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Amanda Reis Viol Giardíase FILO RHIZOPODA: refere-se aos protozoários rizópodos, ou seja, que se locomovem por pseudópodes. Ex: Entamoeba sp FILO APLICOMPLEXA: refere-se aos protozoários esporozoários, ou seja, que não possuem meios de locomoção. Ex: Toxoplasma gondii, Plasmodium sp. FILO ZOOMASTIGOPHORA: engloba os protozoários que apresentam flagelos como estrutura de locomoção. Ex: Trypanosoma sp (Filo Kinetoplastida), Leishmania sp (Filo Kinetoplastida), Trichomonas vaginalis (Filo Parabasilida), Giardia duodenalis (Filo Diplomonadida). FILO CILIOPHORA: engloba os protozoários ciliados, ou seja, que possuem cílios como meio de locomoção. Ex: Balantidium coli. PROTOZOÁRIOS SERES VIVOS REINO PLANTAE REINO MONERA REINO PROTOCTISTA REINO FUNGI REINO ANIMALIA ALGAS Amanda Viol • Giardia intestinalis (G. duodenals, G. lamblia) • Parasita o trato intestinal (intestino delgado) • Associada com frequência à diarreia dos viajantes • Não são invasores de tecidos • A infecção crônica pode acarretar má absorção na mucosa intestinal • Transmissão por cistos em água e alimentos contaminados • Formas: trofozoíto (patogênico) e cisto (resistência) É um parasito monoxeno de ciclo biológico direto. Após a ingestão do cisto, o desencistamento é iniciado no meio ácido do estômago e completado no duodeno e jejuno, onde ocorre a colonização do intestino delgado pelos trofozoítos. Os trofozoítos se multiplicam por divisão binária longitudinal: após a nucleotomia (divisão nuclear) e dupl icação das organe las , ocor re a plasmotomia (divisão do citoplasma), resultando assim dois trofozoítos binucleados. O ciclo se completa pelo encistamento do parasito e sua eliminação para o meio exterior. Tal processo pode se iniciar no baixo íleo, mas o ceco é considerado o principal sítio de encistamento. Os cistos são resistentes e, em condições favoráveis de temperatura e umidade, podem sobreviver, pelo menos, dois meses no meio ambiente. Quando o trânsito intestinal está acelerado, é possível encontrar trofozoítos nas fezes. A via normal de infecção do homem é a ingestão de cistos maduros, que podem ser t ransmi t idos por um dos segu in tes mecanismos: ingestão de águas superficiais sem tratamento ou deficientemente tratadas (apenas cloro); alimentos contaminados (verduras cruas e frutas mal lavadas); esses alimentos também podem ser contaminados por cistos veiculados por moscas e baratas; de pessoa a pessoa, por meio das mãos contaminadas, em locais de aglomeração humana (creches, orfanatos etc.); de pessoa a pessoa entre membros de uma família ou em creches, quando se tem algum indivíduo infectado; e por contato com animais domésticos infectados com Giardia de morfologia semelhante à humana. Este último mecanismo ainda é discutível, apesar de a OMS considerar a giardíase uma zoonose. A giardíase apresenta um espectro clínico d iverso, que var ia desde indiv íduos assintomáticos até pacientes sintomáticos. A maioria das infecções é assintomática e ocorre tanto em adultos quanto em crianças, que muitas vezes podem eliminar cistos nas fezes por um período de até seis meses (portadores assintomáticos). Entre alguns pacientes que desenvolvem sintomas, a giardíase pode apresentar-se sob forma aguda. Geralmente, em indivíduos não- imunes, isto é, na primoinfecção, a ingestão de um elevado número de cistos é capaz de provocar diarréia do tipo aquosa, explosiva, de odor fétido, acompanhada de gases com distensão e dores abdominais. Muco e sangue aparecem raramente nas fezes. Essa forma aguda dura poucos dias e seus sintomas iniciais podem ser confundidos com aqueles das diarréias dos tipos viral e bacteriano. Essa forma é muito comum entre viajantes originários de áreas de baixa endemicidade que visitam áreas endêmicas. Apesar da infecção ser autolimitante na maioria dos indivíduos sadios, 30 a 50% podem desenvo lver d ia r ré ia crôn ica acompanhada de esteatorréia, perda de peso e problemas de má-absorção. As principais complicações da giardíase crônica Introdução Ciclo Biológico Transmissão Sinais e Sintomas Amanda Viol estão associadas à má absorção de gordura e d e n u t r i e n t e s , c o m o v i t a m i n a s lipossolúveis (A, D, E, K), vitamina B12, ferro, xilose e lactose. Essas deficiências nutricionais raramente produzem danos sérios nos adultos, contudo em crianças, podem ter efeitos graves. Os mecanismos pelos quais a Giardia causa diarréia e má absorção intestinal não são bem conhecidos. Empregando microscopia eletrônica, observa- se que os trofozoítos de Giardia aderidos ao epitélio intestinal podem romper e distorcer as microvilosidades do lado que o disco adesivo entra em contato com a membrana da célula. Além disso, há evidências sugerindo que o parasita produz, e possivelmente libera, substâncias citopáticas na luz intestinal. A explicação mais plausível para a alteração morfológica e funcional do epitélio intestinal é dada pelos processos inflamatórios aí desencadeados pelo parasito, devido à reação imune do hospedeiro. O parasito entra em contato com macrófagos que ativam os linfócitos T que, por sua vez, ativam os linfócitos B que produzem IgA e IgE. A IgE se liga aos mastócitos, presentes na superfície da mucosa intest inal , provocando a degranulação dessas células e a liberação de várias substâncias, entre elas a histamina. Desta forma, é desencadeada uma reação anafilática local (reação de hipersensibilidade), que provoca edema da mucosa e contração de seus músculos lisos, levando a um aumento da motilidade do intestino, o que poderia explicar o aumento da renovação dos enterócitos. As vilosidades ficam assim repletas de células imaturas (deficientes em enzimas) levando a problemas de má absorção e, conseqüentemente, à diarréia. Por outro lado, os mastócitos também liberam fatores ativadores de eosinófilos e neutrófilos, que agem mais tardiamente, provocando um aumento dessas células no local da reação, dando origem a uma reação inflamatória local, que pode ocasionar a lesão das células epiteliais. Clínico: é sugestivo. Em crianças de 8 meses a 10/12 anos, a sintomatologia mais indicativa de giardíase é diarreia com esteatorréia e odor fétido, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite e dor abdominal. Laboratorial • Parasitológico: para confirmar a suspeita clínica, deve-se fazer o exame de fezes nos pacientes para a identificação de cistos ou trofozoítos nas fezes. Os cistos são encontrados nas fezes da maioria dos indivíduos com giardíase, enquanto o encontro de trofozoítos é menos frequente, e está, geralmente, associado às infecções sintomáticas. Com isto, a observação do aspecto e consistência das fezes fornece informações sobre a forma evolutiva a ser pesquisada, uma vez que em fezes formadas e fezes diarréicas predominam cistos e trofozoítos, respectivamente. Fezes formadas: c istos podem ser detectados em preparações a fresco pelo método direto; contudo, os métodos de esco lha são os de concen t ração , principalmente, o método de flutuação pelo sulfato de zinco (método de Faust e cols.). Preparações com cistos podem ser coradas com Tricômio ou com Hematoxilina Fémca. Fezes diarréicas: como nas fezes diarréicas encontram-se trofozoítos, recomenda-se colher o material no laboratório, e examiná- lo imediatamente, ou diluir as fezes em conservador próprio (MIE SAF, formol 10%), uma vez que os trofozoítos sobrevivem durante pouco tempo no meio externo (15-20 minutos). O exame das fezes pode ser feito pelo método direto e, caso seja necessário, podem ser feitos esfregaços corados pelo método da Hematoxilina Férrica. Patogenia Diagnóstico Amanda Viol OBS: um aspecto importante com relação ao diagnóstico da giardíase é o fato de que indivíduos parasitados não eliminam cistos c o n t i n u a d a m e n t e . E s t a e l i m i n a ç ã o intermitente de cistos nas fezesdenomina-se "período negativo" e pode durar em média dez dias. Além disso, o padrão de excreção de cistos varia de indivíduo para indivíduo, e nos baixos excretores as amostras de fezes podem permanecer negativas por 20 dias consecutivos. Desta forma, o diagnóstico por exame de fezes pode levar a resultados falso- negativos, principalmente, quando apenas uma amostra é coletada. Para contornar essas limitações, alguns autores têm sugerido o exame de três amostras fecais em dias alternados. Outros segurem ainda o exame de três amostras com intervalo de sete dias entre cada uma, conduta que aumenta a positividade da pesquisa de Giardia nas fezes. OBS 2: em alguns pacientes com diarréia crônica, o exame de várias amostras de fezes mantém-se negativo, apesar da presença de trofozoítos no duodeno. Nesses casos, é necessário o diagnóstico pelo exame do fluido duodenal e biópsia jejunal, métodos muito invasivos e que, normalmente, requerem a realização de endoscopia. Atualmente, o método mais fácil para a obtenção do fluido duodenal é o “Entero- Test", que consiste num fio de náilon enrolado dentro de uma cápsula gelatinosa, com uma das extremidades livres. Imunológico: os métodos imunológicos mais empregados são a imunofluorescência indireta e o método ELISA. A detecção de ant icorpos ant i-Giardia no soro tem apresentado problemas relacionados com a ocorrência de falso-positivos e baixas sensibilidade e especificidade. Nessas reações, anticorpos IgG permanecem elevados por um longo período, o que impede a distinção entre infecções passadas e recentes, dificultando o diagnóstico nas áreas endêmicas. Desta forma, o diagnóstico sorológico pode auxiliar nos levantamentos e p i d e m i o l ó g i c o s , c o n t u d o n ã o t e m demonstrado sensibilidade e especificidade adequadas para o diagnóstico individual. A detecção de antígenos nas fezes (copro- antígenos) empregando a técnica de ELISA tem demonstrado resultados satisfatórios. • Medidas de higiene pessoal; • Destino correto das fezes; • Proteção dos alimentos; • Tratamento da água •Metronidazol (Flagil) adultos: 250mg, 2 vezes ao dia crianças: 15 a 20mg/kg, durante 7 a 10 dias consecutivos, via oral • Tinidazol (Fasigyn) adultos: dose única de 2g crianças: dose única 1g sob a forma líquida. Deve-se repetir a dose uma semana depois. • Secnidazol (Secnidazol) a d u l t o s : 2 g e m d o s e ú n i c a d e 4 comprimidos, de preferência a noite tomados em uma das refeições. crianças: menores de 5 anos 125mg duas vezes em 24 horas por 5 dias. • Ornidazol (Tiberal) O recomendado para crianças é o Albendazol, Metronidazol e Tinidazol. Profilaxia Tratamento Amanda Viol
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