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Teoria da Contabilidade

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Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO DE: 
 
TEORIA DA CONTABILIDADE 
 
 
 
 
 
 
AUTORIA: 
 
Prof. Dr. ADRIANO RODRIGUES 
 
 
 
 
 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
2
Módulo de: TEORIA DA CONTABILIDADE 
Autoria: Prof. Dr. Adriano Rodrigues 
 
Primeira edição: 2008 
 
 
CITAÇÃO DE MARCAS NOTÓRIAS 
 
Várias marcas registradas são citadas no conteúdo deste módulo. Mais do que simplesmente listar esses nomes 
e informar quem possui seus direitos de exploração ou ainda imprimir logotipos, o autor declara estar utilizando 
tais nomes apenas para fins editoriais acadêmicos. 
Declara ainda, que sua utilização tem como objetivo, exclusivamente a aplicação didática, beneficiando e 
divulgando a marca do detentor, sem a intenção de infringir as regras básicas de autenticidade de sua utilização 
e direitos autorais. 
E por fim, declara estar utilizando parte de alguns circuitos eletrônicos, os quais foram analisados em pesquisas 
de laboratório e de literaturas já editadas, que se encontram expostas ao comércio livre editorial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Todos os direitos desta edição reservados à 
ESAB – ESCOLA SUPERIOR ABERTA DO BRASIL LTDA 
http://www.esab.edu.br 
Av. Santa Leopoldina, nº 840/07 
Bairro Itaparica – Vila Velha, ES 
CEP: 29102-040 
Copyright © 2008, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
 
Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
3
Apresentação 
Neste módulo você irá estudar os principais conceitos e ideias relacionadas à teoria das 
organizações. Você aprenderá como as principais vertentes de análise contribuem para a 
construção da teoria das organizações enquanto disciplina. 
Serão apresentadas as principais correntes clássicas de análise organizacional e de gestão 
da produção e do trabalho. Você perceberá que, apesar das modificações de implementação 
desses conceitos ao longo da história, sua aplicabilidade é ainda bastante ampla entre as 
organizações contemporâneas. 
Além das correntes clássicas, serão abordadas correntes que tentam se opor ou apenas 
complementar as teorias clássicas, descrevendo suas limitações e possíveis aplicabilidades. 
As unidades baseiam-se em textos básicos e complementares e apresentação de estudos de 
caso específicos na utilização do desenvolvimento do módulo. Outros recursos irão auxiliá-lo 
no estudo das formas de gestão da produção e do trabalho, como vídeos, por exemplo. 
Dedique-se à leitura dos textos complementares e assista aos vídeos indicados, buscando 
aprofundar seus conhecimentos sobre cada assunto. 
Bons estudos! 
 
Objetivo 
Desenvolver a condição de pensar a teoria da contabilidade como via concreta de solução de 
questões que se impõem na busca de satisfazer o objetivo principal da contabilidade que é o 
fornecer informações úteis a um grande número de usuários em suas avaliações e tomadas 
de decisão. 
 
 
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4
 
Ementa 
Evolução Histórica da Contabilidade. Abordagens da Contabilidade. Ativo. Passivo. 
Patrimônio Líquido. Receitas. Despesas. Perdas. Ganhos. Estrutura Conceitual da 
Contabilidade: Pronunciamento Conceitual Básico do CPC1, Teoria Positiva da 
Contabilidade. A Informação Contábil e os Mercados Financeiros. Hipóteses Clássicas de 
Pesquisa em Contabilidade. 
 
Sobre o Autor 
Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (2008), Mestre em 
Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (2003), Especialista em 
Contabilidade Gerencial (2000) e Graduado em Ciências Contábeis (1998) pela Universidade 
Federal do Espírito Santo. Atualmente é professor convidado do Programa de Mestrado em 
Ciências Contábeis da UFRJ e professor adjunto do Departamento de Ciências Contábeis da 
UFES. Tem experiência na área de Ciências Contábeis, atuando principalmente nos 
seguintes temas: Contabilidade em Mercados Regulados, Contabilidade Internacional e 
Controle Gerencial em Empresas Internacionalizadas. 
 
 
1 Comitê de Pronunciamentos Contábeis. 
 
 
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5
SUMÁRIO 
UNIDADE 1 ........................................................................................................... 8 
Título 1 – Teoria Normativa da Contabilidade ................................................... 8 
UNIDADE 2 ......................................................................................................... 14 
Título 1 – A Contabilidade na Idade Antiga ..................................................... 14 
UNIDADE 3 ......................................................................................................... 18 
Título 1 – A Contabilidade na Idade Contemporânea ..................................... 18 
UNIDADE 4 ......................................................................................................... 22 
Título 1 – Introdução ........................................................................................ 22 
UNIDADE 5 ......................................................................................................... 27 
Título 1 – Introdução ........................................................................................ 27 
UNIDADE 6 ......................................................................................................... 32 
Título 1 – Introdução ........................................................................................ 32 
UNIDADE 7 ......................................................................................................... 39 
Título 1 – Valor Realizado ................................................................................ 39 
UNIDADE 8 ......................................................................................................... 43 
Título 1 – Valor Presente do Fluxo Futuro de Caixa ....................................... 43 
UNIDADE 9 ......................................................................................................... 47 
Título 1 – Qual o Significado de Exigibilidade? ............................................... 47 
UNIDADE 10 ....................................................................................................... 52 
Título 1 – Reconhecimento dos Passivos e Exigibilidades ............................. 52 
UNIDADE 11 ....................................................................................................... 56 
Título 1 – Definição e teorias do patrimônio líquido ........................................ 56 
UNIDADE 12 ....................................................................................................... 62 
Título 1 – Receitas ........................................................................................... 62 
UNIDADE 13 ....................................................................................................... 67 
 
 
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6
Título 1 – Ganhos ............................................................................................. 67 
UNIDADE 14 ....................................................................................................... 70 
Título 1 – O Pronunciamento Conceitual Básico do CPC ............................... 70 
UNIDADE 15 ....................................................................................................... 73 
Título 1 – Finalidade da Estrutura Conceitual do CPC ....................................73 
UNIDADE 16 ....................................................................................................... 78 
Título 1 – Objetivo das Demonstrações Contábeis ......................................... 78 
UNIDADE 17 ....................................................................................................... 82 
Título 1 – Regime de Competência ................................................................. 82 
UNIDADE 18 ....................................................................................................... 87 
Título 1 – Introdução ........................................................................................ 87 
UNIDADE 19 ....................................................................................................... 91 
Título 1 – Representação Adequada ............................................................... 91 
UNIDADE 20 ....................................................................................................... 94 
Título 1 – Tempestividade ................................................................................ 94 
UNIDADE 21 ....................................................................................................... 97 
Título 1 – Ativos................................................................................................ 97 
UNIDADE 22 ..................................................................................................... 103 
Título 1 – Desempenho .................................................................................. 103 
UNIDADE 23 ..................................................................................................... 107 
Título 1 – Introdução ...................................................................................... 107 
UNIDADE 24 ..................................................................................................... 113 
Título 1 – Introdução ...................................................................................... 113 
UNIDADE 25 ..................................................................................................... 116 
Título 1 – Conceito Financeiro de Capital X Conceito Físico de Capital ....... 116 
UNIDADE 26 ..................................................................................................... 120 
Título 1 – Funções da Contabilidade e sua Regulação ................................. 120 
UNIDADE 27 ..................................................................................................... 124 
 
 
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7
Título 1 – Contexto Brasileiro ......................................................................... 124 
UNIDADE 28 ..................................................................................................... 128 
Título 1 – Convergência entre IASB e FASB ................................................. 128 
UNIDADE 29 ..................................................................................................... 131 
Título 1 – Definição da Teoria Positiva da Contabilidade .............................. 131 
UNIDADE 30 ..................................................................................................... 134 
Título 1 – Hipóteses sob a Perspectiva Oportunística................................... 134 
GLOSSÁRIO ..................................................................................................... 137 
REFERÊNCIAS ................................................................................................. 138 
 
 
 
 
 
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8
UNIDADE 1 
Objetivo: Apresentar as características básicas dos enfoques de teoria da contabilidade que 
serão tratados ao longo desse módulo. 
Título 1 – Teoria Normativa da Contabilidade 
 
Este enfoque de teoria da contabilidade segue uma linha dedutiva, na qual se procura de 
forma prescritiva demonstrar como a contabilidade “deveria ser”, à luz de sua estrutura 
conceitual. 
Na visão de Hendriksen & Van Breda (1999) e Iudícibus (2000) a linha dedutiva em 
contabilidade é o processo de iniciar com objetivos e postulados e, destes, derivar princípios 
lógicos que forneçam as bases para as aplicações práticas ou concretas, sendo que seus 
passos são os seguintes: 
1. Formulação de objetivos gerais ou específicos dos relatórios contábeis; 
2. Declaração dos postulados de Contabilidade concernentes ao ambiente econômico, 
político ou sociológico no qual a contabilidade precisa operar; 
3. Estabelecer um conjunto de restrições a fim de guiar o processo de raciocínio; 
4. Estabelecer uma estrutura (ou framework), no qual as ideias podem ser expressas e 
sumarizadas; 
5. Desenvolvimento de um conjunto de definições; 
6. Formulação dos princípios ou declarações gerais de políticas, derivados do processo 
lógico; e 
 
 
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9
7. Aplicação dos princípios a situações específicas e o estabelecimento de métodos de 
procedimentos e normas. 
 
Dentro deste primeiro enfoque, pretende-se apresentar os seguintes pontos a respeito da 
teoria normativa da contabilidade: evolução histórica da contabilidade, abordagens da 
contabilidade, ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas, despesas, ganhos e perdas. 
 
Título 2 – Pronunciamento Conceitual Básico do CPC 
Este enfoque de teoria da contabilidade é o que está mais próximo da realidade das 
empresas brasileiras, especialmente do processo de elaboração e apresentação das 
demonstrações contábeis para usuários externos. 
Cabe ressaltar que a aprovação do PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO – 
ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO E APRESENTAÇÃO DAS 
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) está 
registrada na Ata da 19º Reunião Ordinária do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 
realizada no dia 11 de janeiro de 2008. 
Além disso, o Pronunciamento Conceitual Básico do CPC já foi aprovado e recomendado 
pelos seguintes órgãos: 
 Comissão de Valores Mobiliários: Deliberação CVM nº 539/08. 
 Conselho Federal de Contabilidade: NBC T 1, Resolução nº 1.121/08. 
 Superintendência de Seguros Privados: Circular SUSEP nº 379/08 (Anexo I). 
 Agência Nacional de Energia Elétrica: Ofício Circular SFF-ANEEL nº 2.775/08. 
 
 
 
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10
Em função disso, houve a revogação dos documentos sobre Estrutura Conceitual utilizados 
no Brasil até o ano de 2007: 
 Deliberação CVM nº 29/86 que aprovou pronunciamento do IBRACON denominado 
Estrutura Conceitual Básica da Contabilidade. 
 Resoluções CFC nº 750/93 e 774/94 que dispõem sobre os Princípios Fundamentais 
da Contabilidade. 
 Resolução CFC nº 785/95, que dispõe sobre as Características da Informação 
Contábil. 
 
Tal modificação também foi reforçada com a promulgação da Lei nº 11.638/2007, que alterou 
a Lei das Sociedades por Ações em linha com as normas contábeis internacionais, além de 
estabelecer para a CVM o poder de emitir normas para as companhias abertas em 
consonância com essas normas internacionais. Entretanto, é fundamental que isso seja 
seguido por todos os demais tipos de sociedades para termos uma contabilidade uniforme no 
Brasil. 
Contudo, deve-se destacar que o Comitê de Pronunciamentos Contábeis é algo muito 
recente no Brasil. Ele foi criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, tendo como objetivo 
principal: o estudo, o preparo e a emissão de pronunciamentos técnicos sobre procedimentos 
de contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de 
normas pela entidade reguladora brasileira, visandoà centralização e uniformização do seu 
processo de produção, levando sempre em conta a convergência da contabilidade brasileira 
aos padrões internacionais. 
No que diz respeito ao Pronunciamento Conceitual Básico do CPC, optou-se por uma 
tradução do documento original Framework for the Preparation and Presentation of Financial 
Statements do International Accounting Standards Board (IASB). Essa estrutura conceitual 
foi adotada pelo IASB em abril de 2001. 
 
 
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11
Vale ressaltar que o Pronunciamento Conceitual Básico CPC 00 foi revisado através de 
audiência Pública nº 12/2011, conforme descrito abaixo. 
A Coordenadoria Técnica do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) torna pública a 
aprovação pelos membros do CPC, de acordo com as disposições da Resolução CFC nº. 
1.055/05 e alterações posteriores, do PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO (R1) – 
ESTRUTURA CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO 
CONTÁBIL-FINANCEIRO. O Pronunciamento foi elaborado a partir do The Conceptual 
Framework for Financial Reporting (BV2011), emitido pelo International Accounting 
Standards Board (IASB) e sua aplicação, no julgamento do Comitê, produz reflexos 
contábeis que estão em conformidade com o documento editado pelo IASB. 
A aprovação do PRONUNCIAMENTO CONCEITUAL BÁSICO (R1) – ESTRUTURA 
CONCEITUAL PARA ELABORAÇÃO E DIVULGAÇÃO DE RELATÓRIO CONTÁBIL-
FINANCEIRO pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis está registrada na Ata da 66ª 
Reunião Ordinária do Comitê de Pronunciamentos Contábeis, realizada no dia 2 de 
dezembro de 2011. 
O Pronunciamento Conceitual Básico do CPC 00 (R1) foi aprovado pelos seguintes órgãos: 
 CVM - Deliberação nº 675/11 
 CFC – NBC TG Estrutura Conceitual – Resolução nº 1.374/11 
 Conselho Federal de Contabilidade: NBC T 1, Resolução 1374/11. 
 Superintendência de Seguros Privados: Circular SUSEP Nº 424, de 29 de abril de 
2011. 
 
Em função da revisão do Pronunciamento Conceitual Básico do CPC 00 (R1) foram 
revogados os seguintes documentos: 
 Comissão de Valores Mobiliários: Deliberação CVM nº 539/08 
 
 
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12
 Conselho Federal de Contabilidade: NBC T 1, Resolução nº 1.121/08; 
 Superintendência de Seguros Privados: Circular SUSEP nº 379/08 (Anexo I) 
 
A Estrutura Conceitual adotada agora no Brasil é mais abrangente do que as estruturas 
compostas pelos documentos denominados “Princípios Fundamentais de Contabilidade” e 
“Princípios Contábeis Geralmente Aceitos”. Durante a vigência desses dois documentos, o 
arcabouço conceitual brasileiro apresentava algumas diferenças significativas para o 
internacional, tais como: 
 Características qualitativas da informação contábil: não eram tratadas de maneira 
objetiva no Brasil, diferentemente do pronunciamento internacional; 
 Premissas: enquanto a CVM tratava objetivamente dos postulados, o CFC não trazia 
distinção entre estes e os princípios e as convenções. 
 
Assim, a atual estrutura conceitual brasileira passou a ser similar à internacionalmente 
adotada, pois consiste praticamente em sua tradução para o Português. Como resultado, não 
há diferenças significativas em relação ao seu texto, o que pode levar à inadequada 
conclusão de que sua aplicação no Brasil, assim como de outros pronunciamentos 
internacionais, está garantida. 
Apesar de, na forma, as estruturas serem similares atualmente, o ambiente institucional 
brasileiro é muito diferente se comparado a países que aplicam normas que já são similares 
às internacionais. O grande desafio está em evoluir da igualdade na forma e conseguir que 
também seja aplicada em sua essência na prática. 
 
Título 3 – Teoria Positiva da Contabilidade 
 
 
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13
De acordo com Iudícibus e Lopes (2004, p.18), “define-se como Positiva a teoria que tem por 
finalidade fornecer subsídios para explicar e predizer determinados fenômenos”. Tal 
denominação é utilizada em sentido oposto ao significado de teoria normativa. 
Essa abordagem foi introduzida na pesquisa contábil internacional por volta dos anos 60, 
sendo que a teoria positiva da contabilidade tornou-se um paradigma dominante a partir da 
década de 80, mais precisamente após os trabalhos de Watts e Zimmerman (1986). 
Uma característica importante da teoria positiva é que ela está apoiada no método indutivo, 
em que se procuram estabelecer hipóteses sobre determinados fenômenos para serem 
testadas empiricamente, com base em observações extraídas da realidade. Dentro do 
contexto da contabilidade, tal teoria procura descrever como as empresas decidem os tipos 
de informação que devem divulgar, de que maneira selecionam os procedimentos contábeis 
que utilizam, dentre outras possibilidades. 
Em suma, pode-se dizer que nas proposições da teoria normativa da contabilidade procura-
se o ideal, enquanto nas pesquisas com enfoque na teoria positiva da contabilidade procura-
se o que realmente acaba acontecendo com os agentes econômicos do mundo real. 
 
 
 
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14
UNIDADE 2 
Objetivo: Apresentar um panorama geral da evolução histórica da contabilidade na idade 
antiga, na idade média e na idade moderna, com base na obra de SANTOS e SCHMIDT 
(2006). 
Título 1 – A Contabilidade na Idade Antiga 
Os primeiros vestígios de atividade contábil situam-se por volta de 8.000 a.C., em Uruk, 
cidade da antiga Mesopotâmia. Esses primeiros registros contábeis constituíam-se em fichas 
de barro, guardadas em receptáculos de barro, que eram utilizadas na contagem do 
patrimônio. Por exemplo, uma ficha de barro poderia representar um boi. Se esse boi fosse 
transferido para outra pastagem, ou fosse mandado para ser tosqueado, ou fosse 
emprestado, a sua ficha seria igualmente transferida para outro receptáculo de barro, 
registrando dessa forma a transação e auxiliando o controle do patrimônio por parte do 
proprietário. Dessa forma, um único evento contábil (por exemplo, um empréstimo de um boi) 
envolveria dois receptáculos de barro, um que forneceria uma ficha e outro que receberia 
esta ficha. Isto seria um duplo registro da transação, ou em outras palavras, um lançamento 
de partida dobrada. 
Após a criação das fichas de barro para o controle da contabilidade, houve a criação de 
tábuas com escritos cuneiformes, para a contabilização de pão, cerveja, materiais e trabalho 
escravo. Dessa forma, a invenção da escrita pelo homem está intimamente ligada ao 
surgimento da Contabilidade. 
O antigo Egito também contribuiu com grandes avanços na ciência contábil, principalmente 
devido à necessidade do governo de organizar a arrecadação de impostos. Os antigos 
egípcios inovaram ao efetuar os registros contábeis utilizando valores monetários, no caso o 
shat de ouro e prata. 
 
 
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15
Na antiga Grécia, a burocracia da cidade de Micenas mantinha arquivos que registravam, em 
placas de barro, lançamentos de impostos, propriedade territorial, reservas agrícolas, 
inventários de escravos, de cavalos, de carros de guerra e de peças desses carros. 
Os antigos romanos também se preocupavam em registrar cuidadosamente o seu patrimônio 
pessoal, utilizando tábuas de cera gravadas com estiletes pontiagudos para rascunhos, que 
em seguida eram transcritos para papiros ou pergaminhos. De alguns destes escritos, 
denominados ratio, surgiu o atual livro Razão. 
 
Título 2 – A Contabilidade na Idade Média 
Na Idade Média, a ciência contábil européia sofreu um retrocesso. O colapso do impérioromano do ocidente e a invasão dos bárbaros germânicos ocasionaram a diminuição drástica 
do comércio no continente, devido à insegurança generalizada e à desorganização das 
atividades produtivas. Houve uma decadência cultural, devido ao pouco valor dado pelos 
invasores à cultura baseada em livros. A alfabetização ficou restrita aos mosteiros. Como a 
população tornou-se analfabeta em sua maioria, e praticamente não havia mais comércio, 
não havia mais meio nem razão de se efetuar a contabilidade, ocasionando uma interrupção 
na evolução da ciência contábil. 
No continente americano, no entanto, a civilização inca desenvolveu nesse período um 
original sistema de contabilidade, os quipus. Estes eram cordões de lã ou outro material 
qualquer que, através de nós, registravam quantidades úteis para a administração do Império 
Inca. O sistema numérico usado era o decimal, sendo que o nó, pela sua localização, podia 
estar na casa das unidades, dos decimais, das centenas ou dos milhares. A cor dos cordões 
significava um item padronizado: se o cordão fosse amarelo, por exemplo, representava 
milho, desde que de acordo com o contexto. Pois, dado o número de cores ser menor que o 
número de itens patrimoniais, cada cor podia representar mais de um tipo de item. Daí, o 
amarelo poder representar milho ou ouro, dependendo da situação. 
 
 
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16
Dadas as complexidades na leitura dos quipus, existia um tipo de funcionário especializado 
na sua leitura, o quipucamayuc, ou "guardião do quipu". Vale notar que, para cada tipo de 
uso do quipu (militar, econômico, estatístico, religioso etc.), existia um tipo de quipucamayuc. 
Pode-se dizer que cada tipo de quipucamayuc se especializava num determinado ramo da 
contabilidade. Assim, existiam quipucamayucs militares, religiosos, econômicos, estatísticos 
etc. 
No final da Idade Média, ocorre o renascimento comercial e urbano da Europa, devido ao fim 
das invasões bárbaras. Isto gera a necessidade de um desenvolvimento da ciência contábil, 
como forma de controlar o fluxo comercial em expansão. Esta necessidade é particularmente 
sentida nas cidades do norte da Itália (Gênova, Veneza e Florença), que desenvolveram os 
sistemas contábeis utilizando partidas dobradas (registros das operações mercantis 
mostrando a origem e a aplicação dos recursos). 
 
Título 3 – A Contabilidade na Idade Moderna 
A Idade Moderna tem início oficial em 1453, com a conquista de Constantinopla pelos turcos. 
Com o avanço dos turcos no oriente, fecha-se a rota comercial que ligava a Europa e a Ásia 
e que havia sido aberta pelas Cruzadas na Idade Média. A necessidade da abertura de 
novas rotas para a Ásia levou diversas nações da Europa Ocidental, como Portugal, 
Espanha, França, Inglaterra e Holanda, a procurarem por novas rotas marítimas para a Ásia 
que não passassem pelo Oriente Médio dominado pelos turcos. Isto gerou as Grandes 
Navegações. 
Com a descoberta da América e da rota marítima para a Índia, houve um grande incremento 
do fluxo comercial europeu. As nações que conduziam esta expansão necessitaram da 
técnica contábil desenvolvida pelas cidades do norte da Itália a fim de controlar as 
transações comerciais. Esta técnica contábil veio a ser denominada Escola Contista, e teve 
como figura principal Luca Pacioli, um frei italiano que sistematizou e popularizou o sistema 
de partidas dobradas desenvolvido pelas cidades do norte da Itália na Baixa Idade Média. 
Para tal popularização, contribuiu o fato de a obra de Pacioli ter surgido juntamente com a 
 
 
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17
criação da impressora de tipos móveis por Gutenberg, o que possibilitou uma ampla difusão 
do livro de Pacioli que expunha o sistema de partidas dobradas. A primeira edição da obra 
clássica de Pacioli, La summa de arithmetica, geometria, proportioni et proportionalità, foi 
impressa em 10 de novembro de 1494, em Veneza. 
A Escola Contista tinha como objetivo o controle do patrimônio da empresa através da 
apuração do saldo das contas. As contas seriam o somatório dos direitos e obrigações que o 
proprietário tinha em relação a cada pessoa. Além de Luca Pacioli, outro importante 
personagem desta escola foi Benedetto Cotrugli. 
Uma inovação desta escola foi a criação da conta de capital, que determinava a dívida da 
empresa para com os proprietários. A criação de inúmeras sociedades por ações nesta 
época gerou a necessidade desta separação do patrimônio da empresa e dos proprietários. 
 
 
 
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UNIDADE 3 
Objetivo: Apresentar um panorama geral da evolução histórica da contabilidade na idade 
contemporânea, no momento atual e as perfectivas futuras, com base na obra de SANTOS e 
SCHMIDT (2006). 
Título 1 – A Contabilidade na Idade Contemporânea 
 
A Idade Contemporânea teve início com a Revolução Francesa, em 1789, a qual determinou 
um período histórico de libertação do indivíduo frente ao Estado. Tal libertação significou, em 
nível de história da contabilidade, o surgimento de inúmeras escolas contábeis. 
A primeira foi a Escola Lombarda ou Administrativa, que surgiu com a publicação de La 
Contabilità Applicata Alle Ammministrazioni private e pubbliche, de Francisco Villa, em 1840. 
Esta escola defendia que o principal objetivo da contabilidade era a administração das 
entidades. Vale lembrar que a Administração de Empresas ainda não se constituía em um 
ramo independente do conhecimento, nessa época. A contabilidade deixava de se limitar à 
apuração dos saldos das contas e passava a se preocupar em como gerir as empresas. 
Outro importante representante desta escola foi Antonio Tonzig. 
A Escola Personalista, Logismográfica, Jurídico-personalista ou Toscana surgiu em 1867, 
com a publicação de I Cinquecontisti Ovvero La Ingannevola Teorica Che Viene Insegnata 
Negli Istituti Tecnici Del Regno E Fuori Del Regno Intorno Il Sistema De Scrittura A Partita 
Doppia E Nuovo Saggio Per La Facile Intelligentza Ed Applicazione Del Sistema por 
Francesco Marchi. Além dele, destacaram-se nesta escola Giuseppe Cerboni e Giovanni 
Rossi. Fundava-se no estudo das relações jurídicas entre os proprietários da empresa, os 
correspondentes (terceiros que negociavam com a empresa) e os agentes consignatários 
(empregados a quem eram confiados os valores da empresa). 
 
 
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A Escola Controlista ou Veneziana surgiu com a publicação de La Ragioneria, de Fabio 
Besta, em 1880. Além de Besta, seus principais defensores foram Vittorio Alfieri, Carlo 
Ghidiglia, Pietro Rigobon e Pietro D'Alvise. Segundo esta escola, o objetivo da contabilidade 
seria o controle das empresas. Tal controle poderia ser anterior ao fato econômico 
(contratos, por exemplo), concomitante (vigilância sobre os empregados, por exemplo) ou 
posterior (balanço patrimonial, por exemplo). O controle poderia ainda ser ordinário (quando 
parte da rotina da empresa) ou extraordinário (quando ocorresse de forma excepcional). 
A Escola Norte-Americana surgiu em 1887, com a criação da AAPA (American Association of 
Public Accountants). Esta escola se preocupou em melhorar a qualidade da informação 
contábil, de modo a torná-la mais útil para as empresas. Ao mesmo tempo, se preocupou em 
padronizar a informação contábil, de modo a facilitar a comparação entre o desempenho das 
várias empresas por parte dos investidores. 
Foi esta escola a responsável pela divisão da contabilidade em Contabilidade Financeira 
(voltada para informar o público externo à empresa) e Contabilidade Gerencial (voltada para 
informaros administradores da empresa). Outra característica desta escola foi a grande 
importância das associações profissionais de contadores em seu desenvolvimento teórico 
(AAA, AICPA, AAUIA, NYIA, NACA, IMA, ASCPA, AIA, CAP, APB, FAF, FASB etc.). Ao 
contrário das demais escolas, a escola norte-americana se preocupou em ser 
eminentemente prática, evitando construções teóricas muito elaboradas. Esta escola foi 
ainda responsável pela confecção dos Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos (US-
GAAP). Entre os principais personagens desta escola, citam-se: Charles Ezra Sprague, 
Henry Rand Hatfield, William Andy Paton, Ananias Charles Littleton, Carman George Blough, 
Maurice Moonitz, Raymond Chambers, Richard Mattessich, Lawrence Robert Dicksee, 
Kenneth Most e Kenneth Forsythe MacNeal. 
A Escola Matemática defendeu a ideia de que a contabilidade não seria uma ciência social, 
como julgavam as outras escolas, mas uma ciência baseada na matemática, como a 
economia, a engenharia ou a física. Ela via os valores numéricos das contas não como 
realidades físicas, mas como entes abstratos, que podiam referir-se não só a empresas, mas 
a qualquer outra realidade. Isto explicaria como é possível somar valores de realidades 
 
 
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físicas diferentes, como por exemplo o valor da conta caixa com o valor da conta de 
estoques. Os críticos desta escola argumentam que não seria possível separar as contas da 
realidade física que elas representam, ou seja, separar a contabilidade da gestão das 
empresas. Entre os representantes da Escola Matemática, figuram Giovanni Rossi e Pierre 
Garnier. 
A Escola Neocontista surgiu como uma reação à Escola Personalista. Esta última escola 
enfatizava as relações jurídicas entre proprietário, administrador e empregado. A Escola 
Neocontista reafirmava a importância da apuração dos saldos das contas, como elemento 
fundamental da contabilidade. Esta escola foi representada por pensadores franceses como 
Jean Dumarchey, René Delaporte, Jean Bournisien, Albert Calmés, Léon Batardon e L. 
Quesnot. 
A Escola Alemã surgiu em 1919 com a publicação do livro de Schmalembach sobre Balanço 
Dinâmico. Trouxe como inovações: a separação clara do balanço patrimonial da 
demonstração do resultado do exercício, a correção monetária de acordo com um índice 
geral de preços ou com o padrão-ouro, e valoração dos ativos pelos preços correntes. Seus 
principais autores foram Schmalembach, Schmidt, Gomberg, Schär e Gutenberg. 
A Moderna Escola Italiana, ou Economia Aziendal, surgiu em 1922, e defende que o objetivo 
da Contabilidade é calcular o resultado das empresas. Seu principal pensador é Gino Zappa. 
A Escola Patrimonialista surgiu em 1926, com a publicação do livro Ragioneria Generale, de 
Vincenzo Mazi. Segundo esta escola, o objetivo da Contabilidade é o estudo do patrimônio. 
Este, por sua vez, se dividiria em: contas de ativo, contas de passivo e contas diferenciais ( o 
patrimônio líquido ). Os críticos desta escola, no entanto, afirmam que este objetivo é 
demasiadamente ambicioso para os recursos de que disporia a Contabilidade. Estes críticos 
se localizam principalmente na Itália, razão pela qual esta escola logrou maior sucesso fora 
de seu país de origem. Outro grande pensador desta escola é o brasileiro Frederico 
Herrmann Júnior. 
 
 
 
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Título 2 – A Contabilidade Atual e no Futuro 
Com o surgimento do computador, a contabilidade sofreu grandes mudanças. Atividades 
repetitivas que antes eram executadas por pessoas passaram a ser executadas com muito 
maior eficiência por máquinas, liberando os contadores para atividades intelectualmente mais 
criativas. 
Este processo promete continuar, com o desenvolvimento de novos programas de 
computador que substituem o trabalho dos contadores. Ao mesmo tempo, a transmissão de 
dados contábeis via internet torna-se cada vez mais difundida, modificando enormemente a 
atividade do profissional contábil. Um exemplo dessa mudança é a adoção crescente da nota 
fiscal eletrônica, que promete substituir totalmente a modalidade de papel. 
Outra vertente de mudança no cenário contábil é a preocupação da sociedade com a 
preservação ambiental, o que gera uma mudança nos paradigmas contábeis acerca da 
avaliação patrimonial, a qual talvez venha a incluir no futuro a questão dos ativos e passivos 
ambientais que começam a ser estudados pelo novo ramo da contabilidade ambiental. 
A questão social também começa a ser objeto de estudos da contabilidade, que procura 
meios de incluir em seus relatórios informações sobre o impacto das empresas na 
sociedade. 
Atualmente ocorre um movimento internacional de padronização de normas contábeis 
nacionais, tendo como referência o IFRS (International Finantial Reporting Standards). Tal 
harmonização das normas contábeis em nível internacional facilitará o livre trânsito do capital 
internacional, o que se espera que dinamize a economia mundial rumo a uma maior 
eficiência na alocação de recursos. 
 
 
 
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UNIDADE 4 
Objetivo: Tecer comentários sobre as principais abordagens da contabilidade, com base na 
visão de Hendriksen & Van Breda (1999) e Iudícibus (2000). 
Título 1 – Introdução 
 
Na visão de Hendriksen & Van Breda (1999) e Iudícibus (2000) a contabilidade pode ser 
encarada sob várias abordagens ou ênfases: 
 Abordagem Ética 
 Abordagem Comportamental 
 Abordagem Macroeconômica 
 Abordagem Sociológica 
 Abordagem Sistêmica 
 
Contudo, é improvável que possamos utilizar apenas uma dessas abordagens para definir e 
compreender o modelo contábil. 
 
Título 2 – Abordagem Ética 
Segundo esta abordagem, a contabilidade deveria apresentar-se como justa e não enviesada 
para todos os interessados. Assim, deveria ter como referência primordial noções de verdade 
e justiça. Porém, ao mesmo tempo em que todos concordam que a contabilidade deveria ser 
 
 
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"verdadeira", "justa" e "não enviesada", é muito difícil definir objetivamente o que vem a ser 
“justo”, "verdadeiro" ou "não enviesado". 
Diferentes contadores podem ter diferentes idéias sobre esses conceitos. Por exemplo, 
alguns poderiam entender que todos os usuários seriam bem informados se a base de 
mensuração for o custo histórico, na premissa de que esse critério é objetivo e, portanto, 
verdadeiro, justo e não enviesado. Para outros, todavia, o custo histórico pode ser enviesado 
em algumas circunstâncias, no sentido de que não fornece uma mensuração do custo de 
reposição dos fatores de produção, na data do balanço. 
Sendo assim, as considerações éticas podem exercer uma ampla influência em toda 
contabilidade. Contudo, dado o subjetivismo da abordagem ética, pode-se correr o risco de 
por comodismo, continuarmos aceitando os princípios de contabilidade do modo como foram 
concebidos, sem pesquisar possíveis mudanças que poderiam ser implementadas com 
intuito de melhorar o poder informativo da contabilidade. Além disso, a abordagem ética não 
distingue as necessidades diferenciadas dos vários usuários, pretendendo apresentar um 
único conjunto de informações que deveria ser "justo" para todos. 
 
Título 3 – Abordagem Comportamental 
A abordagem comportamental consiste em confiar nas visões da psicologia e da sociologia 
no processo de desenvolvimento das teorias da contabilidade. Nesta abordagem, a 
preocupação reside na relevância da informação transmitida aos responsáveis pela tomada 
de decisões e no comportamento de indivíduosou grupos diversos em consequência da 
apresentação de informações contábeis. 
Os usuários mais importantes de relatórios contábeis apresentados a grupos externos a 
empresa geralmente incluem acionistas, outros investidores, credores e autoridades 
governamentais; entretanto, as teorias comportamentais também podem levar em conta os 
efeitos de relatórios externos sobre as decisões da administração e o efeito, sob a forma de 
feedback, das ações de contadores e auditores. Desse modo, as teorias comportamentais 
 
 
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procuram medir e avaliar os efeitos econômicos, psicológicos e sociológicos de 
procedimentos contábeis e mecanismos de divulgação alternativos. 
Cabe ressaltar que a abordagem comportamental de teoria da contabilidade tem estimulado 
uma busca, tanto entre contadores acadêmicos quanto profissionais, de respostas as 
seguintes perguntas: 
 Quem são os usuários das demonstrações contábeis publicadas? 
 Qual é a natureza da informação específica desejada pelos vários grupos de 
usuários? 
 Podem ser encontradas necessidades comuns de apresentação de demonstrativos 
genéricos, ou devem ser atendidas necessidades específicas? 
 Como reagem investidores, credores e administradores a procedimentos diferentes na 
preparação de demonstrações contábeis? 
 
Título 4 – Abordagem Macroeconômica 
A abordagem macroeconômica busca explicar o efeito de procedimentos alternativos de 
divulgação de dados sobre indicadores e atividades econômicas num nível mais amplo do 
que o de uma empresa, como, por exemplo, um setor de atividade ou a economia nacional. 
Assim, seria possível verificar que efeito haveria sobre a economia se todas as empresas 
reconhecessem receitas no ponto em que sua administração preferir. 
Alguns desejam ir mais longe do que simples explicações, e argumentam que um dos 
objetivos da contabilidade deve ser guiar o comportamento de empresas e indivíduos no 
sentido da implantação de políticas econômicas nacionais específicas. Por exemplo, alguns 
dizem que os objetivos econômicos nacionais demandam relatórios contábeis que permitam, 
e até estimulem, pagamentos maiores de dividendos e investimentos reais mais elevados em 
períodos de redução da atividade econômica, e desestimulem investimentos em períodos de 
inflação. 
 
 
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Embora a maioria dos países implante políticas macroeconômicas por meio de políticas 
monetárias e fiscais e controles diretos, alguns países, particularmente a Suécia, procuram 
basear os conceitos e as práticas contábeis em metas macroeconômicas. Um dos efeitos de 
tal enfoque é o de que o objetivo de divulgação lucros estáveis de um ano a outro legitima o 
uso de reservas e políticas flexíveis de depreciação. 
 
Título 5 – Abordagem Sociológica 
Nesta abordagem a contabilidade é analisada e julgada por seus efeitos no campo 
sociológico, sendo uma abordagem do tipo "bem-estar social" (welfare), no sentido de que os 
procedimentos contábeis e os relatórios emanados da contabilidade deveriam atender a 
finalidades sociais mais amplas, inclusive relatar adequadamente ao público as informações 
sobre a amplitude e a utilização dos poderes das grandes companhias. 
Na Inglaterra e Grã-Bretanha, a abordagem tem uma aplicação parcial quando se obrigam as 
sociedades anônimas a evidenciarem, claramente, eventuais contribuições para entidades de 
caridade e para organizações políticas. 
São bastante complexas a definição e a aplicação precisa desta abordagem, pois, muitas 
vezes, os aspectos sociológicos podem ser inferidos apenas na análise dos procedimentos 
que estão sendo utilizados. As inter-relações de interesses afetados pelo uso dos poderes e 
recursos das grandes sociedades são inúmeras e, às vezes, contrastantes. 
Nos países em desenvolvimento, por exemplo, esta abordagem poderia ser confundida com 
restrições à ação das multinacionais e ser motivo para grandes disputas que escapariam do 
âmbito contábil. Todavia, não há dúvidas de que certos itens de despesa das grandes 
sociedades mereceriam uma explicação melhor, mas isto pode ser obtido por intermédio de 
normas bem precisas sobre a evidenciação em notas de rodapé ou em quadros 
suplementares ao balanço. 
Uma variante desta abordagem é a chamada Contabilidade Social que consiste em ampliar a 
evidenciação contábil para incluir informações sobre níveis de emprego da entidade, tipos de 
 
 
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treinamento, demonstração do valor adicionado etc. Outra ramificação importante é a 
contabilidade ambiental. 
Esta abordagem está sendo bastante pesquisada na atualidade, dada a amplitude de 
interesses que procura atingir (sindicatos de empregados, governos etc.). Abarca desde a 
accountability por gastos societários de natureza política até a Contabilidade Social (DVA e 
Ambiental, por exemplo). 
 
Título 6 – Abordagem Sistêmica 
Nesta abordagem a contabilidade é conceituada como método de identificar, mensurar e 
comunicar informação econômica, financeira, física e social, a fim de permitir decisões e 
julgamentos adequados por parte dos usuários da informação contábil. Dentro deste 
contexto, a noção de relevância é uma das poucas formas de delimitar a quantidade e a 
qualidade da informação contábil divulgada. Caso contrário, não seria possível saber quais 
os limites a serem estabelecidos no processo de divulgação da informação contábil. 
Para a abordagem sistêmica o processo de divulgação implica no reconhecimento dos tipos 
de informação necessária para cada usuário relevante da informação contábil e a avaliação 
da habilidade dos usuários em interpretar a informação de modo adequado. Não parte de 
posições doutrinárias sobre qual é o tipo de decisão que leva a resultados adequados e não 
entra em critérios de julgamento tanto sobre a ética de determinado procedimento como 
sobre o uso dos poderes societários, mas procura entender as necessidades expressas de 
cada usuário e fornecer uma resposta adequada. 
 
 
 
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UNIDADE 5 
Objetivo: Estudar os principais conceitos e definições teóricas de ativo. 
Título 1 – Introdução 
 
No âmbito da teoria da contabilidade, o conceito de ativo assume importância fundamental, o 
que é enfaticamente destacado por Iudícibus (2000, p.129): 
É tão importante o estudo do ativo que poderíamos dizer que é o capítulo fundamental 
da contabilidade, porque à sua definição e avaliação está ligada à multiplicidade de 
relacionamentos contábeis que envolvem receitas e despesas. 
Além de envolver valiosa discussão sobre as diferentes metodologias para a mensuração de 
elementos patrimoniais, o conceito de ativo é de utilidade para a definição de outros 
importantes termos como receitas, despesas, passivos e patrimônio líquido. 
Dentro desse contexto, pode-se definir a receita como a validação, pelo mercado, da 
variação positiva do valor do ativo ou, de outra forma, a validação, pelo mercado, do 
incremento no potencial do ativo de gerar benefícios futuros. A despesa pode ser entendida 
como o consumo de ativos ou, alternativamente, como o ativo expirado ou sacrificado. Os 
passivos, por sua vez, poderiam ser vistos como ativos negativos, enquanto que o patrimônio 
líquido, como ativos líquidos ou, ainda, como os ativos livres de direitos de terceiros. 
Tendo em vista a relevância do conceito de ativo na contabilidade, entende-se como fator de 
extrema importância que os profissionais atuantes na área contábil tenham satisfatória 
compreensão sobre o referido conceito.Copyright © 2007, ESAB – Escola Superior Aberta do Brasil 
 
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Título 2 – Conceito de Ativo 
Em muitos cursos de contabilidade, em nível técnico, de graduação e, provavelmente, 
também em alguns de pós-graduação, o conceito de ativo é apresentado como "o conjunto 
de bens e direitos de uma entidade" ou como "as aplicações de recursos" de uma empresa. 
Esse tipo de conceituação é ensinado, sem ensejar discussões, como a definição adequada 
para o termo ativo. A consequência é que alunos e profissionais em formação, com 
naturalidade, acabam aceitando o conceito apresentado como satisfatório e inquestionável. 
No entanto, pela superficialidade e pela não contemplação de características fundamentais 
do conceito, a forma apresentada de definição é, na realidade, insatisfatória. 
Essa conceituação de ativo apresentada anteriormente não contempla uma das 
características de maior relevância para uma adequada compreensão do significado do 
termo. Tal característica refere-se à noção de expectativa de benefícios econômicos futuros. 
Assim, ao mesmo tempo em que diversos autores definem ativos com clara referência a 
"benefícios futuros esperados", grande parte dos profissionais atuantes na área contábil 
parece aceitar naturalmente definições que não contemplam a referida noção. 
Hendriksen & Van Breda (1999), por exemplo, afirmam que ativos são essencialmente 
reservas de benefícios futuros. E mencionam a definição de ativo do FASB, encontrada em 
seu referencial conceitual, isto é, ativos são benefícios econômicos futuros prováveis, obtidos 
ou controlados por uma entidade em consequência de transações ou eventos passados. 
Para o FASB, incorporar um benefício futuro provável é característica essencial dos ativos. 
Assim, não se pode reconhecer a existência do ativo em termos contábeis no caso de 
ausência desta característica. 
Nesse raciocínio, Hendriksen & Van Breda (1999), analisando a necessidade de existência 
de direito específico a benefícios futuros, ressaltam que o direito deve produzir um benefício 
positivo; os direitos com benefícios nulos ou negativos em potencial não são ativos. E 
oferecem um exemplo: se um prédio tiver perdido seu valor como gerador de utilidade, seu 
único valor residirá no sucateamento dos materiais de que é composto. Se o custo de 
 
 
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remoção for igual ou superior ao valor de liquidação dos materiais, o prédio não terá valor 
algum, não devendo ser considerado um ativo. 
O exemplo citado ajuda a observar como a noção de benefício futuro esperado é relevante 
para a compreensão do significado do termo ativo. As expressões "aplicações de recursos" e 
"conjunto de bens e direitos de uma entidade" vão, dessa maneira, demonstrando sua 
imperfeição e deficiência. 
Iudícibus (2000, p.130), por sua vez, destaca três aspectos a serem observados na definição 
de ativo: 
1. O ativo deve ser considerado à luz de sua propriedade e/ou à luz de sua posse e 
controle; normalmente as duas condições virão juntas; 
2. Precisa estar incluído no ativo, em seu bojo, algum direito específico a benefícios 
futuros [....] ou, em sentido mais amplo, o elemento precisa apresentar uma 
potencialidade de serviços futuros (fluxos de caixa futuros) para a entidade; 
3. O direito precisa ser exclusivo da entidade [....]. 
 
Interessante observar que a palavra bojo, utilizada no item 2, significa a parte mais íntima de 
um item. Depreende-se, portanto, que precisa estar incluído no ativo, em sua parte mais 
íntima, em seu âmago, em seu cerne, um direito específico a benefícios futuros. Assim, vai 
sendo clarificada a importância fundamental da ideia de benefícios futuros na conceituação 
do termo ativo. 
Iudícibus (2000, p. 131) ainda afirma, adicionalmente, que "bens incorporados por doação 
são ativos, da mesma forma que os adquiridos ou construídos, desde que confiram à 
entidade expectativas de benefícios futuros". 
No documento Framework for the Preparation and Presentation of Financial Statements, o 
IASB (International Accounting Standards Board) também destaca o "benefício econômico 
futuro" como uma característica incorporada aos ativos. De acordo com sua estrutura 
 
 
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conceitual, o benefício econômico futuro embutido em um ativo é o potencial de contribuir, 
direta ou indiretamente, ao fluxo de caixa ou equivalente à caixa da empresa. Além disso, a 
expectativa de benefícios econômicos também encontra fundamentos na definição proposta 
pelo IASB, em que o ativo é um recurso controlado pela empresa como resultado de eventos 
passados e do qual se espera que futuros benefícios econômicos resultem para a empresa. 
Pelo exposto, evidencia-se a importância fundamental da noção de "benefícios econômicos 
futuros" para uma correta definição e compreensão do conceito de ativo, caracterizando a 
inadequação de expressões simplórias como "aplicações de recursos" e "bens e direitos de 
uma entidade" para uma satisfatória percepção da natureza básica do referido conceito. 
 
Título 3 – Compreensão do Conceito de Ativo 
A adequada compreensão da natureza do conceito de ativo pode ajudar os contadores em 
diversas situações profissionais e no tratamento de questões práticas da contabilidade. 
É evidente que muitos ativos, como imóveis e aplicações em títulos públicos, são detidos 
pelas empresas por meio de direitos legais, como o de propriedade. Cabe reconhecer, no 
entanto, que a propriedade não é característica essencial para a definição da existência de 
um ativo. Nesse sentido, vale o exemplo oferecido pelos equipamentos objetos de leasing, 
considerados como ativos, não em função de ser caracterizada a propriedade, mas pelo fato 
de haver controle, por parte da empresa, dos benefícios que se espera sejam provenientes 
dos bens. Verifica-se, dessa maneira, que é essencial o enfoque de benefícios futuros para a 
caracterização da existência do ativo. 
O entendimento sobre a importância da noção de "benefícios futuros esperados" para a 
definição do conceito colaborará para uma análise mais apurada sobre as diferenças 
existentes entre os diversos métodos de mensuração de ativos. Por exemplo, torna-se mais 
fácil compreender que a adoção do valor de venda para todos os ativos é critério adequado 
apenas na hipótese de descontinuidade, pois, na continuidade, importa o fluxo de serviços 
futuros proporcionados pelo ativo à entidade. 
 
 
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Tal conceituação do ativo é relevante para melhor compreensão dos procedimentos de 
reconhecimento contábil dos ativos, como evidencia o parecer do IASB: Um ativo é 
reconhecido no balanço quando é provável que a empresa venha a receber dele benefícios 
econômicos futuros e o ativo tem um custo ou valor que possa ser medido em bases 
confiáveis. 
De maneira equivalente, também na avaliação de ativos encontra-se implicação do conceito. 
Assim, segundo Hendriksen & Van Breda (1999), a avaliação de ativos deve refletir a 
mensuração dos benefícios a serem recebidos pela empresa. 
Outra aplicação conceitual é dada com a contabilização de softwares como bens do ativo 
permanente. Tendo-se em mente a potencialidade de contribuição aos resultados futuros, é 
natural a aceitação da ideia de que a amortização do bem deve ser em função da expectativa 
de períodos a serem beneficiados. 
Também menos esforço precisará ser empenhado para perceber o real significado da 
depreciação que, como método, pode até representar a alocação de custos, mas, na 
essência, caracteriza a perda de potencial de serviços futuros. 
 
 
 
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UNIDADE 6 
Objetivo: Compreender os critérios de avaliação e mensuração dos ativos com base em 
valores de entrada. 
Título 1 – Introdução 
 
As alternativas referentes aos critérios de avaliação e mensuração dos ativos podem ser 
divididas em duas classes: valores de entrada e valores de saída. Com base nas alternativas 
apresentadas por Martins (2001), temos o seguinte: 
 
Critérios com Base em Valores de 
Entrada 
Critérios com Base em Valores de Saída 
- Custo Histórico (ou original) 
- Custo Histórico Corrigido 
- Custo Corrente 
- Custo Corrente Corrigido 
- Custo de Reposição Futuro 
- Valor Realizado 
- Valor Corrente de Venda 
- Valor Realizável Líquido 
- Valor de Liquidação 
- Valor de Realização Futuro 
- Valor Presente do Fluxo Futuro de Caixa 
- Valor Justo de Mercado 
 
 
 
 
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Título 2 – Custo Histórico (ou original) 
Trata-se do valor original da transação, isto é, o preço pelo qual o ativo foi adquirido. O custo 
histórico é o valor de entrada que melhor atende o conceito de objetividade, além de 
contribuir para a proteção do capital da empresa. Por isso, pode-se dizer que esse critério é 
um dos mais usados na contabilidade com foco em usuários externos. 
No tocante à utilidade, o custo histórico tem a vantagem de ser um dado elementar, ou seja, 
exige menos premissas definidas pelo avaliador. Isso permite que o usuário processe o dado 
de acordo com seus próprios pressupostos e objetivos. 
Conforme Iudícibus (2000, p. 139), uma das razões mais fortes para a adoção do custo 
histórico é sua possível aderência, no momento da aquisição, para expressar os potenciais 
de serviços futuros, para a empresa, do ativo que está sendo adquirido. Isto é, presumindo 
um mercado livre, o custo de aquisição expresso no preço de barganha de um ativo é uma 
quantificação satisfatória das expectativas de serviços futuros no momento da compra. 
Outro aspecto relevante observado por Hendriksen (1999) é que uma das mais fortes razões 
da adoção generalizada do custo histórico tem sido sua estreita relação como o conceito de 
realização da receita na mensuração do lucro. De fato, um lucro baseado em valores 
históricos é totalmente realizado, tanto na parte operacional quanto na dos ganhos. 
No que diz respeito às desvantagens relacionadas ao uso do custo histórico, podem-se 
destacar os seguintes pontos: 
 O valor dos ativos muda com relação ao tempo. 
 A mudança de valor ocorre não somente em virtude de variações de preços e 
obsolescência, mas também em virtude da mudança no estoque de potenciais 
serviços futuros de cada ativo. 
 Não permite reconhecer perdas e ganhos quando economicamente acontecem, mas 
somente quando são realizados. 
 
 
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 O conceito de lucro contábil apurado na DRE desconsidera a variação do poder 
aquisitivo da moeda, além do não reconhecimento do custo de capital próprio 
empregado. 
 
De acordo com Martins (2001, p. 36), o custo histórico deve ser evitado nos casos em que 
pretendemos apurar a capacidade de geração futura de riqueza (valor econômico) do objeto 
avaliado. Assim, o referido autor relaciona as seguintes situações em que o uso exclusivo do 
custo histórico não seria recomendável: 
1. Avaliação para compras e vendas de empresas em processo de privatização; 
2. Processos de encerramento de atividades (inclui falências); 
3. Processos de cisão, incorporação ou fusão; 
4. Para garantias, penhores etc.; 
5. Gestão interna da empresa que não seja apenas olhar o desempenho passado etc. 
 
Título 3 – Custo Histórico Corrigido 
Trata-se de corrigir o custo histórico original por algum índice que reflita a variação do poder 
aquisitivo médio geral da moeda. 
Nos países que enfrentam altas taxas de inflação aparece como uma alternativa importante 
por sua objetividade, pelo baixo custo do processo de correção e pela relevância da 
informação. 
Na visão de Iudícibus (2000), custo histórico corrigido nada mais é do que uma restauração 
dos próprios custos históricos. Neste caso, não se pretende chegar a custos de reposição, 
mas apenas restabelecer os custos incorridos em transações passadas em termos de poder 
aquisitivo da moeda de uma data-base. 
 
 
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35
O custo histórico corrigido apresenta a vantagem de ser de fácil utilização e, além do mais, 
leva a uma avaliação do patrimônio líquido que facilita as tomadas de decisões para manter 
o patrimônio pelo menos com a mesma potencialidade, apesar das distribuições. 
Sua principal limitação consiste na empresa, devido à estrutura de seus ativos e a seu 
posicionamento no setor, experimentar, às vezes, uma taxa de perda de poder aquisitivo de 
sua moeda diferente da média geral da economia. Assim, seria preciso calcular uma “inflação 
da própria empresa”, o que também geraria diversos outros problemas. 
Por outro lado, o conceito favorece a comparação de ativos avaliados em datas distintas, 
pois, frequentemente, escolhe-se uma data-base comum para restauração dos custos 
históricos. Em certas circunstâncias, quando sabemos, por exemplo, que determinado ativo 
não vai mesmo ser reposto, o conceito do custo histórico corrigido é melhor do que o próprio 
conceito de custo corrente. 
 
Título 4 – Custo Corrente 
Custo corrente também conhecido como custo de reposição. Para Iudícibus (2000, p. 139) 
custos históricos e correntes são iguais na data de compra de um ativo. Porém, à medida 
que os preços mudam e a tecnologia fica mais sofisticada, pode haver variações. Em sentido 
mais rigoroso, custo corrente de um ativo, hoje, no estado em que se encontra, seria o 
somatório dos custos correntes dos insumos contidos em um bem igual ao originariamente 
adquirido menos sua depreciação. 
O custo corrente de um ativo, procura, assim, representar a avaliação, a preços correntes, do 
mesmo ativo adquirido há mais tempo. Quando a taxa de mudança tecnológica é acentuada 
em determinado ramo, fica difícil reproduzir os valores correntes dos ativos assim definidos, 
pois estes já se diferenciam sensivelmente dos antigos quanto ás características técnicas e 
de produtividade. Todavia, desde que os novos ativos prestam “serviços equivalentes” aos 
antigos, podem-se obter aproximações. Mas, frequentemente, o valor dos benefícios a serem 
obtidos com o novo ativo não é igual ao custo corrente do ativo antigo. 
 
 
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Ainda de acordo com Iudícibus (2000, p. 140) o custo corrente apresenta, na data da 
avaliação, uma série de vantagens sobre o custo histórico e sobre outros conceitos: 
1. Para o usuário e investidor externo pode aproximar-se razoavelmente, com ajustes, do 
valor que deveria pagar para montar uma fábrica igual (em estado novo) àquela que 
está avaliando (se os ativos estiverem avaliados a custos correntes). 
2. Por outro lado, como o custo corrente representa, hoje, uma medida do valor de 
compra dos ativos, quando amortizamos esses ativos para despesa, teremos uma 
comparação mais adequada entre valores correntes de receita e despesa. É claro que 
o poder aditivo dos ativos avaliados a custos históricos é muito menos significativo do 
que se utilizarmos custos correntes. A não ser que se saiba que não iremos substituir 
nossos ativos (devido, digamos, a uma queda na demanda dos produtos produzidos 
por determinada máquina, ou em caso mais geral, se tivermos mudado toda nossa 
orientação técnica de produção e, por isso, os ativos atuais nãomais continuarem no 
futuro), o custo corrente apresenta-se como uma das mais promissoras formas de 
avaliação geral para o ativo. 
Conceitualmente, ele é tão bom quanto o valor de saída (trata-se afinal de um preço 
de mercado); para a empresa que está avaliando é talvez de mais prática 
determinação. Se não existir um preço de mercado, a empresa tem um histórico de 
insumos de custos muitas vezes suficiente para calcular o custo corrente dos insumos 
contidos no ativo, ao passo que talvez não possuísse o histórico dos preços de saída. 
Para o usuário externo é uma medida que aumenta o poder preditivo do balanço, que 
melhor compara receita com despesa e representa uma aproximação de quanto 
deveria desembolsar para obter uma empresa parecida com a que está sendo 
avaliada. Considerando todos os pontos fracos e fortes e, inclusive, levando-se em 
conta a gerência, que tem reconhecida preferência por valores correntes (de 
reposição), pode-se concluir que o custo corrente de reposição, na data, * como base 
de avaliação de ativo, seja, provavelmente, o mais completo. 
 
 
 
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Título 5 – Custo Corrente Corrigido 
Conforme Iudícibus (2000, p. 141), É talvez o mais completo conceito de avaliação de ativos 
a valores de entrada, pois combina as vantagens do custo corrente com as do custo histórico 
corrigido. Os ativos são basicamente avaliados em determinada data a valores correntes (de 
reposição). Em uma data posterior, os ativos da mesma entidade são também avaliados a 
custos correntes de reposição, naquela data. 
Embora em cada data os ativos representem a mais razoável aproximação (levando-se em 
conta também a praticabilidade e a objetividade) dos valores econômicos dos ativos (desde 
que tenhamos renunciado aos fluxos descontados), estes podem não ser comparáveis nas 
duas datas, se houver ocorrido no período variação do poder aquisitivo médio geral da 
moeda (inflação ou deflação). 
 
Título 6 – Custo de Reposição Futuro 
De acordo com Martins (2001, p. 82), a aplicação do custo corrente (ou custo corrente 
corrigido) pode não cumprir adequadamente suas finalidades, caso a empresa efetue a 
reposição dos estoques após a data da venda. Isso porque, nesse intervalo, o item 
patrimonial poderia sofrer novas variações específicas. Portanto, a comparação entre o valor 
da venda e o custo corrente do estoque na data da operação talvez não represente o 
adequado resultado bruto. 
Visando atender essa situação, o item do resultado poderia ser avaliado pela expectativa do 
custo corrente na data da sua reposição, ou seja, custo de reposição futuro (CRF). Essa 
opção, também chamada de Nifo (next-in-first-out), tem como premissa a continuidade das 
operações da empresa com os mesmos tipos de produtos ou serviços. 
Nessa hipótese, um resultado potencialmente útil seria a diferença entre a receita obtida e o 
custo futuro da reposição da unidade vendida. Entretanto, este não se reporta à data de 
ocorrência da venda do bem. Ao contrário, refere-se à data prevista para a próxima compra. 
 
 
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Assim, a principal vantagem do custo de reposição futuro, comparativamente com o custo 
corrente, consiste em elevar o nível da utilidade da informação quando esperamos 
significativas alterações de preços para as futuras compras dos recursos consumidos. Por 
outro lado, sua principal desvantagem consiste na elevação do nível de subjetividade 
inerente à previsão do custo da próxima aquisição do item avaliado. 
 
 
 
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UNIDADE 7 
Objetivo: Compreender os critérios de avaliação e mensuração dos ativos com base em 
valores de saída. 
Título 1 – Valor Realizado 
 
Para Martins (2001, p. 96-97), o valor realizado (VR) consiste no montante originado do 
conflito de interesses entre comprador e vendedor, buscando menor e maior preço, 
respectivamente, numa transação já efetivada. Cabe complementar que, para o conceito 
abordado, deve-se ter a ótica de quem vende. No caso do comprador, o enfoque seria custo 
histórico. 
Na verdade, o que temos é a visão da mesma transação sob duas óticas: na do comprador, 
o valor da transação ocorrida nessa circunstância fornece seu custo histórico do bem, 
utilidade ou serviço adquirido; na do vendedor, o da receita obtida. 
Devido a esse relacionamento com o custo histórico, ao menor grau de subjetividade e à 
facilidade de obtenção (consta no documento de venda), o valor realizado é amplamente 
usado na contabilidade financeira para a avaliação de receitas. Assim, o confronto com seu 
correspondente valor de entrada gera, na maioria das vezes, o resultado do exercício 
divulgado pelas empresas. 
O valor realizado, apesar de associado ao passado, também é muito usado na contabilidade 
gerencial, principalmente combinado com outros valores de entrada ou de saída. A avaliação 
de desempenho do setor de vendas, o acompanhamento de orçamentos etc. são alguns 
exemplos. 
As principais vantagens inerentes ao valor realizado estão associadas ao atendimento dos 
conceitos da objetividade e praticabilidade. Por isso, ele é amplamente usado na 
 
 
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contabilidade financeira. Além disso, o reconhecimento do resultado após sua efetiva 
realização também proporciona a redução do risco de descapitalização da empresa, na 
medida em que evita a apuração e distribuição antecipada de lucros potenciais. 
Outra vantagem atribuída ao valor realizado é a menor dificuldade de identificação das 
despesas associadas à receita efetivada, acarretando uma maior aproximação do resultado 
total da operação. Isso porque, no moto da concretização do negócio, geralmente temos uma 
boa noção dos que devemos sacrificar para fazer jus ao benefício auferido. 
Contudo, assim como no custo histórico, o valor realizado sofre críticas no que refere à 
utilidade da informação. Seu uso exclusivo para o reconhecimento dos resultados pode 
acarretar: 
1. Ocultação das expectativas de geração de riqueza associadas às decisões tomadas; 
2. Dificuldade para a avaliação de desempenho; e 
3. Afastamento do valor econômico do empreendimento. 
 
Título 2 – Valor Corrente de Venda 
Na visão de Iudícibus (2000, p. 138), quando o produto da empresa for vendido em um 
mercado organizado, o preço corrente de venda pode ser uma razoável aproximação do 
futuro preço de venda. Assim, este método pode ser uma razoável aproximação para as 
entradas previstas de caixa para ativos, tais como inventários de produtos para venda, 
produtos ou coprodutos próximos do estágio final de acabamento. Se, todavia, não se espera 
vender os produtos em curto espaço de tempo, seu preço atual deveria ser adequadamente 
descontado ao valor atual. 
Esse critério não pode ser utilizado como conceito geral de avaliação do ativo. Isso significa 
que avaliamos o ativo por meio de vários conceitos, de acordo com o ativo avaliado. Além do 
mais, o preço corrente de venda é o valor que está sendo pago pelo comprador marginal 
 
 
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agora e não representa, necessariamente, o valor que será pago no futuro, exceto se todas 
as condições permanecerem constantes. 
 
Título 3 – Valor Realizável Líquido 
Para Iudícibus (2000, p. 138), se existem custos e despesas adicionais de venda, tais itens 
deveriam ser deduzidos do valor de venda a fim de obtermos uma avaliação correta. Este 
método é conhecido como valor realizável líquido. 
De acordo com Martins (2001, p. 105), o valor realizávellíquido pode ser entendido como o 
valor corrente de venda deduzido os gastos necessários para a realização do item avaliado, 
isto é, o montante esperado da entrada líquida de caixa que a venda do item proporcionaria à 
empresa. Assim, poderíamos melhorar as previsões sobre seu fluxo de caixa futuro. 
 
Título 4 – Valor de Liquidação 
Conforme Iudícibus (2000, p. 138), esta é a hipótese extremada de valores de saída, porque 
presume uma venda forçada, tanto para clientes normais a preços extremamente reduzidos, 
como para outras firmas, bem abaixo do custo. Deveriam ser utilizados apenas quando 
mercadorias ou outros ativos se tornarem obsoletos e quando a empresa não espera 
continuar o empreendimento em futuro próximo; é, portanto, uma hipótese de 
descontinuidade. 
 
Título 5 – Valor de Realização Futuro 
Para Martins (2001, p. 111), o valor de realização futuro poderia ser entendido como o 
benefício que a empresa auferirá com a realização de um item patrimonial no futuro, 
considerando que ela ocorrerá num espaço de tempo em que se esperam alterações 
 
 
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significativas no mercado. Seu correspondente valor de entrada seria o custo de reposição 
futuro. 
O valor de realização futuro, diferentemente do corrente de venda e realizável líquido, inclui 
as expectativas de alterações no cenário de atuação da empresa, relativa ao período entre a 
avaliação e a realização efetiva do item patrimonial. 
A aplicabilidade do valor de realização futuro é a mesma atribuída ao corrente de venda e 
realizável líquido, porém quando são esperadas alterações relevantes até o momento da 
efetiva realização. 
Devido à inclusão das alterações de mercado previstas, desconsiderando a premissa de que 
as condições atuais constituem uma boa aproximação para o momento da venda, o valor de 
realização futuro propõe-se a melhorar previsões das entradas de disponibilidades. Essa 
característica é tida importante para o usuário, proporcionando uma elevação da utilidade da 
informação. 
O acréscimo de utilidade associado ao uso do valor de realização futuro, comparativamente 
com o corrente de venda e realizável líquido, acarreta o sacrifício do conceito da 
objetividade. Isso porque o estabelecimento das alterações previstas até a efetivação da 
venda está impregnado de subjetividade. 
 
 
 
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UNIDADE 8 
Objetivo: Compreender os critérios de avaliação e mensuração com base no valor presente 
do fluxo futuro de caixa e no valor Justo de mercado. 
Título 1 – Valor Presente do Fluxo Futuro de Caixa 
 
O valor presente do fluxo futuro de caixa ou valor presente líquido (VPL) consiste em 
converter os benefícios e sacrifícios associados a um item patrimonial em quantidades de 
moeda, respeitando as épocas de ocorrência, e transportá-las para a data específica por 
meio do uso de taxas de juros. 
A aplicação do valor presente do fluxo futuro de caixa, segundo Hendriksen e Van Breda 
(1999), seria válida somente quando: 
 Os recebimentos e pagamentos futuros de dinheiro (ou equivalentes) forem 
conhecidos ou estimáveis com elevada segurança. 
 O período de tempo for relativamente longo. 
 
Assim, o valor presente do fluxo futuro de caixa, aplicado ao ativo, objetiva identificar o 
montante que, recebido hoje, proporcionaria a mesma utilidade que outro obtido em data 
futura determinada (equivalência de capitais). Percebemos que essa opção é essencialmente 
financeira. 
O valor presente do fluxo futuro de caixa, por melhorar as previsões sobre as futuras 
entradas e saídas de disponibilidades e mostrar os genuínos elementos patrimoniais 
geradores de riqueza, possui muitos usos. 
 
 
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Um dos usos principais é na avaliação de desempenho dos gestores, em momentos bem 
antecedentes aos tradicionalmente utilizados para fins dessa verificação de performance. 
Assim, o valor presente do fluxo futuro de caixa é a opção que mais se aproxima do valor 
econômico do item avaliado. Portanto, está num dos mais elevados níveis de atendimento ao 
conceito da utilidade. 
Quando conseguida sua aplicação com valores bastante confiáveis, trata-se de forma de 
avaliação quase insuperável, quando se quer medir o valor econômico de um ativo. 
Analisando pelos ângulos da objetividade e praticabilidade, o valor presente do fluxo futuro 
de caixa mostra-se vulnerável. Por isso, sua aplicação na contabilidade financeira deve 
merecer profunda reflexão. 
Os componentes do valor presente do fluxo futuro de caixa considerados subjetivos ou 
difíceis de obter são os seguintes: 
 Valores esperados dos recebimentos e pagamentos futuros; 
 Época de ocorrência dos eventos; 
 Taxa de desconto; e 
 Dificuldade ou impossibilidade de se conhecer o valor presente líquido individualizado 
de cada um dos ativos da empresa. 
 
Título 2 – Valor Justo de Mercado 
O Valor Justo de Mercado (Fair Market Value) representa o montante que poderia ser 
recebido com a venda de um ativo quando existem compradores e vendedores interessados 
e financeiramente capazes de concretizar a transação e inexistem circunstâncias anormais 
tais como liquidação, desabastecimento e emergências. 
 
 
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Portanto, o valor justo de mercado poderia ser entendido como o valor líquido de realização 
obtido numa situação normal de oferta e demanda. Entretanto, mais recentemente, o 
conceito de Valor Justo (Fair Value) tem sido empregado intensamente na divulgação de 
instrumentos financeiros, assumindo um significado diferente daquele anteriormente 
apresentado. 
O Financial Accounting Standards Board (FASB) requer que todas as entidades divulguem o 
valor justo dos instrumentos financeiros, ativos e passivos reconhecidos ou não na 
demonstração da posição financeira, desde que sua estimativa seja praticável. Essa citação 
evidencia que o valor justo de mercado não está restrito à avaliação de ativos. Além desses, 
podemos aplicá-lo também aos passivos registrados ou não. 
Nesse mesmo sentido, o International Accounting Standards Board (IASB) define que valor 
justo é o montante pelo qual um ativo poderia ser negociado, ou um passivo liquidado, entre 
agentes econômicos plenamente informados e independentes, cada qual buscando o melhor 
dos seus próprios interesses. 
Então, podemos entender o valor justo de mercado como aquela quantia pela qual um item 
patrimonial seria negociável num mercado eficiente. 
O IASB relaciona as seguintes situações em que o valor justo é dimensionado de forma 
confiável: 
 Quando existe uma cotação de preços publicada num mercado aberto e ativo de 
títulos. 
 Quando existe um preço divulgado por uma entidade independente de cotação do item 
(rating agency) e cujos fluxos futuros de caixa possam ser razoavelmente estimados. 
 Quando existe um apropriado modelo de avaliação e cujos dados nele inseridos 
possam ser mensurados de forma confiável, ou seja, dados obtidos em mercados 
ativos. 
 
 
 
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Em síntese, o valor justo de mercado é aquele que receberíamos (ativos) ou pagaríamos 
(passivos) caso decidíssemos transacionar um item patrimonial (registrado ou não) num 
mercado eficiente e em condições normais (MARTINS, 2001, p. 121). 
 
 
 
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UNIDADE 9 
Objetivo: Estudar os principais conceitos e definições teóricas de passivo. 
Título 1 – Qual o Significado de Exigibilidade?

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