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Guia de Estudos da Unidade 1 - Educação das Relações Étnicos - Raciais

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Educação das Relações 
Étnico-raciais
UNIDADE 1
2
EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
UNIDADE I
PARA INíCIO DE CONvERSA
Olá caro (a) aluno (a), tudo bem?
Vamos começar a partir deste momento a discutir alguns dos principais tópicos de 
nossa disciplina, cujo nome é: Educação das Relações Étnico-raciais. 
A disciplina é muito interessante, e, tenho que ressaltar, a meu ver é extremamente 
importante que seus conteúdos sejam abordados em todos os cursos de graduação 
brasileiros, muito embora também sonhe com o tempo em que esses conteúdos tenham 
sido tão bem tratados na Educação Infantil e no Ensino Fundamental que nem seja mais 
necessário abordá-los no Ensino Superior, visto que se torne tão natural o respeito às 
questões raciais quanto é aprender a ler e a escrever.
Mas, hoje ela é essencial, pois ainda encontramos em nosso dia a dia traços muito 
fortes de preconceito, como pode ser visto no curta-metragem intitulado: “O preconceito 
cega”, um vídeo com a duração de quatro minutos e meio, que pode ser acessado no 
link a seguir.
vEjA O víDEO!
Assista e reflita sobre isso, vale a pena! LINK
Assistiu? Quantas vezes você não se deparou com algo semelhante? 
Eu já vi acontecer, de forma mais acintosa que essa, em uma loja de roupas femininas e, garanto, nunca 
mais retornei ao local, pois achei um desrespeito imenso ao cliente e, consequentemente, a todos os 
demais inclusive a mim.
Prezado (a) estudante, acredito que cabe a cada um de nós, como educadores que somos ou educadores 
que seremos, a responsabilidade pela forma como ensinamos nossos alunos a aceitar ou a rejeitar as 
informações preestabelecidas que recebem dos grupos sociais onde se encontram inseridos. 
Ou seja, cabe a nós fomentar em nossos discentes a capacidade crítica de julgar as informações recebidas, 
afinal somos educadores e responsáveis pela formação das futuras gerações de brasileiros.
https://www.youtube.com/watch?v=aec-i7n6V48
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PARA RESUmIR
Um exemplo excelente daquilo que afirmei acima encontra-se no filme Duelo de Titãs. 
Neste filme, produzido no ano de 2000, Herman Boone, vivido por Denzel Washington, é 
um técnico de futebol americano, que aceita trabalhar na cidade de Alexandria, Virginia 
- EUA, no ano de 1971, uma cidade dominada pelo racismo e segregação racial. No 
comando dos Titãs, um time universitário onde o preconceito é muito forte e separa 
visivelmente negros e brancos, o Herman Boone, inicialmente, sofre com preconceitos 
raciais por parte dos demais técnicos, bem como de jogadores do seu time, mas, com 
pulso firme e atitudes fortes, ele consegue quebrar as arestas existentes e ensina, aos 
seus comandados e a própria comunidade onde estes estão inseridos, lições claras de 
igualdade e respeito ao outro. 
vISITE A PágINA 
No link a seguir, você poderá ler um artigo intitulado Duelo de Titãs – vencendo 
preconceitos, que trata com detalhes da história do filme: LINK
vEjA O víDEO!
Você ainda pode assistir ao trailer deste filme, na versão dublada, no link a seguir:
LINK
vISITE A PágINA
É um belo filme. Emocionante de assistir e uma lição de vida, até porque se trata de 
uma história baseada em fatos reais. Existe ainda uma lista de 13 filmes que discutem 
racismo na educação, e que pode ser acessada no link a seguir: LINK
 DICAS
Uma lista interessante e bastante rica de informações. Vale a pena dar uma olhada e 
assistir alguns desses filmes. Pessoalmente, gosto bastante dos filmes: Escritores da 
Liberdade, de Richard La Gravenese, produzido em 2007 e Ao mestre com carinho, de 
James Clavell, produzido em 1967.
http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=45
https://www.youtube.com/watch?v=How4dFEyxNU
http://educacaointegral.org.br/noticias/13-filmes-que-discutem-racismo-na-educacao/
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Bem, voltando ao tema da Educação das Relações Étnico-raciais, precisamos lembrar que falar desse 
assunto é tratar de Brasil, tratar das questões ligadas ao povo brasileiro, à sua cultura e à sua formação. 
Indo mais longe eu diria que é pensar e ensinar a pensar no povo brasileiro como um povo único, formado 
por diversos matizes, ou seja, um povo formado por diferentes tonalidades de uma mesma cor. Somos uma 
bela mistura que resultou em uma linda cultura, em um povo diferente de todos os outros, único e peculiar, 
mas que infelizmente em alguns momentos precisa ser ensinado a ver e a perceber com profundidade essa 
beleza, posto que, em alguns casos, nossos jovens são criados com vises de preconceito e intolerância 
que precisam ser revistos e apagados, ou melhor, definitivamente extirpados da nossa sociedade.
Neste sentido, e para que se alcance este resultado, é necessário entender a importância de nossa 
pluralidade. Missão que nos cabe iniciar através dos conhecimentos que discutiremos na disciplina de 
Educação das Relações Étnico-raciais.
Para começar precisamos entender o que nos leva a tratar desse assunto nos ambientes escolares, além 
de sua importância como parte de nossa cultura, de nossa história e da formação de nossa sociedade. 
gUARDE ESSA IDEIA!
A Educação das Relações Étnico-raciais é uma temática educacional prevista em lei, 
regulamentada e obrigatória para todos os níveis de educação no Brasil.
Então, podemos afirmar que como educadores, e, principalmente, como educadores brasileiros, temos 
a necessidade cultural e a obrigatoriedade legal de abordar os temas ligados à Educação das Relações 
Étnico-raciais em nossas salas de aula. 
Vamos começar? 
FUNDAmENTOS LEgAIS PARA A EDUCAÇÃO ÉTNICO-RACIAL
Como falamos anteriormente a exigência de abordar a Educação Étnico-racial em todos os níveis de 
Educação no Brasil é determinada por lei e estabelecida como forma de compensação para parcelas 
da nossa sociedade segregada em função de sua história ou desvalorizada por serem diferentes do 
preestabelecido com parâmetro social.
Além disso, estudar a Educação Étnico-racial é uma forma de apresentar, aspectos culturais desconhecidos 
e sobre os quais pairam preconceitos que precisam ser descontruídos, desmistificados ou, no mínimo, 
esclarecidos à luz de uma experiência própria. 
Vale ressaltar...
O termo Preconceito, via de regra, se refere a uma opinião pré-concebida ou que não passou por uma 
análise real, também pode ser baseado em experiências vividas por terceiros, com vieses muitas vezes 
de intolerância.
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Não podemos pautar nossas impressões nas opiniões de terceiros, concorda? 
Afinal, aprendemos quando crianças, com nossos pais, e até onde me recordo, tentamos ensinar as nossas 
crianças de que nunca podemos dizer que não gostamos de algo sem que o tenhamos provado. 
Não é assim? Não fazemos assim com nossos filhos? Então por que baseamos algumas de nossas 
impressões na opinião dos outros? 
Ou pior, por que algumas vezes tentamos influenciar a opinião dos outros sem que estes realmente tenham 
vivido a experiência? 
gUARDE ESSA IDEIA!
Neste sentido, é contra o preconceito que lutamos e é contra o preconceito que 
precisamos ensinar as futuras gerações a lutar. Para isso, precisamos valorizar a 
Educação Étnico-racial e levá-la para as salas de aula com requintes de beleza e riqueza 
de detalhes, pois, apenas assim, faremos com que nossos estudantes percebam quão 
ricas são as questões ligadas à mistura racial que compõe a sociedade brasileira.
Precisamos fazer nossos alunos, nossos filhos e nossa sociedade, verem com seus 
próprios olhos, julgarem com seus próprios cérebros, e valorizarem a experiência 
própria na construção de suas opiniões e valores morais.
vOCê SAbIA?
Você sabia que em 2015, a atriz Tais Araújo sofreu com o preconceito racial através das 
redes sociais?
vEjA O víDEO!
Sim, em uma entrevista no programa Altas Horas, relatou como havia sofrido, na 
infância, com atos preconceituosos em seus tempos de escola, assista ao vídeo, com 
duração de dois minutos, no link a seguir: LINK
Além desse fato, outros são apresentados pelo Fantástico, na reportagem - Atriz Taís 
Araújo e jogador de futebol Michel Bastossão vítimas de racismo, com duração de 
quase sete minutos. 
Vale a pena assistir ambos os vídeos e, indo mais longe, sugiro que se coloque no lugar 
dessas pessoas.
Como se sentiria se seu filho sofresse com esse tipo de atitude? Como você se sentiria 
se sofresse com isso? Reflita!
???
https://www.youtube.com/watch?v=EX0WkvyX4ik
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Racismo
É importante lembrar que o racismo é crime e previsto em lei desde 1951 quando foi criada a Lei 1.390/51, 
mais conhecida como Lei Afonso Arinos, que foi o primeiro código brasileiro a incluir entre as contravenções 
penais a prática de atos resultantes de preconceito de raça e cor da pele. Infelizmente essa lei se mostrou 
ineficiente por falta de rigorosidade em suas punições. 
vEjA OS víDEOS!
Para entender melhor essa lei assista aos dois vídeos sobre a Lei Afonso Arinos, cada 
um com cerca de doze minutos de duração, nos links: 
LINK 1
LINK 2
Mas, como a Lei Afonso Arinos não foi eficaz, em 1985, foi publicada a Lei nº 7.437, de 20 de dezembro 
de 1985, que inclui, entre as contravenções penais a prática de atos resultantes de preconceito de raça, 
de cor, de sexo ou de estado civil, dando nova redação à Lei nº 1.390, de 3 de julho de 1951 - Lei Afonso 
Arinos. 
Em 1988, a Constituição Brasileira, define a igualdade de todos os brasileiros e passou a criminalizar o 
racismo, o definindo como crime inafiançável e imprescritível. 
A seguir podemos encontrar algumas das previsões dos artigos 3º e 5º da Constituição Federal de 1988 
que, além das questões ligadas ao racismo, reconhecem também o direito à liberdade de consciência e 
de crença. 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer 
outras formas de discriminação.
 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se 
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à 
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício 
dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas 
liturgias;  
XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais;
XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de 
reclusão, nos termos da lei.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ra%C3%A7a
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cor_da_pele
https://www.youtube.com/watch?v=sdrPNXtrfAE
https://www.youtube.com/watch?v=Kj2cMpkUCxg
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vEjA O víDEO!
No que trata desse tema é importante assistir ao vídeo Artigo 5º - Racismo, com vinte 
e cinco minutos de duração, e localizado no link a seguir: LINK
ANALISANDO
Nesse vídeo pode-se observar que o combate ao racismo nunca será embasado, apenas, na legislação e 
que as punições previstas em lei ajudam, mas não impedem o racismo, posto que o respeito ao próximo 
só se alcança pela conscientização e pela educação.
Em 5 de janeiro de 1989, foi criada a LEI Nº 7.716, também conhecida como conhecida a Lei Caó, essa lei 
vem regulamentar o artigo 5º da Constituição de 1988, em seu inciso XLII. 
Além disso, a Lei Caó, em seu artigo nº 1, amplia a sua abrangência e passa a contemplar também o 
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional e em seu artigo nº 20 torna crime também 
o ato de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito. 
Ou seja, através dessa lei passa a ser crime não apenas ser preconceituoso, mas também incitar o 
preconceito. Uma grande evolução, não acha?
Ensino das Relações Étnico-Raciais
Voltando nossos olhares para a área da educação começamos estudando a Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional - LDB, ou seja, a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. 
A LDB é a lei orgânica e geral da educação brasileira, ela é a base para todas as ações voltadas para o 
nosso sistema educacional e rege todas as ações voltadas para a área educacional brasileira, estando 
sempre em evolução de forma a evolui e acompanhar as mudanças de nossa sociedade. 
E validando a informação acima é preciso ressaltar que em 9 de janeiro de 2003, a lei nº 10.639 passa a 
alterar a lei nº 9.394 de 1996, ou seja a LDB, nos seus artigos 26 e 79,  prevendo a inclusão, no currículo 
oficial da Rede de Ensino, da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” e criando nos calendários 
escolares o Dia da Consciência Negra. 
https://www.youtube.com/watch?v=q8bZUt6K73I
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 7.716-1989?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei 10.639-2003?OpenDocument
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Art. 1º A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes 
arts. 26-A, 79-A e 79-B:
Art. 26-A.  Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, 
torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1º  O conteúdo programático a que se refere o  caput  deste artigo incluirá o estudo da 
História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e 
o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas 
áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito 
de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e 
História Brasileiras.
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da 
Consciência Negra’
O dia da consciência negra passa a ser obrigatório em todas as escolas e traz a oportunidade de discussão 
de temas relevantes ligados a cultura afro-brasileira.
Ainda tratando da LDB recomendo a leitura do texto: “Quantos passos já foram dados? 
vISITE A PágINA
A questão de raça nas leis educacionais. Da LDB de 1961 a Lei 10.639” de Lucimar Rosa 
Dias, que pode ser acessada no LINK.
O texto nos traz uma reflexão sobre toda a trajetória legal brasileira até lei nº 10.639, perpassando por 
muitos fatos históricos que nos trazem a realidade dos tempos atuais. Vale a pena ler e acompanhar essa 
trajetória.
vISITE A PágINA
Além dele, recomendo também a leitura do texto “LEI nº 10.639/03: por uma educação 
antirracismo no Brasil”, de Tássia Fernanda de Oliveira Silva, que pode ser localizado 
no SITE.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm#art26a
http://www.diversidadeducainfantil.org.br/PDF/A%20QUEST%C3%83O%20DE%20RA%C3%87A%20NAS%20LEIS%20EDUCACIONAIS%20-%20DA%20LDB%201961%20A%20LEI%2010639%20-%20Lucimar%20Dias.pdf
http://200.17.141.110/periodicos/interdisciplinar/revistas/ARQ_INTER_16/INTER16_008.pdf
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Neste texto a autora nos mostra que as Diretrizes devem ser desenvolvidas por instituições de ensino 
em todos os níveis, de forma a atender ao previsto na Constituição Federal nos seus art. nº 5, Art. nº 206, 
Art. nº 210, Art. nº 215, Art. 2 nº 16, e inciso 1º do Art. nº 242, os quais se encontram dispostos a seguir:
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III  - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições 
públicas e privadas de ensino;
Art. 210.  Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a 
assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais e artísticos, nacionais e 
regionais.
§ 2º O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às 
comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios 
de aprendizagem.Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes 
da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações 
culturais.
§ 1º O Estado protegerá as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, 
e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional.
§ 2º  A lei disporá sobre a fixação de datas comemorativas de alta significação para os 
diferentes segmentos étnicos nacionais.
§ 3º  A lei estabelecerá o Plano Nacional de Cultura, de duração plurianual, visando ao 
desenvolvimento cultural do País e à integração das ações do poder público que conduzem 
à: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, de 2005)
I defesa e valorização do patrimônio cultural brasileiro; (Incluído pela Emenda Constitucional 
nº 48, de 2005)
V valorização da diversidade étnica e regional. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 48, 
de 2005)
Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, 
tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à 
memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações 
artístico-culturais;
V  - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, 
paleontológico, ecológico e científico.
Art. 242.  § 1º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes 
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro.
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Dando continuidade ao nosso estudo encontramos outros documentos que embasam a aplicação da Lei 
nº 10.639/03. Entre eles a Resolução CP/CNE nº 1, de 17 de junho de 2004, do Conselho Nacional de 
Educação – CNE, que instituiu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
De acordo com o artigo nº 2 dessa Resolução suas medidas visam à construção de uma nação democrática 
e a busca de relações étnico-raciais positivas.
Art. 2° As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações ÉtnicoRaciais e 
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africanas constituem-se de orientações, 
princípios e fundamentos para o planejamento, execução e avaliação da Educação, e têm 
por meta, promover a educação de cidadãos atuantes e conscientes no seio da sociedade 
multicultural e pluriétnica do Brasil, buscando relações étnico-sociais positivas, rumo à 
construção de nação democrática. 
§ 1° A Educação das Relações Étnico-Raciais tem por objetivo a divulgação e produção de 
conhecimentos, bem como de atitudes, posturas e valores que eduquem cidadãos quanto à 
pluralidade étnico-racial, tornando-os capazes de interagir e de negociar objetivos comuns 
que garantam, a todos, respeito aos direitos legais e valorização de identidade, na busca da 
consolidação da democracia brasileira. 
§ 2º O Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana tem por objetivo o reconhecimento 
e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, bem como a garantia de 
reconhecimento e igualdade de valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado 
das indígenas, européias, asiáticas.
LEITURA COmPLEmENTAR
A resolução nº 1 do CNE, de 17 de junho de 2004, pode ser acessada na integra no 
LINK.
Querido (a) aluno (a), é muito importante ler esse texto na íntegra!
Ainda seguindo as determinações do Conselho Nacional de Educação – CNE, chegamos à Resolução Nº 
2, de 1 de julho de 2015, que define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível 
superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda 
licenciatura) e para a formação continuada. De acordo com essa resolução em seu inciso 6º é necessário 
que sejam observados os aspectos interdisciplinares e as questões referentes à diversidade étnico-racial, 
além de outros aspectos relevantes.
§ 6º O projeto de formação deve ser elaborado e desenvolvido por meio da articulação entre a 
instituição de educação superior e o sistema de educação básica, envolvendo a consolidação 
de fóruns estaduais e distrital permanentes de apoio à formação docente, em regime de 
colaboração, e deve contemplar:
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/res012004.pdf
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I - sólida formação teórica e interdisciplinar dos profissionais; 
VI - as questões socioambientais, éticas, estéticas e relativas à diversidade étnico-racial, de 
gênero, sexual, religiosa, de faixa geracional e sociocultural como princípios de equidade. 
vISITE A PágINA
Essa resolução pode ser acessada na íntegra no LINK.
Ainda de acordo com o Conselho Nacional de Educação, em seu parecer CNE/CP 3/2004, que visa 
esclarecer e regulamentar a alteração trazida à Lei 9394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
- LDB, pela Lei 10.639/2006, fica estabelecido que é responsabilidade do Estado promover e incentivar a 
implantação da obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação 
Básica, criando políticas que visem atender as necessidades de ações reparadoras para as populações de 
origem africana, reconhecendo, valorizando e reafirmando seus direitos.
Políticas de reparações voltadas para a educação dos negros devem oferecer garantias a essa população 
de ingresso, permanência e sucesso na educação escolar, de valorização do patrimônio histórico-cultural 
afro-brasileiro, de aquisição das competências e dos conhecimentos tidos como indispensáveis para 
continuidade nos estudos, de condições para alcançar todos os requisitos tendo em vista a conclusão de 
cada um dos níveis de ensino, bem como para atuar como cidadãos responsáveis e participantes, além de 
desempenharem com qualificação uma profissão. 
A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e afirmação de direitos, no que 
diz respeito à educação, passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10639/2003, que 
alterou a Lei 9394/1996, estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras 
e africanas. Reconhecimento implica justiça e iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem 
como valorização da diversidade daquilo que distingue os negros dos outros grupos que compõem a 
população brasileira. 
E isto requer mudança nos discursos, raciocínios, lógicas, gestos, posturas, modo de tratar as pessoas 
negras. Requer também que se conheça a sua história e cultura apresentadas, explicadas, buscando-
se especificamente desconstruir o mito da democracia racial na sociedade brasileira; mito este que 
difunde a crença de que, se os negros não atingem os mesmos patamares que os não negros, é por falta 
de competência ou de interesse, desconsiderando as desigualdades seculares que a estrutura social 
hierárquica cria com prejuízos para os negros. 
Reconhecimento requer a adoção de políticas educacionais e de estratégias pedagógicas de valorização 
da diversidade, a fim de superar a desigualdade étnico-racial presente na educação escolar brasileira, nos 
diferentes níveis de ensino. 
Reconhecer exige que se questionem relações étnico-raciais baseadas em preconceitos que desqualificam 
os negros e salientam estereótipos depreciativos, palavras e atitudes que, velada ou explicitamente 
violentas, expressam sentimentos de superioridade em relação aos negros, próprios de uma sociedade 
hierárquica e desigual.
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=17719-res-cne-cp-002-03072015&category_slug=julho-2015-pdf&Itemid=30192
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Há certamente muito mais por ser lido nesse Parecer que elucida a importância da legislação vigente 
no que trata das políticas de reparação e da valorização das diversidadesétnico-raciais, recomenda-se, 
portanto, uma leitura detalhada do mesmo, para que sejam esclarecidos os aspectos que embasam as 
determinações legais. 
vISITE A PágINA
O parecer na integra pode ser acessado no LINK.
Para alcançar o que se propõe a lei 10.639/03 e em sua complementação os documentos apresentados 
acima, torna-se imperativo que todas as instituições de ensino, em especial as que desenvolvem programas 
de formação inicial e continuada de professores, adotem em seus currículos e em suas atividades o 
ensino sistemático de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, principalmente, no que diz respeito 
aos componentes curriculares de Educação Artística, Literatura e História do Brasil. 
Nessa lei, fica explicitado que conteúdo programático passa a contemplar o estudo da História da África e 
dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade 
nacional, além de instituir, como já foi dito antes, o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra.
Contudo a Resolução nº 1 de 2004, também institui a obrigatoriedade da Educação das Relações Étnico-
Raciais pelas Instituições de Ensino Superior, deixando claro, inclusive, em seu inciso 2, que o cumprimento 
dessas diretrizes deverá ser considerado nas avaliações que determinam as condições de funcionamento 
das Instituições, entre elas os processos de credenciamento e recredenciamento de unidades de ensino e 
as autorizações e reconhecimentos de cursos nas Instituições de Ensino Superior do Brasil.
Com todas essas leis, resoluções e demais instrumentos legais fica claro, a meu ver, que não podemos 
nos furtar a adotar e abordar de forma efetiva e eficaz a cultura e as relações étnico-raciais em todos os 
níveis de ensino no Brasil. 
Contudo, sou capaz de ir mais longe em minhas afirmações e, acredito que caso cumpramos adequadamente 
nosso papel de ensinar às gerações vindouras, desde os primeiros anos de seu aprendizado, o quão 
belas e ricas são as questões Étnico-Raciais, chegaremos ao tempo em que não mais se fará necessário 
apresentar essas questões como obrigatórias nos cursos de graduação, pois será tão claro sua importância 
como é a necessidade de saber ler e escrever para todo e qualquer estudante.
Como já afirmei anteriormente, um dia essa valorização das questões Étnico-Raciais será tão clara que 
não mais será necessário obrigar sua inclusão em todos os níveis de ensino. Um dia essa temática estará 
tão intrinsecamente ligada à cultura da nossa sociedade e estará tão claro que o Brasil é um país plural 
e formado por diferentes povos e por uma cultura única, com diferentes tonalidades de uma mesma cor.
vEjA O víDEO!
Bem, para finalizar recomendo mais um filme, “A obrigatoriedade do estudo da história 
e cultura afro-brasileira e indígena”, localizado no link a seguir, com quase uma hora de 
duração e que trata de uma forma geral de todos os aspectos legais abordados nesta 
nossa discussão. LINK
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/003.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=7lUzfddAwCs
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ACESSE O AmbIENTE vIRTUAL
Recomendo que leia e assista a cada um dos textos e vídeos indicados aqui, e que, além 
disso, leia os capítulos de seu livro-texto que abordam o tema em pauta, pois todos 
esses materiais podem ser abordados em nossas avaliações. Além disso, é essencial 
que acesso o nosso Ambiente Virtual e realize as atividades ali propostas. Qualquer 
dúvida os tutores estão ao seu dispor para esclarecer e apoiar seu estudo.
Não se esqueça que os questionários e as atividades são imprescindíveis para seu bom 
rendimento no curso, além de terem caráter avaliativo! 
Até breve! Esperamos nos encontrar novamente na próxima unidade!

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