Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS FACULDADE DE ENGENHARIA ENGENHARIA DE ALIMENTOS LABORATÓRIO DE FÍSICA I FORÇA DE ATRITO Clara Santa Rosa Fioriti – RGA: 20170643132452 Crislaine Oleinik da Silva – RGA: 2017064313502 Geovane Amaral da Cunha – RGA: 20170643125942 Naiara Aparecida de Sousa – RGA: 20170643129852 Prof. Dr. Fábio Alencar dos Santos DOURADOS/MS 2019 2 SUMÁRIO 1. OBJETIVO----------------------------------------------------------------------------------------------3 2. RESUMO------------------------------------------------------------------------------------------------3 3. INTRODUÇÃO-----------------------------------------------------------------------------------------3 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL-------------------------------------------------------------------5 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO---------------------------------------------------------------------7 6. CONCLUSÃO-----------------------------------------------------------------------------------------11 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS-------------------------------------------------------------------11 3 1. OBJETIVO O presente estudo teve como objetivo apresentar as características da força de atrito, discutindo a relação do coeficiente de atrito (µ) e a força normal (FN) na determinação das forças de atrito cinético e estático de um bloco de madeira sobre uma placa de PVC. 2. RESUMO O presente estudo teve por objetivo caracterizar as propriedades da força de atrito, analisando a relação entre força normal e o coeficiente de atrito. Foi observado o comportamento do coeficiente de atrito estático e cinético através da análise da força de atrito entre blocos de madeira e uma placa de PVC. Foram analisados os coeficientes de atrito estático das faces de maior e menor área do bloco e ainda da face emborrachada de um segundo bloco, assim como o coeficiente de atrito cinético dos mesmos. Foi feita também a análise do ângulo crítico para iminência de movimento dos blocos em um plano inclinado, e assim analisada a relação entre este e a força de atrito. Os resultados apresentados demonstraram que a força normal e a força de atrito são diretamente proporcionais, e que não existe relação entre a área da superfície e o coeficiente de atrito. Foi observado que a superfície de borracha possui maior resistência ao movimento que o bloco de madeira. Na análise do ângulo de inclinação foi observado também aumento quando avaliado o bloco com face emborrachada, concluindo-se que há relação entre a força de atrito e o ângulo do plano inclinado. 3. INTRODUÇÃO A força normal é uma força perpendicular à superfície. Ela é considerada uma força de contato, ou seja, um corpo deve estar em contato com a superfície para que ela seja aplicada. Figura 1. Ilustração exemplificando a força normal. 4 Fonte: https://pt.khanacademy.org/science/physics/forces-newtons-laws/normal-contact-force/a/what-is-normal- force A força normal se calcula através da equação: FN = mg (1) Na qual, a massa é representada por "m" e a aceleração da gravidade representada por "g". Porém, nem sempre a força normal será igual a "mg". Quando a superfície de contato não for horizontal, ou quando tiver presença de forças verticais, a força normal não poderá ser calculada com a equação apresentada, mas sim ser analisada de diferentes formas em cada situação (MARQUES, 2006). A força peso é a força da gravidade, agindo todo o tempo sobre os objetos próximos à Terra, puxando-os para baixo, para o centro da Terra. A força peso não é a massa de um objeto, massa é uma medida da inércia de um objeto, ou seja, quando ele resiste a variações em sua velocidade vetorial. Quanto maior a massa, maior o peso, já que FP = mg, em que "m" é a massa e "g" a força da gravidade. De acordo com Cutnell & Johnson (2016), existe uma força atuando em todo objeto que esteja sobre uma superfície, denominada força normal, que, por sua vez, é perpendicular a essa superfície. Outra força que pode atuar sobre o objeto é a força de atrito, sendo ela paralela à superfície. Segundo Chaves e Sampaio (2017), denomina-se força de atrito estático e cinético a resistência determinada pelo produto entre o coeficiente de atrito (µ) e a força normal (FN), ou seja, Fa = µ*FN. Além disso, a força de atrito cinético é aquela em que o objeto se move na aplicação de uma força externa, em contrapartida, na força de atrito estático o objeto não se movimenta inicialmente até atingir seu valor máximo, sendo determinadas também pelo produto da força normal, porém com os coeficientes de atrito cinético (µc) e estático (µe) respectivamente. 5 A força de atrito estático pode ser qualquer valor entre 0 (zero) e seu valor máximo (na iminência do movimento) e seu coeficiente normalmente é tabelado, contudo, ele é determinado pelo quociente entre a força de atrito e a força normal, sendo portanto, um valor adimensional. A força de atrito estático é igual ao produto do coeficiente de atrito estático e a força normal somente quando essa força atingir seu valor máximo, ou seja, Fe, máx = µe*FN (2). Já a força de atrito cinético é determinada pela força durante o movimento de um corpo, sendo Fc = µc*FN (3) (CUTNELL & JOHNSON, 2016). Figura 2. Efeitos da força de atrito estático ao puxar um bloco de madeira. Fonte: (CUTNELL & JOHNSON, pág. 101, 2016). 4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL A prática experimental foi feita no laboratório de física I, no prédio multiuso da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Na primeira etapa do experimento foi determinada a força peso (P), associada a um bloco de madeira com um gancho para o posicionamento do dinamômetro, que é utilizado como objeto para avaliação das propriedades da força de atrito sobre uma placa de Policloreto de Vinila (PVC) da marca Azeheb, a massa do bloco foi medida em balança de bancada marca JB e modelo 007 com desvio de 0,2 gramas, e o valor utilizado para a gravidade foi g = 9,8 m/s2. A equação 1 representa a fórmula para se calcular a força peso de um corpo. P = mg (1) 6 A superfície de maior área do bloco foi posicionada na extremidade da placa de PVC, e com o dinamômetro de 5 N ( 0,02 N) posicionado no gancho foi aplicada uma força externa horizontal puxando o dinamômetro lentamente para que fosse possível a leitura da escala em Newton (N). O procedimento foi realizado 8 vezes para obtenção de um resultado mais adequado e a mesma repetição para a superfície de área menor do bloco (lateral). Esse procedimento foi reproduzido utilizando um bloco de madeira com a superfície maior emborrachada e também com os dois blocos empilhados, utilizando dinamômetro de 10 N ( 0,05 N). Desse modo, foram calculados os coeficientes de atrito estático (µe), a partir dos valores médios de força de atrito estático (Fe) para todos os casos experimentados. Posteriormente foi realizada a medida da força de atrito cinético (Fc), para as superfícies maiores dos dois blocos, com o objeto em movimento e aplicando uma força externa pelo experimentador mesurada pelos dinamômetros de 5 N e 10 N oito vezes. O coeficiente de atrito cinético (µc) foi calculado a partir do valor médio dos valores de força de atrito cinético. A última etapa do experimento foi a utilização de um sistema de rampa utilizando a placa de PVC, o bloco de madeira foi colocado com a superfície de maior área sobre a rampa, o ângulo de inclinação foi medido por um goniômetro ( 0,05º) e aumentado de forma gradativa de modo a atingir o ângulo crítico (θc), ou seja, o ângulo onde o bloco fica na iminência de movimento, para desse modo, relacionar oângulo e o coeficiente de atrito estático. Este procedimento foi replicado para o bloco com a superfície de borracha e em ambos os casos foram feitas oito repetições. 7 Imagem 1. Kit didático utilizado para a realização do experimento. Fonte: próprio autor. 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO Após o procedimento experimental os dados foram organizados e expressos na Tabela 1. Os resultados de coeficiente estático e cinético, obtidos através do cálculo da força de atrito estático e cinético, estão expressos na Tabela 2. Tabela 1. Dados obtidos no procedimento experimental para a face maior e lateral com forças medidas com o dinamômetro de 5 N ( 0,02 N) e para os blocos empilhados e face emborrachada com forças medidas com o dinamômetro de 10 N ( 0,05 N). Blocos de madeira. Superfície de PVC. Dinamômetro de 5 N. Dinamômetro de 10 N. Goniômetro ( 0,05º). Suportes. 8 Tabela 2. Dados dos coeficientes de atrito estático para a face maior, face emborrachada, face lateral e blocos de madeira empilhados, bem como coeficientes de atrito cinético para a face maior e emborrachada do bloco de madeira. FACE MAIOR FACE EMBORRACHADA FACE LATERAL BLOCOS EMPILHADOS Fe média (N) 0,81 0,08 3,06 0,18 1,12 0,09 2,70 0,26 Massa do bloco (Kg) 0,270 0,002 0,310 0,002 0,270 0,002 0,581 0,002 Peso = |FN| (N) 2,656 0,002 3,041 0,002 2,656 0,002 5,690 0,002 µe 0,30 0,03 1,01 0,07 0,42 0,03 0,47 0,05 µc 0,24 0,08 0,55 0,03 - - Para a face de madeira maior foi encontrado 𝜇𝑒 ± 𝛿𝜇𝑒 de 0,30 ±0,03, já para a face menor foi encontrado 0,42 ± 0,03. O erro relativo respectivamente para os casos foi de 10% e 7,1%, podendo assim se dizer que os valores das medidas são diferentes quando se é considerada uma tolerância de erro de 5%. A diferença encontrada entre os valores para as duas superfícies de um mesmo material ocorre por que o atrito não depende da área da superfície de contato, quanto maior a área de contato menor a pressão que o corpo exerce sobre a superfície diminuindo assim o atrito entre a madeira e o PVC (SILVA, 2002). BLOCO DE MADEIRA FACE MAIOR BLOCO DE MADEIRA FACE EMBORRACHADA BLOCO DE MADEIRA FACE LATERAL BLOCOS EMPILHADOS n Festático (N) Fcinético (N) Ângulo c (º) n Festático (N) Fcinético (N) Ângulo c (º) Festático (N) Festático (N) 1 0,72 0,65 19 1 2,8 1,5 40 1,06 3,0 2 0,88 0,60 20 2 2,8 1,7 41 1,04 2,6 3 0,74 0,64 20 3 3,1 1,7 42 1,04 2,6 4 0,86 0,65 23 4 3,1 1,8 44 1,22 2,2 5 0,72 0,64 22 5 3,1 1,6 39 1,06 2,7 6 0,94 0,65 20 6 3,1 1,8 45 1,26 3,0 7 0,82 0,65 20 7 3,2 1,7 46 1,18 2,7 8 0,76 0,64 21 8 3,3 1,6 41 1,10 2,8 9 O coeficiente de atrito 𝜇𝑒 ± 𝛿𝜇𝑒 encontrado para os blocos empilhados foi de 0,47 0,05, esse aumento ocorre por conta de a força de atrito, que atua no contato entre dois corpos, sendo tangenciais à superfície de contato, ser diretamente proporcional à força que comprime o objeto contra a superfície, ou a força normal (COTTA, 2017). Foi calculado o coeficiente de atrito estático para o contato de borracha/PVC a partir dos valores médios de força de atrito estático, e o valor obtido foi de (1,01 0,07) representado na tabela 2. O valor foi mais alto em comparação com as demais faces do bloco, isso porque a borracha possui maior resistência ao movimento do que a superfície de madeira. O valor do coeficiente de atrito estático também foi maior comparado ao cinético, isso porque, segundo Mossmann e Colgas (2002), o coeficiente de atrito estático máximo é sempre maior que o coeficiente de atrito cinético. Analisando a tabela 2, observa-se que os coeficientes de atrito estático da madeira face maior é o menor em comparação aos demais, isso porque tem uma menor resistência ao movimento. O coeficiente de atrito estático da face menor de madeira é relativamente maior que o da face maior. Segundo afirmações de Leonardo Da Vinci no ano de 1508, o valor máximo da força de atrito entre duas superfícies não depende da área de contato, mas sim da intensidade da força de compressão entre as duas superfícies. O coeficiente de atrito estático da borracha é maior, porque a força exercida também é maior que as demais, sendo proporcionalmente. A respeito do coeficiente de atrito cinético, foi calculado a partir da média das forças comparando o coeficiente de atrito estático com o cinético, dos blocos de madeira face maior e do bloco de borracha, observa-se que quanto maior o ângulo, maior a força cinética exercida sobre os blocos. Segundo Guimarães (2015), o ângulo de inclinação é aumentado até que a força peso vença a força de atrito, fazendo com que o bloco deslize sobre a rampa. O ângulo médio obtido para a face maior do bloco de madeira foi de (20,6 1,3)° e para a face emborrachada foi de (42,3 2,5)°. O ângulo para a iminência do movimento do bloco emborrachado no plano inclinado foi maior do que o da face de madeira, relacionando com os valores de coeficientes de atrito vemos que o mesmo também é maior no bloco com a face de borracha, representando a maior resistência para o deslizamento do material na superfície de PVC. 10 Imagem 2. Diagrama de forças para um bloco em um plano inclinado. Fonte: próprio autor. Segundo Cutnell & Johnson (2016), se considerarmos um plano inclinado temos as componentes das forças atuantes no bloco. Essas forças são: a força peso (�⃗� ), a sua componente no eixo x (�⃗� x), a sua componente em y (�⃗� y), a força normal FN, bem como a força de atrito (Fat). Com o ângulo de inclinação podemos obter o valor de �⃗� y e consequentemente a FN relacionado com o valor da força peso, uma vez que: • O ângulo de inclinação da rampa é o mesmo entre as componentes �⃗� y e �⃗� ; • Usando a trigonometria básica temos que: �⃗� y = �⃗� . 𝑐𝑜𝑠; e �⃗� x = �⃗� . 𝑠𝑒𝑛; Uma vez que µe = Fe/FN temos então que: 𝜇𝑒 = �⃗� x / �⃗� y, ou seja, 𝜇𝑒 = �⃗� . 𝑠𝑒𝑛 / �⃗� . 𝑐𝑜𝑠. Dessa forma, µe dependerá do ângulo crítico e assim que esse valor for atingido o bloco ficará na iminência do movimento. A tangente do ângulo crítico para a face maior do bloco de madeira é (0,38 0,02), já para a face emborrachada foi de (0,91 0,04) no plano inclinado, sendo os coeficientes relativamente próximos do encontrado anteriormente na superfície plana, onde para a face maior foi de (0,30 0,03) e para a face emborrachada (1,01 0,07). Devemos considerar os erros associados ao experimento, como a aferição do experimentador na medida das forças , bem como dos ângulos. 11 6. CONCLUSÃO Diante da observação dos resultados foi possível comprovar as características da força de atrito, onde foi observado que o coeficiente de atrito estático máximo é sempre maior que o coeficiente de atrito cinético, onde há um aumento do coeficiente quando o objeto está na iminência de movimento. Foi observado também que não há relação entre a área do objeto com o atrito, apenas a força normal é diretamente relacionada com a força de atrito, assim como o ângulo da inclinação. 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CUTNELL, John D.; JOHNSON, Kenneth W; tradução André Soares de Azevedo, José Paulo Soares de Azevedo. Física volume 1 - 9. ed. - Rio de Janeiro : LTC, 2016. CHAVES, Alaor; SAMPAIO, J.F. Física básica: mecânica. Rio de Janeiro: LTC, 2017. COTTA, A. A. C. Estudo da Força de Atrito e Determinação do Coeficiente de Atrito Estático. UFL/Lavras, MG., 2017. GUIMARÃES, Zwinglio; CAMARGO, Natália. Métodos Estáticos em Física Experimental. Determinação do coeficiente de atrito estático e cinético, 2015. MARQUES, Gil da Costa. Dinâmica do Movimento dos Corpos. Apostila USP/UNIVESP, Licenciatura em Ciências. USP, 2006. MOSSMANN, Véra L.F.; CASTELLI, Kellen B.M.F.; LIBARD,Helena; DAMO, IginoS. Determinação dos coeficientes de atrito estático e cinético utilizando-se aquisição automática de dados. Universidade de Caxias do Sul- RS, 2002. SILVA, R. T. Notas de Aula de Física. Versão Preliminar. 2002. Disponível em: http://www.fisica.ufpb.br. Acesso em 28 mai. 2019. http://www.fisica.ufpb.br/
Compartilhar