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FRATURAS SUPRACONDILIANA DE COTOVELO NA CRIANÇA REVISÃO TEOTHC 2019 CERQUEIRA DEFINIÇÃO Fraturas extra-articulares. Mais freqüentemente, o ponto de fratura é o osso fino entre as colunas medial e lateral do úmero distal. Epidemiologia Fraturas mais comuns do cotovelo da criança Aumenta gradualmente até pico de incidência dos 5 a 6 anos Idade média: 6,7 anos M3:1F (aumentando as meninas) Lado mais acometido: Não dominante (E – 60%) 7% lesão nervosa mediano – interósseo anterior > ulnar – iatrogênico Estudos mais recentes 97-99% extensão: desvio posteromedial 2% em flexão ANATOMIA Região supracondiliana é uma área de fraqueza Colunas medial e lateral são unidas por segmento fino de osso ANATOMIA Variantes da normalidade Ausência da fossa do olecrano Processo supracondilar (1,5%) Compressão do mediano Anatomia VULNERABILIDADE LOCAL: Remodelamento 5-8 anos com estreitamento A-P Frouxidão ligamentar – predisposição a lesão por hiperextensão (discutível) Olécrano = fulcro fazendo fratura proximal à fise – padrão regular Periósteo intacto no lado do desvio CRM O T L CRM O T L CRM + ficam de Olho no Talento da Loirinha Mecanismo de trauma Principal é queda de altura < 15 meses e história não compatível (diferente de queda de nível) = maus tratos <3anos: Cama, escada >3anos: Barra de trepar, balanço... Flexão (2%) Trauma posterior direto = nervo ulnar Fragmento distal desviado para anterior. Mecanismo de trauma Extensão (98%) Queda com mão espalmada e cotovelo em hiper-extensão Olécrano atua como fulcro + Pronação Desvio posteromedial (75%) pelo bíceps = lesão radial (41%) + Supinação Desvio posterolateral = lesão do mediano (36%) ou artéria braquial Fragmento distal desviado para posterior (tríceps) Mecanismo de trauma Pronação Tensiona estruturas laterais pós redução Estabilizando fraturas posteromediais Supinação Tensiona estuturas mediais Estabilizando fraturas posterolaterais Mas se pinar, não agrega tanta estabilidade assim… Quem lesa: metáfise Diagnóstico Quadro clínico Dor, edema Deformidade em S Sinal de “pucker” (sinal da cova anterior): perfuração do m. braquial e TCSC pelo fragmento proximal Sinal de Kirmisson: hematoma na fossa cubital Segundo Malgaigne: fratura supracondiliana, os epicôndilos medial e lateral e o olécrano mantêm suas relações anatômicas (formam um triângulo eqüilátero), o que não ocorre na luxação. Diagnóstico Quadro clínico Exame NV Déficit neurológico até 20% Pulso radial Compartimental!!: palidez, dor a extensão dos dedos, ausência de pulso N. radial (S: primeiro espaço interdigital dorsal) Extensão de dedos, do punho e polegar N. mediano (S: indicador palmar) Flexor profundo do indicador e flexor do polegar Força tenar n.mediano N. Ulnar (S: quinto dedo palmar) Adução e abdução dos dedos Lesões associadas Fratura de rádio distal (++), escafóide, UP, Monteggia Cuidar com fraturas ocultas ipsilaterais (tórus) Fraturas expostas: 1% Síndrome compartimental 3 A’s: ansiedade, agitação, analgesia Contratura isquêmica Volkmann é raro (0,5%) AVALIAÇÃO VASCULAR Pulso, calor, preenchimento capilar e cor da mão 20% das fx desviadas tem comprometimento vascular Classificar Mão bem perfundida (quente e vermelha), pulso radial presente Mão bem perfundida (quente e vermelha), sem pulso radial Mão mal perfundida (fria e azul ou pálida), sem pulso radial AVALIAÇÃO VASCULAR Exames de imagem Rx Todo o MS Comparativo AP (do úmero distal: em extensão) Traço na fossa do olécrano Linha típica origina-se acima do epicôndilo e cruza área supracondilar Perfil Traço transverso em 80% Observar o sinal do coxim gorduroso 53% fx SC (26% ulna prox, 12% condilo lateral, 9% colo do rádio) Jones Cotovelo em hiperflexão e supinação PARÂMETROS RADIOGRÁFICOS Linha umeral anterior deve cruzar o capítulo no perfil do cotovelo Fx SC em extensão Capítulo posterior a linha PARÂMETROS RADIOGRÁFICOS Ângulo de Baumann Ângulo úmerocapitelar Entre eixo longo da diáfise do úmero e a fise do côndilo lateral Normal = 9 a 26° (> 10°) Diminuição = fx em varo, colapso da coluna medial Classificação Gartland I: Sem desvio ou mínimo II: Com desvio, mas com contato cortical III: Com desvio, sem contato cortical IV: Lesão multidirecional, periósteo (cirurgia) ROCKWOOD 8ª CLASSIFICAÇÃO AO Tipo I: sem desvio Tipo II: desvio em 1 plano Tipo III: rotação do fragmento distal com desvio em 2 planos Tipo IV: rotação com desvio em 3 planos (ou sem contato entre os fragmentos) Classificação Holmberg modificada ‹#› Classificação Rogers –pelo traço de fratura A- normal B- completa C- galho verde D- deformidade plástica ‹#› TRATAMENTO Inicial: deixar o membro com tala em posição de conforto (flexão 20 a 40°) Cirurgia em até 8 a 21 horas Não adiar: má perfusão, fratura associada do antebraço, compartimentos tensos, sinal de “pucker”, equimose cubital ou edema considerável Tratamento Não cirúrgico Indicações Fraturas do tipo I Fraturas do tipo II Sem edema importante Boa redução (sem desvio angular, sem impacção, sem angulação...) Avliar linha umeral anterior e ângulo de Baumann Sem comprometimento NV com a posição de flexão Imobilização por 3 – 5 semanas Tala axilo-palmar (Neutro) Gesso bivalvado Controle com 1s e na alta Cirúrgico Indicações Tipo II que não se enquadrem no tratamento não cirúrgico Fraturas do tipo III Fraturas com impacção medial Outras fraturas associadas no MS Redução Pronação aumenta a estabilidade nos desvios mediais Supinação aumenta a estabilidade laterais Tratamento – Wilkins (esparadrapo) 1 – Tração com cotovelo estendido e antebraço em supinação Se não ganhar, pode ordenhar (liberar partes moles) 2 – Correção de deformidades varo/valgo e rotação 3 – Flexão do cotovelo com redução do olécrano 4 – Manutenção em flexão e pronação do antebraço ( PM) , SUPINAÇAO COM (PL) Avaliar na incidência de Jones e perfil melhor de lado ou RE Tratamento Redução aberta Indicações Fraturas expostas Fraturas com lesão vascular Redução incruenta insatisfatória Principalmente se desvio póstero-lateral: acesso do lado íntegro da dobradiça (medial) Medial Lateral Anterior: transverso na fossa antecubital, M. braquial lacerado Posterior: através do tendão do tríceps Ântero-medial: entre tendão bicipital e feixe neurovascular Formas de tratamento cirúrgico Urgência Pinagem percutânea (3 – 4 semanas) 2 Pinos cruzados Maior estabilidade Risco de lesão do n. ulnar Mini-acesso Primeiro: lateral Ou pinar medial após pino lateral, com cotovelo extendido e palpando ulnar 2 Pinos laterais divergentes Estabilidade suficiente até colar Periósteo e tala agregam estabilidade Não cruzar no foco 2 Pinos laterais paralelos 2 Pinos laterais cruzados 3 Pinos laterais Tala com 60-90 graus TRATAMENTO Complicações Lesão nervosa Extensão: 13% neuropraxia Mais comum mediano-IA (5%) Radial (4%) Ulnar (Flexão/Iatrogênica) 0-5% após pinagem Abordar nervo se lesão imediata documentada (não é rotina) Preferível retirar o FK Se fx fechada, não há indicação de abordagem imediata Observar 3-6 meses Complicações Perda de ADM Raro em crianças Geralmente relacionado a má redução Na maioria das vezes não precisa de FST Ensinar exercícios aos pais ao retirar FK Após 4-8 sem, ADM não é normal -> FST COMPLICAÇÕES Lesão artéria braquial Ausência de pulso inicialmente: 10 – 20% + tipo III 1% necessitam de intervenção Reduzir e aguardar 15 a 20 minutos Ausência de pulso e perfusão ruim = exploração a. braquial Ausência de pulso e boa perfusão = controverso Observação 48h COMPLICAÇÕES Síndrome compartimental 0,1 a 0,5% 5 P: pain, pulso, parestesia, paralisia, palidez Maior risco em traumas de maior energia > 6 hs contratura isquêmica de Volkmann Atenção a gessos/talas compressivos Acesso de henry para descompressão à partir do túnel do carpo para afáscia do bíceps e antecubital; liberar fáscia sobre flexores profundos e fáscia superficial Complicações Infecção Trajeto dos pinos 1 a 2,5% RMS + ATB Migração dos pinos 1,8% Prevenção: entortar pinos 90° a 1 cm da pele e proteger com feltro Complicações Miosite ossificante Raro Pós redução aberta ou fechada, pós FST intensa Geralmente resolução espontânea PSA Muito raro Complicações Necrose avascular da tróclea Muito raro Fraturas muito baixas, acesso posterior Deformidade em “cauda de peixe” RNM: baixo sinal em T2 (necrose da cartilagem) Consolidação normal Assintomático ou poucos sintomas (dor leve, travamento eventual, limitação de ADM) Cúbito varo (9-58%) “Gunstock deformity” Associado a hiperextensão (perda de flexão) RX Ângulo de Baumann horizontalizado no AP Hiperextensão do fragmento distal e sobreposição do úmero distal e olecrano (sinal da crescente) no P Cúbito varo (9-58%) Causa mais comum: consolidação viciosa Má redução Necrose da tróclea: varo progressivo Parada de crescimento (discutível) Menor em tratamento cirúrgico Não diminui força exceto de arremesso; tratamento estético Tx: osteotomia de cunha de fechamento lateral ou abertura medial; hemiepifisiodese Paralisia tardia do n.ulnar QUESTÕES Questoes 4 Na fratura supracondileana do úmero em criança, do tipo III de GARTLAND, com ausência do pulso distal, a primeira medida a ser tomada é a a) imobilização do cotovelo em posição neutra b) arteriografia de urgência c) redução fechada imediata e fixação d) redução aberta por acesso anterior ‹#› Questoes 4 Na fratura supracondileana do úmero em criança, do tipo III de GARTLAND, com ausência do pulso distal, a primeira medida a ser tomada é a a) imobilização do cotovelo em posição neutra b) arteriografia de urgência c) redução fechada imediata e fixação d) redução aberta por acesso anterior ‹#› 140- Nas fraturas supracondilares do úmero tipo III de Gartland, a lesao do nervo mediano é mais comum quando o desvio é póstero-lateral. ‹#› 140- Nas fraturas supracondilares do úmero tipo III de Gartland, a lesao do nervo mediano é mais comum quando o desvio é póstero-lateral. CERTO A posicao anatomica do nervo mediano no nível do cotovelo é normalmente anterior e medial ao tendao do bíceps braquial.Quando ocorre desvio póstero-lateral do fragmento distal da fratura supracondilar pode haver tracao do nervo mediano em direcao da borda anterior do fragmento ósseo proximalocasionando assim a lesao nervosa. ‹#› 629-Em crianca, na reducao incruenta das fraturas supracondilares do úmero, com desvio póstero-lateral, a imobilizacao do antebraco deve ser em pronacao. ‹#› 629-Em crianca, na reducao incruenta das fraturas supracondilares do úmero, com desvio póstero-lateral, a imobilizacao do antebraco deve ser em pronacao. ERRADO O paciente deve ser anestesiado mantendo o membro superior afetado estendido. Aplica-se tracao longitudinal para desalojar o fragmento proximal que pode estar encarcerado no músculo braquial, na fascia antecubital, no tecido adiposo ou no tecido subcutaneo superficial.Busca-se o alinhamento coronal e rotacional simultaneamente. É realizada a reducao da fratura pela flexao mediante pressao do polegar sobre o olégrano e condilos distais do úmero, mantendo a hiperflexaoe a supinacao para se obter uma reducao estável. ‹#› Taro 2011 63 - Na fratura supracondiliana do úmero de criança, a causa mais frequente de cúbito varo é a A) lesão fisária. B) pseudartrose. C) necrose avascular. D) consolidação viciosa ‹#› Taro 2011 63 - Na fratura supracondiliana do úmero de criança, a causa mais frequente de cúbito varo é a A) lesão fisária. B) pseudartrose. C) necrose avascular. D) consolidação viciosa ‹#› Taro 2010 61 - Na fratura supracondiliana do úmero na criança, do tipo III de GARTLAND, a posição do antebraço que confere maior estabilidade na redução do fragmento distal é em a) pronação no desvio póstero-medial. b) pronação no desvio póstero-lateral. c) supinação no desvio póstero-medial. d) supinação no desvio póstero-lateral. ‹#› Taro 2010 61 - Na fratura supracondiliana do úmero na criança, do tipo III de GARTLAND, a posição do antebraço que confere maior estabilidade na redução do fragmento distal é em a) pronação no desvio póstero-medial. b) pronação no desvio póstero-lateral. c) supinação no desvio póstero-medial. d) supinação no desvio póstero-lateral. This periosteal sleeve helps stabilize the fracture when it is reduced. Pronation of the forearm tightens the medial sleeve to a greater extent than supination tightens the lateral sleeve; thus, posterior medial fractures are usually more stable once reduced ‹#› Taro 2009 35. A conduta imediata na fratura supracondiliana do úmero em criança, que apresenta primariamente diminuição do fluxo sanguíneo distal, deve ser a A) arteriografia. B) redução fechada com fixação. C) redução aberta com fixação. D) exploração da artéria braquial. ‹#› Taro 2009 35. A conduta imediata na fratura supracondiliana do úmero em criança, que apresenta primariamente diminuição do fluxo sanguíneo distal, deve ser a A) arteriografia. B) redução fechada com fixação. C) redução aberta com fixação. D) exploração da artéria braquial. ‹#› 166. Na fratura supracondiliana do úmero, a redução e imobilização em pronação visam corrigir a deformidade em varo. ( ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei ‹#› 166. Na fratura supracondiliana do úmero, a redução e imobilização em pronação visam corrigir a deformidade em varo. (XX ) Certo ( ) Errado ( ) Não sei ‹#› intra-articular stabilizing forces. A. Supination of the forearm (1) creates a downward lateral tilt of the distal fragment (3). This produces compressive forces between the articulating surface of the ulna and the trochlea's medial border (A1, stippled area), which in turn, generates clockwise forces (2) about the medial side of the fracture. B. Pronation of the forearm (1) creates an upward tilt of the distal fragment (3) due to the compressive forces between the articulating surface of the ulna and the lateral border of the trochlea (B1, stippled area), which in turn, generates counterclockwise forces (2) about the medial side of the fracture. ‹#› TEOT 2010 21. na figura ao lado ( fx sc post-med) qual a posicao do braco no momento da fx: A-ext supinacao B-ext pronacao C-flexao sup D-flexao pronacao ‹#› TEOT 2010 21. na figura ao lado ( fx sc post-med) qual a posicao do braco no momento da fx: A-ext supinacao B-ext pronacao C-flexao sup D-flexao pronacao →desvio póstero-medial é o mais comum(75%); → queda com cotovelo em pronação: desvio póstero-medial, e vice-versa. Flexao é rara ‹#› A COMPLICAÇÃO TARDIA MAIS FREQUENTE NAS FRATURAS SUPRACONDILIANAS DO ÚMERO DISTAL EM CRIANÇAS É A A – consolidação viciosa B – lesão do nervo ulnar C – lesão do nervo radial D – lesão da artéria braquial ‹#› A NA FRATURA SUPRACONDILIANA DO ÚMERO EM FLEXÃO O NERVO MAIS COMUMENTE LESADO É O A – interósseo anterior B – radial C – ulnar D -mediano C Nas fraturas supracondilianas do úmero da criança: A – deformidade em varo ocorre por lesão da linha epifisária B – as lesões da artéria braquial são mais frequentes naquelas com desvio póstero-lateral C – naquelas em extensão que evoluem com diminuição do pulso radial, após redução, deve-se aumentar o grau de flexão do cotovelo D – nervo mediano é o mais frequentemente lesado no desvio póstero-medial B Desvio posteromedial 75% - n. radial Desvio posterolateral 25% - n. mediano e a. braquial Ângulo bauman – >10º Classificação: Gartland/ Holberg/ Rogers
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