PRÁTICA DE PROCESSO PENAL - QUEIXA CRIME MODELO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO SUPERVISOR DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI/RJ
Enrico, nacionalidade, estado civil, engenheiro, residente e domiciliado na Rua xx, cidade de Niteroi/RJ, por seu advogado com procuração com poderes especiais em anexo, Dr. ADVOGADO, OAB/PR 2015, com escritório na Avenida Brasília, 9999, vem perante Vossa Excelência, apresentar, propor
Queixa crime, com fulcro no artigo 145 do CP contra
HELENA, nacionalidade, estado civil, profissão, residente e domiciliada na Rua XXX, cidade de Niterói/RJ pelos seguintes fatos e fundamentos:
I – DOS FATOS
No dia 19/04/2014, sábado, Enrico comemora aniversário e pela rede social faz convite a seus amigos para festa no período noturno em uma famosa churrascaria da cidade de Niterói, no estado do Rio de Janeiro. 
Helena, vizinha e ex-namorada de Enrico, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada nos contatos de seu ex, soube, assim, da festa e do motivo da comemoração. 
Então, de seu computador pessoal, instalado em sua residência, um prédio na praia de Icaraí, em Niterói, publicou na rede social uma mensagem no perfil pessoal de Enrico. 
Naquele momento, Helena, com o intuito de ofender o ex-namorado, publicou o seguinte comentário: 
“não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, 
E, com o propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação acrescentou, ainda, “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. 
Imediatamente, Enrico, que estava em seu apartamento e conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de Helena em seu perfil pessoal. 
Enrico, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Carlos, Miguel e Ramirez, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, Enrico tentou disfarçar o constrangimento sofrido, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada. 
No dia seguinte, Enrico procurou a Delegacia de Polícia Especializada em Repressão aos Crimes de Informática e narrou os fatos à autoridade policial, entregando o conteúdo impresso da mensagem ofensiva e a página da rede social na Internet onde ela poderia ser visualizada. Passados cinco meses da data dos fatos, Enrico procurou seu escritório de advocacia e narrou os fatos acima. 
II – DOS FUNDAMENTOS
A conduta praticada pela querelada se amolda perfeitamente a nas características dos crimes contra a honra de injúria e difamação como adiante se demonstrará:
II. I – DO CRIME DE INJÚRIA
Com efeito, o crime de injúria visa proteger a honra subjetiva da pessoa, a ofensa a sua dignidade ou decoro.
No momento em que a querelada publica os seguintes dizeres “não sei o motivo da comemoração, já que Enrico não passa de um idiota, bêbado, irresponsável e sem vergonha!”, claramente o fez com o intuito de ofender o ex-namorado, publicando o comentário.
II.II – DO CRIME DE DIFAMAÇÃO
A difamação por seu turno se caracteriza pelo fato da ofensa a honra objetiva, ou seja, o conceito que o querelante goza perante a sociedade, defendendo sua reputação.
 Quando a querelada publica “ele trabalha todo dia embriagado! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive, estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo!”. É com nítido 
propósito de prejudicar Enrico perante seus colegas de trabalho e denegrir sua reputação.
II.III – DA CAUSA DE AUMENTO DE PENA
O meio escolhido pela querelada para proferir suas ofensas, rede social na internet, caracteriza sem sombra de dúvidas a causa de aumento de pena prevista no artigo 141, III, do CP, qual seja, por meio que facilite a divulgação.
Um número indeterminado de pessoas pode ter acesso ao comentário pelo simples fato de pertencer ao grupo de amizade do perfil tanto da querelada quanto do querelante, devendo incidir a supracitada causa de aumento da pena.
II.IV – DO CONCURSO FORMAL
Com a conduta de Helena esta praticou dois crimes, devendo ser obedecida a regra do artigo 70 do CP.
III – REQUERIMENTOS
Diante de todo o exposto recebida a presente com os documentos que a instrui, requer digne-se Vossa Excelência:
a) Proceder a citação da querelada para responder a ação penal;
b) A manifestação do MP;
c) A produção de toda a prova em direito admitida, em especial a oitiva do rol de testemunhas em anexo;
d) Seja designada audiência de conciliação entre as partes, inclusive para propositura da transação penal.
e) Ao final da instrução processual, requer a condenação da querelada nas penas dos crimes de injúria e difamação com a causa de aumento de pena (art. 139, 140 e 141, III todos do CP).
Nestes termos
Pede deferimento
Niterói, 18 de outubro de 2014.
Causídico Jurídico
OAB/PR 2020
Rol de testemunhas
Carlos
Miguel
Ramires