7 
 
1 JUSTIÇA RESTAURATIVA 10 
1.1 Considerações Iniciais 10 
1.2 Aspectos Valorativos e Principiológicos 12 
1.3 Sujeitos Afetados pela Infração 13 
1.3.1 Delinquente 13 
1.3.2 Vítima 14 
1.3.3 Comunidade 14 
 
 
 
2 JUSTIÇA E SUAS MODALIDADES 
16 
 
2.1 Justiça Distributiva 16 
2.2 Justiça Punitiva-Retributiva 17 
2.2.1 Penas Privativas de Liberdade 17 
2.2.2 Penas Restritivas de Direito 18 
2.3 Justiça Restaurativa e suas Técnicas 18 
2.3.1 Por Reparo dos Danos 18 
2.3.2 Por Resolução de Conflito 20 
 
 
3 MEDIDAS RESTAURATIVAS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO 22 
3.1 Políticas Públicas: sob a Ótica de Jaqueline Brigagão e seus 
Colaboradores 
23 
3.2 Educação em Direitos Humanos 
24 
3.2.1 A Escola e seu Papel na Sociedade 
26 
3.2.2 O Professor como Conciliador 
27 
3.3 A Edcuação como Instrumento Restaurador 
27 
3.3.1 Redução da Criminalidade Através do Projeto Escola Legal 
28 
 
 
METODOLOGIA 
31 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
33 
 
 
REFERÊNCIAS 
357 
 
INTRODUÇÃO 
 
Crimes de ameaça, injúria e agressão podem ser resolvidos antes do 
julgamento através de alternativas que a justiça propõe em solucionar os 
conflitos existentes no dia a dia e recuperar presos já condenado. 
Ao estudar o cenário brasileiro, notou-se que o número de óbitos de 
jovens, no último mapa da violência de 2015, registrou que no ano de 2013 o 
alcance de mortes de adolescentes de 0 a 19 anos atingiu 75.893 (setenta e 
cinco mil, oitocentos e noventa e três), destes, classificam um percentual de 
64% de homicídios acometidos em jovens entre 16 e 17 anos (WAISELFISZ, 
2015). 
O sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz (2013, p.18), ainda em seu estudo 
menciona que, “os homicídios, no caso de jovens de 16 e 17 anos de idade, 
representou no ano de 2013, quase a metade da mortalidade nessa faixa etária 
e, pelo que é possível observar a partir da sequência histórica, a tendência é 
aumentar mais ainda no futuro”. 
Visando essa estática de homicídios, juntamente com a afirmação do 
presente sociólogo Júlio Jacobo, é necessário o entendimento que tem que 
tomar consciência a respeito do cenário que o jovem está inserido e tomar 
medidas que possam restaurar estes para um convívio em sociedade, utilizado 
como instrumento medidas restaurativas que possam garantir que o mesmo 
não venha reincidir no futuro. Portanto, a procura e a aplicação de alternativas 
que possam restaurar esses indivíduos é essencial e fundamental para toda 
uma comunidade. 
Sobre a justiça restaurativas para jovens, os institutos legais atribuídos 
a responsabilidade e dever estatal na promoção da educação, sendo o estado 
personagem principal, aliado a sociedade que tem o dever suplementar de 
cooperar na formação do indivíduo através da educação (ANJOS et al., 2013). 
O direito a Educação está inserido no rol dos direitos sociais, inspirado 
no valor da igualdade entre as pessoas, sendo no Brasil apenas reconhecido 
após a Constituição Federal de 1988, sendo um marco, pois, até então, não 
existia formalmente, a obrigação do estado fornecer educação a todos os 
brasileiros, pois, o ensino público era tido como assistencial, ou seja, amparo 
hipossuficiente que não tinha como custear a sua educação base. 
8 
 
Desta forma, os artigos 205 e 229 da CF, o ECA-estatuto da Criança e 
do Adolescente, Lei nº 8.069/90 em seu art. 55, e a LDB-lei de diretrizes e bases 
da educação, Lei nº 9.394/94, estes institutos não exaurem o Estado de sua 
obrigação, mas certificam a garantia deste sejam assegurados baseado na 
devida importância da educação na formação e organização social. 
A possível solução para o problema elencado é uma mudança na visão 
dos gestores dos entes federativo, reconhecendo como direito inquestionável a 
evolução do cidadão através de uma educação libertadora, bem como, 
atentarem que apenas repressão, por si só, não deve ser vista como forma 
principal de combate a violência e suas consequências, a prevenção tem papel 
fundamental, no mínimo de valor igual a repressão, em especial prevenção 
através do educação, não apenas educação básica, não só o alfabetizar, mas 
também formar, capacitar o homem para a vida e para o trabalho, formando 
profissionais nas mais diversas áreas (CASTRO et al., 2017 s.p). 
Portanto, o presente trabalho em comento possui como problemática: 
como a educação pode ser um instrumento aliado a justiça restaurativa no 
combate de diminuição da violência? Atrelando junto a problemática, o objetivo 
geral: Compreender a aplicação da justiça restaurativa através da educação de 
jovens. A partir deste primeiro ponto de vista, foram desenvolvidos quatro 
objetivos específicos: apontar os aspectos conceituais, valorativos e 
principiológicos da justiça restaurativa; identificar os sujeitos afetados pela 
infração: agressor, vítima e comunidade; conceituar as técnicas e as proativas 
dessas medidas restaurativas no Brasil 
Para a elaboração da monografia em comento, a educação como um 
instrumento aliado a medidas restaurativas com o intuito de diminuir a violência, 
a metodologia que serviu como base para o desenvolvimento do teor do 
trabalho, foi realizada através de uma análise de dados e estatísticas, 
juntamente com uma revisão bibliográfica que trouxe base teórica construída 
através de estudos de diversos autores sobre temas específicos, demonstrando 
ainda que o objeto em estudo tem base científica e não apenas proposições e 
considerações, trouxe ainda, uma abordagem descritiva que tem o intuito de 
quantificar os benefícios em aplicar medidas restaurativas no processo de 
ressocialização de jovens infratores na sociedade. Sendo que, a análise dos 
resultados evidenciados foram compreendidas 
9 
 
no modo descritivo, apresentando uma síntese de cada estudo incluso na 
revisão, com informações coletadas em livros, na legislação, em artigos 
científicos, e sites especializados no tema, como reforça Gil (2006, p. 44) “A 
pesquisa Bibliográfica foi desenvolvida com base em material já elaborado, 
constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Nesta pesquisa foi 
utilizado o método dialético, o qual, segundo Marconi e Lakatos (2007), 
considera os fatos dentro de um contexto social, que no caso a educação como 
um instrumento restaurador de jovens. Em relação à abordagem do problema, 
foi optado pela abordagem quali-quantitativa. Quanto aos objetivos da 
pesquisa, a forma descritiva foi a que melhor se enquadrou, pois, detalha as 
características de um fenômeno buscando suas causas, mas sem impor 
soluções, evidenciando apenas uma opinião crítica por parte da autora em 
questão. 
Neste trabalho, a estrutura se organiza em três partes, a primeira delas 
traz a Introdução, que faz uma abordagem geral do tema, trazendo através de 
citações e pensamentos de autores a justificativa para a elaboração do presente 
trabalho. Além disso, traz a explanação de objetivos gerais e específicos e a 
metodologia aplicada. Na segunda parte, consta o referencial teórico 
desenvolvidos através de capítulos, o primeiro capítulo aponta aspectos 
conceituais, valorativos e principiológicos da justiça restaurativa; em seu 
segundo capítulo, deixa claro quem são os sujeitos que são afetados pela 
infração, deste modo é destacado a triplica que envolve o agressor, a vítima e 
a comunidade; no terceiro capítulo, desenvolve de forma breve as modalidades 
de justiça no brasil, conceituando de forma breve a justiça distributiva e a 
punitiva, ainda neste capítulo é salientado a justiça restaurativas e suas 
técnicas, trazendo a tona os modelos em que são aplicadas, e ainda traz um 
link, sugestiona um ela em que realça a educação como um instrumento 
restaurador do jovem . 
Por fim, na terceira parte, após o estudo realizado a partir dos 
referenciais teóricos, é apresentado como considerações finais e uma opinião 
pessoal da presente autora do referido trabalho nas considerações finais. 
10 
 
1 JUSTIÇA RESTAURATIVA 
 
 
É a utilização de técnicas extrajudiciais de resolução de conflitos 
incentivadas nos Estados Unidos desde as décadas de 1960 e 1970, com o 
chamado ADR (Alternative Dispute Resolution), que possuía e valorizava 
mecanismos de empoderamento e a participação da comunidade na resolução 
dos problemas que lhe afetam. 
No entanto, essa resolução extrajudicial de conflitos era apenas 
direcionada a resolver problemas de ordem civil, ambiental e familiar, áreas em 
que os danos são vistos como de menor gravidade do que aqueles decorrentes 
de conflitos penais (FREIRE, 2006). 
 
 
1.1 Considerações iniciais 
 
O que despertou para estudar esse fenômeno da justiça restaurativa 
como um instrumento da diminuição da violência foi a observação, durante a 
leitura de jornais e revistas, que a maioria dos indiciados penalmente tinha de 
alguma forma um grau de escolaridade baixa. O tema aqui apresentado resulta 
da observação do baixo índice de escolaridadeverificado nos indivíduos, que 
figuram na persecução penal como imputado, bem como o alto índice de 
reincidências na pratica delituosa. 
É de fundamental importância para uma sociedade, uma educação de 
qualidade, porém a realidade é que a educação brasileira é precária, com isso, 
a educação não ocupa seu devido espaço como instrumento de combate a 
criminalidade. 
O estado brasileiro continua insistindo na repressão aos delitos, sendo 
esta muito dispendiosa, a repressão é muito cara e cada vez se investe menos 
em prevenção, o qual é mais barato e eficaz. Tratando ainda em custo a 
segregação de liberdade é outro fator oneroso para o estado. Processar e 
manter preso um indivíduo é muito custoso. 
A ênfase maior é na exposição dos dados estatísticos de nível de 
11 
 
formação e como o mesmo se relaciona com índices de incidências criminais. 
Sem desassociar da ideia de que o crime é um fenômeno social, e múltiplos 
fatores causam sua incidência, sendo o crime bastante dinâmico, tendo 
influências de fatores como drogas, falta de opções de emprego e falência da 
repressão criminal adotada em dias atuais. 
Portanto, com o objetivo de atrair atenção para o tema, o trabalho 
apontará como atua a aplicação da justiça restaurativa utilizando como 
instrumento de diminuição de criminalidade a educação que pode ser eficaz na 
sociedade brasileira, a fim de entender e chegar através do estudo a uma breve 
conclusão como uma forma de trazer certos realces a formação acadêmica, 
mostrando facetas diferenciadas na aplicação legislativa no direito penal. 
Entre as décadas de 70 e 80 alguns estudos sobre a análise de técnicas 
restaurativas foram praticados e inaugurados no Canadá e na Nova Zelândia, 
onde defendiam dentro dessa medida restaurativa um ciclo de participação, a 
reparação, cura e reintegração dos afetados pela infração (MAXWELL, 2005 
apud LEÃO, 2016). 
A Justiça Restaurativa baseia-se num procedimento de consenso em 
que a vítima e o infrator, e, quando apropriado, outras pessoas ou membros da 
comunidade afetados pelo crime, como sujeitos centrais, participam coletiva e 
ativamente na construção de soluções dos traumas e perdas causados pelo 
crime (BRANDÃO, 2010). 
A prática restaurativa tem como premissa maior reparar o mal causado 
pela prática do ilícito que não é visto, a priori, como um fato jurídico contrário a 
norma positiva imposta pelo Estado, mas sim como um fato ofensivo à pessoa 
da vítima e que quebra o pacto de cidadania reinante na comunidade 
(BRANDÃO, 2010). Portanto, o crime, para a justiça restaurativa, não é apenas 
uma conduta típica e antijurídica que atenta contra bens e interesses 
penalmente tutelados, mas, antes disso, é uma violação nas relações entre 
infrator, vítima e comunidade, cumprindo, por isso, à Justiça Restaurativa 
identificar as necessidades e obrigações oriundas dessa relação e do trauma 
causado e que deve ser restaurado. 
Imbuída desse mister de reparar o dano causado com a prática da 
infração, a Justiça Restaurativa se vale do diálogo entre as pessoas envolvidas 
no pacto de cidadania afetado com o surgimento do conflito, quais sejam, autor, 
12 
 
vítima e em alguns casos a comunidade. Logo, é avaliada segundo sua 
capacidade de fazer com que as responsabilidades pelo cometimento do delito 
sejam assumidas, as necessidade oriundas da ofensa sejam satisfatoriamente 
atendidas e a cura, ou seja, um resultado individual socialmente terpêutico seja 
alcançado (SICA, 2007). 
Portanto, aqui é um retrato de uma justiça recompensadora, centrada na 
restituição. É compreendida como uma técnica de solução de conflito e 
violência que se orienta pela criatividade e sensibilidade a partir da escuta dos 
ofensores e das vítimas. A justiça restaurativa é assegurada por lei o direito à 
integridade pessoal (OLIVEIRA, 2019). 
 
 
1.2 Aspectos valorativos e principiológicos 
 
Quanto a seus aspectos a justiça valorativa compreende que gerando 
obrigações às partes envolvidas tem o dever de cumprir o que foi combinado 
ouvido ambas as partes, vítima, ofensor e comunidade. Aqui no modelo 
restaurativo a proposta é de possibilitar uma nova visão do evento 
criminológico. 
Existem três pilares da Justiça Restaurativa: foco no dano cometido, os 
danos resultam em obrigações e é necessário o engajamento das partes 
envolvidas. 
Como já dito, o crime, na lente restaurativa, é um dano causado a 
pessoas e a comunidade, razão pela qual a principal interessada no processo é 
a sua vítima, e não o Estado. Surge, então, uma preocupação com as 
necessidades da vítima, procurando-se com a reparação do dano, de forma 
concreta ou simbolicamente. Para o ofensor, em decorrência do evento danoso, 
surge a necessidade de responsabilização que, nos moldes restaurativos, 
consiste na compreensão das consequências de seu comportamento, além da 
correção da situação na medida do possível, tanto concreta como 
simbolicamente (LEÃO, 2016). 
Portanto, a justiça restaurativa se ergue sobre três pilares ou elementos 
simples: os danos e as consequentes necessidades (de vítimas em primeiro 
13 
 
lugar, mas também da comunidade e dos ofensores); as obrigações (do 
ofensor, mas também da comunidade) que advêm do dano (e que levaram ao 
dano); e o engajamento daqueles que detêm legítimo interesse no caso e na 
solução (vítimas, ofensores e membros da comunidade)” (ELLWANGER, 2019). 
 
 
1.3 Sujeitos afetados pela infração 
 
A construção do conceito de criminoso na sociedade sempre esteve 
presente de alguma forma na história da humanidade. Direcionando para o 
contexto urbano contemporâneo, a questão deste conceito se atribui várias 
vezes a questões de violência, fazendo com que outros aspectos como classe 
social, econômica não sejam tão evidenciados (XAVIER, 2008). 
Para compreender a criminalidade é necessário entender o que é o 
criminoso, em breves palavras, relacionadas a criminologia, a associação da 
figura do criminoso é atribuída a concepção do cidadão bom ou mau, desta 
maneira, justifica-se a pena como um meio de defesa social (MENEZES, 2020). 
Assim a criminalidade, apresenta-se como um status dado a alguns sujeitos. 
Portanto, como identificado por Becker (1974), o processo de rotulação 
é percebido pelo “desvio ao estabelecer as regras cuja infração constitui desvio 
e ao aplicá-las a pessoas em particular”. Desta forma, sob tal ponto de vista do 
autor, o desvio não é uma qualidade do ato que a pessoa faz mas sim a 
consequência da aplicação por outrem de regras e sanções ao transgressor. 
 
 
1.3.1 Delinquente 
 
O termo delinquente atribuído ao jovem, foi considerada como um 
transtorno psicossocial, do desenvolvimento, que se manifesta a partir de 
variáveis biológicas, comportamentais e cognitivas do indivíduo; e contextuais, 
como características familiares, sociais e experiências de vida negativas, define 
Steinberg (2000). A delinquência juvenil, está associada a complexas 
consequências sociais, compreensão dos conceitos de vulnerabilidade e de 
14 
 
fatores de risco é fundamental para a determinação das inúmeras variáveis 
presentes na etiologia deste comportamento, complementa Carlos Laranjeira 
(2007). 
Na sociedade contemporânea, o delinquente é aquele a quem e atribui o 
fato delituoso, a responsabilidade pelo crime. 
 
 
1.3.2 Vítima 
 
 O Código, na sua redação anterior, só se referia em sua Parte 
Especial, de maneira indireta e isolada, ao comportamento da vítima: 
 
Como quando esta provocava injustamente o homicida (art.121,§1º), 
ou o agressor (art. 129,§, 4º); ou mesmo quando o ofendido, de forma 
reprovável, provoca a injúria (art. 140,§1º, I). O Código atual inovou 
nesse ponto ao emprestar especial relevo ao comportamento 
desempenhado pela vítima, antes ou durante o fato punível (BRASIL, 
1944). 
 
A complexidade existente na doutrina jurídica brasileira é enorme, visto 
que, no que se refere ao comportamentoda vítima, as disposições do código 
penal associadas ao princípio da presunção de inocência demonstram que o 
papel ocupado pela vítima, no direito penal brasileiro, ainda é bastante 
desfavorável. 
Em alguns momentos, a vítima é tida como vilã que contribui para o 
acontecimento de um ilícito penal, enquanto, na verdade, seu papel na gênese 
do delito é muito mais complexo do que isso. 
 
 
1.3.3 Comunidade 
 
No que corresponde a comunidade como uns dos sujeitos envolvidos na 
relação de conflito complexa entre delinquente e vítimas, em sua definição de 
aplicação de medida restaurativa, existe a ideia de que ela (a comunidade) deve 
ser capaz de “assumir” os seus próprios conflitos. Quer dizer, ao envolver 
membros da comunidade nos processos restaurativos, o que se espera é que 
15 
 
a comunidade emerja mais forte, mais capaz de resolver os seus próprios 
conflitos e, portanto, mais capaz de controlar o crime (BAZEMORE, 1998 apud 
ROSENBLANT, 2014). 
Ou seja, a justiça restaurativa tem como objetivo não apenas a 
devolução do conflito à comunidade, mas o empoderamento da comunidade 
para que ela possa assumir o controle sobre a resolução de seus próprios 
conflitos. 
No entanto, como compreendido por Rodrigo Diehl e Fernanda Brandt 
(2016), quando a justiça é restaurativa e comunitária, se trabalha a idéia de que: 
“a justiça acontece na comunidade, para a comunidade, e pela comunidade”. 
Nesse contexto, a comunidade desenvolve uma potencialidade para se chegar 
a uma resolução pacífica e eficaz para todas naquele âmbito (DIEHL et al., 
2016). 
Aqui percebe-se que sob o ponto de vista restaurativo o crime afeta uma 
relação tripartida entre o infrator, a vítima e a comunidade. O ideal, portanto, é 
que os processos restaurativos tragam essas três partes em comunicação para 
que elas definam, coletivamente, o dano provocado pelo delito; depois, juntas, 
desenvolvam seus métodos para uma melhor resolução de conflitos pacífica e 
eficaz para todos (OLIVEIRA, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 JUSTIÇA E SUAS MODALIDADES 
 
16 
 
 A justiça tem como uma das principais características o equilíbrio entre as 
partes na relação entre vítima e ofensor, e através da justiça tradicional é 
aplicada a pena. Portanto, aponta-se como justiça a particularidade do que é 
justo e correto, é a virtude que consiste em dar ou deixar cada um o que de 
direito lhe pertence (GIMENES, 2016). 
 
 
2.1 Justiça Distributiva 
 
 Para compreender o conceito de justiça distributiva foi necessária uma 
busca breve na obra de Aristóteles apesar de sua obra estar um pouco 
esquecida nos dias atuais, a mesma é útil e necessária para a compreensão do 
tema (MORAIS, 2017). 
 A justiça distributiva é a que se observa na distribuição pela polis, isto é, 
pelo Estado, de bens, honrarias, cargos, assim como responsabilidades, deveres 
e impostos (BITTAR, 2010, p. 133). 
 Conforme dito pelo próprio Filósofo da Ética Aristóteles (1996, p. 197): 
 
Uma das espécies de justiça em sentido estrito e do que é justo na 
acepção que lhe corresponde, é a que se manifesta na distribuição de 
funções elevadas de governo, ou de dinheiro, ou das outras coisas que 
devem ser divididas entre os cidadãos que compartilham dos 
benefícios outorgados pela constituição da cidade, pois em tais coisas 
uma pessoa pode ter participação desigual ou igual à de outra pessoa. 
(ARISTÓTELES, 1996, p. 197). 
 
 Desta maneira, em compreensão a forma de pensar de Aristóteles, tem 
haver com legalidade e igualdade. Sendo que a igualdade se dá tanto nas trocas, 
quanto nas distribuições em uma comunidade. 
 Nessa perspectiva, conforme doutrinado por Bittar (2010), o injusto seria 
o desigual quando há o recebimento de benefícios e encargos em quantia menor 
ou maior ao que lhe é devido. Portanto, compreende-se que Justiça corresponde 
plenamente a excelência moral. Esta deve se apresentar por meio de ações 
como a prudência e a moderação. 
 Nesse modelo de justiça, se é distribuído vantagens e encargos de toda 
uma comunidade, levando em consideração um grupo de pessoas que são 
afetadas por um sistema. 
17 
 
 
 
2.2 Justiça Punitiva-Retributiva 
 
 Como se percebe, a legislação penal brasileira prevê a aplicação de 
penas restritivas de direito, quase na sua totalidade, com a missão de substituir 
a pena privativa de liberdade. É certo que para a sua aplicação, o condenado 
deve preencher diversos requisitos de ordem objetiva e subjetiva. 
 A sanção penal aqui aplicada pode ser em diferentes espécies, como: 
 
 
2.2.1 Penas Privativas De Liberdade 
 
 As penas privativas de liberdade são aquelas que têm o poder de confinar 
a liberdade das pessoas. É a conhecida pena de prisão. Elas aparecem no 
preceito secundário do tipo penal em forma dicotômica, sempre com o rótulo de 
reclusão ou detenção, ou ainda a prisão simples para o caso das contravenções 
penais. 
 Não existe no Código Penal um capítulo ou dispositivo legal apontando as 
diferenças entre reclusão e detenção. Para os estudiosos do direito, logo se 
percebe que as condutas mais graves são puníveis com reclusão, a exemplo de 
homicídio, roubo, estupro, extorsão mediante sequestro e outras (PEREIRA, 
2017). 
 As condutas menos graves são geralmente puníveis com detenção, a 
exemplo dos crimes de lesão corporal leve, ameaça e outras. Existem outras 
diferenças, como acontece no regime de cumprimento de penas e efeito da 
condenação, artigo 92 do Código Penal, que pode gerar como efeito específico, 
não automático, a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou 
curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra 
filho, tutelado ou curatelado. 
 Já as condutas classificadas como contravencionais, são puníveis com a 
chamada prisão simples, conforme artigo 5º, inciso I, do Decreto-lei nº 3.688, de 
03 de outubro de 1941. 
 
https://jus.com.br/tudo/roubo
https://jus.com.br/tudo/estupro
https://jus.com.br/tudo/curatela
18 
 
 
2.2.2 Penas Restritivas De Direito 
 
 As penas restritivas de direito são aquelas que se apresentam como forma 
de sanção penal, aplicadas ora autônoma, ora substitutiva, ou às vezes 
cumulativamente com as penas privativas de liberdade, e que têm o condão de 
causar uma supressão ou até mesmo uma diminuição dos direitos do condenado 
(NUCCI, 2000). 
 Para Guilherme Nucci (2000), “são penas alternativas às privativas de 
liberdade, expressamente previstas em lei, tendo por fim evitar o 
encarceramento de determinados criminosos, autores de infrações penais 
consideradas mais leves, promovendo-lhes a recuperação através de restrições 
a certos direitos.” 
 
 
2.3 Justiça Restaurativa E Suas Técnicas 
 
 Seguindo referida corrente, pode ser identificado três modelos dentro da 
justiça restaurativa: 
 
2.3.1 Por Reparo dos Danos 
 
 Antes de mais nada é preciso esclarecer que um processo criminal não 
tem como objetivo principal a reparação da vítima pelo dano causado pelo crime. 
O processo criminal objetivo, em primeiro lugar, puni o infrator impondo-lhe a 
mais dura das sanções que é a pena. Isso não significa que a vítima foi esquecida. 
 O artigo 91, inciso I, do código penal estabelece como primeiro efeito da 
condenação criminal “tornar certa a obrigação de reparar o dano causado pelo 
crime”, por outro lado o código civil, no artigo 927, dispõe: “aquele que, por ato 
ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”. 
 Para harmonizar os dispositivos, preveem os artigos 63 do Código de 
Processo Penal e 515, inciso VI, do Código de Processo Civil, que a sentença 
penal condenatória transitada em julgado constitui título executivo judicial a ser 
liquidado e cumprido no Juízo Cível. 
19 
 
 
Código Processo Penal 
Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão 
promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do 
dano, o ofendido, seu representantelegal ou seus herdeiros (). 
Código de Processo Civil 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de 
acordo com os artigos previstos neste Título: 
I - as decisões proferidas no processo civil que reconheçam a 
exigibilidade de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou 
de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição 
judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de 
qualquer natureza; 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou 
universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, 
emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão 
judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a 
sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de 
Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do 
exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
X - (VETADO) (BRASIL, 2015, art.515). 
 
 Assim, o ofendido pode obter a reparação do dano sem ter que propor 
ação cível de indenização, ou seja, já fica reconhecido pelo Juízo Criminal o 
dever de indenizar, basta ao ofendido promover a liquidação, que é a 
transformação da condenação a uma pena em valores, e o cumprimento da 
sentença diretamente no Juízo Cível competente. 
 Observando o primeiro modelo, nota-se que o mesmo adota como 
conseqüência o ponto de partida de sua ação em referência ao direito reparador 
de Walgrave, no qual a responsabilidade é mais única e utiliza-se da 
comunicação entre as partes (mediação) ou um processo de arbitragem como 
meio de atingir os objetivos reparadores (SOARES, 2018). 
 
 
 
 
2.3.2 Por Resolução de Conflito 
 
 A resolução de conflitos pode ser definida como um processo formal ou 
informal que duas ou mais partes usam para encontrar uma solução pacífica do 
https://jus.com.br/tudo/arbitragem
20 
 
litígio que as opõe. Nesta, pode ser realizado através de negociação, mediação, 
arbitragem (SOARES, 2018). 
 É um método utilizado em conflitos mais simples, ou restritos, no qual o 
terceiro facilitador pode adotar uma posição mais ativa, porém neutra com 
relação ao conflito e imparcial. 
 Na conciliação um terceiro neutro conduz as partes envolvidas no conflito 
para um diálogo sobre as origens e consequências do mesmo, de maneira que 
estas alcancem a solução ideal consistente num acordo restaurativo onde ambas 
saiam satisfeitas e o pacto de cidadania, abalado com o cometimento da 
infração, seja restabelecido. Vê-se que o mediador é apenas um facilitador desse 
plano restaurativo e as partes envolvidas tomam as rédeas de todo o processo 
de restauração, através do diálogo livre e mediado apto a transformar o 
comportamento dos conflitantes e da sociedade em geral (BRANDÃO, 2010). 
 Como nota-se, a justiça restaurativa tende a promover uma intensificação 
do papel comunitário na promoção da segurança podendo assumir um duplo 
papel: em primeiro lugar, pode ser a destinatária das políticas de reparação e de 
reforço do sentimento de segurança coletivo e, em segundo nível, a comunidade 
pode ser ator social de um percurso de paz, que se funda sobre ações 
reparadoras concretas das consequências do crime (DIAS et al., 2011). 
 Nestes dois últimos modelos, Dias et al. (2011) comenta que, o ponto de 
partida é menor para as consequências que para o conflito subjacente ao gesto 
causador dos danos; por conseguinte, a responsabilidade tem mais 
oportunidade de ser compartilhada pelas duas partes; o processo privilegiado é 
centrado na comunicação. 
 Por meio dessa compreensão sobre as medidas restaurativas, ela 
funciona também em três modelos: 
 Centrado na finalidade: o primeiro modelo é um modelo centrado nas 
finalidades. A doutrina possui muitos partidários desta variedade na qual a justiça 
restaurativa está direcionada para a correção das consequências. O que marca 
o modelo é que as finalidades restaurativas são centrais e prioritárias frente aos 
processos utilizados para se atingir o fim (SANTANA et al., 2015). 
 Centrado nos processos: são os processos que definem o modelo de 
justiça restaurativa. Nesta concepção, todo o processo fundamentado sobre a 
participação (seja das partes ligadas pela infração, ou, seja por toda a comunidade 
21 
 
circunvizinha) se insere no modelo de justiça restaurativa. Assim, embora as 
finalidades ligadas aos processos negociados sejam de cunho retributivo, 
somente o fato de que haja as negociações, as consultas ou os envolvimentos é 
suficiente para que alguns considerem que suas práticas façam parte de um 
modelo de justiça restaurativa. (JACCOUND, 2005, p. 171) 
 Centrado na finalidade e no processo: este terceiro modelo adota uma 
visão mais restrita da justiça restaurativa. Isto impõe à mesma condições (meios 
negociáveis e finalidades restaurativas) que concentram todas as possibilidades 
de serem aplicadas a situações que requeiram boa vontade de ambas as partes 
no que diz respeito à infração. Porém, introduzir a boa vontade como critério 
absoluto de encaminhar os casos aos programas restaurativos, conduz 
inevitavelmente a confinar a justiça restaurativa à administração de infrações 
sumárias o que, evidentemente, reduz seu potencial de ação. Este terceiro 
modelo corresponde ao que Lode Walgrave (1999 e 2003) designa através da 
perspectiva minimalista ou diversionista (no sentido de encaminhamento 
alternativo) e se inscreve nas práticas de mecanismos civis e não de mecanismo 
jurídicos (JACCOUND, 2005, p. 171). 
 No que corresponde a mediação se caracteriza por ser uma técnica de 
conflitos que tem por intermédio duas partes que se sentem lesadas, e uma parte 
neutra que possui o desejo voluntário de solucionar o conflito, estimulando uma 
satisfação mútua para ambos (SANTANA, 2003) 
 Complementa Busnello (2017) que, a caracterização da Mediação pela 
eleição de um terceiro, o mediador, para ajudar na solução de um conflito, cuja 
função será apenas a de um facilitador para que as partes cheguem a uma 
solução em face do impasse surgido. O processo de Mediação é menos formal 
que o da Arbitragem. Nela, as disputas são orientadas no sentido de se chegar a 
uma solução aceitável para ambas as partes, por acordo, ou mútuo consenso. 
Ao contrário, na Arbitragem é prolatada uma sentença que não poderá mais ser 
questionada em juízo, pondo-se, portanto, fim à questão (BUSNELLO, 2017). 
 
 
 
 
 
22 
 
3 MEDIDAS RESTAURATIVAS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO 
 
De forma bem objetiva e direta, este capítulo aborda a educação como 
instrumento da Justiça Restaurativa, evidenciando suas dificuldades em poder 
atuar com mais eficiência do que o método tradicional de punição, que se 
restringe privar a liberdade. Esta medida restaurativa defendida pela ONU e 
incentivada em diversas nações, inclusive por parte do judiciário do Brasil, 
tende a não privar o infrator da sua liberdade, buscando, a reconciliação do 
infrator com a vítima e sua reinserção a comunidade. 
Assim o presente trabalho visa demonstrar como esta temática é debatida 
da ótica do da educação em combate para reduzir a criminalidade, objetivando 
entender as ações e relações deste em Pernambuco a partir da vivência e do 
planejamento desenvolvidos pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco no 
Projeto Escola Legal da Vara da Infância e Juventude de Recife 
Nesse sentido, considerando as mudanças sociais no que diz respeito a 
crescente participação da sociedade no gerenciamento de políticas protetivas 
do indivíduo e compreendendo-se a necessidade de efetivação de políticas 
públicas direcionadas pelo Estado à proteção cidadã, tem-se como 
questionamento: Pode a educação desenvolvida no Projeto Escola Legal do 
Tribunal de Justiça de Pernambuco, diminuir a criminalidade? 
O ponto a ser desenvolvido neste capítulo, direciona-sea compreender 
a temática dos sobre a educação, o Projeto Escola Legal, da Vara da Infância 
e Juventude do TJPE, na busca por entender o favorecimento do exercício da 
cidadania (individual e coletiva), analisando através das ações direcionados 
pelo projeto a proteção e a educação. 
Portanto, aqui será realçado a participação daqueles que compõem o 
Projeto Escola Legal do TJPE em Recife e o seu favorecimento do exercício da 
cidadania, da preservação dos direitos fundamentais, do gerenciamento de 
políticas públicas através de ações de cunho social e também jurídico, tendo 
como fonte de origem nesta capítulo a ser discutido uma pesquisa exploratória, 
no que tange às ações que garantam ao ofensor, vítima e comunidade, a 
oportunidade de ter uma vida social, realmente tuteladas pelo Estado. 
 
3.1 Políticas Públicas: sob a Ótica de Jaqueline Brigagão e seus Colaboradores 
23 
 
 
 Após a leitura de um artigo de título, as interfaces entre psicologia e 
políticas públicas e a configuração de novos espaços de atuação de em que os 
autores Jaqueline Brigagão, Vanda Lúcia Vitoriano do Nascimento e Peter Kevin 
Spink abordam de uma forma simplificada sobre as questões de políticas 
públicas desenvolvidas no cenário brasileiro (BRIGAGÃO et al., 2011). 
Logo em sua introdução, a autora e seus colaboradores destacam as 
políticas públicas como textos constituídos através de um conhecimento 
desenvolvido através de planos, ações e pesquisas que servem como base 
para propor propostas que sejam relevantes para determinadas pessoas. No 
caso em tela, seria para o ofensor, vítima e comunidade (BRIGAGÃO et al., 
2011). 
A autora ainda relata, que as políticas públicas são utilizadas para se 
referir a proposições, medidas e ações do governo dirigidas aos problemas de 
uma determinada população na tentativa de gerir soluções, relacionada ao 
Estado democrático moderno. Nesse caso seria a aplicação do projeto Escola 
Legal, como meio restaurador de reintegrar aquele ofensor vítima da 
sociedade, em um detentor de direitos, que ao invés de cumprir alguma medida 
restritiva, o mesmo possa gozar de medidas restaurativas que os ressocializem 
e volte a inseri-los na comunidade/sociedade que vive (BRIGAGÃO et al., 
2011). 
As políticas públicas podem variar em suas definições e modelos. Alguns 
dos elementos que podem ser encontrados dentro dessas políticas são, que: 
elas permitem distinguir entre o que o governo pretende fazer e o que, de fato 
faz; pois, na prática a política pública por si só é apenas um texto legal que 
depende de incentivos, de ações para poder desencadear um processo de 
resultados a longo prazo, desta maneira vale ressaltar a importância atuante 
da escola dentro da sociedade (BRIGAGÃO et al., 2011). 
 
 
 
 
3. 2 Educação em Direitos Humanos 
 
24 
 
 
Como reivindicações morais, os direitos humanos nascem quando devem 
e podem nascer. Como realça Norberto Bobbio (1988), os direitos humanos não 
nascem todos de uma vez nem de uma vez por todas. 
Para Hannah Arendt (1979), os direitos humanos não são dados mas sim 
uma construção, uma invenção humana em constante processo de construção 
e reconstrução. Compõem um construído axiológico, fruto da nossa história, de 
nosso passado, de nosso presente, fundamentado em um espaço simbólico de 
luta e ação social. 
No dizer de Lafer (2001) os direitos humanos compõem a racionalidade 
de resistência, na medida em que traduzem processos que abrem e consolidam 
espaços de luta pela dignidade humana. Realçam, sobretudo, a esperança de 
um horizonte moral, pautado pela gramática da inclusão, refletindo a plataforma 
emancipatória de nosso tempo. 
Toda esta sistemática está presente em uma nova ordem social, que em 
contrapartida, segundo Tosi (2002, p. 60-61): 
 
[...] quando falamos de política social, estamos nos referindo àquelas 
funções modernas do Estado capitalista – imbricado à sociedade – de 
produzir, instituir e distribuir bens e serviços sociais categorizados como 
direitos de cidadania. Trata-se, portanto, de política associada a um 
padrão de organização social e política que, desde os fins do século 
XIX e, mais precisamente, depois da Segunda Guerra Mundial, foi 
distanciando-se dos parâmetros do laissez-faire e do legado das velhas 
leis contra a pobreza [...] para transformar-se num esquema de proteção 
social que incumbe ao Estado decisiva responsabilidade pelo bem-
estar dos cidadãos. [...] [Ela] envolve o processo de provisão social 
[...][e] uma expressiva atividade regulamentadora [que visa] a garantia 
de acesso do cidadão comum a benefícios e serviços de natureza 
pública (TOSI, 2002, p. 60-61). 
 
Assim, os direitos humanos são considerados como um sistema de 
pensamentos que fazem parte de uma realidade social. Os direitos humanos são 
considerados como princípios avaliativos ou representações sociais normativas, 
que permitem aos seres humanos organizar suas relações e interações. A 
referência normativa aqui evocada são os princípios contidos na DUDH. (DOISE, 
2002). 
A ideia central para a compreensão dos direitos humanos é a da 
dignidade da pessoa humana, o homem como um fim em si mesmo. O conteúdo 
do preâmbulo da DUDH refere-se ao reconhecimento da dignidade inerente a 
25 
 
todo membro da família humana e de seus direitos iguais como fundamento da 
liberdade, da justiça e da paz no mundo, proclamados como a mais alta 
aspiração do homem comum e que devem ser respeitados, desenvolvidos, 
compreendidos e promulgados para que haja paz no mundo. Foram assim 
proclamados em 30 artigos, aprovados na Assembleia Geral das Nações 
Unidas em 10 de dezembro de 1948, como esse ideal comum a ser atingido 
pelos povos e nações do mundo. 
O conceito de direito humano é um conceito fundamental na sociedade 
atual, já que estamos inseridos em juízos de moral política que decidem sobre o 
que é ser bom e ser mal de um Estado, de maneira análoga como em juízos 
morais sobre um indivíduo. (LAFER, 2001) 
A assembleia proclamou: 
 
A presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como o ideal 
comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o 
objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo 
sempre em mente esta Declaração, se esforcem através do ensino e 
da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e 
pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e 
internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância 
universais e efetivos, tanto entre os povos dos próprios Estados 
Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição 
(BOBBIO, 1996, p. 10). 
 
 
Desse modo, os direitos humanos, em seu processo histórico-político, 
vêm se constituindo como material desta ética pública, desta parceria em face 
do que é social, lado a lado com os valores de sobrevivência da humanidade, 
sem os quais ela não pode subsistir. 
No entanto, os direitos humanos não constituem somente um conjunto de 
ideias e valores que são o conteúdo dessa ética pública, mas também vêm sendo 
legitimados por um processo “procedimental”, ou seja, por procedimentos e 
meios para que sejam reconhecidos e efetivados por sujeitos além do próprio 
Estado, ditados por parcelas sociais. “Exige uma intervenção política dos 
indivíduos, dos povos, dos governos e organismos internacionais responsáveis 
pela promoção e defesa dos direitos humanos” (TOSI, 2002, p. 118). 
Portanto, os Direitos Humanos representam socialmente nos dias de hoje, 
um novo ethos mundial, certamente um grande progresso na “autoconsciência 
26 
 
da humanidade”; e os direitos humanos podem se tornar um ponto de interseção 
e de consenso entre diferentes doutrinas filosóficas, crenças religiosas, 
costumes culturais, formas jurídicas e ações do Estado e da sociedade, dentre 
estes sujeitos. 
 
 
3.2.1 A Escola e seu Papel na Sociedade 
 
O papel determinado para a escola está sendo idealizadona formação do 
cidadão e sua função de buscar formas de oferecer o ensino da maneira possível 
através de recursos, métodos, materiais e engajamento de uma população em 
geral (PUGLIESE, 2017). 
Segundo os dados de Pesquisa em Ensino (PE) no Brasil desde a década 
de 1960 como complementa Pugliese (2017), vem buscando a reformulação de 
um bom ensino básico, no final da década de 1990 e início dos anos 2000, 
influenciou e explicitou a necessidade da ampliação da PE na educação básica 
para todos. 
Salém (2012, p. 63) observou que, dentro da comunidade escolar existe 
um diálogo dentro da sala de aula, que visa a capacidade de melhorar o ensino- 
aprendizagem tanto dos docentes, quanto dos discentes, como instrumento que 
possa transmitir o melhor conhecimento sobre o ensino didático dentro e fora de 
sala de aula (SALÉM, 2012). 
No que se refere ao direito a educação, a CF/88, em seu art.225 
compreende que: “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, 
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno 
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua 
qualificação para o trabalho”. (BRASIL, 1988, art. 225). 
No que compreende a educação, como medida restaurativa, o Estatuto 
da Criança e do Adolescente é taxativo: é obrigatório o oferecimento de 
escolarização para os jovens que estejam cumprindo medida socioeducativa. 
A escola e a educação são caminhos que jovens e adolescentes podem 
tomar como medida socioeducativa. A escola tem, de acordo com Saviani 
(2008), possui e função de socializar os conhecimentos produzidos pelos 
homens. Para isso, o trabalho pedagógico deve criar condições para que o aluno 
27 
 
se aproprie dos conhecimentos, o que faz com que a escola seja responsável 
pelo processo de humanização dos indivíduos. 
 
 
3.2.2 O Professor Como Conciliador 
 
A figura do professor, pode atuar de forma contributiva no âmbito de 
conciliação no âmbito escolar. Embora a necessidade de se ter um 
mediador/profissional que esteja em constante aperfeiçoamento, atualizando-se, 
buscando melhorias para que exista a mediação, assim está ciente e capacitado 
para desenvolver um pensamento dialógico, que contribuíram para a mediação 
(BACKER et al., 2010). 
Neste caso a interação e integração entre as partes e o todo, fazendo-se 
necessário que as duas categorias, aluno e professor, interajam em conjunto 
para que exista uma ligação e abertura dialógica (BACKER et al., 2010) e 
enquanto facilitador deverá atuar de forma humanizada, para que aquela 
experiência transformadora modifique a realidade encontrada a fim de trazer uma 
nova visão da sociedade em relação ao ofensor, vítima e comunidade. (MOLINA 
et al., 2009). Portanto, é necessário que o professor enquanto mediador, esteja 
ciente da realidade em que seus alunos estão inseridos, para que assim possa 
ensinar e transmitir os seus conhecimentos embasados numa situação real, 
promovendo sintonia interpessoal com os mesmos (MENEZES, 2010). 
 
 
3.3 A Educação Como Instrumento Restaurador 
 
Analisando que a Justiça Restaurativa visa a compreensão dos indivíduos 
envolvidos em determinados conflitos, podemos pensar, enquanto educadores, 
em utilizar os modelos restaurativos nas práticas escolares. Pode se dizer, que a 
escola privilegia a reconciliação, não excluindo e punindo os alunos que por 
diversos motivos vieram a entrar em conflitos (AMERICO JUNIOR et al.,2015). 
 
 
3.3.1 Redução da Criminalidade Através do Projeto Escola Legal 
28 
 
 
 Inicialmente, se explicará um pouco deste projeto Escola Legal e as 
lacunas existentes na atuação do Estado em exercer efetivamente o 
ordenamento jurídico no que tange o regime de proteção aos direitos do cidadão. 
Eis que se tem como justificativa de analisar de forma ascendente as condições 
que trazem à tona as falhas nas ações estatais em disseminar no estado de 
Pernambuco a assistencialidade, a igualdade, a não discriminação, a autonomia, 
o apoio e principalmente a participação da esfera social aqui representada pelos 
integrantes do Projeto Escola Legal no efetivo processo. 
Em seguida, tratará da importância de certos aspectos sociais que 
realçam o assunto pesquisado, onde com a preferência desta temática almeja-
se demonstrar a possível relação entre o Estado e este a medida restaurativa 
através da educação, traduzido nas ações do Projeto Escola Legal, no plano da 
Administração "Pública" tomando por base a atuação do referido projeto. E, em 
paralelo, almeja-se a análise acerca da idealização e do implemento de ações 
de gestão de políticas sociais voltadas à efetiva proteção desses direitos a uma 
justiça restaurativa no que diz respeito às ações “cidadãs" em Pernambuco. 
Por fim visa-se demonstrar nesta pesquisa, a relevância da importância 
de melhores políticas públicas de educação e proteção de direitos, trabalhando 
com maior frequência medidas restaurativas com a educação, no processo de 
combate à criminalidade. 
Assim, a educação é uma porta de entrada para inserir uma medida 
restaurativa. Além de que, através da educação, existe uma redução a 
criminalidade. Em um estudo realizado em pelo Tribunal de Contas do Estado 
do Rio Grando do Sul, detectou que: 
 
60% de seus infratores sequer concluíram o ensino fundamental, pois 
trocaram as salas de aula pelas ruas por volta do quinto ou sexto ano. 
É justamente nessa fase da vida, aos 12, 13 anos de idade, que os 
adolescentes podem encontrar no crime a identificação e o 
acolhimento que deveriam ter sido proporcionados pela escola 
(GALLISA, 2018). 
 
Através da educação é possível reduzir sim a criminalidade, investindo na 
educação do jovem é notório que, a longo prazo, pois é necessário um período 
para que as pessoas frequentem os cursos de formação educacional e notem que 
29 
 
ali na educação se encontra o futuro. 
No caso da educação de crianças e jovens, o tempo de frequência escolar 
e a interação nesse ambiente permitem a absorção das noções de moralidade, 
civilidade e de obediência às leis que, normalmente, integram as regras de 
convivência no espaço escolar e podem funcionar como um mecanismo informal 
de controle do comportamento dos indivíduos e de prevenção ao engajamento 
em atividades ilícitas, como descreve, Lochner et al., (2013). 
O Projeto Escola Legal é fruto da parceria entre a Secretaria de Educação 
do Estado (SEE) e dos órgãos públicos de proteção e defesa dos direitos dos 
estudantes enquanto cidadãos. A iniciativa tem como objetivo contribuir para a 
formulação, implementação e avaliação de políticas públicas de prevenção e 
enfrentamento da violência no ambiente escolar, além de capacitar gestores, 
educadores e profissionais da educação para lidar com possíveis situações de 
uso de drogas e violência nas unidades de ensino (GOVERNO DE 
PERNAMBUCO, 2017). 
O projeto escola legal se dão no sentido de assumir uma matriz de 
atuação que, na dinâmica da política, dialogue com os princípios cidadãos da 
educação em direitos. A contribuição da educação em direitos essenciais e 
humanos é, cada vez mais, necessária pois diante do cenário brasileiro de 
violência, através da educação, se cria u frente de cidadãos respeitosos e 
afirmadores dos direitos de todas as pessoas, sem qualquer distinção, e tudo 
resolvido através de diálogo. 
Através da educação a justiça restaurativa, cria a possibilidade de 
transformar o processo da resolução de problemas em instrumento preventivo 
de violência e criminalidade, reduzindo o índice de futuras infrações, em especial 
quando os envolvidos são menores de idade. 
Sobre o diálogo entre a justiça e a comunidade, a medida restaurativa por 
meio da educação mobiliza toda uma comunidade a participar para ajudar na 
conciliação do conflito, seja ele na escolar, ou no próprio meio em que vive. 
Salientando, que o modelo restaurativo deve ser guiado por “facilitadorescompetentes e imparciais, com o escopo de assegurar que o processo seja 
efetivo e seguro para todos os envolvidos, esforçar-se para ser inclusivo e 
colaborativo”. 
30 
 
METODOLOGIA 
 
 
Sobre a metodologia utilizada no presente trabalho, através de uma 
revisão bibliográfica em que, a análise dos resultados evidenciados foi realizada 
no modo descritivo, apresentando uma síntese de cada estudo incluído na 
revisão, com informações coletadas em livros, na legislação, em artigos 
científicos, e sites especializados no tema. Como reforça Gil (2006, p. 44) “a 
pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, 
constituído principalmente de livros e artigos científicos”. 
Nesta pesquisa foi utilizado também o método dialético, o qual, segundo 
Marconi e Lakatos (2011), considera os fatos dentro de um contexto social. Ainda 
sobre esse método, de acordo com Gil: 
 
A dialética fornece as bases para uma interpretação dinâmica e 
totalizante da realidade, uma vez que estabelece que os fatos sociais 
não podem ser entendidos quando considerados isoladamente, 
abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais etc 
(ZAGO, 2013, p. 14). 
 
Em relação à abordagem do problema, optou-se pela abordagem quali- 
quantitativa, pois nesse tipo de pesquisa, segundo Teixeira (2009), o 
pesquisador procura reduzir a distância entre a teoria e os dados, compreende 
os fenômenos pela sua descrição e interpretação, enfatizando o processo de 
acontecimentos. 
A predominância da abordagem quali-quantitativa deve-se ao fato do 
caráter exploratório da pesquisa e da utilização de métodos estatísticos para a 
coleta dos dados. Para Silva e Menezes, a pesquisa quali-quantitativa é: 
 
A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são 
básicas no processo de pesquisa qualitativa. Que requer o uso de 
métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta 
para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave (ZANATA, 
2012, p.20). 
 
Para tratar deste tema foi escolhida em relação aos objetivos da pesquisa 
a forma descritiva, a qual detalha as características de um fenômeno sem buscar 
suas causas nem impor soluções. 
A pesquisa descritiva aborda um tema já conhecido, mas contribui na 
31 
 
abordagem de novas perspectivas sobre uma realidade já existente como a 
escola e a educação como instrumento restaurador de jovens. 
Os dados apresentados foram coletados a partir de documentos extraídos 
de livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais, 
monografias, dissertações e teses. 
A análise dos dados foi dada através do confronto entre os materiais 
analisados, a fim de se mostrar as diversas opiniões sobre o estudo em questão 
e trazer novas perspectivas sem que haja solução por parte da autora na 
abordagem para solucionar se a educação pode ser utilizada como um 
instrumento restaurador do jovem. 
32 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
Desde pequenos, quando inseridos no contexto social escolar, a criança 
compreende um conjunto de fatores, inovações, e um mundo totalmente 
diferente do que foi visto até então. A criança se depara com dificuldade no seu 
entorno familiar, escolar, e todo o ambito social, e daí surgem seus primeiro 
conflitos sociais, tais como questões economomicas, sociais, e até mesmo pela 
sua cor ou aparencia, e então os conflitos no seio escolar surgem, e a falta dessa 
resolução acaba sendo a porta de entrada para o jovem ingressar no mundo da 
criminalidade. 
Ao ingressar nesse mundo, nota-se apenas o sujeito infrator, mas não o 
ser como um todo, esse ingresso acaba que por estender ao Estado a 
responsabilidade de resguardar a sociedade, tomando medidas preventivas para 
que este não cometa nenhum delito na sociedade. 
Ao pensar em medidas preventivas que o Estado pode tomar, a população 
pensa que somente esta pode ser aplicada, sendo que, existem medidas do tipo 
restaurativa, que reintegram o individuo infrator em sua comunidade, e sua a 
comunidade como instrumento complementar junto a educação como meio de 
transformar a vida do jovem delinquente. 
A educação é compreendida como uma das ferramentas essenciais para 
compor o cidadão. Através desta o indivíduos já em seu seio familiar 
compreende a noção de respeito, deveres, que deve ter para com o próximo. 
A medida restaurativa através da educação é sim uma forma de diminuir 
que o jovem cometa delitos, pois com a educação o jovem é instruído para o 
bem, e quanto maior a informação que ele tem sobre seus direitos e deveres 
com a sociedade, menor será chance deste ingressar na marginalidade. 
No que compete a compreender a justiça restaurativa, baseia-se num 
procedimento de consenso, em que a vítima e o infrator, e, quando apropriado, 
outras pessoas ou membros da comunidade afetados pelo crime, como sujeitos 
centrais, participam coletiva e ativamente na construção de soluções dos 
traumas e perdas causados pelo crime. A justiça restaurativa tende a promover 
uma intensificação do papel comunitário na promoção da segurança. 
33 
 
Sobre a educação e os direitos humanos, tem muito ligação com a atuação do 
projeto escola legal, pois beneficiam toda uma comunidade e sociedade, através 
dessa pacificação iniciada na escola. 
Como notado, a escola tem o papel essencial para a formação do ser e 
seu ingresso na sociedade, demonstrando através da educação se instrui o 
cidadão para que este não venha cometer algum tipo de delito, promovendo 
assim uma seguridade social para os jovens. 
Reforçando, as medidas restaurativas, são capazes de reintegrar o 
individuo infrator em sua comunidade, e sua a comunidade pode atuar também 
como instrumento complementar junto a educação como o papel e dever social 
de transformar a vida do jovem delinquente. 
A importância do ambiente escolar estar em conexão com a comunidade 
é para poder entender a realidade de seus jovens alunos, assegurar boas 
condições de aprendizagem e um ambiente inclusivo em que todos sejam 
acolhidos, e que através de medidas restaurativas, o Estado trate a raiz do 
problema, reeducando e reinserindo o jovem em sua comunidade. 
34 
 
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	AGRADECIMENTOS
	RESUMO
	ABSTRACT
	SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO
	1 JUSTIÇA RESTAURATIVA
	2 JUSTIÇA E SUAS MODALIDADES
	3 MEDIDAS RESTAURATIVAS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO
	METODOLOGIA
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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