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Leme – SP 2017 FERNANDO RICARDO DOS SANTOS GESTÃO DA PRODUÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Leme – SP 2017 FERNANDO RICARDO DOS SANTOS GESTÃO DA PRODUÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera - Kroton Edu- cacional de Leme - SP, requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia da Produção. Orientador/Tutor: Rafael Schiavon Oliveira. FERNANDO RICARDO DOS SANTOS GESTÃO DA PRODUÇÃO: A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Centro Universitário Anhanguera - Kroton Edu- cacional de Leme - SP, requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia da Produção. BANCA EXAMINADORA Prof. PEDRO CARVALHO FILHO Prof. FELIPE TORRES Leme, 04 de dezembro de 2017 Dedico esse trabalho aos amigos е cole- gas, pelo incentivo е pelo apoio constante durante a graduação, em especial ao Aldo José da Silva, que nos deixou, mas sempre estará em nossos corações. SANTOS, Fernando. Gestão da produção: a importância do planejamento, progra- mação e controle da produção. 2017. XX. Trabalho de Conclusão de Curso (Gradua- ção em Engenharia de Produção) – Centro Universitário Anhanguera / Kroton Educa- cional, Leme – São Paulo, 2017. RESUMO Esse trabalho traz através de pesquisas bibliográficas de grandes autores, a visão correlacionada com os meios de gestão intrínsecos aos métodos de produção que devem ser praticadas pelas empresas nos mais variadas ramos, com intuito de geren- cia-la e manter harmonia entre seus recursos. Descrito pela gestão da produção, o uso de ferramentas que não somente se aplicam a empresas de grande porte, mas também as de pequeno e médio porte, uma vez que estas necessitam de um suporte empresarial tanto quanto qualquer outra independentemente de seu tamanho ou abrangência no mercado. A metodologia de planejamento, programação e controle da produção utilizados em diversos seguimentos, tem o intuito principal em reunir todos os recursos utilizados pela empresa, para a produção de um bem e/ou um serviço, de forma a organiza-los e fornece-los suporte, para que o produto final possa ser gerado, sem problemas adicionais, com máxima qualidade necessária, no tempo certo, com a quantidade correta, utilizando o mínimo de recursos possíveis. Para isso a necessi- dade de um controle completo de seu sistema de produção, traz a otimização dos processos produtivos a partir dos estudos de visão estratégia, previsão de demanda, planejamento das necessidades, fluxo de informação entre setores, planejamento de estoque, produtividade, alinhamento dos recursos, em busca da satisfação de gerar bens e serviços com qualidade e competência. Mantendo a empresa sempre compe- titiva. Palavras-chave: Planejamento; Produção; Controle; Gestão; Organização. SANTOS, Fernando. Productions management: the importance of planning, sched- uling and production control. 2017. XX. Course Completion Work (Graduation in Pro- duction Engineering) – University Center Anhanguera / Kroton Educational, Leme – São Paulo, 2017. ABSTRACT This work brings, through studies of great authors, the vision correlated with the means of management intrinsic to the production methods that must be practiced by the com- panies in the most varied branches, in order to manage it and keep it in harmony among its resources. Described by production management, the use of tools that not only apply to large companies, but also small and medium-sized companies, since they require as much business support as any other regardless of their size or market. The methodology of planning, programming and control of production used in various seg- ments is mainly intended to bring together all the resources used by the company to produce a good and / or a service in order to organize them and provides them with support, so that the final product can be generated without additional problems, with the maximum quality needed, in the right time, with the correct quantity, using the min- imum of possible resources. For this, the need for a complete control of its production system, brings the optimization of the productive processes from the studies of strate- gic vision, demand forecasting, needs planning, information flow between sectors, in- ventory planning, productivity, alignment of resources, seeking the satisfaction of gen- erating goods and services with quality and competence. Key-words: Planning; Production; Control; Management; Organization LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Os princípios fundamentais do PCP ......................................................... 21 Figura 2 - As três Fases do PPCP ............................................................................ 22 Figura 3 - Inter-relações do PCP com demais áreas da empresa ............................. 23 Figura 4 - Características básicas dos sistemas produtivos ...................................... 24 Figura 5 - Visão geral do planejamento estratégico .................................................. 27 Figura 6 - Definição da estratégia produtiva .............................................................. 28 Figura 7 - Equilíbrio entre atividades de planejamento e controle ............................. 33 Figura 8 - Principais elementos da gestão de demanda. .......................................... 34 Figura 9 - Planejamento agregado e programa mestre de produção ........................ 38 Figura 10 - Contribuição gerenciais das áreas funcionais para o plano agregado .... 44 Figura 11 - O processo de preparo de plano agregado ............................................. 46 Figura 12 - Operação do MRP .................................................................................. 50 Figura 13 - Visão geral do sistema MRP II ................................................................ 53 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - As áreas de decisão da estrutura da manufatura. .................................... 29 Tabela 2 - As áreas de decisão da infraestrutura da manufatura. ............................. 29 Tabela 3 - As decisões no sistema de PPCP. ........................................................... 30 Tabela 4 - Árvore de estrutura para um produto P .................................................... 51 LISTA DE ABREVEATURAS ATO Montagem Sob Encomenda (Assemble to Order) CAD Desenho Assistido por Computador (Computer-Aided Design) CAE Engenharia Assistido por Computador (Computer-Aided Engineering) CAM Manufatura Assistida por Computador (Computer-Aided Manufacturing) CAP Planejamento Assistido por Computador (Computer Aided Planning) CAPP Planejamento do Processo Assistido por Computador (Computer-Aided Pro- cess Planning) CAQ Qualidade Assistida por Computador (Computer Aided Quality) CIM Sistema Computadorizado Integrado (Computer Integrated Manufacturing) COPICS Sistema de Informação e Controle de Produção Orientada a Comunicação (Communication Oriented Production Information and Control System) CRP Planejamento de necessidades de capacidade (Capacity Requirements Planning) ERP Planejamento de Recursos da Corporação (Enterprise Resources Plani- ning) ETO Engenharia Sob Encomenda (engeneering to order): IBM International Business Machines LEF Lote Econômico de fabricação MPS planejamento mestre da produção (Master ProductionSchedule) MRP Planejamento das Necessidades Materiais (Material Requirements Plan- ning) MRP II Planejamento das Necessidades de Manufatura (Manufacturing Resouces Planning) MTO Fabricação Sob Encomenda (Make to Order) MTS Fabricação para Estoque (Make to Stock) OC Ordens de Compras OP Ordens de Produção PCP Planejamento e Controle da Produção PMO Planejamento Mestre da Operação PPCP Planejamento, Programação e Controle da produção PVO Planejamento de Vendas e Operação RCCP Planejamento grosseiro da capacidade (Rough Cut Capacity Planning) ROP Ponto de Ressuprimento (Reorder Point System), RRP Modulo de Capacidade (Resource Requirements Planning) TE Tempo de Esgotamento SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 11 2 FUNDAMENTOS DO PPCP ........................................................................... 13 2.1 HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DAS OPERAÇÕES........... 13 2.2 PPCP E ERA COMPUTACIONAL. ................................................................. 15 2.3 O QUE É PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO. ...................... 19 2.4 PCP E SISTEMA DE PRODUÇÃO. ................................................................ 21 2.4.1 Fluxo de informação. ...................................................................................... 23 2.4.2 Classificação do sistema produtivo. ................................................................ 24 3 POLITICA DE PLANEJAMENTO. ................................................................. 26 3.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. ............................................................... 26 3.1.1 Objetivos estratégicos..................................................................................... 30 3.2 PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES. ..................................................... 31 3.3 SUPRIMENTO E DEMANDA. ......................................................................... 33 3.3.1 Demanda independente. ................................................................................. 36 3.3.2 Demanda dependente. ................................................................................... 36 3.4 PLAMEJAMENTO MESTRE DE OPERAÇÃO. .............................................. 37 3.4.1 Definições do plano mestre de produção........................................................ 38 3.5 PLANEJAMENTO DE ESTOQUES ................................................................. 39 4 ORGANIZAÇÃO DOS PROCESSOS. ........................................................... 40 4.1 PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO. .............................................................. 40 4.2 PRODUTIVIDADE .......................................................................................... 41 4.3 GERENCIAMENTO DE PROCESSO ............................................................. 42 4.3.1 Sistema de volume intermediário .................................................................... 43 4.3.2 Sistemas de baixos volumes .......................................................................... 43 4.4 IMPORTÂNCIA DO PLANO AGREGADO ...................................................... 44 4.4.1 Alternativas reativas........................................................................................ 45 4.4.2 Alternativas agressivas ................................................................................... 45 4.5 PLANO PARA NECESSIDADES DA DEMANDA ........................................... 46 4.6 PROGRAMAÇÃO EM SERVICOS ................................................................. 47 4.6.1 Tipos de Operações de serviços ..................................................................... 48 4.6.2 Programação da demanda dos clientes .......................................................... 48 4.7 PROGRAMAÇÃO DAS NECESSIDADES DE MATERIAIS ............................ 48 4.7.1 Agrupamento da evolução do sistema MRP para MRP II ............................... 52 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56 11 1 INTRODUÇÃO Ao observar as grandes quantidades de produtos que são oferecidos pelas mais diversas empresas e os mais diversos segmentos do mercado, fica claro que para produzi-los com a mais perfeita qualidade, segurança, velocidade, baixo custo e respeito às leis sociais e ambientais, são necessárias, tarefas que todas empresas devem buscar para obter a máxima garantia de bons produtos e serviços. Para ofere- cer essa máxima qualidade, o gestor, em meio a altíssima concorrência, deve empre- gar métodos dentro do processo que procuram satisfazer não só a empresa mais tam- bém os seus clientes e fornecedores de uma forma geral. Para manter-se, na concorrência, as empresas necessitam de uma forte capa- cidade organizacional e controle para que suas tarefas sejam garantidas durante o processo com tempo certo e quantidade correta. Em busca de suprir o aumento de demanda, a empresa que passa a ter necessidade de produzir mais, deve-se estabe- lecer uma política de Planejamento, Programação e Controle da Produção (PPCP), que coordenará toda a produção de bens e serviços produzidos por elas. Essa coor- denação trará, otimização do processo, redução dos desperdícios e qualidade para a produção. O pouco conhecimento dos meios de planejamento e controles e a falta de um setor especifico para organização, pode ser a causa principal que faz empresas per- manecer estagnadas sem perspectiva de crescimento. Pequenas e médias empresas, não disponibilizam de setores com objetivo de planejar e controlar sua produção, não dispondo de quaisquer métodos de planejamento de processo, que por sua vez acar- reta em inúmeros desperdícios de tempo e materiais, gerando prejuízos produtivos e financeiros. Umas das tarefas mais complicadas e importante na organização, o planeja- mento, programação e controle, é o método essencial para manter a empresa sempre com grandes perspectivas e seus recursos alinhados. Mas, é possível empresas de médio e pequeno porte utilizarem dos sistemas avançados de Planejamento Progra- mação e Controle da Produção (PPCP), para alavancagem do crescimento produtivo e fortalecimento na concorrência em seu seguimento? Esse trabalho busca mostrar os métodos de planejamento, programação e con- trole da produção, fornece um roteiro de definições retirado de bibliografias da área 12 para a elaboração da política de planejamento em que as empresas de médio e pe- queno porte possam enquadrar-se definindo seus objetivos, demonstra metodologias de programação da produção que facilitam o fluxo de informação e a utilização dos recursos de forma maximizada, diminuindo desperdícios e, os métodos de controle que dão suporte a todo planejamento e programação definidos pela gestão da em- presa. Facilitando o entendimento do sistema de PPCP, para que mesmo sem a exis- tência desse setor, os gestores possam praticar, alinhar a produtividade e gerar be- nefício para empresa, seus fornecedores e seus clientes. Esta pesquisa metodológica descritiva, busca resolução para evidenciar um sistema prático e eficiente para o planejamento e controle produtivo em médias e pe- quenas empresas. Classificado como uma revisão bibliográfica, essa pesquisa busca o entendimento mais concentrado na área de gestão de processo, ampliando os co- nhecimentos e aprendizado obtido durante a graduação. Os meios utilizados a partir das pesquisas em livros conceituados, busca mostrar o conhecimento sobre o tema, destacando os pontos críticos e a importância do estudo, relacionado a grandes auto- res.Quanto à abordagem, os dados serão expressos de forma qualitativa, estabele- cendo fatores correspondenteao controle produtivo, em que será correlacionado ao desenvolvimento das práticas a fim de resolução do problema em especifico (TRALDI, DIAS, 2011). 13 2 FUNDAMENTOS DO PPCP 2.1 HISTÓRIA DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DAS OPERAÇÕES. Localizar exatamente aonde foram os primeiros meios e métodos de gerencia- mento do PPCP, é de difícil identificação no meio histórico das administrações de operação. No que diz Corrêa (2012, p.6) “As origens mais primarias da gestão de operações são difíceis de rastrear. Operação de rigor, sempre tiveram de ser geren- ciadas, pois sempre houve organizações”. As grandes obras realizadas em tempos passados da humanidade têm maior probabilidade de ter sido os primeiros tipos de processos produtivos requere técnicas gerenciais para suas operações [...] a Grande Muralha da China, as Pirâmides no Egito, as estradas no Império Roma ou a construção das gran- des Catedrais (WILSON apud CORRÊA, 2012, p. 6). Porem ao descrever os conceitos empresarias utilizados nas diversas indus- trias, pode ser elencado como início ao gerenciamento produtivo, a Revolução Indus- trial do século XVIII e XIX, que segundo Moreira (2004) transformou a face do mundo. Marcando o início da produção moderna com utilização intensiva de maquinas, fabri- cas, transformações urbanas e rurais (MOREIRA, 2004). Apesar do grande avanço Europeu junto a Revolução Industrial, as técnicas de administração, se desenvolveram nos Estados Unidos, onde segundo Moreira (2004) “era responsável por 25% do comercio mundial de produtos manufaturados”. Com as Revoluções Industriais e posteriormente o desenvolvimento da indus- trias de manufatura, questões como: organização, coordenação e controle da produ- ção passaram a ser estudadas e desenvolvida por Frederick W. Taylor, “um esforçado engenheiro a serviço da máquina produtiva americana, advoga a aplicação da racio- nalidade e métodos científicos a administração do trabalho nas fabricas” (MOREIRA, 2004, p. 4) pioneiros com a teoria da Administração Cientifica e segundo Martins (2007, p. 15) muita atenção foi dada aos princípios de Taylor, aumento da produtivi- dade e eficiência do trabalhador com eliminação do tempo ocioso e substituição dos métodos empíricos pelos métodos científicos. 14 Segundo Schonberger (1988 apud MARTINS, 2007) “[...] finalmente as metas implícitas da revolução industrial foram alcançadas e, que a administração científica veio completar a padronização da fábrica”. Com esse cenário, a proposta de Henri Ford (criador da Companhia Ford Mo- tors), em seu modelo de produção passou a se tornar mais rápido, com a implemen- tação de sua linha de montagem para os carros produzidos pela companhia empre- gando a ideias trazida por Taylor, marcando a nova indústria manufatureira. Em uma época de crescente manufatura, sem tecnologia de computacional, as maquinas passaram a obter cada vez mais espaços dentro do chão de fábrica. Os espaços ocupados por produtos e suas movimentações causou um congestiona- mento, a produção estava acelerada, produtos eram fabricados em tempo recorde, esse era o início da produção em massa Moreira (2004, p. 5) descreve “A chamada produção em massa, que foi e continua sendo marca registrada dos Estados Unidos, o símbolo industrial [...] começou na linha de montagem dos automóveis Ford”. Apesar de importância de Henry Ford aos métodos de produção da época, suas transformações estavam diretamente ligadas ao chão de fábrica (MARTINS, 2007) e ainda não envolvia aspectos do sistema administrativo. Alfred Sloan (considerado criador da organização moderna por vários autores), diretor da General Motors (indústria automotiva americana), começou a lançar mode- los de veículos diferentes ao mercado ano pós ano, tornando o modelo produtivo mais complexo, pois com modelos novos havia necessidade de fabricação de novas peças e acessórios para esses veículos. Esse modelo de fabricação era o início do sistema de produção flexível (MARTINS, 2007). Nesse contexto, maquinas universais eram empregadas, com a capacidade de produzir diferentes tipos de peças para os novos modelos, isso caracterizou a chamada produção em massa flexível, segundo (HOUNSHELL apud MARTINS, 2007). Evoluindo para indústria de outros setores. Essa transformação causou ainda mais complexibilidade ao processo de pro- dução, pois não somente a produção, mas também a variedade de produto havia au- mentado e a necessidade de mais espaços para os conglomerados de matérias-pri- mas e produtos finais. Com a evolução das práticas tradicionais para administração da produção ampliou disciplinas tanto na área industrial como no setor de serviço (MOREIRA, 2004). Toda essa complexidade exigiu um maior controle dos materiais, surgia as primeiras técnicas de gerenciamento de matérias, o que acarretou no pla- nejamento e controle da produção. 15 2.2 PPCP E ERA COMPUTACIONAL. Os sistemas produtivos na era de alto volume de produção e seus grandes volumes de matérias primas e de produto acabado, fez com que as indústrias voltas- sem suas atenções para o controle de estoque. Após teorias como a de lote econômico, com objetivo de minimizar os custos das aquisições, o surgimento da técnica ponto de ressuprimento (ROP- Reorder Point System), que levava em conta a quantidade de material a ser comprado, a ser produ- zido e o nível de estoque que disparava uma compra, evidenciou toda a ideia e ne- cessidade de controle de estoque (MABERT, 2007) citado por (Martins 2007, p.34). A técnica ROP, por sua vez trazia alguns riscos ao sistema de controle dos estoques e da produção, pois havia a necessidade de se acompanhar comumente os níveis de estoque, consumindo muito tempo dos responsáveis pelo controle (MAR- TINS, 2007) não garantindo sua precisão. Um pouco mais tarde, o desenvolvimento das técnicas quantitativas na área de pesquisa operacional, contribuíam com todo meio industrial. “[...] inicializado por Shewhart na aplicação de princípios estatísticos no controle de processos por meio de cartas de controle da qualidade e gerenciamento da qualidade” (VOSS, 1995) des- crito por Martins (2007, p. 35). Contribuindo ao planejamento e controle da produção. Como todos os processos eram realizados manualmente, mesmos com auxílio das maquinas automatizadas, o PPCP ainda necessitava de apoio para suas funções, as logicas empregadas pelo sistema manuais, acabaram servindo de base para um sistema novo que surgia, os sistemas computacionais (MARTINS, 2007). Sob a evolução dos sistemas que iniciou na década de 1960, a tecnologia da informação após seus aprimoramentos começava a fazer parte do ambiente da ma- nufatura (MARTINS, et al., 2008). Os computadores nesse período, passavam a fazer parte dentro dos proces- sos. As atividades de Planejamento e Controle da Produção (PCP) que eram as que mais exigiam cálculos sistemáticos, listas de materiais e centenas de outros compo- nentes, começaram a ser processadas pelas maquinas, reduzindo o tempo para gerar o plano de necessidade de matérias, melhorando os processos produtivos com um controle de estoque mais eficiente (MARTINS, et al., 2008). 16 Esse foi o método que as indústrias da época precisavam para gerenciar e or- ganizar seus processos produtivos com muito mais eficiente, se comparados aos mé- todos manuais com pranchetas e extensas listas (MARTINS, et al., 2008). Ainda no artigo de Martins et al., (p.79) pela revista Gepros, destaca três fatores descritos por Wight (1974) que levaram o uso de computadores na manufatura ao sucesso. São esses fatores: a) O desenvolvimento do sistema computadorizado COPICS (Communication Oriented Production Information and Control System) pela IBM. Um sistema para planejamento, programação e controle da produção, capaz de integrar decisões de previsão, estoque, comprase programação de produção; b) O uso de outros computadores com o conhecimento prático do sistema da IBM e de alguns outros semelhantes; c) Novas ideias desenvolvidas para o gerenciamento da produção a partir des- sas experiencias vividas com os computadores. Continuando o raciocínio de Martins et al. (2008), sobre o desenvolvimento do PPCP, os sistemas computacionais abriram espaço as novas técnicas de gestão de estoques, entrava em meio a essa gestão o Planejamento das Necessidades Materi- ais - MRP (Material Requirements Planning), uma ferramenta que foi utilizada com mais intensidade na produção em lotes, a partir da década de 1970, tornando-se como uma das principais técnicas dentro de sistema de planejamento, programação e controle da produção”. (MARTINS et al., 2008, p. 79). Executada por mainframes (computador de grande porte dedicado normalmente ao processamento de um volume enorme de informações), passou a ser uma ferramenta poderosa para o PCP. Logo após, segundo Pereira e Erdmann (s.d.), o MRP associou à elaboração de programas- mestres, (cálculo de necessidade de material),”[...] programa calculador de quantida- des de insumos, a partir dos requisitos individuais e da quantidade a ser fabricada”. (PEREIRA, ERDMANN, s.d., p.3). Provocando a ampliação dos programas de PPCP. Agregando valor em recursos com tempo de máquina seção ou departamento, se tor- nado o MRP II. Cada unidade ou lote, conhecidos os requisitos individuais, permite o cálculo da capacidade global requisitada. A ampliação deste conceito vem a ser o MRP-II (planejamento de recursos de produção), bastante difundido e ser- vindo de base à maioria dos sistemas de Planejamento e Controle de Produ- ção informatizados. (PEREIRA, ERDMANN, s.d., p.3). 17 A evolução com os sistemas computacionais trouxe o desenvolvimento de ou- tras ferramentas, essas ferramentas vieram de forma melhorar os sistemas de plane- jamento e aprimoraram os métodos de controle industriais. São algumas dessas fer- ramentas: Desenho Assistido por Computador CAD (Computer-Aided Design), Enge- nharia Assistido por Computador CAE (Computer-Aided Engineering), Planejamento do Processo Assistido por Computador CAPP (Computer-Aided Process Planning), Manufatura Assistida por Computador CAM (Computer-Aided Manufacturing) onde Pereira e Erdmann, (s.d., p.3), descrevia que o projeto do produto necessitava de um processo correspondente para executa-lo, o CAPP (projeto para processo auxiliado por computador) logo preencheu essa lacuna, permitindo gerar roteiros e processos, listagem de equipamentos, ferramentas e o tempo para produção. Permitindo estabe- lecer as quantidades de demanda e da capacidade produtiva, uma das principais ati- vidades dentro do planejamento da produção. A utilização por parte das industrias das maquinas programadas por CAD/CAM, trouxe alto nível de flexibilidade e produtividade, operando várias peças complexas com maior velocidade. Hitomi (apud Martins et al., 2008) classificou como ponto chave para a produção do século XXI, o Sistema Computadorizado Integrado CIM (Computer Integrated Manufacturing), que envolvia o CAD, CAM e o CAP (Computer Aided Plan- ning) (MARTINS et al., 2008). Integrado ao ambiente do PPCP, as ferramentas CAD (Computer Aided De- sign) CAM (Computer Aided Manufacturing) e CAPP (Computer Aided Process Plan- ning) juntamente outras elaboradas como: CAE (Computer Aided Engineering) e CAQ (Computer Aided Quality), passaram a controlar o ambiente da manufatura, retirando o PCP de um isolamento dentro da indústria, como descreve Martins et al. (2008) que o PCP ficou envolvido por toda essa tecnologia computacional e passou a realizar as atividades de PCP, de um sistema isolado para um sistema de manufatura integrada. Essa integração das ferramentas denomina-se CIM (Produção Integrada por Computador - Computer Integrated Manufacturing) apoiando todo processo de análise junta a tecnologia computacional. (GUERRINI et al., 2014). Não só essas ferramentas, mas também o MRP (Cálculo das Necessidades de Materiais na Rede de Operações – Material Requirements Planning), foi um grande avanço para os sistemas de controle produtivos, junto ao advento computacional pas- sou a integrar os meios das necessidades de matérias-primas, onde havia extensas lista de tipos de materiais realizadas manualmente, causador de inúmeros problemas 18 em estoques e produção, passou a ser gerenciado por um computador, transformando cálculos detalhados e demorados em cálculos rápidos e fácil (CORRÊA, 2012). Segundo Slack et al. (1999), originário dos anos 60, o MRP fornecia cálculos da quantidade de um determinado material para produção, de forma que esse material estivesse disposto no momento certo com a quantidade correta, sua verificação partia de uma previsão dos pedidos que seriam realizados, organizando os componentes que seriam utilizados para a fabricação/montagem, evidenciando tudo que seria ne- cessário para o cumprimento da tarefa. “O MRP é um sistema que ajuda as empresas a fazer cálculos de volume e tempo [...]” (SLACK et al., 1999, p. 327). E segundo Moreira (2004, p. 529) “o MRP é uma técnica para converter a previsão de demanda de um item de demanda indepen- dente em uma programação das necessidades das partes componentes do item”. A rápida adaptação à ferramenta de cálculo de necessidade de matérias no processo de planejamento e controle da empresa, fez com que o MRP fosse integrado em outros setores da empresa, essa ampliação fez com que a ferramenta passasse a ser conhecida como MRP II (Planejamento dos Recursos de Manufatura – Manufatu- ring Resource Planning) (SLACK et al., 1999), comumente conhecida, segundo o mesmo autor, as variações das demandas causada pela inconsistência dos clientes em adquiri os produtos ofertados por ela devem ser previamente planejados e contro- lados com o intuito de garantir a disponibilidade no momento correto não apenas de materiais, mas também de recursos financeiros, pessoal e equipamentos. A evolução dos sistemas de controle MRP e MRP II, resultou em um novo sis- tema de gerenciamento integrado, ERP (Planejamento de Recursos da Corporação – Enterprise Resources Planining) que segundo Corrêa e Gianesi (2013) “Tem a pre- tensão de suportar todas as necessidades de informação para a tomada de decisão gerencial de um empreendimento como um todo”. Fornecendo uma abrangência ainda maior no controle da empresa com um sistema que apoia o sistema de recebimento de nota fiscal e transações contábeis, “[...] agregando mais e mais módulos que su- portam mais e mais funções” (CORRÊA E GIANESI, 2013, p. 391). 19 2.3 O QUE É PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO. Com as altas especializações das empresas, os níveis de aceitação dos con- sumidores se elevam cada vez mais, causando a necessidade de um processo mais complexo dentro da organização, para que a demanda possa ser atendida da melhor forma possível. O objetivo do PPCP, é alinhar a produção e a demanda dispondo-se de um planejamento e um plano de contenção para evitar possíveis eventualidades. O PCP é fundamental no alinhamento da produção com a demanda, propor- cionando uma base sólida na realização dos processos das empresas, afinal todo o sequenciamento produtivo, o layout utilizado, as etapas produtivas são planejadas e funcionam com base no melhor aproveitamento do produto e na melhor abrangência das necessidades dos clientes. (OTIMIZA CONSULTO- RIA JR, 2017). O planejamento e controle da produção busca dar suporte na tomada de deci- são a todos os processos ligados diretamente ou indiretamente a produtividade da empresa, envolvendo toda a programação dos recursos do início a final do processo. Garantindo que a empresa produza eficientemente produtos e/ou serviços como deve (Slack et al., 1999): • Na quantidade adequada; • No momentoadequado; e • No nível de qualidade adequado. Para o SEBRAE (2016), o foco do PCP é facilitar as práticas de planejamento de produtos e processos. Tem com objetivos: • Calcular o prazo de execução. • Definir e prover o material a ser usado; • Determinar o produto a ser entregue; • Estabelecer a quantidade a produzir; • Quantificar a necessidade de mão-de-obra. Para tal, é necessário conhecer, as previsões de vendas, a capacidade de pro- dução, estrutura dos produtos/serviços, o tempo das operações; os níveis de estoques de matérias-primas e insumos, (SEBRAE, 2016). O planejamento determina antecipadamente quais serão os objetivos e, o que fazer para conseguir atingi-los da melhor forma possível. “O planejamento está voltado para a continuidade da empresa e focalizar o futuro” (CHIAVENATO, 2008, p. 25). “As 20 atividades de planejamento e controle, conectam recursos capazes de fornecer bens e serviços para a demanda que foram projetados para satisfazer” (Slack et al., 1999). O controle deve verificar no processo, se tudo que foi planejado e organizado está sendo realizado, para assim, identificar erros e desvios, corrigindo-os. A responsabilidade do PPCP será em gerenciar os métodos mais adequados dentro da produtividade da empresa, em uma discrição de Chiavenato (2008, p. 26) diz: “Se a empresa é produtora de serviços. O PPCP planeja e controla a produção desses serviços, cuidando da quantidade de mão de obra necessárias, das maquinas e dos equipamentos, dos demais recursos necessários [...]”. No entanto, para estabelecer um planejamento e controle produtivo com quali- dade, deve-se atentar também as limitações que podem ocorrer dentro e durante o processo. Para Slack et al. (1999), as atividades de planejamento e controle estão sujeitas as limitações na maioria das operações, como exemplos de limitações: a) Limitação de custos: produtos e serviços devem ser produzidos dentro de um determinado custo; b) Limitações de capacidade: devem ser produzidos dentro da capacidade es- pecifica para o processo; c) Limitação de tempo: devem ser produzidos dentro de um intervalo de tempo pré-disposto pelo consumidor; d) Limitação de qualidade: devem estar em conformidade aos limites de tole- rância projetados para o produto ou serviço. Sempre em busca de atender o cliente final, o PPCP, atua nos meios de pro- dução para aumentar a eficiência e, cuida para que os objetivos sejam alcançados, gerando qualidade e rapidez. 21 Tem por adequação a seguinte figura 1: Figura 1 - Os princípios fundamentais do PCP Fonte: Chiavenato (2008, p. 30). Na figura, pode-se notar as definições e diferenciações entre o termo (P) de planejamento e o (C) de controle bem como suas relações para favorecer o sistema do setor de PPCP e suas interações. 2.4 PCP E SISTEMA DE PRODUÇÃO. O PCP está totalmente relacionado com o sistema produtivo da empresa, pois dele que a produção depende para planejar e controlar suas ações. Para um sistema produtivo transformar insumos em produtos (bens e/ou ser- viço), deve-se pensar em planos e ações para que os eventos planejados possam ser realizados (CORRÊA E GIANESI, 2013). Segundo Moreira (2004, p. 8) “o sistema de produção é uma unidade abstrata, porem extremamente útil para dar uma ideia de totalidade”. Nesse contexto, segundo Tubino (2009), pode se dividir o planejamento de um sistema produtivo em três níveis: longo, médio e curto prazo, relacionando-as em es- tratégico, tático e operacional, respectivamente. 22 a) Longo prazo, nível estratégico: o sistema produtivo deve montar um plano de produção baseado na previsão de vendas a logo prazo, visualizando a capacidade produtiva e se a empresa poderá atender seus clientes. b) A médio prazo: o sistema produtivo buscará táticas para operar de forma mais eficiente, planejando o uso da capacidade instalada para atender pre- visões de vendas. c) E a curto prazo: o sistema de produção irá executar a programação da pro- dução para entregar bens e/ou serviços aos clientes, perante a tática mon- tada. Nesse sentido, o PPCP apresenta três fases principais: Projeto de Produção, Planejamento da produção e controle da produção (CHIAVE- NATO, 2008, p.39). Esse processo seguirá conforme o fluxo da figura 2: Figura 2 - As três Fases do PPCP Fonte: Chiavenato (2008, p. 39). O sistema produtivo será eficiente na mediada em que esses três níveis estive- rem sincronizados e poderá ser realizado com o auxílio de uma ferramenta de gestão da capacidade, para tal função, o MRP II com ajuda da “[...] provisão da capacidade necessária ou a identificação da existência de excesso de capacidade” (CORRÊA, 2013), fornecerá parâmetros para cumprir com o que foi programado. O planejamento da capacidade é feito respeitando esses níveis, de acordo com o que se tem planejado. A longo prazo, o Resource Requirements Planning (RRP); a médio prazo, Rough Cut Capacity Planning (RCCP) e a curto prazo, o Capacity Re- quirements Planning (CRP), fechando um sistema para o controle do planejamento da produtividade. 23 2.4.1 Fluxo de informação. O PCP, deve estar integrado junto a todo o sistema de informação gerado no ambiente produtivo, passado pelo setor de vendas, setor de manutenção, setor de compras/suprimentos, recursos humanos e financeiros. Por se tratar de setor de co- ordenação e apoio ao sistema produtivo, o PCP, relaciona praticamente todas as fun- ções deste sistema. “A inter-relação do PCP com as demais áreas da empresa se devem ao fato de que o PCP procura utilizar racionalmente os recursos empresari- ais[...]” (CHIAVENATO, 2008, p. 28). Segundo a figura 3: Figura 3 - Inter-relações do PCP com demais áreas da empresa Fonte: Chiavenato, (2008, p. 28). Na figura 3, tem-se um esquema virtual de como os setores da empresa devem estar ligados ao PPCP, visto que, as informações serão tratadas e expostas de forma a manter um processo enxuto e controlado. Segundo Martins e Laugeni (2005) “O PPCP também é um sistema de trans- formações de informações”, em que recebe diversas informações sobre quantidades e tipos de estoques existentes, todas as vendas previstas e em andamento, possui 24 total conhecimento da linha de produtos, sabe como devem ser produzidos e a capa- cidade de produção do sistema. “O PPCP tem a incumbência de transformar estas informações em ordens de fabricação” (Martins e Laugeni, 2005, p.213). 2.4.2 Classificação do sistema produtivo. Essa classificação tem o objetivo de facilitar o entendimento das características de cada sistema de produção e seu relacionamento com o planejamento e controle. Para Tubino (2009), tanto a manufatura como a prestação de serviço são simi- lares no aspecto de transformar o produto no sistema de produção. Isso porque, tanto uma quanto a outra tem as mesmas necessidades em prever a demanda, balancear seu sistema, planejar e controlar suas operações. Porém, há diferenças no modo que são executadas, enquanto a manufatura de bens é voltada ao produto, com bens tangíveis, a prestação de serviço é orientada a ação, bens intangíveis e não podem ser estocadas, nela a produção e o consumo acontecem simultaneamente e deve levar em conta o tempo que o cliente está dis- posto a esperar por esse serviço. A classificação mais significativa para atender a complexidade da função PPCP, está relacionada ao grau de padronização e ao volume de produção, repre- sentado em sistemas discretos por Tubino (2009) na figura abaixo: Figura 4 - Características básicas dos sistemas produtivos Fonte: Tubino (2009, p. 5). Contínuos Massa Alta Demanda/Volume de Produção Baixa Baixa Flexibilidade/Variedade de Itens Alta Curto Lead Time Produtivo Longo Baixos Custos Altos Repetitivos em Lotes Sob Encomenda 25 Ainda pra Tubino (2009),os sistemas produtivos são divididos em quatro tipos: a) Sistema continuo: exige alta uniformidade de produção e demanda de bens e/ou serviços, são processos produtivos totalmente interdependente, favo- recendo sua automação, sua flexibilidade normalmente é baixa, com altos investimentos em equipamentos. b) Sistema em massa: semelhante ao sistema continuo, são empregados em produção de larga escala, porém, exige participação de mão de obra espe- cializada no processo, geralmente em empresas pontas de cadeia produti- vas, possui normalmente demanda estável e geralmente disposta em linha de montagem, pouco flexível. c) Sistema em lotes: caracterizado por volume de produção média de bens e serviços, possui lote que seguem uma série de operações especificas, rela- tivamente flexível, atende diferentes pedidos dos clientes, mantendo esto- ques como forma de atender as necessidades da próxima etapa de produ- ção, com programação da produção de forma empurrada ou puxada. d) Sistema sob encomenda: é montado um sistema produtivo, voltado ao aten- dimento e a necessidade especifica do cliente, com baixas demandas, alta flexibilidade produtiva, alta taxa de lead time, com custos produtivos mais altos, tanto para bens de consumo como para prestação de serviços. 26 3 POLITICA DE PLANEJAMENTO. 3.1 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. Segundo Chiavenato (2003), o conceito do planejamento estratégico começou durante a guerra, durante as lutas e batalhas, onde era necessário conhecer as forças e fraquezas do oponente, concentrando os recursos nos ataques precisos. A estraté- gia militar logo serviu de base para as novas ideias, nesse sentido, segundo Chiave- nato: “A Adaptação da termologia estratégia militar para os negócios das organiza- ções começou após a revolução industrial em meados dos séculos XIX e teve sua época de ouro no decorrer do século XX quando as organizações come- çaram a utilizar conceitos militares de estratégia em suas operações comer- ciais”. (CHIAVENATO, 2003, p. 30) Para Campos (2009), Planejamento estratégico é um processo gerencial para formulação de objetivos e seleção de programas de ação e execução, levando em conta as condições internas e externas à empresa e sua evolução esperada. “Planejar estrategicamente consiste em gerar condições para que as empresas possam decidir rapidamente perante oportunidade e ameaça, otimizando suas vanta- gens competitivas em relação ao ambiente concorrencial” (TUBINO, 2009, p. 35). Para Slack, Chambers e Johnston, a estratégia tem efeito abrangente na orga- nização a qual a decisão se refere, define a posição relativa a seu ambiente, aproxima dos seus objetivos de longo prazo. As organizações são cooperações de porte diversificado e a sua estratégia po- sicionará diante do ambiente global, econômico, político e social (CORRÊA, 1999), segundo o autor ela se pré-dispõe em três níveis: estratégia corporativa, estratégia de negócio, estratégia funcional, que formam uma hierarquia, em que a estratégia de negócio se torna a mais importante. a) Estratégia corporativa: orienta e conduz a corporação em seu ambiente de atuação; b) Estratégia de negócio: estabelece sua missão e objetivos individuais, o que pretendesse competir no mercado e seus concorrentes; c) Estratégia funcional: o que conduz suas ações no âmbito do negócio. 27 “O conteúdo da estratégia de operação é um conjunto de políticas, planos e comportamentos que a produção escolhe seguir” (CORREÂ, 1999, P.76). O planejamento estratégico tem com foco maximiza os ganhos produtivos e minimiza possíveis risco durante a tomada de decisão. Seus impactos são de longos prazos e afeta diretamente a empresa no atendimento de sua missão. Efetuando a planejamento estratégico a empresa deve atentar-se para os limi- tes de suas forças e habilidades, para assim criar vantagens competitivas em relação à sua concorrência. A definição da estratégia irá gerar um plano de ação dentro de três setores na empresa: financeiro, marketing, produção. Figura 5 - Visão geral do planejamento estratégico Fonte: Tubino (2009, p. 36). a) Missão e visão corporativa: são as bases e razões da empresa, e será sobre essa filosofia administrativa que os gerentes se apoiaram na hora de priori- zar suas ações e criar um padrão de decisões. Missão/Visão Corporativa Estratégia Corporativa Estratégia Competitiva Estrategia Funcional Finanças Marketing Produção Plano Financeiro Plano de Marketing Plano de Produção Táticas Funcionais Operações Funcionais 28 b) Estratégia corporativa: define as áreas de negócios que a empresa irá atuar, e como ela deve comportar-se para atender as reivindicações em cada uni- dade. Fornecendo um sentido comum na empresa. c) Estratégia competitiva: essa estratégia propõe bases nos diferentes negó- cios da empresa, que irão competir frente ao mercado. Escolhendo a posi- ção competitiva. d) Estratégia de produção: é um conjunto de políticas que dará suporte a com- petitividade produtiva da empresa, especificando como a empresa irá su- portar as vantagens e como apoiar as demais estratégias funcionais. Tubino (2009) ainda define a estratégia produtiva em dois parâmetros: critério de desempenho e áreas de decisão. Seguindo a figura: Figura 6 - Definição da estratégia produtiva Fonte: Tubino (2009, p.39) A empresa deverá escolher quais critérios são de maiores relevâncias em acordo com suas necessidades e qual prioridade devem ser dados aos mesmos, for- mando políticas consistentes para as áreas de decisão. Martins e Laugeni ainda, destaca as áreas de decisão em características de conjunto especificas a: estrutura, infraestrutura. Critério de Desempenho Área de Decisão Custo Instalações Qualidade Capacidade de Produção Desempenho de Entrega Tecnologia Flexbilidade Integração Verdical Ético Social Etc. Politicas da Produção 29 a) Estrutura; Tabela 1 - As áreas de decisão da estrutura da manufatura. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 212). Esta estrutura ser enquadrada em toda dimensão da empresa para obter qualidade. b) Infraestrutura; Tabela 2 - As áreas de decisão da infraestrutura da manufatura. Fonte: Adaptado do livro “Administração da produção” de Martins e Laugeni (2005, p. 212). Esta tabela mostra a configuração o PPCP em relação a estrutura da empresa e as tarefas a serem executadas dentro do setor de Planejamento Programação e Controle da Produção. ÁREA DE DECISÃO CONJUNTO DE DECISÕES Política de adequação da capacidade em relação à demanda no longo prazo. Planejamento da capacidade no longo prazo Número, tamanho e localização das instalaçoes industriais. Layout Industrial. Manutenção. Equipamento e capacidade. Grau de automação, integração, flexibilidade e escala de variação de capacidade da tecnologia. Direção. Extensão. AS ÁREAS DE DECISÃO DA ESTRUTURA DA MANUFATURA Capacidade Instalacões industriais Tecnologia Integração verdical Es tru tu ra ÁREA DE DECISÃO CONJUNTO DE DECISÕES Gerenciamento da demanda Planejamento da capacidade mo médio prazo Programação e controle de produção Perenciamento dos estoques Função dos estoque na configuração do processo AS ÁREAS DE DECISÃO DA INFRAESTRUTURA DA MANUFATURA Sistema de PPCP: planejamento, programação e controle da produção IN FR A ES TR U TU R A 30 3.1.1 Objetivos estratégicos. Os efeitos da estratégia em que o PPCP atuará seguirá como um fluxo con- tinuo dentro do processo e segundo Martins e Laugeni (2005, p. 215) essa interaçãotem relação a: a) Decisão do sistema aos critérios competitivos; b) Decisão do sistema as demais áreas de decisão; c) Decisão do sistema as demais funções da empresa. “Portanto, as decisões tomadas no sistema de PPCP afetam a competitivi- dade da empresa [...] devendo ser gerenciada de maneira a suportar a estratégia competitiva da empresa”. (SLACK et al, 2007apud MARTINS E LAUGENI 2005, p. 215). Essas decisões segundo o autor, referem-se às atividades básicas divididas em: horizonte de planejamento, perguntas a serem respondidas, ao ambiente de manufatura, operação do PPCP. Tabela 3 - As decisões no sistema de PPCP. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 21). Assim sendo, a estratégia operacional deverá seguir os princípios de decisão adotadas pelo PPCP, em busca de soluções dentro do processo. Em relação ao ambiente sua classificação segundo Martins e Laugeni (2007): DECISÕES Horizonte de planejamento Longo prazo Médio prazo Curto prazo Perguntas O quê? Quando? Quanto? Com quê Ambiente de manufatura MTS (make to stock ) MTO (make to order ) ATO (assemble to orde r) ETO (engineering to order ) Operação do sistema Gerenciamento e controle da demanda Planejamento e controle dos recursos internos Planejamento e controle dos recursos externos AS DECISÕES NO SISTEMA DE PPCP CARACTERIZAÇÃO 31 a) MTS: Fabricação para estoque (make to stock): Produtos padronizados com base na previsão de demanda, garante rapidez de entrega, porem necessita de estoque volumoso para produto acabado. b) ATO: montagem sob encomenda (assemble to order): Produção de subconjuntos, com configuração o produto final pelo cliente, estocagem de subprodutos para posterior montagem. c) MTO: Fabricação sob encomenda (make to order): Desenvolvimento junto ao cliente, prazos longos para entrega, com projetos simultâneos à produção. d) ETO: engenharia sob encomenda (engeneering to order): Produção de componentes e montagem a partir de decisão do cliente, sem possibilidade de estoque. Para definição da estratégia de produção, o PPCP deverá buscar fatores, técnicas e abordagens que influenciam permanentemente na empresa. Martins e Laugeni (2007), são elas: a) Fatores que afetam as decisões no PPCP: As características de fornecimento de recursos, as características relevantes ao processo, aos critérios de competitividade estabelecidos e ao tipo especifico de demanda relacionada a previsão e aos pedidos em carteira. b) Principais técnicas utilizadas no PPCP: Dentre as principais técnicas envolvendo o PPCP, pode destacar-se a previsão de demanda, planejamento da produção, de forma estratégica, a programação da pro- dução, definindo os parâmetros a serem utilizados, seus respectivos controles da pro- dução, de forma a mantê-los alinhados e balanceados e a gestão de estoque, pois está relacionado diretamente com a necessidade da empresa. c) Abordagens do PPCP: Trabalha com o MRP/MRPII, a utilização de sistema de capacidade finita e a abordagem de processo. 3.2 PLANEJAMENTO DAS NECESSIDADES. Para o planejamento das necessidades na empresa, o gestor necessita olhar a empresa como um todo, para planejar a longo prazo os recursos a serem utilizados, 32 destacando aqueles de funções vitais para empresa durante o processo de transfor- mação, como dito por Slack, Chambers e Johnston (2007 p. 315), os gerentes do processo realizam planos em que eles pretendem fazer, buscam saber quais recursos necessitam e quais objetivos eles esperam alcançar, este contexto é direcionado ao planejamento princípio de longo prazo por ser caracterizado antes do acontecimento da produção. Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2001), para planejamento das necessidades dos materiais, “[...] se são conhecidos todos os componentes de determinado produto e os tempos de obtenção de cada um deles, pode-se, com base na visão do futuro das necessidades [...] calcular os momentos e as quantidades que devem ser obtidas”. Para planejamento a médio prazo, tem-se a necessidade do detalhamento do planejamento pré-estabelecido a longo prazo, esse nível de planejamento requer to- madas de decisões antecipadas. Os gestores devem avaliar a demanda global, esta- belecendo o que a operação atingirá de forma parcialmente desagregada. (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON, 2007 p. 315). Os planejamentos de curto prazo, onde os recursos já se encontram definidos, modificações que buscam aprimoramento ou correções devem ser moderadas a ponto de modificar os planos, nesta fase torna-se mais complicado ocorrer grandes transfor- mações de projeto, descrito por Slack, Chambers E Johnston (2007 p. 315). Com os recursos definidos, será difícil executar qualquer mudança. Porem com a identificação da necessidade de alteração serão possíveis modificações que ocorram em conformi- dade aos planos. Esse conceito fica de maior entendimento seguindo a figura 7, sobre as fases do planejamento. 33 Figura 7 - Equilíbrio entre atividades de planejamento e controle Fonte: Slack et al, (2007 p. 316) Como identificado na figura acima, onde Slack (2007), determina a linha entre o planejamento e o controle da produção durante o tempo, pode observar as vanta- gens de prever o procedimento a serem realizados e a proporção que se obtém de controle quando os mesmos vão sendo executados, influenciando drasticamente no modelo da empresa. 3.3 SUPRIMENTO E DEMANDA. Para dar razão ao processo de produção, deve estar claro a relação entre su- primento e demanda por uma operação, em que, somente com a união desses dois fatores poderão trazer ao planejamento e controle um desempenho esperado, sem percalços durante a execução das tarefas. Para obtenção de um bom nível de pro- cesso segundo Slack, Chambers e Johnston (2007 p. 316) “[...] a natureza das deci- sões tomadas para planejar e controlar uma operação produtiva dependerão tanto da natureza da demanda como da natureza do suprimento nessa operação”. Planejamento e controle de longo prazo Usa previsão de demanda agregada Determina recursos de forma agregada Objetivos estabelecidos em grande parte em termos financeiros Planejamento e controle de médio prazo Usa previsões de demanda desagregada Determina recurso e contingência Objetivo estabelecido tanto em termos financeiros como operacionais Planejamento e controle de curto prazo Usa previsão de demanda totalmente desagregada ou real Faz inrvenções nos recursos para corrigir desvios dos planos Considerações de objetivos operacionais ad hoc (casa a casa) Controle Planejamento H O R IZ O N TE D E TE M PO D ia s/ se m an as /m es H or as /d ia M es es /a no s Importância do Planejamento ou Controle 34 Possuir fornecedores confiáveis de suprimento é o primeiro passo para manter em controle todo o planejamento pré-determinado para operação, ao passo que ne- cessitam utilizar esses recursos sem interrupções não previstas. Para Slack, Cham- bers e Johnston (2007 p. 316) a confiabilidade requer que todos os recursos de trans- formação estejam disponíveis. Se alguma coisa faltar, desequilibrara planejamento determinado. Seguindo Corrêa, Gianesi e Caon (2001) “a função da gestão da demanda in- clui esforços em cinco áreas principais”. Seguindo a figura 8: Figura 8 - Principais elementos da gestão de demanda. Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2001, p. 239). Previsão de demanda Promessa de prazos Priorização e alocação Comunicação com o mercado Influência sobre o mercado Gestão de demanda 35 a) Previsão de demanda: busca por informações referente ao mercado bem como seu padrão de consumo, utilizando de ferramentas de medição em busca de antecipar resultados em relação as suas variações. b) Comunicação com o mercado: fornecer informações aos clientes e utilizar de sua experiência para melhoria do processo, com disponibilização deca- nais de contato. c) Influência sobre o mercado: além de prever a demanda, há necessidade de influenciar o mercado de forma que o cliente reaja de forma positiva à oferta de determinado produto/serviço. d) Promessa de prazos: garantia de entregas em prazos acordados entre cli- ente e empresa, e de produtos estarem disponíveis imediatamente ao pe- dido. e) Priorização e alocação: criar condições para atendimento à demanda, com decisão de quais serão priorizados em caso de falta de produto. Prever a demanda em algumas operações nem sempre é uma tarefa fácil de ser realizada, há casos em que o processo necessita manter um nível de segurança em seus estoques maiores do que em outros processos, por isso, a necessidade de se obter dentro do período de médio curto prazo, elementos que possam trazer má- xima confiança e a máxima precisão do quando produzir, como produzir e quais as necessidades de materiais e recursos necessitará. Em certas operações, a demanda pode ser de forma razoavelmente previsível, mas em algumas outras, a demanda torna-se totalmente imprevisível mesmo a curto prazo” (SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON 2007 p. 317). Identificar o real desejo dos consumidores em relação a uma operação não é simples. No entanto, pode-se através de algumas operações mais minuciosas, possuir mais assertividade do que outras. Com por exemplo, Slack, Chambers, Johnston (2007 p. 317) “em um serviço de decoração e reforma, que possui como clientes uma cadeia de hotéis. Alguns clientes planeja a reforma de seus hotéis com meses ou anos de antecedência dessa forma a empresa de decoração pode planejar suas atividades antecipadamente” 36 3.3.1 Demanda independente. Este ao contrário dos dependentes, são normalmente produtos finais, prontos para consumo, ou que, não necessita de nenhum outro componente para sua finali- zação, dependendo somente dos aspectos do mercado. “[...] itens de demanda inde- pendentes são aqueles cuja a demanda não depende da demanda de outro item” (CORRÊA, GIANESI E CAON, 2001). “Um produto acabado, feito para estoque ou para atender diretamente a solicitação de um cliente, é um item de demanda indepen- dente” (PEINADO e GRAEML, 2007). 3.3.2 Demanda dependente. Produtos de demanda dependentes são aqueles que fazem parte de um outro produto, normalmente são componentes que precisam necessariamente da fabrica- ção de um determinado produto final para sua necessidade. Ao necessitar de um pro- duto, naturalmente poderá em certos processos, utilizar de partes montadas e pré- fabricadas anteriormente a esse produto, esse por sua vez, caracteriza-se em de- manda dependente, ou seja, que depende de outro produto para seu comercio. “[...] tem a seguinte característica: sua demanda depende da demanda de algum outro item. A demanda de um componente de um produto final, por exemplo” (CORRÊA, GIANESI E CAON, 2001). “A quantidade necessária de cada uma das partes que o compõem depende da quantidade do produto final, portanto, estas partes são itens de demanda dependente” (PEINADO e GRAEML, 2007). “A diferença básica entre os dois itens (de demanda independente e de de- manda dependente) é que a demanda do primeiro tem de ser prevista, com base na característica do mercado consumidor. A demanda do segundo, en- tretanto, não necessita ser prevista, pois sendo dependente de outro, pode ser calculada com base na demanda deste” (CORRÊA, GIANESI E CAON, 2001 p. 84). Segundo Peinado e Graeml, (2007) “A demanda dependente é sempre calcu- lada a partir da demanda independente, uma vez que esta seja conhecida ou tenha sido estimada, alimentando o plano mestre de produção”. 37 3.4 PLAMEJAMENTO MESTRE DE OPERAÇÃO. Segundo Corrêa (2012) o plano mestre de produção comanda e equilibra a demanda em relação aos recursos internos da empresa, programando as taxas ade- quadas de produção. Sua função principal é a de coordenar e balancear a demanda de produtos período a período em médio prazo. Definindo programas de produção de acordo com os desenvolvidos com o Planejamento de Vendas e Operação (PVO). O PVO, é uma ferramenta de gestão estratégica dentro da organização e, exerce uma função importante no planejamento da demanda que segundo Corrêa (2012), tem por objetivo suportar o planejamento estratégico, garantir que os planos sejam realísticos e gerenciar as mudanças de forma eficaz. Para isso gerenciar o es- toque de produtos e a carteira de pedidos, garantindo a entrega. Ainda no que diz Corrêa et al (2012), o PVO, buscará informações quanto ao desempenho passado, situação existente e planos futuros. O Planejamento de Vendas e Operações, levan- tará dados de vendas, produção, estoques, planejando a demanda, elaborando o plano de vendas, planejamento de a quantidade de material e a capacidade, envol- vendo os demais setores. Corrêa et al (2012), identifica o PMO (Planejamento Mestre de Operações) em algumas classes: a) Previsão de demanda independente: demanda que será consumida pelo mercado, sem quaisquer dependências de outro produto/serviço; b) Demanda Dependente: produtos ou serviços de vendas futuras como parte de outro produto/serviço; c) Pedidos em carteira: refere-se a pedidos de clientes que ainda não foram entregues; d) Demanda total: combinação entre as três anteriores. “A previsão da demanda é a base para o planejamento estratégico da produ- ção, vendas e finanças de qualquer empresa”. (TUBINO, 2009, p.15). Após definição de demanda, o sistema de PPCP, poderá elaborar o programa mestre de produção. Em que, “O horizonte de planejamento de um programa mestre de produção cobre, normalmente, 6 a 12 meses de produção, em base semanal” (MARTINS e LAUGENI, 2005). 38 Figura 9 - Planejamento agregado e programa mestre de produção Fonte: Martins e Laugeni (2005, P.330). Podendo assim, manter uma sequência lógica de planejamento, para que com a definição do plano mestre, possa conhecer os parâmetros das necessidades envol- vidas na produção. 3.4.1 Definições do plano mestre de produção. O plano mestre da produção (MPS) segundo Corrêa et al (2001) “coordena a demanda do mercado com os recursos internos da empresa de forma a programar taxas adequadas de produção de produtos finais”. Continuando seu raciocínio: “para o programador-mestre, o desafio é tentar programar a produção de forma a manter Atuação da Concorrência Flutuações Econômicas Desenvolvimento de Novos Produtos Projeção da Demanda Pesquisa de Mercado Planejamento dos Recursos Planejamento Agregado Gestão da Demanda Programa de Montagem Final (FAS) Programa Mestre de Produção "Rough-cut Capacity Planning " (RCCP) Planejamento das Compras Planejamento das Necessidades de Materiais (MRP) Planejamento das Necessidades de Capacidade (CRP) "Bill of Material" Lista Técnica Programação do Chão de Fabrica (SFC) Niveis de Estoques Controle da Produção Planejamento Estratégico Corporativo 39 suas taxas de produção o mais estáveis possível, com mínima formação de estoques, levando em conta, para isso, os custos envolvidos” (CORRÊA, GIANESI, CAON, 2001, p.206). Segundo Corrêa et al (2001), o programa mestre da produção, tem a função de declarar as quantidades planejadas dirigidas ao sistema de gestão detalhada de ma- teriais e de capacidade, “baseadas em expectativas de demandas” e dos recursos que a empresa conta. 3.5 PLANEJAMENTO DE ESTOQUES Para Martins e Laugeni (2005),” as necessidades dos clientes tanto internos como externos, devem ser analisadas para que a empresa avalie se poderá atende- las a partir dos estoques existentes ou se terá que iniciar um processo de reposição de material”. Slack et al (2007), diz que mantê-los representa risco por deterioração e tonar-se obsoletos, perdendo-os. “Porem eles proporcionam certo nível de segurança em ambientescomplexos e incertos”, funcionando como garantias ao inesperado (SLACK et al, 2007). Segundo Corrêa et al (2001), estoques são acúmulos de materiais entre pro- cessos de transformação, que proporcionam liberdade aos processos, pois a possível parada de uma não necessariamente interrompe a outra, quanto maior for a quanti- dade de estoque intermediário à etapa, mais ela será independente dentro do pro- cesso. Porem deve-se notar que estoque excessivos podem trazer prejuízos financei- ros pelo seu custo de armazenamento, para Martins e Laugeni (2005), quanto mais enxuto for o estoque (just-in-time - no tempo certo), melhor será para gestão da em- presa e para as necessidades dos clientes. Ao que diz respeito sobre estoque de matérias-primas, eles são dedicados a regular as diferentes taxas de suprimentos tanto pelo fornecedor como à demanda pelo processo de transformação (CORRÊA et al, 2001). Essas taxas ocorrem por fa- tores que podem ocorrer por diferentes motivos: fornecedor pouco confiável, consumo pelo processo, possível perda de material, entre outros. Já para o estoque de semiacabados e acabados, seja para regular possíveis fornecimento ou diferentes velocidades de utilização, procuram possuir níveis que sa- tisfaçam as incertezas do planejamento de demanda revisto pelos gestores (CORRÊA et al, 2001). 40 4 ORGANIZAÇÃO DOS PROCESSOS. 4.1 PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO. No momento em que se estabelece o planejamento do plano mestre de produ- ção, onde será analisado pela gerencia quais produtos serão produzidos e quando os mesmos devem entra para a linha de produção, segundo Moreira (2004), será nesta fase que começará os problemas de programação e controle do processo. “Programar e controlar a produção são atividades marcadamente operacionais, que encerram o ciclo de planejamento [...]” (MOREIRA, 2004, P.392). Seus objetivos para o autor se- guindo sobre a programação são: a) Fazer com que as máquinas e pessoas operem com níveis desejáveis de produtividade; b) Manter ou melhorar o nível de atendimento do cliente; c) Permitir que os produtos tenham a qualidade especificada; d) Reduzir os estoques e os custos operacionais. Esses objetivos tornam-se conflitantes a medida que para reduzir os custos operacionais necessita reduzir os estoques de produtos acabados, matéria-prima, es- toques intermediários, mas para atingir uma produtividade desejada de pessoas e má- quinas os estoques serão levados a um aumento pela necessidade de ocupação des- ses recursos e, melhorar e manter o nível de atendimento ao cliente, pode levar ao aumento de estoque principalmente se a demanda for muito flutuante (MOREIRA, 2004). O balanço entre esses objetivos é de extrema necessidade e dificilmente serão atendidos ao mesmo tempo. A programação da produção é encarregada de definir quando e quanto comprar e produzir seguindo um plano de planejamento estabelecido. Segundo Ritzman e Kra- jewski (2004), “a programação de operação concentra-se na maneira de melhor utili- zar a capacidade existente, levando em consideração restrições técnicas da produ- ção”. Para o PPCP, a programação da produção é a primeira tarefa dentro do nível operacional a curto prazo, disparando as Ordens de Compras (OC) e as Ordens de Produção (OP) definidas, afim de minimizar os lead-times. Para Tubino (2009), as atividades da programação da produção, podem ser divididos em três grupos: 41 a) Administração de estoque: planejar e controlar o estoque dos itens produti- vos, definindo tamanho de lote, reposição e estoque de segurança. b) Sequenciamento: busca gerar um programa inteligente para utilizar os re- cursos disponíveis, promovendo produtos, qualidades e custo. c) Liberação de ordens: com foco na administração e logística, expede docu- mentação necessária para a produção, compra e distribuição do produto acabado. Para Moreira (2004), “as técnicas para programação da produção variam em função da natureza do sistema produtivo” e será analisa a parir desse autor, a relação estudada para os sistemas de volume intermediários. Vale lembrar que para processo de serviços, a programação não pode criar estoques para protege-los contra as incer- tezas de demanda, que nesse tipo de operação são menos previsíveis (RITZMAN e KRAJEWSKI, 2004). 4.2 PRODUTIVIDADE A produtividade pode ser medida através do valor dos resultados (produtos e serviços) dividindo pelo valor dos insumos (salário, custo do equipamento entre ou- tros) utilizados (RITZMAN e KRAJEWSKI, 2004). Assim temos a equação (1): Produtividade = Produtos e serviços (outputs)Insumos (inputs) (1) Para Gaither e Frazier (2008), “a produtividade significa, a quantidade de pro- dutos ou serviços produzidos com os recursos utilizados”. Em um sistema de produ- ção, a produtividade refere-se a quanto se pode produzir com os recursos com os recursos disponíveis, utilizando-se ao maior ou menor aproveitamento desses recur- sos. Segundo RITZMAN e KRAJEWSKI (2004), várias medidas de produtividade são possíveis, e todas são apenas aproximações levando em conta que o valor do produto pode ser avaliado pelo que a cliente paga, números de unidades produzidas e, clientes atendidos. E os insumos avaliado pelo seu custo, ou número de horas tra- balhadas. E geral deve-se atentar para áreas que necessitam de melhorias, identifi- cadas por meio de monitoramento criterioso. 42 O aumento da produtividade pode ser gerado de diversas maneiras como des- creve Gaither e Frazier (2008): a) Aumentar a produção utilizando a mesma qualidade ou quantidades de re- cursos; b) Reduzir os recursos e manter a mesma produção; c) Elevar os recursos por consequência elevar a produção. “O modo como os processos são gerenciados desempenha um papel funda- mental na melhoria da produtividade. O desafio consiste em aumentar o valor do pro- duto em relação aos custos de insumos” (RITZMAN e KRAJEWSKI, 2004). Gerar uma maior quantia de produto ou aumentando sua qualidade, utilizando os mesmos insu- mos, aumenta a produtividade, produzir a mesma quantidade e a mesma qualidade com redução de recursos, a produtividade também cresce. 4.3 GERENCIAMENTO DE PROCESSO O gerenciamento do processo consiste na utilização e seleção dos insumos, fluxo de trabalho, tipos de operações e seus respectivos métodos para obtenção dos resultados, com descreve Ritzman e Krajewski (2004). Para o autor a empresa deve decidir se os processos serão realizados internamente, ou externamente, como forma de terceirização. Suas decisões envolvem também a seleção de aptidão e capacidade de pessoas e equipamentos para a realização do processo que deverá analisar a ne- cessidades quando: a) A demanda está mudando; b) A qualidade necessita de melhoras; c) As prioridades competitivas se alteram; d) Novas tecnologias disponíveis; e) O custo ou a disponibilidade de insumos mudaram; f) O desempenho está baixo; g) Os concorrentes estão em vantagens; h) Um produto ou serviço novo é oferecido. Deve lavar em conta nas situações de mudanças para o processo, além destas verificações, a análise sobre as escolhas de qualidade, capacidade, arranjo físico e necessidades de estoques. 43 4.3.1 Sistema de volume intermediário Normalmente em casos de produtos que são produzidos na mesma linha de produção como exemplos citados por Moreira (2004), “bebidas, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, entre outros”, sempre que haver mudanças no produto, será necessário mudanças e ajustes na linha, com custo associados a custo de prepara- ção. Estabelecendo quanto produzir e em qual ordem devem ser produzidos. Para definir quanto produzir, a empresa poderá utilizar-se dos métodos e Lote Econômico de fabricação (LEF): em que se leva em conta os custos associados aos estoques, os custos de preparação para a rodada deprodução. E para definição de ordem de produção, uma das técnicas usadas para sequenciamento é o Tempo de Esgotamento (TE), em que passar para um produto semelhante aos métodos de pro- dução reduz os custos envolvidos (MOREIRA, 2004). Pela equação (2): TE = Estoque disponívelTaxa de consumo (2) O tempo de esgotamento, quanto menor for TE, mais cedo o produto estará em falta, logo estes devem ser processados por primeiro. 4.3.2 Sistemas de baixos volumes Para programação nos sistemas intermitentes, o fluxo irregular de material, de- vido suas características, provocam o aparecimento de consideráveis quantias de ma- térias em estoque. Aguardando seu processamento, para sua melhora segundo Mo- reira (2004), a espera pelo processamento do material deve ter uma fila de espera o menor possível, ritmando mais o processo, para programação, o controle deste são um desafio para a gestão. Para programar essa situação, o processo deve determinar como será a aloca- ção de carga entre os centros de trabalho e qual será seu sequenciamento, acompa- nhando a utilização de carga (MOREIRA, 2004). 44 4.4 IMPORTÂNCIA DO PLANO AGREGADO O plano agregado segundo RITZMAN e KRAJEWSKI (2004), pode funcionar como um todo no gerenciamento do processo, pois envolve todas as áreas da em- presa, mesmo quando não se tem setores específicos, como as informações (input) normalmente possuem objetivos conflitantes para o uso dos recursos da organização, pode-se esperar um gerenciamento mais coeso para o procedimento, tornando mais fácil as práticas de programação, como a figura a seguir: Figura 10 - Contribuição gerenciais das áreas funcionais para o plano agregado Fonte: Ritzman e Krajewski (2004, p.331) Esse plano agregado tem por objetivo segundo Ritzman e Krajewski (2004): a) Minimizar os custos/maximizar lucros: se a demanda não for afetada pelo plano, sua minimização ajudará na maximização dos lucros obtidos pelo sis- tema. b) Maximizar o atendimento: o alinhamento das tarefas, possibilita a rapidez tanto para a produção quanto para o despacho do produto, melhorando os prazos de entrega. Plano agregado Operações - Capacidade atual das maquinas - Plano para capacidades futuras - Capacidade da força do trabalhador - Nivel atual da mão de obra Distribuição e marketing - Necessidade dos clientes - Previsão da demanda - Comportamento da concorrencia Materiais - Capacitação dos fornecedores - Capacidade de armazenamento - Disponibilidade de materias Contabilidade e finanças - Dados sobre custos - Condições financeiras da empresa Engenharia - Novos produtos - Mudanças no processo - Padroes das máquinas Recursos humanos - Condições de mercado de trabalho - Capacidade de treinamento 45 c) Minimizar o investimento para estoques: a quantidade correta dos recursos baixa os acúmulos de estoques que por sua vez reduz os custos de estoque de produtos acabados e de matéria prima, direcionando os investimentos para áreas mais produtivas. d) Minimizar variações produtivas: a variações constantes nos níveis de produ- ção causam dificuldades de coordenação do suprimento exigindo desbalance- amento. e) Maximizar a utilização dos equipamentos: os processos sequenciados exigem maiores pré-disposição de todos componentes da fábrica. Transmitir todo esse atributo a um plano equilibrado exige considerações de diversas alternativas. Os padrões básicos segundo Ritzman e Krajewski (2004), são de alternativas reativas e agressivas, para as reativas são ações que respondem a determinações de demanda e para as agressivas procuram modelar a demanda ajustando-as. 4.4.1 Alternativas reativas Ações para lidar com os requisitos da demanda, normalmente operações que aceitam previsões de uma demanda alterando diretamente a força de trabalho e toda programação para seu atendimento. Fornecendo um ajuste na forca de trabalho com contratações, dispensas, serviços especializados ou semiespecializados e estoque de antecipação (CORRÊA et. al. 2013) 4.4.2 Alternativas agressivas Trata-se de uma alteração nos padrões de demanda, que visa obter eficiência e reduzir custos, ações que procuram modificar e consequentemente alterar os recur- sos empregados, utilizando-se de planos de marketing (CORRÊA et. al. 2013) 46 4.5 PLANO PARA NECESSIDADES DA DEMANDA O plano para demanda segundo Ritzman e Krajewski (2004), consiste em de- terminar as necessidades dessa determinada demanda em cada horizonte do plane- jamento utilizado. No plano pessoal, o gestor baseia nas previsões de pessoal para cada grupo da força de trabalho. “No entanto, para os planos de produção, as necessidades representam a de- manda por bens acabados e a externa por peça de reposição” (Ritzman e Krajewski, 2004). Para tal o gestor obtém as necessidades de materiais a partir dos pedidos em carteiras o a partir das previsões das famílias de produtos. Segundo Gaither e Frazier (2008), “O planejamento agregado é necessário na administração por objetivo porque proporciona: a) Capacidade da produção adequada; b) Máxima produção para quantidade de recursos disponíveis. c) Instalações amplamente carregadas e minimiza a sobrecarga e a subcarga, reduzindo assim os custos de produção; d) Um plano para mudança da capacidade de produção para atender os picos e momentos de baixa demanda esperada. Figura 11 - O processo de preparo de plano agregado Fonte: Ritzman e Krajewski (2004, p.336). Determinar as necessidades para o horizonte de planejamento Identificar alternativas, restriçoes e custos Preparar plano provável para horizonte de planejamento Proceguir para a próxima seção de planejamento Implementar e atualizar o plano O plano é aceitável? Não Sim 47 Para identificar as alternativas, as restrições e s custos seguindo o plano de Ritzman e Krajewski (2004), focaliza-se nas limitações, entre elas: limites físicos e/ou políticos, levando em consideração os diversos custos para preparação: a) Custos das horas nominais: incluem salários e contribuições associadas a benefícios b) Custos das horas extras: representam uma porcentagem adicional sobre salario das horas normais. c) Custo de contratação e dispensa: desde os custos de anúncios, entrevistas, treinamento, perda de produção por inexperiência, produtividade e burocra- cia de contratação, para dispensa, custos de rescisão, indenização e pro- dutividade perdida. d) Custos de manutenção do estoque: custos que variam com os níveis do investimento (custo capital, custos variáveis de armazenagens, custo de ob- solescência, seguros e impostos. e) Custos dos pedidos em atrasos: custos em acelerar os pedidos, custos de vendas perdidas, contratos, perda de lealdade. “O planejamento agregado é a chave para se administrar a mudança” (GAITHER E FRAZIER, 2008). 4.6 PROGRAMAÇÃO EM SERVICOS Uma grande diferença entre fabricação e serviços, está no fato que não é pos- sível a criação de estoques para proteção contra incertezas da demanda nas opera- ções de serviços (Ritzman e Krajewski, 2004), outra diferença é que, em serviços a demanda é muito menos previsível. Normalmente a capacidade dos funcionários é fundamental para a programação dos serviços. Segundo Gaither e Frazier (2008), os serviços são descritos em operações como: a) Custos de mão de obra elevados em relação aos de custos de capital; b) Estreito contrato com o cliente; c) Lead times curtos d) Produtos intangíveis que não podem ser guardados em estoques; e) Qualidade determinada subjetivamente. 48 4.6.1 Tipos de Operações de serviços Para Gaither e Frazier (2008), existem três tipos de serviços: a) Quase-manufatura: a produção ocorre de forma muito similar a manufatura, sua ênfase consiste nos custos de produção, tecnologia,
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