Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
AULA “Tecnologia de Frutas e hortaliças” Prof. Dr. Luciano Lucchetta e-mail: lucchetta@utfpr.edu.br CAMPUS FRANCISCO BELTRÃO Curso Superior de Tecnologia em Alimentos CALOR CONTROLE DA UMIDADE - SECAGEM Desidratação ou secagem Remoção da água, ou de qualquer outro líquido, de um material sólido, na forma de vapor, para uma fase gasosa insaturada, através de um mecanismo de vaporização térmica, numa temperatura inferior à de ebulição. Efeitos da retirada da água: Atividade de Água(Aw) Crescimento microbiano Reações enzimáticas Estabilidade Vida-de-prateleira Fatores que influenciaram o desenvolvimento desta tecnologia Necessidade de branqueamento Aumento da estabilidade com SO2 Diminuição da água aumenta estabilidade Utilização de branqueamento e congelamento para desidratação Características buscadas: Diminuição da água em torno de 5% Sem problemas com a qualidade Fácil reidratação e manutenção das características originais Embalagem isentas de contaminações “... paralisação do crescimento microbiano e da atividade enzimática pela diminuição da H2O livre” “Um dos métodos mais antigos de conservação de alimentos, copiado da natureza e aperfeiçoado pelo homem” Princípio Princípio: Transferência de calor e massa Tipos: •Condução: energia é passada de partícula para partícula •Convecção: transmissão de energia que se dá através de movimentação de massa fluidas •Radiação: transmissão de calor através ondas eletromagnéticas (ondas de calor). Curva de secagem Perda de água não é constante ao longo do processo Período de taxa constante – a água se movimenta no interior do alimento na mesma taxa em que é evaporada da superfície (taxa crítica). Período de taxa decrescente – taxa de movimento da água no interior é menor que a taxa de evaporação da superfície. Fruta seca ou passa - é o produto obtido pela perda parcial da água da fruta madura, inteira ou em pedaços, com 15 a 25% de umidade final. Fruta desidratada - é o produto obtido pela perda quase total da água da fruta madura, inteira ou em pedaços, com no máximo 3% de umidade final. FRUTAS SECAS E DESIDRATADAS Cereais em geral, frutas - banana, figo, pêssego, hortaliças - tomate, cebola, alho. Além da conservação promove a do volume total do produto. Exemplo: 1000 kg fruta fresca = 200 kg de fruta seca $ Fonte: www.cemig.com.br Lavagem Seleção Preparo* - descascamento ou corte Sulfitação ou sulfuração Secagem Exposição direta ao sol Secagem com ar quente Desidratação (60-70ºC) Embalamento Armazenamento Processamento de Frutas Secas Ponto ideal para interromper a secagem Pf =peso líquido final Pi = peso líquido inicial Ui=umidade inicial Uf=umidade final desejada Cuidados com a fruta seca Pf = Pi 100-Ui 100-Uf Secagem natural A secagem natural ou sol é feita por exposição do alimento ao sol. Se bem conduzida produz um material bastante concentrado e de alta qualidade, porém para grandes quantidades destes alimentos, tal processo é inexeqüível pois, depende de muitos fatores que são incontroláveis e imprevisíveis. Secagem artificial - desidratação Este processo é feito em equipamentos (secadores) onde as condições de desidratação podem ser controladas. Regulado pelas condições bióticas (regiões de clima seco, presença de ventos, boa irradiação solar) custo tempo de processamento Problemas com pó, insetos, roedores Secagem Natural Fonte: www.embrapa.br:8080/aplic/cafenews.nsf/ Figura 11: Secagem natural do café. Governador Valadares/MG. Abril-2001 http://ciclovivo.com.br Tratamento em duas etapas Tempo de processamento Exposição ao sol até 50 – 70% de perda de UR Secagem a sombra 1a etapa 2a etapa Horas - hortaliças Dias – frutos e grãos camada dura escurecimento Teor de umidade inicial e final e tempo de secagem aproximado para algumas frutas Fruta Ui (% b.u.) Uf (% b.u.) Tempo de secagem Abacaxi 86 20 16 horas Ameixa -- 16-19 -- Banana 76 21 24 horas Maçã 86 18 4 horas Mamão 90 20 8 horas Uva -- 10-14 24-25 horas A escolha do tipo de secador a ser utilizado deve ser orientada pela natureza do material a ser processado, pelo tipo de produto final a ser obtido, pelos aspectos econômicos e pelas condições operatórias. Os secadores mais comuns são: tambor, de esteira, de túnel, de aspersão, de cabine. Sendo os de cabine e os de túnel os mais utilizados para frutas inteiras ou em pedaços. A desidratação apresenta maiores vantagens do que a secagem nos seguintes aspectos: controle do ambiente, menor área de serviço, condições sanitárias facilmente controláveis, rendimento maior e produto final de melhor qualidade. FH Desidratadas Métodos LIOFILIZAÇÃO “SPRAY DRYING” OU ATOMIZAÇÃO SECAGEM EM CILINDROS ROTATIVOS (“DRUM DRYING”) SECAGEM EM TÚNEL Processamento de Frutas Desidratadas Secagem Artificial - Desidratação Condições controladas de temperatura, umidade e circulação de ar. Ar ambiente, vapor superaquecido (secadores adiabáticos) vácuo ou pela aplicação direta do calor (transferência de calor por superfície). PROCEDIMENTO – secadores adiabáticos alimento Ar quente seco (6x) Ar quente úmido (x) H2O evaporada Velocidade = 90 a 300 m.min-1 Figura 11 - Secadores adiabáticos tipo cabine. Figura - Secador adiabático tipo túnel. Fonte: www.etmarkcorp.fr Figura - Atomizador - Spray-drier - piloto laboratorial (UFRJ/1975) Fonte: Gava (1989) Figura - Esquema básico de funcionamento de um atomizador Fonte: Gava (1989) Figura - Secador de leito fluidizado (Fluid bed drying) Fonte: www.carmanindustries.com/Fluidbed.html Figura - Secador de leito fluidizado (Fluid bed drying) com atomizador acoplado Figura - Secador de tambor (Drum dryer) Fonte: www.armfield.co.uk/esp_ft32_datasheet.html Liofilização - freeze drying Também chamado de criosecagem Alimento congelado Alimento desidratado H2O evaporada H2O congelada pressão temperatura Figura - Liofilizadores (Freeze dryer) Fonte: www.martinchrist.de/homeme.htm Preparo para desidratação Branqueamento ( 2 objetivos) Não necessário em alho, cebola, pimentão, etc. Métodos combinados ou teoria dos obstáculos Aplicações em frutas e hortaliças Concentração, pH, Aa, conservantes e embalagens. Polpas, purês e frutas em pedaços FH Desidratadas MODIFICAÇÕES INDESEJÁVEIS: - contração pronunciada dos produtos sólidos - migração dos sólidos solúveis para a superfície - desnaturação de proteínas - perda de compostos voláteis - formação de camadas duras Menos drástico que secagem Processo de evaporação (vapor), crioconcentração (gelo), membranas (líquido). Secagem - retirada de até 90% de UR Concentração - retirada de 1/3 a 2/3 da UR Necessidade de tratamento complementar CONCENTRAÇÃO Potencialidades da tecnologia -Economia da embalagem, transporte e armazenamento dos alimentos. -Tratamento prévio de alimentos desidratados ( $ e tempo de processamento). “A temperatura do vapor de aquecimento deve ser aumentada ou a temperatura do líquido a ser evaporado deve ser baixada” Gava (1989) Princípio Tipos de evaporadores - concentradores Tachos abertos e a vácuo (simples e múltiplo efeito) Evaporadores com trocadores de calor de tubos - tubos longos: película (as/descendente) Suco concentrado de laranja Concentração de geléias e doces em massa - tubos curtos Concentração do caldo de cana Evaporadores de película líquida agitada mecanicamente. - verticais, horizontais e centrífugos. Sucos concentrados sensíveis ao processo térmico Fonte: www.tortugan.com.br Figura - Tacho aberto de aço inox para a fabricação de doces Figura - Evaporador vertical a vácuo de tubo curto de simples efeito Figura - Esquema de evaporadores de múltiplo efeito Fonte: Gava (1989) Figura - Concentrador a vácuo com plataforma de operação Figura - Conjunto evaporador concentrador a vácuo mult-tubularFonte: www.incalmaquinas.com.br/produtos.php Figura - Evaporador TASTE - evaporador de tubo longo de película descendente (concentração de sucos cítricos-Cutrale S/A). Fonte: www.fmcitalia.it/pages Figura - Diagrama do arranjo das placas para uma passagem completa da alimentação de um evaporador de placas Fonte: Gava (1989) Fonte: www.flavourtech.com/FT%20Technologies Figura - Concentrador centrífugo (Centri-therm - Alfa Laval). Figura - Mecanismo de funcionamento. MODIFICAÇÕES INDESEJÁVEIS: - escurecimento e aparecimento de aroma e sabor queimado - formação de cristais de açúcar (cristais de lactose em leite condensado) - desnaturação de proteínas Controle de qualidade Análises Químicas Físicas Organolépticas Microbiológicas. Alterações indesejáveis Atividade microbiana Oxidação de lipídios Atividade enzimática Escurecimento não enzimático Degradação de pigmentos Oxidação de vitaminas RECAPITULANDO OS CONCEITOS BIBLIOGRAFIA CAMARGO, R, et al. Tecnologia de produtos agropecuários, São Paulo: Nobel, 1984. CRUESS, W. V. Produtos industriais de frutas e hortaliças. v. 2. 2 ed. Edgar Blücher, São Paulo, 1973. EVANGELISTA, J. Tecnologia de alimentos, São Paulo: Atheneu, 2005. GAVA, J. A. Princípios de tecnologia de alimentos. 6. ed. São Paulo, Nobel, 1984. 284p. SOLER, M.P., et al. Industrialização de frutas, Campinas: ITAL (Instituto de Tecnologia de Alimentos), 1991.
Compartilhar