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DIREITO PENAL
HISTÓRIA DO DIREITO PENAL. CRIMINOLOGIA. POLÍTICA CRIMINAL
Livro Eletrônico
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-
vado em 6º lugar no concurso realizado em 
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração, 
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 
2012 e Oficial – 2017).
DOUGLAS DE ARAÚJO VARGAS
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, apro-
vado em 6º lugar no concurso realizado em 
2013. Aprovado em vários concursos, como Po-
lícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agen-
te), PRF (Agente), Ministério da Integração, 
Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 
2012 e Oficial – 2017).
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a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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DIREITO PENAL
História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
Prof. Douglas Vargas 
Introdução ................................................................................................5
1. Aspectos Introdutórios.............................................................................6
1.1. Direito Penal e Poder Punitivo ..............................................................11
1.2. Direito Penal do Autor e demais Classificações .......................................15
2. Direito Penal do Inimigo.........................................................................18
3. Garantismo Penal ..................................................................................19
4. Dinâmica Histórica da Legislação Penal Brasileira ......................................21
4.1. Origem .............................................................................................22
4.2. Período Colonial .................................................................................23
4.3. Ordenações Afonsinas .........................................................................23
4.4. Ordenações Manuelinas ......................................................................24
4.5. Código Sebastiânico ...........................................................................25
4.6. Ordenações Filipinas ...........................................................................26
4.7. Código Criminal do Império .................................................................27
4.8. Código da República Velha (1890) ........................................................28
4.9. O Impacto da Legislação Extravagante ..................................................29
4.10. O Código Penal Brasileiro ...................................................................29
4.11. Linha do Tempo ...............................................................................30
5. Genealogia do Pensamento Penal ............................................................30
5.1. A Vingança Penal ...............................................................................31
5.2. Da Vingança Divina ............................................................................31
5.3. Da Vingança Privada ...........................................................................32
5.4. Vingança Pública ................................................................................32
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DIREITO PENAL
História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
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5.5. Evolução do Direito Penal ....................................................................33
5.6. Grécia Antiga ....................................................................................33
5.7. Pitágoras e Protágoras ........................................................................33
5.8. Aristóteles .........................................................................................34
5.9. Roma ...............................................................................................34
5.10. Primórdios do Direito Penal Germânico ................................................35
5.11. Iluminismo e Idade Moderna ..............................................................35
Resumo ...................................................................................................37
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DIREITO PENAL
História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
Prof. Douglas Vargas 
Introdução
Olá, futuro(a) advogado(a)!
Sou o professor Douglas Vargas e estarei junto com você na preparação sobre 
os tópicos de Direito Penal com foco no Exame da Ordem que está por vir. Então, 
desde logo, deixe-me dizer: seja muito bem-vindo(a) ao nosso curso em PDF!
Na primeira aula deste curso específico, iremos tratar sobre os seguintes tópicos:
•	 aspectos introdutórios do curso;
•	 Direito Penal, Criminologia e Política Criminal;
•	 Direito Penal do autor e do ato;
•	 Direito Penal do inimigo;
•	 garantismo penal;
•	 história do Direito Penal no Brasil;
•	 genealogia do pensamento penal;
•	 Direito Penal e Filosofia.
Desde logo, é preciso esclarecer o seguinte: os temas supracitados são introdu-
tórios e demonstram uma preocupação da banca em não haver brechas no conte-
údo, mas não tratam de assuntos recorrentes na elaboração de questões.
Por esse motivo, a presente aula não irá conter uma lista de questões ao final 
(como é o padrão das demais aulas em PDF), pois deixaremos para integrar a parte 
prática a partir das próximas aulas.
De todo modo, não se preocupe. Nosso curso está muito bem estruturado e 
você verá que, ao final das aulas, terá estudado todos os temas do edital de forma 
cuidadosa e detalhada.
Um abraço e bons estudos!
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História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
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1. Aspectos Introdutórios
Prezado(a) aluno(a), para fins de nivelamento da turma, iniciaremos nossa aula 
com aspectos introdutórios sobre o Direito Penal. Iremos compreender os conceitos 
de Direito, de Direito Público e Privado e finalmente de Direito Penal, para então 
iniciar a análise de tópicos mais avançados (como o Garantismo Penal e o Direito 
Penal do Autor).
Nesse sentido, vamos começar com um fato sensacional publicado na internet 
em 04/02/2017:
Uma das melhores tentativas de evitar a prisão já realizadas no Brasil...
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Prezado(a) concurseiro(a), você, com certeza, concorda que o indivíduo da ma-
téria subiu na árvore para evitar a prisão porque sabia que havia feito algo ilegal. 
No caso, beber demais e dirigir.
E é perfeitamente possível que ele tenha feito isso mesmo sem nunca ter estu-
dado Direito e sem, sequer, conhecer o Código de Trânsito Brasileiro, certo?
E por que isso acontece?
Porque o indivíduo sabe que vive em sociedade e que, para viver dessa forma, 
deve respeitar algumas regras que lhe garantem certos direitos e obrigações.
Dessa forma, ao beber demais e dirigir, mesmo o indivíduo que não conhece 
bem a lei acaba tentando se evadir de sua aplicação. Se precisar, até mesmo subirá 
em uma árvore e se recusará a descer, igualzinho ao rapaz aí da matéria.
E é esse cenário que nos leva ao primeiro conceito do nosso curso: o significado 
de Direito, em seu sentido objetivo.
O direito objetivo é o conjunto de normas que o Estado mantém em vigor. 
Constitui uma entidade objetiva diante dos sujeitos de direitos, que se regem se-
gundo ele.
Ou seja, o conjunto de normas que o Estado utiliza para reger a vida em so-
ciedade é o Direito Objetivo, que também pode ser chamado de ordenamento 
jurídico.
O problema é o seguinte: existem normas demais em nosso ordenamento!
Normas sobre a relação do cidadão com o Estado, sobre contratos de aluguel e de 
compra e venda, sobre casamento e divórcio, sobre direitos de imagem ou com-
pensação de cheques, e por aí vai...
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Como consequência disso, o Direito acaba sendo dividido em ramos, que fa-
cilitam tanto a sua aplicação quanto o seu estudo. E os dois primeiros ramos do 
Direito Objetivo que você precisa conhecer são os seguintes: o Direito Público e 
o Direito Privado.
Direito Público: é um ramo do direito composto por normas de interesse do Esta-
do, relacionadas a objetivos como a paz social, a ordem e segurança, entre outros.
O Direito Público regula as relações entre o Estado e os particulares, buscando 
sempre o interesse público. Por isso, dizemos que nele a relação entre as partes é 
desigual, pois, quando houver conflito de interesses, prevalecerá a chamada su-
premacia do interesse público.
Direito Privado: o Direito Privado trata das relações existentes entre os particulares 
e que estão concernentes às relações patrimoniais e à vida privada. A relação entre 
as partes é de igualdade.
Nesse contexto, é importante que você já entenda o seguinte: o Direito Penal 
é um ramo do Direito Público, pois rege um tipo de relação entre o Estado e o 
indivíduo comum (chamado de particular).
Se o Estado tem o poder, em determinadas circunstâncias, de conduzir o indiví-
duo à prisão, utilizando a força se necessário for, fica clara a imposição da supre-
macia do interesse público sobre o privado. O Estado priva o indivíduo de sua 
liberdade em prol de bens coletivos, como a segurança dos demais cidadãos.
Vamos em frente. Além dessa primeira divisão do Direito, temos ainda uma ou-
tra forma de ramificação: por especialização. Vejamos alguns exemplos:
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Direito Administrativo: ramo do Direito Público que se concentra no estudo da 
Administração Pública.
Direito Tributário: ramo do Direito Público que trata do conjunto de leis regula-
doras da arrecadação estatal.
Direito Civil: ramo do Direito Privado que trata de normas reguladoras das rela-
ções jurídicas entre as pessoas.
Perceba que essa é a forma utilizada pelas bancas na hora de elaborar o edital 
com o conteúdo programático dos concursos: por especialização!
Mas você já deve estar se perguntando:
Professor, e o Direito Penal?
Calma que finalmente chegamos a ele! De acordo com Alexandre Salim e André 
de Azevedo, em Direito Penal – Parte Geral: 
O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas mediante o qual o Estado proíbe 
determinadas condutas (ações ou omissões), sob ameaça de sanção penal (penas 
e medidas de segurança).<?>
Parece complicado, mas garanto que é mais simples do que parece. Vejamos!
Você sabe que, enquanto cidadã(o), tem muitos direitos. Tem direito ao seu patri-
mônio, à sua liberdade de ir e vir, à sua vida, entre tantos outros, certo?
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Todos esses direitos têm um grau de importância. Uns são mais importantes do 
que outros. Sua vida é mais importante que seus direitos de imagem, por exem-
plo. E caso você tenha algum direito desrespeitado, pode pedir ao Estado que atue 
em seu favor.
Além disso, é importante perceber que existem diversas formas de ter um 
direito desrespeitado e que algumas delas são consideradas piores do que as 
outras. Vejamos a seguinte comparação:
Fato 1 Fato 2
Colisão acidental de veículo que causa 
prejuízo de R$ 500,00.
Indivíduo furta telefone celular, no valor 
de R$ 500,00.
Bem desrespeitado: patrimônio Bem desrespeitado: patrimônio
Caro(a) aluno(a), você concorda que ambos os fatos supracitados resultaram 
em um dano ao patrimônio no mesmo valor? Com certeza, certo? Entretanto 
perceba que apenas a segunda conduta (o furto) pode causar a prisão do 
autor. Ninguém vai preso por bater o carro acidentalmente.
Isso ocorre, pois furtar algo que pertence a um terceiro é uma conduta mais 
reprovável aos olhos do nosso legislador. E embora desrespeite o mesmo bem (o 
patrimônio da vítima), é uma conduta que deve sofrer uma sanção mais severa.
Como consequência disso, deve ocorrer uma divisão nas sanções (punições) 
previstas pelo Estado. Como já falamos, existem alguns bens que são mais precio-
sos para o cidadão. Quanto mais precioso é o bem e quanto mais reprovável é o 
ataque a ele, mais pesada pode ser a punição que o Estado irá impor.
E é aí que acaba surgindo um ramo do Direito exclusivo para a proteção dos 
bens jurídicos mais importantes, contra as piores condutas que podem ser 
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praticadas pelo homem. Esse Direito permite ao Estado impor as piores sanções 
aceitas pela sociedade, as quais só podem ser utilizadas em último caso.
E é aqui que finalmente chegamos ao primeiro tópico do nossoedital: 
Direito Penal e Poder Punitivo.
1.1. Direito Penal e Poder Punitivo
O Direito Penal é um conjunto de normas jurídicas mediante o qual o Estado proíbe 
determinadas condutas (ações ou omissões), sob ameaça de sanção penal (penas 
e medidas de segurança).
Ou seja, o Direito Penal define o seguinte:
Perceba que vários ramos do Direito possuem o poder de impor sanções ao cida-
dão. Se você não andar na velocidade da via, o Estado poderá lançar mão das nor-
mas do Direito Administrativo para te multar. Se você não cumprir um contrato 
no prazo combinado, poderá sofrer uma multa ou pagar juros de mora.
Todas essas imposições são espécies de sanções. Elas diferem da sanção penal, 
pois são muito mais brandas, de uma forma que são consideradas insuficientes 
em determinados casos.
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Nesses casos mais severos é que caberá a aplicação do Direito Penal.
Para entender melhor, vejamos um outro exemplo:
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguém:
Pena – reclusão, de seis a vinte anos.
A vida é um bem jurídico que está entre os mais preciosos que devem ser tute-
lados (protegidos) pelo Estado e este deve recorrer aos meios mais severos para 
protegê-la!
Nesse sentido, imagine se um indivíduo tirasse a vida de outro e sofresse apenas 
uma pena de multa? Tal fato iria gerar uma enorme indignação, pois a sanção seria 
branda demais quando comparada com o dano que foi causado pelo autor.
Analisando dessa forma, fica clara a necessidade de uma ferramenta mais pode-
rosa, que possa impor sanções graves e que demonstrem ao indivíduo que aquela 
conduta é inaceitável aos olhos do Estado. Eis o Direito Penal.
Vamos resumir?
Direito (sentido objetivo)
Conjunto de normas que regem a vida em sociedade.
É o que chamamos de Ordenamento Jurídico.
Direito Penal
Conjunto de normas de Direito Público que proíbe as 
piores condutas e protege os bens mais preciosos para a 
sociedade.
Comina as chamadas Sanções Penais, as mais pesadas 
punições permitidas no nosso ordenamento jurídico.
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Ciência do Direito Penal, Criminologia e Política Criminal
Ciência do Direito Penal
Conforme estudamos até o momento, o Direito Penal é um conjunto de nor-
mas que tem por objetivo cominar sanções a determinados indivíduos cujos 
comportamentos humanos configuram uma determinada infração penal.
Uma vez que esse conjunto de normas existe, torna-se necessário que exista 
uma ciência capaz de organizar métodos de interpretação e aplicação dessas nor-
mas jurídicas. É a essa disciplina que chamamos Ciência do Direito Penal.
Entretanto é importante perceber que a Ciência do Direito Penal não se limita 
à interpretação das normas penais, sendo também aplicável de forma mais 
abrangente para compreensão das manifestações sociais da conduta criminosa, 
bem como das condições pessoais do criminoso.
Conforme nos ensina o mestre Rogério Sanches, o que temos é a existência 
de um gênero de ciências penais, o qual se preocupa com a delinquência como 
fato natural. Esse grupo (das ciências penais) é integrado tanto pela Criminologia 
quanto pela Política Criminal.
Criminologia
A criminologia é uma ciência empírica (baseada na observação) que estuda o 
crime, a pessoa do criminoso, a vítima e a sociedade. Trata-se de ciência explica-
tiva, de natureza causal, a qual analisa o delito como fato, buscando suas origens 
e razões de existência.
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A criminologia, por sua vez, abarca outros ramos da ciência penal, tais como 
a Biologia Criminal, a Antropologia Criminal, a Psicologia e Psiquiatria Cri-
minais, bem como a Sociologia Criminal.
Política Criminal
A política criminal, por sua vez, tem por finalidade a busca de estratégias 
e meios de controle social da criminalidade. É, portanto, uma ciência teleo-
lógica. Uma das aplicações práticas da política criminal, por exemplo, é a análise 
do direito vigente, sugerindo e orientando o legislador sobre mudanças às normas 
criminais positivadas.
E isso conclui a parte introdutória de nossa aula.
l
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História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
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Temos agora a base para entrar nos demais assuntos do edital. De agora em 
diante, estudaremos os seguintes tópicos:
•	 Direito Penal do Autor e do Ato;
•	 Direito Penal do Inimigo;
•	 Garantismo Penal;
•	 História do Direito Penal no Brasil;
•	 Genealogia do Pensamento Penal;
•	 Direito Penal e Filosofia.
1.2. Direito Penal do Autor e demais Classificações
Nosso edital apresenta alguns aspectos teóricos interessantes, como os concei-
tos de Direito Penal do Autor e Direito Penal do fato (ou do ato).
Nesse sentido, iremos apresentar os conceitos de forma bastante direta e sim-
ples, sem floreios. Você verá que, apesar da nomenclatura utilizada pela banca, são 
tópicos bastante simples de entender e memorizar.
1.2.1. Direito Penal do Autor
Segundo a doutrina, o Direito Penal do autor é aquele que pune o indivíduo não 
pelo que fez, mas pelo seu modo de ser ou por suas características e condições 
pessoais.
Veja que o conceito de Direito Penal do Autor é praticamente autoexplicativo. 
O Direito Penal do Autor se baseia na criminalização e punição do indivíduo, sem 
que tal punição esteja relacionada com alguma conduta ou comportamento.
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Ponto importante: ao aplicarmos o Direito Penal do Autor, estamos punindo o indi-
víduo por seu modo de ser ou por suas características pessoais. Não pelo fato que 
ele praticou!
1.2.2. Direito Penal do Fato
O Direito Penal do Fato é aquele no qual as leis penais se limitam a punir fatos 
causados pelo homem, lesivos a bens jurídicos externos (de terceiros).
Note que a preocupação do Direito Penal do Fato é inversa à que existe no 
DireitoPenal do Autor: aqui são criminalizadas condutas, manifestações exte-
riores ao indivíduo que pratica o delito. Não se fala, nesse sentido, em punição à 
existência, ao pensamento ou ao modo de ser do autor.
1.2.3. Direito Penal do Fato que Considera o Autor
Embora não tenha sido expressamente citada em nosso edital, existe uma 
terceira classificação bastante citada na doutrina e que consideramos de grande 
importância para seu aprendizado: o direito Penal do Fato que considera o 
Autor.
O Direito Penal do Fato que considera o Autor é uma corrente diferenciada na 
qual predomina o Direito Penal do Fato, mas com alguma consideração pela pes-
soa do autor do delito.
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Alguns autores observam, de forma respeitável, que algumas leis penais no 
nosso país exemplificam bem essa terceira classificação.
No Brasil, a tipificação de condutas proibidas (como o art. 121 do Código Penal, 
por exemplo) se limita a fatos, sem considerar aspectos psicológicos ou pessoais 
do autor.
No entanto é possível observar que em alguns momentos nossa legislação pe-
nal observa características do autor, como no caso dos critérios de aplicação da 
pena, que podem considerar a personalidade e os antecedentes criminais. 
Essa atitude do legislador ao editar a norma penal demonstra ainda alguma pre-
ocupação com as características do autor, ainda que não o faça diretamente 
na tipificação das condutas criminosas.
Questão 1 (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPE-PE) No direito penal do autor, o de-
lito é visto como um sintoma de um estado do autor, mecânica ou moralmente in-
ferior ao das pessoas consideradas normais.
Certo.
Exatamente como estudamos, o Direito Penal do Autor considera os aspectos do 
indivíduo, e não a sua conduta propriamente dita.
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2. Direito Penal do Inimigo
Conceito
O Direito Penal do Inimigo é um conceito cuja compreensão necessita de 
uma prévia apresentação de outro conceito: o de Direito Penal de Terceira Ve-
locidade, que é aquele no qual ocorre a relativização de garantias, regras e 
critérios processuais de caráter político criminal.
A doutrina, nesse sentido, se manifesta caracterizando o Direito Penal do Ini-
migo como Direito Penal de Terceira Velocidade.
Esse conceito (de relativização das garantias) é bastante abstrato, mas não se 
preocupe, pois, com a apresentação de uma análise contextualizada do Direito Pe-
nal do Inimigo, tudo se tornará mais fácil de entender.
Entendendo melhor:
Ghunther Jakobs (autor do livro Direito Penal do Inimigo: noções e críticas) nos 
ensina que existem duas maneiras para que o Estado proceda ante a prática de 
condutas criminosas, devendo haver a classificação do delinquente (autor) em 
duas categorias: delinquente-cidadão e delinquente-inimigo.
Caso o delinquente seja classificado como “cidadão”, deve o Estado sujeitar o autor 
ao Direito Penal do cidadão, e mesmo que a norma penal tenha sido desrespeitada, 
seu tratamento será mais brando, buscando equilibrar o dano por meio da aplica-
ção da pena (tratamento coativo).
Já no caso do delinquente classificado como “inimigo”, o Estado deve atuar com o 
fito de impedir a destruição do ordenamento jurídico, mediante coação. Em 
outras palavras: o autor deixa de ser visto como cidadão (perde sua condição de 
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cidadão), haja vista que não atende expectativas normativas mínimas para isso. 
É como se o Estado entendesse que o autor do delito deixou de cumprir suas fun-
ções como integrante da sociedade.
Mas quais são as consequências do reconhecimento do autor como delinquen-
te-inimigo e, por conseguinte, quais as características da aplicação do Direito 
Penal do Inimigo?
Predomina o entendimento doutrinário de que a aplicação do Direito Penal do 
Inimigo tem como características básicas:
1. identificação do inimigo por sua periculosidade e pelo risco que este repre-
senta;
2. perda da qualidade de cidadão por parte do inimigo;
3. relativização de garantias processuais;
4. celeridade do processo visando à aplicação mais rápida da pena;
5. penas desproporcionalmente altas.
Lembre-se: o Direito Penal do Inimigo é reconhecido, por alguns doutrinadores, 
como exemplo de Direito Penal de Terceira Velocidade, em razão da característica 
de relativização das garantias processuais.
3. Garantismo Penal
O conceito de Garantismo Penal que utilizaremos nessta aula nos é apresentado 
pelo autor Luigi Ferrajoli, em sua obra Direito e razão:
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O garantismo penal pode ser visualizado sob dois aspectos: Político e Jurídico. No âmbi-
to político, é técnica para maximização da liberdade e redução da violência. Já na esfera 
jurídica, trata-se de forma de limitação do poder punitivo estatal e de garantir 
os direitos fundamentais do cidadão.
Sem dúvidas, o aspecto que tem mais possibilidade de ser cobrado em sua pro-
va é o aspecto jurídico, na figura da limitação do poder punitivo do Estado. 
O garantismo penal visa, nesse sentido, à manutenção e ao respeito aos direitos 
fundamentais do cidadão.
Alguns princípios se relacionam diretamente ao garantismo penal e aos direitos 
fundamentais do cidadão, sendo dignos de leitura (ainda que de forma superficial). 
São eles:
a) princípio do contraditório (Nulla porobatio sine defensione): trata da ne-
cessidade de contraditório e de defesa do acusado. Também chamado de princípio 
da falsealibilidade.
b) Princípio do ônus da prova (Nulla accusatio sine probatione).
c) Princípio acusatório (Nullum judicium sine accusatione): também chama-
do de princípio da separação entre juiz e acusação. Aquele responsável por 
julgar não pode acumular também a função de acusador.
d) Princípio da jurisdicionariedade (Nulla culpa sine judicio).
e) Princípio da culpabilidade (Nulla actio sine culpa).
f) Princípio da materialidade (Nulla injuria sine actione), segundo o qual, 
para que uma conduta possa ser proibida, deve se manifestar na forma de ação ou 
omissão prevista em lei.
g) Princípio da lesividade (Nulla necessitas sine injuria), segundo o qual os 
tipos penais não devem punir meros estados de existência, condutas sem capaci-O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para William Ferreira Bueno Ferreira Bueno - 09138083930, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
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dade de gerar sequer risco ao bem jurídico e condutas que não excedam o âmbito 
do próprio autor.
h) Princípio da necessidade (Nulla lex poenalis sine necessidade), segundo 
o qual a lei penal só deverá ser utilizada como meio necessário de proteger bens 
jurídicos relevantes.
i) Princípio da legalidade estrita (Nullum crimen sine lege).
j) Princípio da retributividade (Nulla poena sine crimine), segundo o qual a 
pena é consequência da prática de um delito.
Caro(a) aluno(a), aqui estamos apenas apresentando uma lista de princípios 
associados, pela doutrina, ao garantismo penal. Ainda iremos tratar sobre os Prin-
cípios do Direito Penal de forma bastante detalhada em aula separada, específica 
para o assunto. Quanto a isso, não se preocupe.
E vamos em frente!
4. Dinâmica Histórica da Legislação Penal Brasileira
Querido(a) aluno(a), deste momento em diante, passaremos a tratar, simulta-
neamente, de dois tópicos do nosso edital:
•	 Dinâmica Histórica da Legislação Penal;
•	 História da Programação Criminalizante no Brasil.
O examinador foi maldoso ao elaborar esses itens dessa forma, deixando o as-
sunto muito aberto e tornando o estudo um pouco mais complicado de ser realizado 
(haja vista que existem muitas doutrinas tratando sobre o tema).
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De todo modo, iremos optar pela rota mais segura e ao mesmo tempo mais efi-
ciente, discorrendo sobre os principais pontos da evolução da Legislação Penal em 
nosso país.
4.1. Origem
Em razão de sua condição original de colônia e dos desdobramentos históricos 
regulares até meados de 1800, o Sistema Penal Brasileiro acaba tendo sua origem 
nos moldes do Direito português.
Nesse sentido, o Direito português exerceu grande influência na formação da 
legislação penal brasileira, sendo que apenas em meados de 1830 surgiu o primeiro 
conjunto de normas sistematizadas em um único Código (na forma como estamos 
habituados em tempos atuais).
Nesse sentido (e antes mesmo de falar de história e cronologia), tome nota:
Antes do século XIX, não havia ainda a sistematização da legislação penal em um 
único Código.
É claro que, até que possamos chegar a essa data, há que se compreender a 
evolução do Direito Penal no Brasil, sendo que ao longo da aula faremos uma linha 
do tempo que lhe permitirá entender de forma cronológica os eventos que resulta-
ram no Código Penal que temos hoje.
Comecemos, é claro, pelo período colonial.
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4.2. Período Colonial
O primeiro momento jurídico-penal brasileiro no período colonial se inicia com 
uma verdadeira importação do sistema jurídico português para terras brasilei-
ras. Em outras palavras, o direito penal aplicado naquele momento já estava feito 
(em Portugal), sendo apenas importado e aplicado.
A esse fenômeno de transferência das previsões legais para utilização na colô-
nia, o doutrinador chama de bifurcação brasileira – a “transplantação” do orga-
nismo jurídico português para o território nacional.
O fato ocorrido no início do período colonial, na verdade, é bastante lógico: 
na qualidade de colônia, era de se esperar que nosso país sofresse diversas 
imposições por parte de Portugal, sendo o ordenamento jurídico uma dessas 
imposições.
Mas, professor, na prática, qual era a lei penal aplicada à época desses 
fatos?
Essa é uma excelente pergunta!
E a resposta está nas chamadas Ordenações Afonsinas.
4.3. Ordenações Afonsinas
As Ordenações Afonsinas começaram a vigorar logo após o descobrimento do 
Brasil, sob a tutela de D. João I. De forma bastante resumida, trata-se de trabalho 
finalizado em meados de 1446, o qual, embora tenha sido aplicável, era incompleto.
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As ordenações afonsinas vigoravam no início da colonização do País.
Era o mesmo regime jurídico vigente em Portugal à época.
Ordenações Afonsinas:
•	 primeiro regime a vigorar no início da colonização;
•	 caráter religioso;
•	 influência do direito romano;
•	 foram revogadas em 1514 pelas chamadas Ordenações Manuelinas.
Como relatamos anteriormente, as Ordenações Afonsinas eram um trabalho 
considerado incompleto. Em razão dessa lacuna, D. Manoel incumbiu alguns juris-
tas de finalizarem o trabalho até então apenas parcialmente concluído, o que aca-
bou acontecendo em 1512.
A obra foi, então, impressa e recebeu o nome de Ordenações Manuelinas, 
passando a vigorar de 1514 em diante.
É importante ressaltar que uma parcela dos historiadores entende que as Or-
denações Afonsinas acabaram não tendo aplicabilidade prática em nosso país, 
ressalvando-se apenas os trechos e as disposições que foram inseridos no 
corpo das Ordenações Manuelinas.
4.4. Ordenações Manuelinas
Em 1514, as Ordenações Manuelinas revogam as Ordenações Afonsinas, 
muito embora mantendo a base da legislação precursora.
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As Ordenações Manuelinas não definiam tipo ou quantidade de pena – essa ativi-
dade ainda era ato discricionário do Juiz!
O entendimento que prevalece é de que as Ordenações Manuelinas, ao con-
trário das Ordenações Afonsinas, chegaram a possuir aplicabilidade no período 
das chamadas capitanias hereditárias, muito embora a praxe à época fosse o 
exercício da justiça por parte do donatário das capitanias.
O arbítrio do donatário, nesse sentido, acabava prevalecendo de forma prática.
Entretanto foi somente ao tempo dos Governadores Gerais que se passou a 
falar em uma maior centralização do poder e na aplicação de uma justiça mais dis-
ciplinada, possibilitando trazer mais efetividade à legislação do Reino.
4.5. Código Sebastiânico
O regramento penal que sucedeu as Ordenações Manuelinas foi uma com-
pilação de D. Duarte Nunes Leão,a qual ficou conhecida como Código de D. Se-
bastião ou Código Sebastiânico. A denominação Código começa a ser utilizada, 
haja vista a reunião de leis que até então estavam separadas (o que tornava difícil 
seu conhecimento pela população).
É nesse momento que finalmente se pode falar nas Ordenações Filipinas, 
as quais, sob a tutela de Felipe II, foram as ordenações com mais aplicação entre 
as que estudamos até agora.
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4.6. Ordenações Filipinas
As Ordenações Filipinas são o próximo passo da legislação penal brasileira, 
substituindo a compilação de D. Duarte Nunes.
Efetivamente, a lei penal em questão estava contida em 143 títulos do Livro 
V das chamadas Ordenações Filipinas, as quais foram promulgadas por Felipe 
II em 1603.
O chamado Código Filipino era fundamentado em preceitos religiosos, sendo 
que o Direito se confundia com moral e religião.
São características das ordenações em estudo:
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A despeito da severidade de suas previsões, as Ordenações Filipinas regeram a 
esfera penal da vida brasileira por mais de dois séculos, só sendo substituídas 
em meados de 1830, como veremos a seguir.
4.7. Código Criminal do Império
Com a proclamação da independência e a promulgação da Constituição 
de 1824, tornou-se necessária a elaboração de um Código Criminal que substitu-
ísse as Ordenações Filipinas.
Em 1827 dois projetos de Código Criminal foram apresentados a D. Pedro I, 
sendo escolhido aquele apresentado pelo deputado Bernardo Pereira de Vas-
concelos.
O Código Criminal em questão acabou sendo sancionado por D. Pedro I 
em 1830.
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A elaboração desse Código finalmente passa a fomentar um direito penal huma-
nitário, protetivo, criando agravantes e atenuantes, bem como possibilitando 
a individualização da pena.
Embora apresentasse nítida evolução humanitária em relação aos códigos an-
teriores, cabe ressaltar que o Código ainda previa a pena de morte (aplicável a 
crimes praticados pelos escravos) e ainda misturava direito e religião.
4.8. Código da República Velha (1890)
Posteriormente, com o advento da República, um novo Código passa a valer: 
o Código Penal de 1890, escrito por Baptista Pereira. Tal Código, muito embora 
tenha apresentado alguns avanços (os quais citaremos a seguir), foi alvo de amplas 
críticas à época, haja vista o entendimento dos juristas de que o Código vigente se 
distanciava muito dos critérios modernos da ciência penal.
Observando as restrições impostas pela Constituição de 1891 (cujo texto veda-
va as penas de caráter perpétuo e a pena de morte), o chamado Código Criminal 
da República apresentava alguns avanços, como, por exemplo, a pena de sus-
pensão de direitos.
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São características do Código Penal de 1890:
4.9. O Impacto da Legislação Extravagante
Nos anos seguintes à edição do Código Republicano, começam a surgir diversas 
leis modificadoras e extravagantes de natureza penal. Com isso, nasce a necessi-
dade de que as normas penais sejam novamente compiladas e organizadas em um 
só Código.
A tarefa em questão acabou ficando sob a responsabilidade do então Desem-
bargador Vicente Piragibe, cujo trabalho resultou, em 1932, na chamada Con-
solidação das Leis Penais, ou Consolidação de Piragibe, como é conhecida na 
doutrina.
4.10. O Código Penal Brasileiro
Apenas em 1942 entra e vigor o Código Penal, o qual permanece como siste-
ma básico de normas penais de nosso país (vale lembrar que, embora o Código seja 
de 1940, passou a valer apenas em 01/02/1942 – art. 361, CP).
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Cabe ressaltar que o Código foi reformulado pela Lei n. 7.209/1984, cujo teor 
modificou diversos trechos e artigos da parte geral do Código vigente em nos-
so país.
4.11. Linha do Tempo
5. Genealogia do Pensamento Penal
Alguns Apontamentos
Querido(a) aluno(a), no último assunto da aula de hoje, vamos falar sobre a 
genealogia do pensamento penal e também sobre a relação entre filosofia e 
Direito Penal.
Mais uma vez, ressalto que tais tópicos previstos em seu edital têm baixíssimo 
índice de recorrência em provas. Entretanto não devem ser negligenciados, pois 
não sabemos o tipo de surpresas que podemos esperar na hora da prova.
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Ademais, gostaria de adicionar que o examinador foi um tanto quanto “maldo-
so” ao editar esses últimos tópicos. Direito e Filosofia é um assunto extenso, am-
plo, impossível de dominar de forma dinâmica (principalmente quando a finalidade 
do estudo é a prestação de provas de concursos públicos).
Nesse sentido, ressalto que iremos nos ater unicamente aos aspectos essenciais 
do assunto.
5.1. A Vingança Penal
Em tempos primitivos, não há que se falar na existência de normas penais sis-
tematizadas – o homem não apresentava evolução para tanto.
Nesse sentido, o que havia era uma relação entre castigo e vingança – a pu-
nição para revidar contra o comportamento de alguém.
A doutrina chama essa fase de vingança penal, a qual se divide em três cate-
gorias: vingança divina, vingança privada e vingança pública.
5.2. Da Vingança Divina
Haja vista a falta de percepção do homem primitivo, predominavam os misticis-
mos e crenças sobrenaturais.
Um trovão,por exemplo, não era interpretado como um fenômeno natural, mas 
sim como algo provocado por uma divindade.
Com base no medo nutrido pelo homem face a tais divindades é que qualquer 
membro do grupo social que descumpria regras era submetido a punições condu-
zidas pelo próprio grupo.
O objetivo primário da punição era evitar a ira das divindades sobre o grupo em 
si, restringindo a pena àquele que tinha desrespeitado as normas sociais e causado 
a desaprovação divina.
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5.3. Da Vingança Privada
Em um estágio mais avançado de desenvolvimento social, uma vez ocorrida 
uma conduta criminosa, a reação passa a emanar da própria vítima ou de seu gru-
po social, sem relação direta com o medo ou respeito a algum tipo de divindade.
Dessa forma, era o próprio ofendido (ou seu grupo) que buscava vingança dian-
te do fato praticado por terceiro, o que resultava (ante a falta de regulamentação 
por órgão adequado) em punições usualmente desproporcionais à ofensa pratica-
da, a qual podia, inclusive, passar da pessoa do delinquente e atingir outros 
integrantes de sua família.
Um exemplo citado pela doutrina como materialização de certa evolução social 
quanto à punição do delinquente está no Código de Hamurabi.
Obs.:� O Código de Hamurabi apresenta a famosa regra do talião, segundo a qual 
a punição deve ser graduada para se igualar à ofensa prática.
Assim buscava-se evitar que a punição fosse desproporcional à ofensa praticada, 
ainda que o sistema vigente não fosse capaz de evitar penas cruéis e desumanas.
5.4. Vingança Pública
Posteriormente chegamos à fase da chamada vingança pública, a qual de-
monstra um quadro de evolução da sociedade e de fortalecimento do Estado. Aban-
dona-se o caráter individual da punição, passando à autoridade competente a 
responsabilidade e a legitimidade de intervir nos conflitos sociais e aplicar a pena 
pública.
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5.5. Evolução do Direito Penal
Desse momento em diante, passaremos a analisar de forma bastante resumida a 
evolução do Direito Penal em diversos lugares do mundo (Grécia, Roma, Alemanha).
Tal abordagem nos permitirá tratar dos principais pontos sobre a genealogia do 
Direito Penal, bem como sobre os aspectos filosóficos essenciais do assunto, da 
forma mais simples possível.
5.6. Grécia Antiga
Segundo a doutrina, não existem registros que possibilitem uma análise aprofun-
dada sobre a legislação penal utilizada na Grécia antiga. No entanto diversas passa-
gens filosóficas permitem verificar a transição das vinganças no âmbito do direito 
penal grego, apontando para a migração entre a vingança privada, a vingança 
religiosa e finalmente a vigência de um período político de base moral.
5.7. Pitágoras e Protágoras
Um ponto que merece destaque, nesse sentido, é a importância da lógica ma-
temática de Pitágoras para o Direito Penal. A lógica matemática, de fato, vem a 
alterar as formas de punição, buscando sempre a contraposição do mal produzido 
com proporcionalidade.
Ademais, baseando-se nas lições de Platão, Protágoras buscou também o 
efeito intimidativo da pena, segundo o qual a pena serviria para intimidar 
tanto o autor quanto a sociedade, corrigindo seus rumos de comportamento de 
uma forma geral.
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5.8. Aristóteles
Aristóteles, por sua vez, enumerava como causas da delinquência as necessi-
dades econômicas, a intenção de aumento da riqueza e a avareza. Segundo 
ele, a educação era a base para evitar que tais pensamentos levassem à prática 
delituosa.
Ademais, cabe apontar também para o pensamento de Aristóteles de que a 
sensação de impunidade também conduz a pessoa à prática criminal.
5.9. Roma
Assim como a Grécia, Roma também passou pela transição entre vingança pri-
vada, divina, até chegar à vingança pública e também, a exemplo dos Gregos, 
buscava a separação entre Direito e Religião.
Roma, no entanto, apresenta algumas peculiaridades interessantes:
•	 divisão dos delitos em públicos (cujas condutas violam interesses coletivos) 
e privados (cujas condutas violam interesses particulares);
•	 originariamente, o direito romano contava com uma forma peculiar que per-
mitia ao pai de família (pater famílias) ter amplos poderes sobre seus fami-
liares e escravos.
É tão somente após 80 a.C. que a estrutura da justiça romana se altera para 
não admitir mais a vingança privada, embora a acusação ainda não fosse papel 
do Estado.
É só no século III d.C. que ocorre a alteração significativa na forma do Direito 
Penal romano, introduzindo-se a acusação estatal como substituição da acusação 
privada.
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5.10. Primórdios do Direito Penal Germânico
Por fim, é necessário ainda verificar alguns aspectos sobre o Direito Penal ger-
mânico, o qual influenciou imensamente a evolução do Direito Penal em si.
Originalmente, o Direito Penal germânico trazia a figura da chamada Frieldlo-
sigkeit, pena extremamente singular segundo a qual o delinquente perdia seu 
direito à vida caso praticasse infração que atingisse os interesses da sua 
comunidade.
Com isso, em uma situação concreta, o Direito Penal germânico (à época) autoriza-
va qualquer cidadão a matar aquele que praticasse infração penal desse gênero. 
Ademais, caso a infração penal atingisse apenas uma pessoa ou família, existia 
ainda a figura da chamada faida, a “vingança de sangue”.
Com o tempo, o Direito Germânico modificou-se, com o fim da faida e um au-
mento do poder Estatal, substituindo-se a vingança privada pelas condições fixadas 
pelo Juiz Soberano.
5.11. Iluminismo e Idade Moderna
Por fim, precisamos fazer um breve esquema com alguns aspectos filosóficos 
interessantes e que influenciaram a evolução do Direito Penal em si:
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“Nós somos aquilo que fazemos repetidamente. Excelência não é um ato, é um 
hábito.” (Aristóteles)
prevenir a prática de crime por
inerente
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RESUMO
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de nossa primeira aula. Mas, antes que pos-
samos nos despedir, vamos revisar os conceitos estudados com um breve resumo!
Conceitos
•	 Direito Objetivo: conjunto de normas jurídicas que regem a vida em socie-
dade. Constitui uma entidade objetiva diante dos sujeitos de direitos, que se 
regem segundo ele.
•	 Direito Penal: conjunto de normas jurídicas por meio das quais o estado 
proíbe determinadas condutas e comina sanções penais.
−	 É um ramo do Direito Público.
Direito (sentido objetivo)
Conjunto de normas que regem a vida em sociedade.
É o que chamamos de Ordenamento Jurídico.
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Direito Penal
Conjunto de normas de Direito Público que proíbe as piores condu-
tas e protege os bens mais preciosos para a sociedade.
Comina as chamadas Sanções Penais, as mais pesadas punições 
permitidas no nosso ordenamento jurídico.
Direito Penal do Autor
•	 Segundo a doutrina, o Direito Penal do autor é aquele que pune o indivíduo 
não pelo que fez, mas pelo seu modo de ser ou por suas características e 
condições pessoais.
Direito Penal do Fato
•	 O Direito Penal do Fato é aquele no qual as leis penais se limitam a punir 
fatos causados pelo homem, lesivos a bens jurídicos externos (de terceiros).
Direito Penal do Fato que Considera o Autor
•	 O Direito Penal do Fato que considera o Autor é uma corrente diferenciada na 
qual predomina o Direito Penal do Fato, mas com alguma consideração pela 
pessoa do autor do delito.
Direito Penal do Inimigo
•	 É aquele em que ocorre a relativização de garantias, regras e critérios proces-
suais de caráter político-criminal.
•	 O Direito Penal do Inimigo é reconhecido, por alguns doutrinadores, como 
exemplo de Direito Penal de Terceira Velocidade, em razão da característica 
de relativização das garantias processuais.
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DIREITO PENAL
História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
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Garantismo Penal
•	 O garantismo penal pode ser visualizado sob dois aspectos: Político e Jurídi-
co. No âmbito político, é técnica para maximização da liberdade e redução da 
violência. Já na esfera jurídica, trata-se de forma de limitar o poder punitivo 
estatal e de garantir os direitos fundamentais do cidadão.
Dinâmica Histórica da Legislação Penal Brasileira
•	 Antes do século XIX, não havia ainda a sistematização da legislação penal em 
um único Código.
Período Colonial
•	 O primeiro momento jurídico-penal brasileiro no período colonial se inicia com 
uma verdadeira importação do sistema jurídico português para terras brasileiras.
Ordenações Afonsinas
•	 Primeiro regime a vigorar no início da colonização;
•	 caráter religioso;
•	 influência do direito romano;
•	 foram revogadas em 1514 pelas chamadas Ordenações Manuelinas.
Ordenações Manuelinas
•	 As Ordenações Manuelinas revogam as Ordenações Afonsinas, muito embora 
mantendo a base da legislação precursora.
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Código Sebastiânico
•	 Compilação de D. Duarte Nunes Leão, a qual ficou conhecida como Código de 
D. Sebastião ou Código Sebastiânico. A denominação Código começa a ser 
utilizada em vista da reunião de leis que até então estavam separadas.
Ordenações Filipinas
Código Criminal do Império
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História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
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Código da República Velha (1890)
O Código Penal Brasileiro
•	 Apenas em 1942, passa a vigorar o Código Penal, o qual permanece como 
sistema básico de normas penais de nosso país.
Linha do Tempo
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História do Direito Penal. Criminologia. Política Criminal
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Iluminismo e Idade Moderna
prevenir a prática de crime por
inerente
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	Introdução1. Aspectos Introdutórios
	1.1. Direito Penal e Poder Punitivo
	1.2. Direito Penal do Autor e demais Classificações
	2. Direito Penal do Inimigo
	3. Garantismo Penal
	4. Dinâmica Histórica da Legislação Penal Brasileira
	4.1. Origem
	4.2. Período Colonial
	4.3. Ordenações Afonsinas
	4.4. Ordenações Manuelinas
	4.5. Código Sebastiânico
	4.6. Ordenações Filipinas
	4.7. Código Criminal do Império
	4.8. Código da República Velha (1890)
	4.9. O Impacto da Legislação Extravagante
	4.10. O Código Penal Brasileiro
	4.11. Linha do Tempo
	5. Genealogia do Pensamento Penal
	5.1. A Vingança Penal
	5.2. Da Vingança Divina
	5.3. Da Vingança Privada
	5.4. Vingança Pública
	5.5. Evolução do Direito Penal
	5.6. Grécia Antiga
	5.7. Pitágoras e Protágoras
	5.8. Aristóteles
	5.9. Roma
	5.10. Primórdios do Direito Penal Germânico
	5.11. Iluminismo e Idade Moderna
	Resumo
	AVALIAR 5:

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