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Concreto Arquitetônico - Petra Schmidt

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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
CONCRETO ARQUITETÔNICO 
 
 
 
Marlon M. Barreto 
Roberta Diehl 
Petra Schmitd 
Kátia K. Korthuis 
 
 
Lajeado, julho de 2016 
2 
 
Marlon M. Barreto 
Roberta Diehl 
Petra Schmitd 
Kátia K. Korthuis 
CONCRETO ARQUITETÔNICO 
Artigo apresentado na disciplina de 
Materiais de Construção Civil II, do 
curso de Engenharia Civil, do Centro 
Universitário UNIVATES. 
Professor: Márlon Longhi 
 Lajeado, julho de 2016 
3 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 4 
2 CONCRETO COLORIDO ...................................................................................... 4 
2.1 Pigmentos inorgânicos e sua classificação .................................................................5 
2.2 Apresentação dos pigmentos ........................................................................................6 
2.3 Produção de concreto colorido .....................................................................................6 
2.4 Adições .............................................................................................................................6 
2.5 Agregados ........................................................................................................................6 
2.6 Teor de pigmento ............................................................................................................6 
2.7 Relação água/cimento ....................................................................................................7 
2.8 Mistura do concreto e dosagem do pigmento .............................................................7 
3 CONCRETO E A TEXTURA ................................................................................... 7 
3.1 Concreto com agregado exposto ..................................................................................8 
3.2 Concreto Fotogravado ....................................................................................................9 
3.3 Concreto Estampado ......................................................................................................9 
3.4 Concreto e a Forma ......................................................................................................10 
4 CONCRETO BRANCO ......................................................................................... 10 
4.1 Propriedades Do Cimento Branco ..............................................................................12 
4.2 Agregados ......................................................................................................................13 
4.3 Aditivos ...........................................................................................................................14 
4.4 Adições Minerais e Pigmentos ....................................................................................15 
4.5 Características Do Concreto Branco ..........................................................................16 
4.6 Durabilidade ...................................................................................................................17 
4.7 Tecnologias De Produção ............................................................................................18 
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 19 
REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 20 
 
4 
 
 1 INTRODUÇÃO 
 O uso do concreto colorido e branco na arquitetura tem por princípio 
deixar o material á mostra na obra arquitetônica, sendo assim, valorizando sua 
textura, formar e cor. 
 O concreto plástico no Brasil teve início há cerca de 60 anos pelo 
arquiteto Oscar Niemayer, com a construção da Igreja da Pampulha, em Minas 
Gerais. No entanto, o uso do concreto em diversas obras arquitetônicas vem 
crescendo exponencialmente, pois, em termos de textura, forma e cor o 
material vem chamando a atenção por sua versatilidade e beleza. 
 O concreto na arquitetura destaca-se devido a sua beleza, pois o uso do 
cimento branco possibilita uma gama de cores diferentes com o uso de 
pigmentos. Além disso, com criatividade e design, possibilita inúmeras texturas. 
O concreto arquitetônico permite também, inovações na aparência, uso de 
técnicas decorativas combinando com o uso de pedras vidro e cerâmico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 CONCRETO COLORIDO 
 O uso do concreto arquitetônico apresenta diversas vantagens dentre 
estas podemos citar, o uso de pigmentos como uma alternativa 
economicamente viável e agrega valor arquitetônico e estético. O concreto 
colorido é durável e possibilita a expressão de criatividade nos seus meio 
externos. 
 Segundo Hartmann e Benini alguns elementos já são produzidos 
coloridos, enquanto outros são produzidos na central ou canteiro de obras com 
adição de pigmentos, as propriedades desempenhadas pelo concreto 
convencional ou coloridas são as mesmas. 
 2.1 Pigmentos inorgânicos e sua classificação 
 O pigmento que utilizamos para colorir o concreto deve ter 
resistência a alcalinidade do cimento, ou seja, á exposição de raios solares e á 
interpéries. Os pigmentos inorgânicos apresentam melhor estabilidade da cor e 
durabilidade. 
 Na tabela abaixo, temos os principais tipos de pigmentos, e suas 
origens químicas. 
Cor do concreto Especificação Composição química 
Vermelho Óxido de ferro Vermelho 
Amarelo Óxido de ferro Amarelo 
Preto Óxido de ferro Preto 
Marrom Óxido de ferro Marrom Mistura de pigmento 
amarelo+vermelho+preto 
Verde Óxido de ferro Verde 
Azul Óxido de ferro Azul 
 
 
6 
 
 2.2 Apresentação dos pigmentos 
 O pó é a forma mais conhecida na apresentação dos pigmentos, temos 
também granulados e as dispersões podem ser adicionadas manualmente na 
argamassa e no concreto. Ambos promovem poeira, e os granulados oferecem 
fluidez. 
 Existem também pigmentos líquidos, na qual são dispersos em água, 
são chamados de Slurries ou dispersões pigmentarias. Os pigmentos líquidos 
oferecem menor impacto ambiental, isto é, elimina a formação de partículas 
durante as operações. 
 2.3 Produção de concreto colorido 
 A escolha do cimento é muito importante na produção do concreto 
colorido, sendo assim o cimento natural tende a afetar a cor final do produto. A 
cor natural do cimento, o cinza, absorve todas as cores, portanto é mais 
adequado o concreto a base de cimento branco para que deixa cor natural. 
 2.4 Adições 
 O uso de adições interfere totalmente na cor do concreto colorido, com 
isso ao dosar o concreto ou argamassa com adições em grandes volumes 
devemos usar o mesmo tipo, quantidade e o mesmo fornecedor de adições. 
Tudo isso para não mudar a tonalidade da cor no final da mistura. 
 2.5 Agregados 
 O pigmento adicionado na mistura somente colore a pasta do cimento, 
quando endurece forma uma fina camada envolta dos agregados. A cor do 
agregado tem pouca influência na tonalidade final do concreto. A exposição 
externa às intempéries tende a erodir a pasta do cimento, com isso deixando 
os agregados á amostra. Esse efeito muda toda superfície do concreto, no 
entanto devemos escolher agregados com uma tonalidade adequada. 
 2.6 Teor de pigmento 
 A quantidade de pigmentos requerida depende da tonalidade que 
desejamos, no entanto, concretos de cores pálidas a cada 100kg de cimento 
7 
 
usamos 1 ou 2kg de pigmentos, tons médios de 3 a 5kg de pigmentos e tons 
escuros 6 a 8kg de pigmentos. 
 2.7 Relação água/cimento 
A água em excesso evapora deixando espaços vazios, ou seja, poros finos que 
dissipam a luz clareando a cor do concreto. Quanto maior relação 
água/cimento, mais claro será o concretoou argamassa. A adição do pigmento 
no concreto pode aumentar a quantidade de água, para evitarmos o aumento 
da relação a/c devemos adicionar á mistura aditivos superplastificantes. 
 2.8 Mistura do concreto e dosagem do pigmento 
 Os pigmentos devem ser misturados adequadamente para que se 
dispersem no concreto, visando uma pasta homogênea. Os equipamentos 
recomendados são os misturadores forçados de contracorrente, de eixo 
vertical, simples ou planetário e os misturadores de eixo horizontal. A 
sequência de coloração dos materiais para obter um melhor desempenho final 
na coloração do concreto: pré-mistura a seco do pigmento mais o agregado, 
mistura complementar (com adição de cimento) e a mistura úmida (adição de 
água). 
 As fôrmas, a cura e o processo de acabamento têm papel fundamental 
para a qualidade do concreto colorido, COELHO (2000) diz que a etapa mais 
importante para obtermos uma boa qualidade no concreto colorido, é o 
processo de cura. Para realizarmos a cura usamos um produto recomendado 
pelo fornecedor de pigmentos, no entanto contribuindo para a intensificação da 
cor. 
3 CONCRETO E A TEXTURA 
As texturas podem ser empregadas de diversas formas no concreto, 
dentre estas podemos citar o uso de agregado, o concreto fotogravado e o 
concreto estampado, conforme será apresentado ao longo deste capítulo. 
8 
 
 3.1 Concreto com agregado exposto 
O concreto com agregado exposto oferece uma ampla variedade de 
texturas e cores, sendo que podem ser combinados diferentes tipos de 
agregados com diversas cores de concretos. Segundo Hartmann e Benini esta 
não é a única vantagem da utilização deste tipo de concreto, pois ele apresenta 
ainda resistência ao escorregamento, intempéries e é altamente durável. 
O concreto com agregado exposto pode ser produzido de três formas: a 
técnica monolítica na qual o agregado é misturado inicialmente na produção do 
concreto, ou então, por meio de outra técnica o agregado é adicionado ao 
concreto fresco já lançado, ou ainda, a exposição do agregado pode ser obtida 
com tratamentos abrasivos especiais superficialmente aplicados. 
No método monolítico grande porcentagem de agregados graúdos e 
uma pequena porcentagem de miúdos (apenas o suficiente para garantir a 
trabalhabilidade) são misturados ao concreto durante a produção. 
Outro método de produção é executado utilizando um aditivo desativador 
(retardador de pega e/ou endurecimento) sobre a superfície, assim que a água 
superficial desaparece. No dia seguinte o concreto é lavado com jato de água 
de alta pressão, que remove a argamassa não endurecida, expondo o 
agregado. 
O concreto com agregado exposto pode ser produzido também 
aplicando uma camada fina (25 a 50 mm) de concreto com os agregados na 
superfície de uma laje de concreto convencional. Segundo Hartmann e Benini 
alguns cuidados devem ser tomados, como de que a espessura da camada 
com o agregado a ser exposto deve ser de, no mínimo, o triplo da dimensão 
máxima do agregado a ser exposto, bem como, a superfície do concreto que 
receberá a camada deve ser áspera para aderir esta camada contendo o 
agregado, e deve estar suficientemente endurecida para suportar o peso 
requerido. O agregado semeado é inserido no concreto por meio de 
ferramentas acabadoras manuais até que a aparência seja similar a de um 
pavimento normal. Posteriormente, para exposição do agregado, o concreto é 
9 
 
levemente escovado com uma escova de náilon para remover o excesso de 
argamassa e depois de finalizada a pega, pode-se lavar e escovar de forma 
mais vigorosa. 
E ainda, podem ser usadas técnicas de abrasão, nas quais ocorre a 
abrasão por meio de jateamento de areia ou água, ou escarifação, ou 
escovamento do concreto endurecido, removendo a superfície e expondo o 
agregado. Ou ainda, o efeito pode ser obtido por meio do polimento que 
executa uma abrasão progressiva, iniciando com lixas mais grossas e 
evoluindo progressivamente até lixas mais finas. 
No que diz respeito à dureza dos agregados utilizados se deve analisar 
o grau de abrasão que serão submetidos e o ambiente onde serão 
empregados, pois materiais como o quartzo são bastante duros, enquanto que 
a gipsita e a calcita não são tão resistentes. 
O tamanho do agregado utilizado pode variar de 6 até 50 mm 
dependendo da distância que o efeito deve ser visualizado e na aparência e 
rugosidade desejada. Se a forma do agregado for irregular haverá maior 
visualização do cimento, mas se for cúbica ou redonda causará uma área de 
cobertura mais densa e, ao longo prazo, tendem a permanecer mais limpos. 
 3.2 Concreto Fotogravado 
O concreto fotogravado consiste na impressão de uma fotografia no 
concreto exposto. Esta impressão é possível devido a impregnação ponto a 
ponto de desativante sobre placas apropriadas a esta utilização que são 
colocadas no fundo das fôrmas e, posteriormente, o concreto autoadensável é 
lançado. Para que após 24 horas as fôrmas sejam retiradas e o concreto 
lavado com jato de água. O contraste entre as partes endurecidas e as partes 
desativadas que reproduz a fotografia. 
 3.3 Concreto Estampado 
O uso de concreto estampado é feito há muitos anos e propicia uma 
grande gama de padrões podendo simular ardósias, tijolo, pedra, elementos 
botânicos e elementos selvagens por meio da combinação de cores e moldes. 
10 
 
As cores podem ser reproduzidas por meio da adição de pigmentos 
inorgânicos durante a preparação da mistura do concreto. Para atingir uma boa 
coloração é preferível o uso de concreto branco, mas ainda assim as cores não 
serão tão vibrantes quanto aquelas produzidas com endurecedores coloridos. 
Os endurecedores coloridos são misturas de pigmentos coloridos, 
cimento Portland, areia silicosa e agentes de molhamento, esta mistura é 
aplicada no concreto fresco, sendo dado o acabamento na superfície antes da 
estampagem. 
Outro elemento utilizado para efeitos de cor são os stains que, no caso 
dos stains ácidos, reagem quimicamente com o cimento produzindo o efeito de 
envelhecimento. O efeito produzido é resistente ao desgaste e o material deve 
ser aplicado ao concreto já endurecido com a superfície limpa. 
 3.4 Concreto e a Forma 
O concreto pode ser moldado de diversas formas com o uso de fôrmas 
adequadas e confeccionadas de diversos materiais. Segundo Hatmann e 
Benini quando utilizadas fôrmas de madeira não tratada pode-se produzir 
concreto com aspecto rústico. Como a madeira tem uma variação natural de 
absorção de água, as fôrmas com este material causam efeitos de cor sobre o 
concreto, sendo que quanto maior for a absorção, mais escuro será o concreto. 
Já as fôrmas flexíveis são produzidas a partir de diversos polímeros e dão ao 
concreto mais opções de formas, sendo que podem expressar curvas ou linhas 
retas e podem ser produzidas sob medida. 
4 CONCRETO BRANCO 
 O cimento branco estrutural entrou no mercado brasileiro no início do 
século XX, quando o concreto passou de apenas um elemento estrutural e 
durável, e agora passa a ser um elemento estético. Pode-se obter uma vasta 
opção de cores com a adição de agregados coloridos, pigmentos inorgânicos e 
até mesmo adições minerais na mistura. 
11 
 
 Com o passar do tempo, houve uma evolução na forma com que o 
concreto é fabricado e utilizado. Grande parte da sua aplicação não tem fim 
estrutural, como, por exemplo, argamassa de revestimento, painéis de 
fechamento, elementos de pavimentação e peças pré-fabricadas de concreto. 
 Nos Estados Unidos, sua utilização passa de edificações para 
autoestradas. Estudos comprovam que a reflexibilidade do concreto branco 
quando utilizado como barreiras moldadas de autoestradas é duas vezes maior 
do que as moldadas com concreto cinza, desta maneira melhora a visibilidade 
e aumenta a segurança no tráfego. 
 No Brasil, a utilização desse concreto se iniciou com peças pré-
fabricadas, principalmentede pavimentos intertravados de concreto coloridos, 
que possuem sua cor realçada com o concreto branco, valorizando o aspecto 
estético. Diversas praças e estacionamentos foram construídos com esse 
material, podendo o projetista escolher formas e desenhos. Outra possibilidade 
envolve a fabricação de telhas pré-moldadas com pigmentos de tons claras. 
 O concreto branco, simples ou pigmentado, é aplicado em tampos de 
cozinhas, banheiros e bares, podem ser adicionadas pedras semipreciosas, 
fósseis e conchas permitindo a criação de padrões únicos. Partículas de vidro 
também podem ser utilizadas como agregado em concreto decorativo. 
 A execução de pisos coloridos não se restringe apenas aos pré-
fabricados para aspecto estético, em indústrias tem sido executado pisos com 
alta resistência ao tráfego de pedestres e de automóveis, sendo executados in 
loco com o concreto branco. 
 No ano de 2000, em Sorocaba, estado de São Paulo, foi criada a 
primeira edificação com painéis pré-moldados de concreto branco. Já na 
cidade de São Paulo foi executado um condomínio totalmente em concreto de 
cimento branco, além disso, essa obra apresentou um diferencial criado pela 
exposição do agregado branco por meio da técnica de jato de areia, criando um 
efeito estético diferenciado na superfície. O concreto branco em estruturas de 
12 
 
grande porte começou com a execução da ponte Irineu Borhausen, construída 
em Brusque, Santa Catarina. 
 4.1 Propriedades Do Cimento Branco 
O processo de fabricação do cimento tradicional de cor cinza consiste na 
mineração e britagem de matérias-primas selecionadas, seguida da preparação 
adequada de uma mistura crua que é aquecida por volta de 1450°C. Esse 
processo produz o clínquer, que moído e misturado, em proporções 
adequadas, com sulfato de cálcio, origina o cimento Portland. 
O minério de ferro é a principal fonte de , elemento que facilita 
afundição da mistura, permitindo trabalhar com temperaturas de sinterização 
mais baixas. Mas na produção de cimentos brancos, a presença de , é 
indesejável, pois a coloração avermelhada típica desse elemento afeta a cor da 
mistura final. Além do ferro são evitados outros elementos menores que 
induzem à coloração do cimento, como o Manganês (Mn), o Cromo (Cr) e o 
Titânio (Ti). Assim, com a necessidade de se utilizar matérias-primas sem 
esses elementos encarece muito o processo de fabricação do cimento branco e 
a ausência do ferro faz com que sejam adotadas temperaturas mais elevadas 
para a queima do clínquer. 
Em relação às características químicas, tanto o cimento Portland cinza 
quanto o branco são constituídos basicamente pelos mesmos compostos ( - 
alita, - belita, - aluminato, - ferrita). 
Quanto às características físicas, existem duas diferenças básicas, entre 
o cimento branco e os tradicionais: finura e início de pega. Os cimentos 
brancos são, em geral, moídos mais finamente que os cimentos convencionais, 
consequentemente se tornam mais reativos em contato com a água. Isso 
ocorre porque as partículas menores se hidratam mais rapidamente, pelo fato 
de possuírem maior superfície específica, implicando diretamente no ganho de 
resistência com o tempo. 
Considerando que o cimento branco possui teores mais elevados de 
e é constituído por partículas mais finas, se comparado a outros tipos de 
13 
 
cimento, apresentam tempos mais curtos de início de pega. Dessa forma, 
concretagens de elementos estruturais de grandes dimensões, em concreto 
branco, necessitam ser muito bem controladas, pois tendem a desenvolver 
picos de temperaturas maiores, em virtude do elevado calor de hidratação nas 
primeiras idades. 
O cimento Portland branco classifica-se em dois tipos: estrutural e não 
estrutural. O estrutural é usado principalmente em estruturas de projetos 
arquitetônicos, e possui nacionalmente as classes de resistência 25, 32 e 40. O 
não estrutural é indicado para rejuntamento de ladrilhos cerâmicos, 
argamassas entre outras com funções não estruturais. 
A sua cor branca obtém-se através da rígida seleção de sua matéria-
prima, onde se faz necessário ter baixos teores de óxido de ferro e manganês. 
O processo de resfriamento do clínquer é de fundamental importância, para 
evitar a oxidação desse clínquer por conta do contato com o ar ambiente. 
 A NBR – 12989, que regulamenta no Brasil o cimento branco, prescreve 
para este cimento, um mínimo de 85% de + , de tal forma que os 
fabricantes impõem durante a etapa de moagem do processo de fabricação, a 
adição de materiais carbonáticos ao clínquer branco. Por sua vez, o índice de 
brancura deve apresentar um percentual maior que 78%. 
 Verificam-se várias alterações na microestrutura do material, resultando 
na mudança de seu comportamento, uma vez que o cimento Portland branco 
possui maior teor de e menor teor de , bem como também apresenta 
diferenciação nos percentuais de e , tudo isso com relação a outros 
tipos de cimento Portland. 
 4.2 Agregados 
A natureza do agregado e sua granulometria são as características que 
mais afetam a mistura do concreto. Quando se trata de concreto branco, a cor 
do agregado se torna também um importante parâmetro de controle. 
14 
 
A escolha do agregado dependerá de sua cor, textura e dos efeitos 
estéticos pretendidos. Assim, a opção por agregados mais claros torna mais 
fácil o controle da aparência superficial das estruturas que fazem uso do 
cimento branco, tendo assim como opção de uso, os agregados provenientes 
das rochas calcárias. 
Os materiais inertes que podem ser utilizados em concretos de cimento 
Portland Branco são, incluindo os calcários; as areias silicosas e argilosas; e os 
inertes de basalto, mármores, granitos, entre outros. 
As possibilidades de escolha de agregado são influenciadas pela 
localização da região de produção desse concreto, onde cada região do Brasil 
efetuará a escolha conforme a disponibilidade e exigências de acabamento. 
O emprego de agregados artificiais na mistura para a fração fina, pode 
afetar a trabalhabilidade e compacidade do concreto, porque a rugosidade e as 
formas mais irregulares dos agregados dificultam sua movimentação no 
concreto no estado fresco. Por outro lado, esses agregados tendem a ter uma 
distribuição granulométrica melhor, contínua o que colabora para um melhor 
empacotamento da mistura no estado endurecido, proporcionando ganhos de 
resistência à compressão e durabilidade. 
Então, os materiais utilizados para a produção do concreto branco 
devem ser escolhidos com especial cuidado quanto à tonalidade e limpeza, 
especialmente nas frações finas. Agregados miúdos de tonalidade escura, ou 
contaminados com material pulverulento de cor marcante, influirão 
decisivamente na cor final do concreto, já que formam parte da pasta que 
define a tonalidade da mistura. 
 4.3 Aditivos 
Os aditivos desempenham um papel fundamental na qualidade do 
concreto branco, pelo fato desse possuir características específicas e o 
emprego de agregados artificiais. Os aditivos mais utilizados para esse 
concreto são os superplastificantes e os controladores de hidratação. 
15 
 
 Ao se dosar um concreto branco, devem-se adaptar as exigências de 
trabalhabilidade, utilizando-se abatimentos superiores a 120 mm. Assim, para 
garantir uma consistência fluida ao concreto fresco, que permita o adequado 
lançamento e adensamento, torna-se quase que obrigatório o uso de aditivos 
superplastificantes. 
 Por possuírem uma grande eficiência os superplastificantes são 
normalmente empregados na fabricação do concreto branco, mas é preciso 
prestar atenção para a coloração do aditivo, os superplastificantes a base de 
carboxilatos ou melanina são normalmente líquidos de cor clara sendo mais 
adequados para o emprego em misturas de concreto branco do que os de 
aditivos a base de naftaleno sulfonado,que tendem a ser mais escuros. 
 4.4 Adições Minerais e Pigmentos 
O uso de certas adições minerais nas misturas de concreto é 
comprovadamente favorável para o desenvolvimento da resistência e melhoria 
da durabilidade. Para compensar alguns problemas que podem ocorrer em 
concretos brancos, devido às suas características e o tipo de agregado 
utilizado, o uso de determinados tipos de adição torna-se interessante. 
Diversos tipos de adições podem ser incorporados ao concreto entre 
elas destacam-se os fíleres, a cinza volante, a escória de alto-forno, a sílica 
ativa e o metacaulim. Mas deve-se haver o cuidado com o emprego das 
adições por causa da cor, já que a fração fina presente na mistura terá forte 
influência na coloração final do concreto. 
Então, a cinza volante, mesmo muito utilizada em concretos cinza 
convencionais, não se adéqua aos concretos brancos, pelo fato de possuírem 
grande variabilidade nas cores obtidas. Os fíleres fornecem um efeito físico 
muito importante, pois preenchem os vazios deixados pelos agregados, 
podendo melhorar a coesão, compacidade, resistência e acabamento 
superficial, mas deve-se cuidar com a sua utilização por causa de sua 
tonalidade, cada tipo de fíler pode apresentar um índice de refletância 
diferenciado. 
16 
 
 A sílica ativa atua beneficamente no concreto de forma mais ampla que 
os fíleres, devido ao pequeno tamanho de suas partículas. No entanto, por 
conta de tonalidade, deve-se tomar cuidado com a porcentagem utilizada na 
mistura. O metacaulim tem efeito pozolânico e físico, como a sílica ativa, 
devido à sua composição química e finura, além de possuir uma tonalidade 
extremamente clara. 
 4.5 Características Do Concreto Branco 
 As propriedades mecânicas do concreto estão relacionadas com seu 
potencial em resistir a esforços solicitantes. A resistência à compressão é a 
mais estudada, pois seus valores indicam a qualidade do concreto, e se 
correlaciona diretamente com as demais propriedades do concreto, tanto nas 
propriedades mecânicas quanto na durabilidade. 
 Diversas pesquisas e testes foram realizados para comprovar que o 
cimento Portland branco estrutural apresenta resultados de resistência 
mecânica que são similares ou superiores aos valores encontrados para 
concretos e argamassas moldados com cimento cinza, os autores dos testes 
encontraram valores de resistência a compressão aos 7 dias de 20% maiores 
do concreto branco em relação ao concreto cinza. 
 Como no concreto com cimento branco pode ser incorporados 
pigmentos a sua mistura para um efeito mais estético, algumas pesquisar 
foram feitas com concreto com cimento branco e com o pigmento incorporado. 
Foram realizados alguns ensaios e, apesar da diferença entre os traços, em 
função da quantidade de aditivo utilizada e a relação a/c, não houve grande 
influência do pigmento na resistência à compressão do concreto. 
 Concreto branco e cinza comparados com a mesma relação de 
água/cimento também se obtiveram que com o cimento branco teve maior 
resistência à compressão, chegando a ser 18% maior aos 28 dias. Para as 
demais propriedades, como, por exemplo, módulo de elasticidade, resistência 
ao cisalhamento e à flexão, os concretos moldados com cimento branco 
sempre obtiveram valores superiores aos moldados com cimento cinza. 
17 
 
 Foram testadas também a influência do agregado com concretos 
moldados com cimento branco, os maiores resultados demonstraram que o 
agregado graúdo e miúdo de calcário tem maior influência na resistência à 
compressão, provavelmente pelo fornecimento de finos presentes na mistura. 
 4.6 Durabilidade 
 Um fator importante quando se trata de concreto é a durabilidade. A 
durabilidade envolve vários aspectos, dentre eles aspectos físicos, químicos e 
mecânicos, que podem influenciar a favor ou contra a estrutura estudada. 
 Os fatores que mais influenciam na durabilidade do concreto branco são: 
 Absorção de água: o concreto com cimento branco apresenta um 
desempenho satisfatório quanto à taxa de absorção de água por 
capilaridade, quando adicionado sílica ativa houve uma significativa 
redução de absorção de água em argamassas produzidas a partir do 
cimento Portland branco estrutural. 
 Penetração de cloretos: os íons de cloreto são os principais agentes que 
iniciam o processo corrosivo em armaduras. Alguns ensaios foram 
realizados quanto à penetração de cloretos no concreto de cimento 
branco, e a quantidade de cloretos que penetrou foi elevada. Ou seja, a 
resistência à penetração de cloretos é baixa. 
 Profundidade de carbonatação: concreto de cimento branco apresenta 
menor profundidade que com o cimento cinza, ou seja, seu desempenho é 
melhor quando a esse fator. 
 Retração do concreto: uma elevada temperatura ocorre interior da 
estrutura, fazendo com que esta diminua de volume, consequentemente 
causam fissuras. Algumas alternativas para diminuir a retração é o uso de 
um aditivo mineral expansivo, o óxido de cálcio (CaO), fibras e aditivos 
anti-retração 
 
18 
 
 
4.7 Tecnologias De Produção 
 
 Alguns fatores que implicam na dificuldade de produzir o concreto branco 
esta na alta temperatura, causada pela reatividade do cimento branco, que 
causa um rápido endurecimento e perda a trabalhabildade. Para que não 
ocorram fissuras, deve se cuidar a temperatura ambiente no dia da 
concretagem, ou utilizar água gelada e aditivos controladores de hidratação do 
concreto. 
 
 Outro cuidado a ser tomado é o local de preparo do concreto, ele dever 
realizado de maneira a evitar alteração na cor por contaminação de materiais 
remanescentes nos equipamentos. O modo como é lançado o concreto também 
interfere no resultado final, portanto, ele deve estar coeso, para evitar 
segregação. A vibração entre camadas ajuda a evitar manchas, libera o ar 
aprisionado, limitando a formação de bolhas de ar e poros na superfície. 
 
 A cura do concreto é feita com água, para que não ocorra a retração do 
concreto e, consequentemente, uma possivelmente fissuração. Depois da 
desforma do concreto, é necessário cobrir a superfície, protegendo do acúmulo 
de sujeira e manchas. 
 
 Uma das vantagens do concreto branco é o baixo custo de manutenção 
sendo necessária apenas lavagem com jato de água, podendo ser utilizado ou 
não produtos de limpeza. 
 
 
 
 
 
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5 CONCLUSÃO 
 O concreto branco e arquitetônico estão cada vez mais sendo utilizados, 
suas aplicações podem ser tanto estruturais quanto não estruturais. Apesar do 
custo elevado, a busca por elementos diferentes na área da construção civil 
tem aumentado a procura por novas técnicas. O concreto possibilita uma gama 
de aplicações, porém exigem maior controle tecnológico, alguns cuidados 
especiais durante a produção deles e a execução da estrutura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERENCIAL TEÓRICO 
Watanabe, Paula Sumie. Concretos especiais-propriedades, materiais e 
aplicações. SP: UNESP,2008. 
Ribeiro, Raquel de Macedo. Concreto Aparente: uma contribuição para a 
construção sustentável. MG: Universidade Federal de Minas Gerais, 2010. 
Passuello, Alexandra... Concreto: Ciência e Tecnologia. Vol 2. 1 ed. São Paulo: 
Geraldo C. Isaia, 2011.

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