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Semiologia Médica

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Exame físico geral 
ESTADO GERAL: bom, regular ou ruim 
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA: perceptividade, reatividade 
lúcido, alerta - resposta imediata e coerente 
sonolento - desperta com estímulo verbal, resposta lenta coerente 
obnubilado - desperta com estímulo verbal intenso, resposta lenta e incoerente 
torporoso - desperta com estímulo doloroso, resposta lenta e incoerente, volta a 
adormecer quando cessa estímulo 
comatoso - sem nenhum tipo de resposta - classificado em grau I a IV 
ESTADO DE HIDRATAÇÃO: hidratado, hiperidratado, desidratado 
ESTADO DE NUTRIÇÃO: desnutrição, subnutrição, má-nutrição proteica, obesidade 
DESENVOLVIMENTO FÍSICO: normal, hiperdesenvolvimento, hipodesenvolvimento, hábito 
grácil, infantilismo 
BIÓTIPO: normolíneo, brevilíneo, longilíneo 
MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS: altura, peso, IMC, circunferência abdominal 
ATITUDE E DECÚBITO: 
voluntária: ortopnéia, decúbito (lateral, dorsal…), meníngea, cócoras, parkinsoniana, 
genupeitoral… 
involuntária: atitude passiva, opistótono (tétano), sinal de Trousseau e Chvostek 
(hipocalcemia), tremores 
SINAIS VITAIS: PA, temperatura, FC, FR, pulso 
FÁCIES: modificações específicas da face e da expressão facial por doenças 
acromegálica, cuchingóide, mixedematosa, renal, parkinsoniana, hipocrática, 
leonina, adenoidiana, miastênica... 
MARCHA: espástica, parkinsoniana, parética, tabética… 
FALA E LINGUAGEM: 
disfonia: problema órgão fonador 
dislalia: alterações menores como troca de letras 
disritmolalia: gagueira, taquilalia 
disartria: incoordenação músculos - cérebro 
disfasia: incapacidade cortical da fala 
disgrafia: perda da capacidade de escrever 
dislexia: perda da capacidade de ler 
MUCOSAS: coloração (descoramento, cianose, icterícia), umidade e presença de lesões 
PELE E FÂNEROS: 
pele: coloração, integridade, umidade, textura, espessura, temperatura, elasticidade, 
mobilidade, turgor, sensibilidade, circulação colateral 
fâneros: implantação, distribuição, quantidade, coloração; brilho, espessura 
(cabelos); forma, implantação, espessura, superfície, brilho, coloração (unhas) 
TECIDO CELULAR SUBCUTÂNEO E PANÍCULO ADIPOSO: distribuição e quantidade 
LINFONODOS: tamanho, localização, consistência, mobilidade, sensibilidade, alterações da 
pele circunjacente 
pré e retro auricular, submandibular, sub mentoniana, cervical anterior e posterior, 
axilar, occipital, inguinal, poplíteas 
 
 
 
Dor 
“Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual 
real ou potencial, ou descrita em termos de tal” 
Função da dor: importante componente de defesa corporal diante de um ambiente hostil; 
constitui um sinal de alarme que visa proteger o organismo de possíveis danos 
 
Classificações: 
Temporal: aguda; crônica 
Fisiopatológica: 
- Nociceptiva: causada por lesão dos tecidos não nervosos e ativação de nociceptores; 
pode ser: 
somática 
superficial - nociceptores do tegumento, bem localizada 
profunda - nociceptores nos músculos tendões, ligamentos e articulações, 
difusa, localização imprecisa 
visceral - nociceptores viscerais, dor profunda, difusa e de localiz imprecisa 
referida - sensação dolorosa superficial localizada a distância da estrutura 
profunda responsável pela dor (distribuição metamérica) 
irradiada - sentida a distância da sua origem, porém em estruturas inervadas 
pela raiz nervosa cuja estimulação causou a dor 
- Neuropática: lesão do sistema nervoso somatossensitivo - geralmente percebida como 
queimação, formigamento, parestesia; sensibilidade na área geralmente anormal 
- Mista 
- Psicogênica - dor puramente psíquica 
 
Mecanismo da dor nociceptiva: 
1) Transdução: nociceptores são ativados por estímulo mecânico, térmico ou químico, 
e transformam-no em potencial de ação 
2) Transmissão: conjunto de vias (lateral - sensorial e discriminativo - e medial - 
cognição e afetividade) e mecanismos que permitem a condução do impulso 
nervoso até o SNC 
3) Modulação: vias responsáveis pela supressão da dor 
4) Percepção: impulso é integrado e percebido como dor no tálamo e córtex 
obs: os potenciais de ação nociceptivos são transmitidos por meio de dois tipos de fibras 
nervosas aferentes, as fibras Aδ (mielínicas, maior diâmetro, velocidade rápida) e as fibras 
C (amielínica, menor diâmetro, velocidade mais lenta) 
 
Componentes da dor: sensitivo-discriminativo (dor como sensação), afetivo-emocional, 
cognitivo-avaliativo 
 
Características semiológicas da dor: 
- Sede/Extensão 
- Intensidade 
 
 
 
 
- Duração (contínua, cíclica, intermitente/ aguda, crônica) 
- Irradiação 
- Fatores de melhora e piora 
- Sintomas concomitantes 
- Período de semelhança e dissemelhança/ Evolução 
- Horário 
- Qualidade (pontada, aperto, latejante, peso…) 
Dor evocada: 
hiperalgesia: aumento da resposta à um estímulo normalmente doloroso 
(aumento da resposta aos estímulos ou aumento dos campos receptivos) 
alodínia: dor causada por estímulo que normalmente não é doloroso ( 
redução do limiar de ativação) 
hiperestesia: aumento da sensibilidade ao estímulo, mesmo não doloroso 
(sensibilidade aumentada à estimulação) 
Dor espontânea: constante ou intermitente 
 
 
Edema 
Edema é definido como acúmulo anormal de líquido no espaço intersticial. 
Para que o edema ocorra, deve haver uma quebra dos mecanismos que controlam a 
distribuição do volume de líquido no espaço intersticial ou uma lesão da integridade 
vascular. 
 
Equilíbrio de Starling: o fluxo de fluidos depende da permeabilidade da parede capilar, 
definida pela diferença entre as variações da pressão hidrostática (p. filtração) e da pressão 
oncótica ao longo do leito capilar 
Os mecanismos que realizam a homeostase dos líquidos são: 
- Receptores de pressão intraluminal (átrios, ventrículos, vasos pulmonares, veia porta) 
- Receptores para volume (artérias periféricas e aparelho justaglomerular) 
- Concentração de sódio no plasma (PNA e Renina) – SRAA (situações de hipotensão) 
 
 
 
 
Mecanismos de formação do Edema 
- Aumento da pressão hidrostática intravascular - pode resultar de drenagem venosa 
deficiente - ex: ICC 
- Alteração da pressão oncótica - local ou generalizado; pode resultar de síntese reduzida 
de albumina e má nutrição proteica (diminuição) ou obstrução de veias (aumento) 
- Aumento da permeabilidade capilar com a saída de líquidos e proteínas - inflamações 
agudas, exsudato - ex: queimaduras, traumas, picadas 
- Obstrução da drenagem linfática 
 
Composição do Edema: 
- Exsudato (líq turvo, rico em proteínas) - alteração na permeab vascular, sinal de processo 
inflamatório, pele firme, menos compressível, sinal de Godet 
- Transudato (líq claro e seroso, pouca proteína) - permeab vascular preservada, tecido 
mais mole - “galo” 
 
A desregulação pode ser localizada e envolver apenas os fatores que influenciam o fluxo de 
fluido ao longo do leito capilar, ou, ainda, pode ser secundária a alterações dos mecanismos 
de controle do volume do compartimento extracelular e do líquido corporal total, o que, na 
maioria das vezes, ocasiona edema generalizado. 
 
Edema localizado: 
- Alteração nas Forças de Starling ou na drenagem linfática 
- Exemplos: 
Membros inferiores: obstrução v. cava inferior, obstrução linfática, insuficiência 
valvular venosa 
Pulmonar: ↑ da pressão nas veias pulmonares e/ou ↑ permeabilidade vascular – ex: 
IAM 
Cerebral 
 
Edema generalizado: 
- Alterações de fatores sistêmicos de controle do líquido intersticial 
- Apresenta alteração de peso (aumento de 4 a 5% para o edema ser detectável 
clinicamente) 
- Apresenta sinal de Godet 
Esse sinal é realizado, comprimindo-se a região prétibial com o polegar por cerca de 10 seg 
e observando-se se há formação de depressão. A profundidade da depressão pode ser 
comparada com escala de cruzes, variando de + a ++++. Para efeito de comparação, a 
intensidade máxima (++++) é atribuída a edemas que formam depressões maiores ou iguais 
a uma polpa digital. Uma segunda informação pode ser obtida, observando-se o tempo 
necessáriopara o desaparecimento da depressão após a remoção da compressão digital. 
Caso a depressão desapareça em um tempo menor que 15 seg, suspeita-se de baixa 
pressão oncótica, ou seja, hipoalbuminemia. Tempos maiores que esse sugerem edema 
secundário ao aumento da pressão hidrostática. 
 
Na dependência de tais fatores, ficam caracterizados os edemas como: cardíaco (ICC, renal 
(síndrome nefrítica, síndrome nefrótica e pielonefrite), cirrótico ou nutricional - grupados 
 
 
 
nesses nomes, porque, além das características patofisiológicas próprias de cada grupo, 
apresentam também etiologia específica, daí a denominação. 
 
Aspectos semiológicos do edema: 
- Localização (local, generalizado) 
- Duração e evolução (início, horário, fenômenos que acompanham…) 
- Intensidade (em cruzes; fazer Godet) 
- Consistência (mole, duro; elástico, inelástico) 
- Temperatura, sensibilidade e outras alterações (palidez, cianose, vermelhidão; pele lisa, 
espessa, enrugada) da pele adjacente 
 
 
 
Febre 
A febre é classificada sinal/sintoma geral e não específico. O estado de febre pode ser 
definido como temperatura oral acima de 37,2°C, pela manhã, ou ainda acima de 37,7°C, à 
tarde. A temperatura muda ao longo do dia em cerca de 0,5°C, podendo chegar a 1°C em 
pacientes que estão se recuperando de estado febril. 
 
Local da aferição Normotermia Febre 
Axilar 35,5-37ºC >37ºC 
Oral 36-37,4ºC >37,4ºC 
Retal 36-37,5ºC >37,5ºC 
 
 
Os termômetros de coluna de mercúrio e os digitais são os acessórios mais utilizados e têm 
acurácias comparáveis. Contudo, foi proibido a comercialização e uso em serviços de 
saúde. As medições feitas pelos aparelhos digitais têm menos influências da manipulação 
do acessório, portanto, são mais adequadas para uso não profissional. Recentes inovações 
incluem termômetro digital com sensor infravermelho, termômetro digital (tipo chupeta) e 
adesivos. 
 
 
 
 
A via de mensuração mais usada é a axilar e, embora seja mais fácil de medir (em 
comparação com registros orais ou retais), é uma estimativa menos precisa da temperatura 
interna corporal e tem forte influência de fatores do meio ambiente. Apesar disso, a medida 
da temperatura axilar é recomendada em neonatos por causa do risco de perfuração do 
intestino com o termômetro utilizado por via retal. 
A precisão da medida de temperatura por via oral situa-se entre a da axilar e a retal. 
A temperatura interna é a temperatura das estruturas profundas do corpo, em oposição à 
temperatura periférica, que é a da pele. Ela é medida dentro da artéria pulmonar. (cateter 
esofágico) 
 
Fisiopatologia 
Febre é um aumento da temperatura, geralmente decorrente de uma resposta imunológica 
a um pirogênio endógeno (IL-1, IL-6, TNFa com aumento do ponto de ajuste hipotalâmico; 
envolvimento de mecanismos de controle para produção (calafrios, aumento ativ 
metabólica) e conservação (vasoconstrição periférica, piloereção) de calor 
 
Causas: 
- patologias que impedem a perda de calor - lesões de pele (ictiose), ou doenças que 
causam vasoconstrição periférica (ICC) 
- patologias que aumentam a produção de calor - distúrbios metabólicos 
(hipertireoidismo) 
- patologias que levam à lesão tecidual com liberação de substâncias pirogênicas com 
capacidade de elevar o ponto de ajuste hipotalâmico para >37º, por meio de 
prostaglandinas - processos cirúrgicos e traumas, doenças neoplásicas, 
imunológicas, do SNC, vasculares, infecciosas e hemolinfo poiéticas 
 
A febre parece exercer função indispensável para auxiliar o corpo a combater uma série de 
infecções. A maior parte das febres é de natureza autolimitada e quase sempre é causada 
por vírus. 
 
obs: difere de hipertermia, que é a disfunção do termostato hipotalâmico, ocasionando 
produção de calor que excede a capacidade de perda, não responde aos antipiréticos e há 
falência dos mecanismos periféricos do controle da temperatura - vasodilatação periférica, 
sudorese. As causas mais frequentes de hipertermia são: insolação, indução por fármacos, 
exercício, lesões no SNC 
 
As complicações associadas à elevação excessiva da temperatura relacionam-se a 
resposta inflamatória sistêmica, coagulação intravascular disseminada, disfunção do snc 
(manifestada em delírio, coma e convulsões). Além disso, podem ocorrer rabdomiólise e 
insuficiências respiratória, hepática e renal. 
 
Propedêutica da febre 
Síndrome febril: astenia, inapetência, cefaléia, taquicardia, taquipnéia, oligúria, dores no 
corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental, confusões 
 
 
 
 
A febre não é benigna: aumenta a velocidade dos processos metabólicos, a perda de peso, 
o trabalho cardíaco (a cada ºC, aumenta em 10 os bpm), a perda de líquidos e sais, e pode 
levar à lesão irreversível do cérebro 
 
Características propedêuticas da febre: 
- Início: súbito ou gradual 
- Intensidade: leve <37,5ºC 
moderada 37,6-38ºC 
importante >38,6ºC 
(obs: acima de 40º: meningite, hemorragia cerebral - perda do ponto de regulação 
hipotalâmico - não responde à antitérmicos - banhos de gelo) 
- Duração: até 1 semana - aguda 
 1 e 2 semanas - subaguda 
 + 3 semanas - indeterminada, obscura 
*a febre aguda, a mais comum, geralmente é causada por infecções auto limitadas que 
desaparecem em alguns dias ou até em uma semana e, por isso, não necessita de 
intervenção médica; casos em que há maior duração desse sinal, ou recorrência depois de 
um intervalo de apirexia, sugerem infecções mais graves ou outras doenças 
- Evolução/padrão: constante, remitente, intermitente, recidivante 
- Término: em crise (súbito) ou lise 
Investigar: antecedentes de encontros com pessoas com infecções transmissíveis, viagens, 
hábitos alimentares, exposições profissionais… 
 
Afecções clínicas acompanhadas de febre: dengue, chikungunya, laringite, 
faringoamigdalite, otite média, infecções bacterianas, virais ou fúngicas, gripe, distúrbios 
metabólicos, febre amarela, malária, leishmaniose visceral, zica 
 
Terapia 
 
Não farmacológica 
Banhos de esponja com água morna, banho de imersão em água morna e uso de mantas 
finas. Outras condutas importantes incluem: utilizar roupas leves, não cobrir demais o 
paciente, manter o meio ambiente fresco, e ingerir líquidos para evitar desidratação. 
O uso de gelo em pontos específicos como axilas, virilha e pescoço, bem como a utilização 
de esponjas com soluções alcoólicas aplicadas no corpo, foram empregados no passado; 
porém esses métodos podem causar eventos adversos graves e não devem ser utilizados 
 
Farmacológica 
Para o tratamento farmacológico da febre, os principais medicamentos isentos de 
prescrição utilizados são: 
• Ibuprofeno, naproxeno sódico (anti-inflamatórios não esteroides) e ácido acetilsalicílico; 
• Paracetamol, Dipirona (antipiréticos) 
 
 
 
 
Icterícia 
Amarelamento dos fluídos e tecidos do organismo devido ao aumento das bilirrubinas, 
observado nas escleras dos olhos (visível em concentrações de 2 a 2,5mg/dL) e na pele 
(acima de 3 a 4mg/dL), mucosas e freio da língua 
 
obs: na betacarotenemia e no amarelamento por drogas, não há tingimento das escleras 
 
Fisiopatologia: 
A bilirrubina é um pigmento produzido pela degradação do grupo heme, e está presente no 
sangue (0,2 a 0,9mg/dL) em duas formas: 
Conjugada = indireta (0 a 0,2mg/dL) - lipossolúvel, não filtrada pelos rins 
Não conjugada = direta (até 1mg/dL) - hidrossolúvel, filtrada pelos rins, produz 
urobilinogênio e estercobilinogênio 
Hiperbilirrubinemia 
Conjugada: produção excessiva (disturbios hemolíticos, eritropoiese ineficaz), 
deficiência na captação e conjugação (efeito medicamentoso, distúrbios genéticos) 
Não conjugada: deficiência na excreção, regurgitação a partir dos hepatócitos e 
ductos biliares 
 
Classificação: 
- Fisiopatológica 
Hemolítica (pré hepática) - hiperbilirrubinemia indireta pela destruição excessiva de 
hemácias - anemia falciforme, hemólise imune, Síndrome de Gilbert (distúrbio de 
conjugação) 
Hepatocelular (intra hepática)- hiperbilirrubinemia, mais da direta, pela lesão do 
hepatócito (ALT e AST) - hepatite, cirrose hepática, leptospirose 
Colestática (pós hepática) - hiperbilirrubinemia direta pela obstrução das vias biliares 
extra-hepáticas (FA e GGT) - coledocolitíase 
-Clínica (cor): 
hemolítica/flavínica (+ palido que icterico) 
hepatocelular/rubínica (amarelo com síndrome febril = vermelhidao no rosto) 
colestática/verdínica ou melânica (crônica, acentuada) 
 
Semiotécnica: 
Início (rápido ou lento/insidioso), cor da urina (colúrica - colestática - ou acolúrica - pré 
hepática), cor das fezes (acólicas - colestática - ou hipercoradas - não colestática) 
Pesquisar: antecedentes familiares, febre e calafrios, substâncias tóxicas, alcoolismo, 
prática sexual (hep B), viagens (hep A, E, febre amarela) 
Obs: hiperbilirrubinemia direta causa icterícia, colúria, acolia fecal, prurido 
 
Tosse, expectoração, chiado 
Em condições fisiológicas, a tosse é um reflexo de defesa da via aérea, e é controlada pelo 
tronco e cortex cerebral. Tal reflexo promove a eliminação de secreções das vias aéreas, 
 
 
 
proteção contra aspiração de corpos estranhos e o método mais efetivo do sistema 
respiratório quando existe disfunção ciliar. 
Golpe brusco respiratório, com glote semifechada, com ruído laríngeo característico; 
 
A fisiopatologia da tosse está ligada à estimulação química das fibras-C e à ativação por 
estímulos mecânicos dos receptores de adaptação rápida (RARs) e lenta (SARs). 
Fase inspiratória, compressiva, expiratória e relaxamento 
Classificação: 
aguda - até 3 semanas - infecções virais das VAS e VAI, drogas, alérgenos, embolia 
pulmonar, edema agudo de pulmão, exacerbações asma e DPOC, sinusite 
subaguda - 3 a 8 semanas 
crônica - + 8 semanas - DRGE, síndromes asmáticas, rinossinusites, tabagismo, 
tuberculose 
Semiotécnica: 
Avaliação: frequência, intensidade, fatores de melhora e piora, início (época e hora), 
características (produtiva, seca, irritativa, pigarro, paroxística, rouca, com estridor) 
 
Expectoração: quantidade (escassa ou vômica), consistência (fluida ou espessa), coágulos, 
cor 
 
Dispnéia 
Toda e qualquer alteração no ritmo, frequência e amplitude respiratória; sensação de 
dificuldade respiratória, devido a diversos fatores patológicos e não patológicos 
 
 
 
Sensação (estímulo de um receptor resultando em ativação neural) X Percepção (reação do 
indivíduo à sensação causada por esse estímulo) 
A respiração é um fenômeno complexo, que envolve estímulos químicos, mecânicos e 
modulação do SNC; a inspiração é ativa, enquanto a expiração é passiva (não deve haver 
esforço). Locais de ativação neural relacionados com sensação de desconforto respiratório: 
sistema límbico, ponte 
 
Semiotécnica 
Avaliação: início (época e hora), modo de instalação (súbito, progressivo), intensidade, 
duração das crises, fatores desencadeantes, número de crises, periodicidade, sintomas 
concomitantes, fatores de melhora e piora, objetiva (visível ou subjetiva (referida) 
 
 
 
 
 
 
Denominações especiais: 
de esforço: após atividade física, nem sempre patológica 
ortopnéia: ao ficar em pé 
paroxística noturna: sono interrompido por falta de ar - ICC 
... 
Causas: atmosféricas, oibstrutivas, pleurais, parenquimatosas, toracomusculares, 
diafragmáticas, teciduais, cardíacas ligadas ao SNC 
 
Cianose 
Sinal caracterizado pela coloração azulada da pele, leito ungueal e membranas mucosas, 
pela presença de desoxihemoglobina maior ou igual a 5g/dL no leito capilar 
obs: saturação venosa (SvO2) normal = 75% 
 
Subtipos: 
- Central: é generalizada, desaparece quando inala O2 (exceto nos shunts), acompanha-se 
de extremidades quentes 
baixa tensão de O2 no ar inspirado 
alteração na ventilação/perfusão pulmonar 
shunt sanguíneo direito-esquerdo 
 
 
 
- Periférica: generalizada ou localizada, não há correção com oxigenoterapia, pele fria e 
úmida 
fluxo sanguíneo reduzido para os tecidos - vasoconstrição, obstrução arterial, 
trombose venosa, hipotensão arterial 
- Mista: compromete a oxigenação à nível pulmonar e também o aumento da extração de 
O2 pelos tecidos devido à diminuição do fluxo sanguíneo 
- Hb anormal: metahemoglobina, sulfahemoglobina, carboxihemoglobina 
 
Semiotécnica: 
- Pesquisar mucosa oral e conjuntival, lábios e língua, pontas dos dedos e leito ungueal, 
lobo da orelha 
- Classificar quanto a presença (cianótico ou acianótico) e a intensidade (cruzes ou 
leve/moderada/grave) 
 
Avaliação neurológica 
ANAMNESE 
Duração dos sintomas e forma de instalação, evolução cronológica 
AMP: Condições pré-natais e natais 
Desenvolvimento psicomotor 
Vacinações 
Doenças anteriores 
AMF: Aneurisma, HA, Diabete, Doenças Musculares Progressivas, Epilepsia etc 
Hábitos de Vida: Alcoolismo, Drogas ilícitas 
Sinais e sintomas: 
Cefaléia: uma das queixas mais frequentes da prática médica 
Convulsões (epilepsia, intoxicação exógena, hipoglicemia) 
Alterações visuais (tumores, neurite óptica) 
Vertigem (labirintopatias, doença cerebelares) 
Náuseas e vômitos (doenças gastrointestinais,labirintopatias, hipertensão intracraniana) 
Disfagia/disfonia (lesões bulbares) 
Parestesias (doença do SNP) 
Paralisias ou paresias (lesões das vias motoras, centrais ou periféricas) 
Distúrbios esfincterianos (lesões medulares) 
Distúrbios da Comunicação 
Disfonia: alteração do timbre da voz, rouca ou bitonal (lesão de corda vocal ou do 
nervo acessório XI par) 
Disartria: alteração da articulação da palavra decorrente de neuropatia central ou 
periférica (Parkinson – fala arrastada e lenta) 
Dislalia: alteração da articulação da palavra não decorrente de alteração SNC 
(criança troca sílabas) 
Disritmolalia: perturbação no ritmo da fala (taquilalia, gagueira) 
Dislexia: dificuldade de capacitar-se para a leitura 
Disgrafia: grafia irregular, fragmentada (Parkinson, cerebelopatia) 
Afasia: distúrbio da linguagem (motora/compreensão/global/condução/amnéstica) 
 
 
 
 
EXAME FÍSICO 
1- PESCOÇO E COLUNA CERVICAL 
Carótidas: palpação e ausculta (atenção para sopros e frêmito) 
Movimentos da cabeça: movimentos de extensão, flexão, rotação e lateralização (doenças 
articulares, meningite, musculares e hemorragia subaracnóide) 
Rigidez de nuca: Dor à flexão passiva da cabeça(meningite, hemorragia subaracnóidea) 
 
Prova de Brudzinski 
 
Transição craniovertebral 
 
2- COLUNA LOMBOSSACRA 
Limitação dos movimentos: movimentos de extensão, flexão, rotação e lateralização 
(doenças articulares e musculares) 
Provas de estiramento da raiz nervosa: Provas de Lasegue e prova de Kernig (Hemorragia 
subaracnóidea, Meningite, Radiculopatia – compressão do N. Ciático) 
 
 
3- MARCHA 
Ceifante ou hemiplégica 
Parkinsoniana: rigidez difusa com dificuldade de movimentação, cabeça inclinada para 
frente e as mãos não acompanham o movimento 
Cerebelar: apresenta movimento de ziguezagueia 
Escarvante: paralisia do movimento de flexão dorsal do pé, precisa elevar acentuadamente 
o membro inferior para não tropeçar 
Anserina: fraqueza de musculatura proximal, acentua a lordose lombar e vai inclinando o 
tronco para direita e para esquerda 
Tabética: olhar fixo ao chão, eleva o membro abrupto e explosivamente, fixa o calcanhar 
com firmeza ao pisar (deficiência B12/B6/intox cobre) 
Marcha vestibular: apresenta lateropulsão quando anda (como se fosse empurrado para o 
lado) 
 
 
 
Marcha em tesoura: MMII enrijecidos e espásticos permanecem fletidos, pés se arrastam e 
as pernas se cruzam (forma espástica da paralisia cerebral) 
 
4- EQUILÍBRIO ESTÁTICO 
Prova de Romberg: positiva - tendência a queda ao fechar os olhos: 
- Lesão vestibular: cai para o lado da lesão 
- Lesão proprioceptiva consciente: cai para qualquer lado 
- Lesões cerebelares: o paciente já tem dificuldade de se manter em pé e aumenta 
sua base (disbasia). 
 
5- MOTRICIDADE 
Voluntária: 
Espontânea 
Força muscular: classificada em grau 0 - V 
Manobras deficitárias: 
 
 
 
Coordenação 
Involuntária: tônus muscularReflexa 
 
6- TÔNUS MUSCULAR 
Trofismo: refere-se ao volume muscular (eutrófico, hipertrofia, e atrofia) 
Inspeção: achatamento 
Movimentos passivos: 
Grau de resistência e passividade 
Extensibilidade (hipotonia apresenta extensão maior enquanto 
que a hipertonia apresenta uma extensão menor) 
Hipertonia 
Piramidal 
Espasticidade 
Eletiva (extensor dos MMII e flexor dos MMSS) 
Elástica 
Extrapiramidal 
 
 
 
Rigidez não é eletiva 
Plástica (sinal da roda denteada) 
 
7- COORDENAÇÃO 
A perda da coordenação é denominada ataxia 
Avaliar cerebelo e propriocepção: 
Index nariz e index orelha (olho fechado e aberto) 
Prova calcanhar-joelho 
Prova dos movimentos alternados (diadococinesia) 
 
8- REFLEXOS 
Englobam: via aferente, centro reflexógeno, via eferente e órgão efetor (músculo) 
Reflexos motores: graduados de 0 - +++ 
- Exteroceptivos ou superficiais: 
Cutaneoplantar Cutaneoabdominais 
Sinal da babinski: lesão via piramidal 
ou corticoespinal 
 
 
- Profundos: 
Triciptal Biciptal Supinador 
 
 
Patelar Aquileu Estilorradial (Braquirradial) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9- SENSIBILIDADE 
Hipoestesia, hiperestesia e parestesia. 
Especial: olfação/ visão/gustação/audição 
Geral: 
Superficial: térmica/tátil/dolorosa (trato espinotalâmico lateral) 
Profunda: (fascículos grácil e cuneiforme): vibratória ou palestésica (diapasão)/ 
barestésica (pressão)/cinético-postural (movimentos)/dolorosa (compressão das massas 
musculares e tendões) 
Estereognosia (tátil+profunda consciente: reconhecer 1 objeto colocado em sua mão) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10- ESCALA DE GLASGOW 
 
 
11- AVALIAÇÃO DO ESTADO MENTAL 
 
* Pontuação e Escolaridade: 
Analfabetos: 14 
4 anos de escola:18 
4 a 7 anos de escola: 20 
Ensino Fundamental: 21 
Ensino médio: 23 
Universitário completo: 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12- NERVOS CRANIANOS 
I- Olfatório: verificar se há fluxo aéreo e testar com substâncias voláteis e não irritativas 
(café, tabaco, álcool, canela) 
Anosmia 
Hipoanosmia 
Hiperanosmia 
Cacosmia- sensação desagradável na ausência de qualquer substância (ex.: 
sinusite purulenta, tumores, lesão das terminações olfatórias do paciente) 
Parosmia – perversão do olfato (ex: neuropatias, neurite gripal) 
II- Óptico: testar acuidade visual e campos visuais, além de fundoscopia 
Acuidade visual ( ambliopia e 
III, IV e VI – Oculomotor, Troclear, Abducente 
Estes três nervos são avaliados em conjunto pois inervam os músculos responsáveis pelo 
movimento do globo ocular 
Oculomotor: elevador da pálpebra superior, reto superior reto medial, reto inferior 
oblíquo inferior 
Troclear: oblíquo superior 
Abducente: reto lateral 
Motilidade extrínseca: paciente com a cabeça imóvel, o examinador solicita que ele 
desloque os olhos nos sentidos horizontal e lateral 
Prova da convergência aproximando objeto gradativamente ao olho do paciente 
Estrabismo: desvio do olho de seu eixo (paresia do músculo opositor) 
Diplopia: visão dupla 
Motilidade intrínseca: é o exame de pupila realizado em seguida ao exame da motilidade 
extrínseca dos globos oculares. Pupila é examinada por meio de um feixe luminoso pelo 
reflexo fotomotor direto e pelo fotomotor consensual. 
Discoria, isocoria, anisocoria 
Midríase e miose 
Sinal de Argyll-Robertson: miose bilateral + abolição do reflexo fotomotor + presença do 
reflexo de acomodação - era tido como patognomônico de neuro sífilis, é uma lesão 
periaquedutal no mesencéfalo. 
Síndrome de Claude Bernard-Horner: miose + enoftalmia (retração anormal do olho) + 
diminuição da fenda palpebral 
Lesão do simpático cervical ( trauma, neoplasia ápice pulmonar, pós cirurgia cervical) 
V- Trigêmeo 
Função sensitiva: sensibilidade exteroceptiva da face, conjuntiva ocular, dente, dura-máter 
craniana, 2/3 anterior da língua, mucosa bucal e nasal, propriocepção da articulação 
temporomandibular e dos músculos mastigatórios. 
 
 
 
 
Função motora (músculos mastigatórios): Temporal, Masseter, Pterigóideo medial, Milo 
Hióideo, Digástrico 
Avaliação raiz motora: 
1- Atrofia das regiões temporais e masseterinas 
2- Abertura da boca promove desvio da mandíbula para o lado da lesão 
3- Ao trincar os dentes nota-se debilidade do lado paralisado 
4- Há dificuldade do movimento de lateralização da mandíbula 
Avaliação sensitiva: 
É feita semelhante aos testes de sensibilidade superficial 
Reflexo córneo – palpebral. 
 
VII- Facial 
Musculatura da mímica facial, glândulas lacrimais e submandibulares, sensibilidade 
gustativa nos 2/3 anteriores da língua 
Na avaliação solicitamos ao paciente enrugar a testa, franzir os supercílios, fechar às 
pálpebras, assobiar, inflar a boca e contrair o platisma. 
Avaliação gustativa: usar soluções com sabores doce, amargo, salgado e ácido, sempre 
lavando a boca entre uma prova e a outra 
ageusia - perda paladar 
Na paralisia unilateral observa-se: 
Lagoftalmia: olho permanece sempre aberto 
Ausência do ato de piscar 
Epífora: lacrimejamento 
Desvio da boca para o lado normal 
Incapacidade de contrair o platisma 
Incapacidade de assobiar 
Incapacidade de manter a boca inflada 
Prosoplegia: paralasia da face 
Sinal de Bell: movimento superior e lateral do globo ocular ao piscar 
 
 
 
 
VIII- Vestibulococlear 
Avaliação raiz coclear: 
Diminuição gradativa da intensidade da voz 
Atrito suave das polpas digitais próximas ao ouvido 
Prova de Rinne: aplica o diapasão na região da mastóide, quando o paciente deixar 
de ouvir coloca o diapasão próximo ao conduto auditivo 
Em uma orelha normal, a condução aérea (CA) é melhor que a condução óssea(CO) 
CO > CA = teste positivo - perda auditiva condutiva 
CO e CA diminuídas = teste negativo - perda auditiva neurossensorial 
 
Avaliação raiz vestibular: 
Avaliação nistagmo: movimentos ritmados oculares (horizontal, vertical, rotatório ou 
misto) 
Desvio lateral durante a marcha 
Sinal de Romberg positivo (queda ao fechar o olho): com desequilíbrio do corpo para 
o lado acometido. 
Index-nariz 
Prova calórica e rotatória: precisa de equipamento neurológico específico. 
IX e X – Glossofaríngeo e Vago 
Lesão unilateral do glossofaríngeo: Distúrbios da gustação do terço posterior da língua 
(hipogeusia e ageusia) 
Lesão unilateral do IX e X: Desvio do véu palatino quando o paciente pronunciar as vogais 
“a” e “e”, sinal da cortina: desvio da parede posterior da faringe para o lado normal, disfagia 
com regurgitação de líquidos pelo nariz 
Lesão unilateral do vago: Considerável disfonia 
XI - Acessório 
Nervo motor dos músculos esternocleidomastóideo e da porção superior do trapézio 
Lesão: Deficiência na elevação do ombro (trapézio), deficiência na rotação da cabeça para 
o lado oposto (esternocleidomastóideo) 
XII- Hipoglosso 
Investiga-se pela inspeção da língua e movimentação dela para os lados 
Lesões unilaterais: Atrofia e fasciculações no lado acometido, ao ser exteriorizada a língua 
desvia para o lado acometido 
Lesão bilateral: Atrofia, fasciculações e paralisia de toda a língua, acentuada disartria, 
dificuldade para mastigar e deglutir 
 
SINAIS MENÍNGEOS 
Tríade: rigidez na nuca, fotofobia, dor de cabeça 
 
 
 
 
Sinal de Brudzinski Sinal de Lasègue Sinal de Kernig 
 
 
 
Avaliação osteomuscular 
OSSOS 
ANAMNESE:​ é importante valorizar os dados da identificação, principalmente a idade, o 
sexo, a raça, a profissão e a procedência do paciente. 
Fatores de risco, dieta, atividades físicas podem causar alterações importantes. 
Sinais e sintomas:​ nas doenças ósseas, destacam-se a dor, as deformidades e os sintomas 
gerais. 
1. Dor: deve ser analisada em todas as suas características semiológicas; a dor óssea 
costuma ser relatada como “profunda”, “surda” e “intensa”; a exata localização da dor no 
segmento afetado é importante para o diagnóstico (epifisária, metafisária ou diafisária) 
- epifisária: doenças inflamatórias da coluna vertebral (atenua com movimento) e 
degenerativas (piora no início do movimento, depois atenua) 
- metafisária: neoplasias,artrites infecciosas e traumáticas 
- diafisárias: fraturas (aumenta com movimento), posturais e alterações mecânicas 
2. Deformidades ósseas: indicam uma doença de longa duração e podem ser restritas a um 
único osso ou comprometer vários ossos. 
Algumas vezes, apresentam características típicas, como a tíbia em sabre, 
secundária a sífilis, raquitismo ou doença de Paget, e o rosário raquítico (alargamento das 
extremidades anteriores das costelas), que surge nas crianças com raquitismo. 
3. Sintomas gerais: as doenças ósseas também podem apresentar sintomas gerais, sendo 
que o exemplo mais frequente ocorre na osteomielite, quando a dor se associa a febre alta 
e anorexia. 
EXAME FÍSICO: 
No exame físico utilizam-se a inspeção e a palpação, complementados pelo estudo da 
mobilidade de cada segmento. Este exame inclui, obrigatoriamente, a avaliação das 
articulações e dos músculos que deve ser feita com o paciente nas posições de pé, sentada 
e deitada, com boa iluminação e as áreas a serem examinadas descobertas. 
Inspeção:​ retrações, abaulamentos, deformidades (varismo, valgismo), fraturas, simetria 
Palpação:​ tecidos adjacentes ao osso; o aumento de volume deve ser definido na palpação, 
quanto a consistência, formato, localização, tamanho e relação com os tecidos moles; deve 
ser avaliada a presença de crepitações 
 
 
 
 
ARTICULAÇÕES 
ANAMNESE:​ deve-se estar atento a especificidades quanto ao sexo, idade, procedência, 
ocupação 
Sinais e sintomas: 
Dor (artralgia) - dor na articulação. Investigar todas as características semiológicas 
da dor. Aguda (gota, bursite, artrite séptica) ou crônica (artrite reumatoide, artrose). Em 
peso (artrose) ou muito intensa (gota, artrite séptica). Pode vir acompanhada de outros 
sintomas - parestesias (formigamentos) 
Rigidez 
Crepitação articular 
Manifestações sistêmicas - febre, astenia, anorexia e perda de peso 
EXAME FÍSICO: 
Pesquisar alterações vasculares, musculares, neurológicas 
Inspeção: 
Comparar articulações homólogas - aumento de volume, rubor, atrofia, desalinhamento 
articular, deformidades, nódulos, fístulas… 
Postura 
Analisar o peso do paciente em relação a idade e altura - sobrecarga do aparelho 
locomotor. 
Marcha 
Alteração em pele e anexos 
Formato e volume: irregularidades, modificação no tamanho, circunferência, alinhamento, 
Palpação e movimentação: 
Avaliar presença de edema e calor, crepitações 
Realizar movimentação ativa, passiva e ativa com contraposição de força, para cada 
possível movimento da articulação a ser avaliada - verificar dor e perda funcional 
 
Coluna Vertebral: 
 
Cotovelo: Artic. Metacarpofalang e interfalang: 
 
 
 
 
Ombro: Punho: 
 
 
Quadril: Tornozelo: 
 
 
MÚSCULOS 
ANAMNESE: 
Na identificação destaca-se o gênero, que ao lado da história familiar, pode sugerir uma 
doença hereditária ligada ao X 
Em doenças tão insidiosas como as musculares pode ser difícil determinar o início dos 
sintomas. Por isso devemos perguntar sobre fatos da infância e desenvolvimento 
psicomotor. A idade de início e o tempo de evolução são fundamentais para diferenciar as 
causas infecciosas, tóxicas, metabólicas, inflamatória ou heredodegenerativa: 
Sinais e sintomas: 
Fraqueza muscular: queixa mais comum nas miopatias. 
Astenia: redução de força global, paciente mais cansado do que fraco 
Solicitar ao paciente a realização de tarefas diárias, como: levantar, sentar, estender 
os braços e pernas, encostar as mãos acima da cabeça, abrir e fechar as mãos, fechar os 
olhos. 
Dor: quase todas as miopatias são indolores. 
Cãimbras: contraturas que duram segundos ou minutos, com dor e aumento de enzimas 
musculares; comuns em distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos. 
 
 
 
Espasmo: contratura intermitente com contrações breves e fortes 
EXAME FÍSICO: 
Inspeção: 
Estática: atrofia muscular determinando sua localização, extensão, distribuição e 
intensidade; fasciculações; miotonia (contração muscular sustentada e indolor); postura; 
fácies; hipertrofia 
Dinâmica: marcha, executar movimento específico (levantar do chão, da cadeira); 
tônus e trofismo muscular - movimentação passiva, ativa e ativa com contraposição de força 
Palpação: tônus e trofismo; dor 
 
MANOBRAS ESPECIAIS 
Teste de Schober: 
 
Sinal da Onda e da Tecla: derrame articular 
 
Teste de Lasegue: dor ciática e Teste de Millgram: patologias 
encurtamento músculos coxa compressivas 
 
 
Teste de Patrick: patologias quadril ou sacro-ilíaco Teste de Adams: escoliose 
 
 
 
 
 
Teste de Trendelemburg: músculo glúteo médio 
 
Teste de Phallen: nervo mediano Teste de Tinell: irritação nervosa 
 cruzado anterior e posterior 
 
 
Teste de Jobe: manguito rotador Teste de Neer: síndrome do impacto 
 
 
Sinal da Gaveta: integridade ligamentar Teste McMurray e Apley: menisco med e lat 
 
 
 
 
Teste de Mill Teste de Cozen 
 
 
Teste de Thompson (positivo - fisiológico) 
 
 
Manobra de Valsalva (paciente sentado inspira, segura e faz força 
 
Avaliação cabeça e pescoço 
ve) 
 
Insuficiência Cardíaca 
Doença altamente incapacitante com alta taxa de mortalidade, sendo grande problema de 
saúde pública; nos países desenvolvidos é a principal causa de internação acima de 65 
anos, e, no Brasil, ocorrem 300.000 novos casos por ano 
É a via final comum da maioria das cardiopatias: miocardiopatias, cardiopatia hipertensiva, 
valvopatias, doença coronariana, pericardiopatias, arritmias 
Fatores de risco: HAS + obesidade, diabete → HVE → disfunção diastólica; HAS + 
tabagismo, dislipidemia, diabete → ICO → disfunção sistólica 
Classificações: 
Fisiopatológica: sistólica (não consegue bombear) e diastólica (não consegue 
encher) 
 
Esquerda (congestão pulmonar) e direita (congestão sistêmica) 
 
 
 
Aguda - ex. infarto - e crônica 
Global 
Fisiopatologia: pode ser causada por anormalidade na função sistólica com dificuldade de 
bombeamento com redução do volume sistólico, anormalidade na função diastólica, com 
dificuldade de relaxamento e prejuízo do enchimento ventricular, ou ambas 
dano miocárdico → dano ventricular → mecanismos compensatórios 
Mecanismos compensatórios: hemodinâmicos e neuro-hormonais (aumento FC, força 
muscular, adrenérgicos, PNA, SRAA), compensam o dano cardíaco e o paciente é 
assintomático; com a perpetuação do problema e falência dos mecanismos compensatórios, 
a I.C. torna-se descompensada, levando à um quadro sintomático (paciente conta que não 
consegue mais as atividades habituais, ortopneia, dispneia paroxística noturna, dispneia 
periódica (de Cheyne- Strokes) 
Mecanismos hemodinâmicos: 
o coração tem dificuldade de bombear, por comprometimento primário do 
miocárdio e por resposta ao aumento da pré-carga, sobrecarga de volume; o 
estímulo volumétrico perpetuado leva à resposta compensatória da dilatação das 
câmaras cardíacas, até que ocorra exaustão miocárdica 
o coração tem dificuldade de encher-se, por patologias taquicardizantes e por 
estresse sistólico das paredes ventriculares; em resposta, ocorre a hipertrofia miocárdica; 
quando excessiva, traz diminuição do relaxamento ventricular e da complacência - IC 
diastólica 
Mecanismos neuro-hormonais: no início predominam os hormônios vasodilatadores, 
mas com a progressão aumenta os neuro hormônios vasoconstritores, que deterioram o 
rendimento do sistema CV e levam à IC manifesta; a hiperatividade do SN adrenérgico 
inicialmente resulta em aumento do DC e redistribuição do fluxo, mas, quando sustentada, 
resulta em defeitos deletérios ao coração 
 
 
Sinais e Sintomas: 
IC Sistólica: desvio do ictus à esquerda e aumento de sua extensão (cardiomegalia), 
estertores finos e dispnéia (congestão pulmonar), estase jugular bilateral pulsátil, 
hepatomegalia, ascite, edema de MMII (congestão sistêmica), tonturas, fraqueza, 
escotomas, síncopes, palidez, pulsos finos, hipotensão arterial, oligúria, nictúria (baixo 
débito sistêmico) 
 
 
 
Oliguria = diminuição do volume; nictúria =inversão do ritmo urinário 
IC Diastólica: dispnéia e estertores (congestão pulmonar), sinais de baixo débito 
sistêmico, dor precordial - dor na ​fossa epigástrica - ​e arritmias (baixo débito coronariano) 
 
 
 
 
 
Ressucitação Cardiopulmonar 
Parada cardiorrespiratória: interrupção da circulação sanguínea, em consequência da 
assistolia ou arritmias graves 
Consequências: após 10-15s há perda da consciência, 3 min lesão cerebral, 10 min as 
chances de ressuscitação são próximas de 0 (sem manobras) 
Causas: Cardiopatia isquêmica (IAM), trauma, intoxicação, afogamento 
 
PCR sem trauma, asfixia e intoxicação - causa mais frequente: Cardiopatia isquêmica ​(IAM) 
Mecanismos: ​fibrilação ventricular​, taquicardia ventricular, atividade elétrica sem pulso, 
assistolia 
 
 
Reanimação Cardiopulmonar para parada cardíaca extra hospitalar 
Elos fundamentais na cadeia de sobrevivência no ambiente extra hospitalar 
1. Rápido reconhecimento da PCR 
2. Imediato acionamento do SAMU (192) 
3. Início imediato da massagem cardíaca 
4. Uso precoce do Desfibrilador Externo Automático (DEA) 
5. Cuidados pós PCR 
 
ACBD primário 
A. averiguar segurança do local, alerta: inconsciência, acionar o SAMU 
C. pulso carotídeo - ausente: iniciar as compressões imediatamente 
B. ver, ouvir e sentir - após ter iniciado as compressões )ou segundo socorrista) 
A+C+B = 15 segundos 
D. DEA - não usar sobre placa metálica ou água, desviar a pá direita p baixo/centro caso 
haja marcapasso 
 
Pulso e respiração + = só inconsciente 
Conduta: decúbito de resgate (lateral E) + 192 + monitorar pulso e respiração 
Pulso + e respiração -/anormal (gasping) = parada respiratória 
Conduta: 10/12 ventil/min (1 ventil./6s) se houver proteção, c/ checagem de pulso 
carotídeo a cada 2 min ↓ 
pocket mask, ambu 
 
 
 
 
 
Pulso e respiração - = PCR 
Conduta: 1 socorrista - 100/120 compr/min; 
2 socorristas s/ via aérea avançada: 30 compr + 2 ventil 
2 socorristas c/ via aérea avançada: 100/120 compr/min + 8-10 vent/min sem parar 
compressões 
trocar socorrista a cada 5 ciclos (30:2) ou 2 min 
compr:relax = 1:1 
checar pulso a cada 5 ciclos 
obs: sat ideal O2>= 94% 
Compressões: mãos entrelaçadas apoiadas no terço inferior do esterno, na linha dos 
mamilos, com braços esticados; profundidade 5cm; lado D do paciente

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