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12 - ECA

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Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ECA 
1 
 
Sumário 
PONTO 1 - DA PROTEÇÃO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. CONCEITOS, DEVERES, GARANTIAS E PRIORIDADES. DA 
INTERPRETAÇÃO DA NORMA ESTATUTÁRIA. .................................................................................................................. 6 
1. CONCEITUE O DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE.................................................................................................................... 6 
2. O QUE É A DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL? ................................................................................................................. 6 
3. O QUE É A TRILOGIA DA PROTEÇÃO INTEGRAL? ............................................................................................................................... 6 
4. DIFERENCIE CRIANÇA, ADOLESCENTE E JOVEM. ................................................................................................................... 6 
5. CITE TRÊS DIFERENÇAS NO TRATAMENTO DADO PELO ECA ÀS CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES? ............................................................. 7 
6. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PODE SER APLICADO A MAIORES DE IDADE? ..................................................................... 7 
7. QUAL A DIFERENÇA DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PARA O CÓDIGO DE MENORES? ......................................................... 7 
8. O QUE É A ABSOLUTA PRIORIDADE? .............................................................................................................................................. 8 
9. QUAIS SÃO OS VETORES INTERPRETATIVOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE? ................................................................... 8 
10. TODO ADOLESCENTE É JOVEM? .................................................................................................................................................. 8 
11. O ESTATUTO DA JUVENTUDE SE APLICA AOS ADOLESCENTES? .......................................................................................................... 8 
12. QUAIS SÃO OS DIREITOS GARANTIDOS ÀS CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES? ...................................................................................... 8 
13. DE QUEM É O DEVER DE EFETIVAR OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTES? ......................................................................... 9 
14. QUAL FOI O CRITÉRIO UTILIZADO PELO LEGISLADOR PARA DEFINIR CRIANÇA E ADOLESCENTE? ............................................................... 9 
15. A EMANCIPAÇÃO RETIRA A PESSOA DO CAMPO DE INCIDÊNCIA DO ECA? ........................................................................................... 9 
16. O QUE É O DIREITO DE SER ADOLESCENTE? ................................................................................................................................... 9 
17. QUAIS AS CRÍTICAS À UTILIZAÇÃO DO TERMO “MENOR”? ............................................................................................................... 9 
18. O CONCEITO DE CRIANÇA DA CONVENÇÃO SOBRE DIREITO DA CRIANÇA É O MESMO CONCEITO DO ECA? .............................................. 9 
PONTO 2 - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS. DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO. .................................................................... 10 
19. QUAIS SÃO OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE? ..................................................................................... 10 
20. CONCEITUE PRIMEIRA INFÂNCIA E EXPLIQUE O TRATAMENTO DO ECA SOBRE ELA. ............................................................................. 10 
21. O QUE É DIREITO AO ALEITAMENTO MATERNO? .......................................................................................................................... 11 
22. QUAIS SÃO AS DIMENSÕES DO DIREITO À VIDA? .......................................................................................................................... 11 
23. CONCEITUE ABORTO. ............................................................................................................................................................. 11 
24. O QUE É ABORTO NECESSÁRIO? ............................................................................................................................................... 12 
25. O QUE É ABORTO SENTIMENTAL OU HUMANITÁRIO? ................................................................................................................... 12 
26. O QUE É ANTECIPAÇÃO TERAPÊUTICA DO PARTO DE ANENCÉFALOS? ............................................................................................... 12 
27. QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES DOS HOSPITAIS EM RELAÇÃO ÀS GESTANTES? ....................................................................................... 12 
28. O QUE É A DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO E QUAL É SUA IMPORTÂNCIA?........................................................................................ 13 
29. O QUE É O “DIREITO AO PARTO ANÔNIMO”? .............................................................................................................................. 13 
30. SE O PROFISSIONAL DE SAÚDE SUSPEITAR QUE UMA CRIANÇA RECEBEU CASTIGO FÍSICO, QUAL É SUA OBRIGAÇÃO? ................................ 13 
31. O QUE É CASTIGO FÍSICO, TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE E MAUS-TRATOS CONTRA A CRIANÇA OU ADOLESCENTE? ..................... 13 
32. O DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO DA CRIANÇA RECEBE ALGUM TRATAMENTO ESPECIAL PELO ECA? ....................................................... 14 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ECA 
2 
 
33. COMO É DISCIPLINADA A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇA EM PROGRAMA DE TELEVISÃO? ........................................................................ 14 
34. QUAIS SÃO OS ASPECTOS COMPREENDIDOS PELO DIREITO À LIBERDADE? ........................................................................................ 14 
35. O QUE É O DIREITO AO RESPEITO E COMO O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA O AFETA? ................................................. 15 
36. É POSSÍVEL O CORTE FORÇOSO DE CABELOS DO ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA? ................................. 15 
37. AS PESSOAS RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS OU ADOLESCENTES QUE UTILIZAREM CASTIGO FÍSICO OU TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE 
ESTÃO SUJEITAS A QUAIS MEDIDAS? .................................................................................................................................................. 15 
38. O QUE É “BULLYING”?............................................................................................................................................................ 16 
39. EM QUE CONSISTE O DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA? ...................................................................................... 16 
40. COMO GARANTIR A CONVIVÊNCIA FAMILIAR EM RELAÇÃO A PAIS PRIVADOS DE LIBERDADE? ............................................................... 16 
41. O QUE É FAMÍLIA NATURAL?.................................................................................................................................................... 17 
42. O QUE É FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA? ................................................................................................................................ 17 
43. O QUE É FAMÍLIA DISFUNCIONAL? ............................................................................................................................................ 17 
44. O QUE É FAMÍLIA SUBSTITUTA? ................................................................................................................................................ 17 
45. O QUE É FAMÍLIA MATRIMONIAL? ............................................................................................................................................ 17 
46. O QUE É FAMÍLIA MONOPARENTAL?......................................................................................................................................... 17 
47. O QUE É UNIÃO ESTÁVEL? ....................................................................................................................................................... 17 
48. O QUE É FAMÍLIA ANAPARENTAL? ............................................................................................................................................ 17 
49. O QUE É FAMÍLIA HOMOAFETIVA? ............................................................................................................................................ 18 
50. O QUE É FAMÍLIA MOSAICO? ................................................................................................................................................... 18 
51. O QUE É FAMÍLIA EUDEMONISTA? ............................................................................................................................................ 18 
52. EM RELAÇÃO AO AMBIENTE EM QUE DEVEM CONVIVER, QUAL É A ORDEM HIERÁRQUICA DE PRESUNÇÃO DE MAIOR BEM-ESTAR PARA 
CRIANÇA E ADOLESCENTE? ............................................................................................................................................................... 18 
53. O QUE É PODER FAMILIAR? ..................................................................................................................................................... 18 
54. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE? ................................................. 18 
55. O QUE É PATERNIDADE SOCIOAFETIVA? ..................................................................................................................................... 19 
56. O QUE É MULTIPARENTALIDADE? ............................................................................................................................................. 19 
57. COMO SE RECONHECE A FILIAÇÃO? ........................................................................................................................................... 19 
58. O RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE EM TESTAMENTO NULO OU REVOGADO PRODUZ EFEITOS? ...................................................... 19 
59. QUAIS SÃO OS DEVERES DOS PAIS EM RELAÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE? .............................................................................. 19 
60. OS PAIS MISERÁVEIS PERDEM O PODER FAMILIAR? ...................................................................................................................... 19 
61. OS PAIS PRIVADOS DE LIBERDADE PERDEM O PODER FAMILIAR? ..................................................................................................... 20 
62. QUAIS SÃO AS FORMAS DE EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR?.......................................................................................................... 20 
63. EM QUE HIPÓTESES O JUIZ PODERÁ DECRETAR A PERDA DO PODER FAMILIAR? ................................................................................. 20 
64. O QUE É GUARDA? ................................................................................................................................................................ 20 
65. O QUE É GUARDA COMPARTILHADA? ........................................................................................................................................ 20 
66. OS PAIS BIOLÓGICOS PODEM VISITAR O FILHO DO QUAL NÃO DETÊM A GUARDA? ............................................................................. 21 
67. O QUE É TUTELA? .................................................................................................................................................................. 21 
68. O QUE É ADOÇÃO? ................................................................................................................................................................ 21 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ECA 
3 
 
69. O QUE É ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA E QUAL SUA FINALIDADE? ....................................................................................................... 21 
70. PARA QUE SERVE O CADASTRO DE ADOTANTES? ......................................................................................................................... 21 
71. CONCEITUE ADOÇÃO INTERNACIONAL. ...................................................................................................................................... 22 
72. O QUE É ADOÇÃO POST MORTEM? ........................................................................................................................................... 22 
73. O QUE É ADOÇÃO INTUITU PERSONAE? ..................................................................................................................................... 22 
74. O QUE É ADOÇÃO À BRASILEIRA? .............................................................................................................................................. 22 
75. O QUE É ADOÇÃO UNILATERAL? ............................................................................................................................................... 23 
76. O QUE É ACOLHIMENTO FAMILIAR? .......................................................................................................................................... 23 
77. O QUE É ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL? .................................................................................................................................. 23 
78. O QUE É APADRINHAMENTO E QUAL É SEU OBJETIVO? ................................................................................................................. 23 
79. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DOS PROGRAMAS DE ACOLHIMENTO? ................................................................................................... 23 
80. O QUE É AMBIENTE FAMILIAR INADEQUADO? ............................................................................................................................. 24 
81. O QUE SÃO MEDIDAS DE PROTEÇÃO E A QUEM SE APLICAM? ......................................................................................................... 24 
82. CITE AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO ESPECÍFICAS PREVISTAS NO ECA. ................................................................................................... 24 
83. CITE OS PRINCÍPIOS QUE REGEM AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO. ........................................................................................................ 24 
84. O QUE SÃO AS ENTIDADES DE ATENDIMENTO? ............................................................................................................................ 25 
85. O QUE É PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO? ......................................................................................................................... 25 
86. O QUE É DEPOIMENTO SEM DANO? .......................................................................................................................................... 25 
PONTO 3 - DO DIREITO A EDUCAÇÃO, A CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER. ................................................................ 26 
87. QUAIS SÃO OS OBJETIVOS DO DIREITO À EDUCAÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE? ...................................................................... 26 
88. QUAIS SÃO AS GARANTIAS RELACIONADAS AO DIREITO À EDUCAÇÃO? ............................................................................................. 26 
89. QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES DOS PAIS EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO FORMAL DOS FILHOS? .................................................................... 26 
90. O QUE É “HOMESCHOOLING”? ................................................................................................................................................ 26 
91. COMO ESTÃO DIVIDIDAS ASCOMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM RELAÇÃO AO ENSINO? .................................................................. 27 
92. O DIREITO À VAGA EM ESCOLA É DIREITO PÚBLICO SUBJETIVO? ...................................................................................................... 27 
93. O QUE É RESERVA DO POSSÍVEL? .............................................................................................................................................. 27 
PONTO 4 - DOS ATOS INFRACIONAIS. ........................................................................................................................... 27 
94. O QUE É ATO INFRACIONAL?.................................................................................................................................................... 27 
95. O QUE É MEDIDA SOCIOEDUCATIVA E QUAIS SEUS OBJETIVOS? ...................................................................................................... 28 
96. O QUE É AÇÃO SOCIOEDUCATIVA? ............................................................................................................................................ 28 
97. QUAIS SÃO AS GARANTIAS PROCESSUAIS DO ADOLESCENTE? ......................................................................................................... 28 
98. A DEFINIÇÃO DA MEDIDA SOCIOEDUCATIVA APLICÁVEL SEGUE QUAIS CRITÉRIOS? ............................................................................. 28 
99. O QUE ADVERTÊNCIA?............................................................................................................................................................ 28 
100. COMO SE EXECUTA A OBRIGAÇÃO DE REPARAR O DANO? ........................................................................................................... 29 
101. O QUE É A MEDIDA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE? ............................................................................................... 29 
102. O QUE É LIBERDADE ASSISTIDA? ............................................................................................................................................. 29 
103. O QUE É SEMILIBERDADE?..................................................................................................................................................... 29 
104. O QUE É INTERNAÇÃO? ........................................................................................................................................................ 29 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ECA 
4 
 
105. O QUE É REMISSÃO? ............................................................................................................................................................ 30 
106. DIFERENCIE REMISSÃO PRÓPRIA DE REMISSÃO IMPRÓPRIA. ......................................................................................................... 30 
107. EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA BREVIDADE. .................................................................................................................................... 30 
108. EXPLIQUE O PRINCÍPIO DA EXCEPCIONALIDADE ......................................................................................................................... 30 
109. O QUE É O PRINCÍPIO DA SUBSTITUTIVIDADE? ........................................................................................................................... 31 
110. O QUE É O PRINCÍPIO DA CUMULATIVIDADE? ............................................................................................................................ 31 
111. DIFERENCIE INTERNAÇÃO-SANÇÃO DE INTERNAÇÃO PROVISÓRIA. ................................................................................................ 31 
112. O QUE É OITIVA INFORMAL? .................................................................................................................................................. 31 
113. O QUE É AUDIÊNCIA DE APRESENTAÇÃO? ................................................................................................................................. 31 
114. O QUE É AUDIÊNCIA EM CONTINUAÇÃO? ................................................................................................................................. 31 
115. O PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA SE APLICA AOS ATOS INFRACIONAIS? ......................................................................................... 32 
116. ATOS INFRACIONAIS PRESCREVEM? ........................................................................................................................................ 32 
117. O QUE É O PARECER PSICOSSOCIAL E QUAIS SEUS EFEITOS? ......................................................................................................... 32 
PONTO 5 - DAS MEDIDAS PERTINENTES AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS. .......................................................................... 32 
118. QUAIS SÃO AS MEDIDAS APLICÁVEIS AOS PAIS OU RESPONSÁVEIS? ............................................................................................... 32 
119. EM CASO MAUS-TRATOS, OPRESSÃO E ABUSO SEXUAL POR PARTE DOS PAIS OU RESPONSÁVEIS, QUAIS SÃO AS MEDIDAS À DISPOSIÇÃO DO 
MAGISTRADO? .............................................................................................................................................................................. 33 
120. QUAIS MEDIDAS DEVEM SER PREFERENCIALMENTE APLICÁVEIS? .................................................................................................. 33 
PONTO 6 - DO CONSELHO TUTELAR. ............................................................................................................................. 33 
121. O QUE É O CONSELHO TUTELAR? ............................................................................................................................................ 33 
122. COMO SE ORGANIZA O CONSELHO TUTELAR? ........................................................................................................................... 33 
123. QUAIS SÃO AS MEDIDAS APLICÁVEIS PELO CONSELHO TUTELAR SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL? ........................................................... 34 
124. COMO SE DEFINE A COMPETÊNCIA DO CONSELHO TUTELAR? ....................................................................................................... 34 
PONTO 7 - DO CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. .................................................................. 34 
125. O QUE É O CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE? ......................................................................................... 34 
126. O QUE É O CONANDA? ......................................................................................................................................................... 35 
PONTO 8 - DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE. COMPETÊNCIA ......................................................................... 35 
127. COMO SE DEFINE A COMPETÊNCIA DO JUÍZO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE? ..................................................................................... 35 
128. EM QUE SITUAÇÕES O MAGISTRADO EXPEDE PORTARIAS OU ALVARÁS NO ECA? .............................................................................. 35 
129. O QUE É A EQUIPE INTERPROFISSIONAL E COMO ELA É MANTIDA? ................................................................................................ 35 
PONTO 9 - DOS PROCESSOS E PROCEDIMENTOS. .......................................................................................................... 36 
130. QUAL É A REGÊNCIA SUPLETIVA ESTABELECIDA NO ECA PARA OS PROCEDIMENTOS? ........................................................................ 36 
131. COMO SÃO CONTADOS OS PRAZOS NOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS NO ECA? .............................................................................. 36 
132. FAZENDA PÚBLICAE MINISTÉRIO PÚBLICO POSSUEM PRERROGATIVAS PROCESSUAIS ESPECIAIS? ........................................................ 36 
133. COMO SE DÁ A PERDA OU SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR? ...................................................................................................... 36 
134. A CRIANÇA E O ADOLESCENTE SEMPRE DEVERÃO SER OUVIDOS? .................................................................................................. 37 
135. QUAIS SÃO OS CUIDADOS PARA A OBTENÇÃO DO CONSENTIMENTO DOS TITULARES DO PODER FAMILIAR NOS PROCEDIMENTOS DE 
COLOCAÇÃO EM FAMÍLIA SUBSTITUTA? .............................................................................................................................................. 37 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ECA 
5 
 
136. QUANDO O ADOLESCENTE É APREENDIDO, A QUEM DEVE SER PRIMEIRAMENTE ENCAMINHADO? ...................................................... 37 
137. QUAIS HIPÓTESES JUSTIFICAM A INTERNAÇÃO PROVISÓRIA?........................................................................................................ 37 
138. O ADOLESCENTE PODE SER CONDUZIDO COERCITIVAMENTE? ...................................................................................................... 37 
139. NO ÂMBITO DA INFILTRAÇÃO DE AGENTES, O QUE SÃO DADOS DE CONEXÃO? ................................................................................ 38 
140. NO ÂMBITO DA INFILTRAÇÃO DE AGENTE, O QUE SÃO DADOS CADASTRAIS? ................................................................................... 38 
141. EM QUE HIPÓTESES O ECA AUTORIZA A INFILTRAÇÃO DE AGENTES DE POLÍCIA? .............................................................................. 38 
142. COMO SE PROCESSA A INFILTRAÇÃO DE AGENTES POLICIAIS NA INTERNET? .................................................................................... 39 
143. COMO SE PROCESSA A APURAÇÃO DE IRREGULARIDADES EM ENTIDADE DE ATENDIMENTO? ............................................................. 39 
144. COMO SE DÁ A APLICAÇÃO DE PENALIDADE POR INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA PREVISTA NO ECA? ....................................................... 39 
145. COMO É FEITA A HABILITAÇÃO PARA ADOÇÃO? ......................................................................................................................... 40 
146. A HABILITAÇÃO PARA ADOÇÃO EXPIRA? ................................................................................................................................... 40 
147. O QUE É DEPOIMENTO ESPECIAL? ........................................................................................................................................... 41 
148. O QUE É ESCUTA ESPECIALIZADA? ........................................................................................................................................... 41 
PONTO 10 - DOS RECURSOS. ........................................................................................................................................ 41 
149. QUAL É O SISTEMA RECURSAL ADOTADO PELO ESTATUTO? .......................................................................................................... 41 
150. QUAIS SÃO AS PECULIARIDADES DOS RECURSOS NO ÂMBITO DO ESTATUTO? .................................................................................. 42 
151. A APELAÇÃO CONTRA SENTENÇA DE ADOÇÃO TEM EFEITO SUSPENSIVO OU APENAS DEVOLUTIVO? .................................................... 42 
152. A INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO SUSPENDE O CUMPRIMENTO DE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS? ......................................................... 42 
153. O QUE É POSTULAÇÃO PESSOAL? ............................................................................................................................................ 42 
PONTO 11 - DO MINISTÉRIO PÚBLICO. .......................................................................................................................... 43 
154. QUAIS SÃO AS COMPETÊNCIAS DO MINISTÉRIO PÚBLICO NO ECA? ................................................................................................ 43 
155. COMO É FEITA A INTIMAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO? ............................................................................................................. 44 
156. O QUE ACONTECE SE O MINISTÉRIO PÚBLICO NÃO INTERVIR EM FEITO DE INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE? ......................... 44 
157. O REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO PÚBLICO PODE APLICAR MEDIDA SOCIOEDUCATIVA? .................................................................. 44 
158. O MINISTÉRIO PÚBLICO PODE EXIGIR INFORMAÇÃO DE PARTICULAR PARA AJUIZAR AÇÃO CIVIL? ........................................................ 44 
PONTO 12 - DA PROTEÇÃO JUDICIAL AOS INTERESSES INDIVIDUAIS, DIFUSOS E COLETIVOS. .......................................... 45 
159. QUAIS SÃO OS LEGITIMADOS PARA TOMAR TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA? ............................................ 45 
160. QUAIS SÃO OS LEGITIMADOS PARA AS AÇÕES CÍVEIS FUNDADAS EM INTERESSES COLETIVOS OU DIFUSOS ENVOLVENDO CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES? ............................................................................................................................................................................ 45 
161. QUAL É O DESTINO DE EVENTUAIS MULTAS APLICADAS NO ÂMBITO DO JUÍZO DA INFÂNCIA E JUVENTUDE? .......................................... 45 
PONTO 13 - DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS. .......................................................................................................... 46 
162. A RELAÇÃO DE INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS DO ECA É TAXATIVA OU EXEMPLIFICATIVA? ................................................................. 46 
163. QUEM É O AGENTE DE PROTEÇÃO? ......................................................................................................................................... 46 
164. AO APLICAR SANÇÃO ADMINISTRATIVA PREVISTA NO ECA O PODER JUDICIÁRIA ATUA DE FORMA TÍPICA OU ATÍPICA? ............................ 46 
165. QUAIS SÃO OS REQUISITOS PARA CONFIGURAÇÃO DA INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA? ........................................................................ 46 
166. INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA DO ECA ADMITE TENTATIVA? .......................................................................................................... 46 
167. QUAL A NATUREZA DO PROCEDIMENTO DE APURAÇÃO DE INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA? .................................................................. 46 
168. QUAL É A FINALIDADE DA SANÇÃO POR INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA? ........................................................................................... 47 
 
Projeto CONCEITOS BÁSICOS 2019 – DIREITO ECA 
6 
 
169. INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS PRESCREVEM? ........................................................................................................................... 47 
PONTO 14 - LEI Nº 12.318, DE 26 DE AGOSTO DE 2010. DISPÕE SOBRE A ALIENAÇÃO PARENTAL E ALTERA O ART. 236 DA 
LEI NO 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990 ......................................................................................................................... 47 
170. CONCEITUE ALIENAÇÃO PARENTAL. ........................................................................................................................................ 47 
171. QUAIS SÃO OS FUNDAMENTOS PARA A PROIBIÇÃO DA ALIENAÇÃO PARENTAL? ............................................................................... 48 
172. EM QUE PROCESSOS O JUIZ PODE RECONHECER A ALIENAÇÃO PARENTAL? ..................................................................................... 48 
173. O QUE É GARANTIA MÍNIMA DE VISITAÇÃO ASSISTIDA?............................................................................................................... 48 
174. QUAIS MEDIDAS PODEM SER TOMADAS PELO MAGISTRADO EM CASO DE ALIENAÇÃO PARENTAL? ......................................................48 
 
PONTO 1 - DA PROTEC ̧ÃO A CRIANÇA E AO ADOLESCENTE. CONCEITOS, DEVERES, GARANTIAS 
E PRIORIDADES. DA INTERPRETAÇÃO DA NORMA ESTATUTÁRIA. 
1. CONCEITUE O DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. 
Direito da Criança e do Adolescente é ramo autônomo do direito, com princípios e caraterísticas próprias, 
de natureza mista pública e privada, surgido no Brasil a partir da Constituição Federal de 1988, e que tem por 
objeto a proteção integral dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. 
2. O QUE É A DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL? 
A doutrina da proteção integral foi consagrada no art. 227, da Constituição Federal de 1988, antes 
mesmo da aprovação da Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança, e representa um novo 
paradigma de disciplina protetiva das esferas jurídicas de crianças e dos adolescentes como sujeitos de direitos 
frente ao Estado, à família e à sociedade. 
Essa doutrina reconhece crianças e adolescentes como pessoas capazes do exercício de direitos e tem 
como vetor principal o atendimento ao superior interesse da criança e do adolescente, com absoluta 
prioridade sobre quaisquer outros, envolvendo sua proteção da forma mais ampla possível, garantindo direitos 
fundamentais como a vida, liberdade, dignidade, respeito, protegendo a família, prevendo mecanismos de tutela 
coletiva desses direitos, tipificando crimes e infrações administrativas e criando um sistema de medidas de 
proteção e medidas socioeducativas tendentes à proteção e reeducação. 
3. O QUE É A TRILOGIA DA PROTEÇÃO INTEGRAL? 
A trilogia da proteção integral é formada pelos direitos à liberdade, ao respeito e à dignidade da criança e 
do adolescente, tratados pela Constituição e pelas leis, com destaque ao ECA, como pessoas humanas em 
processo de desenvolvimento e sujeitos de direitos civis, humanos e sociais. 
4. DIFERENCIE CRIANÇA, ADOLESCENTE E JOVEM. 
Para o Estatuto da Criança e do Adolescente, criança é a pessoa de 0 a 12 anos incompletos, enquanto 
adolescente é a pessoa entre 12 e 18 anos incompletos. 
 
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O conceito de jovem é dado pelo Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/2013), e compreende as pessoas 
entre 15 e 29 anos de idade. 
Assim, aos adolescentes entre 15 e 18 anos se aplica o ECA e, excepcionalmente, o Estatuto da Juventude, 
naquilo que não conflitar com as normas de proteção integral. 
5. CITE TRÊS DIFERENÇAS NO TRATAMENTO DADO PELO ECA ÀS CRIANÇAS E AOS 
ADOLESCENTES? 
O ECA trata crianças e adolescentes com algumas diferenças, das quais podemos citar: 
1) Na colocação em família substituta, a criança opina quando for possível, ao passo que o adolescente 
deve consentir. 
2) Ao praticar ato infracional, a criança somente pode receber medidas protetivas, enquanto o 
adolescente poderá receber medidas protetivas e também socioeducativas. 
3) Em viagens domésticas sem a companhia dos pais, a criança necessita de autorização judicial, 
enquanto o adolescente pode viajar normalmente sem essa autorização 
6. O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PODE SER APLICADO A MAIORES DE 
IDADE? 
Via de regra, o ECA somente se aplica às pessoas de 0 a 18 anos de idade incompletos, posto que ao 
atingirem 18 anos completos passam à maioridade e se sujeitam à legislação civil e penal. 
Contudo, o art. 2º, parágrafo único, do estatuto prevê a aplicação excepcional do ECA às pessoas entre 
18 e 21 anos de idade, podendo-se citar três hipóteses: 
1) Cumprimento de medida socioeducativa por ato praticado durante a menoridade (art. 121, §5º do 
ECA); 
2) Procedimento de adoção do jovem adulto que já estava sob guarda ou tutela dos adotantes quando do 
atingimento da maioridade (art. 40); 
3) Tutela coletiva dos direitos fundamentais de jovens adultos em cumprimento de medida 
socioeducativa. 
7. QUAL A DIFERENÇA DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PARA O 
CÓDIGO DE MENORES? 
A principal diferença é que o ECA adota a doutrina da proteção integral e o Código de Menores de 1979 
adota a doutrina da situação irregular. 
A doutrina da proteção integral reconhece todas as crianças e adolescentes como sujeitos de direitos e 
prevê a privação de liberdade como medida excepcional, enquanto a doutrina da situação irregular tratava os 
menores como objeto de proteção legal que não possuíam direitos. Para esta última, “menor” eram apenas 
pessoas em situação de risco, abandono, e que tinham praticado ilícito, vistos como portadores de uma 
“patologia social”, e a privação de sua liberdade era a regra. 
 
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8. O QUE É A ABSOLUTA PRIORIDADE? 
Absoluta prioridade significa a priorização máxima ao atendimento dos direitos das crianças e 
adolescentes pela família, sociedade e poder público. Tal princípio também implica o dever do Estado de 
estabelecer políticas públicas, programas e serviços que atendam às especificidades de cada faixa etária para 
garantir seu desenvolvimento integral. 
A garantia de prioridade inclui: 
1) Primazia em receber proteção e socorro; 
2) Precedência no atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
3) Preferência na formulação e execução de políticas sociais; 
4) Destinação privilegiada de recursos públicos. 
9. QUAIS SÃO OS VETORES INTERPRETATIVOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO 
ADOLESCENTE? 
O art. 6º do ECA determina uma interpretação teleológica em que devem ser considerados: 
1) Os fins sociais da lei; 
2) As exigências do bem comum; 
3) Os direitos e deveres individuais e coletivos; 
4) A condição peculiar da criança e adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
10. TODO ADOLESCENTE É JOVEM? 
Considerando que para o Estatuto da Juventude jovem é toda pessoa de 15 a 29 anos de idade, conclui-se 
que nem todo adolescente é jovem, mas apenas os de 15 a 18 anos. Logo, as pessoas de 12 anos completos a 15 
são adolescentes, mas não são jovens. 
11. O ESTATUTO DA JUVENTUDE SE APLICA AOS ADOLESCENTES? 
O Estatuto da Juventude se aplica apenas aos adolescentes jovens, que são as pessoas entre 15 e 18 
anos de idade. Importante consignar que o ECA será aplicado em primeiro lugar e o Estatuto da Juventude 
incidirá apenas excepcionalmente, e somente naquilo em que não conflitar com as normas de proteção integral. 
12. QUAIS SÃO OS DIREITOS GARANTIDOS ÀS CRIANÇAS E AOS ADOLESCENTES? 
A Constituição Federal e o ECA garantem às crianças e aos adolescentes todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, com proteção integral, bem como todas as oportunidades e facilidades para lhes 
proporcionar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social. 
Especificamente, pode-se elencar os direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao 
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e 
comunitária. 
 
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13. DE QUEM É O DEVER DE EFETIVAR OS DIREITOS DAS CRIANÇAS E DOS 
ADOLESCENTES? 
O dever de efetivar os direitos das crianças e adolescentes é compartilhado entre a família, a sociedade e 
o Estado, conforme preceitua o art. 227, caput, da Constituição Federal, e o art. 4º, caput, do ECA, o que a 
doutrina denomina de tríplice responsabilidade compartilhada. 
14. QUAL FOI O CRITÉRIO UTILIZADO PELO LEGISLADOR PARA DEFINIR CRIANÇA E 
ADOLESCENTE? 
O critério adotado pelo legislador é puramente cronológico, e não considera aspectos biológicos nem 
psicológicos da pessoa, como o alcance da puberdade ou o amadurecimento psíquico. 
15. A EMANCIPAÇÃO RETIRA A PESSOA DO CAMPO DE INCIDÊNCIA DO ECA? 
A emancipação é instituto do direito civil com repercussão tão somente patrimonial sobre a esfera 
jurídica da pessoa, de forma que o emancipado continua sujeito às normas do ECA, que têm viés protetivo, 
mesmo porque este adota o critério puramente cronológico e a emancipação não afeta a maioridade. 
16. O QUE É O DIREITO DE SER ADOLESCENTE?Essa expressão foi utilizada pela UNICEF no documento “Situação da Adolescência Brasileira 2011 – O 
Direito de Ser Adolescente”, e remete ao desafio de proporcionar a universalização dos direitos 
simultaneamente à especificidade dos direitos dos adolescentes. 
O adolescente não é uma criança crescida, nem um adulto em potencial, mas sim uma pessoa com 
características próprias e com necessidade próprias, razão por que o poder público deve formular e implementar 
políticas voltadas aos seus interesses e desafios, como por exemplo a questão das drogas, a questão do 
desemprego e da ociosidade. 
17. QUAIS AS CRÍTICAS À UTILIZAÇÃO DO TERMO “MENOR”? 
A crítica que se faz à utilização da palavra “menor” para designar crianças e adolescentes é que se trata 
de um termo pejorativo que remete ao antigo Código de Menores, diploma que adotava a doutrina da situação 
irregular e assim separava “menores” de “crianças”, gerando um estigma de marginalização, delinquência e 
abandono. 
Expressões mais adequadas ao atual paradigma da proteção integral são: criança, adolescente, sujeito de 
direitos, infante etc. 
18. O CONCEITO DE CRIANÇA DA CONVENÇÃO SOBRE DIREITO DA CRIANÇA É O 
MESMO CONCEITO DO ECA? 
Não. Para a Convenção sobre Direitos da Criança, criança é todo ser humano menor de 18 anos de 
idade. A convenção não trata do adolescente de forma específica. 
 
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Por outro lado, para o Estatuto da Criança e do Adolescente, criança é a pessoa de 0 a 12 anos de idade 
incompletos, e adolescente é a pessoa de 12 a 18 anos de idade incompletos. Ou seja, o ECA foi além da 
convenção internacional ao diferenciar crianças e adolescentes. 
Ressalte-se também que a referida convenção deixou aberta a possibilidade de os signatários, em suas 
ordens jurídicas internas, considerarem a maioridade antes dos 18 anos. 
PONTO 2 - DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS. DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO. 
1. QUAIS SÃO OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE? 
São todos os direitos fundamentais garantidas a qualquer pessoa humana, mas com absoluta prioridade 
e proteção integral. 
Pode-se elencar os direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. Esses 
direitos estão listados no art. 4º do ECA. 
Ressalte-se que as crianças e adolescentes também têm o direito de não sofrerem qualquer negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. 
2. CONCEITUE PRIMEIRA INFÂNCIA E EXPLIQUE O TRATAMENTO DO ECA SOBRE ELA. 
A primeira infância abrange os primeiros 6 anos completos da criança, ou 72 meses de vida, e ganhou 
proteção específica com o advento da Lei nº 13.257/2016. 
O marco legal da primeira infância objetiva estabelecer maior sintonia entre a legislação e o significado 
deste período, que compreende os primeiros anos da constituição do sujeito e da construção de suas estruturas 
afetivas, sociais e cognitivas para toda a vida. 
O tratamento dado pelo ECA à primeira infância se reflete em cuidados especiais com a gestante e a 
parturiente antes, durante e após o parto, como: 
1) Acesso aos programas e políticas de saúde e de planejamento reprodutivo; 
2) Nutrição adequada; 
3) Atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério; 
4) Atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito do SUS; 
5) Vinculação ao estabelecimento em que será realizado o parto no último trimestre da gestação, com 
direito de opção da mulher; 
6) Alta hospitalar responsável à mulher e aos seus filhos; 
7) Contrarreferência na atenção primária; 
8) Acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação; 
9) Assistência psicológica à gestante e à mãe nos períodos pré-natal e pós-natal, para prevenir ou 
minorar as consequências do estado puerperal; 
 
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10) Assistência psicológica às gestantes e mães que manifestarem interesse em entregar seus filhos para 
adoção, ou que se encontrem em privação de liberdade; 
11) Direito a um acompanhante de sua preferência no período pré-natal, no trabalho de parte e no pós-
parto imediato; 
12) Orientação sobre aleitamento materno, alimentação completar e crescimento e desenvolvimento 
infantil; 
13) Direito ao parto natural cuidadoso, salvo indicação de cesariana por motivos médicos; 
14) Busca ativa da gestante que abandonar as consultas de pré-natal e da puérpera que não comparecer 
às consultas pós-parto; 
15) Condições adequadas para o aleitamento materno a serem propiciadas pelo poder público, pelas 
instituições e pelos empregadores; 
16) Obrigação de serviços de unidade de terapia intensiva neonatal disporem de banco de leite humano 
ou unidade de coleta. 
3. O QUE É DIREITO AO ALEITAMENTO MATERNO? 
Direito ao aleitamento materno é um plexo de direitos garantidos à gestante e à criança com vistas à 
orientação, educação e estímulo ao aleitamento materno, dada a sua importância para a saúde da criança, 
tanto física quanto emocional. 
Nesse contexto, a legislação, sobretudo o marco legal da primeira infância, determina que: 
1) a gestante deve receber orientação sobre aleitamento materno; 
2) o poder público, as instituições e os empregadores devem propiciar condições adequadas ao 
aleitamento materno, inclusive às mães privadas de liberdade; 
3) os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações de avaliação, promoção e 
proteção ao aleitamento materno; 
4) os serviços de UTI neonatal deverão dispor de banco de leite humano ou unidade de coleta; 
5) a CLT também prevê esse direito à empregada. 
4. QUAIS SÃO AS DIMENSÕES DO DIREITO À VIDA? 
Segundo a classificação de José Afonso da Silva, o direito à vida possui as dimensões da existência, da 
integridade física e da integridade moral. 
Na dimensão de existência se incluem os direitos de estar e permanecer vivo. 
Na dimensão da integridade física se inclui o respeito à integridade corporal e psíquica. 
Na dimensão da integridade moral se incluem os valores imateriais da vida, como a moral. 
5. CONCEITUE ABORTO. 
 
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Aborto é a interrupção da gravidez antes de o feto ou embrião antes de possuir a capacidade de 
sobreviver fora do útero materno. 
O aborto pode ocorrer de forma involuntária (espontânea) ou induzida pela ação humana deliberada 
com o uso de meios mecânicos ou medicamentosos. 
O aborto provocado é crime, salvo nos casos do aborto necessário, do aborto sentimental ou do aborto 
eletivo no primeiro trimestre de gravidez, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal. 
6. O QUE É ABORTO NECESSÁRIO? 
Aborto necessário é aquele permitido pelo art. 128, inciso I, do Código Penal, para os casos em que não 
há outro meio de salvar a vida da gestante a não ser pela interrupção da gravidez. 
Seu fundamento é o direito à vida da gestante, na dimensão de existência. 
7. O QUE É ABORTO SENTIMENTAL OU HUMANITÁRIO? 
Aborto sentimental ou humanitário é aquele permitido pelo art. 128, inciso II, do Código Penal, para os 
casos de gravidez resultante de estupro. Essa hipótese exige o consentimento da gestante ou de seu 
representante legal. 
Seu fundamento é o direito à vida da gestante, na dimensão da integridade física, bem como o princípio 
da dignidade da pessoa humana. 
8. O QUE É ANTECIPAÇÃO TERAPÊUTICA DO PARTO DE ANENCÉFALOS? 
Essa expressão é utilizada pelo Supremo Tribunal Federal para designar a interrupção da gravidez de 
anencéfalos, ou seja, do feto sem formação cerebral. 
Tendo em vista que os fetos anencéfalos redundam no falecimento da criança logo após o parto, 
pondera-se que não seria razoável exigir que a mãe passasse por toda uma gestação sabendo que seu filho 
morreria logo após o parto. Assim, para preservar a saúde psíquica da mulher, o STF decidiu por permitir à 
mulher fazer a opção de seguircom a gestação até seu termo ou de interrompê-la antecipadamente, na ADPF 
54. 
9. QUAIS SÃO AS OBRIGAÇÕES DOS HOSPITAIS EM RELAÇÃO ÀS GESTANTES? 
Os hospitais e outros estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são 
obrigados a: 
1) Manter registro das atividades por prontuários individuais por no mínimo 18 anos; 
2) Identificar o recém-nascido por impressão plantar e digital, bem como impressão digital da mãe; 
3) Realizar exames para diagnóstico e terapia de anormalidades metabólicas do recém-nascido e 
orientar os pais; 
4) Fornecer declaração de nascimento com as intercorrências do parto e desenvolvimento do neonato; 
 
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5) Manter alojamento conjunto para permitir que o neonato permaneça junto à mãe; 
6) Acompanhar o processo de amamentação e orientar quanto à técnica adequada enquanto a mãe 
permanecer na unidade hospitalar. 
10. O QUE É A DECLARAÇÃO DE NASCIDO VIVO E QUAL É SUA IMPORTÂNCIA? 
A declaração de nascido vivo (DNV) tem natureza de documento de identidade provisória e é emitida 
pelo hospital após o parto, ou pelo cartório mais próximo em casos de parto realizado em casa. 
É esse documento que possibilita à genitora registrar o recém-nascido no registro civil de pessoas 
naturais. O Poder Judiciário também se utiliza dele no procedimento de regularização do registro civil. 
11. O QUE É O “DIREITO AO PARTO ANÔNIMO”? 
Parto anônimo é o direito da mulher de não assumir a maternidade do filho que gerou, o que permite o 
acolhimento pelo Estado em atenção à situação da criança. 
Nesse sentido, o art. 13, §1º, do ECA, determina que “as gestantes ou mães que manifestem interesse em 
entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da 
Infância e da Juventude”. 
12. SE O PROFISSIONAL DE SAÚDE SUSPEITAR QUE UMA CRIANÇA RECEBEU CASTIGO 
FÍSICO, QUAL É SUA OBRIGAÇÃO? 
O art. 13, caput, do ECA, determina que os casos de suspeita ou confirmação de castigo físico, tratamento 
cruel ou degradante e maus-tratos contra criança ou adolescente devem obrigatoriamente ser comunicados ao 
Conselho Tutelar. Ressalte-se que enquanto não for instalado o Conselho Tutelar na localidade, suas atribuições 
caberão à autoridade judiciária. 
A não comunicação configura a infração administrativa do art. 245, do ECA, punida com multa. 
13. O QUE É CASTIGO FÍSICO, TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE E MAUS-TRATOS 
CONTRA A CRIANÇA OU ADOLESCENTE? 
Esses conceitos foram trazidos ao ordenamento pela Lei nº 13.010/2014, também conhecida como “Lei 
Menino Bernardo” e “Lei da Palmada”, que passou a prever o direito de ser educado sem uso de castigos físicos 
degradantes ou cruéis. 
Maus-tratos é gênero e envolve toda ação ou omissão que cause danos físicos, psicológicos ou 
emocionais à criança ou adolescente. 
Castigo físico é a ação disciplinar ou punitiva aplicada com uso de força física que cause sofrimento físico 
ou lesão. Logo, não constitui castigo físico a simples palmada que não ocasione lesão ou dor à criança ou ao 
adolescente. Por exemplo, o pai que, no intuito de corrigir seu filho, depois de todas as tentativas de fazer cessar 
seu choro em um estabelecimento comercial, dá uma palmada sem uso de força. 
 
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Tratamento cruel ou degradante é a conduta ou forma cruel de tratar que humilha, ameaça gravemente 
ou ridiculariza. 
O dever de não utilizar castigos físicos ou tratamentos cruéis ou degradantes aplica-se a todos: pais, 
família ampliada, responsáveis em geral, agentes encarregados da execução de medidas socioeducativas, entre 
outros, ainda que cuidem da criança ou do adolescente de maneira eventual. 
14. O DESENVOLVIMENTO PSÍQUICO DA CRIANÇA RECEBE ALGUM TRATAMENTO 
ESPECIAL PELO ECA? 
Sim, a Lei nº 13.438/2017 incluiu no ECA a obrigação do Sistema Única de Saúde de aplicar protocolo ou 
outro instrumento construído com a finalidade de detectar risco para o seu desenvolvimento psíquico, 
durante os 18 primeiros meses de vida, em consulta pediátrica de acompanhamento da criança. 
Pelo paradigma da proteção integral, a saúde da criança e do adolescente é abordada de forma holística, 
envolvendo não apenas sua integridade física, como também sua integridade psíquica e moral. Outro exemplo 
de tratamento específico com relação à saúde psíquica é a previsão do direito de ser educado sem o uso de 
castigos físicos ou tratamento cruel ou degradante. 
15. COMO É DISCIPLINADA A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇA EM PROGRAMA DE 
TELEVISÃO? 
O ECA exige a autorização judicial prévia por meio de alvará para essa participação, pois configuram 
“espetáculos públicos” e assim incide à espécie o art. 149, inciso II. O artigo também proíbe as disposições de 
caráter geral, exigindo fundamentação caso a caso. 
Ao analisar o caso, o magistrado deve levar em consideração: 
1) Os princípios do ECA; 
2) As peculiaridades locais; 
3) A existência de instalações adequadas; 
4) O tipo de frequência habitual ao local; 
5) A adequação do ambiente a eventual participação ou frequência de crianças e adolescentes; 
6) A natureza do espetáculo. 
A participação de criança ou adolescente em programa televisivo envolve seu direito ao respeito e à 
preservação de sua imagem, interesses que muitas vezes se contrapõem à liberdade de manifestação do 
pensamento, razão por que deve se resolver pela ponderação com certa prevalência ao direito ao respeito. 
Acrescente-se que, de acordo com o STJ, o programa de televisão que expõe criança e adolescente à 
humilhação, mediante a realização de teste de paternidade, causa dano moral coletivo. 
16. QUAIS SÃO OS ASPECTOS COMPREENDIDOS PELO DIREITO À LIBERDADE? 
O direito à liberdade compreende os aspectos: 
 
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1) Ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários; 
2) Opinião e expressão; 
3) Brincar, praticar esportes e divertir-se; 
4) Participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
5) Participar da vida política, na forma da lei; 
6) Buscar refúgio, auxílio e orientação. 
17. O QUE É O DIREITO AO RESPEITO E COMO O PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA 
HUMANA O AFETA? 
O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral (art. 17, ECA), o 
que abrange os aspectos de preservação: 
1) Da imagem; 
2) Da identidade; 
3) Da autonomia; 
4) Dos valores, ideias e crenças; 
5) Dos espaços e objetos pessoais. 
O princípio da dignidade da pessoa humana, que é um dos fundamentos da República e valor supremo, 
constitui a base axiológica do direito ao respeito e funciona como vetor para: 
1) a criação das leis pelo Legislativo; 
2) a interpretação e aplicação do direito pelo Judiciário; 
3) o desenvolvimento e execução de políticas públicas pelo Poder Executivo. 
O direito ao respeito, como direito fundamental, dá efetividade à dignidade da pessoa humana. 
18. É POSSÍVEL O CORTE FORÇOSO DE CABELOS DO ADOLESCENTE EM CUMPRIMENTO 
DE MEDIDA SOCIOEDUCATIVA? 
Não. O corte forçoso de cabelos viola o direito ao respeito de que gozam a criança e o adolescente, e 
especificamente viola sua própria identidade. 
19. AS PESSOAS RESPONSÁVEIS POR CRIANÇAS OU ADOLESCENTES QUE UTILIZAREM 
CASTIGO FÍSICO OU TRATAMENTO CRUEL OU DEGRADANTE ESTÃO SUJEITAS A 
QUAIS MEDIDAS? 
As medidas previstas pelo ECA para as pessoas que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou 
degradante contra criança ou adolescente são: 
1) Encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; 
2) Encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico; 
3) Encaminhamento a cursos ou programas de orientação; 
4) Obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; 
 
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5) Advertência. 
Ressalte-se que todas essas medidas são aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízode outras sanções 
legais. 
20. O QUE É “BULLYING”? 
A expressão tem origem na língua inglesa e remete ao “bully”, que é o briguento ou acossador. 
No Brasil, a Lei nº 13.185/2015 criou o Programa de Combate ao Bullying e traduziu a expressão como 
“intimidação sistemática”, definindo essa prática como: todo ato de violência física ou psicológica, intencional e 
repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, 
com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de 
poder. 
O bullying em si não é crime, e sim uma prática social, mas pode configurar crime a depender da conduta 
praticada. 
Ressalte-se que um dos objetivos do programa é, além de prevenir e combater essa prática, evitar, tanto 
quanto possível, a punição dos agressores, privilegiando mecanismos e instrumentos alternativos que 
promovam a efetiva responsabilização e a mudança de comportamento hostil. 
21. EM QUE CONSISTE O DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA? 
O artigo 19 do ECA estabelece que “toda criança ou adolescente tem direito de ser criado e educado no 
seio da família de origem e, excepcionalmente, em família substituta.” 
O direito à convivência familiar é direito essencial da personalidade infanto-juvenil, pois é da família 
natural que surge a sensação de pertencimento da qual a criança e o adolescente extraem os primeiros 
elementos para a construção do seu sentimento identidade. 
Assim, a preferência será, sempre que possível, pela manutenção da criança ou adolescente junto à sua 
família natural, ao passo que a colocação em família ampliada, em acolhimento familiar ou acolhimento 
institucional serão, sempre que possível excepcionais e temporários. 
22. COMO GARANTIR A CONVIVÊNCIA FAMILIAR EM RELAÇÃO A PAIS PRIVADOS DE 
LIBERDADE? 
As crianças e adolescentes têm o direito fundamental de serem criados e educados no seio de sua família 
e, somente excepcionalmente, no seio de família substituta. 
O fato de seus pais ou responsáveis legais se encontrarem presos não afasta o direito à convivência 
familiar, direito que é efetivado mediante visitas periódicas. 
A prisão do responsável não autoriza, por si só, o ajuizamento de ação de suspensão ou destituição do 
poder familiar. A única exceção ocorre nos casos de prática de crime doloso sujeito à reclusão contra outrem 
 
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titular do mesmo poder familiar ou contra qualquer descendente, o que constitui hipótese de destituição do 
poder familiar, pelo art. 23, §2º, do ECA. 
23. O QUE É FAMÍLIA NATURAL? 
Família natural é aquela formada por qualquer dos pais e seus filhos, conforme o art. 25 do ECA. 
Neste caso a guarda é comum, natural ou legal, e exercida por ambos os pais. 
24. O QUE É FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA? 
Família extensa ou ampliada é aquela formada por parentes próximos com os quais a criança ou 
adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade (parágrafo único do art. 25 do ECA). 
Geralmente esses parentes próximos são avós, tios e irmãos. 
A guarda transferida a essas pessoas por decisão judicial é a guarda parental não é considerada forma de 
colocação em família substituta, porque a pessoa permanece no seio da família de origem. 
A afinidade e afetividade da família extensa permitem inclusive que a pessoa seja adotada por membro 
da sua família (excluídos os impedidos do art. 42, § 1º, ECA), ainda que não cadastrados previamente. 
25. O QUE É FAMÍLIA DISFUNCIONAL? 
Família disfuncional é o núcleo familiar que não atende às necessidades emocionais, físicas e intelectuais 
da prole, ainda que auxiliada pelo Estado ou sociedade, e se mostra inadequada à sua função parental. 
26. O QUE É FAMÍLIA SUBSTITUTA? 
Família substituta é toda família que não seja a de origem da criança ou adolescente. 
A colocação em família substituta é medida excepcional e temporária e pode ocorrer por meio de guarda, 
tutela ou adoção. 
27. O QUE É FAMÍLIA MATRIMONIAL? 
Família matrimonial é aquela proveniente do casamento, sendo a única existente até 1988. 
28. O QUE É FAMÍLIA MONOPARENTAL? 
Família monoparental é aquela constituída por apenas um dos pais e seus descendentes, ou seja, ou só o 
pai ou só mãe convivendo com seu(s) filho(s), conforme art. 226, § 4º, da Constituição Federal. 
29. O QUE É UNIÃO ESTÁVEL? 
União estável é a união entre pessoas reconhecida como entidade familiar estável, sem nenhuma 
formalidade ou registro, configurada com a convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o 
objetivo de constituir uma família (art. 1.723, CC). 
30. O QUE É FAMÍLIA ANAPARENTAL? 
 
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Família anaparental é aquela formada por algum parentesco, mas sem a presença de pais. É constituída 
pela convivência entre parentes dentro de um mesmo lar, com objetivos comuns, sejam eles de afinidade ou 
até mesmo econômico. Ex: irmãos ou primos que convivem juntos. 
31. O QUE É FAMÍLIA HOMOAFETIVA? 
Família homoafetiva é aquela constituída de pessoas do mesmo sexo unidas por laços afetivos. 
A jurisprudência reconhece tanto a união estável como o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo. 
32. O QUE É FAMÍLIA MOSAICO? 
Família mosaico também é chamada de família pluriparental ou família recomposta ou reconstituída e 
se constitui pelo desfazimento de vínculos familiares anteriores e criação de novos vínculos por novo 
casamento ou união estável. 
Por exemplo, a família formada por duas pessoas divorciadas e seus respectivos filhos provenientes da 
relação anterior. 
33. O QUE É FAMÍLIA EUDEMONISTA? 
Família eudemonista é aquela formada pelo AFETO, em que a realização plena de seus integrantes passa 
a ser a razão e a justificação de existência desse núcleo. 
Por exemplo, a família formada por amigos, filhos adotivos etc. 
34. EM RELAÇÃO AO AMBIENTE EM QUE DEVEM CONVIVER, QUAL É A ORDEM 
HIERÁRQUICA DE PRESUNÇÃO DE MAIOR BEM-ESTAR PARA CRIANÇA E 
ADOLESCENTE? 
A ordem hierárquica de presunção de bem-estar para a criança e adolescente, em relação ao ambiente 
em que devem conviver é, em primeiro lugar, a família natural, seguida por família estendida e por última 
família substituta. 
35. O QUE É PODER FAMILIAR? 
Poder familiar é o conjunto de deveres e direitos que envolvem a relação entre pais e filhos, exercido em 
igualdade de condições entre o pai e a mãe, que abrange os deveres de criação, educação, assistência, auxílio e 
respeito mútuo, e que se extingue com a maioridade, com a emancipação, com a destituição por decisão judicial 
ou com a morte. 
36. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA O AJUIZAMENTO DE AÇÃO 
INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE? 
O direito ao reconhecimento do estado de filiação é personalíssimo, indisponível e imprescritível, e pode 
ser exercido tanto pela criança e adolescente quanto pelo adulto. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Pais
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filho
 
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A Súmula 149, do STF, dispõe que “É imprescritível ação de investigação de paternidade, mas não o é a da 
petição de herança”. 
Ressalte-se que a pessoa conserva o direito de conhecer sua paternidade biológica ainda que tenha sido 
colocada em família substituta por meio de adoção. 
37. O QUE É PATERNIDADE SOCIOAFETIVA? 
Paternidade socioafetiva é aquela que surge dos laços de afeto e da relação de trato e convívio como se 
pai e filho fossem, e não de vínculos sanguíneos. 
O afeto gera parentalidade para todos os efeitos e recebe a proteção do ordenamento jurídico. 
38. O QUE É MULTIPARENTALIDADE? 
Multiparentalidade é a possibilidade simultânea e harmônica da parentalidade sanguínea e da 
parentalidade socioafetiva, em atenção à dignidade da pessoa humana e ao direito ao reconhecimento da 
ancestralidade biológica. 
Assim, uma mesma pessoa pode obter reconhecimento de estado de filho porsocioafetividade sem 
precisar abrir mão de sua paternidade biológica e vice-versa. 
39. COMO SE RECONHECE A FILIAÇÃO? 
O reconhecimento de filiação pode ser voluntário ou judicial e é irrevogável, podendo ocorrer no registro 
de nascimento, por escritura pública, por escrito particular arquivado em cartório, por testamento, ou por 
manifestação direta e expressa perante o juiz. 
40. O RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE EM TESTAMENTO NULO OU REVOGADO 
PRODUZ EFEITOS? 
O reconhecimento de paternidade sem vício de consentimento é válido, ainda que feito em testamento 
declarado nulo ou revogado pelo testador. 
O reconhecimento da paternidade é ato jurídico em sentido estrito, de natureza declaratória, produzindo 
os efeitos determinados pela lei desde a sua prática. 
41. QUAIS SÃO OS DEVERES DOS PAIS EM RELAÇÃO À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE? 
Os pais detêm os deveres de sustento, guarda e educação dos filhos sob o poder familiar, além da 
obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. 
42. OS PAIS MISERÁVEIS PERDEM O PODER FAMILIAR? 
A miserabilidade ou a carência de recursos materiais não é motivo idôneo para a suspensão ou 
destituição do poder familiar. Cabe ao Estado tutelar toda a família, inclusive aquelas com dificuldades 
econômicas. 
 
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43. OS PAIS PRIVADOS DE LIBERDADE PERDEM O PODER FAMILIAR? 
A princípio, a condenação criminal de qualquer dos pais não enseja por si só a perda do poder familiar. 
Por outro lado, a condenação por crime cuja pena exceda a dois anos de prisão enseja a suspensão do 
poder familiar (art. 1.638, parágrafo único, do Código Civil), enquanto a prática de crime doloso sujeito à 
reclusão contra descendente ou outro detentor do mesmo poder familiar enseja sua destituição. 
44. QUAIS SÃO AS FORMAS DE EXTINÇÃO DO PODER FAMILIAR? 
O poder familiar se extingue pela morte dos pais ou filho, pela emancipação, pela maioridade, pela 
adoção ou por decisão judicial. 
45. EM QUE HIPÓTESES O JUIZ PODERÁ DECRETAR A PERDA DO PODER FAMILIAR? 
A perda do poder familiar por ato judicial ocorrerá nas hipóteses em que o detentor do poder familiar: 
1) Castigar imoderadamente; 
2) Deixar em abandono; 
3) Agir contra a moral e os bons costumes; 
4) Reiteradamente abusar de sua autoridade, faltando aos seus deveres ou arruinando os bens dos 
filhos; 
5) Entregar o filho de forma irregular a terceiro para adoção. 
46. O QUE É GUARDA? 
Guarda é uma das formas pelas quais a criança ou adolescente recebe a medida protetiva de colocação 
em família substituta e tem por finalidade regularizar situação de fato já consolidada, sendo sempre provisória 
e podendo ser concedida em processo autônomo ou em caráter incidental, como no caso de guarda preparatória 
de adoção ou de tutela, sempre em atenção ao melhor interesse do infante. 
A guarda não pressupõe necessariamente os poderes de representação e assistência, os quais podem ser 
deferidos pelo magistrado, gera efeitos previdenciários e confere ao detentor da guarda inclusive a prerrogativa 
do guardião de se opor à vontade dos pais. 
47. O QUE É GUARDA COMPARTILHADA? 
Guarda compartilhada é o exercício de direitos e deveres pelos pais de forma conjunta mesmo após o 
término da sociedade conjugal, de modo que os guardiões compartilham a responsabilidade sobre os filhos, 
mas não a posse física. 
A guarda compartilhada é a regra no ordenamento jurídico, salvo se um dos genitores declarar que não 
deseja a guarda, e pressupõe divisão equilibrada do tempo de convívio com a mãe e o pai, tendo em vista os 
interesses do infante, e não impede eventual fixação de alimentos. 
 
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48. OS PAIS BIOLÓGICOS PODEM VISITAR O FILHO DO QUAL NÃO DETÊM A GUARDA? 
Em geral, os pais conservam o direito de visita aos filhos dos quais não detêm a guarda, havendo duas 
exceções: 
1) Guarda para fins de adoção; 
2) Decisão judicial proibitiva de visita em razão de alguma situação concreta de ameaça de prejuízo à 
criança ou adolescente. 
49. O QUE É TUTELA? 
Tutela é uma das formas pelas quais a criança ou adolescente recebe a medida protetiva de colocação em 
família substituta e tem por objetivo permitir que seja representada ou assistida, tendo como pressuposto de 
concessão a decretação da suspensão ou perda do poder familiar. 
50. O QUE É ADOÇÃO? 
Adoção é uma das formas pelas quais a criança ou adolescente recebe a medida protetiva de colocação 
em família substituta, que estabelece parentalidade civil, podendo ser unilateral ou bilateral quanto ao 
rompimento do vínculo anterior, singular ou conjunta quanto à criação do novo vínculo, e que se constitui por 
ato sentença judicial após o devido processo de adoção que pressupõe estágio de convivência, destituição do 
poder familiar anterior e consentimento, no caso de adolescente. 
A adoção é ato personalíssimo, medida excepcional, irrevogável, incaducável, e que estabelece plenitude 
de direitos e deveres referentes ao novo vínculo familiar, inclusive sucessórios. 
Em relação ao vínculo anterior, remanescem apenas os impedimentos matrimoniais. 
A adoção de pessoas adultas também é disciplinada pelo ECA, desde que o adotando conte com no 
máximo 18 anos na data do pedido ou já se encontre sob guarda ou tutela dos adotantes. 
51. O QUE É ESTÁGIO DE CONVIVÊNCIA E QUAL SUA FINALIDADE? 
Estágio de convivência é um período de teste em que se verifica a compatibilidade entre os 
pretendentes a adotante e adotando, devendo ser acompanhado por equipe interprofissional e elaboração de 
estudo psicossocial para apurar a idoneidade do adotante, as vantagens para o adotando e a legitimidade do 
desejo de adotar. 
52. PARA QUE SERVE O CADASTRO DE ADOTANTES? 
O cadastro de adotantes serve para organizar e registrar, por ordem de precedência, os pretendentes 
formalmente habilitados a adotar, sendo mantidos pela autoridade judiciária de cada comarca ou foro regional, 
havendo ainda cadastros estaduais e um cadastro nacional. 
 
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Há cadastros distintos para pessoas residentes no país e pessoas residentes fora do país, priorizando-se 
a adoção nacional sobre a internacional com vista à preservação dos laços familiares e afetivos do adotando com 
seus parentes, povo e cultura. 
Existem também cadastros de crianças e adolescentes em condições de serem adotados. 
53. CONCEITUE ADOÇÃO INTERNACIONAL. 
A adoção internacional independe da nacionalidade, pois é aquela em que o pretendente reside em país 
signatário da Convenção de Haia de 1993, relativa à proteção de crianças e à cooperação em adoção 
internacional, promulgada no Brasil pelo Decreto nº 3.087 de 1999, e deseja adotar criança ou adolescente de 
outro país signatário da Convenção. 
54. O QUE É ADOÇÃO POST MORTEM? 
Adoção post mortem ou adoção póstuma é aquela deferida ao adotante que manifestou sua vontade 
inequívoca de adotar em vida, mas faleceu no curso do procedimento antes da prolação da sentença 
constitutiva da adoção. 
Ressalte-se que o STJ já possibilitou a adoção póstuma mesmo que o adotante faleça antes do início do 
processo de adoção, desde que fique demonstrada a vontade inequívoca de adotar, a partir de elementos como 
socioafetividade, tratamento como filho e conhecimento público. 
55. O QUE É ADOÇÃO INTUITU PERSONAE? 
Adoção intuitu personae é também chamada de adoção direta ou pronta, e é aquela realizada a pessoa 
certa e não previamente cadastrada. Via de regra não é permitida, pois a intenção do legislador é impedir as 
adoções por motivos escusos. 
Por outro lado, o próprio ECA excepciona a regra do cadastro em 3 hipóteses, apenas para candidatos 
domiciliados no Brasil: 
1) pedido de adoção unilateral; 
2) pedido de parente que já mantém vínculos de afinidade e afetividade; 
3) pedido de quem detém guarda ou tutela legal de criança maior de três anos ou adolescente, desdeque convivam por tempo suficiente a comprovar laços de afinidade e afetividade e que não seja constatada má-
fé nem situação de subtração do adotando. 
56. O QUE É ADOÇÃO À BRASILEIRA? 
Adoção à brasileira não constitui propriamente uma adoção, mas uma perfilhação simulada, pois é 
aquela feita sem observância das exigências legais. Ocorre quando o homem ou a mulher declara o infante como 
seu filho no registro civil sem que isso seja verdade. 
 
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A adoção à brasileira é proibida e constitui o crime do art. 242 do ECA, que prevê as condutas de dar 
parto alheio como próprio, registrar como seu filho de outrem, ocultar recém nascido ou substituí-lo, suprimindo 
ou alterando direito inerente ao estado civil. 
57. O QUE É ADOÇÃO UNILATERAL? 
Com relação à extinção dos vínculos familiares anteriores, a adoção pode ser bilateral ou unilateral. A 
adoção unilateral é uma das hipóteses de adoção que excepciona a regra do cadastro prévio do adotante e é 
deferida a pessoa certa, pressupondo o desconhecimento ou morte de um dos genitores ou a destituição de seu 
poder familiar, e ocorre quando um dos cônjuges ou conviventes adota o filho do outro. 
58. O QUE É ACOLHIMENTO FAMILIAR? 
Acolhimento familiar é uma medida provisória e excepcional utilizada como forma de transição para a 
reintegração familiar ou para a colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. No 
acolhimento familiar a criança ou adolescente é encaminhado temporariamente a famílias capacitadas 
previamente selecionadas e que não estejam cadastradas à adoção. Tem preferência sobre o acolhimento 
institucional. 
59. O QUE É ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL? 
Acolhimento familiar é uma medida provisória e excepcional utilizada como forma de transição para a 
reintegração familiar ou para a colocação em família substituta, não implicando privação de liberdade. No 
acolhimento institucional a criança ou adolescente é encaminhado para entidades, e não para uma família. 
60. O QUE É APADRINHAMENTO E QUAL É SEU OBJETIVO? 
Apadrinhamento é um programa que proporciona à criança ou adolescente vínculos externos à 
instituição em que acolhido, para fins de convivência familiar e comunitária, no intuito de colaborar com o seu 
desenvolvimento social, moral, educacional e físico. 
As crianças e adolescentes com possibilidade remota de reinserção familiar ou colocação em família 
adotiva têm prioridade, de acordo com seu perfil. 
61. QUAIS SÃO OS PRINCÍPIOS DOS PROGRAMAS DE ACOLHIMENTO? 
Os programas de acolhimento familiar e institucional seguem os princípios estabelecidos no art. 92, do 
ECA: 
1) preservação dos vínculos familiares e promoção da reintegração familiar; 
2) integração em família substituta, ao esgotarem os recursos de manutenção na família natural ou 
extensa; 
3) atendimento personalizado e em pequenos grupos; 
4) desenvolvimento de atividades em co-educação; 
 
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5) não desmembramento de grupos de irmãos; 
6) evitar a transferência para outras entidades de crianças e adolescentes abrigados; 
7) participação da vida comunitária local; 
8) preparação gradativa para o desligamento; 
9) participação de pessoas da comunidade no processo educativo. 
62. O QUE É AMBIENTE FAMILIAR INADEQUADO? 
Ambiente familiar inadequado é aquele cujos habitantes façam uso de entorpecentes, pratiquem crimes, 
prostituição ou outras condutas que violem a lei ou a moral. 
63. O QUE SÃO MEDIDAS DE PROTEÇÃO E A QUEM SE APLICAM? 
Medidas de proteção são medidas disciplinadas nos arts. 98 a 102 do ECA, que podem ser aplicadas pela 
autoridade competente, inclusive pelo juiz de ofício, de forma isolada ou cumulativamente, à criança ou 
adolescente em situação de risco, ou seja, sempre que seus direitos forem ameaçados ou violados por ação ou 
omissão da sociedade, do Estado, dos pais ou responsável, ou ainda em razão da conduta do infante. 
O rol do art. 101 do ECA é exemplificativo e, em razão de seu caráter protetivo, a escolha das medidas 
em cada caso concreto deve levar em conta as necessidade pedagógicas, preferindo-se as medidas que 
fortaleçam os vínculos familiares e comunitários. 
64. CITE AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO ESPECÍFICAS PREVISTAS NO ECA. 
As medidas específicas de proteção, previstas no art. 101 do ECA, têm caráter exemplificativo e são as 
seguintes: 
1) encaminhamento aos pais e responsáveis, mediante termo de responsabilidade; 
2) orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
3) matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; 
4) inclusão em programa comunitário ou oficial de auxílio à família, à criança e ao adolescente; 
5) requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico; 
6) inclusão em programa de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; 
7) acolhimento institucional; 
8) acolhimento familiar; 
9) colocação em família substituta. 
65. CITE OS PRINCÍPIOS QUE REGEM AS MEDIDAS DE PROTEÇÃO. 
Os princípios regentes das medidas protetivas estão previstos no art. 100, parágrafo único, do ECA, e são 
os seguintes: 
1) condição da criança e do adolescente como sujeito de direitos; 
 
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2) proteção integral e prioritária; 
3) responsabilidade primária e solidária do Poder Público; 
4) interesse superior da criança e do adolescente; 
5) privacidade; 
6) intervenção precoce; 
7) intervenção mínima; 
8) proporcionalidade e atualidade; 
9) responsabilidade parental; 
10) prevalência da família; 
11) obrigatoriedade da informação; 
12) oitiva e participação. 
66. O QUE SÃO AS ENTIDADES DE ATENDIMENTO? 
Entidades de atendimento são entes governamentais ou não-governamentais responsáveis pelo 
planejamento e execução de programas de proteção e socioeducativos para crianças e adolescentes, 
fiscalizadas pelo Poder Judiciário, pelo Ministério Público e pelos Conselhos Tutelares, conforme o art. 95 do ECA. 
As entidades não-governamentais são registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do 
Adolescente, e têm seus programas reavaliados pelo conselho no máximo a cada 2 anos. 
Os recursos destinados aos programas desenvolvidos e executados por essas entidades são previstos nas 
dotações orçamentárias dos órgãos públicos das áreas de Educação, Saúde e Assistência Social, dentre outros. 
67. O QUE É PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO? 
Plano individual de atendimento é um documento que a entidade responsável pelo programa de 
acolhimento institucional ou familiar deve elaborar imediatamente após o acolhimento da criança ou do 
adolescente, sob a responsabilidade da equipe técnica e com a participação efetiva do adolescente e de sua 
família. 
Neste documento devem constar os resultados da avaliação interdisciplinar, os compromissos 
assumidos pelos pais ou responsável, e a previsão de atividades a serem realizadas com a criança ou 
adolescente seus pais ou responsável, ou outras providências necessárias à colocação em família substituta, sob 
supervisão do magistrado. 
68. O QUE É DEPOIMENTO SEM DANO? 
Depoimento sem dano é uma técnica humanizada de oitiva judicial de crianças e adolescentes que foram 
vítimas ou testemunhas de violência, sobretudo em crimes contra a dignidade sexual, e que visa a evitar a 
revitimização e a reduzir constrangimento e sequelas psicológicas. 
 
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O depoimento sem dano é colhido por psicólogo ou assistente social em sala reservada, com técnicas de 
inquirição especificamente desenvolvidas para obter relatos fidedignos sem gerar traumas. O depoimento é 
acompanhado pelos demais participantes do processo, inclusive o juiz, por meio de sistema audiovisual, 
possibilitando a formulação de perguntas ao profissional que interage com a criança ou adolescente. 
O CNJ possui recomendação nesse sentido e a Lei nº 13.431/2017

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