Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA 02 SUS PARA CONCURSOS DA SAÚDE PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Professor: Adriano de Oliveira PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 59 AULA 02: PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS SUMÁRIO PÁGINA 1. Apresentação da Aula 2 2. O que é Participação Social na Saúde? 4 3. Definições da Lei 8.142 – Art. 1º 5 3.1 – Conselhos de Saúde 6 3.2 – Conferências de Saúde 8 4. Resolução 453 do CNS 16 7. Aplicação e Repasses de Recurso – Lei 8.142 / Art. 2º - 4º 33 8. Referências 41 9. Questões de revisão 42 10. Gabarito 59 APRESENTAÇÃO DA AULA Olá pessoal! Esta aula tratará da Lei 8.142, lei esta que foi publicada apenas alguns meses após a publicação da Lei 8.080. Na verdade os artigos da Lei 8.142 foram originalmente propostos para estarem inclusos no corpo da Lei 8.080, porém nessa primeira versão tais artigos foram vetados pelo Presidente da República à época, Fernando Collor. Isso não foi exatamente uma surpresa tendo em vista que acabáramos de sair de um regime ditatorial, e certamente a sociedade brasileira e seus governantes ainda não haviam resgatado plenamente seu espírito democrático e republicano. Devido a este histórico, algumas correntes utilizam o termo Lei Orgânica da Saúde para se referir ao conjunto formado pela Lei 8.080 e a Lei 8.142, e não somente a primeira. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 59 Mas porque esta lei causou tamanha polêmica e o que isto tem a ver com o processo de redemocratização do Brasil? A Lei 8.142 marcou a criação do Controle Social no Sistema Único de Saúde, simbolizando um justo reconhecimento de que o próprio SUS só foi possível em decorrência da luta das bases populares, formadas por trabalhadores da saúde e movimentos civis organizados que reivindicaram arduamente o direito universal à saúde. Daí a razão do título de nossa aula ser Participação Social no SUS. Vale dizer que este movimento foi pioneiro na construção de políticas públicas no Brasil, e portanto foi inspirador para vários outros grupos que militavam por outros direitos de importância semelhante. Ocorre que a despeito de termos conquistado esta lei desde os primórdios do SUS, sua aplicação sempre foi e continua sendo muito heterogênea nas diferentes partes do Brasil. Infelizmente, em muitos municípios, os Conselhos de Saúde, por exemplo, são criados como mera formalidade para justificar o repasse de recursos financeiros por parte do Governo Federal, porém não gozam de autonomia e legitimidade para participarem efetivamente da formulação e acompanhamento da execução de políticas de saúde junto aos gestores. Por esta razão alguns documentos foram formulados e publicados posteriormente, no intuito de esclarecer de maneira mais precisa o que se pretendia para o funcionamento adequado do principal dispositivo do Controle Social – os Conselhos de Saúde. Estas discussões culminaram em 2012 na publicação da Resolução 453 por inciativa do próprio Conselho Nacional de Saúde que com este ato contemplou o que já vinha sendo muito reivindicado nas Conferências de Saúde dos anos anteriores. Confiram os destaques desta aula no mural abaixo: O que é Participação Social na Saúde? Definições da Lei 8.142: Conselhos de Saúde / Conferências de Saúde Resolução 453 do Conselho Nacional de Saúde Repasses de recursos: Art. 2º - 8.142 PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 59 O QUE É PARTICIPAÇÃO SOCIAL NA SAÚDE? Ao estabelecer como princípio organizativo do Sistema Único de Saúde a participação comunitária, a Constituição Federal de 1988 apontou para a relevância da inserção de todos os segmentos da sociedade brasileira na construção das políticas públicas de saúde. Além disso, atribuiu grande importância à instâncias populares no acompanhamento e controle das ações do Estado, considerando as especificidades de cada região brasileira. Como já mencionei na apresentação da aula, a participação social na saúde foi estabelecida pela Lei nº 8.142/90. O resultado concreto desta lei foi a criação de Conselhos de Saúde e realização de Conferências de Saúde, nas três esferas de governo (federal, estadual e municipal), bem como de Colegiados de Gestão nas Secretarias de Saúde e serviços de saúde. Busca-se, desta maneira, que atores sociais historicamente excluídos dos processos decisórios participem, com o objetivo de influenciarem na definição e na execução das políticas de saúde, aproximando-as desta forma das reais necessidades de saúde da população. Cabe ressaltar que as instâncias formais do Controle Social não são ou não devem ser os únicos dispositivos que permitem a participação dos cidadãos na construção e fortalecimento do SUS. A gestão do SUS deve lançar mão de todas as formas possíveis de participação das pessoas na reivindicação e controle desta política pública. A Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa – ParticipaSUS prevê, por exemplo, a implantação de Ouvidorias e Auditorias. A despeito de todos estes recursos garantidos por lei, o maior desafio que perdura é a criação de uma eficiente rede de informação ao cidadão. E mais, do cidadão perceber-se como ator fundamental na reivindicação pelo seu direito pleno à saúde e de toda a sociedade brasileira manter-se mobilizada em torno da defesa de um sistema que vive sob constante ameaça dos interesses mercantis da iniciativa privada. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 59 DEFINIÇÕES DA LEI 8.142 Vamos vasculhar agora o texto da Lei 8.142 propriamente dito, nos valendo do seu tamanho enxuto, para entendermos exatamente quais foram as definições determinantes que ela trouxe já no seu artigo 1º. LEI 8.142 DE 28 DE DEZEMBRO DE 2012 Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas: I - a Conferência de Saúde; e II - o Conselho de Saúde. § 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde. § 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br6 de 59 § 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems) terão representação no Conselho Nacional de Saúde. § 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. § 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio, aprovadas pelo respectivo conselho. Vamos decifrar melhor as duas principais definições trazidas por este artigo explicando mais a fundo o que são e como funcionam estes dispositivos. Trago, porém, em ordem inversa à que aparece no texto da lei, tendo em vista que devem ser os Conselhos de Saúde que primordialmente convocam as Conferências de Saúde. Conselhos de Saúde Os Conselhos de Saúde são órgãos deliberativos que atuam como espaços participativos estratégicos na reivindicação, formulação, controle e avaliação da execução das políticas públicas de saúde. A proposição é que sejam compostos conselhos em todas esferas – nacional, estaduais, distrital e municipais. O número de conselheiros será indicado pelos plenários dos próprios conselhos ou das conferências de saúde, devendo a partir disso ser definido em lei na esfera correspondente. Na composição final deve haver 50% de representantes de usuários do SUS em relação aos demais segmentos. Qualquer pessoa pode presidir um conselho de saúde, desde que seja conselheiro e participe do processo de eleição deste colegiado. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 59 Devem funcionar mensalmente, por meio de reuniões regulares. Estas precisam ter ata que registre suas discussões. Os conselhos devem contar com um espaço adequado para a realização de suas atividades. E como devem atuar os Conselhos de Saúde? Na formulação de estratégias que auxiliem o poder público na gestão do sistema e no controle da execução da política de saúde, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros. O conselho também analisa e aprova o Plano de Saúde e o Relatório Anual de Gestão, instrumentos obrigatórios de prestação de contas dos governos à sociedade, conforme vimos na Lei 8.080. É fundamental que os Conselhos informem a sociedade sobre a sua atuação, para que sua representatividade seja legitimada. Agora que você compreender melhor o papel dos Conselhos de Saúde, resgato o quadro utilizado na aula anterior para que você entenda de maneira mais ampla a correlação destes com as instâncias gestoras. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 59 Conferências de Saúde As Conferências de Saúde consistem em fóruns públicos que acontecem de 4 em 4 anos, por meio de discussões sobre as políticas públicas de saúde realizadas em etapas municipais, regionais, estaduais e nacional, com a participação de segmentos sociais representativos do SUS (prestadores, gestores, trabalhadores e usuários), para avaliar e propor diretrizes para a formulação das políticas de saúde. Podem ser convocadas pelo representante do Poder Executivo ou preferencialmente pelo conselho de saúde, quando 50% + 1 (maioria simples) dos integrantes do respectivo conselho conclama a conferência. Trata-se de um espaço aberto de debate sobre a formulação e implantação de políticas de saúde. Todo cidadão pode participar, tendo direito a voz, porém o direito ao voto para a aprovação oficial de propostas que constarão no seu relatório final é previsto apenas às pessoas que são eleitas como delegados, rito este que ocorre em atividades preparatórias chamadas pré-conferências. Sua duração é estabelecida pelo plenário do respectivo Conselho de Saúde, a depender do dimensionamento das questões a serem discutidas. A composição de sua agenda (data e local) deve ser amplamente divulgada de modo a proporcionar a mais ampla oportunidade de participação possível. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 59 AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015 21) A Lei que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é (A) a Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990. (B) a Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. (C) a Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973. (D) a Lei n.º 8.080, de 19 de dezembro de 1990. (E) o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Comentário Começamos com uma questão bastante simples. Pelo tema da aula e tudo o que já foi exposto você certamente sabe que a resposta certa está na letra A. Meu destaque aqui é de que você deve memorizar a identificação das leis 8.080 e 8.142 e suas respectivas datas, já as demais basta que você tenha uma orientação do ano em que foram publicadas. AOCP – EBSERH/HE-UFPEL – 2015 23) O que é o Conselho de Saúde? (A) É o órgão colegiado, deliberativo e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de governo. (B) É o conselho que determina a seleção e a padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS. (C) O conselho de saúde determina o conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais. (D) O conselho de saúde viabiliza as ações e serviços de saúde voltados para o atendimento das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou individualmente. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 59 (E) É o conjunto de sistemas nacionais de informação de interesse para a saúde, gerenciado por órgãos do Governo Federal. Comentário Esta questão também é bem fácil, já na alternativa A encontramos uma definição simples e coerente com o conceito de Conselho de Saúde que a Lei 8.142 nos traz. Nas demais alternativas há elementos fáceis de identificar como erros, tais como: seleção e padronização de medicamentos, determinação de ações de saúde (papel das Secretarias), restrição a população indígena, sistemas de informação. Compare as 2 questões abaixo, abordadas na mesma prova. IBFC – EBSERH/HU-UFMA – 2013 24) Sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde, assinale a alternativa incorreta: (A) Foi prevista pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (B) É um dos princípios do SUS, expressos na lei 8080/1990. (C) A representação dos usuários no Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. (D) Pode ser exercida em outros espaços além dos institucionalizados (Conselho e Conferências de Saúde). (E) A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveiscorrespondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 59 IBFC – EBSERH/HU-UFMA – 2013 24) Sobre o controle social no SUS, assinale a alternativa incorreta: (A) O SUS foi a primeira política no Brasil a adotar constitucionalmente a participação popular como um de seus princípios. (B) A participação da comunidade na gestão do SUS foi definida pela lei nº 8142/1990. (C) A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. (D) A representação dos usuários nas Conferências de Saúde é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. (E) A representação dos usuários no Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. Comentário Fique atento a questões que solicitam a alternativa incorreta para que você não seja confundido na prova. Para identificar a resposta correta você precisa relembrar um pouco do que vimos na aula passada e que resgatei resumidamente nesta aula por meio de um quadro de correlação entre as instâncias de gestão e de participação social. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), como os próprios nomes sugerem, são instâncias de formadas apenas por gestores e, portanto, não contam com participação de usuários e nem de trabalhadores. Por outro lado estes organismos possuem assento no Conselho Nacional de Saúde, como representantes dos gestores. O Ministério da Saúde completa o grupo de representantes no Conselho Nacional de Saúde. Portanto as respostas são C e E respectivamente. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 59 AOCP – EBSERH/Nacional - 2015 23) Assinale a alternativa correta. (A) A Conferência de Saúde se reunirá a cada ano para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. (B) O Sistema Único de Saúde contará, em cada esfera de governo, com a Conferência de Saúde e com o Conselho de Saúde, como instâncias colegiadas. (C) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde não serão alocados como despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta. (D) Para receberem os recursos do Governo Federal, os municípios e os Estados não precisam ter plano de saúde. (E) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde não terão representação no Conselho Nacional de Saúde. Comentário Essa questão mistura um pouco outros elementos que não pertencem ao tema desta parte da aula, mas não há motivo para confundir. Talvez pudesse ser melhor colocar esta questão ao final da aula, mas a ênfase dela pertence a este tema. A letra B traz de maneira simples e direta a afirmação de que cada esfera deve ter constituído um Conselho de Saúde e realizar Conferências de Saúde, dispositivos centrais da nossa discussão. Portanto esta é a resposta correta. IBFC – EBSERH – 2013 25) Considerando a lei 8142/1990, analise os itens abaixo e a seguir assinale a alternativa correta: PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 59 I. A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada 2 (dois) anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde. II. O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. III. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde CONASEMS terão representação no Conselho Nacional de Saúde. A representação dos usuários nestes conselhos será definida pelos próprios conselhos. IV. A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências de Saúde será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. V. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio aprovados pelas respectivas secretarias municipais, estaduais ou Ministério da Saúde. A) I,II,III, IV e V estão corretas. B) Apenas II e IV estão corretas C) Apenas I,II,IV e V estão corretas. D) Apenas II, IV e V estão corretas. Comentário Nesta questão está mais fácil destacar os aspectos errôneos para PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 59 eliminarmos algumas afirmações e constatarmos assim as que restarem como corretas. I – já sabemos que as Conferências ocorrem a cada 4 anos e que devem ser convocadas preferencialmente pelos seus respectivos Conselhos. III – a primeira parte está correta, porém a definição da proporção de usuários nos conselhos já está dada na lei, deve ser a metade do total de conselheiros. V – Os regimentos de conselhos e conferências devem ser aprovados pelos plenários de cada um deles e não submetidos à instância gestora. Assim nos restou apenas os itens II e IV, o que nos dá como resposta a letra B. CONSULPLAN – SESAP/RN – 2008 14) A Lei Federal nº 8142/1990 foi editada tendo em vista os vetos que a Lei Federal nº 8080/1990 recebeu, principalmente no que tange à participação da Comunidade e ao repasse direto de recurso. Assim sendo, com essa lei foram criados(as): (A) Conselhos de Assistência Social. (B) Conferências de Saúde. (C) Comissão Intergestores Tripartite. (D) Programas de Saúde da Família. (E) CONASS - Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde. Comentário Não quero insinuar que questões deste tema são sempre fáceis assim. Creio que você consegue identificar que os dispositivos apresentados na lei 8.142 são os Conselhos de Saúde e as Conferências de Saúde. Por isso a única alternativa que pode estar correta é letra B. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 59 AOCP – EBSERH/HDT-UFT – 2015 24) De acordo com o que dispõe a Lei 8.142/90, a Conferência de Saúde é uma instância (A) singular; presente apenasno âmbito municipal; reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. (B) colegiada; presente apenas no âmbito municipal; reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. (C) singular; presente apenas no âmbito federal; reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. (D) colegiada; presente em cada esfera de governo; reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. (E) presente apenas em âmbito estadual e federal; reunir-se-á a cada quatro anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. Comentário Essa questão poderia tentar te confundir com esta terminologia inventada “singular”, ela não cabe para descrever nada deste tema. Assim a questão passa a ficar fácil, pois deixou apenas na letra D a afirmação de que o Conselho de Saúde está presente nas 3 esferas de governo. Portanto a resposta certa é D. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 59 RESOLUÇÃO nº 453 do CNS Não sei se você percebeu, mas as explicações que fiz no tópico anterior a respeito dos Conselhos de Saúde e das Conferências de Saúde vão além do que o texto do artigo 1º da Lei 8.142 nos permite concluir. Conforme eu disse na apresentação da aula, o texto da lei realmente é limitado e sempre exigiu um maior detalhamento. Assim, após vários esforços, chegou-se a um documento que poderíamos dizer que regulamenta a atividade dos Conselhos de Saúde. O documento ao qual me refiro é a Resolução nº453 do Conselho Nacional de Saúde, de 10 de maio de 2012. Esta resolução não faz menção direta as Conferências de Saúde, mas uma vez que os conselhos passam a ter um funcionamento mais claro, passam a ser capazes de organizar melhor também as Conferências de Saúde. Se você não está muito familiarizado com o universo da normatização de políticas públicas, talvez se pergunte porque este documento está na forma de uma resolução e não de uma portaria, um decreto ou até uma lei. Esclareço que portarias e decretos são atos exclusivos do poder executivo e aprovação de leis uma prerrogativa do poder legislativo. Para reafirmar a autonomia e relevância de seu papel, o Conselho Nacional de Saúde optou por publicar documento próprio para orientar o funcionamento dos Conselhos de Saúde. Este documento apresenta 3 principais subtítulos que exploraremos: DEFINIÇÃO DE CONSELHO DE SAÚDE A ORGANIZAÇÃO DOS CONSELHOS DE SAÚDE ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE SAÚDE Tendo em vista o grau de detalhamento trazido pela resolução utilizarei de maneira selecionada seu próprio texto para destacar os principais pontos. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 59 Definição de Conselho de Saúde Nesta primeira parte o documento retrata de maneira sintética uma definição de Conselho de Saúde, que acrescenta ao que se tinha anteriormente, a indicação de que os Conselhos de Saúde devem estar ligados a estrutura organizacional do Ministério ou Secretaria da esfera de gestão a que corresponde. “O Conselho de Saúde é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS) em cada esfera de Governo, integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, com composição, organização e competência fixadas na Lei nº 8.142/90.” Nesta definição vemos ainda um destaque para o reconhecimento de que a descentralização da saúde promoveu o surgimento de estruturas intermediárias para além dos 3 âmbitos já consolidados (nacional, estadual e municipal): Conselhos Regionais – que representam territórios onde se articulam conselhos municipais de uma mesma região. Conselhos Locais – que podem ser instituídos em unidades de saúde. Conselhos Distritais de Saúde – que podem ser instituídos em áreas de um mesmo município, sobretudo nos grandes centros urbanos. Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas – específicos para representação dos povos indígenas que habitam determinado território e que devem estar associados aos conselhos de saúde do município correspondente. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 59 A Organização dos Conselhos de Saúde Quanto aos objetivos dos conselhos de saúde a resolução detalha um pouco mais do que tínhamos na 8.142 da seguinte forma: os conselhos são uma instância privilegiada na proposição, discussão, acompanhamento, deliberação, avaliação e fiscalização da implementação da Política de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e financeiros. Outro aspecto importante da organização dos Conselhos é o número de conselheiros que os compõem. Como já vimos, a definição do total de membros de um conselho deve ser deliberado pelo plenário do próprio conselho, mas a resolução deixa mais claro como deverão ser distribuídas as vagas. Deve ser da seguinte forma: 50% de entidades e movimentos representativos de usuários; 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde; 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos. A resolução esclarece que a “participação de órgãos, entidades e movimentos sociais deverá ter como critério a representatividade, a abrangência e a complementaridade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde”. Isso quer dizer que a escolha de quais entidades representarão os segmentos de usuários e trabalhadores num determinado conselho deve ser pautada na análise dos grupos que sejam mais representativos e que melhor retratem as necessidades de saúde da sociedade daquele local. Para fins de ilustrar alguns exemplos de segmentos que podem estar representados nos Conselhos de Saúde em qualquer âmbito (nacional, estadual ou municipal) a resolução refere o seguinte: PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 59 • Associações de portadores de patologias; • Associações de portadores de deficiências; • Entidades indígenas; • Movimentos sociais e populares organizados; • Movimentos organizados de mulheres em saúde; • Entidades de aposentados e pensionistas; • Entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais, confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais; • Entidades de defesa do consumidor; • Organizações de moradores; • Entidades ambientalistas; • Organizações religiosas; • Trabalhadoresda área da saúde; • Associações, sindicatos, federações, confederações e conselhos de classe; • Comunidade científica; • Entidades públicas, hospitais universitários e hospitais no campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento; • Entidades patronais; • Entidades dos prestadores de serviço de saúde; e • Representantes do governo em sua respectiva esfera. Para que não se configure em conflito de interesse um profissional com cargo de direção ou de confiança na gestão do SUS, ou como prestador de serviços de saúde não pode ser representante do segmento de Usuários ou de Trabalhadores. O presidente de um conselho deve ser eleito entre os membros do próprio Conselho, em reunião plenária. Destaco também que não é permitida a participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselheiros nos Conselhos de Saúde. Estes PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 59 órgãos possuem um papel distinto e podem questionar, solicitar informações e provocar os Conselhos de Saúde a adotarem certas medidas sempre que julgarem pertinente. Quando não houver um Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Municipal de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. Esta última situação é muito incomum, tendo em vista a consolidação do Controle Social no âmbito estadual. Para finalizar esse subtópico destaco que os conselheiros de um determinado conselho em quaisquer instâncias não são remunerados, mas fazem jus a dispensa do seu trabalho para participar das atividades do mesmo, sem que isso acarrete em prejuízo para o conselheiro. IBFC – EBSERH/CHC-UFPR - 2015 22) Assinale a alternativa incorreta sobre a organização dos Conselhos de Saúde, nos termos da Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. (A) Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em atividade no Município, caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao executivo municipal, a convocação e realização da Conferência Municipal PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 59 de Saúde, que terá como um de seus objetivos a estruturação e composição do Conselho Municipal. O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde, quando não houver Conselho Estadual de Saúde constituído ou em funcionamento. (B) A participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselheiros, é preferencial nos Conselhos de Saúde. (C) As funções, como membros do Conselho de Saúde, não serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro. Para fins de justificativa, o Conselho de Saúde imitirá declaração de participação de seus membros durante o período das reuniões, representações, capacitações e outras atividades específicas. (D) O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos seus atos conforme legislação vigente. (E) O número de conselheiros será definido pelos Conselhos de Saúde e constituído em lei. Comentário As bancas estão danadas, perguntando qual a alternativa incorreta com frequência. Isso por um lado é bom porque você vai ler uma série de afirmações corretas nas alternativas, vai lembrar o conteúdo e pode talvez até te ajudar a identificar algum detalhe na alternativa que deve ser assinalada. Nesse caso nem é tão difícil, tenho falado reiteradas vezes que os representantes que compõem os conselhos são do poder executivo, da sociedade civil e dos trabalhadores da saúde. O poder judiciário e órgãos de controle externo não possuem assento nos conselhos de saúde. Portanto a resposta aqui está na letra B. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 59 IBFC - EBSERH/CHC-UFPR - 2015 22) Assinale a alternativa correta sobre os critérios relevantes para a participação nos Conselhos de Saúde, nos termos expressos da Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. (A) Tempo de formação, abrangência e ausência de direcionamento por gênero. (B) Número de membros da instituição, representatividade e capacidade financeira. (C) Tempo de formação, complementaridade do conjunto da sociedade e capacidade financeira. (D) Representatividade, abrangência e complementaridade do conjunto da sociedade. (E) Tempo de formação, número de membros da instituição e representatividade. Comentário Nesta questão vemos um enunciado que nos ajuda muito a saber o que procurar nas alternativas. O elemento que apareceu mais vezes nas alternativas foi o tempo de formação do sujeito que se candidata a conselheiro, o que não tem nada a ver, pois a pessoa pode inclusive não ser formada em coisa alguma. O critério principal que deve ser considerado para esta escolha é a abrangência da representatividade de cada entidade em relação aos setores da sociedade de um município, estado ou União, e não seu poder econômico. Ficamos assim com a alternativa D. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 59 AOCP – EBSERH/HE-UFSCAR – 2015 23) Assinale a alternativa correta. (A) Para receberem os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS), os Municípios, os Estados e o Distrito Federal não precisam ter uma contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento. (B) O Conselho Nacional de Saúde não terá representantes do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) e do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS). (C) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) não serão alocados para despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta. (D) É considerada Região de Saúde, o espaço geográfico delimitado por bacias hídricas, podendo constituir agrupamento de municípios, limítrofes ou não. (E) A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como critério a representatividade, a abrangência e a complementariedade do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho de Saúde. De acordo com as especificidades locais. Comentário Eu poderia ter juntado esta questão com a anterior, como fiz em diversos casos. Porém eu fiz questão de separá-las para destacar as diferenças entre suas formas de apresentação. A começar pelo enunciado que não aponta para coisa alguma. Para dificultar um pouco mais ela traz temas completamente diferentes nas alternativas. Porém ela traz um aspecto que pode te ajudar, textos mais completos, que te permitem uma melhor análise. Tal como vimos na questão anterior, a alternativa Etraz uma descrição adequada dos critérios de escolha das entidades que terão assento nos conselhos de saúde, por isso ela é a resposta correta. De qualquer forma não se preocupe, os temas das demais alternativas aparecerão mais para frente. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 59 AOCP – EBSERH/HDT-UFT - 2015 21) De acordo com o que dispõe a Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde, as funções como membro dos Conselhos de Saúde (A) não serão remuneradas, considerando-se o seu exercício de relevância pública e, portanto, garante a dispensa do trabalho sem prejuízo para o conselheiro. (B) serão remuneradas, considerando que o seu exercício é de relevância pública, com valor correspondente a 1 salário mínimo por ato praticado pelo conselheiro, limitado este valor ao teto do Regime Geral da Previdência Social. (C) serão remuneradas, considerando que o seu exercício é de relevância pública, quando o conselheiro tiver que ausentar-se do trabalho, oportunidade em que o Estado indenizará o empregador. (D) serão remuneradas com valores suficientes para compensar os dias de trabalho perdidos pelo conselheiro. (E) não serão remuneradas, porque, devido ao seu caráter facultativo e eventual, são exercidas somente aos sábados, domingos e feriados, de modo que não há necessidade de afastamentos ou dispensa do trabalho do conselheiro. Comentário Infelizmente alguns conselhos de saúde, sobretudo municipais, sofrem dificuldade em manter um quadro amplo de representatividade. Certamente isso não seria um problema se houvesse qualquer tipo de remuneração para os que se tornassem conselheiros. Talvez tivéssemos um outro tipo de problema, uma excessiva disputa em torno destes cargos, como vemos nas eleições para os Conselhos Tutelares, por exemplo. Como vimos no texto, não há remuneração para o exercício desta importante função social, mas ao menos há um respaldo para ausentar-se do trabalho para participação de atividades oficiais do conselho. Portanto letra A é a resposta correta. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 59 Mais uma duplinha para analisarmos. IBFC – EBSERH/HU-UNIVASF – 2014 21) De acordo com a Resolução nº 453, de 10 de maio de 2012 do Conselho Nacional de Saúde, recomenda-se que, a cada eleição, os segmentos de representações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de: (A) No mínimo, 30% de suas entidades representativas. (B) No máximo, 25% de suas entidades representativas. (C) No mínimo, 20% de suas entidades representativas. (D) No máximo, 30% de suas entidades representativas. (E) No mínimo, 50% de suas entidades representativas. IBFC – EBSERH – 2013 23) Sobre a Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde, que define funcionamento dos conselhos de saúde, assinale a alternativa incorreta: (A) A cada eleição, os segmentos de representações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu critério, promovem a renovação de, no mínimo, 50% de suas entidades representativas. (B) Compete aos conselheiros examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades, nas ações e aos serviços de saúde. (C) O tempo de mandato dos conselheiros será definido pelas respectivas representações. (D) O conselho de saúde terá poder de decisão sobre o seu orçamento e não será mais apenas o gerenciador de suas verbas. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 59 Comentário Tanto no texto quanto no quadro de resumo das mudanças foi dito que é recomendável que a cada eleição do conselho ocorra uma renovação das entidades que representam cada segmento, com exceção dos gestores que só podem ser representados pelas próprias Secretarias de Saúde ou Ministério. Esse percentual mínimo é de 30%. Mais um motivo para não haver disputas acirradas na composição dos conselhos de saúde, pois as entidades mais relevantes sempre tem chance de comporem quando ocorre uma nova eleição. Todavia não foi estabelecido um percentil máximo para esta mudança, ficando a cargo portanto do próprio plenário. Assim na primeira questão a resposta é letra A e na questão seguinte em que é pedida a alternativa incorreta ficamos com a letra A novamente, pois traz um percentil diferente do preconizado. Estrutura e Funcionamento dos Conselhos de Saúde O primeiro fator em destaque nesta parte está relacionado ao financiamento. As três esferas de governo devem garantir a autonomia administrativa para o pleno funcionamento do seu respectivo Conselho de Saúde, por meio de dotação orçamentária específica e permitindo uma execução financeira indepentente. Quanto a dinâmica das reuniões, fica determinado que o Plenário do Conselho de Saúde deve se reunir, no mínimo, uma vez ao mês e, extraordinariamente, pode convocar outras reuniões dentro do mesmo período quando necessário. Já as decisões e deliberações só podem ser adotadas mediante quórum mínimo (metade mais um) dos seus integrantes. A cada quadrimestre o gestor (secretário ou ministro) deverá fazer um pronunciamento junto ao respectivo conselho com intuito de prestar contas, por meio de relatório detalhado que conste informações PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 59 sobre o plano de saúde, relatório de gestão, dados sobre o montante e a forma de aplicação dos recursos. No exercício do seu papel de acompanhamento e controle cabe ao conselho manifestar-se por meio de resoluções, recomendações, moções e outros atos deliberativos. Estas resoluções, tal como foi com a Resolução nº 453, devem ser homologadas e publicadas pelo chefe do poder executivo em cada esfera de governo (prefeito, governador ou presidente). Finalizo apresentando um quadro resumo produzido pelo Conselho Nacional de Saúde que demonstra quais foram as mudanças mais significativas trazidas pela Resolução nº 453. Tema O que mudou 1. Atribuições Na nova versão foram incluídas as atribuições previstas na Lei Complementar nº 141, de 13 de janeiro de 2012 e no Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011, que regulamentam a Lei Orgânica da Saúde. Assim, os conselhos poderão avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS e, além disso, irão examinar propostas e denúncias de indícios de irregularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem como apreciar recursos a respeito de deliberações do Conselho, nas suas respectivas instâncias. 2. Mandato De acordo com a nova versão, o tempo de mandato dos conselheiros será definido pelas respectivas representações. As entidades, movimentos e instituições eleitas para o conselho de saúde terão seus representantes indicados, por escrito, conforme processos estabelecidos pelas respectivas entidades, movimentos e instituições e de acordo com a sua organização, com a recomendaçãode que ocorra renovação de seus representantes. 3. Renovação de entidades A recomendação explicitada no novo texto é de que, a cada eleição, os segmentos de representações de usuários, trabalhadores e prestadores de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de, no mínimo, 30% de suas entidades representativas. 4. Responsabilidades A atualização do texto deixou explícito que, no exercício de sua função, o conselheiro deve estar ciente de que, responderá conforme legislação vigente por todos os seus atos. 5. Participação da sociedade As reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde, além de serem abertas ao público, deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 59 6. Orçamento O conselho de saúde terá poder de decisão sobre o seu orçamento, não será mais apenas o gerenciador de suas verbas. 7. Quorum A nova redação esclarece os conceitos de maioria simples (o número inteiro imediatamente superior à metade dos membros presentes), maioria absoluta (o número inteiro imediatamente superior à metade do total de membros do conselho) e maioria qualificada (2/3 do total dos membros do conselho) de votos para tomada de decisão do CNS. 8. Competências A adequação das competências dos conselhos ao que está previsto no atual regimento do Conselho Nacional de Saúde, também foi explicitada no novo texto. 9. Banco de dados Compete ao próprio conselho, atualizar periodicamente as informações sobre o conselho de saúde no Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde (SIACS) Já começamos esta nova sessão diante de duas questões que perguntam sobre o mesmo aspecto. Compare-as e procure respondê-las. AOCP – EBSERH/HDT-UFT - 2015 21) De acordo com as diretrizes da Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde, o Plenário dos Conselhos de Saúde (A) se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias. (B) se reunirá, no mínimo, a cada quatro meses e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 15 (quinze) dias. (C) se reunirá, no mínimo, uma vez por semana e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 59 o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas. (D) se reunirá em todos os finais de semana e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas. (E) se reunirá, no mínimo, a cada ano e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 5 (cinco) dias. IBFC – EBSERH/CHC-UFPR – 2015 24) Assinale a alternativa correta nos termos expressos da Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. A) As reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são fechadas ao público; B) O Plenário do Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento interno. A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias; C) Os Conselhos de Saúde são impedidos de buscar auditorias externas sobre as contas e atividades do Gestor do Sistema Único de Saúde; D) O orçamento do Conselho de saúde é imposto pelo Ministério Público; E) As reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são fechadas ao público e devem ser presididas pelo Diretor Jurídico. Comentário A primeira questão fica fácil distinguir pela periodicidade proposta para a realização de reuniões do plenário dos conselhos, foi bastante PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 59 enfatizado na aula que os conselhos devem se reunir minimamente uma vez ao mês e que podem convocar reuniões extraordinárias se for necessário. Só não valorizei muito a questão da antecedência com que a mesa diretora tem de encaminhar a pauta em preparação para as reuniões ordinárias. Como a alternativa A prescreve, a antecedência deve ser de 10 dias. Já na segunda questão cabe destacar que as reuniões dos conselhos de saúde devem ser abertas ao público, se o conselho considerar necessário ele pode contratar uma auditoria externa, mas o Ministério Público não tem nada a ver com o orçamento dos conselhos e é o presidente de cada conselho quem o preside. Com isso a resposta é B. Eu disse que as questões sobre a Resolução 453 estão realmente infestadas de repetições temáticas. Segue mais um combo. IBFC - EBSERH/CHC-UFPR A 2015 23) Assinale a alternativa correta sobre o orçamento dos Conselhos de Saúde, nos termos da Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde. A) O Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento. B) O orçamento do Conselho de saúde é imposto pelo Poder Executivo. C) O Conselho de Saúde não tem orçamento. D) O orçamento do Conselho de saúde é imposto pelo Ministério Público. E) O orçamento do Conselho de saúde é imposto pelo Poder Legislativo. AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015 23) Conforme a Resolução n.°453, de 10 de Maio de 2012, que trata da “Estrutura e Funcionamento dos Conselhos de Saúde”, assinale a alternativa INCORRETA. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 59 (A) Cabe ao conselho de Saúde deliberar em relação à sua estrutura administrativa e ao quadro de pessoal. (B) O Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva coordenada por pessoa preparada para a função, para o suporte técnico administrativo, subordinada ao Plenário do Conselho de Saúde, que definirá sua estrutura e dimensão. (C) O conselho de Saúde nunca decide sobre o seu orçamento. (D) O Plenário de Conselho de Saúde se reunirá, no mínimo, a cada mês e, extraordinariamente, quando necessário, e terá como base o seu Regimento Interno. A pauta do material de apoio às reuniões deve ser encaminhada aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias. (E) As reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade. Comentário Os Conselhos de Saúde, em qualquer instância, são autônomos para decidirem sobre seu orçamento. Portanto as respostas corretas são A e C, respectivamente. IBFC – EBSERH – 2013 23) Sobre a Resolução 453/2012 do Conselho Nacional da Saúde, que define funcionamento dos conselhos de saúde, assinalea alternativa incorreta: (A) As reuniões plenárias dos Conselhos de Saúde são abertas ao público e deverão acontecer em espaços e horários que possibilitem a participação da sociedade. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 59 (B) É competência do Conselho de Saúde avaliar e deliberar sobre contratos, consórcios e convênios, conforme as diretrizes dos Planos de Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito Federal e Municipais. (C) Acompanhar e controlar a atuação do setor privado credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde não é competência do Conselho de Saúde. (D) É competência do Conselho de Saúde fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos respectivos órgãos de controle interno e externo, conforme legislação vigente. Comentário Para finalizarmos esta parte com chave de ouro vemos uma questão que resgata as competências dos conselhos de saúde em sua respectiva esfera de atuação. E para tanto mais uma vez ele te pede para encontrar a incorreta. Reitero que o bom disso é que a leitura das alternativas corretas serve como uma revisão. As reuniões dos conselhos são abertas a participação de qualquer cidadão. E cabe a todo e qualquer conselho o exercício de ações de fiscalização e controle das ações de saúde realizadas pelos gestores, inclusive quando envolve a iniciativa privada. Portanto a letra C está incorreta, sendo assim essa é nossa escolha para responder esta questão. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 59 APLICAÇÃO E REPASSES DE RECURSOS Para concluirmos esta aula quero dizer que a Lei nº 8.142 possui outros artigos, além do primeiro que exploramos detalhadamente, que tratam de regras para o emprego de recursos federais para as ações no próprio âmbito federal e estabelece diretrizes para o repasse dos mesmos para Estados e Municípios. Confira abaixo em quais termos a lei traz essa abordagem. Tecerei alguns comentários e vou sublinhá-los para que você possa distinguí-los. Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como: I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta; II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério da Saúde; IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo destinar- se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde. Por muito tempo discute-se esta questão de quais tipos de investimentos se configuram em gastos com saúde. Sob o argumento de que a saúde é uma política de caráter intersetorial, muito governantes utilizavam verbas da saúde para montar espaços de lazer na cidade ou mesmo com infraestrutura e saneamento básico. A despeito da relevância destes fatores para a saúde humana, existem outras políticas públicas PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 59 com financiamento próprio para lidar com estas questões. Essa definição mais clara de quais tipos de investimentos são próprios da saúde só foi regularizada com o advento da Emenda Constitucional nº 29 em 2000 e mais recentemente com os acréscimos da Lei Complementar nº 141 de 2012. Essa explicação também inclui o § 1° do artigo 3º logo abaixo. Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990. § 1° Enquanto não for regulamentada a aplicação dos critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990, será utilizado, para o repasse de recursos, exclusivamente o critério estabelecido no § 1° do mesmo artigo. (Vide Lei nº 8.080, de 1990) § 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados. A clausúla apresentada pelo parágrafo 2 é muito pertinente, tendo em vista que a descentralização do sistema faz recair sobre a responsabilidade dos municípios a maior parte da execução de ações de saúde por meio de sua rede de serviços. § 3° Os Municípios poderão estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, remanejando, entre si, parcelas de recursos previstos no inciso IV do art. 2° desta lei. Para ajudá-lo(a) a compreender melhor a proposta do parágrafo acima, trago uma definição de consórcio, para fins de execução de PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 59 políticas de saúde, conforme manual publicado pelo próprio Ministério da Saúde em 1997: “Consórcio significa, do ponto de vista jurídico e etimológico, a união ou associação de dois ou mais de dois entes da mesma natureza. O consórcio não é um fim em si mesmo; constitui, sim, um instrumento, um meio, uma forma para a resolução de problemas ou para alcançar objetivos comuns”. “Ao expressar um acordo firmado entre municípios, possibilita aos prefeitos municipais assegurar ações e serviços mediante a utilização dos recursos materiais e humanos disponíveis. A união desses recursos produzirá os resultados desejados, o que não ocorreria se os municípios atuassem isoladamente.” Por último a lei traz as condições ou pré-requisitos para que os municípios e estados estejam aptos a receberem transferências de recursos federais afim de executarem as políticas de saúde em seus territórios. Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com: I - Fundo de Saúde; II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990; III - plano de saúde; IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990; V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 59 Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União. Tendo em vista que este não é um tema central do eixo desta aula, motivo inclusive pelo qual deixie-o para o final da aula; que sua ocorrência é pouco frequente em provase que as as questões tem um caráter muito voltado a memorização; seguirei direto para as questões para que consideremos o que mais for necessário de maneira já aplicada. IBFC – EBSERH/CHC-UFPR - 2015 25) Considerando as disposições da Lei Federal n° 8.142 de 28/12/1990 que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde {SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências, assinale a alternativa correta. (A) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) não incluem investimentos previstos em lei orçamentárias, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional. (B) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) Não incluem investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde. (C) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) incluem cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal, desde que não destinados a investimentos na rede de serviços. (D) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 59 (E) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) não permitem despesas de custeio do Ministério da Saúde. Comentário Esta questão busca confundi-lo(a) ao mencionar em seu enunciado o termo transferências intergovernamentais, que é na verdade sinônimo de repasse financeiro. Porém a alternativa correta fala do uso do recurso federal para atender as necessidades do próprio Ministério, e não algo relacionado a repasse federal para as outas intâncias. As alternativas errôneas utilizam parte de uma descrição correta mas negam ou fazem ressalvas impertinentes no final da redação. A resposta então está na letra D. CURSIVA – Pref. Abelardo Luz/SC – 2015 31) De acordo com a lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde, podemos afirmar que os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados de acordo com as sentenças abaixo, exceto uma, qual é? A) despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta; B) investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; C) cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal; D) investimentos previstos no Plano Decenal do Ministério da Saúde. Comentário Esta questão traz de uma outra forma o mesmo aspecto abordado na questão anterior. É interessante você constatar o quanto que as alternativas desta questão respondem as as alternativas enganosas da PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 59 anterior. Assim fica restando apenas uma letra alternativa como possibilidade, pois se refere a um Plano Decenal, que não existe. Letra D. AOCP – EBSERH/Nacional – 2015 23) Assinale a alternativa correta. (A) O Conselho de Saúde terá 25% das suas vagas destinadas às entidades e movimentos representativos de usuários, 25% às entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde, 25% à representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos, e 25% aos representantes dos laboratórios farmacêuticos. (B) Aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal, compete fazer experiências com ervas medicinais de várias regiões do Brasil. (C) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde não serão alocados como investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde. (D) Para receberem os recursos do Governo Federal, os Municípios e os Estados devem contar com Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) e Fundo de Saúde. (E) Os municípios podem estabelecer consórcio para execução de ações e serviços de saúde, não podendo remanejar, entre si, parcelas dos recursos recebidos. Comentário Creio que por pouco você não pensou que esta questão veio parar na parte errada da aula, tendo em vista que as 2 primeiras alternativas retratam aspectos sobre os conselhos de saúde. Porém são justamente essas 2 alternativas as mais fáceis de descartar, pois possuem erros grosseiros. Passamos então pelo artigo 2º da Lei 8.142 e vemos que os recursos do FNS devem sim ser alocados conforme consta no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde (hoje chamado de Plano Plurianual - PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 59 PPA). Daí caímos no último artigo (4º) para lembrarmos que municípios e estados precisam ter Comissões de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS) e um Fundo de Saúde estruturado, para fazerem jus ao recebeminto de verbas federais. Portanto a resposta é D. AOCP – HU/UFGD – 2014 24) Parte dos recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. Conforme a Lei 8.142/1990, referidos recursos serão destinados: (A) pelo menos setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados. (B) pelo menos cinquenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados. (C) pelo menos sessenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos Estados. (D) pelo menos setenta por cento, aos Estados, afetando-se o restante aos Municípios. (E) pelo menos cinquenta por cento, aos Estados, afetando-se o restante aos Municípios. Comentário Mencionei este aspecto enfaticamente em um dos comentários sobre estes últimos artigos da Lei 8.142. Como os municípios se tornaram mais responsáveis pela execução das ações de saúde precisam captar mais recursos para o financiamento do seus sistemas. Portanto a resposta correta está na alternativa A. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 40 de 59 AOCP – EBSERH/HU-UFMS – 2014 23) Analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta as corretas. De acordo com a Lei nº 8.142/1990, os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão alocados como: I. despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, apenas da administração direta. II. investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional. III. investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde. IV. cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. (A) Apenas I, II e IV. (B) Apenas I, II e III. (C) Apenas II, III e IV. (D) Apenas II e III. (E) I, II, III e IV." Comentário Você está diante de mais uma questão que lista uma série de possibilidades legítimasde alocação de recursos do Fundo Nacional de Saúde. A única afirmativa que está restrita é a I, pois diz que os recursos só pode poderiam ser alocados para uso da administração direta, e sabemos que isso também se aplica a administração indireta. Portanto a resposta é letra C. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 41 de 59 REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde. Conselhos de saúde: a responsabilidade do controle social democrático do SUS / Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. – 2. ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 28 p. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS - ParticipaSUS / Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. – 2. ed. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2009. 44 p. – (Série B. Textos Básicos de Saúde) Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Para entender a gestão do SUS / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. - Brasília: CONASS, 2003. 248 p. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 42 de 59 QUESTÕES IBFC – EBSERH-HUUFMA – 2013 1) Sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde, assinale a alternativa incorreta: A) Foi prevista pela Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. B) É um dos princípios do SUS, expressos na lei 8080/1990. C) A representação dos usuários no Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. D) Pode ser exercida em outros espaços além dos institucionalizados (Conselho e Conferências de Saúde). E) A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada 4 anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, por este ou pelo Conselho de Saúde. AOCP – EBSERH/HU-UFJF – 2015 2) A Lei que dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) é (A) a Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990. (B) a Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. (C) a Lei n.º 5.869, de 11 de janeiro de 1973. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 43 de 59 (D) a Lei n.º 8.080, de 19 de dezembro de 1990. (E) o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. IBFC – EBSERH – 2013 3) Considerando a lei 8142/1990, analise os itens abaixo e a seguir assinale a alternativa correta: I. A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada 2 (dois) anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo ou, extraordinariamente, pelo Conselho de Saúde. II. O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por representantes do governo, prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. III. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS e o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde CONASEMS terão representação no Conselho Nacional de Saúde. A representação dos usuários nestes conselhos será definida pelos próprios conselhos. IV. A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e Conferências de Saúde será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. V. As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua organização e normas de funcionamento definidas em regimento próprio PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 44 de 59 aprovados pelas respectivas secretarias municipais, estaduais ou Ministério da Saúde. A) I,II,III, IV e V estão corretas. B) Apenas II e IV estão corretas C) Apenas I,II,IV e V estão corretas. D) Apenas II, IV e V estão corretas. IBFC – EBSERH-HUUFMA – 2013 4) Sobre o controle social no SUS, assinale a alternativa incorreta: (A) O SUS foi a primeira política no Brasil a adotar constitucionalmente a participação popular como um de seus princípios. (B) A participação da comunidade na gestão do SUS foi definida pela lei nº 8142/1990. (C) A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. (D) A representação dos usuários nas Conferências de Saúde é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. (E) A representação dos usuários no Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS) é paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 45 de 59 AOCP – EBSERH - Nacional - 2015 5) Assinale a alternativa correta. (A) A Conferência de Saúde se reunirá a cada ano para avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para formulação da política de saúde nos níveis correspondentes. (B) O Sistema Único de Saúde contará, em cada esfera de governo, com a Conferência de Saúde e com o Conselho de Saúde, como instâncias colegiadas. (C) Os recursos do Fundo Nacional de Saúde não serão alocados como despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta. (D) Para receberem os recursos do Governo Federal, os municípios e os Estados não precisam ter plano de saúde. (E) O Conselho Nacional de Secretários de Saúde e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde não terão representação no Conselho Nacional de Saúde. AOCP – EBSERH/HDT-UFT – 2015 6) De acordo com o que dispõe a Lei 8.142/90, a Conferência de Saúde é uma instância (A) singular; presente apenas no âmbito municipal; reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. (B) colegiada; presente apenas no âmbito municipal; reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar PARTICIPAÇÃO SOCIAL NO SUS Prof. Adriano de Oliveira – Aula 02 Prof. Adriano de Oliveira www.estrategiaconcursos.com.br 46 de 59 a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. (C) singular; presente apenas no âmbito federal; reunir-se-á a cada dois anos com a representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde. (D) colegiada; presente em cada esfera de governo;
Compartilhar