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I A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL Lucinéia Nunes Pereira Maria Imaculada Chao Cabanas RESUMO O presente trabalho trata-se da importância de introduzir jogos e brincadeiras no curriculo escolar do ensino infantil. A brincadeira não deve ser vista como mera diversão para passar o tempo ou algo que não se deve levar tão a sério, ela deve ser vista como uma atividade essencial na formação da criança, pois o brincar faz com que a mesma construa conhecimento, explora o mundo á sua volta, compreende a si mesma e os seus sentimentos, proporciona comvivência mútua, desenvolve a coordenação motora e a percepção, valoriza as ações de cooperação e solidariedade, descobre as diferenças e respeita o tempo e o espaço de cada um. Além disso, pode ser trabalhada em todas as disciplinas, proporcionando ao educador situações novas dentro do processo de ensino- aprendizagem. A metodologia utilizada foi a pesquisa de cunho bibliográfico, onde ficou claro como a ludicidade trabalhada em sala de aula de forma correta pode trabsformar a vida da criança. Palavra-chave: Aprendizagem. Conhecimento. Ludicidade 1. INTRODUÇÃO O trabalho proposto tem como objetivo disponibilizar reflexões sobre a importância da ludicidade e suas contribuições na educação infantil. Através dos jogos e brincadeiras, a criança explora a imaginação, cria e recria e realidade e ao mesmo tempo a sua identidade. Dar a criança tempo para brincar e brinquedos diversos, como jogos, livros de II desenhos, blocos para montar, fantoches, entre outros, é muito importante para que a criança desenvolva a responsabilidade e autoexpressão, onde se sente estimulada e sem perceber acaba desenvolvendo e construindo seu conhecimento sobre o mundo. Pode-se dizer que a atividade lúdica funciona como um elo entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais. Portanto, a partir do brincar, desenvolve-se a facilidade para aprendizagem, o desenvolvimento social, cultural e pessoal e colabora para uma vida saudável, tanto física como mental. Diante disso, é importante resaltar a importância da escola em ter um projeto pedagógico que contemple e incorpore o lúdico como ferramenta em suas atividades, proporcionando apoio, suporte e condições para o desenvolvimento do seu discente e dando condições ao educador para a elaboração e realização de seu trabalho em sala de aula. O objetivo maior a ser alcançado dentro desse trabalho é analisar compreender a concreta e verdadeira contribuição da ludicidade na educação infantil, apontar a importância de se ter o lúdico como ferramenta norteadora do aprendizado, apresentar as possibilidades de ensinar através de uma visão lúdica, valorizar os jogos e brinquedos pedagógicos diversos, proporcionar a convivência mútua, contextualizar os conteúdos e contribuir para o desenvolvimento intelectual. Através dos jogos e brincadeiras, o educador poderá estimular as habilidades, permitindo que o aluno se envolva em tudo que esteja realizando de forma significativa. A metodologia utilizada para a realização desse trabalho foi necessário uma pesquisa de cunha bibliográfico, sites, livros e vídeo aulas que abordam o tema ludicidade na educação infantil. Todos esses enriqueciram o projeto. O presente trabalho também teve alguns autores e autoras que vieram a somar com sus teorias, onde destacam entre eles: o autor e filósofo Levi Vigotsky, Santos e Cruz 1997, Lopes 2002, Oliveira 1994, Rodrigues Silva, 2003, Tizuko Morchida Kishimoto e Airton Negrine, entre outros que muito contribuíram para o seu enriqeucimento, tornando possível a realização do mesmo. As brincadeiras sempre foram e serão atividades espontâneas e prazerosas, onde a criança pode exercer sua capacidade de criar e fundamentar seu desenvolvimento de identidade e de autonomia, possibilitando que a criança explore seu mundo. E devem ser criadas e recriadas, para que sejam sempre uma nova descoberta e sempre se transformem em uma nova brincadeira, pois quando ela brinca, estimula seu desenvolvimento integral, tanto no ambiente familiar, quanto no ambiente escolar. III O mundo infantil distingue-se de uma maneira diferente do mundo adulto, pois no mundo da criança há fantasia, faz de conta, o sonhar e o descobrir e é por meio do brincar que ela terá a chance de se conhecer e organizar-se socialmente. Por meio da naturalidade do brincar que a criança poderá expressar os diferentes efeitos imagináveis dentro de seu conjunto familiar e social. A realização desse trabalho foi de suma importância, pois através das pesquisas e estudos realizados em artigos de grandes autores, permitiram compreender a contribuição dos movimentos e atividades envolvendo jogos e brincadeiras no desenvolvimento infantil. 2. O LÚDICO E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA EDUCAÇÃO INFANTIL O interesse em discutir esse tema tem como finalidade central ampliar o conhecimento e a discussão acerca da ludicidade e suas contribuições na Educação Infantil. A criatividade pedagógica deve-se muito ao conhecimento e utilização das brincadeiras. Os jogos, as dinâmicas e o brincar não se reduzem recreação, portanto norteia-se para o aprendizado, no qual esse simples ato servirá para desenvolver a adaptar conteúdos de diversas disciplinas em sala de aula. De acordo com os conceitos de ludicidade e aprendizado nos anos iniciais pode se produzir uma prática pedagógica bastante sucedida, basta conciliar os dois conceitos citados acima e segundo os autores pesquisados, é indispensável a junção deles para que a criança desenvolva a responsabilidade, a autoexpressão, a capacidade intelecutual, emocional, físico e psicológico, adquire um desenvolvimento gradativo, com melhoras no rendimento escolar, mudança positiva no comportamento, entre muitos outros aspectos, abrindo caminhos para o conhecimento. Além de possibilitar ao educador a elaboração de uma proposta didática eficaz natural e prazerosa. A ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoas, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, prepara para um estado interior fértil, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção do conhecimento (SANTOS E CRUZ, 1997, P. 12) As atividades lúdicas é um conjunto de elementos como: as brincadeiras, os jogos, as músicas, a arte, a expressão corporal, os desenhos, as histórias, as pinturas, enfim, tudo IV que auxiliam na aprendizagem da criança de forma prazerosa e quando bem administrada e com objetivos definidos desperta a espontaneidade delas, trazendo diversas possibilidades no aprendizado dentro e fora da sala de aula. A educação lúdica contribui e enfluencia na formação da criança, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integrando-se ao mais alto espírito democrático enquanto investe em uma produção séria do conhecimento. A sua prática exige a participação franca, criativa, livre e crítica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio (ALMEIDA 1995, p. 41) Na medida em que a criança entra em contato com os brinquedos e com outras pessoas, ela cria relações e conhecimento sobre o mundo em que está inserida, possibilitando-a de desenvolver melhor os aspectos físicos, culturais e sociais. NEGRINE, (1994, p. 19) “sustenta que as contribuições das atividades lúdicas no desenvolvimento integral contribuem poderosamente no desenvolvimento global da criança e que todas as dimensões estão intrisicamente vinculadas: a inteligência, a afetividade, a motricidade e a sociabilidade[..]”. Essas qualidades são inseparáveis, sendo a afetividade que constitui a energia necessária para a progressãopsíquica, moral, intelectual e motriz da criança. Por meio das atividades lúdicas, a criança forma conceitos, seleciona ideias, estabelece relações lógicas, põe em prática a liderança e desenvolvem a personalidade e o controle da mesma. Também contribui com a competividade, pois a vitória para elas é motivo de prazer e orgulho, bem como age diretamente na cooperação do grupo e da participação coletiva. De acordo com OLIVEIRA (1984, p. 43) “quando a criança brinca, ela aprende a se expressar no mundo criando novos brinquedos e com eles, participando de novas experiências e aquisições”. No convívio com outras crianças trava contato com a sociabilidade espontânea, ensaia movimentos do corpo e experimenta novas sensações. Dentre essas possibilidades pode-se ressaltar a contribuição para a formação de atitudes sociais, responsabilidade, cooperação, obediência ás regras e respeito mútuo, a contribuição na coordenação motora, melhora a autoestima, aumenta os conhecimentos e proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração. Além disso, cria um ambiente confortável, atraente e acolhedor, fazendo com que a criança adquire iniciativa, autoconfiança, autonomia e liberdade. V De acordo com VYGOTSKY (1998, p. 127) é no brincar que a criança consegue separar pensamentos e significados de palavras ou de objetos e a ação surge das ideias e não das coisas. Por exemplo: um pedaço de madeira torna-se um boneco, um cabo de vassoura em um cavalo e assim por diamte, representando uma grande evolução na maturidade da criança. Segundo o autor, através das brincadeiras de faz de conta, a criança tem a oportunidade de ser o que ela imagina, ou seja, através do seu imaginário ela vive suas próprias fantasias num mundo cheios de encanto e imaginação. Toda brincadeira gera um significado para a criança, além de proporcionar aprendizado, a mesma é uma maneira pela qual ela apropria-se do mundo de acordo com sua percepção. O brincar passa a ser uma língua de infância sob o universo. O jogo apresenta sempre duas funções no processo de ensino-aprendizagem. A primeira é lúdica, onde a criança encontra o prazer e satisfação no jogar, e a segunda é educativa, onde através do jogo a criança é educada para a convivência social, já que o mundo á qual faz parte possui leis e regras as quais precisam ser conhecidas e internalizadas. A criança estando em um constante processo de desenvolvimento, ela brinca porque a brincadeira propõe subsídios a se desenolver. Segundo PIAGET (1967),”[...] o jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral. É através dele que acontece a construção do conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e pré-operatório.[...]” De acordo com a teriria de LOPES (2002, p. 35), “[...] o objetivo dos jogos dentro do contexto pedagógico permite trabalhar ansiedade, rever limites, ampliar a auto capacidade da realização e o raciocínio lógico , desenvolver autonomia, desenvolver e aprimorar a coordenação motora e desenvolver a criatividade[...]” Nesse sentido, o autor destaca que o jogo é fundamental em todos os aspectos na vida da criança. Embora a ludicidade seja de extrema importância no processo de ensino aprendizagem, o autor deixa claro que é essencial a importância da conscientização e ds reflexão da escola e do educando sobre o lúdico, onde cabe também a eles muitos esforços como uma busca contante de pesquisa e conhecimento acerca da ludicidade como recurso pedagógico, a valorização da liberdade em aprender através de mecanismos simples e eficientes, a organização de espaços, a seleção e escolha dos brinquedos e um olhar constante voltados para os interesses e necessidades das crianças, buscando testar novas estratégias de ensino que atendam adequadamente á necessidade de formação de cada VI uma delas. O perfil de uma escola que desenvolve o brincar como meio de aprendizagem tem como função de educar bem, proporcionando um conhecimenti dinâmico e diversificado que privilegia habilidades necessárias ao mundo atual. Proporciona também um ensino de qualidade assegurando a essas crianças uma formação de valores e atitudes em relação ao outro e a si mesmo. Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagem orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com as outras em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança, e o acesso pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural (BRASIL, 1998, p. 23) Por isso, o educador é a peça fundamental nesse processo, pois educar não é apenas repassar informações ou mostra apenas um caminho, mas ajudar a criança a tomar consciência de si mesmo e da socidade. È oferecer diversas ferramentas para que a criança possa escolher caminhos, aqueles que for compatível com seus valores, sua visão de mundo e com as circunstâncias desfavoráveis que cada um irá encontrar. Trabalhar com a ludicidade em sala de aula significa uma reorganização da prática pedagógica desempemhada pelo professor, onde ele deve absorver o lúdico como instrumento principal para o desenvolvimento intelectual, emocional, físico-motora e social das crianças. Além dessas razões, tornam as aulas mais atraentes e cria situações de descontração, fazendo com que o professor possa desenvolver diversos conteúdos, gerando uma integração entre as matérias curriculares. Segundo o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 30) “o professor é mediador entre as crianças e os objetos de conhecimento organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagens que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança, dos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano.” O afeto pode ser uma maneira eficaz de aproximar o sujeito e a ludicidade em parceria com o professor-aluno e ajuda a enriquecer o processo de ensino-aprendizagem, pois a criança precisa de estabilidade emocional para se envolver com a aprendizagem e quando o educador dá destaque ás metodologias que fundamentam as atividades lúdicas, pode-se perceber um maior encantamento do aluno, porque brincando também se aprende. VII 3. O LUGAR DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO DA CRIANÇA A criança de zero a seis anos de idade apresenta uma necessidade muito grande de brincar e está comprovado que a brincadeira estimula interesse e envolve-a de forma completa, pois tudo aquilo que é divertido torna-se mais interessante para elas. Na educação de modo geral, e principalmente na Educação Infantil, o brincar é um forte veículo de aprendizagem, onde a proposta do lúdico é levar uma alfabetização significativa na prática educativa, reunir o conhecimento através das características do conhecimento do mundo. Por meio do brincar, a criança experimenta, descobre, reinventa, adquire habilidades, além de despertar a criatividade, a autoconfiança, curiosidade e liberdade, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração devido a situação de alguns jogos e brincadeiras, assim gerando um amadurecimento de novos conhecimentos. A atividade lúdica, o jogo, o brinquedo, a brincadeira precisam ser melhorados, compreendidos e encontrar maior espaço para ser entendido como educação. Na medida em que os professores compreenderem toda sua capacidade de contribuir no desenvolvimento infantil, grandes mudanças irão acontecer na educação e nos sujeitos que estão inseridos nesses processo (GOÉS, 2008, p. 37) Para que a criança sinta-se amada e tenha desejo de aprender, o professor é a peça fundamental para guiare mediar o processo educativo, pois o educador que estimula, que brinca e trannsmite alegria, desperta no aluno o gosto pelo aprender. O profissional da educação infantil, envolvido com a sua missão de ensinar, deixa suas marcas no conviver, no fazer, no conhecer e no ser de cada educando. Parte da sociedade pensa que o brincar refere-se apenas como tempo perdido, sem valor pedagógico algum no que diz respeito ao desenvolvimento infantil, como se não acrescentasse nada na vida das crianças. Os pais deveriam conhecer e reconhcer os benefícios que o ato de brincar proporciona ás crianças, assim, além de mudarem suas posturas, valorizariam mais o brincar das crianças nas escolas, pois toda brincadeira gera um significado, além de favorecer o aprendizado, é uma maneira pela qual ela se adpta ao mundo de acordo com seu ato. O brincar passa a ser uma linguagem da infância sob o VIII universo. A atividade lúdica permite que a criança se prepare para a vida, tanto no mundo físico como social, pois a vida da criança gira em torno do brincar e é por essa razão que educadores têm utilizado a ludicidade na educação, por ser uma peça importante na formação da personalidade, tornando-se uma forma de construção de conhecimento. A essência do bom professor está na habilidade de planejar metas para a aprendizagem das crianças, mediar suas experiências, auxiliar no uso das diferentes linguagens, realizar intervenções e mudar a rota quando necessário. Talvez, os bons professores sejam os que respeitam as crianças e por isso levam qualidade lúdica para a sua prática pedagógica (GONZAGA, 2009, p. 39). É importante destacar que a motivação do educador escolar para apresentar a atividade lúdica é fundamental para que o aluno possa manifestar o interesse para criar, desenvolver e participar, para que assim, ele possa buscar a construção do conhecimento. O desenvolvimento lúdico nas atividades pedagógicas escolar não deve ser visto apenas como descontração, mas também como meio para o desenvolvimento do aperfeiçoamento do raciocínio lógico congintivo e social de maneira espontânea e prazerosa para a criança. 4. O UNIVERSO INFANTIL: BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS O brinquedo faz parte da vida da criança e está atrelado ao brincar e é considerado como objeto lúdico no suporte para brincadeiras, pois o mesmo estimulaa representação e é um objeto pelo qual as crianças estabelecem relações com o mundo que as cerca. Segundo WAJSKOP (2007), “[...]brinquedo é o objeto de uso próprio da infância, cuja ação lúdica é pura decorrência e o brinquedo propicia a imaginação de situações e histórias diferentes e é isso que faz deles objetos especiais, ou seja, brinquedos. Os brinquedos trazem em si um conjunto de imagens que convida as crianças a brincar e que estão associados a um contexto cultural específico [...]”. Pode-se dizer que o brinquedo também é uma produção cultural da criança, pois no momento da brincadeira, a criança faz de qualquer objeto o seu brinquedo. Ela cria e recria de acordo com sua imaginação, com sua brincadeira e contexto. Um exemplo disso é uma vassoura que se torna um cavalo, um copo virar um microfone ou um tecladinho virar um computador, depende do que a criança deseja representar ou expressar, depende da sua IX imaginação. Tudo aquilo do mundo real que for usado pela criança para fazer suas experiências e descobertas, para expressar-se e lidar com seu mundo interno e subjetivo diante da realidade desses objetos, das coisas concretas e objetivas, podem ser condiderado brinquedo ( MACHADO, 2003, p. 35) Compreende-se então que brinquedo é qualquer objeto que se transforma a partir da atuação da criança, tornando-se assim um suporte para a brincadeira e não um objeto determinante na mesma. Com isso, entende-se que não é o brinquedo que delimita a brincadeira, mas a brincadeira que diz o significado do brinquedo. Nesse momento lúdico, o brinquedo auxilia a criança na reconstrução de elementos da realidade, o que faz com que ela compreenda segundo sua maneira de pensar. O brinquedo assume formas e significados de acordo com a necessidade das crianças, é um objeto que pode ser transformado quando ligado á sua realidade ou a manipulação desta. Por meio do brinquedo a criança reorganiza, constrói e reconstrói relações entre situações no pensamento e situações reais. MACHADO (2003, p. 34) nos diz com relação á ação do brincar da criança, “[...]que o sucesso das experiências culturais adultas dependerá da confiança construída e adquirida a partir de experiências boas na infância [...]”. A brincadeira é o lúdico em ação expressa por meio do jogo ou do brinquedo, entretando, este fato não é via de regra, não são fatores determinantes para tal ação. O ato de brincar pode ser conduzido independentemente de tempo, espaço ou de objetos, fato que na brincadeira a criança cria, recria, reinventa e usa sua imaginação. É por meio da brincadeira que a criança contrói suas aprendizagens e conhecimentos e é nesse momento que sua imaginação se intensifica e representa o mundo social que a cerca, bem como as formas de comportamento que lhes são referentes. As brincadeiras de roda, cantigas, músicas, mímicas, parlendas permitem a expansão da criatividade, desenvolve a atenção, a aproximação entre as pessoas, o conhecimento e a valorização da cultura, a expressão oral e a audição. X 5. A BRINQUEDOTECA COMO ESPAÇO PRIVILEGIADO PARA O BRINCAR A brinquedoteca é um espaço destinado ao desenvolvimento de atividades lúdicas das crianças, estimulando, assim, a criatividade e a socialização. É um local onde as mesmas podem interagir com variados brinquedos e com crianças de diferentes faixas etárias. Ao ouvir o termo brinquedoteca pode-se pensar em um espaço que contém brinquedos, porém não se trata de um depósito de brinquedos. GRASSI (2013) afirma que brinquedoteca é composta por brinquedos e outros objetos lúdicos, os quais a criança pode pegar emprestado para levar para a casa ou pode brincar na própria brinquedoteca. A brinquedoteca se apresenta como um espaço onde a criança, utilizando o lúdico, constrói suas próprias aprendizagens, desenvolvendo-se em um ambiente acolhedor, natural e que funciona como fonte de estímulos, para o desenvolvimento de suas trinta e sete capacidades estéticas e criativas, favorecendo ainda sua curiosidade. È um espaço para desenhar, experimentar, vivenciar, jogar, satisfazer, enfim, as necessidades de seus usuários (NOFFS, 2005, p. 160). A brinquedoteca é um ambiente que tem magia, alegria, encanto, é um lugar especial. È um espaço dedicado á ludicidade, ao prazer, á criatividade, á felicidade, á autoestima, ao desenvolvimento do pensamento, á construção do conhecimento, um ambiente em que a criança será estimulada a construir suas aprendizagens. O espaço da brinquedoteca deve ser aconchegante, encantador, prazeroso, estimulante, ventilado, ampli,organizado e ter segurança, de modo que a criança se sinta bem. Deve conter também um educador/brinqueditsa, isto é, um profissional mediador que deixe o espaço organizado e adequado para o desenvolvimento da criança. Segundo NOFFS (2005, p. 180),“[...]o papel do educador é muito importante, pois possibilita organizar esse espaço respeitando o desempenho das crianças, participando junto com elas [...]” 6. METODOLOGIA A metodologia na busca utilizada para a presente pesquisa realizada foi qualitativa de XI cunho bibliográfico, visando o envolvimento no conhecimento do que uma pesquisa pode nos possibilitar em conhecimento, tendo um compromisso com os valores encontrados nos estudos sobre o tema ludicidade na educação infantil. Foram utilizados os seguintes métodos: livros referentes ao tema nos anos iniciais como também as articulações de ideias com bases em outros autores. Através dessa pesquisaé possível investigar, identificar e refletir sobre a importância da ludicidade na Educação Infantil, pois é nesta fase que está sendo construída a base para a formação da criança. Todos os temas relacionados nesta pesquisa foram feitas através de leitura de livros, artigos, sites e vídeos. Estes foram relacionados com o objetivo de adquirir conhecimentos no que se refere a importância do brincar nos anos iniciais. Essa se dá através de trocas de experiências e a busca de uma interação assídua para juntos buscar um educação de qualidade para todos. A problemática do trabalho realizado visou verificar qual contribuição do brincar para o desenvolvimento da criança e quais processos podem ser desenvolvidos para uma interação entre elas. Diante de todo estudo realizado percebe que a participação e o interesse da criança com o brinquedo é possível mudar os rumos da educação. Os objetivos propostos para a realização desse trabalho foram alcançados com enormes êxitos. Percebo o quanto é positivo a escola utilizar certos tipos de brincadeiras como métodos de aprendizagem. Ao longo desse percurso, vários pontos foram significativos para minha formação, pois esse trabalho veio para somar positivamente na formação docente com o profissional. O trabalho realizado pretende mostrar a importância do lúdico na educação infantil, as suas contribuições no processo ensino-aprendizagem, bem como na construção do processo de imaginação, criatividade, desenvolvimento motor, interação social e no aprendizado de regras. Desse modo, entende-se que a vivência lúdica no contexto escolar abre caminhos para a integração de vários aspectos do ser humano, além de promover um aprendizado de forma natural e prazeroso, possibilitando a todos o envolvido a se perceber enquanto um ser único e relacionar-se melhor consigo mesmo e com o mundo. 7. CONCLUSÃO Diante dos pensamentos dos autores citados acima entende que as atividades XII lúdicas auxiliam a criança nesse processo de ensino-aprendizagem, no qual proporciona situações imaginárias onde ocorrerá o desenvolvimento cognitivo e a interação com outras crianças e adultos, ao qual se dará o acréscimo de conhecimento de ambos. Essa interatividade entre os alunos, a socialização de ideias e troca de informações são elementos indispensáveis nas aulas em todas as disciplinas e em todas as fases da escolaridade. Valores como respeito, valorização e discussão do raciocínio, das soluções e o questionamento dos alunos, deve ser uma preocupação constante do professor na educação infantil. Sendo assim, é essencial a utilização das brincadeiras e jogos no contexto escolar. De acordo com Ferreira, Misse e Bonadio (2004, p. 222-223), “[...] o brincar deve ser um dos eixos da organização escolar: a sala de aula fica mais enriquecida de desenvolvimento motor, intelectual e criativo da criança. E quando o professor propõe ensinar por meio das brincadeiras, usarem o lúdico como método de ensino, ele constói uma relação afetiva com a criança no qual possibilita um aprendizado prazeroso tanto para ele quanto para a criança [..]” E essa afetividade entre professor e aluno é um dos fatores que intereferem e que garantem melhor a construção do conheimento de cada um. Mas para isso acontecer, o material deve ser suficiente tanto a quantidade quanto a diversidade onde o professor pode enriquecê-lo introduzindo novos personagens ou novas situações tornando-o mais interessante para as crianças. Cabe também ao professor observar atentamente cada movimento ou gesto da criança para que ele possa refletir suas atitudes, avaliar seu desenvolvimento, acompanhar suas novas aquisições e as relações com os colegas. O ideal seria a criação de brinquedotecas nas instituições de ensino, onde de acordo com CUNHA, “[...] a brinquedoteca é um espaço criado para favorecer a brincadeira, onde as crianças e adultos vão para brincar livremente, com todo estímulo á manifestação de suas potencialidades e necessidades lúdicas [...]”. Apesar dos brinquedos serem a principal atração de uma brinquedoteca, ela pode ser também um espaço sem brinquedo onde o personagem principal passa a ser o professor através de outras atividades lúdicas de estímulos e critividade. Cabe a ele definir de forma bem específica os objetivos há serem alcançados para que possam render resultados positivos. Os jogos e brincadeiras são de extrema importância na vida de qualquer criança, pois através deles as crianças entram em contato com situações diversas, desenvolve e estimula XIII a sua linguagem, favorecendo o desenvolvimento afetivo, cognitivo, motor, social e moral. Através dos jogos e brincadeiras, as crianças conseguem trazer o mundo para sua realidade, permitindo o desenvolvimento de sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade. Portanto, devem ser avaliados de forma diagnóstica e contínua, permitindo o resgate da educação de qualidade, buscando formar indivíduos integrados na sociedade exercendo inclusive sua cidadania. Encerro esse trabalho com a música “Aquarela”, de Toquinho, porque acredito que a imaginação,a criatividade, a fantasia, o desenvolvimento motor, a interação social, a produção de cultura, o aprendizado de regras, etc, são algumas das possibilidades que o lúdico oferece, comprovando a real importância do brincar. E mesmo que nada disso fosse verdade, só o prazer que a liberdade de brincar produz. Já seria por si só, um excelente motivo para praticá-la. Afinal, no findar de nossa caminhada, o sol amarelo descolorirá, o castelo descolorirá e o que nos restará? Com certeza, a lembrança de quem já foi criança a brincar. Numa folha quaquer eu desenho um sol amarelo E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva, E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-xchuva. Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel, Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu. Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul, Vou com ela, viajando, Havaí, Pequim ou Istambul Pinto um barco a vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul. Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená. Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar. Basta imaginar e ele está partindo, sereno, indo, E se a gente quiser ele vai pousar... Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida. De uma América a outra consigo passar num segundo, Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo. XIV Um menino caminha e caminhando chega no muro E ali logo em frente, a esperar pela gente o futuro está. E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda nossa vida, Depois convida rir ou chorar. Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá. O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela De uma aquerela que um dia, enfim, descolorirá. Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo (que descolorirá) E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo (que descolorirá) Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo (que descolorirá). (AQUERELA, TOQUINHO) Brincar é um direito fundamental de todas as crianças e cada uma delas deve estar em condições de aproveitar as oportunidades educativas voltadas para satisfazer suas necessidades básicas de aprendizagem. A escola deve oferecer oportunidades para a construção do conhecimento através da descoberta e da invenção, elementos estes indispensáveis para a participação ativa da criança no seu meio. XV 8.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, P. N. (1995). Educação Lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola. BRASIL. (1998). Leide Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n° 9394. Brasília. CRUZ, M. P. (1997). Brinquedoteca: o lúdico em diferentes contextos. Petrópolis: Vozes. CUNHA, N. H. (1994). Brinquedoteca: um mergulho no brincar. São Paulo: Maltese. GOÉS. (2008). A brincadeira e a criança na Educação Infantil. São Paulo. GONZAGA. (2009). A importância do brincar na educação infantil. São Paulo. GRASSI, T. M. (2013). Oficinas Pedagógicas. Curitiba: InterSaberes. LOPES, M. G. (2002). Jogos na Educação: criar, fazer e jogar. São Paulo: Cortez. NEGRINE, A. (1994). Aprendizagem e desenvolvimento infantil. Porto Alegre: Propil. NOFFS, N. A. (2005). A brinquedoteca na visão Psicopedagógica. São Paulo: Vozes. OLIVEIRA, Z. R. (1984). Educação Infantil: Fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez. PIAGET, J. (1967). A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil. VYGOTSKY, L. S. (1998). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes. WAJSKOP, G. (2007). Brincar na pré-escola. São Paulo: Cortez.
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