Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Centro de Ciências Agrárias - Departamento de Ciências do Solo APOSTILA DE DISCIPLINA (AK0015 e AK0010) MANEJO E CONSERVAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA Prof. Dr. Teógenes Senna de Oliveira Profa. Dra. Mirian Cristina Gomes Costa Mestranda: Ana Caroline de Moraes Araújo Fortaleza, CE Agosto de 2010 2 AULA TEÓRICA 01: AGRICULTURA, SUSTENTABILIDADE E MEIO-AMBIENTE 1. INTRODUÇÃO O sucesso atual da agricultura, em escala global, deve ser reconhecido, uma vez que este satisfez a demanda crescente de alimentos durante a última metade do século XX. Nas últimas quatro décadas, a produção global de alimentos cresceu cerca de 170%. A população mundial segue crescendo, as economias dos países em desenvolvimento estão aquecidas. Há uma década, a Índia cresce a 9% ao ano, a China a mais de 10%. Em 1973, o Brasil colheu 48 milhões de toneladas de grãos cultivados em 46 milhões de hectares, que equivale a aproximadamente 1 ton/ha. Em 2005, em uma área de 47 milhões de hectares, foram colhidos 2,5 vezes mais grãos (120 milhões de toneladas) (BORTOLOZZO, 2009). Assim, em 2050, o Brasil terá a capacidade de produzir 1 Bilhão de toneladas de grãos. . Este sucesso se deve aos avanços científicos e às inovações tecnológicas, como por exemplo, o desenvolvimento de novas variedades de plantas, o uso de fertilizantes e defensivos e aperfeiçoamento de sistemas de irrigação (Quadro 1). No entanto, apesar dos seus sucessos, a base de produção está sendo comprometida, ou seja, os recursos naturais (solo, água e a própria diversidade natural genética) estão sendo excessivamente degradados. Além disso, há uma grande dependência de combustíveis fósseis não renováveis. 2. TENDÊNCIAS MUNDIAIS Estudo conduzido pela ONU (Millenium Ecosystem Assessment) aponta para: a. Crescimento populacional ascendente (Figuras 1A e 1B); Em 2008, a ONU (Organização das Nações Unidas) divulgou um relatório que apresenta uma estimativa em relação ao número de habitantes em escala planetária para o ano de 2050, que poderá atingir 9,2 bilhões de pessoas. De acordo com a pesquisa, o crescimento da população deve ocorrer de forma significativa somente nos países em desenvolvimento, no caso dos países desenvolvidos as mudanças serão modestas. 3 Figura 1A. Crescimento populacional (Fonte : United Nations: words Population Prospects: The 2006 Revision (2007) Figura 1B. Crescimento populacional mundial em diferentes cenários no futuro (Fonte: Millenium Ecosystem Assessment) 4 Quadro 1 - Produtividade, área plantada, custo atual e renda diferencial proporcionada pela geração de pesquisa aplicada às culturas do algodão e cajueiro em diferentes sistemas de produção no Nordeste brasileiro Sistema de Produção Região Produtividade (kg/ha) Área plantada atual no NE (ha) Custo atual (R$/Kg) R$/arroba) Renda potencial diferencial gerada pela pesquisa9/ (R$) Algodão herbáceo NE 4951/ 283.8581/ 9,187/ 1.289.879.138,00 Algodão arbóreo1 NE 2631/ 26.2241/ 9,187/ 63.313.652,20 Algodão mocó (1º ano) Seridó, PB, RN 5002/ 26.2241/ 9,187/ 57.054.507,80 Algodão mocó (2º ano) Seridó, PB, RN 8002/ 26.2241/ 9,187/ 129.275.404,00 Algodão 7MH Seridó, PB, RN 1.3502/ 26.2241/ 9,187/ 261.680.380,00 Algodão herbáceo de sequeiro Sudoeste da Bahia 1.1002/ 283.8581/ 9,187/ 1.576.518.946,00 Algodão herbáceo de sequeiro Sertão, PB 1.7002/ 283.8581/ 9,187/ 3.140.008.810,00 Algodão herbáceo irrigado Sertão, PB, CE 2.9502/ 283.8581/ 9,187/ 6.397.279.360,00 Cajueiro gigante (castanha de caju)3 CE, RN, PB 2093/ 647.4996/ 0,908/ 121.794.562,00 Cajueiro anão precoce de sequeiro (castanha de caju)4 CE, RN, PB 7234/ 647.4996/ 0,908/ 299.533.037,00 Cajueiro anão precoce de irrigado (castanha de caju)4 CE, RN, PB 1.2865/ 647.4996/ 0,908/ 627.620.781,00 1 - Média para a safra 1996/1997 de acordo com Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (1977), citado por Beltrão (1999); 2 - Produtividades médias conforme Beltrão (1999); 3 - Produtividade média dos anos de 1989 a 1998, conforme banco de dados do Centro Nacional de Agroindústria Tropical (CNPAT) da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA); 4 - Produtividade média de cajueiro anão precoce em condições de sequeiro de oito anos de produção; 5 - Produtividade média de cajueiro anão precoce em condições irrigadas de cinco anos de produção; 6 - Área plantada para a safra 1995/1996 conforme IBGE, citado por Silva (1998); 7 - Fonte: Folha de São Paulo (1999); 8 - Preço médio das áreas produtoras de Acarape (R$1,00) e Acaraú (R$0,80), Ceará. Fonte: Diário do Nordeste (1999); e 9 - Renda diferencial = {Área plantada (ha) X produtividade do sistema de produção considerado (com aplicação de pesquisa) (kg/ha) X custo atual (R$/kg)} - {Área plantada (ha) X produtividade do sistema de produção médio nas áreas produtoras (kg/ha), indicada pelos itens 1,2 e 3 X custo atual (R$/kg)}. 5 b. Aumento da produção total e per capita de alimentos crescente, porém em gradientes muito menores para o segundo caso (Figura 2); c. Redução dos preços de produtos agrícolas (Figura 2); Figura 2. Produção de alimentos mundial e per capita, preços e número de pessoas subnutridas Millenium (Ecosystem Assessment). A agricultura brasileira vem se desenvolvendo e modernizando, destacando- se como atividade de alto valor econômico e social, com tendência de crescimento acentuado em curto prazo. A amplitude dos mercados ineterno e exteno e a tendência de aumento da produção de alimentos, contribuem para a dinâmica de redução dos preços dos produtos agrícolas. d. Redução da área agrícola e de pastagens nos países desenvolvidos (Figura 3); e. Aumento da área agrícola e de pastagens nos países em desenvolvimento (Figura 3); Até 2020, a população mundial deve chegar a 7,5 bilhões de habitantes, e o maior crescimento acontecerá em países em desenvolvimento, sendo que na área urbana, deve ser 5,7 vezes maior que na rural, o que deve provocar mudanças significativas no hábito alimentar. Para os países desenvolvidos, o consumo de carne e leite mostrou-se estabilizado nas décadas de 80 e 90, com tendência de manter esta estabilidade até 2020. Já, nos países em desenvolvimento, há previsão de um aumento de 50% no consumo desses produtos. A melhoria da produtividade das pastagens está diretamente relacionada com o aumento da demanda. 6 Figura 3. Área agrícola e de pastagens em diferentes cenários nos países em desenvolvimento e industriais. f. Redirecionamento do uso atual nos países desenvolvidos (Figura 4); e Figura 4. Tendências de cobertura vegetal mundial. 7 1.310.000 1.320.000 1.330.000 1.340.000 1.350.000 1.360.000 1.370.000 1.380.000 1.390.000 1.400.000 1.410.000 1.420.000 1970 1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 Ano T er ra s ar á v ei s ( 10 0 0 ha ) g. Redução da disponibilidade de novas áreas cultiváveis (Figura 5). Figura 5. Área de terras aráveis mundiais (FAOSTAT, 2006) É de se esperar, portanto, que: A pressão por produção de alimentos seja cada vez mais crescente, principalmente sobre as áreas agrícolas dos países em desenvolvimento, com preços agrícolas cada vez menores. Qual a saída, ou seja, como responder as seguintes perguntas: Como produzir alimentos para uma população cada vez mais crescente? Como produzir alimentos em condições potencialmente limitadas de área disponível? Para poder responder estas perguntas é necessário o entendimento das conseqüências das práticas atuais que estão comprometendo a produtividade ecológica, atual e futura, dos campos agrícolas. Condições técnicas que comprometem a produtividade ecológica, atual e futura, conseqüentes das atividades agrícolas predominantes nos campos agrícolasatuais: a. Degradação do solo: pode envolver a salinização, alagamento, compactação, contaminação por defensivos, declínio na qualidade da sua estrutura, perda de fertilidade e erosão; b. Desperdício e uso exagerado de água: a agricultura é responsável por 2/3 do uso global da água e é uma das principais causas de sua falta em muitas 8 regiões. Mais da metade da água aplicada nas culturas não é absorvida pelas plantas.; c. Poluição do ambiente: a agricultura polui mais do que qualquer outra fonte individual. Incluem-se como poluentes os defensivos, os fertilizantes e sais, além de sedimentos. Vários são os exemplos de poluição. Um deles é o caso do Pantanal Mato-Grossense onde as áreas de cultivo de soja, cana-de-açúcar, algodão e milho na região do planalto que circunda a planície pantaneira, bem como nas áreas de arroz irrigado na própria planície (como no Pantanal do rio Miranda), o uso excessivo de defensivos está contaminando uma das mais importantes e ainda conservadas áreas úmidas do mundo. Além da agricultura intensiva praticada nas terras altas que nos últimos 40 anos, não tem respeitado a legislação que obriga a manter conservadas as áreas de proteção permanente, como as matas ciliares (matas ao longo dos rios e córregos) e as áreas de nascentes, bem como as áreas de reserva legal. d. Dependência de insumos externos: os altos rendimentos da agricultura atual estão relacionados ao aumento do uso de insumos agrícolas: água para irrigação, fertilizantes, corretivos, defensivos, energia para máquinas e bombas e tecnologia no desenvolvimento de novos insumos; e. Perda da diversidade genética: a diversidade genética geral das plantas domesticadas diminuiu, muitas variedades foram extintas e outras têm caminhado nesta direção. Apenas seis variedades de milho, por exemplo, são responsáveis por mais de 70% da produção mundial deste grão. Esta perda ocorre por conta da ênfase da agricultura convencional em ganhos de produtividade em curto prazo. Contudo, a vulnerabilidade de uma cultura com uma base genética restrita é muito maior com relação ao ataque de pragas, patógenos (que adquirem resistência a agrotóxicos e aos compostos de defesa da planta), clima e outros fatores ambientais; f. Redução da participação da população rural sobre a produção agrícola: há uma diminuição da população rural diretamente envolvida com a produção agrícola, tanto nos países desenvolvidos, quanto em desenvolvimento. Pequenos produtores não podem bancar o custo de atualização de equipamentos e tecnologia agrícola para competir de maneira bem-sucedida, com as operações da produção em grande escala; e g. Desigualdade global: apesar dos aumentos na produtividade e produção, a fome persiste em todo o globo. Enormes disparidades de ingestão de calorias e na segurança alimentar entre pessoas de nações desenvolvidas e aquelas de nações em desenvolvimento. As relações de desigualdade tendem a promover políticas e práticas agrícolas que são dirigidas mais por considerações econômicas do que pela sabedoria ecológica e pensamento em longo prazo. Por exemplo, agricultores deslocados pela produção para exportação dos grandes proprietários de terras, são freqüentemente forçados a cultivar terras marginais. Os resultados são os desmatamentos, a erosão severa e o dano social e ecológico sério. 9 3. O USO DO SOLO NO NORDESTE BRASILEIRO/CEARÁ Grande parte da economia agrícola nordestina está fortemente sustentada na exploração dos recursos naturais, principalmente no que se refere ao extrativismo da cobertura vegetal, o superpastejo em pastagens nativas e a exploração agrícola sem qualquer tipo de preocupação conservacionista (Sampaio & Salcedo, 1997). Araújo Filho & Carvalho (1996) comentam que 73% do consumo de energia primária para a indústria de alguns estados nordestinos têm como fonte o carvão e a lenha e, em termos globais, o uso destas fontes atende 33% do consumo de energia. Sampaio & Salcedo (1997) comentam que, considerando a produção média de lenha das caatingas que é de 24 m3 ha-1 (ou 70 estéreo ha-1) utilizando o fator de conversão de lenha para carvão de 12,5 estéreo Mg-1 (PNUD-FAO-IBAMA, 1992), estes números corresponderiam ao corte raso de 5,0x103 km2 no Ceará, 2,2x103 km2 no Rio Grande do Norte, 0,8x103 km2 na Paraíba e 1,2x103 km2 em Pernambuco. São proporções anuais pequenas (1,2 a 4,3%) mas, como a vegetação leva de 10-15 anos para recuperar mais de 90% da biomassa original, afeta áreas totais 10 a 15 vezes maiores. Os autores comentam que tais retiradas, associadas às áreas agrícolas, são responsáveis pela maior parte das áreas desmatadas nestes estados, o que corresponde a 53% (CE), 66% (RN), 49% (PB) e 55% (PE), em 1992, tendo crescido 5%, 21%, 9% e 10% em 19 anos (PNUD-FAO-IBAMA-SUDENE, 1993). Estes dados tornam bastante evidente que as reservas florestais naturais estão sendo utilizadas para o suprimento desta demanda, com graves conseqüências, perfeitamente perceptíveis, a começar pela redução da biodiversidade (flora e fauna), inclusive com espécies ameaçadas de extinção (Figueiredo et al., 1994), a redução do potencial de produção agrícola de solos, bem como suas conseqüências sócio-políticas que se tornam evidentes pela migração sempre crescente do meio rural. A lista de espécies ameaçadas de extinção no Ceará relaciona 38 espécies de plantas, a grande maioria arbóreas, incluindo o angico-preto, o angico branco, a aroeira, o bálsamo, a braúna, o caroá, o cedro, a craibeira, o cumaru, o gonçalo alves etc. Todos estes fatores em conjunto culminam com a degradação do ambiente. Tal realidade é comprovada por Sá et al. (1994) que comprovam este quadro, quando realizaram levantamento de áreas degradadas no nordeste brasileiro, apontando para a Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, proporções de área equivalentes a 64, 53, 36 e 25%, respectivamente, da superfície destes estados, entre os níveis moderado, forte a muito forte. Predominantemente os níveis identificados estão associados a Luvissolos, Planossolos e os Neossolos Litólicos, solos nos quais o binômio algodão-pecuária, juntamente com a exploração da vegetação para produção de lenha, madeira e carvão, foram os principais agentes de degradação. No Ceará, os 53% equivalem a 77.000 km2, de um total de 148.016 km2 com grande parte ocupada por Luvissolos, Planossolos e os Neossolos Litólicos. 10 Quadro 2. - População total e rural no semi-árido em 1991, bovinos + caprinos no NE em 1995, produção de lenha e carvão em 1989, área irrigada no semi-árido em 1985 e áreas degradadas no NE* EF População bovinos ovinos lenha Carvão Áreas degradadas total Rural caprinos área irrigada MF F-MF F M ---------106-------- 106 m3 103 Mg 103 ha 103 km2 PI 2,6 1,2 1,98 3,21 1,73 6,3 13,6 5,9 0,5 7,9 0,6 CE 6,3 2,2 2,10 2,31 12,16 49,9 67,3 42,5 8,8 5,1 20,6 RN 2,4 0,7 0,57 0,45 5,36 23,4 17,5 9,0 1,4 2,6 6,0 PB 3,1 1,1 0,86 0,68 1,90 22,5 16,2 21,1 6,9 3,0 4,3 PE 3,4 1,6 1,27 1,49 2,81 70,1 50,4 16,3 7,2 1,5 - AL 0,9 0,5 0,80 0,18 1,30 6,4 4,9 0,9 - - - SE 0,5 0,3 0,91 0,20 0,87 6,4 6,6 2,7 - - - BA 5,8 3,2 10,02 6,76 20,36 135,3 71,9 20,3 6,7 1,6 - Total 25,0 10,8 18,51 15,26 46,49 320,3 248,3 118,7 31,6 21,8 31,5 MF = muito forte; F = forte; M = moderada. (Adaptado de SAMPAIO, E.V.S.B. & SALCEDO, 1997) As conseqüências da perda da qualidade destes solos se refletiram na queda da produtividade do algodão mocó no estado do Ceará, no passado o maior produtor do país (Figura 6). Figura 6. Produtividade media do algodão-mocó, de 1973 a 1996, no estado do Ceará, Brasil (EMBRAPA, 1996) 4. A NECESSIDADE DE SISTEMAS SUSTENTÁVEIS DE PRODUÇÃO DE ALIMENTOS A produção agrícola pode ser aumentada somente de três maneiras: a. Pela incorporação de novas áreas de produção b. Aumento nos ciclos de cultivo (ex: culturas de “safrinha”), ou c. Pelo aumentoda produtividade. 0 50 100 150 200 250 1968 1972 1976 1980 1984 1988 1992 1996 Anos P ro d u ti vi d ad e m éd ia ( kg /h a) 11 Como visto, as diversas técnicas usadas para o aumento da produtividade se usadas de forma incorreta têm conseqüências negativas, que, em longo prazo, levam a diminuição da produtividade agrícola. O aumento da área de cultivo também é problemático. A maior parte da área agricultável foi convertida ao uso humano, e, desta porção, a proporção que pode ser cultivada está, na verdade, diminuindo devido a expansão urbana, degradação do solo e desertificação. A única opção que resta é preservar a produtividade. A preservação da produtividade da terra agrícola, em longo prazo, requer a produção sustentável de alimentos. A sustentabilidade da produção agrícola tem uma base ecológica e deve ser técnica, econômica, ambiental e sócio-politicamente viável, em níveis local, regional e global. Definindo sustentabilidade ou produção sustentável: é a condição de ser capaz de perpetuamente colher biomassa de um sistema, porque sua capacidade de se renovar ou ser renovado não é comprometida. Como a perpetuidade nunca pode ser demonstrada no presente, a prova de sustentabilidade permanece no futuro, fora do alcance. Assim, é impossível se saber, com certeza, se uma determinada prática é, de fato, sustentável ou se um determinado conjunto de práticas constitui sustentabilidade. Contudo, é possível demonstrar que uma prática está se afastando da sustentabilidade. Efeitos desejáveis de uma agricultura sustentável: a. Efeitos negativos mínimos no ambiente e não liberação de substâncias tóxicas ou nocivas na atmosfera, água superficial ou subterrânea; b. Preservação e recomposição da fertilidade, prevenção da erosão e manutenção da saúde ecológica do solo; c. Uso da água de maneira que permita a recarga dos depósitos aqüíferos e satisfaça as necessidades hídricas do ambiente e das pessoas; d. Depender, principalmente, de recursos de dentro do agroecossistema, incluindo comunidades próximas, ao substituir insumos externos por ciclagem de nutrientes, melhor conservação e uma base ampliada de conhecimento ecológico; e. Trabalhar para valorizar e conservar a diversidade biológica, tanto de paisagens silvestres quanto de paisagens domesticadas; e f. Garantir igualdade e acesso às práticas, conhecimento e tecnologias agrícolas adequados e possibilitar o controle local dos recursos agrícolas. 12 5. A AGRICULTURA IRRIGADA NO NORDESTE BRASILEIRO E A SUA SUSTENTABILIDADE As ações voltadas para a expansão das áreas irrigadas merecem destaque, pois esta discussão pode estar inserida numa abordagem mais ampla e de complemento aplicado do conceito de sustentabilidade. No nordeste são áreas consideradas privilegiadíssimas, já que nesta região a água é um recurso escasso, sendo considerada potenciais e importantes fontes de geração de renda e emprego. Embora seja apontada como solução salvadora do Nordeste brasileiro, esta atividade só é rentável e sustentável, se realizada de forma adequada por meio de técnicas que maximizem a eficiência do uso da terra e da água, promovendo assim, a redução de custos operacionais e impactos ambientais. No estado do Ceará são poucos os perímetros que mantém essa sustentabilidade econômica. Alguns perímetros irrigados implantados no passado apontam vários erros, inclusive de engenharia, que devem ser considerados no presente e futuro, evidenciando principalmente a falta de tecnologia e assistência técnica, como razão para o comprometimento destas áreas. O uso atual de algumas áreas irrigadas indica que a degradação do solo pela compactação e salinização já é uma realidade e o caso, por exemplo, da Chapada do Apodi e Morada Nova. O potencial comprometedor do uso inadequado dos recursos na sustentabilidade destas áreas é elevado, pois quaisquer outras práticas a serem adotadas para minimizar as conseqüências deste uso, comprometem a sua viabilidade econômica. Contudo, não resta dúvida que a irrigação é uma técnica que pode conduzir a sustentabilidade de algumas áreas do semi-árido. No entanto, não deve ser considerada como única. Assim, tecnologia para o aumento da eficiência dos recursos naturais (solo e água), do trabalho e do capital deve ser uma busca incessante, principalmente se for considerado que o potencial de área a ser explorado com o uso da irrigação não ultrapassa 5%, conforme Sampaio & Salcedo (1997), considerando a baixa disponibilidade hídrica no semi-árido brasileiro. Somente por esse valor é evidente que a irrigação não se tornará a única opção viável de exploração agrícola que promova a sustentabilidade da agricultura no semi-árido. A área passível de irrigação no Ceará é de 2%. O custo de 1 ha irrigado está em torno de US$ 12.000,00 e de 1.000 m3 de água por volta de US$ 20,00. A proporção de área não irrigável é elevada. A busca da sustentabilidade no semi-árido passa necessariamente pela complementaridade do uso agrícola das áreas irrigadas e das não irrigadas, devendo haver opções de uso agrícola racional e sustentável, tanto em nível local, regional quanto nacional. 13 Será que essa busca existe atualmente? O que se nota na realidade é o esforço concentrado no desenvolvimento de tecnologia e expansão da área irrigada, e muito pouco para a convivência com a deficiência hídrica. 6. O CONCEITO DE AGROECOSSISTEMA (UM POUCO DE AGROECOLOGIA) Um agroecossistema é um local de produção agrícola, uma propriedade agrícola, por exemplo, compreendido como um ecossistema. Este conceito proporciona uma estrutura onde se pode analisar os sistemas de produção de alimentos como um todo, incluindo seus conjuntos complexos de insumos e produção e as interconexões entre as partes que o compõem. É um conceito que se baseia em princípios ecológicos, tendo como referência os ecossistemas naturais. Examinam-se os aspectos estruturais e os funcionais. Os agroecossistemas são, então, descritos em termos de como eles se comparam estrutural e funcionalmente com os ecossistemas naturais. Um ecossistema pode ser definido como um sistema funcional de relações complementares entre organismos vivos e seu ambiente, delimitado por fronteiras escolhidas arbitrariamente, as quais, no espaço e no tempo, parecem manter um equilíbrio dinâmico, porém estável. Um ecossistema tem partes físicas com relações particulares (a estrutura do sistema), que juntos participam de processos dinâmicos (a função do sistema). Os componentes estruturais básicos do ecossistema são: fatores bióticos (organismos vivos que interagem no ambiente) e fatores abióticos (componentes químicos e físicos não vivos do ambiente, como solo, luz, umidade e temperatura). 7. A ORGANIZAÇÃO NOS ECOSSISTEMAS Os ecossistemas podem ser examinados em termos de uma hierarquia de organização das partes que o compõem, sendo dividido em quatro níveis: a. No primeiro nível que é o mais simples está o organismo individual, neste, o indivíduo é analisado quanto ao seu comportamento em resposta aos fatores do ambiente e como o grau de tolerância particular do organismo a estresses no ambiente determinará onde o mesmo viverá. Exemplo: a adaptação da bananeira que a restringe nas regiões tropicais. b. No segundo nível de organização ficam os grupos de indivíduos da mesma espécie, sendo chamado de população. É importante entender a ecologia das populações para determinar os fatores que controlam seu tamanho e crescimento, especialmente com relação à capacidade do ambiente de sustentar uma determinada população ao longo do tempo. c. O terceiro nível de organização fica a comunidade, uma comunidade é definida como um conjunto de várias espécies vivendo juntas em um determinado lugar e interagindo. O importante neste nível é saber como as interações de organismos 14 afetama distribuição e abundância das diferentes espécies que constituem uma comunidade particular. A competição entre plantas em um sistema de cultivo ou a predação de pulgões por joaninhas são exemplos de interações neste nível em um agroecossistema. d. E o quarto e mais abrangente nível de organização de um ecossistema é o próprio ecossistema, incluindo todos os fatores abióticos do ambiente, além das comunidades de organismos que ocorrem em uma área específica. Os quatro níveis de organização são mostrados na Figura 7. Figura 7. Níveis de organização do ecossistema aplicados a um agroecossistema (Fonte: Gliessman, 2001). Uma característica importante dos ecossistemas é que em cada nível de organização emergem propriedades que não estavam presentes no anterior, resultantes da interação das partes componentes daquele nível de organização do ecossistema. Uma população é muito mais que uma coleção de indivíduos da mesma espécie e tem características que não podem ser compreendidas em termos de organismos individuais. No contexto do agroecossistema, este princípio significa, em essência, que a unidade agrícola é maior que a soma de seus cultivos individuais. A sustentabilidade pode ser considerada a qualidade emergente maior de uma abordagem de ecossistema à agricultura. 15 8. AS PROPRIEDADES ESTRUTURAIS DAS COMUNIDADES Uma comunidade existe como resultado das adaptações das espécies que compõem os gradientes de fatores abióticos que ocorrem no ambiente, e, como resultado das interações entre populações dessas espécies. É importante examinar detalhadamente as propriedades das comunidades, resultantes das interações neste nível. As propriedades estruturais de comunidades são: a. Diversidade das espécies: é o número de espécies existentes em uma comunidade; b. Dominância e abundância relativa: em uma comunidade algumas espécies podem ser relativamente abundantes, e outras menos. A espécie com maior impacto, tanto dos componentes bióticos quanto nos abióticos da comunidade, é referida como a espécie dominante. A dominância pode ser resultado da relativa abundância do organismo, seu tamanho, seu papel ecológico, ou de quaisquer desses fatores combinados; c. Estrutura vegetativa: comunidades terrestres apresentam um componente vertical (um perfil com diferentes camadas) e outro horizontal (agrupamentos ou padrões de associação). Aprende-se a reconhecer como espécies diferentes ocupam lugares distintos nesta estrutura. Quando espécies assumem formas semelhantes de crescimento, nomes mais gerais são dados a esses conjuntos: pradaria, capoeira, floresta etc; e. Estrutura trófica: cada espécie em uma comunidade tem necessidades nutritivas. Como essas necessidades são satisfeitas ante outras espécies, o que determina a estrutura de relações alimentares, chamada de estrutura trófica. A estrutura trópica é constituída por organismos produtores (autotróficas: satisfazem suas necessidades de energia sem serem predadoras de outros organismos) e consumidores (incluindo os herbívoros, predadores, parasitas e parasitóides). Todos os consumidores são chamados heterotróficos (suas necessidades nutritivas são satisfeitas consumindo outros organismos). Cada nível de consumo é considerado nível trófico diferente. As relações tróficas podem ser descritas como uma cadeia alimentar, dependendo de sua complexidade; e f. Estabilidade: normalmente, a diversidade das espécies, a estrutura de dominância, a vegetativa e a trófica de uma comunidade permanecem razoavelmente estáveis ao longo do tempo, embora indivíduos morram e deixem a área e o tamanho relativo das populações mude. A estabilidade relativa de uma comunidade depende enormemente do seu tipo e da natureza das perturbações às quais ela está sujeita. 16 9. OS PROCESSOS DINÂMICOS NOS ECOSSISTEMAS O funcionamento dos ecossistemas envolve os processos dinâmicos de movimento de matéria e energia e as interações e relações dos organismos e materiais no sistema. É importante entender estes processos, tratando os conceitos de dinâmica, eficiência, produtividade e desenvolvimento de ecossistemas, especialmente de agroecossistemas, onde a função pode fazer a diferença entre o fracasso e o sucesso de um cultivo ou de determinada prática de manejo. Os dois processos fundamentais em qualquer ecossistema são o fluxo de energia entre suas partes e a ciclagem de nutrientes. 9.1. Fluxo de energia O fluxo de energia em um ecossistema está diretamente relacionado a sua estrutura trófica. A energia flui para dentro do ecossistema como resultado da captação de energia solar pelas plantas (as produtoras do sistema), sendo a biomassa convertida nos diferentes níveis tróficos pelos demais componentes do ecossistema (consumidores do sistema), liberando muito da energia que entrou na produção da biomassa, sendo a remanescente devolvida ao solo como matéria orgânica. 9.2. A ciclagem de nutrientes A ciclagem de nutrientes nos ecossistemas está obviamente relacionada ao fluxo de energia. Enquanto a energia flui apenas numa direção, os nutrientes, por outro lado, movem-se em ciclos, dos componentes bióticos para os abióticos e novamente para os bióticos. Como tanto os componentes bióticos como os abióticos do ecossistema estão envolvidos nesses ciclos, estes recebem o nome de ciclo biogeoquímicos. Os ciclos biogeoquímicos são complexos e interconectados, além de muitos ocorrerem em nível global que transcende ecossistemas individuais. Os ciclos mais importantes são do carbono (C), nitrogênio (N), oxigênio (O), fósforo (P), enxofre (S) e água. Cada nutriente tem uma rota específica através do ecossistema, mas dois tipos principais são identificados. Para os ciclos do C, O e N, a atmosfera funciona como o reservatório abiótico principal, assumindo caráter global. Elementos menos móveis (P, S, K, Ca e muitos micronutrientes) são ciclados localmente, pois o solo é o reservatório principal. Se uma quantidade grande de um nutriente for perdida ou removida de um determinado sistema, ele pode se tornar limitante para o crescimento e desenvolvimento posteriores. Os componentes biológicos de cada sistema são muito importantes para determinar a eficiência com que os nutrientes se movem, assegurando que o mínimo seja perdido e o máximo seja reciclado. A produtividade pode tornar-se intimamente relacionada às taxas de reciclagem de nutrientes. 17 10. A DINÂMICA DOS ECOSSISTEMAS NATURAIS E AGROECOSSISTEMAS As populações no ecossistema são dinâmicas, seu tamanho e os organismos individuais que as compõem mudam com o tempo, sendo determinadas também pelas interações com as outras e com o ambiente. As interações possíveis de ocorrerem entre espécies numa população podem ser de competição (adaptações similares e recursos insuficientes) ou de mutualismo (espécies que desenvolvem formas de interação entre si, com benefícios para ambas). Os ecossistemas estão num constante estado de mudança dinâmica. Apesar deste dinamismo interno, são notavelmente estáveis em sua estrutura e funcionamento geral. Esta estabilidade se deve em parte à complexidade dos ecossistemas e à diversidade das espécies, tornando-os hábeis em resistir à modificação que é introduzida por perturbação ou de se recuperar da perturbação, depois que acontece. Esta estabilidade geral combinada com a transformação dinâmica é captada no conceito de equilíbrio dinâmico. Este equilíbrio é de considerável importância em um ambiente agrícola, permitindo um equilíbrio ecológico e funcionando com base no uso sustentável de recursos, que pode ser mantido indefinidamente, a despeito da mudança continuada e regular na forma de colheita, cultivo do solo e replantio. A manipulação e as alterações humanas dos ecossistemas, com o propósito de estabelecer uma produção agrícola, tornam os agroecossistemas muito diferentes dos ecossistemasnaturais. Contudo os processos, estruturas e características dos ecossistemas naturais podem ser observados nos agroecossistemas. Os fluxos de energia e o movimento de nutrientes de um ecossistema natural e um agroecossistema são mostrados nas Figuras 8 e 9. Uma comparação entre as figuras revela diferenças em vários aspectos chaves: a. Fluxo de energia: é bastante alterado em um agroecossistema pela interferência humana. São sistemas abertos, onde parte considerável da energia é dirigida para fora do sistema na época da colheita, em vez de ser armazenada na biomassa que poderia, então, se acumular dentro do sistema; b. Ciclagem de nutrientes: a reciclagem é mínima na maioria dos agroecossistemas, perdendo quantidades consideráveis com a colheita ou como resultado da lixiviação ou erosão, devido a grande redução nos níveis de biomassa permanente mantido dentro do sistema. A reposição das perdas tem ocorrido com nutrientes de insumos externos; c. Mecanismos reguladores de produção: devido a simplificação do ambiente e redução das interações tróficas em agroecossistemas, raramente populações de plantas cultivadas ou de animais são auto-reprodutoras ou auto- reguladoras. Os insumos humanos, na forma de sementes ou agentes de controle, 18 freqüentemente dependem de grandes subsídios de energia, determinando o tamanho das populações. A diversidade biológica é reduzida, as estruturas tróficas tendem a se tornar simplificadas, e muitos nichos não são ocupados; e d. Estabilidade: os agroecossistemas, comparados aos ecossistemas naturais, têm muito menos resistência, devido à sua reduzida diversidade funcional e estrutural. Quadro 4. Diferenças ecológicas-chave entre ecossistemas naturais e agroecossistemas. Ecossistemas naturais Agroecossistemas Produtividade líquida Média Alta Interações tróficas Complexas Simples, lineares Diversidade de espécies Alta Baixa Diversidade genética Alta Baixa Ciclos de nutrientes Fechados Abertos Estabilidade (resiliência) Alta Baixa Controle humano Independente Dependente Permanência temporal Longa Curta Heterogeneidade do habitat Complexa Simples Fonte: Gliessman (2001). Figura 8. Componentes funcionais de um ecossistema natural (Fonte: Gliessman, 2001). 19 Figura 9. Componentes funcionais de um agroecossistema natural (Fonte: Gliessman, 2001). 11. ECOSSISTEMAS NATURAIS E AGROECOSSISTEMAS SUSTENTÁVEIS Apesar dos contrastes agudos apontados, sistemas reais de ambos os tipos existem num contínuo. Poucos ecossistemas naturais são verdadeiramente naturais no sentido de serem completamente independentes da influência humana. Por outro lado os agroecossistemas podem variar bastante em sua necessidade de interferência humana e insumos. Os agroecossistemas podem ser desenhados para se aproximarem de ecossistemas naturais, em termos de características como diversidade, ciclagem de nutrientes e heterogeneidade de habitats. Fisicamente, os limites espaciais de um agroecossistema, como aqueles de um ecossistema, são algo arbitrários, sendo na prática equivalente a uma unidade produtiva rural individual, embora pudesse facilmente ser uma lavoura ou conjunto de unidades vizinhas. Na prática deve-se distinguir entre o que é externo e interno em um agroecossistema, tornando-se necessário quando se analisam os insumos, uma vez que algo não pode ser um insumo a menos que venha de fora do sistema. A convenção seguida é usar a fronteira espacial de uma agroecossistema (explícita ou implícita) como a linha divisória entre o interno e o externo. Insumos fornecidos pelo homem, portanto, qualquer substância ou fonte de energia de fora das fronteiras espaciais do sistema é um insumo humano externo (agrotóxicos, fertilizantes, sementes híbridas, combustíveis fósseis, tratores, irrigação, trabalho humano não residente na unidade produtivo). Há também insumos naturais: 20 radiação solar, precipitação, vento, sedimentos depositados por enchentes e os propágulos de plantas. O desafio de criar agroecossistemas sustentáveis é o de alcançar características semelhantes às de ecossistemas naturais, mantendo a produção para ser colhida. No trabalho em direção à sustentabilidade, o responsável se esforça, tanto quanto possível, para usar o conceito de ecossistema no desenho e manejo do agroecossistema. O fluxo de energia pode ser desenhado para depender menos de recursos não renováveis, alcançando-se um equilíbrio melhor entre o uso de energia para manter os processos internos do sistema e aquele disponível para a exportação, na forma de produtos que podem ser colhidos. O produtor pode esforçar-se para desenvolver e manter ciclos de nutrientes que sejam o mais fechado possível, a fim de reduzir as perdas de nutrientes do sistema e buscar maneiras sustentáveis de fazer retornar, para a unidade produtiva, os nutrientes exportados. Um agroecossistema deve incorporar a qualidade de ecossistema natural de resiliência, estabilidade, produtividade e equilíbrio dinâmico necessário para estabelecer uma base ecológica de sustentabilidade. À medida que se reduz o uso de insumos humanos externos no controle dos processos do agroecossistema, pode-se esperar uma mudança de sistemas dependentes de insumos artificiais para sistemas desenhados para usar processos e interações de ecossistemas naturais, além de materiais derivativos de dentro do sistema. 12. BIBLIOGRAFIA ARAUJO FILHO, J. A. & CARVALHO, F.C. Desenvolvimento sustentado da caatinga. In: ALVAREZ V., V.H.; FONTES, L.E.F. & FONTES, M.P.F., eds. O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa, DPS/UFV, 1996. p.125-134. ARAÚJO FILHO, J.A. & BARBOSA, T.M.B. Manejo agroflorestal da caatinga: uma proposta de sistema de produção. In: OLIVEIRA, T.S.; ASSIS Jr.; R.N.; ROMERO, R.E. & SILVA, J.R.C., eds. Agricultura, -sustentabilidade e o semi- árido. Fortaleza, DCS/UFC, 2000, p.47-56. ARAÚJO FILHO, J.A. & CARVALHO, F.C. Desenvolvimento sustentado da caatinga. Sobral, EMBRAPA, CNPC, 1996. 23p. BORTOLOZZO, S. ALIMENTOS: Desafios e Oportunidades. In: Seminário Comércio Internacional. Piauí, 2009. FIGUEIREDO, M.A., VERDE, L.W.L., CORRÊA, H.B., MIRANDA, P.T.C.; FERNANDES, A., BRAID, E.C.M., SILVA, E.V. & CAMPOS, J.A. Relatório técnico-científico sobre recursos biológicos e condições de biodiversidade. In: Recursos biológicos e condições de biodiversidade. Fortaleza, Projeto Áridas, [s.n.], 1994. p.142-155. (Projeto Áridas). GLIESSMAN, S.R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2001.653p. 21 MENEZES, R.S.C. & SAMPAIO, E.V.S.B. Agricultura sustentável no semi-árido nordestino . In: OLIVEIRA, T.S.; ASSIS Jr., R.N.; ROMERO, R.E. & SILVA, J.R.C., eds. Agricultura, sustentabilidade e o semi-árido. Fortaleza, DCS/UFC, 2000. p.20-46. MENEZES, R.S.C. & SAMPAIO, E.V.S.B. Agricultura sustentável no semi-árido nordestino . In: OLIVEIRA, T.S.; ASSIS Jr., R.N.; ROMERO, R.E. & SILVA, J.R.C., eds. Agricultura, sustentabilidade e o semi-árido. Fortaleza, DCS/UFC, 2000. p.20-46. MILLENNIUM ECOSYSTEM ASSESSMENT, Ecosystems and huma weel-being: Synthesis. Washington, DC, Island Press, 2005. 137p. PNUD-FAO-IBAMA. Plano de manejo florestal para a região do Seridó do Rio Grande do Norte. Natal, IBAMA. 1992. 3 v. PNUD-FAO-IBAMA-SUDENE. Documentos e relatório final: I Reunião sobre o Desenvolvimento do Setor Florestal do Nordeste. Recife, 1993. SÁ, I.B.; FOTIUS, G.A. & RICHÉ, G.R. Degradação ambiental e reabilitação natural do Trópico Semi-árido brasileiro. In: CONFERÊNCIA NACIONAL E SEMINÁRIO LATINO-AMERICANO DA DESERTIFICAÇÃO. Fortaleza, ESQUEL, Governo do Ceará, 1994. SAMPAIO, E.V.S.B. & SALCEDO, I. Diretrizes para o manejo sustentável dos solos brasileiros: região semi-árida. In: XXVI CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DO SOLO. Anais. Rio de Janeiro, 1997.(CD ROOM).
Compartilhar