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PETIÇÃO INICIAL II

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) JUIZ (ÍZA) DA XXXª VARA DO 
TRABALHO DE XXXX ESTADO DO XXXXXX. TRIBUNAL REGIONAL DO 
TRABALHO DA XXª REGIÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECLAMADA, pessoa jurídica de direito privado, com sede no (endereço 
completo), inscrita no CNPJ/MF sob o nº..., neste ato representada por sua sócia 
proprietária ..., (qualificação), vem, respeitosamente, à presença de Vossa 
Excelência, através de sua causídica constituída na forma da lei (doc. 01 – 
procuração. Pdf), com escritório profissional no (endereço completo), para onde 
devem ser destinadas as intimações pertinentes, apresentar CONTESTAÇÃO 
aos termos aduzidos por RECLAMANTE, nos autos da Reclamatória Trabalhista 
de nº..., o que o faz com arrimo nos fatos e fundamentos a seguir expostos. Veja-
se: 
 
I – DO ESCORÇO FÁTICO 
Cuida-se de Reclamatória Trabalhista promovida por RECLAMANTE em 
desfavor de RECLAMADA, com o fito de obter provimento jurisdicional que 
condene Reclamada. 
 Em prol do pretendido, afirma ter sido contratado pela Reclamada no dia 
02 de fevereiro de 2018 exercer função de Instrutora de Pilates. Relatando ainda 
que celebrou um Contrato de Prestação de Serviços Autônomos com a 
reclamada com duração de apenas um ano. Aduz que após uma fiscalização 
realizada no mês de setembro de 2019 pela Superintendência Regional do 
Trabalho, a reclamada efetivou o registro da reclamante na empresa, 
reconhecendo, assim, o vínculo de emprego. 
 Relata também que a reclamada na data de 23 de dezembro de 2019, 
dispensou a reclamante sem justa causa, sem dar baixa em sua CTPS e sem 
pagar as suas verbas rescisórias, apenas pagando o valor de R$ 500,00. 
Sustenta que laborava de segunda a sexta-feira, nos turnos da manhã, tarde e 
noite, conforme agendamento da reclamada, de maneira de nos dias de 
segunda, quarta e sexta laborava de 06h30 às10h e de 16h às 20h, e nos dias 
de terça e quinta laborava de 16h às 20h. 
Aduz ainda que quando chegava na empresa havia uma agenda a ser 
cumprida, com a determinação dos horários dos clientes. Alega que o horário de 
funcionamento da clínica era de 08h às 18h, e a mesma já ficou encarregada de 
abrir e fechar a clínica em virtude de seus horários de labor. É o que importa 
relatar. 
 
II – DOS FATOS SOB A ÓTICA DA VERDADE 
Quanto ao fato da assinatura da CTPS após a fiscalização pela 
Superintendência Regional do Trabalho, é necessário esclarecer que a 
reclamada foi “coagida” em efetivar referida assinatura, pois, no momento da 
fiscalização houve muita pressão na sócia para a assinatura desta, todavia, a 
sócia sem orientação jurídica acabou por assinar a CTPS, mesmo estando de 
que não se tratava de relação empregatícia e sim de PARCERIA. 
 No entanto, após conversas com os seus advogados, foi constatado que 
a reclamante não possuía vínculo empregatício com a reclamada ante o não 
preenchimento dos requisitos contidos no art. 3º da CLT. 
A reclamante jamais foi empregada da reclamada, tendo mantido apenas 
contrato de prestação de serviços de instrução de pilates, que iniciou em 19 de 
fevereiro de 2018, findando-se em 23 de dezembro de 2019, conforme contrato 
em anexo. Apesar do contrato assinado constar apenas um ano de duração, 
após seu vencimento, a relação entre a reclamante e a reclamada se manteve 
in totum. 
Esclarece-se, desde logo, que a relação mantida entre as partes era de 
PARCERIA, onde a receita obtida com o atendimento era dividia, na proporção 
de 50% (cinquenta por cento) durante todo o período do contrato. Assim, A 
RECLAMANTEPERCEBIA REMUNERAÇÃO MAIOR DO QUE OSPRÓPRIOS 
SÓCIOS não se podendo falar em elemento de onerosidade, porquanto a 
reclamante tinha ganho superior ao da reclamada. 
É possível verificar na documentação em anexo (recibos e relatórios de 
pagamento) que a reclamante percebia honorários variáveis, pois, dependiam 
da proporção de alunos atendidos mensalmente. Os pagamentos variavam de 
R$ 912,75 (novecentos e doze reais e setenta e cinco centavos) até mesmo R$ 
2.977,50 (dois mil, novecentos e setenta e sete reais e cinquenta centavos). 
Destaca-se ainda que a reclamante era consultada em relação as 
mensalidades dos alunos, bem como debatia valores com a reclamada, 
demonstrando totalmente a relação de parceria. 
 
III – PRELIMINARMENTE: DA INÉPCIA DA INICIAL. 
Precedendo a entrada às questões meritórias, de bom alvitre destacar a 
inépcia da petição inicial, razão pela qual deve ser rejeitada prima facie, haja 
vista o não preenchimento dos requisitos básicos insculpidos no Código de 
Processo Civil. 
Em sua narrativa, o Reclamante postula o reconhecimento do suposto 
vínculo empregatício e a anotação de sua CTPS, entretanto, no item específico 
dos pedidos, não há qualquer menção a tais pleitos. 
Trata-se, portanto, de clara situação de inépcia da petição inicial, 
enquadrada no art. 840, § 1º da CLT e art. 330, § 1º, I, do Novo Código de 
Processo Civil. Veja-se: 
 
Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal. 
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do Presidente da 
Junta, ou do juiz de direito a quem for dirigida, a qualificação do reclamante e do 
reclamado, uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pedido, a 
data e a assinatura do reclamante ou de seu representante. 
 
Art. 330 CP. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
§ 1° Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
Verifica-se, portanto, que o Reclamante, ao expor suas pretensões, olvidou-se de 
regra básica trazida pelo ordenamento jurídico civil e trabalhista, tornando 
impossível, portanto, o reconhecimento de tais pedidos. 
Levando em consideração que, em torno do pleito de reconhecimento do 
vínculo empregatício gravitam todos os demais pedidos formulados pelo 
Reclamante, pugna a Reclamada pela extinção do processo sem resolução do 
mérito, por inépcia da petição inicial, nos termos do disposto no art. 485, I, do 
Novo Código de Processo Civil. 
Em atenção ao princípio da eventualidade, acaso seja rejeitada a 
pretensão de extinção do processo sem resolução do mérito, pugna a Empresa 
Reclamada unicamente pela extinção dos pedidos de anotação da CTPS e 
reconhecimento do vínculo empregatício sem resolução do mérito, uma vez que 
houve violação ao disposto nos arts. 840, § 1º, da CLT e art. 330, § 1º, I, do Novo 
Código de Processo Civil. 
 
IV - DO MÉRITO 
Em atenção ao princípio da eventualidade, considerando a remota 
possibilidade deste Probo Juízo não acolher a pretensão aventada no item 
anterior, o que só se admite por excesso de zelo, vem a Empresa Reclamada 
demonstrar a inexistência de arrimo fático e jurídico que autorize o deferimento 
de qualquer dos pleitos formulados na peça vestibular. 
Conforme restará demonstrado, as alegações contidas na petição inicial 
são absolutamente carregadas de inverdades, demonstrando uma clara tentativa 
de locupletamento ilícito por parte do Reclamante, fato que deve ser afastado 
pelo Poder Judiciário Trabalhista, sob pena de violação ao disposto 
ordenamento jurídico pátrio. 
 
IV.I DA INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO EMPREGATÍCIO. DO NÃO 
PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS ARROLADOS NO ART. 3º DA 
CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. 
A análise perfunctória do disposto na petição inicial permite verificar que 
o Reclamante postula direitos aos quais não faz jus, haja vista INEXISTIR 
qualquer liame empregatício entre o reclamante e a Reclamada. 
Consoante abalizado pela doutrina e legislação pátria, a configuração do 
vínculo de emprego pressupõe o preenchimento de determinados requisitos de 
maneira cumulativa, o que faz concluir que o perecimento de qualquer um deles 
compromete a pretensão de reconhecimento. 
Para que seja reconhecida a relação empregatícia, necessário que 
estejam presentes, na relação jurídica em análise, os seguintes requisitos: 
subordinação, pessoalidade,onerosidade e não eventualidade. 
No caso em tela, não demanda muito esforço intelectual para verificar que 
o Reclamante não preenche as condições estabelecidas por lei, razão pela qual 
seus pedidos devem ser julgados improcedentes. Veja-se: 
 
IV.II – DA INEXISTÊNCIA DE SUBORDINAÇÃO 
O Reclamante afirma, em sua exordial, que foi “contratado” pela 
Reclamada para exercer a função de Instrutora de Pilates, Sustenta que laborava 
de segunda a sexta- feira, nos turnos da manhã, tarde e noite, conforme 
agendamento da reclamada, de maneira de nos dias de segunda, e sexta 
laborava de 06h30 às 10h e de 16h às 20h, e nos dias de terça e quinta laborava 
de 16h às 20h. 
Conforme aduzido anteriormente, o Reclamante nunca foi contratado para 
exercer função de Instrutora de Pilates, como empregado da Reclamada. Apesar 
do contrato assinado constar apenas um ano de duração, após seu vencimento, 
a relação entre a reclamante e a reclamada se manteve in totum. O Reclamante 
não sofria, por parte da Empresa Reclamada, qualquer forma de subordinação 
ou controle. Poderia aparecer para trabalhar no dia que quisesse e, acaso 
faltasse, não lhe era aplicada qualquer sanção ou punição. 
A Empresa Reclamada não tinha qualquer gerência sobre os itinerários 
realizados pelo Reclamante para a realização do serviço e nem determinava 
quanto tempo deveria gastar para cada cliente. 
O que acontecia era o seguinte relação mantida entre as partes era de 
PARCERIA, onde a receita obtida com o atendimento era dividia, na proporção 
de 50% (cinquenta por cento) durante todo o período do contrato.. Faticamente, 
o Reclamante só tinha que trabalhar quando havia atendimento. Acaso não 
houvesse, poderia deslocar-se livremente para realizar outros atendimentos. 
Em assim sendo, verifica-se que o Reclamante não estava submisso a 
qualquer ordem exarada pela Empresa Reclamada ou seus prepostos. O que 
havia, na verdade, era uma “oferta” de trabalho: efetuar o atendimento em troca 
da percepção do valor cobrado. Caso não quisesse, poderia rejeitar de forma 
livre, sem sofrer qualquer sanção por isso. 
Por todo o exposto, uma vez amplamente demonstrada a inexistência de 
subordinação através das ilações fáticas trazidas à baila, as quais serão 
oportunamente confirmadas através de prova testemunhal, pugna a Empresa 
Reclamada pelo indeferimento do pleito de reconhecimento do vínculo 
empregatício e, por conseguinte, dos pedidos que lhe são acessórios. 
 
IV.III – DA INEXISTÊNCIA DE PESSOALIDADE 
O próximo requisito a ser analisado, indispensável para a caracterização 
do liame empregatício, é a existência da pessoalidade. 
No caso em tela, conforme aduzido anteriormente, a presença ou não do 
Reclamante no estabelecimento era absolutamente irrelevante, mormente pelo 
fato de que a Reclamada. Em assim sendo, acaso faltasse o dia de trabalho, 
nenhum prejuízo traria para a Reclamada, haja vista que não era o foco da 
reclamada, demonstrando, portanto, o viés de prestação de serviços que reveste 
a relação jurídica ora analisada. 
Impende destacar, igualmente, que a reclamante não estava sujeito a 
qualquer sanção ou punição acaso faltasse e não avisasse, fato que jamais 
ocorreria em se tratando de empregado regido pela CLT. Resta claro, portanto, 
que não existia a condição de pessoalidade na relação jurídica ora exposta, 
perecendo, portanto, o requisito ora analisado. 
Nesse sentido, cabível trazer à baila a lição do Professor Sérgio Pinto 
Martins[1] acerca da pessoalidade. Veja-se: 
“A prestação de serviços deve ser feita com pessoalidade. O contrato de trabalho 
é feito com certa pessoa, daí se dizer que é intuitu personae. O empregador conta 
com certa pessoa específica para lhe prestar serviços. Se o empregado faz-se 
substituir constantemente por outra pessoa, como por um parente, inexiste o 
elemento pessoalidade na referida relação”. 
Clarividente, portanto, que o requisito em tela não está presente na 
relação jurídica apresentada a este Probo Juízo, uma vez que irrelevante para a 
Reclamada. 
Ante a tal fato, pugna a Reclamada pelo indeferimento do pedido de 
reconhecimento de vínculo empregatício e os pedidos que lhe são acessórios, 
os quais englobam toda a Reclamatória Trabalhista, razão pela qual deve ter os 
pleitos julgados absolutamente improcedentes, o que desde já se requer. 
 
IV.IV DA INEXISTÊNCIA DE ONEROSIDADE 
Não fosse suficiente o perecimento dos dois requisitos esmiuçados no 
item anterior, o Reclamante também não preenchia o requisito da onerosidade. 
Ora, Excelência, conforme anotado anteriormente, a Reclamada NUNCA 
EFETUOU QUALQUER PAGAMENTO AO RECLAMANTE A TÍTULO DE 
SALÁRIO, de forma que sua remuneração, quando aparecia para trabalhar, 
consistia unicamente no repasse da parceria, cobrada quando da ocorrência de 
atendimento. Em assim sendo, não havia o binômio “prestação de serviços – 
contraprestação salarial” entre as partes, razão pela qual o acerto de prestação 
de serviços firmado entre as partes não tinha caráter oneroso diretamente para 
a Reclamada, uma vez que quem adimplia com a remuneração do reclamante 
responsável pela atendimento era o próprio cliente. 
Perceba-se, portanto, que a Reclamada não tinha custo com a 
reclamante, inexistindo, portanto, onerosidade na relação jurídica, o que 
evidencia, novamente, o caráter de prestação de serviços desse liame existente 
entre as partes. 
Ante ao exposto, pugna a Reclamada pelo indeferimento do pleito de 
reconhecimento de vínculo empregatício e dos pedidos acessórios, que 
englobam a totalidade da Reclamatória Trabalhista ora rebatida, devendo ser 
declarados totalmente improcedentes, com a consequente extinção da 
demanda. 
 
IV.V DA OCORRÊNCIA DE EVENTUALIDADE NA PRESTAÇÃO DOS 
SERVIÇOS PELO RECLAMANTE 
Conforme exaustivamente demonstrado no item V desta contestação, não 
havia qualquer relação de pessoalidade entre o Reclamante e a Reclamada, de 
modo que a pessoa física que iria conduzir o atendimento para realizar do serviço 
sempre foi fator irrelevante para a Reclamada. 
. 
Excelência, a leitura atenta do presente item permite verificar a ausência 
de absolutamente todos os requisitos indispensáveis para a caracterização do 
vínculo de emprego, conforme lição insculpida no art. 3º da Consolidação das 
Leis do Trabalho, de modo que o indeferimento dos pedidos de reconhecimento 
de vínculo de emprego e correlatos é medida que se impõe. 
 
IV.VI – DA INOCORRÊNCIA DE DANO MORAL 
Em que pese a rejeição do pleito ora vergastado decorrer do próprio 
indeferimento do pedido de reconhecimento de vínculo empregatício, por 
excesso de zelo, vem a Empresa Reclamada demonstrar a inocorrência do 
suposto dano moral alegado pelo Reclamante. 
Inicialmente, há de se destacar que os fatos ensejadores do suposto dano 
são o não pagamento das supostas verbas rescisórias e a ausência de anotação 
da CTPS do obreiro. 
Ora, Excelência, amplamente demonstrado no item anterior que o vínculo 
fático jurídico existente entre as partes não guarda qualquer característica 
própria das relações de emprego, razão pela qual o pedido de indenização por 
dano moral, arrimado nos fatos alegados pelo Reclamante, não se sustentam. 
Em assim sendo, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do 
pleito em questão, por ausência de causa de pedir, haja vista a inexistência de 
vínculo empregatício entre as partes. 
Entretanto, em atenção ao princípio da eventualidade e considerada a 
importância da alegação de toda a matéria de defesa em sede de contestação, 
vem a Reclamada demonstrar o não preenchimento dos requisitos necessários 
para a caracterização da responsabilidade civil empresarial, a fim de fulminar, 
por todos os aspectos, a ardilosa pretensão do Reclamante. Veja-se: 
 
IV.VII DA INEXISTÊNCIA DE CONDUTA DANOSA POR PARTE DA 
EMPRESA RECLAMADA 
É lição comezinha do Direito Civil que a caracterização do instituto da 
responsabilidadecivil pressupõe a existência concomitante de três 
pressupostos, a saber: ato/omissão danosa; o dano propriamente dito e um nexo 
de causalidade que una o ato/omissão danosa ao dano experimentado pelo 
ofendido. 
No caso em tela, não consta nos autos a comprovação de qualquer prática 
danosa por parte da Empresa Reclamada, mormente pelo fato de que nunca 
houve relação de emprego entre as partes e, consequentemente, inexiste a 
obrigação de quitação de verbas rescisórias ou anotação da CTPS. 
Conforme amplamente anotado, o Reclamante prestou serviços 
curtíssimo período, sem jornada de trabalho fixa e sem qualquer obrigação de 
comparecimento, sendo irrelevante a sua presença pessoal para a Reclamada. 
A natureza jurídica da relação existente entre as partes tutela a 
Reclamada, afastando a obrigação de anotação da CTPS do Reclamante e o 
pagamento de “verbas rescisórias”, haja vista não se tratar de relação de 
emprego. 
Em assim sendo, o não pagamento das supostas verbas rescisórias e a 
não anotação da CTPS do Reclamante não figuram como atos danosos, uma 
vez que a Reclamada não está obrigada a reconhecer relação jurídica de 
prestação de serviços como se de emprego fosse, criando uma realidade falsa. 
Nesse sentido, pugna a Empresa Reclamada pelo indeferimento do pleito 
de indenização por dano moral, posto que nunca incorreu em qualquer conduta 
que maculasse a honra objetiva ou subjetiva do Reclamante. 
 
IV.VIII DA INOCORRÊNCIA DE DANO 
O Reclamante, de maneira superficial, afirma que sofreu dano moral em 
razão do não pagamento das verbas rescisórias que entende fazer jus e da não 
anotação de sua CTPS. 
De início, cumpre destacar que, curiosamente, em que pese ter cessado 
a prestação de serviços em dezembro de 2019, apenas agora veio pleitear o 
suposto “dano” sofrido. 
Ademais, a inexistência de ato/omissão danosa por parte da Reclamada 
já faz cair por terra a ocorrência de dano. Entretanto, ainda que assim não se 
considere, o Reclamante não trouxe aos autos qualquer comprovação da mácula 
moral que alega ter sofrido, seja pela ausência de anotação de sua CTPS, seja 
pelo não pagamento das supostas verbas rescisórias que entende fazer jus. 
Consoante é cediço, a mera alegação de dano não franqueia o seu 
deferimento, devendo haver prova cabal de que o Reclamante realmente 
experimentou mais do que um mero dissabor. 
No caso em tela, clarividente é a intenção do Reclamante de locupletar-
se ilicitamente à custa da Reclamada, haja vista a sua alegação genérica de que 
sofreu dano. Ressalte-se, por oportuno, que inexistia relação de emprego entre 
as partes, razão pela qual nunca figurou como obrigação da Reclamada a 
anotação da CTPS ou o pagamento de verbas rescisórias, haja vista que estas 
últimas são, inclusive, inexistentes. 
Por todo o exposto, sendo a inexistência de dano decorrência lógica da 
ausência de prática de qualquer ato ilícito por parte da Empresa Reclamada, 
pugna pelo indeferimento do pleito ora vergastado. 
 
IV.IX DA INEXISTÊNCIA DE NEXO CAUSAL 
Igualmente, não há que se falar em nexo causal se inexistentes ato ilícito e dano, 
devendo, portanto, o pleito em questão ser indeferido de plano. 
No caso em tela, os fatos que arrimam a pretensão autoral não tem razão 
de ser, simplesmente em razão da natureza jurídica do vínculo existente entre 
as partes. 
Não pode o Reclamante esperar que a Reclamada cumpra obrigações 
próprias de relações empregatícias quando, na verdade, existia entre as partes 
um mero contrato para realização de atendimento e o repasse de 50%. 
Ora, se tinha ampla liberdade para ir trabalhar ou não, para formular sua 
própria forma de prestação e não sofria qualquer controle de jornada ou 
manifestação do poder diretivo por parte da Reclamada, como poderia esperar 
o cumprimento de obrigações claramente empregatícias? 
Há de se rememorar que o contrato de emprego, assim como qualquer 
contrato bilateral, traz direitos e obrigações para ambas as partes. Caracteriza 
latente má-fé da parte a exigência tão somente das obrigações da outra, sem 
haver o cumprimento de direitos. 
No caso em tela, considerado o acerto existente entre as partes, sempre 
foram cumpridas mutuamente as obrigações existentes, tanto pela Reclamada 
quanto pelo Reclamante, obviamente, respeitando as estipulações próprias 
dessa relação jurídica, não havendo que se falar em exigência – de nenhuma 
das partes – de obrigações próprias de outras modalidades contratuais. 
Inexistentes o dano e a prática de ato ilícito pela Reclamada, perece a 
fixação de nexo causal, fazendo cair por terra o pleito de indenização por danos 
morais formulado pelo Reclamante, cujo indeferimento se requer. 
 
V – DA IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA DOS PEDIDOS 
Em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da 
preliminar arguida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela 
IMPROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial. 
 
VI – DOS REQUERIMENTOS FINAIS 
Requer, igualmente, o acolhimento da preliminar de inépcia da inicial, com 
a consequente extinção do presente feito sem resolução de mérito, haja vista as 
transgressões ao disposto no art. 840, § 1º, da Consolidação das Leis do 
Trabalho e art. 330, § 1º, I, do Novo Código de Processo Civil. Caso seja 
superada a preliminar aventada, requer o reconhecimento da inépcia da exordial 
especificamente no tocante aos pedidos de reconhecimento do vínculo 
empregatício e da anotação da CTPS do Reclamante, haja vista não constarem 
no rol de pedidos. 
Em atenção ao princípio da eventualidade, na remota hipótese da 
preliminar arguida ser superada, pugna a Empresa Reclamada pela 
IMPROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos formulados na petição inicial. 
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito 
admitidos, em especial o depoimento das partes, oitiva de testemunhas e demais 
provas legal e moralmente aceitas. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
 
LOCAL/DATA 
ADVOGADO 
OAB N°

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